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Artigo 4.o
2. O mercado interno compreende um espaço sem fronteiras internas no qual a livre circulação
das mercadorias, das pessoas, dos serviços e dos capitais é assegurada de acordo com as
disposições dos Tratados.
2. O n.o 1 não se aplica às disposições fiscais, às relativas à livre circulação das pessoas e às
relativas aos direitos e interesses dos trabalhadores assalariados.
4. Se, após a adoção de uma medida de harmonização pelo Parlamento Europeu e o Conselho,
pelo Conselho ou pela Comissão, um Estado-Membro considerar necessário manter
disposições nacionais justificadas por exigências importantes a que se refere o artigo 36.o ou
relativas à proteção do meio de trabalho ou do ambiente, notificará a Comissão dessas
medidas, bem como das razões que motivam a sua manutenção.
5. Além disso, sem prejuízo do disposto no n.o 4, se, após a adoção de uma medida de
harmonização pelo Parlamento Europeu e o Conselho, pelo Conselho ou pela Comissão, um
Estado-Membro considerar necessário adotar disposições nacionais baseadas em novas provas
científicas relacionadas com a proteção do meio de trabalho ou do ambiente, motivadas por
qualquer problema específico desse Estado-Membro, que tenha surgido após a adoção da
referida medida de harmonização, notificará a Comissão das disposições previstas, bem como
dos motivos da sua adoção.
6. No prazo de seis meses a contar da data das notificações a que se referem os n.os 4 e 5, a
Comissão aprovará ou rejeitará as disposições nacionais em causa, depois de ter verificado que
não constituem um meio de discriminação arbitrária ou uma restrição dissimulada ao comércio
entre os Estados-Membros, nem um obstáculo ao funcionamento do mercado interno. Na
ausência de decisão da Comissão dentro do citado prazo, considera-se que as disposições
nacionais a que se referem os n.os 4 e 5 foram aprovadas. Se a complexidade da questão o
justificar, e não existindo perigo para a saúde humana, a Comissão pode notificar o respetivo
Estado-Membro de que o prazo previsto no presente número pode ser prorrogado por um
novo período de seis meses, no máximo.
10. As medidas de harmonização acima referidas compreenderão, nos casos adequados, uma
cláusula de salvaguarda que autorize os Estados-Membros a tomarem, por uma ou mais razões
não económicas previstas no artigo 36.o, medidas provisórias sujeitas a um processo de
controlo da União.
Se a Comissão considerar que um Estado-Membro não cumpriu qualquer das obrigações que
lhe incumbem por força dos Tratados, formulará um parecer fundamentado sobre o assunto,
após ter dado a esse Estado oportunidade de apresentar as suas observações. Se o Estado em
causa não proceder em conformidade com este parecer no prazo fixado pela Comissão, esta
pode recorrer ao Tribunal de Justiça da União Europeia.
3. Quando propuser uma ação no Tribunal ao abrigo do artigo 258.o, por considerar que o
Estado-Membro em causa não cumpriu a obrigação de comunicar as medidas de transposição
de uma diretiva adotada de acordo com um processo legislativo, a Comissão pode, se o
considerar adequado, indicar o montante da quantia fixa ou da sanção pecuniária compulsória,
a pagar por esse Estado, que considere adaptado às circunstâncias. Se o Tribunal declarar o
incumprimento, pode condenar o Estado-Membro em causa ao pagamentode uma quantia
fixa ou de uma sanção pecuniária compulsória, no limite do montante indicado pela Comissão.
A obrigação de pagamento produz efeitos na data estabelecida pelo Tribunal no seu acórdão.
Nos casos previstos no artigo 267.° do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, a
decisão do órgão jurisdicional nacional que suspenda a instância e que suscite a questão
perante o Tribunal de Justiça é a este notificada por iniciativa desse órgão. Esta decisão é em
seguida notificada, pelo secretário do Tribunal, às partes em causa, aos Estados-Membros e à
Comissão, bem como à instituição, órgão ou organismo da União que tiver adotado o ato cuja
validade ou interpretação é contestada. No prazo de dois meses a contar desta última
notificação, as partes, os Estados-Membros, a Comissão e, se for caso disso, a instituição,
órgão ou organismo da União que tiver adotado o ato cuja validade ou interpretação é
contestada tem o direito de apresentar ao Tribunal alegações ou observações escritas. Nos
casos previstos no artigo 267.° do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, a
decisão do órgão jurisdicional nacional é igualmente notificada pelo secretário do Tribunal aos
Estados partes no Acordo sobre o Espaço Económico Europeu que não sejam Estados-
Membros, bem como ao Órgão de Fiscalização da EFTA mencionado no referido Acordo, que
têm o direito de apresentar ao Tribunal alegações ou observações escritas, no prazo de dois
meses a contar da notificação e quando esteja em causa um dos domínios de aplicação desse
Acordo. No caso de um acordo em determinada matéria, celebrado pelo Conselho e um ou
mais Estados terceiros, prever que estes últimos têm a faculdade de apresentar memorandos
ou observações escritas quando um órgão jurisdicional de um Estado-Membro submeta ao
Tribunal de Justiça uma questão prejudicial sobre matéria do âmbito de aplicação do mesmo
acordo, a decisão do órgão jurisdicional nacional que contenha essa questão é igualmente
notificada aos Estados terceiros em causa que, no prazo de dois meses a contar da notificação,
podem apresentar ao Tribunal memorandos ou observações escritas.
Artigo 23.° -A
Tratado da UE
Artigo 4.o
- (81) Além disso, quando for impossível determinar com certeza a existência ou o alcance do
risco alegado devido à natureza insuficiente, não conclusiva ou imprecisa dos resultados dos
estudos levados a cabo, mas persista a probabilidade de um prejuízo real para a saúde pública
na hipótese de o risco se realizar, o princípio da precaução justifica a adoção de medidas
restritivas, sem prejuízo de as mesmas deverem ser não discriminatórias e objetivas (v.
acórdão Gowan Comércio Internacional e Serviços, n.º 78, supra, n.º 76 e jurisprudência
referida).
JURISPRUDÊNCIA
- Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, relativa à abolição das
mudanças de hora sazonais e que revoga a Diretiva 2000/84/CE, Bruxelas, 12.9.2018 “ (...) a
Comissão analisou os elementos factuais disponíveis, que apontam para a importância de
dispor de regras harmonizadas neste domínio à escala União, a fim de garantir o bom
funcionamento do mercado interno.”
- Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, relativa à abolição das
mudanças de hora sazonais e que revoga a Diretiva 2000/84/CE, Bruxelas, 12.9.2018 “(…)
permitir mudanças de hora não coordenadas entre os Estados-Membros seria prejudicial para
o mercado interno, em razão de custos mais elevados do comércio transfronteiras,
inconvenientes e possíveis perturbações nos transportes, nas comunicações e nas viagens e
menor produtividade no mercado interno de bens e serviços.”
- PROCESS0 C-617/10 (Tribunal de Justiça da União Europeia Fevereiro 26, 2013), para. 21.
“Uma vez que os direitos fundamentais garantidos pela Carta devem, por conseguinte, ser
respeitados quando uma regulamentação nacional se enquadra no âmbito de aplicação do
direito da União, não podem existir situações que estejam abrangidas pelo direito da União em
que os referidos direitos fundamentais não sejam aplicados. A aplicabilidade do direito da
União implica a aplicabilidade dos direitos fundamentais garantidos pela Carta.”
- Acórdão do processo C-628/15 (Tribunal de Justiça da União Europeia, setembro 14, 2017),
Para. 47: Cabe salientar, em primeiro lugar, que incumbe aos Estados-Membros,
designadamente por força do princípio da cooperação leal, enunciado no artigo 4.o, n.o 3,
primeiro parágrafo, TUE, assegurar, no respetivo território, a aplicação e o respeito do direito
da União e que, por força do artigo 4.o, n.o 3, segundo parágrafo, TUE, os Estados-Membros
adotam todas as medidas gerais ou específicas adequadas para garantir a execução das
obrigações decorrentes dos Tratados ou resultantes dos atos das instituições da União. Por
outro lado, o artigo 19.o, n.o 1, segundo parágrafo, TUE impõe aos Estados-Membros que
estabeleçam as vias de recurso necessárias para assegurar uma tutela jurisdicional efetiva nos
domínios abrangidos pelo direito da União.
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