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Fontes normativas
Em particular, vimos que este poder tem aperfeiçoado a ordem jurídica europeia,
suprimindo as lacunas dos Tratados e criando princípios importantes (ex: princípio
do primado, princípio do efeito directo)
- Tribunal de Justiça
- Tribunal Geral
Contudo, reparem: a sua ingerência nos EMs é muito limitada uma vez que:
- Não pode anular os actos dos EMs, sejam eles legislativos, regulamentares, etc
Em suma: Não podemos reconduzir o TJUE nem aos tribunais nacionais, nem a um
tribunal federal (ex: o US Supreme Court), nem aos tribunais internacionais
(Tribunal Europeu dos Direitos do Homem; Tribunal Internacional de Justiça;
Tribunal Penal Internacional, etc.). Estamos diante de algo único e novo
Imparcialidade.
Em geral:
- Por vezes, actua como um tribunal de primeira instância (256.º, n.º 1, TFUE)
Tribunais especializados - Podem ser criados pelo PE e pelo Conselho para matérias
específicas (257.º, n.º 1, TFUE), só houve um, o Tribunal da Função Pública,
extinto em 2016
10.2 – AS COMPETENCIAS DO TJ
Divisão chave
2) Recurso de anulação
3) Excepção de ilegalidade
5) Acção de indemnização
1) Reenvio prejudicial
A UE dispõe de vários meios processuais para resolver conflitos, que podem ocorrer
entre (cf. Gorjão-Henriques, p. 417):
- As instituições e os órgãos da UE
- Os EMs
- Os EMs e a UE
- Os particulares e a UE
- A Comissão (258.º, TFUE) - Faz sentido que seja esta instituição, dado o seu
papel de guardiã dos Tratados e do DUE em geral (art.º 17.º, n.º 1, TUE)
Cuidado:
https://ec.europa.eu/info/about-europeancommission/contact/problems-
andcomplaints/how-make-complaint-eulevel/submit-complaint_pt
Cuidado:
A fórmula “obrigações que lhe incumbem por força dos Tratados” (art.º 258.º e
259.º, TFUE) deve ser interpretada extensivamente, compreende todo o Direito da
UE
- Fase judicial
Uma vez que muito raramente os EMs são demandantes neste processo,
analisaremos apenas a tramitação em que a Comissão é demandante.
A seguir:
Fase Judicial:
- Fase escrita: troca dos articulados entre as partes (petição inicial; contestação;
eventual réplica e tréplica)
- Conclusões do Advogado-Geral
- Acórdão do Tribunal
O que o TJ faz?
Como afirmado pelo próprio TJ, desta vez se trata de um “processo especial de
execução dos acórdãos do Tribunal de Justiça, ou seja, um processo executivo”, de
carácter simplificado em relação ao processo principal (v. GORJÃO-HENRIQUES,
cit., p. 473)
- A Comissão é o demandante
E se o EM se recusar a pagar?
Não há mais nada a fazer. A UE não é um Estado Federal: logo, não pode, por
exemplo, penhorar bens dos EMs para executar a sentença, contudo, é altamente
improvável que algum dia se chegue a uma situação tão extremada.
Curiosidade - Portugal já foi condenado mais do que uma vez através do processo
por incumprimento, por exemplo, em 2009 foi condenado por violação de uma
Directiva relativa ao tratamento de águas residuais urbanas («Directiva
91/271/CEE»). Não tendo cumprido todas as medidas necessárias à execução do
acórdão de 2009, em 2014 Portugal foi condenado a pagar uma quantia fixa de 3
milhos de euros e uma sanção pecuniária compulsória de 10000€ por dia (v.
GORJÃO-HENRIQUES, p. 478 e ss.)