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<Introdução - Evolução histórica da UE

Criação das comunidades europeias

Declaração Schumen – projeto de reconstrução e reorganização da Europa Ocidental

- O projeto europeu nasce na década de 50 com os objetivos de:

- garantir a paz na Europa

- procurar, através da liberalização das relações comerciais e económicas, garantir a estabilidade

- Nem suporta corrente unionista nem federalista, abrindo as portas para uma realidade atípica que são as comunidades europeias

MLD é um projeto que é um processo pois é realizado através de várias etapas, sendo evolutivo e incrementalista

Projeto europeu/ Processo de integração europeia – começa com as comunidades europeias:

- 6 EM originários das comunidades europeias - 3 do Benelux (Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo) + Alemanha + Itália + França

- Inicia-se com a assinatura e entrada em vigor do Tratado de Paris (1951) - criou a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e Aço)

- Tratado de Roma (1957) - criou a CEEA (Comunidade Europeia da Energia Atómica) e a CEE (Comunidade Económica Europeia)

- Comunidades europeias = metodologia de limitação /via de integração através da autolimitação voluntária das soberanias

- O objetivo da sua criação começou por ser de realização e cooperação económica (criar um mercado comum), que começou
pelo setor do aço e carvão (matérias-primas que alimentam a guerra)

- Elementos disruptivos relativamente ao padrão nacional e ao padrão societário: Soberania VS Integração

A existência de um Tribunal + Ideia de metodologia comunitária

Desde o Tratado de Paris, de jurisdição Ao integrarem estas comunidades, os Estados aceitam


obrigatória, cujas normas são vinculantes p/todos voluntariamente limitar os seus poderes de soberania e
os Estados, tendo de as aplicar internamente delegar esses poderes a órgãos q são comuns e q vão exercer
DISCUSSÃO
esses DOUTRINÁRIA
poderes em DIREITO
nome de COMUM
todos, por maioria e não
unanimidade
- Há profs que consideram que a expressão “dt comunitário” é um erro técnico-jurídico para designar dt da UE hj em dia

MLD n é um erro técnico-jurídico, poderá ser um problema de desatualização pq o dt da EU, no fundo, é um dt comunitário pq o
método em que a UE se baseia continua a ser o método comunitário // propõe Direito Euro-Comunitário

Criação da UE

Tratado de Maastricht – 1º Tratado de revisão comum

- Teve como fim a união politica e monetária (a união passa a ser um instrumento de integração n apenas económico)

- Alterou a designação das comunidades europeias, criando uma nova entidade: a União Europeia (3 comunidades subsistiram)

- A EU passa a existir como entidade politica e com objetivos/atribuições que vão p/alem das atribuições das comunidades

- A partir deste Tratado, o conjunto de normas comunitárias passam a designar-se como Direito Europeu

Revisão dos Tratados

Revisão dos Tratados = aperfeiçoamento do estatuto jurídico europeu = evolução do quadro institucional

Tratado de Maastricht // Tratado de Amsterdão // Tratado de Minsk // Constituição europeia (n vigorou) // Tratado de Lisboa

Alargamentos

1963 RUnido / Irlanda / Dinamarca 1981 Grécia 1986 PT e Espanha 1995 Áustria / Finlândia / Suécia
2004 Macro alargamento 10 Estados 2007 Bulgária / Roménia 2013 Croácia

2004 Macro alargamento - alteração do eixo - a Europa passou a estar + centrada geograficamente na Europa Central e do leste

- estes 10 novos Estados eram sobretudo países que estavam na órbita soviética/ do outro lado da cortina
de ferro e que, com a queda do muro de Berlim e o fim da URSS, se tornaram democracias e Estados de dt

4 etapas da integração europeia

1958-68 etapa da transição // 1969-92 etapa da idade adulta // 1993-09 etapa da idade futura

2010-hj etapa da idade pós-futura - etapa de aceleração da história em virtude das várias crises do século 21

Crises do século 21

- Com a entrada no século 21, a UE passou várias crises endógenas e exógenas:

2008 Crise financeira // 2010 problemas relativos à garantia da estabilidade do euro (esteve para acabar) // 2015 crise dos
refugiados com o êxodo para a Europa // 2020 crise pandémica // 2022 guerra na Ucrânia

Estrutura institucional da EU

- Desde a criação das comunidades europeias até TLisboa, a evolução do quadro institucional seguiu dois vetores:

- a unificação dos órgãos q permitiria um quadro institucional único, plural e flexível

- a necessidade de adequar/equilibrar os poderes levou à criação de novos órgãos c/competência e composição mt diferenciadas
q tornou o sistema institucional mt complexo

47TUE UE tem PJ própria

Características da estrutura

Complexa - atipicidade da estrutura, que é composta por várias estruturas orgânicas de decisão (instituições, órgãos, organismos)

- esta estrutura resulta direta ou indiretamente dos Tratados pois um dos corolários da Teoria dos Poderes Implícitos é a
possibilidade, no exercício do poder de auto-organização, de órgãos poderem criar eles próprios outros órgãos

Flexível - como X possível a revisão periódica dos tratados (processo difícil e solene), foram criados mecanismos de adaptação cujos
únicos limites são os Tratados ↓

295TFUE acordos interinstitucionais –


Estrutura institucional de base são celebrados entre várias instituições e
definem regras de colaboração entre
13TUE Instituições eles
A prática institucional
- Órgãos da UE + importantes

- Mutatis mutandis, correspondem àquilo que a CRP designa como órgãos de soberania

- Têm competência decisória exceto o TC

MLD Critério de distinção entre instituição e órgão

- X competência/autonomia decisória (há órgãos que têm competência decisória e n são instituições EX Comité das Regiões)

- √ centralidade politica (são os órgãos + importantes quer em termos decisórios quer p.ex de controlo como TC)

Órgãos

- Previstos nos Tratados ou criados através de atos de dt privado


- São estruturas orgânicas que não têm o estatuto de instituições e que podem ou não ter competência decisória

EX Comité das regiões / alto representante da UE p/politica externa

Organismos

- Correspondem a um conjunto heterogéneo de realidades institucionais

- Mts vezes estas realidades institucionais não estão previstas nem indiretamente nos Tratados (resultam de uma prática
institucional e necessidades q vão surgindo

EX Agências (administração indireta)

Quadro comum de funcionamento das instituições, órgãos e organismos – a Autonomia e Regime Linguístico

- A autonomia q caracteriza o estatuto das instituições de alguns órgãos da EU tem uma dupla aceção

→ Autonomia externa – resulta do grau de independência da própria EU na relação c/os EM e outras entidades, mercê da sua PJ

→ Autonomia interna

1ª manifestação - autonomia organizativa que se consubstancia no poder de auto-organização

232TFUE Parlamento Europeu

249/1TFUE Comissão Europeia

240/3TFUE Conselho → √ autonomia interna √ aprovam o respeito regulamento

303TFUE Comité EcoSocial Limites a esta autonomia: P do Equilíbrio Institucional + P da competência por atribuição

306TFUE Comité das Regiões

282/3TFUE Banco Central Europeu

2ª manifestação - prorrogativa de organização dos serviços, incluindo a criação de órgãos subsidiários

Fontes de legitimidade

Relação de coexistência entre estas 3 fontes principais de legitimação do poder politico na UE

Legitimidade intergovernamental Legitimidade democrática Legitimidade comunitária/integrativa


Conselho Europeu Parlamento Europeu (+comunitária) Comissão Europeia

Conselho da União Legitimidade distintiva pois desde Tribunal de Justiça


1979 q é eleito por sufrágio direto e
Banco Central Europeu
universal
Tribunal de Contas
Banco Central Europeu – legitimidade comunitária de natureza técnica ←
--- a sua criação baseia-se na
Tribunal de Contas – legitimidade comunitária de natureza imperativa e técnica representação orgânica de
interesses/objetivos específicos

Sistema de governo da UE

Sistema de governo: define-se por identificação dos órgãos c/competência decisória e pela relação q se estabelece entre eles

- O Tratado de Lisboa mudou o sistema de governo da EU, introduzindo importantes alterações na estrutura institucional da UE q
tiveram como causa redefinir o equilíbrio de poderes e a linha de coabitação entre as 3 fontes de legitimidade
2TUE estabelece-se o compromisso de respeitar o paradigma do Estado de dt – tem vários corolários, sendo que o relativo ao
sistema de governo exige um sistema q seja transparente, equilibrado, democrático na elaboração de normas e que respeite a
separação de poderes, de forma a prevenir eventuais arbitrariedades do executivo

X modelo clássico da separação tripartida de poderes de Montesquieu

√ modelo dicotómico da bipartição de poderes – fonte de inspiração foi o constitucionalismo britânico com a separação de poderes
em poder governativo (matters of policy) e poder judicial (matters of law)

Função politico decisória – PEuropeu / CEuropeu / Conselho / Comissão Europeia / Banco Central Europeu (define politica
monetária)

Função judicial – Tribunais de Justiça da UE

EX equilíbrio de poder no poder legislativo, só a Comissão pode apresentar propostas mas em contrapartida não decide

Princípios fundamentais da vinculação institucional

- A ação desenvolvida pelas estruturas orgânicas de decisão está limitada pela legalidade eurocomunitária

Principio do Equilíbrio Institucional

X consagração expressa mas 13/2TUE deve ser interpretado no sentido de o pressupor

295-1ªParteTFUE Reflexo deste principio - consagra a necessidade de respeito pelo disposto nos Tratados, máxime as regras
aplicáveis à repartição horizontal de competências

- É entendido como uma extensão do principio da Competência de Atribuição/Legalidade da Competência


Principio do Equilíbrio Institucional Principio da Competência de Atribuição

Diz respeito à dinâmica dos poderes


≠ Diz respeito à estática dos poderes

Traduz a ideia de respeito das relações interinstitucionais, Traduz a ideia de uma atuação limitada aos meios
devendo as instituições respeitar os jurídicos de ação previstos pelos Tratados
poderes/prerrogativas/ competências das outras
instituições

Funciona como garantia/reforço das prerrogativas de


participação de cada instituição no processo de decisão (n
basta à instituição reivindicar a titularidade de um poder
c/fundamento num Tratado, devendo ainda exercê-lo de
modo que n afete as prerrogativas das restantes
instituições)

Principio do Respeito pelo Acervo Eurocomunitário

20/4TFUE única referencia ao acervo comunitário

MLD como principio inerente ao método comunitário, n necessita de consagração textual p/ter relevância conformadora

- Consubstancia-se na ideia de que os EM aceitam, sem reserva, os Tratados, decisões e finalidades politicas da UE

Principio da Cooperação Leal/Fidelidade Comunitária (vários sentidos)

4/3TUE vincula EM e UE, que devem pautar o seu comportamento pelo respeito poe este principio

- Consubstancia-se na exigência básica de n contradição, no sentido de impor uma coerência de atuação traduzida na obrigação de
adotar os comportamentos que se mostrem + favoráveis ao cumprimento das obrigações previstas nos Tratados

- Procedimentos de decisão q envolvem cooperação institucional

294TFUE processo legislativo ordinário // 218TFUE conclusão de acordos internacionais // 314TFUE aprovação do orçamento da UE
Principio da Transparência

- Expressão do paralelismo assumido entre os procedimentos inerentes ao Estado de dt nos ordenamentos estaduais e os
procedimentos de uma União de dt

- Consubstancia-se no dt de acesso do publico aos documentos, sendo caracterizado como a expressão de um Principio da abertura

15TFUE abrange todos os procedimentos exceto os relativos à PESC

Disposições que impõem este Principio na PESC – 11/3TUE + 42CDF

Parlamento Europeu

Composição

14/2+3TUE é composto pelos representantes dos cidadãos da União, eleitos por sufrágio universal, direto, livre e secreto por um
mandato de 5 anos pelos cidadãos de todos os EM da UE (20/1TFUE)

22/2TFUE prevê o dt de qqr cidadão da UE eleger e ser eleito nas eleições p/PE

14/2TUE estabelece critérios que vinculam o CEuropeu em decisão sobre a matéria:

- a representação dos cidadãos é degressivamente proporcional (Principio da proporcionalidade degressiva)

- nenhum EM pode, c/independência do nº de cidadãos, ter + de 96 lugares e – de 6

Mandato de deputado europeu é de carater representativo, votando os deputados individualmente e n podendo receber ordens

Organização e Funcionamento

232TFUE como expressão do Principio da Autonomia Institucional q caracteriza o funcionamento das instituições, O PE estabeleceu
o seu regulamento interior, designado regimento interno (por analogia c/a tradição constitucional de funcionamento das
assembleias)

Grupos/Partidos políticos

- Os deputados estão agrupados por ideologias e afinidades politicas e não em função da nacionalidade

224TFUE PE e Conselho definem, em conjunto, o estatuto dos partidos políticos, incluindo as regras relativas ao seu financiamento

Mesa do Parlamento Europeu

- Presidente, 14 Vice-Presidentes e 5 Questores (estes sem dt de voto, competindo-lhes regular as questões financeiras e
administrativas

Secretário-Geral

- Dirige os serviços administrativos do PE e é nomeado pela mesa

Presidente

- Dirige as atividades parlamentares, desempenha importantes funções protocolares e de representação

314/9TFUE poder de declarar definitivamente adotado o orçamento da UE

297/1TFUE poder de assinar os atos legislativos de processo legislativo ordinário (conjuntamente c/Presidente do Conselho)

Deliberações

178RegimentoInterno Quórum é de 1/3 dos membros q compõem o PE

231TFUE regra geral de deliberação da maioria dos votos expressos

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