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QUESTÕES TÉCNICAS

Os tratados são o ponto de partida de toda a legislação da UE, constituindo o chamado «direito
primário».

O corpo legislativo que decorre dos princípios e objetivos consagrados nos Tratados é o chamado
«direito derivado», que inclui regulamentos, diretivas, decisões, recomendações e pareceres.

 [x] Como é que se transpõe uma diretiva para o direito nacional?

R.: Obrigado pela questão, excelentíssimo.

Enquanto que nos regulamentos encontramos uma situação de subordinação entre a


união e os EM, no caso da diretiva, esta relação é mais de cooperação. É muitas vezes um meio
de harmonização legislativa.

O artigo 288.º refere que a diretiva vincula o EM quanto ao resultado a alcançar, mas deixa
o destinatário decidir os meios para lá chegar. É precisamente nessas medidas que consiste a
transposição.
No caso da harmonização mínima, as diretivas estabelecem normas mínimas, muitas vezes em
reconhecimento do facto de os sistemas jurídicos em alguns países da UE já terem estabelecido
normas mais rigorosas. Neste caso, os países da UE têm o direito de estabelecer normas mais
rigorosas do que as previstas na diretiva.

No caso da harmonização máxima, os países da UE não podem introduzir regras mais rigorosas do
que as estabelecidas na diretiva.

Caso um país não proceda à transposição de uma diretiva, a Comissão pode dar início a um
processo por infração e intentar uma ação contra o país em causa junto do Tribunal de Justiça
da UE (a não execução do acórdão poderá, nesta ocasião, conduzir a uma nova condenação,
que por sua vez poderá resultar na aplicação de sanções pecuniárias).

 [x] O que é um regulamento?


R.: Obrigado excelência.

Segundo o artigo 288º do TFUE, um regulamento tem caracter geral (ou seja, destina-se a
categorias abstratas de pessoas) e obrigatório. São de aplicação direta no direito nacional, não
precisam de transposição. O regulamento faz parte do direito derivado da UE. É adotado pelas
instituições europeias com base nos Tratados constitutivos.

Regulamentos delegados (em relação a diretivas) e regulamentos de execução.

 [x] O que é uma decisão?

R.: Obrigado excelência.

As decisões são atos jurídicos vinculativos aplicáveis a um ou vários países da UE, empresas
ou particulares. O destinatário deve ser notificado e a decisão produz efeitos mediante essa
notificação. As decisões não precisam de ser transpostas para o direito nacional. Têm um
conteúdo individual e concreto.

 [x] O que é uma recomendação/parecer?

R.: Obrigado excelência.

As recomendações permitem às instituições europeias dar a conhecer os seus pontos de


vista e sugerir uma linha de conduta sem impor uma obrigação legal aos seus destinatários.
Não são, portanto, vinculativas.

O parecer é adotado no âmbito de um procedimento de decisão, como ato interno e


preparatório. Não tem carácter vinculatório.

 [x] O que é o princípio do Direito?

R.: Obrigado excelência.

Este princípio significa que o direito da EU constitui fonte imediata de direito para os
tribunais e administrações publicas nacionais.

 [x] O que é o princípio do Primado?

R.: Obrigado pela questão, excelentíssimo.

Enquanto princípio fundamental da ordem jurídica da União, significa que, em caso de


conflito entre normas europeias e nacionais, prevalecem as normas europeias. No entanto,
este princípio não afeta a validade da norma nacional. Este princípio firmou-se na
jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), consagrado no acórdão Costa
contra Enel de 15 de julho de 1964.

 [x] O que é o princípio da subsidiariedade?

R.: Obrigado pela questão, excelentíssimo.

O princípio da subsidiariedade e o princípio da proporcionalidade regem o exercício das


competências da União Europeia. Nos domínios em que a União Europeia não tem
competência exclusiva, o princípio da subsidiariedade visa proteger a capacidade de
decisão e de ação dos Estados-Membros e legitimar a intervenção da União, se os
objetivos de uma ação não puderem ser suficientemente alcançados pelos Estados-
Membros, podendo ser melhor alcançados a nível da União, «devido às dimensões ou aos
efeitos da ação considerada» (cf. artigo 5º, nº3 do TUE). A sua introdução nos tratados da
UE visa, assim, aproximar o exercício das competências o mais possível dos cidadãos, em
conformidade com o princípio da proximidade enunciado no artigo 10.º, n.º 3, do TUE.

As fontes do direito da União e a sua hierarquia

1º: Tratado da União Europeia (TUE); Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia
(TFUE) e os respetivos protocolos

2º: Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia

3º: Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom)


4º: Acordos internacionais

5º: Princípios gerais do direito da União

6º: Legislação secundária

- Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE)

Velar por que o direito europeu seja interpretado e aplicado da mesma forma em todos os
países da UE e garantir que as instituições e os países da UE respeitam o direito europeu.

2 jurisdições. Membros:

- Tribunal de Justiça: um juiz de cada país da UE e 11 advogados-gerais. Trata dos


pedidos de decisões a título prejudicial provenientes das jurisdições nacionais

- Tribunal Geral: dois juízes por cada país da EU. Direito da concorrência, auxílios
estatais, comércio, agricultura e marcas registadas

Criado em 1952

Sede: Luxemburgo

Tipos de processos mais comuns:

 interpretação da legislação (decisões prejudicais) - Se uma jurisdição tem dúvidas sobre


a interpretação ou a validade de um ato legislativo europeu, pode pedir esclarecimentos ao
Tribunal. O mesmo mecanismo pode ser utilizado para determinar se uma dada lei ou prática
nacional é compatível com o direito europeu.

 Aplicação da legislação (ações por incumprimento)


 Anulação de atos legislativos europeus (recurso de anulação)
 Obrigação de ação (ações por omissão)
 Aplicação de sanções às instituições europeias (ações de indemnização)

- Tribunal Internacional de Justiça

Órgão jurisdicional da ONU composto por 15 juízes independentes. Só Estados podem


ser partes nos litígios perante o Tribunal. Foi estabelecido pela Carta das Nações Unidas,
assinada em 1945, em São Francisco, e entrou em funcionamento em 1946, no Palácio da Paz,
em Haia (Holanda).

Resolver os desacordos legais entre Estados-membros e aconselhar sobre matérias


jurídicas submetidas pelos órgãos das Nações Unidas e agências especializadas devidamente
autorizados.

O TIJ não exerce uma jurisdição obrigatória automática sobre os Estados membros das
Nações Unidas, mas quando estes se comprometem, os julgamentos são finais e inapeláveis.

O Tribunal Internacional de Justiça não deve ser confundido com o Tribunal Penal
Internacional, este último com competência para julgar indivíduos e não Estados.
- Conselho da União Europeia

Funções: Voz dos governos dos países UE, aprova a legislação e coordena as políticas em
matéria de segurança e política externa, etc., celebra acordos, aprova o orçamento da UE

Membros: ministros dos governos de cada país da UE, em função da matéria agendada

Presidente: a presidência é exercida rotativamente pelos países da UE, por períodos de 6


meses

Instituído em 1958 (como Conselho da Comunidade Económica Europeia)

Sede: Bruxelas (Bélgica)

- Parlamento Europeu

Funções: órgão da UE diretamente eleito, com responsabilidades legislativas, orçamentais e de


supervisão

Membros: 705 deputados (membros do Parlamento Europeu). É diretamente eleito pelos


cidadãos europeus de cinco em cinco anos. As últimas eleições tiveram lugar em maio de 2019.

Presidente: David-Maria Sassoli

Criado em 1952 como Assembleia Comum da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, 1962
como Parlamento Europeu, primeiras eleições diretas em 1979

Sede: Estrasburgo (França), Bruxelas (Bélgica), Luxemburgo (Luxemburgo)

Poderes de supervisão: exerce o controlo democrático de todas as instituições da EU e elege o


Presidente da Comissão e aprova a Comissão no seu todo, concede quitação (aprova a forma
como o orçamento da UE é gasto), examina as petições dos cidadãos, debate a política
monetária com o Banco Central Europeu. Poderes orçamentais: define o orçamento da UE,
juntamente com o Conselho

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