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- distinção entre a estrutura institucional (art. 13.º, n.º 1, TUE) e a estrutura orgânica da União
(no âmbito da PESC e no âmbito das outras políticas e acções da União) – em especial, os
órgãos consultivos (Comité Económico e Social e Comité das Regiões e sua participação no
processo legislativo da União, arts. 300.º, 304.º e 307.º TFUE); os órgãos de fiscalização, em
especial o Provedor de Justiça Europeu (arts. 24.º, par. 3, e 228.º TFUE); os órgãos específicos
de algumas políticas da União (em especial, órgãos do Sistema Europeu de Bancos Centrais, do
sistema europeu de supervisão e a Procuradoria Europeia); outros órgãos e instituições (em
especial a comitologia) e os organismos e as agências da União (exemplos); - as principais
inovações da estrutura institucional da União Europeia introduzidas pelo Tratado de Lisboa: o
Presidente do Conselho Europeu (art. 15.º, n.º 5 e n.º 6, TUE), o Alto Representante da União
para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança (e o Serviço Europeu para a Acção
Externa, art. 18.º e 27.º TUE) – caracterização sucinta, legitimidade e competências principais;
- as relações interinstitucionais, em especial entre o Conselho Europeu e o Parlamento
Europeu em matéria de processo de nomeação e aprovação da Comissão (art. 17.º, n.º 7, TUE)
e de responsabilidade política desta perante o Parlamento Europeu (em especial, moção de
censura - art. 17.º, n.º 8, TUE); entre a Comissão, o Parlamento Europeu e o Conselho no
âmbito do processo legislativo, ordinário e especial (arts. 289.º e 293.º e ss., TFUE); entre o
Presidente do Conselho Europeu em matéria de PESC e o Alto Representante (delimitação
recíproca da competência de ambos, art. 15.º, n.º 6, par. 2, TUE); entre o Conselho e o Alto
Representante (preside ao Conselho dos Negócios Estrangeiros (art. 18.º, n.º 3, TUE); entre a
Comissão e o Alto Representante (um dos Vice-Presidentes da Comissão, art. 18.º, n.º 3, TUE);
- os princípios de Direito da União pertinentes: em especial, o princípio da competência de
atribuição das instituições e dos órgãos da União (art. 5.º n.º 1, TUE); o princípio da
cooperação 2 leal entre as instituições, em particular a celebração de acordos
interinstitucionais (art. 13.º, n.º 2, TUE e 295.º TFUE). I
Jurisprudência do primado
O princípio do primado do direito da União está fundamentado em várias decisões judiciais proferidas pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), que é a mais alta instância judicial da UE. Existem
diversas jurisprudências importantes que estabelecem e reforçam o princípio do primado do direito da União. Algumas delas incluem:
Caso Costa/ENEL (1964): Nesse caso, o TJUE decidiu que o direito da União prevalece sobre o direito nacional e que os Estados membros não podem invocar disposições de seu direito interno para se recusarem
a cumprir obrigações decorrentes do direito da União.
Caso Simmenthal (1978): Nessa decisão, o TJUE reafirmou o princípio do primado do direito da União e afirmou que os tribunais nacionais têm a obrigação de garantir a plena aplicação do direito da União,
inclusive anulando leis nacionais que sejam incompatíveis com o direito da União.
Caso Internationale Handelsgesellschaft (1970): Nessa jurisprudência, o TJUE afirmou que o primado do direito da União é uma característica fundamental do ordenamento jurídico da UE e que os tribunais
nacionais devem assegurar a sua plena aplicação, mesmo que isso implique invalidar leis nacionais.
Esses são apenas alguns exemplos de casos emblemáticos que estabelecem e reforçam o princípio do primado do direito da União. A jurisprudência do TJUE continua a se desenvolver, consolidando o princípio
do primado como um elemento central do sistema legal da UE.
Cidadania - se se falar das origens, podemos falar do Chen.
Se estiver se referindo à cidadania europeia, as origens podem ser rastreadas até o caso "Chen" ou "Caso Chen Wei Shi" (Chen vs. Secretary of State for the Home Department) em 2004. Esse caso teve um
impacto significativo no desenvolvimento da cidadania europeia e em seu reconhecimento legal.
Chen Wei Shi, um cidadão chinês, residia no Reino Unido e buscava o reconhecimento de seu direito de residir como membro da família de um cidadão da UE. O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE)
emitiu um veredicto que expandiu a interpretação do conceito de cidadania europeia, afirmando que os membros da família de um cidadão da UE têm o direito de residir no território da UE,
independentemente de sua própria nacionalidade.
Esse caso desempenhou um papel fundamental na consolidação e no reconhecimento dos direitos da cidadania europeia, estabelecendo que a cidadania da UE é uma cidadania autônoma, além da cidadania
nacional dos Estados membros. Ele estabeleceu uma base legal para o reconhecimento dos direitos dos cidadãos europeus e de seus familiares, incluindo o direito de livre circulação e residência dentro da UE.
A partir do caso Chen, a cidadania europeia ganhou destaque e adquiriu uma importância jurídica mais sólida nos tratados da União Europeia, tornando-se um elemento central dos direitos dos cidadãos na UE.
Cidadania na União Europeia: A cidadania da União Europeia é uma condição adicional à cidadania nacional dos Estados membros. Ela confere aos cidadãos da UE uma série de direitos e benefícios, como o
direito de livre circulação e residência em qualquer Estado membro, o direito de votar e se candidatar nas eleições para o Parlamento Europeu, o direito de petição ao Parlamento Europeu e o direito de ser
protegido pelos consulados de outros Estados membros fora da UE.
Atribuições da União Europeia: A União Europeia possui atribuições específicas que estão definidas nos Tratados da UE. Essas atribuições determinam as áreas de competência em que a União pode atuar e
adotar medidas legislativas. As atribuições da União podem ser exclusivas, quando apenas a União pode legislar, ou compartilhadas, quando a União e os Estados membros têm competências concorrentes.
Exemplos de atribuições da União incluem a política comercial, a política de concorrência, a política de coesão econômica e social, a política agrícola comum e a política monetária (para os países da zona do
euro).
Processo de tomada de decisões na União Europeia: O processo de tomada de decisões na União Europeia envolve várias etapas e instituições. As principais instituições envolvidas são a Comissão Europeia, o
Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia.
A Comissão Europeia é responsável por propor legislação e políticas, bem como pela execução e implementação das políticas da UE. O Parlamento Europeu, eleito diretamente pelos cidadãos da UE, tem
poderes legislativos e de supervisão. O Conselho da União Europeia é composto por ministros dos governos dos Estados membros e é responsável por adotar legislação, juntamente com o Parlamento Europeu,
em muitas áreas.
O processo de tomada de decisões pode variar dependendo da área política. Em algumas áreas, como o mercado interno, o Parlamento Europeu e o Conselho utilizam o procedimento legislativo ordinário
(anteriormente conhecido como processo de co-decisão), em que ambos os órgãos têm poderes legislativos iguais. Em outras áreas, como a política externa e de segurança comum, o Conselho desempenha um
papel predominante e as decisões são tomadas por unanimidade ou por consenso.
Competência das Instituições: No processo de tomada de decisões, cada instituição da União Europeia tem sua competência específica. A Comissão Europeia é responsável por propor legislação e políticas,
assim como pela implementação das políticas da UE. O Parlamento Europeu compartilha o poder legislativo com o Conselho da União Europeia e é responsável por revisar, emendar e aprovar propostas
legislativas, além de exercer o controle democrático sobre outras instituições. O Conselho da União Europeia, composto pelos representantes dos governos dos Estados membros, desempenha um papel
importante na adoção de legislação e na definição de políticas.
Cada instituição tem sua própria esfera de competência e seus poderes são definidos pelos Tratados da UE. O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) é responsável por interpretar e aplicar o direito da UE,
garantindo a conformidade com os tratados e a coerência do sistema jurídico da União Europeia.
É importante ressaltar que a competência das instituições da União Europeia é definida pelos Tratados e pode variar em diferentes áreas de política e tomadas de decisão, buscando equilibrar os interesses dos
Estados membros e das instituições da UE, bem como garantir a participação democrática e a eficácia do processo de governança europeia.