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Direito da Uniã o Europeia

Resumos- 2º Semestre

1. Evoluçã o histó rica da UE


2. Natureza jurídica da UE- Federaçã o? /Realidade jurídica nova?
3. Ó rgã os da UE
a) Fontes- regulamentos e diretivos: TIJ
b) Aplicabilidade direta de Direito Europeu? Primado do Direito
Europeu (art. 8º nº4)
c) Direito da concorrência
4. Princípios fundamentais
5. Açã o Externa da EU: PESC

1. Evolução Histórica

O que é a União Europeia?


Trata-se de um sujeito de DIP;
Podemos perceber que haviam outros objetivos para alem da paz, são eles o
desenvolvimento económico e a possibilidade de comercialização entre os
países sem limite.

Na 1ºfase o principal objetivo da UE era atingir a paz;


A 2ºfase trata-se de uma fase de coesão/integração, aprofundamento,
integração da UE;
Numa 3ºfase: CEE- Comunidade Económica Europeia
- entrada de Portugal De pessoas;
- 4 liberdades- circulação De mercadorias;
De capitais;
De serviços;

Na 4ºfase (ano +/- 2000): União Política de Monetária

Federalismo Moeda única €


2. A natureza jurídica da União Europeia

O processo europeu é resultado de uma dinâmica entre a integração e a


cooperação que reside, exatamente, na constante “tensão dialética” entre a
integração e a interestadualidade, reafirmando que os princípios da integração
e do respeito pela identidade nacional dos Estados não se excluem, antes pelo
contrário, completam-se, como é típico do modelo de federalismo
cooperativo.
Este dualismo está bem vincado, em dois domínios distintos:
a) No plano legislativo, em que os regulamentos evidenciam as relações de
subordinação, enquanto as diretivas são atos cuja implementação
carece de cooperação estadual;
b) No plano jurisdicional, em que as relações entre o tribunal de justiça e os
tribunais nacionais são de cooperação, do mesmo modo, a
subsidiariedade enquanto princípio de atuação da União em relação aos
Estados membros torna evidentes as relações de cooperação.

Ao longo do processo de integração as competências das comunidades foram


dominadas pela lógica da especialidade e nos termos dos tratados a União
Europeia só tem as competências que lhe foram atribuídas pelos estados e que
constam especificadas nos tratados.
Assim, não obstante os avanços registados no sentido da afirmação da
natureza supranacional, a União Europeia não dispõe de poder constituinte,
uma vez que a revisão dos tratados continua a ser feita pelos Estados-
Membros.

Finalmente, existe então um argumento muito forte para negar a federação, o


qual resulta da circunstância de após o tratado de lisboa, os Estados-Membros
poderem sair da União Europeia (direito de secessão), o que esta a acontecer
com o Reino Unido (Brexit).

3. Órgãos da UE

I. Conselho europeu:
 Não está previsto nos tratados iniciais;
 Político e sem competências legislativas;
 Composição é feita através de chefes de estado dos estados membros,
presidente do conselho europeu, presidente da comissão europeia e a
alta representante para a PESC.
II. Conselho da União Europeia:
 Competências legislativas;
 Composição variável em função da matéria (órgão onde estão
representados todos os estados membros, a pessoa que representa o
estado membro varia conforme a matéria discutida);
 Votação: maioria qualificada 2/3- duplo critério: população e geografia.

III. Parlamento Europeu (PE):


 Eleito de 5 em 5 anos;
 Nr de eurodeputados: depende da população e território;
 Agrupados por famílias políticas (PPE, PSE, Liberais, Esquerdas
unidos);
 Função legislativa, fiscalizar, representação.

IV. Comissão Europeia:


 Órgão que visa defender o Direito Europeu, defende os tratados e
defende o princípio da integração;
 Tratados- Guardiã dos tratados;
 Política da integração;
 Composição: presidente (Juncker), 5 vice-presidentes: alta
representante para a PESC, comissários em razão da matéria (Carlos
Moeda);
 Legislativa- direito de iniciativa.

a) Fontes- regulamentos e diretivos: TJE


Integração/coesão (comissão
 Originários: -tratados europeia)
 Derivados: -órgãos legitimidade Estadual (conselho europeu da
-processo UE)
legislativo ordinário Democrática (eleito por sufrágio
direto e universal pelos povos da
UE- Parlamento europeu)
Tripla legitimidade de
órgãos: vigilância mútua e
poder/contrapoder

Em relação ao processo legislativo ordinário podemos dividi-lo em:


o Diretivos da UE- comissão, conselho da UE e Parlamento europeu
o Regulamentos
o Decisões- quadro
o Recomendações
o Jurisprudência T.J.E força criadora

b) Aplicabilidade direta de Direito Europeu? Primado do Direito


Europeu (art. 8º nº4)

Artigo 8º da CRP:
 Originários: tratados (art. 8 nº2)

“Órgãos competentes”
“Vigoram diretamente”
“Estabelecido nos tratados constitutivos”

 Derivados: regulamentos e diretivas (art. 8 nº3; art. 8 nº4)

Art. 8º nº4: Aplicáveis nos termos definidos pelo


Respeitam os
direito da União Europeia (regulamentos
UE- tratados princípios
e diretivas).
- instituições fundamentais do
estado de direito
Ex: lei- 2016
democrático. (art. 2º;
Diretivo-2017
art. 7º)
Qual vigora?
Depois de transposta é a diretiva.

A. Regulamentos
Características:
a) caracter geral e abstrato- confere direitos ou deveres a todas as
situações aplicáveis.
Exemplos: estados; empresas; indivíduos (aplicável a todas as
situações);
b) obrigatoriedade- sem necessidade de intervenção.
c) Visa- uniformizar as leis (aplicável na mesma norma).
d) Instrumento principal de integração europeia- comissão europeia.

B. Diretivos

a) Carater concreto- destinam-se a produzir normas jurídicas para uma


determinada matéria; vinculam os estados-membros a um resultado
concreto, deixando ao critério dos estados membros a forma e os meios
de o obter.
b) Obrigatoriedade depende de um ato posterior dos estados membros a
fixar a forma e os meios
Transposição (praticar um
ato formal jurídico posterior) Não basta que os órgãos aprovem

c) Aplicabilidade Direta?
Sim e não, depende da doutrina. Se é verdade que a diretiva ao contrário
do regulamento pratica um ato formal posterior.
 Comissão europeia- defende tratados; interesses comuns (logo vai fazer
queixa se um EM não cumprir os tratados originários, sendo aplicado
uma sanção económica).

d) Objetivo: harmonizar- contabilizar as leis.


e) Princípio do gradualismo ou do respeito pela identidade de cada EM-
conselho da UE- defende os interesses e dá tempo e autonomia aos
Estados (liberdade).

C. Quando a UE decide interpretar e aplicar os tratados


a) Visa aplicar aos tratados;
b) Obrigatoriedade;
c) Carater concreto;

c) Direito da Concorrência

Conceito: criou-se um espaço económico comum (ECC) com o principal


objetivo eliminar barreiras fiscais e alfandegárias existentes entre os vários EM
(eliminar as fronteiras).
4 liberdades: pessoas, bens, serviços, mercadorias e capitais- circulação.
Com isto houve: moeda única, maior coesão do ponto de vista político
(regulamentos europeus). + vezes os estados são condenados.
Necessita de regras que impeçam praticas abusivas, restritivas, limitativas ou
que distorcem a livre concorrência entre estados.
Princípio: economia social de mercado- baseado em leis da oferta e procura.

Objetivos:
1. Defesa do consumidor: + oferta; + qualidade; + inovação.
2. UE: consumo e produção- “ganho de escala”.
India

EUA + BRIC China + Canadá/ Austrália

Brasil Rússia
Muita população e muito território

 Fixar ou repartir preços e mercados entre si;


 Abusar de 1 posição dominante;
 Estados-membros (EM) prestam auxílios estatais que distorçam
(empresas inviáveis) a concorrência (PME’S- pequenas e medias
empresas).

Resumo:
o Princípios e regras fundamentais- dto europeu;
o Garantir um mercado livre e concorrencial;
o Baseado na economia social de mercado;
o Visa proteger consumidores e pequenas e medias empresas;
o Reforçando a competitividade das empresas europeias;
o Proibindo práticas que distorçam a concorrência.

Regras da concorrência:
o Proibição de acordo que restrinja ou limite a livre concorrência;
o Proibição de abuso da posição dominante;
o Proibição de função/ concentrações de empresas que distorçam a
concorrência;
o Proibição de apoios estatais legais.

Ver artigos 102º; 103º; 105º.

Aplicação do Direito da Concorrência:

Especificidade: exceção ao processo legislativo ordinário.


Pode ser aplicado em entidades europeias, e em entidades nacionais
(supervisão). Direta ou indiretamente todos os órgãos da UE têm competência
concorrente.

1) Parlamento europeu- fiscalização e denuncia; 2 comissões (ECON-


assuntos económicos e monetários; e INCO- mercado interno e das
consumidades).
2) Conselho europeu- definição de orientações gerais;

Concorrência

- nomeação do Comissário
Europeu da concorrência;
3) Conselho da União Europeia- ministro da finanças/ ministro da
economia- ECOFIM- legislativa;
4) Banco central europeu- financeira/bancária;
5) Tribunal de Justiça Europeu (TJE)- proferir sentenças e acórdãos,
sanções por violações das regras da concorrência; fixar jurisprudência;
6) Comissão- direito da iniciativa: processo legislativo, regras da
concorrência;
Supervisão: acordos entre EM; acordos entre EM/ empresas europeias;
emissão pareceres- fusões/ concentrações; autorização
excecionalmente EM (prestarem auxilio); recomendações/ pareceres de
solicitado- tratados nacionais;
Direção Geral da concorrência- DGON;

Ver art. 81º CRP al. d) e i)

4. Princípios Fundamentais
5. Ação externa da UE: PESC

Evolução histórica:
- Cooperação política europeia (Luxemburgo 1970);
- Tratado de Copenhaga (1973);
- Declaração de Londres (1981);
- Declaração de Estugardo (1983);
- Ato Único Europeu (1986);
- Tratado de Maastricht + Am + Nice;
- Tratado de Lisboa;

Objetivos: “voz única e diplomacia ativa”- princípio da solidariedade;

- Conflitos internacionais;
- Manutenção e estabilização da paz;
- Cooperação e afirmação da UE;

Recusa de exército único Europeu.

+ cooperação reforçada.

 Paz
 “voz única” - diplomacia ativa- + escala: conflitos internacionais;
cooperação internacional;
proteção fronteira interna e
externa.

+ tratados- LX

Alto representante PESC- inerência e


VP de comissão e membros do
a) Obrigações gerais: conselho europeu.
 Principio de lealdade e de solidariedade;
 Carta dos direitos fundamentais;

b) Obrigações concretas:
 Informação e consulta prévia- unilateral através da ONU
 Coordenação geral (NATO e G7)
 Posição conjunta em O.I a que pertençam- ONU
 Proteção diplomática e consular
 Repartição de custos

 Inter/governamentalidade- unanimidade (exceção ao método de decisão


europeu)

Conselho europeu- chefes de estado + Presidente de comissão ARPESC

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