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RESUMO
O presente artigo tem por objetivo discutir o direito comunitário. O direito comunitário é
composto pelo o conjunto de normas jurídicas que regulam e disciplinam a organização e o
funcionamento das Comunidades Europeias e da União Europeia. O surgimento dos blocos
econômicos importou na necessidade da criação de um sistema de normas que os regulasse.
Esse sistema de normas foi denominado Direito Comunitário, sendo um sistema jurídico
autônomo, constituído de normas provenientes de determinadas fontes específicas,
ordenado por uma hierarquia de normas, sendo regido por dois princípios essenciais: o
princípio da integração e o princípio da primazia. O Direito Comunitário existente na União
Europeia é incorporado de forma congênita aos direitos nacionais. Destarte, inexiste no
Mercosul o verdadeiro direito comunitário, o que reina de forma absoluta é o direito
internacional público, regional, integracionista, vinculado ao fenômeno de recepção.
ABSTRACT
The purpose of this article is to discuss Community law. Community law consists of all the
legal rules governing and governing the organization and functioning of the European
Communities and the European Union. The emergence of the economic blocks implied the
need to create a system of norms that would regulate them. This system of norms was
denominated Community Law, being an autonomous legal system, constituted of norms
originating from certain specific sources, ordered by a hierarchy of norms, being governed
by two essential principles: the principle of the integration and the principle of the primacy.
Community law in the European Union is incorporated congenitally into national law.
Thus, there is no true Community law in Mercosur, which is absolute, public, regional and
integrationist international law, which is linked to the phenomenon of reception.
RESUMEN
1 INTRODUÇÃO
O Direito Comunitário originário identifica-se com as chamadas regras primárias e que são
aquelas que derivam dos Tratados constitutivos das Comunidades e restantes instrumentos
relativos ao alargamento e aprofundamento das Comunidades. A sua relevância interna
encontra-se prevista e regulada no art.º 8º, nº 2 da CRP e que determina a vigência do
sistema da recepção automática para as diversas disposições de natureza social previstas
pelos Tratados.
2 DESENVOLVIMENTO
Este vasto conjunto de normas jurídicas — todas elas normas de direito comunitário —
reparte-se entre aquelas cuja origem radica em acordos intergovernamentais estabelecidos
entre os Estados membros (as normas que constam dos Tratados comunitários, o chamado
direito comunitário originário) e os atos normativos que são produzidos pelas instituições
comunitárias, que para tanto foram habilitadas pelos Tratados (o chamado direito
comunitário derivado).
Deve-se esclarecer que a expressão fonte vem do latim fons, fontis, nascente, significando
tudo aquilo que origina, que produz algo. Assim, a expressão fontes do Direito indica,
desde logo, as formas pelas quais o Direito se manifesta.
As fontes do Direito Comunitário englobam não apenas sua tipologia formal, mas também
a jurisprudência que presta importante contribuição na delimitação de princípios e regras
comunitários. Dentre a tipologia normativa formal, a doutrina estabelece distinção de duas
categorias hierárquicas: direito comunitário originário e direito comunitário derivado. Os
tratados, anexos e atos que os alteram integram a primeira categoria. Os demais atos
adotados pelas instituições comunitárias compõem a segunda categoria. O direito
comunitário derivado é divido ainda em atos unilaterais e convencionais.
Como direito derivado pode-se mencionar as diretivas, que são orientações políticas gerais
que emanam da cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, os regulamentos, que são
normas de alcance geral e que implicam no exercício dos poderes legislativos comunitários,
diretamente aplicável sem necessidade de exequatur. As decisões previstas no direito
comunitário europeu não existem no Mercosul. As resoluções são as tomadas pelo Grupo
Mercado Comum e por consenso com quórum unânime. As recomendações podem ser atos
emanados do GMC ou dos subgrupos de trabalho ou de reuniões especializadas ad hoc. As
atas que seriam documentos que refletem as reuniões de todos os órgãos de governo do
Mercosul, com suas conclusões e podem chegar a conter normas jurídicas ou
recomendações. E, finalmente, a jurisprudência, que não é integrada e consolidada, pois é
formada pelo tribunal arbitral ad hoc previsto no protocolo de Brasília. Os acordos setoriais
de complementação firmados por empresários de distintos setores comerciais e industriais
ou de serviços ou pelas câmaras que os auxiliam e o direito consuetudinário, que não tem
previsão no Mercosul.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não há que se falar, portanto de Direito Comunitário do Mercosul, pois o verdadeiro direito
comunitário prescinde do mecanismo tradicional de incorporação. A pedra de toque do
Direito Comunitário é a primazia instaurada do Direito Comunitário sobre o nacional de
maneira direta, desvinculada, portanto do mecanismo clássico da recepção. O Direito
Comunitário existente na União Europeia é incorporado de forma congênita aos direitos
nacionais. Destarte, inexiste no Mercosul o verdadeiro direito comunitário, o que reina de
forma absoluta é o direito internacional público, regional, integracionista, vinculado ao
fenômeno de recepção.
4 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Elizabeth Accioly Pinto de. Mercosul & União Europeia – Estrutura
Jurídico- Institucional. Curitiba: Juruá Editora, 1996.
Federação (do latim: foederatio, de foedus: “liga, tratado, aliança”) ou Estado Federal é
um Estado composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo
próprio. Como regra geral, os estados ("estados federados") que se unem para constituir a
federação (o "Estado federal") são autônomos, isto é, possuem um conjunto de
competências ou prerrogativas garantidas pela constituição que não podem ser abolidas ou
alteradas de modo unilateral pelo governo central. Entretanto, apenas o Estado federal é
considerado soberano, inclusive para fins de direito internacional. Normalmente, apenas ele
possui personalidade internacional e os estados federados são reconhecidos pelo direito
internacional apenas na medida em que o respectivo Estado federal o autorizar.
O sistema político pelo qual vários estados se reúnem para formar um Estado federal, cada
um conservando sua autonomia, chama-se Estado federal, o que não se confunde com o
conceito de federalismo. De acordo com Liziero, [1] "O Estado federal é a forma de
organização política estatal característica de países nos quais houve o desenvolvimento do
federalismo a ponto de repercutir em seu direito constitucional". São exemplos de estados
federais a Alemanha, Argentina, Austrália, o Brasil, o Canadá, os Emirados Árabes Unidos,
a Índia, a Malásia, o México, a Nigéria, a Rússia, a Suíça, a Venezuela, e os Estados
Unidos, país que instituiu o federalismo moderno. Quanto à forma de Estado, as federações
contrapõem-se aos estados unitários e distinguem-se também das confederações.