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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Direito Comunitário

Segundo teste dia 07 de maio

Aula do dia 16/1COMERCIAL

NOÇÕES DO DIREITO COMUNITÁRIO

CONCEITO: O Direito Comunitário tem um conceito que abrange um conjunto de


normas provenientes de Tratados constitutivos da UMOA e UEMOA, as deliberações dos
respetivos órgãos e os seus protocolos adicionais.

- UMOA significa Organização Monetária Oeste Africana, foi fundada em 1962

-UEMOA significa Organização Económica e Monetária Oeste Africana, fundada em 10 de


janeiro de 1994 em Dakar capital do Senegal.

SISCOA- sistema contabilístico oeste africano.

O DIREITO COMUNITÁRIO- é uma ordem jurídica que lhe aplicam os princípios


estruturadores de toda ordem jurídica :

- fontes

-contenciosos

-interpretação

- integração de lacunas etc…

O DIREITO COMUNITÁRIO É FORMADO POR:

 Direito comunitário institucional e Direito comunitário material.

- Direito comunitário institucional que engloba os aspetos de estruturação das


comunidades ou seja o estatuto e as competências dos órgãos comunitários e as
relações entre a ordem jurídica comunitária e as ordens jurídicas dos Estados membros.

- O DIREITO COMUNITÁRIO MATERIAL:

Que é constituído pelas disposições dos tratados e pelos Atos adotados pelos órgãos
comunitários que regem ( disciplinam) as atividades que se incluem no campo de
aplicação dos Tratados.

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

AUTONOMIA CIENTIFICA , DIDÁTICA DO DIREITO COMUNITARIO:

O Direito Comunitário apesar de na sua génese (origem) ser Direito Internacional uma
vez que as comunidades são criadas por Tratado Internacional, acaba por se
autonomizar e adquirir caraterísticas especificas ……

O Direito Comunitário vive subsidiariamente do Direito Internacional (DIP).

A autonomia do Direito Comunitário pretende significar que a ordem jurídica


comunitária é diferente das nacionais ( NORMAS INTERNAS) apresentando regras e
princípios específicos.( porque o direito comunitário possui as próprias regras e princípios
diferentes dos das normas nacionais que existem nos Estados membros de uma
comunidade).

- DIREITO COMUNITÁRIO NA RELAÇÃO COM DIREITO PUBLICO- DIREITO PRIVADO

O Direito Comunitário não se enquadra bem na dicotomia (divisão em duas partes


contrárias e complementares)– do Direito Público ou Direito Privado uma vez que
algumas matérias fazem parte do Direito Público enquanto outras fazem parte do
Direito Privado.

- O Direito Comunitário é Direito Publico pois as próprias comunidades são sujeitos de


Direito Publico mas há certas áreas que fazem parte do Direito Privado, tais como: O
DIREITO DA CONCORENCIA, O DIREITO DA SOCIEDADE E O DIREITO COMERCIAL...( em
relação abertura de um banco nos Estados membros da comunidade é da competência
da união atribuir licença)

Direito comercial é mitigado isto é, não é só Direito Público e nem é só Direito Privado.

- AS CARTERISTICAS DO DIREITO COMUNITARIO

- o Direto Comunitário apresenta as seguintes caraterísticas :

 Aplicabilidade Direta;
 Efeito direto;
 A integração do direito comunitário nos Direitos internos (nacionais);

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 A COMPLEMENTARIEDADE DOS DIREITOS NACIONAIS RELATIVAMENTE AO


DIREITO COMUNITÁRIO;
 O PRIMADO DO DIREITO COMUNITÁRIO.

1ª- Aplicabilidade Direta- a aplicabilidade direta consiste em tais normas (normas


provenientes do tratado) se aplicarem aos Estados membros independentemente de
qualquer ato de receção nos Direitos Internos.

A norma é suscetível de aplicação imediata ( na data da sua entrada em vigor) nos


outros Estados membros da Comunidade, sem necessidade de qualquer ato por parte
do Estado. Por outro lado, não se pode impedir a vigência da norma no
ordenamento jurídico interno.

AS NORMAS COMUNITÁRIAS QUE GOZAM DE APLICABILIDADE DIRETA SÃO:

1. As Normas do regulamento Comunitário,


2. As Normas das Decisões comunitárias que não se dirigem aos Estados ou seja
que se dirigem aos particulares,

2ª Efeito direto- Consiste em tais normas serem fontes imediatas de direitos e


obrigações, podendo ser invocados no Tribunal.

DISTINÇÃO ENTRE EFEITO DIRETO E APLICABILIDADE DIRETA:

Em primeiro lugar há que distinguir o efeito direto da aplicabilidade direta. Enquanto a


aplicabilidade direta é a suscetibilidade de a norma jurídica comunitária vigorar na
ordem jurídica interna sem necessidade de transposições (mecanismo jurídico interno
de fazer encaixar a norma comunitária na ordem jurídica interna) o efeito direto é a
suscetibilidade que um particular tem para invocar no Tribunal uma norma comunitária
para afastar a norma nacional que lhe é desfavorável.

!!! Mestre isto não poria em causa a soberania dos estados membros mesmo sabendo
que com a integração na comunidade o Estado Aliena parte da sua soberania, mas isso
em relação a certas matérias.

A distinção entre Aplicabilidade direta e o Efeito direto faz sentido dado que há normas
comunitárias que não dispõem de aplicabilidade direta ( AS DIRETIVAS COMUNITARIAS)
mas mesmo assim são invocáveis no Tribunal nacional.

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Que efeito uma diretiva comunitária poderia ter se não for alvo de transposição caso for
invocado no tribunal nacional por um particular??

FUNDAMENTO (ou razão de ser) DO EFEITO DIRETO.

O fundamento do efeito direto é de assegurar o primado ( prevalência) do Direito


Comunitario sobre a ordem jurídica Estadual e, do modo geral, garantir a Uniformidade
(igualdade perante a lei) na aplicação do Direito Comunitário.

A TEORIA DO EFEITO DIRETO fundamenta-se numa interpretação GLOBAL DO TRATADO.

-EFEITO DIRETO VERTICAL E EFEITO DIRETO HORIZONTAL:

O efeito direto vertical- é a possibilidade de o particular invocar no Tribunal nacional a


norma comunitária contra qualquer autoridade publica.

O efeito direto horizontal- é a possibilidade de o particular invocar a norma


comunitária no tribunal nacional contra qualquer outro particular.

3ª A INTEGRAÇÃO DO DIREITO COMUNITÁRIO NOS DIREITOS INTERNOS


( NACIONAIS):

- a integração do Direito Comunitário nos Direitos internos ou nacionais decorre do facto


de os sujeitos da ordem jurídica comunitária não serem apenas os Estados membros
mas também os seus nacionais.

 4ª A COMPLEMENTARIDADE DOS DIREITOS NACIONAIS RELATIVAMENTE AO


DIREITO COMUNITÁRIO:

- A complementaridade dos direitos nacionais relativamente ao direito comunitário


resulta essencialmente do carater incompleto caraterística deste (DIREITO
COMUNITARIO). Esta complementaridade reflete-se em inúmeros aspetos:

- o Tribunal recorre na interpretação e na aplicação do Direito Comunitário aos


PRINCÍPIOS COMUNS às ordens jurídicas dos Estados membros.

- a execução das decisões do Tribunal das Comunidades cabe aos Estados membros
segundo as regras nacionais respetivas.

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

-São habituais as remissões do Direito Comunitário para as ordens jurídicas nacionais


especialmente em matéria de LIVRE- CIRCULAÇÃO DE TRABALHADORES E DO direito DE
ESTABELICIMENTO (direito de criar empresas).

5ª O PRIMADO DO DIREITO COMUNITÁRIO:

- o primado do Direito comunitário sobre todos e cada um dos direitos dos Estados
membros da comunidade é essencial, absoluto, incondicional, (Sine qua non) uma
verdadeira exigência existencial das comunidades.

A força executiva do Direito comunitário não pode, com efeito variar de um Estado para
outro em resultado de legislação internas ulteriores, sem colocar em perigo a realização
dos fins dos Tratados nem provocar uma discriminação.

A transferência operada (realizada) pelos Estados da ordem jurídica da comunidade e


sua ordem jurídica interna em proveito, ( beneficio) da ordem jurídica comunitária dos
direitos e obrigações correspondentes às disposições dos Tratados, implica assim uma
limitação definitiva dos seus direitos soberanos, contra a qual, não pode prevalecer
um ato unilateral, ulterior ou incompatível com a noção da comunidade .

PoQde dizer-se que do ponto do Tribunal das comunidades, o primado do Direito


Comunitário não está expressamente consagrado. – Por demasiado obvio em nenhuma
disposição dos Tratados resulta da própria natureza das comunidades criadas porque
era da autolimitação dos poderes soberanos dos Estados membros ao transferirem para
aquelas algumas das suas competências porque a autolimitação da soberania foi
reciproca e concertada, questionar o primado do Direito Comunitário sobre os
direitos nacionais é ameaçar a sobrevivência das comunidades.

o princípio do primado do Direito Comunitário comporta um resultado de diversa


importância:

- A norma Nacional que contrariar a regra comunitária é inaplicável. Este princípio da


Primazia do Direito Comunitário sobre o Direito interno, aliás direito nacional, dos
Estados membros da comunidade é expresso no art.º 6º do Tratado da UEMOA.

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Nota: os atos praticados pelos órgãos da União para realização dos objetivos do
presente Tratado e em conformidade com as regras e procedimento por este instituídos
(acordos são aplicados em cada Estado membro, não obstante toda legislação
comunitária anterior ou posterior).

EX. Nos domínios Económicos, fiscais e de contas.

AS RELAÇÕES ENTRE O DIREITO COMUNITÁRIO COM OUTROS RAMOS DE DIREITO

- DIREITO COMUNITÁRIO COM DIREITO INTERNACIONAL- as comunidades foram


instituídas por Tratados aos quais se aplicam o Direito internacional.

- DIREITO COMUNITÁRIO COM O DIREITO ADMINISTRATIVO- o Direito Administrativo é


o grande inspirador do Direito comunitário nomeadamente da Diretiva comunitária
( poder discricionário ) e da decisão comunitária bem como de alguns princípios da
ordem jurídica comunitária.

o contencioso administrativo inspira o contencioso comunitário.

A DIRETIVA COMUNITÁRIA nº 3/ 2007 ( Harmonização de currículo Escolar no espaço da


UEMOA/ CEDEAO).

Obs.: competência- conjunto de poderes funcionais;

Desvio de poderes- no ámbito da sua competência mas não atingiu a sua


finalidade.

No nosso caso, o contencioso administrativo é apreciado pelo tribunal regional de


Bissau.

- DIREITO COMUNITÁRIO COM O DIREITO CONSTITUCIONAL- Os Tratados são a


constituição das comunidades, não no sentido de constituição do Estado mas no
sentido de que os Tratados contêm os princípios informadores da ordem jurídica
comunitária (como tal faz a constituição a nível interno) a competência do Tribunal das
comunidades é inspirada na competência de Tribunais constitucionais.

Aula do dia 29/10/2018

Atenção!! Para exames

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1. PRINCÍPIOS DO DIREITO COMUNITÁRIO: Aspestos gerais

O Dieito comunitário contém oito princípios são eles:

 Princípio da i

a. Principio da igualdade - este principio proíbe o tratamento desigual em razão da


nacionaldade.

b. O princípio da liberadade- o princípio da liberdade não expressamente formulado


nos tratados determina que o direito comunitário deve ser interpretado da forma mais
favorável às liberdades garantidas pelos tratados (ou, o mesmo é dizer que, as
limitações a estas liberdades devem ser interpretadas restritivamente).

C. O principio da solidariedade ou lealdade comunitária ?( art 7º Tratado da UEMOA)


- este princípio afirma que os Estados membros não devem, a mesmo tempo que se
aproveitam das vantagens da integração comunitária, sobrepor o seu conceito de
interesse nacional à satisfação dos encargos decorrentes de tal integração- este princípio
decorre da igualdade dos Estados membros face ao direito comunitário, que determina
uma equilibrada distribuição das vantagens e encargos resultantes da integração.

-Conteudo deste princípio

Conteúdo positivo- os Estados devem adotar todas as medidas necessarias ao


cumprimento do Direito comunitário.

Conteúdo negativo- Os Estados devem abster-se de praticar atos que ponham em


causa o Direito comunitário.

d. O princípio da unidade ou o da uniformidade - este princípio impõe a


interpretação e aplicação uniforme do Direito comunitário em todo o território dos
Estados membros no sentido mais favorável à construção de um verdadeiro mercado
único ou mercado comum (mercado sem fronteiras).

Este princípio tem que ver apenas com a preocupacão da construção de um verdadeiro
mercado sem fronteiras ou também abrange outras realidades???

MEIOS (formas) DE ASSEGURAR O PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE:

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1. Princípio do primado- prevalência do direito comunitário sobre todo o direito


nacional é uma forma de assegurar a uniformidade na medida em que a legislação
nacional divergente é afastada pelo direito comunitário.

2. Princípio da aplicabilidade direta- a suscetibilidade de o direito comunitário se


aplicar sem necessidade de qualquer ato de transposição nacional também contribui
para uma aplicação idêntica do direito comunitário nos Estados membros .

3. princípio do efeito direto- a susceptibilidade de um particular invocar uma norma


comunitária independentemente da sua transposição vai implicar uma aplicação
uniforme do direito comunitário.

4. A harmonização das ordens jurídicas nacionais com a ordem jurídica comunitária

a harmonização das legislações contribui para a uniformidade do direito. Também é um


dos objetivos da organização comunitária como ex. HOADA

Aula do dia 30/10/2018

e. Princípio do adquerido comunitário- as instituições comunitárias defendem que a


adesão às comunidades implica a aceitação de todo o Direito Comunitário no estádio
(fase) em que se encontra de momento. Os Estados que aderem às comunidades
devem respeitar todo o Direito comunitário preexistente: - O Direito Comunitário
originário.

O direito comunitário derivado.

-Os acordos internacionais de que a comunidade é parte;

- os Estados devem respeitar ainda todas as decisões políticas tomadas até às suas
adesões.

Exceção à este princípio: período Transitório

Para Estado poder se adaptar as realidades da comunidade.... (Língua, produção


legislativa interna para se harmonizar com a da comunidade).

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Será que durante o período transitório o particular pode invocar uma norma do Direito
comunitário que lhe é favorável em detrimento duma norma do direito nacional
desfavorável.

f. O princípio de equilíbrio institucional- o princípio do equilíbrio institucional significa


que a distribuição de competências não é casual, ou seja, existe uma certa separação
de poderes que vai conduzir a um equilíbrio. Isto implica que cada órgão comunitário
deve exercer as competências que lhe estão atribuídas pelo Tratado.

g. Princípio da subsidiariedade- o princípio da subsidiariedade é um princípio regulador


do exercício das atribuições e competências comunitárias. A comunidade intervém
apenas se e na medida em que os objetivos da ação encarrada não possam ser
suficientemente realizados pelos Estados membros, e possam pois, devido à dimensao
ou aos efeitos da acao prevista, ser melhor alcançados ao nivel comunitario. O princípio
pode aplicar-se sempre que se verifique uma situação em que duas entidades de niveis
diferentes sejam potencialmente aptas para desempenhar uma mesma tarefa, ou seja,
o princípio deve aplicar-se sempre que exista uma repartição horizontal e vertical de
atribuições e competências entre entidades superiores e inferiores. Atualmente o
princípio é definido como visando confiar as competências das instituições políticas a
um nível de decisão que assegure o máximo de eficácia da decisão por referência ao
objetivo pretendido ( criterio de eficacia) ou ao nivel mais próximo do cidadão (criterio
democrático).

O principio da subsidiariedade só se aplica às atribuições e competências


comunitárias concorrentes, o que exclui à partida a sua aplicação às atribuições e
competências exclusivas da comunidade ( ex. Politica monetaria e de credito) , bem
como às atribuicoes e competencias reservadas aos Estados membros.

h. O PRINCIPIO DA COESÃO ECONOMICA E SOCIAL- a coesao economica e social foi o


preço (custo) que os Estados mais favorecidos tiveram de pagar pela liberalização
(abertura) do mercado como são eles que mais contribuem para o orçamento
comunitario, indiretamente acabam por financiar as ações comunitarias nos Estados
membros menos favorecidos. Mas, por outro lado, são eles que maiores vantagens vão
retirar do mercado interno, pois detêm infrastruturas economicas melhores preparadas
para tal.

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Aula do dia 05/11/2018

NOAV

EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO ECONOMICA SUB REGIONAL

- A COMUNIDADE ECONOMICA DOS ESTADOS DA AFRICA OCIDENTAL ( CEDEAO)

- O Tratado constitutivo a CEDEAO foi assinado a 28 de maio em 1975 em Lagos. É o


mais importante Tratado assinado em Africa do Oeste. O Tratado da CEDEAO foi revisto
em julho de 1993 na cimeira dos chefes dos Estados e do governo realizada em
Cotounoun( Benin).

A Comunidade reagrupa 15 Estados da região.

As diferenças Economicas na CEDEAO são acentuadas por diferenças culturais, historicas


e politicas. Os laços coloniais com diferentes potencias colonizadoras estão na origem
da existencia de 3 linguas diferentes: o francês, Inglês e Português.

Diferentes moedas e estruturas administrativas publicas.

O objetivo da comunidade é de promover a cooperaçao e o desenvolvimento em todos


os dominios de atividade economica com o objetivo de elevar o nivel de vida das suas
populaçoes, manter a estabilidade economica e o desenvolvimento do continente
africano.

Tambem tem como objetivo a promoçao de integraçao, atraves do estabelicimento de


uma uniao economica de africa ocidental.

Entre os objetivos da CEDEAO seria a adoçao de uma politica comercial comum em


relaçao aos países terceiros. A supressão entre os Estados membros, dos obstaculos a
livre circulaçao das pessoas, bens, serviços, capitais, bem como a harmonizaçao
necessaria ao bom funcionamento de uma politica monetaria comum. Pretende- se
com isso a constituiçao de um vasto mercado comum oeste africano e a criaçao de
uma uniao monetaria que favoreça o crescimento economico e o desenvolvimento da
africa do Oeste.

Aula do dia 06/11/18

NOAV

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

UNIÃO EUROPEIA

- Aspectos historicos

- A historia da integraçao europeia é uma historia recente: começou logo após o termo
do segundo conflito mundial. É em 1946 que Sir WINSTON CHURCHILL profere o celebre
" discurso de Zurique" lançando a ideia de " uma especie de Estados unidos de Europa"
em 1947 a guerra "Fria" dá os seus primeiros passos com a consilidaçao dos dois blocos
geopoliticos. Desencadeia-se Plano MARCHAL e no ano seguinte são criadas a
organizaçao europeia de cooperaçao economica (OCECE) para gerir os fundos destinados
a concretizçao daquele Plano, e a União da Europa ocidental. Entretanto a ideia de
integraçao encontra-se no francês JEAN MONET. Inspirado nas suas ideias o ministro dos
negocios estrangeiro de então francês ROBERT SCHUMAN, torna publico em discurso
proferido no dia 9 de maio de 1950, o Plano que haveria de ficar ligado ao seu nome.
No Plano Robert Schuma, propunha se que o carvão e o Aço produzidos pela frança
pela Alemanha federal e pelos demais países europeios ineteressados fossem colocados
em comum sob o controlo de uma alta autoridadeautoridade.

O plano R S apresentava, claramente, dois objetivos:

- um objetivo politico, a pacificaçao Franco- Alemã ( curto prazo) com vista ao


lançamento das bases da futura federaçao europeia ( longo prazo)

- um objetivo Economico ja que a reconstruçao europeia exigia uma rapida recuperçao


do sector metalurgico. O plano Schuman foi concebido com entusiasmo na europa
ocidental. Em 20 de junho de 1950 começam as negociaçoes. Pouco depois em 1 de
agosto do mesmo ano, a assembleia construtiva do Conselho de Europa propoe a
criaçao de uma comunidade europeia de defesa( CED).

Tratava- se de criar um exercito europeio, sob comando unificado de um ministro


europeio de defesa. Em 18 de abril de 1951 é assinado em paris o tratado que institui a
comunidade europeia do Carvao e do Aço (CECA). Subescrevem-no a França, Italia,
Alemanha federal, Belgica,Holanda e luxemburgo. O primeiro passo efetivo na historia
ba integração europeia estava dado.

Em 25 de Março de 1957 foram assinados em Roma os Tratados que criam a


Comunidade Economica Europeia (CE) e de uma organizacao setorial- a comunidae
Europeia de Eneriga Atômica, conhecida por EUROTOM.

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

AULA DO DIA 12/11/2018

Estava dado o segundo grande passo no processo de integraçao, consolidandando-se"

europa dos 6"(tratado de paris).

Em 4 de jan3iro de 1960, é assinado em Estocolmo a conveçao que cria a associaçao

europeia de comercio livre( EFTA), formada pelo reino unido, portugal, suecia, Austria,

Dinamarca, Neruegue e Suiça.em 1967, o reino unido renova o seu pedido de adesao á

uniao europeia:pedido que confronta com a posiçao de De Goulle, firmime convencido

que os ingleses pretender entrar nas comunidades para melhor as destruirem.Em

resultado de um referendo mal sucedido, o general De goulle afastace do poder.

O presedente Georges ponpidoi, que lhe sucede, é menos desconfiado relativamente as

inteçoes britanicas.

Em resultado, da reuniao dos chefes dos estados e do governo teve lugar em aia, de 1 a

2 de dezemnro de 1969, aprova á adesao do reino unido, da Irlanda, de Dinamarca e da

nuruega.é o primeiro alargamento das comunidade que está a vista.Mais quando nao

haveria de chegar ao fim sem que os defensores da integracao conheçam um novo

precalso:os Nerogeuses, pronunciando-se atraves do referendo, recusam entegraçao do

seu pais na comunidades "europa dos 6"tornava-se "europa dos 9"concretizada em 1973.

O tratado de adesao da grecia é assinado em atenas de 28 de maio de 1979,

concretizando-se efetiva entegraçao em 1 de janeiro de 1981 (2 alargamento)

"Europa do 10"dprou ate 1 de janeiro de 1986, altura em que cedeu o lugar a nova

"europa dos 12", merce da entegraçao de Portugal e Espanha, cujos tratados de adesao

foram assinidos, respetivamente, em lisnoa e Madrid em 12 de junho 1985.

Em 7 de janeiro de 1992, assinou-se em Maastricht, o tratado que institui a uniao

europeia.

Mais tarde, concretamente em Janeiro de 1995, em resultado dos tratados de adesao


do ano anterior, a Austria, Suecia e Filandia passaram a fazer parte da uniao europeia
(designaçao que, de 1993, em diante, substitui a de comunidade) constituida apartir de

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

entao o 15 estados membros. Em maio de 1998, constitui verdadeiramente, a data


histórica do lançamento da uniao economica e monetaria.com base na recpmemdaçao
do conselho"economia e finanças ecofin" e em resultado de parecer do Parlamento
europeu, o conselho, reunido anivel dos chefes dos estados e de governo, decidiu, por
unamidade, que os 11 estados membros, no, nomeadamente a Bélgica,alemanha,
Espanha, frança, irlandia, italia, lucherbungo,paises de baixo, austria, portugal e
Filandia, respeitavam as condiçoes necessarias para a adoçao da moeda unica em 1 de
janeiro de 1999.

AULA DO DIA 13/11/2018

- Em maio de 2004, a UE viu-se alargada a 25 Estados, com a adesão dos Estados do


Báltico(Estonia, Letonia e Lituania) 4 país de Europa central ( Eslovaquia, Hungria,
polonia e Republica Checa), um Estado que fazia parte da antiga Cheguslavia
( eslovenia) Ainda dois Paises do Medirltaranio( chipre e Malta).

Em 1 de Janeiro de 2007, com entrada da Bulgaria e Romenia a UE Passou a ser


constituida por 27 Estados.

Em 1 de julho de 2013 a Croacia torna-se 28º.

Em 24 /6/2016, o reino unido atraves do Referendum retira - se da UE. A UE atua atraves


do sistema de Instituições supranacionais independentes e de Decisões
intergovernamentais nogociadas entre os Estados membros.

MERCOSUL- NOAV

ASPETOS HISTORICOS

O Tratado de Assunção (que estabeleceu o.mercado comum do sul a 26/03/1991, entre


o Brasil, Argentina, O Paraguai e o Uruguai, que entrou em vigor em 29/11/1991.

O Mercosul representa um espaço Econômico na América d sul, que envolve alguns


setores estratégicos, nomeadamente a Agro-Industria, em vertude dos paises integrados
terem uma importante base agrícola, que constitui uma vantagens comercial a nivel
internacional. Em 17/12/1994 , foi assinado o protocolo de OURO PRETO, (Brasil) que dá

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

personalidade juridica internacional ao mercosul e define a sua estrutura institucional.


Em 1/01/1995, entrou em vigor a União Aduaneira do Mercsul( é uma zona de livre
comercio com a harmonizaçao de politica comercial em relaçao aos países terceiros, o
que implica uma pauta extrior comum).

De 30/06/1991 a 31/12/1994, foi uma zona de livre comercio, constituindo o chamado


periodo de transicão. Apartir de 1/01/1995 o Mercosul passou a ter uma mesma Tarifa
exterior Comum, demonstrando o compromisso politico dos países com o Mercosul, já
que srndo comum só de comum acordo poderia ser alterada.

A construção do Mercado comum, ultrapassada a fase de livre comercio e instituida a


União aduaneira que se deveria aperfeiçoar para outras fases de integraçã. Muitos sul
americanos vêm o Mercosul como uma influência dos EUA na região.

ZONA FRANCO

Generalidades

O SISTEMA MONETÁRIO FRANCO-Africano

- A Zona Franco, é uma zona monetaria que é alem disto um espço de utilização de
uma mesma moeda. A zona franco é um vedardeiro sistema que se baseia em regras
fundamentadas e nos principios bem estabelecidos e aceites pelos países em termos de
um acordo ratificado por todos.

O sistema monetário franco-africano é em primeiro lugar um sistema de cambios, no


seio do qual a estabilidade é perfeita. E é o duplamente porque os oito(8) Paises
africanos têm a mesma moeda.

O Franco CFA, e porque esse franco CFA é igual, desde a quarenta anso(40) a dois
centimo(2) francês.

- Houve desvalorização em 1948, 1958 e no dia 12/01/1994.

O franco CFA foi instituida no dia 26/12/1945. Nesta altura o franco CFA significava "
franco das colonias francesas de africa", em 1958 passou a ser chamado " o franco da
comunidade francesa de africa", hoje, o franco CFA significa " franco da comunidade
financeira da africa" para os paises da UEMOA, e franco da cooperaçao financeira da

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

africa para os paises da comunidade economica monetaria da Africa Central (CEMAC)


P/ex.: congo brazaville, Gabon, Guiné equatorial, RCA, Tchad e Camarões).

O Sistema Monetaria franco africano é tambem um sistema de pagamento que se baseia


numa convertibilidade total do franco CFA. O sistema Monetaria franco africano é
finalmente um sistema de creditos que se enraiza numa dupla solidariedade.

A CONTA de OPERAÇÕES não está aberta a todos os Estados mas sim aos bancos
centrais. O seu Saldo resulta portanto, das posições excedentarias de certos países e das
posições deficitarias dos outros. Todos se financiam mutuamente, e da mesma forma, a
conta de operações , quando está credora, representa uma cessação pelos Estados
africanos das suas reservas a frança; quando está devedora, representa credito
consentido pela frança aos países africanos.

Aula do dia 20/11/2018

A COOPERAÇÃO MONETÁRIA: A UNIÃO MONETÁRIA OESTE AFRICANA (UMOA)

2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS, O TRATADO CONSTITUTIVO, A REFORMA DO


TRATADO E OS ESTATUTOS DE BCEAO

Historicamente, a Uniao Monetaria oeste africana (UMOA) foi instituida pelo Tratado de
12 de maio de 1962, ao qual foram anexados os Estatutos do Banco Central dos
Estados de Africa ocidental. Os membros constitutivos ou originarios da UMOA, foram:
COSTA DE MARFIM, BENIN, (EX. DAHOMEY) BRUKINA FASO ( ALTO VOLTA) , A
MAURITANIA, NIGER E O SENEGAL. O processo de integração monetária, conheceu a sua
reforma com a assinatura do novo Tratado, concluido a 14 de novembro de 1973
constituindo a UMOA e aos novos estatutos de BCEAO. Este Tratado representa a versão
ocidental da zona da comunidade financeira africana cfa onde opera atualmente no
dominio monetario os 8 estados membros da UMOA.

Pode ser definada como um espaço monetario omogenio no qual os estados


membros são levados a adotar uma politica comum no que concerne a moeda e o
credito, assim como a regulamentação Uniforme em materia monetaria e Bancaria.

Após 10 anos de funcionamento do BCEAO tornou se necessario adaptar a politica e as


estruturas das monetarias da Uniaoàs necessidades de desenvolvimento economico dos

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Estados membros e a evolução da situação internacional. Nesta otica, apartir de 1972 , o


conselho da união confiou o estudo da reforma das instituiçoes monetarias a um comité
composto pelos ministros das finanças dos Estados membros. A reforma foi realizada no
seio da UMOA em 1973 e obdecia a varios obejtivos:

- assegurar uma participaçao mais ativa da politica monetaria para o desenvolvimento e


a integraçao dos Estados membros;

- promover a africanização da gestão do instituto da emissão ( banco emissor)

- permitir ao banco central exercer mais eficazmente as suas funçoes, realizando uma
maior descentralzacao das suas atividades em proveito das agencias e dos comités
nacionais de Credito.

Essas orientaçoes levaram a uma reforma compeleta do conjunto dos textos que regiam
as instituiçoes, as politicas e o modo de funcionamento da uniao monetaria.

UNIAO ECONOMICA E MONETARIA OESTE AFRICANA- UEMOA

2.GENERALIDADES, TRATADO CONSTITUTIVO, O ALARGAMENTO E A ADESÃO DA


GUINÉ- BISSAU

A uniao economica e monetaria oeste africana uemoa foi criada pelo TRATADO assinado
em Dakar, Republica do senegal a 10/de janeiro de 1994 pelos chefes de Estado e do
Governo dos 7 paises da africa do oeste que vinham usando uma moeda comum, o
franco da Comunidade financeira africana. O referido TRATADO entrou em vigor a 1 de
Agosto de 1994, apos ratificação pelos estados membros. Este ato vinha concretizar a
vontade manifestada a longa data pelas autoridades da união de reforçar a comunidade
da moeda por uma coordenação das suas politicas.

O processo que em 1990 foi bem conduzido graças a vontade conjugada das
autoridades políticas e monetárias da união. Com efeito, os chefes de Estado
mandataram o governador de BCEao para lhes propor uma estrategia de reforço da
integracao economica dos Estados membros, explorando as expriencias da sua
comunidade monetaria e que fosse suscetivel de contribuir para o relance do processo
da integraçao sub- regional.

16
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Concebido como um complemento do TRATADO da UMOA, o TRATADO da


UEMOA consagra o principio para os Estados membros, de uma transferencia explicita
de soberania, em proveito de instituiçoes comuns supranacionais.

Em maio de 1997 a Guiné-Bissau aderiu à uniao constituindo se no seu oitavo Estado


membro. Antes da criação da UEMOA ja os Sete Estados constituintes se tinham
agrupado numa outra organização de carater meramente monetaria por usarem uma
moeda unica com paridade fixa relativamente ao franco frances por forma a obter
convertibilidade intenacional. Esta org denominava se UMOA. Precisamente em
decorencia da desvalorizacao do franco cfa na ordem de cinquenta porcento a 12 de
janeiro de 1994 face a.moeda francesa, por razaos atinentes aos desequilíbrios econ e
cambiais. Dai a frança e os paises da UMOA decidiram avançar para uma fase de
integração mais desenvolvida, que possibilitasse uma maior coordenação de
politicas económicas, por forma a sustentar a moeda unica e assim criar o
mercado comum baseado na livre circulação de pessoas, bens, serviços , capitais e
no Direito de estabelicimento de pessoas que exercem atividade independente ou
assalariada. A institucionalização de uma tarifa exterior comum e adoção de uma
mesma política comercial entre os Estados membros.

Diversas fases da integração econômica

Aspetos gerais:

A expressão integração econômica passou a ser usada mais especificamente para


designar uma situação ou um processo envolvendo a combinação de economias
separadas em regiões econômicas mais alargadas, e é neste sentido mais limitado que
em geral esta expressão se emprega hoje.

A integração econômica pode tomar várias fases que podem ser classificadas segundo o
grau de envolvimento das economias participantes, entre si, se torne cada vez maior. É
inegável que a intensificação do comercio internacional é simultaneamente causa e
efeito da eliminação de entraves às trocas. Valorizando a vantagem comparativo de
cada país na produção de certos bens, estimulando a especialização produtiva,
favorecendo a divisão internacional do trabalho e gerando inter dependência crescente,

17
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

a liberalização do comercio contrubui, sem duvida, para a integração espontânea da


economia internacional.

Esta integração pode, no entanto, ser o resultado de um processo deliberadamente


desencadeado com base num acordo internacional que eliminando restrições
quantitativas e barreiras alfândegarias as trocas comerciais, completa o sistema de
integração funcional dos mercados com formulas instituicionais que permitam orientar,
disciplinar impulsionar e aprofundar o processo de integração.

Tais fórmulas, correspodentes a fases ou estádios mais ou menos dinâmicos da


integração econômica, reconduzem-se, essêncilmente às seguintes:

° Zona de comercio livre;

° União aduaneira;

° Mercado comum;

° União econômica;

° União econômica e monetária.

Zona de comercio livre - o art° XXIV (24º), paragrafo 8° alinea b) acordo geral sobre
tarifas aduaneiras e comercio (GATT) definir a zona do comercio livre como "um grupo
de dois ou mais territórios aduaneiros entre os quais os direitos aduaneiros e
outras regulamentações comerciais são eliminados para o essencial das trocas
comerciais relativas aos produtos originarios dos territórios constitutivos da zona
do comercio livre". Na conformidade com esta noção, geralmente aceite, a zona do
comercio livre comporta livre circulação das mercadorias - isto é, da supressão de
restrições quantitativas e de imposição aduaneiras nas trocas entre os países
participantes na zona. Mas, a instituição da zona de troca livre não impede que nas suas
relações com terceiros países cada um dos Estados participantes reserve a sua completa
liberdade de ação, designadamente no tocante à definição do nível de proteção
aduaneiras que em relação aos produtos originarios desses países queira praticar. É claro
que esta liberdade que os participantes na zona do comercio livre decidem manter dá
lugar à séries dificuldades:

se os produtos importados de terceiros países pudessem circular livremente no interior


da zona, ficaria consideravelmente favorecido o Estado membro que adotasse, em

18
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

relação à tais países, a tarifa aduaneiras mais baixa, já que haveria tendência para fazer
entrar pelas fronteiras desses Estados, assim transformando em interposto comercial, as
mercadorias destinadas a abastecer os diversos mercados nacionais da zona do
comercio livre o que provocaria os chamados desvios de traficos. É pois evidente que os
produtos importados de terceiros países não podem circular livremente no interior da
zona, sob pena de provocar situações graves das produções nacionais, privadas da
proteção que o governo respetivo pretende dispensar-lhes ao manter uma pauta
aduaneira autônoma. Mas, assim, impõe-se fazer a distinção entre os produtos
originarios da zona (isto é, aí produzidos) e os importados de terceiros países, para lhes
despensar um diferente tratamento, ficando livre a circulação de mercadorias
condicionadas à prova da sua origem.

União aduaneira

A união aduaneira é uma formula ou uma fase mais avançada que a zona do comércio
livre; comporta a livre circulação das mercadorias em geral - originarias dos Estados
membros ou legalmente importadas de terceiros países e colocadas em livre prática
em qualquer delas; e, eliminando os complexos problemas da definição das regras de
origem à que acabamos de aludir, implica a proteção do espaço aduaneiro da união, em
relação a terceiros países, mediante uma pauta aduaneira comum - o que significa que
os produtos importados do exterior estão sujeitos à uma imposição no mesmo nível,
seja qual for a fronteira da união aduaneira pela qual penetre no respetivo território.

Mercado comum

Noção: a noção do mercado comum foi introduzida no léxico jurídico e económico por
força dos tratados.

A noção do mercado comum comporta a de união aduaneira, isto é, a livre circulação


das mercadorias em geral e uma pauta aduaneira comum no quadro da política
comercial comum, mais abraça, além disso, a livre circulação dos fatores de
produção - a liberdade de deslocação das pessoas no espaço comunitáro, a livre
circulação dos capitais, a liberdade de estabelecimento dos produtores e
comerciantes, a livre prestação de serviços pelas empresas ou pelos profissionais
independentes e certas políticas comuns nos domínios econômico e social.

União econômica

19
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Noção- a união econômica é algo mais do que o mercado comum emergente dos
tratados comunitários: exige que as legislações nacionais com incidencia direta ou
indireta no sistema econômico sejam, senão uniformizadas, pelo menos
convenientemente harmonizadas ( tal é o caso, por exemplo, da legislação aduaneira
do direito das sociedades, da legislação fiscal etc.) ; que as políticas econômicas,
financeiras e monetarias dos Estados membros sejam coordenadas sob a egide da
autoridade comunitaria; e que as certas políticas nacionais que interessam ao dominio
econômico se substituam regras e políticas comuns elaboradas no quadro comunitário
(tal é o caso da política agrícola, da política industrial e energética, da política de
transportes, da política regional, etc.).

No fim de contas a concretização de uma união econômica geral implica a


transformação de vários mercados nacionais no mercado único - o que impõe para
além da livre circulação das mercadorias e dos fatores de produção, que se garanta no
espaço que tal abarca, a liberdade, em condições de perfeita igualdade, das operações
econômicas de produção, de distribuição e de consumo que concorrem para o
funcionamento do mercado.

União econômica e monetária

Noção- o regular funcionamento da união econômica geral implica a instituição entre


os diversos Estados participantes de uma união monetária que além do mais retire aos
Estados a possibilidade de, mediante o recurso à manipulação da sua moeda, isto é, a
alteração do seu valor poderem unilateramente modificar as condições das trocas.

A união monetária não significa necessariamente, moeda única emitida por um banco
central da união sob a forma de moedas ou notas do banco com igual valor, identifica
expressão facial e curso forçado em todos os países membros. Em rigor, a noção de
união monetária implica tão somente câmbios fixos e covertibilidade obrigatória das
diferentes moedas nacionais. Mas impõem-se reconhecer que a existência duma moeda
única facilita consideravelmente as transações que se processam no quadro da união e
reduz o custo da operação de monetária

O alargamento dos mercados e a liberdade de circulação de pessoas, bens, serviços e


capitais.

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

A instituição do mercado comum ou duma união econômica implica a liberdade de


movimento. De maneira evidente, as duas grandes organizações internacionais em África
do oeste fixam, nos seus tratados constitutivos esses objetivos. O tratado da CEDEAO na
sua nova versão, visa entre outras "a criação do mercado comum" e "a criação de uma
união econômica pela adoção de politicas comuns nos domínios de economia, finanças,
de assuntos sociais e culturais e a criação de uma união monetária" (art°3° n°2 alinea d)
e e).

Paralelamente à livre circulação de bens e mercadorias, os fundamentos da


comunidade compreendemos a livre circulação de pessoas (livre circulação dos
trabalhadores e o direito de estabelecimento), a livre prestação de serviços e a
livre circulação de capitais. Estes fundamentos constituem o elemento essencial e
necessário do mercado comum concebido sobre o modelo de economia liberal.

Aula do dia 11 de Dezembro de 2018

Formas de integração

O fenómeno da integração apresenta uma dimensão politica, jurídica, e económica.

A dimensão politica da integração traduz-se num modo pacifico de resolução de


conflitos e tem subjacente a ideia de convergência.

A integração política corresponde a convergência de entidades politicas autónomas


num sentido estrutural e de decisões comuns, que dê lugar a um sistema politico
composto, sobreposto às suas partes componentes.

A dimensão Jurídica da integração traduz-se no enquadramento normativo da ação


dos sujeitos políticos e na determinação dos seus resultados.

A integração jurídica entendida como processo de transferência de competências


normativas Estaduais para uma organização internacional dotada de poderes de decisão
supranacionais, visando a construção do mesmo ordenamento jurídico. Pode operar por
duas vias distintas, harmonização ou uniformização.

Por harmonização (aproximar as semelhanças e diferenças), entende-se processo de


aproximacao entre sistemas jurídicos de origem e inspiração diferentes que, embora
respeitando os particularismos das legislações nacionais, procura reduzir as diferenças

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

entre si, conferindo-lhes coerência mediante a supressão de contradições, de modo a


alcançar os objetivos comunitários visados. As diretivas comunitárias e as
recomendações são as típicas técnicas jurídicas a que recorre, enunciando os
resultados a atingir, sem impor os meios ou as formas a utilizar.

A uniformização consiste, antes, no método mais radical de integração jurídica,


substituindo as legislações nacionais por um texto único (ou instaurando ex-novo), igual
para todos os Estados membros, vinculando automática e obrigatóriamente. É o caso
dos regulamentos comunitários.

A dimensão económica da integração parte do reconhecimento de que os espaços


económicos nacionais são insuficientes para a prossecução das actividades produtivas
com o maximo de eficiência no aproveitamento dos recursos.

A integração económica (tem a ver com os mercados, a questão de competição)


consite na convirgencia de componentes económicas nacionais, com o objetivo de
fusão numa entidade económica mais vasta, através de um processo politicamente
conduzido e juridicamente ordenado.

Obs: OHADA tem apenas três órgãos.

- Escola para a formação dos magistrados em porto novo;

- Tribunal de comercio, com sete magistrados

Aula do dia 14.01.2019

Quadro institucional da UEMOA

A estrutura orgânica da UEMOA compreende órgãos de Direção (conferencia dos chefes


de Estados e do governo, artigos 17 à 19, conselho de ministros da UEMOA artigos 20 à
25 e a comissão da UEMOA artigos 26 à 34), órgãos de controlo jurisdicional (tribunal
comum de justiça artigos 38-39, tribunal de contas artigos idem), órgão de controlo
demográfico (comité interparlamentar da UEMOA artigos 35 a 37), órgão consultivo
(câmara consular regional da UEMOA artigo 40);

22
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Instituições especializadas autónomas (BCEAO artigo 41; BOAD artigo idem, comissão
bancária da UEMOA, conselho regional de poupança pública e dos mercados
financeiros);

Conferencia dos chefes de Estado e do governo: esta instância foi criada pelo tratado
de 14.11.1973 que constitui a UMOA (vertente monetária). É a autoridade suprema da
união, as suas decisões são tomadas por unanimidade.

Reúne-se, pelo menos, uma vez por ano, em cada Estado membro, por sistema rotativo
e a presidência é assumida pelo chefe de Estado onde se reúne a conferência.

A conferencia pode reunir quantas vezes for necessária, por iniciativa do presidente em
exercício ou a pedido de varios chefes de Estados membros da União. A conferencia
toma atos adicionais que podem completar o tratado, sem contudo poder
modificá-lo.

A conferência decide sobre todas as questões que não encontrem uma solução
unânime no conselho de ministros da UEMOA. A conferencia decide igualmente, sobre a
adesão, retirada ou a exclusão dos membros da união. A conferencia designa os
membros da comissão da UEMOA e dentre estes, presidente da comissão da
UEMOA.Cabe à conferência dos chefes de Estados determinar as grandes linhas de
orientação económica e politicas da comunidade.

Aula do dia 15.01.2019

Conselho de Ministros da UEMOA

É o órgão que representa os interesses dos governos nacionais dos Estados membros e
o cerne de todo o sistema institucional comunitário.

O conselho de ministros define a politica monetária e de credito da união a fim de


assegurar a protecção da moeda comum e prover o financiamento de actividade e
o desenvolvimento economico dos Estados membros. O conselho de ministros da
UEMOA tem ainda a competência de definir a unidade monetária, sob reserva de
respeitar os engajamentos internacionais contraídos pelos Estados membros da união e
de determinar os resultados da declaracao de paridade da moeda da união à efectuar
junto do Fundo Monetário Internacional. O conselho de ministros assegura a

23
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

execução das orientações gerais definidas pela conferencia dos chefes de Estado e
do governo.

O conselho aprova o orçamento da União que ainda não existe. O conselho, cujas
deliberações são preparadas por um comite de técnicos dos Estados membros, edita os
regulamentos, as diretivas e as decisões comunitárias.

O conselho pode igualmente formular recomendações e os pareceres. Cada um dos


Estados membros da UEMOA é representado por dois ministros, mas só o ministro das
finanças tem o direito de voto. O conselho de ministros é presidido por um ministro das
finanças alternadamente, podem ser convidados os representantes das instituições
internacionais ou dos Estados com os quais foi assinado um acordo de cooperação. O
conselho de ministros reúne-se pelo menos duas vezes por ano.

Toma as suas decisões por unanimidade e assegura a direção da UEMOA. O governador


do BCEAO participa nas suas reuniões com papel meramente consultivo (não tem o
direito a voto, pode apenas sugerir). O conselho de minintros define a unidade
monetária, a politica monetária e de credito.

Comissão da UEMOA (sede em Ouagadogou Burquina Faso)

A comissão de UEMOA exerce o poder de execução delegada pelo conselho de


ministros. Na pratica, os poderes de execução da comissão da UEMOA são muito
amplos, dado que na maior parte dos seus atos normativos o conselho de ministros lhe
atribui esses poderes.

Ela transmite à conferencia dos chefes de Estado e ao conselho de ministros as


recomendações julgadas úteis à preservação e ao desenvolvimento da união.

A comissão da UEMOA executa o orçamento da união, que ainda não existe


efectivamente. A comissão da UEMOA é composto de oito membros designados
“comissário” os quais são nomeados pela conferencia dos chefes de estados (um
comissário por Estado membro) por um mandato de 4 anos renováveis uma vez.

Os membros da comissão devem agir no interesse exclusivo da comunidade com toda a


independencia perante os governos que os designam de comum Acordo. Como órgão

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

executivo da união, aplica os atos do conselho de ministros, edita (elabora) as decisões


comunitarias e formula as recomendações e os pareceres.

Aula do dia 22.01.2019

Órgão de controlo parlamentar (sede em Bamako Mali)

O comité inter-parlamentar da união aguardando a criação de um parlamento da


comunidade, é criado um comité inter-parlamentar, constituído por cinco membros por
Estado, indigitado pelo órgão legislativo de cada Estado membro.

O parlamento da união recebe o relatório anual da comissão da UEMOA e se exprime


(delibera) sob forma de relatórios ou de resolução. Reune-se pelo menos duas vezes
por ano, aconselha e anima debates sobre a integração.

O parlamento da UEMOA encarregar-se-á do controlo democrático dos órgãos da união.


É a instituição da UEMOA que representa os povos da comunidade.

Órgãos do controlo jurisdicional (Ouagadogou Burquina)

Foram criados ao nível da união dois órgãos do controlo jurisdicional denominados:


Tribunal comum de justiça e tribunal de contas.

O tribunal de justiça da cumunidade é, nos termos do artigo 1º «o tribunal de justiça


vela pelo respeito do direito quanto à interpretação e à aplicação do tratado da união».

O tribunal da justiça da UEMOA é composto por oito membros nomeados para um


mandato de seis anos, podendo, porém ser reconduzidos para um novo mandato, pela
conferência dos chefes de Estado e do governo.

A competência do tribunal é de mera atribuição uma vez que o seu poder jurisdicional
se esgota das matérias consagradas nos tratados. Julga os Estados membros por
incumprimento das suas obrigações comunitárias. Arbitra os conflitos entre os Estados
membros ou entre a união e os seus agentes.

25
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

O tribunal de justiça conhece, através do recurso da comissão da UEMOA ou de


qualquer outro Estado, do não cumprimento, por parte dos Estados membros, das suas
obrigações em virtude do tratado da união.

Este órgão é quem Interpreta fielmente e oficiosamente o tratado.

IGV=Imposto Geral sobre vendas e serviços

Tribunal de contas da UEMOA

O tribunal de contas assegura o controlo do conjunto de contas da união. Esse controlo


encide nomeadamente sobre a regularidade e eficiência de utliização dos seus recursos
financeiros. Constituído por “3 conselheiros” nomeados pela conferencia dos chefes de
Estado e do governo por ordem alfabética dos Estados membros por um mandato de
seis anos, renovável uma única vez. O tribunal de contas contribui, mediante pedido
dos Estados membros, para fiabilidade dos dados orçamentais necessários ao exercício
da vigilância multilateral, para o controlo e o respeito dos critérios de convergência
pelos Estados membros.

Os conselheiros podem fazer-se assistir por colaboradores (assessores), podem recorrer


no exercício das suas funções à um sistema de auditoria externa (fora do órgão).

Órgão consultivo : A câmara consular regional

A câmara consular regional é um órgão consultivo. A camara órgão consultivo, criado


pelo tratado da união, é o lugar privilegiado de dialogo entre UEMOA e os principais
operadores económicos.

A câmara consular é encarregue de alcançar a implicação efectiva do sector privado no


processo de integração da UEMOA. A promoção de trocas comercias e os investimentos
na união.

Da sua iniciativa ou a pedido da comissão da UEMOA a camara consular dá opiniões e


sugestões em toda a matéria relativa a realização de objetivos da união,
nomeadamente:

- legislação comercial, fiscal, alfandegária e nos aspectos sociais na qual participa a


união;

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

- a criação e o funcionamento do mercado de valores, a politica económica e


monetária;

A câmara consolar regional reagrupa as câmaras consulares nacionais, as associações


profissionais e patronais dos Estados membros.

Cada Estado membro designa para essa câmara sete representantes. É o órgão que
ajuda a união a encontrar investidores.

Aula do dia 11.02.2019

Ordenamento jurídico comunitário (Fontes)

O ordenamento jurídico comunitário é constituído de uma ordem jurídica própria,


independente da dos Estados membros, constituída por um complexo de normas
hierarquizadas e cordenadas entre si. Uma parte dessas normas consta dos próprios
tratados, constituído o chamado Direito comunitário originário; outras resultam da
adopção, pelas instituições comunitárias, de atos normativos diversos (regulamentos
comunitários, diretivas comunitárias e decisões comunitárias). Estas últimas normas, fruto
duma produção legislativa realizada na conformidade dos tratados e que por isso deles
derivam, constituem o Direito comunitário derivado. O Direito comunitário tem uma
dupla origem: convencional e unilateral.

Uma importante parcela das normas comunitárias imerge, com efeito, de convenções
concluídas quer no quadro comunitário quer na ordem internacional; outras resultam
de atos normativos emanados das instituições comunitárias, destinados a assegurar a
boa execução ou aplicação dos tratados que instituíram as comunidades; mas os
princípios gerais do Direito e a própria jurisprudência do tribunal de justiça das
comunidades assumem no quadro comunitário um especial relevo como fontes de
Direito.

As fontes convencionais de Direito comunitário são, antes de mais e fundamentalmente,


os tratados comunitários, mais outras convenções podem estar na origem de normas
jurídicas vinculativas da comunidade: quer as concluídas pelos Estados membros entre
si, quer as concluídas pela própria comunidade com terceiros Estados. Os tratados,
fonte primária ou originária de Direito comunitário, são convenções internacionais de

27
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

tipo clássico, produto exclusivo da vontade soberana dos Estados contratantes, que
foram concluídas na conformidade das regras do Direito internacional e das respetivas
normas constitucionais.

Os atos Unilaterais emanados das instituições comunitárias adoptados para a execução


daqueles tratados e na sua conformidade - que por isso, nele encontram o seu
fundamento jurídico e deles derivam.

“O regulamento comunitário tem caráter geral. É obrigatório em todos os seus


elementos e diretamente aplicável em todos os Estados membros".

“ A diretiva comunitária vincula o Estado membro destinatário quanto ao resultado a


alcançar, deixando, no entanto às instâncias nacionais a competência quanto à forma e
os meios".

“ A decisão comunitária é obrigatória em todos os seus elementos para os destinatários


que designar".

“ As recomendações e pareceres não são vinculativos ".

Temos, pois, como atos unilaterais das instituições comunitárias detentoras da


competência normativa os regulamentos, as diretivas, as decisões, e bem assim as
recomendações e pareceres.

Aula do dia 12.02.2019

Noção, regulamentos comunitário

- O regulamento comunitário tem “ carater geral ".

- E “ obrigatório em todos os seus elementos ".

- E “ diretamente aplicável " em todos os Estados membros.

O caracter geral dos regulamentos comunitários

Pelo seu caráter geral, os regulamentos comunitários são equiparáveis às leis nacionais.
Tal como estas, o regulamento estabelece uma regra, impõe uma obrigação ou confere
direitos à todos os que se inclua ou possam vir no futuro a incluir-se na categoria de

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

destinatários da estatuição normativa como no objeto da previsão o que autoriza a


referir a generalidade em sentido restrito ( quanto aos destinatários), da abstração
( relativa ao objeto da previsão ). Consequentemente, o regulamento comunitário, sem
visar quem quer que seja individualmente, impõe-se todos aqueles - comunidades e
suas instituições, Estados membros e seus orgaos, indivíduos ou empresas sujeitos a
jurisdição comunitária- que possam ser considerados como visados, no presente ou no
futuro, pela estatuição normativa, é esta a primeira nota característica do regulamento,
que basta para o distinguir da diretiva comunitária e da decisão comunitária que não
obrigam senão os seus destinatários certos e determinados.

A obrigatoriedade do regulamento em todos os seus elementos

O caracter geral e obrigatório do regulamento é expressão do poder normativo perfeito


que permite à autoridade comunitária impor por si só - isto é, prescindindo da
participação das instituições nacionais- a observância da totalidade das disposições
desse acto aos Estados membros, aos seus órgãos e autoridades, e a todos os
particulares ( indivíduos ou empresas ) sujeitos à jurisdição comunitária. É pelo facto de
ser obrigatório em todos os seus elementos que o regulamento se distingue da diretiva
comunitária - a qual prescreve imperativamente o resultado a atingir mas não os meios
que os Estados devem usar para alcancar esse resultado. O acto regulamentar pode,
diversamente da diretiva, impor quaisquer modalidades de aplicação e de execução
julgadas necessárias ou úteis pela autoridade comunitária. Sendo o regulamento um
acto normativo normalmente completo no sentido de que o seu dispositivo prevê a
todas as situações em que vai decorrer a respetiva aplicação no território dos Estados
membros, não é permitido às autoridades nacionais acrescentar-lhe coisa alguma. De
igual modo, não é admissível que o Estado membro aplique de maneira incompleta ou
seletiva as disposições de um regulamento da comunidade, por forma a prejudicar
certos elementos da legislação comunitária a respeito dos quais tenha manifestado a
sua oposição ou julgue contrários a certos interesses nacionais.

A aplicabilidade direta do regulamento comunitário

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

A expressão “diretamente aplicável em todos os Estados membros", revela o traço mais


característico dos regulamentos comunitários: uma vez publicados no jornal oficial e
decorrida a “vacatio legis", entra em vigor em todo o território comunitário e ficam de
pleno direito automaticamente incorporados no ordenamento jurídico interno dos
Estados, sendo aí aplicáveis à qualquer pessoa física ou moral sujeita à jurisdição
comunitária, a solicitação de quem tenha legitimidade processual para os invocar em
juízo (tribunal). A aplicabilidade direta não significa, pois, aplicabilidade imediata. O
mesmo acontece, aliás, com as leis nacionais cuja aplicação efectiva requeira a
publicação ulterior de decretos regulamentares ou a adoção de outras medidas de
execução.

Aula do dia 18.02.2019

Diretivas comunitárias- Noção

A diretiva comunitária vincula o Estado membro destinatário quanto ao resultado a


alcancar, deixando no entanto às instâncias nacionais a competência quanto às formas e
aos meios. As diretivas são atos Pelos quais a autoridade comunitária competente, ao
mesmo tempo fixa aos respetivos destinatários um resultado que no interesse comum
deve ser alcancado, permite que cada um deles escolhe os meios e as formas mais
adequadas do ponto de vista do Direito interno, da realidade nacional ou dos seus
interesses próprios para alcançar o objetivo visado. A criação desse particular tipo de
acto comunitário revela da parte dos autores dos tratados, o propósito de proporcionar
às instituições comunitárias, a parte do regulamento que é um rígido instrumento de
uniformização jurídica, uma alavanca mais flexível, adaptada ao objetivo menos
ambicioso de simples aproximação das legislações nacionais, que permite atender aos
particularismos nacionais deixando aos Estados membros uma certa liberdade na
implementação das regras adoptadas a nível comunitário.

Nota característica:

1ª ausência de carácter geral de diretivas comunitária - a diretiva comunitária não é


um ato de caráter geral: obriga apenas os destinatários que ela própria designa. Esses
destinatários são exclusivamente os Estados, todos os Estados membros, alguns deles
ou um único. Mas, ainda que a diretiva seja dirigida à todos os Estados nem por isso

30
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

deixa de ser um ato de caráter individual, os destinatários são certos e determinados.


Esta delimitação dos destinatários da diretiva e a sua qualidade (Estados membros), são
inerentes quer à natureza do ato em si, quer aos objetivos por eles visados. Na verdade,
a diretiva é, como referimos, o instrumento privilegiado da harmonização das legislações
nacionais e da prossecução, em termos concertados, de comuns objetivos de caráter
jurídico, técnico, económico ou social.

Aula do dia 19.02.2019

2ª Força obrigatória da diretiva

É da noção da diretiva que ela obriga aos seus destinatários quanto aos fins, resultados
ou objetivos a atingir no plano económico, comercial, monetário, técnico, social, jurídico
etc. É, pois, inerente à noção da diretiva que esta impõe aos Estados destinatários uma
“obrigação de resultado". Consequentemente, ao aplicar o Direito interno e,
designadamente, as disposições duma lei nacional especialmente adotada com vista a
execução da diretiva comunitária, as jurisdições nacionais estão obrigadas: a interpretar o
Direito nacional à luz do texto e da finalidade da diretiva, por forma a que seja
alcançado o resultado pretendido; e a excluir, por força do princípio da primazia do
Direito comunitário, a aplicação das normas internas contrárias ao dispositivo da diretiva.
Mas, uma vez fixado, em cada caso, o resultado a atingir pelos Estados membros
destinatários da diretiva, os tratados deixam-lhes liberdade de providenciar quanto aos
meios e quanto à forma das medidas a adoptar no quadro nacional para que a
finalidade ou o resultado fixado no ato comunitário seja plenamente alcançado.

3 ª liberdade de escolha da forma

A liberdade quanto a escolha da forma traduz-se em que Estado destinatário pode


utilizar, para a adopção das medidas conducentes ao resultado prescrito ao nível
comunitário, qualquer das modalidades ou instrumentos técnicos jurídico autorizados
pelo Direito público interno ou seja: é-lhe facultado agir por via legislativa, por via
regulamentar ou por simples via administrativa mediante instruções aos agentes do
Estado.

31
Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Cabe a cada Estado, tendo em conta a situação concreta ( jurídica, económica e social )
do país decidir sobre a forma mais adequada à produção do resultado prescrito pela
diretiva. Como referimos, impõe-se aos Estados acatar a obrigação de resultado prescrita
pela diretiva comunitária - o que implica o cumprimento da obrigação de
comportamento que para eles se traduz no dever de implementar esse acto na ordem
interna ou, como é corrente dizer-se em linguagem comunitária, o dever de proceder à
sua transposição para o Direito nacional. A liberdade de escolha da forma do
instrumento jurídico abarca também a liberdade quanto ao conteúdo do ato interno,
desde que isso não prejudique a finalidade visada, ou seja, a realização do objetivo
prescrito pela diretiva.

Os Estados signatários podem utilazar a via que acharem mais adequada para o
cumprimento do objetivo da diretiva, isto é, pode ser por intermédio duma lei, decreto-
lei, despacho do ministro, despacho do conselho de ministros...

4ª A liberdade de escolha dos meios

A liberdade de escolha dos meios é mais difícil de definir alem de que é nesse domínio
que põe um delicado problema de partilha de competências entre a cuminidade e os
seus Estados membros. De qualquer modo os Estados têm a possibilidade de escolher,
entre as medidas concretas susceptíveis de conduzir ao resultado prescrito à nível
comunitário, as que lhes pareçam (do seu ponto de vista) as mais adequadas ou menos
perturbadoras da ordem interna e as mais conformes ao regime jurídico existente.

Decisão comunitária

A decisão comunitária é obrigatória em todos os seus elementos para os destinatários


que designar.

Carácteres essenciais da decisão comunitária

1º a limitação aos destinatários da decisão. A decisão obriga apenas aos destinatários


que ela própria designar, individualizando-os. A decisão comunitária tem normalmente
por finalidade aplicar as regras do direito comunitário a casos particulares - sendo,
então, assimilável à um ato administrativo de caráter individual, tal como um

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

instrumento que as instituições podem utilizar para a aplicação, por via administrativa,
das normas comunitárias.

2º a obrigatoriedade da decisão comunitária - a decisão é obrigatória em todos os


seus elementos, tal como o regulamento. A semelhança do que sucede com a diretiva,
a decisão impõe o resultados a atingir; mas diversamente daquela (diretiva), obriga
igualmente quanto às modalidades de execução.

Aula do dia 26.02.2019

Fundamento da harmonização

A harmonização fundamenta-se na ideia da integração ou comunitarização dos direitos


estaduais e na sua substituição nos domínios abrangidos pelo tratado, por um
verdadeiro Direito comunitário. A par da integração económica pretende-se uma
integração jurídica.

Os órgãos comunitários podem dirigir aos estados membros diretivas para a aproximação
das disposições legislativas, regulamentares e administrativas que tenham uma
incidência direta no mercado comum.

Instrumento da harmonização

O principal instrumento da harmonização é a diretiva comunitária. Há que distinguir as


diretivas de mera coordenação das diretivas de harmonização. As primeiras respeitam as
especificidades das ordens jurídicas Estaduais, contentando-se com a mera coordenação
ou a aproximação de práticas administrativas por forma a evitar que a burocracia crie
entraves desnecessários a algumas das quatro liberdades (circulação de pessoas, bens,
serviços e capitais). As segundas (diretivas de harmonização) implicam certas mudanças
de normas e sistemas, de forma a curar as similitudes necessárias ao resultado proposto.

Qual a diferença entre a diretiva de de mera coordenação e a diretiva de


harmonização ?

O papel do Direito comparado na harmonização

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

O Direito comparado tem um papel muito importante na harmonização, pós a primeira


fase da harmonização é precisamente a comparação das ordens jurídicas Estaduais. Só
um segundo momento é que se pode proceder à harmonização.

Harmonização e subsidiariedade

A introdução do princípio da subsidiariedade vai influenciar o exercício de todas as


competências comunitárias concorrentes. Ora, sendo a harmonização das legislações
uma competência concorrente também vai sofrer esta influência. Assim, a comunidade
só deve intervir se e na medida em que os objetivos da ação encarada não possam ser
suficientemente realizados pelos Estados membros e possam devido à dimensão ou aos
efeitos da ação prevista ser melhor alcançados ao nível comunitário.

A aplicação do princípio vai condicionar não só a ação dos órgãos comunitários, mas
também o conteúdo da ação a impreender. Assim, pode suceder que por aplicação do
princípio da subsidiariedade se deva dar prioridade às medidas de harmonização em
relação às medidas de uniformização ou ao reconhecimento mútuo em relação às
medidas de harmonização.

Aula do dia 18.03.2019

NOAV

Como frequentemente sucede nas situações de direito, a recíproca incapacidade


explicativa das teses em confronto conduziu ao aparecimento de soluções híbridas
(mitigadas, repartidas) e de explicações “sui generis" para a natureza jurídica das
comunidades. Apresentam em comum a rejeição tanto da tese federalista como da
internacionalista. Para os adeptos da tese supra-nacionalidade das comunidades não
correspondem aos conceitos clássicos nem de federação, nem de organização
internacional: são manifestações de fenômeno da supra-nacionalidade, apresentando
como características específicas a titularidade de direitos sugerimos próprios, existência
de órgãos independentes dos governos dos estados membros a tomada de decisões
por maioria e a aplicação direta de alguns dos seus atos.

Outra tese que sustenta a natureza “sui generi" das comunidades é a tese funcionalista:
segundo ela, a natureza jurídica daquelas não é suscetível de determinacao ao nível,

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

marcadamente político e ideológico, em contraposição federação-organização


internacional, visto que o que marca a especificidade das comunidades é o aspeto
técnico-administrativo. É este que explica que os órgãos comunitários não disponham
de competência normativa genérica, uma vez que as comunidades apenas prosseguem
objetivos específicos, designadamente económicos.

Naturalmente que também estas duas teses são passíveis de críticas relevantes:

- Da primeira (tese supra-nacionalidade), pode dizer-se que é uma explicação que pouco
ou nada explica, limitando-se a agrupar os traços fundamentais pacificamente
apontados às comunidades e a colocar-lhes um nome, de resto não particularmente
feliz;

- Da segunda (tese funcionalista), notar-se-á que ela, consubstanciando um esforço de


“despoletização" das comunidades, é incapaz de explicar - e menos ainda de tentar
teorizar - a crescente interferência comunitária em domínios não diretamente previstas
nos tratados e particularmente “políticos". O professor Jorge Miranda considerando as
comunidades uma associação de Estados, orgânicas por integração, e de direito
internacional, encontra-lhes os seguintes traços:

- Limitação das competências dos Estados associados;

- A aplicação direta das decisões dos órgãos da associação;

- Agrupamento do número de Estados.

Contudo, se analisarmos os traços característicos que o mesmo professor aponta às


federações, vemos que muitos se encontram nas comunidades:

a) cada cidadão é destinatário de atos provinientes de dois aparelhos de órgãos


legislativos, governativos, administrativos e jurisdicionais (embora não esteja sujeito a
duas constituições);

b) existe dualidade de soberania uma vez que as comunidades exercem poderes


soberanos transferidos pelos Estados membros;

c) se nao existe uma verdadeira constituição federal, a verdade é que os Estados


membros são quem determina as modificações dos tratados constitutivos;

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

d) as atribuições dos órgãos comunitários são especiais, pertencendo aos Estados


membros todas as que já tiverem sido transferidas para as comunidades.

Aula do dia 26.03.2019

Teses em confronto (atenção para exame)

Às comunidades constituem juridicamente algo de novo, quer em termos de direito


interno, quer em termos de direito internacional público.

1- teses em confronto:

- tese Estadual;

- tese federal;

- tese confederal;

- tese internacional clássica;

- tese supra-nacional;

- as comunidades como estádio superior da evolução das organizações internacionais


encontram direito internacional.

- Tese Estadual: Esta tese defende que as comunidades são um Estado, porque
beneficiam de uma transferência de poderes suberanos por parte dos Estados para
os órgãos comunitários ou porque a sua estrutura orgânica se aproxima dos
Estados.

Mestre sendo assim qual seria a posição mais nítida desta tese se é que o seu
fundamento para equiparar as comunidades à um Estado basea na transferência de
poderes soberanos ou na sua estrutura que para eles é idêntica a do Estado?

Os tratados constitutivos das comunidades seriam equiparáveis às constituições


dos Estados, uma vez que os Estados membros transfeririam uma boa parte das suas
competências para os órgãos comunitários e daí resultaria um poder político autónomo
cuja a origem estaria na fusão dos poderes soberanos.

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

Crítica

- Falta às comunidades a primeira característica de qualquer Estado soberano - o


poder de auto-administração, pelo qual elabora a sua constituição, definindo as suas
atribuições, criando órgãos e fixando-lhes as competências. As comunidades não são
as detentoras do poder constituinte. As comunidades não dispõem de uma
constituição no sentido Estadual do termo. Foram criadas por tratados concluídos
pelos Estados membros enquanto sujeitos de direito internacional público (DIP) e não
pelas próprias comunidades. São os Estados que detêm o poder de modificar esses
tratados. Os Estados são os donos dos tratados.

- As comunidades não dispõem do poder de alargar as suas próprias atribuições, o


que só podem fazer através dos Estados.

- Enquanto os Estados dispõem de uma vocação Universal do ponto de vista da


definição das suas atribuições, as comunidades estão limitadas pelo princípio da
especialidade, ou seja, só podem atuar nos estritos limites dos seus objetivos.

- Os tratados comunitários não são constituições, mas sim tratados.

Aula do dia 01.04.2019

Tese Federal

Há aproximação das comunidades ao Estado federal, fundamenta-se num ponto de


vista orgânico ou formal. A organização das comunidades aproxima-se do Estado federal,
sobretudo porque conferência dos chefes de Estados foi imaginado como órgão federal,
por forma a traduzir a participação da vontade dos Estados membros na formação da
vontade das comunidades, em diálogo com a comissão que é o representante da
vontade ou do interesse comunitário.

Críticas

As comunidades não são um Estado federal, desde logo porque não são um Estado.

- o Direito comunitário não abarca os Direitos dos Estados membros. É composto pelos
tratados - Direito originário e pelos atos mandados emanados dos órgãos comunitários -
Direito derivado.

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

- o Direito comunitário e os Direitos nacionais são ordens jurídicas separadas e estanques


(fixas) entre si. O direito comunitário vai, contudo, penetrando nas ordens jurídicas
Estaduais através de dois mecanismos de integração normativa:

- a aplicabilidade direta e o efeito direto;

- a harmonização jurídica das ordens jurídicas nacionais com a ordem jurídica


comunitária.

TESE CONFEDERAL

A confederação é uma associação de Estados formada por tratado, do qual resulta a


criação de órgãos comuns para a prossecução de determinadas competências,
geralmente internacionais. A confederação tem normalmente personalidade jurídica
internacional, mas não elimina a dos Estados, fica apenas, limitada. Caracteriza-se
ainda pelo direito de cessação e por deliberações por maioria. Mas diferencia-se das
comunidades, porque nestas existem órgãos com representantes dos Estados
(conferência dos chefes de Estados), a via económica para a integração, a existência de
um parlamento eleito e as relações diretas que a comunidade mantém com os
cidadãos. A comunidade não chega a atingir as competências políticas da
confederação, dado que não tem ainda a competência em matéria de defesa e de
política externa.

Aula do dia 02.04.2019

Tese internacional clássica

Certos autores defenderam que as comunidades eram uma organização internacional


clássica. Por Direito internacional clássico deve entender-se a ordem jurídica que
assenta na soberania indivisível dos Estados, no individualismo Internacional dos
Estados e que promove em relação às soberanias Estaduais uma ação de mera
coordenação. Trata-se de um Direito que só atribui direitos e obrigações aos Estados.
Segundo esta tese a soberania dos Estados não se partilha.

Razões a favor desta tese:

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

- criação por tratado;

- modificação do seu estatuto por iniciativa dos Estados;

- as relações entre os Estados são regidas pelo Direito internacional;

- casos de votação segundo a regra da unanimidade.

Críticas

- a configuração das comunidades como Organização internacional clássica não explica a


transferência de poderes soberanos dos Estados para as comunidades, o primado, a
aplicabilidade direta, a regra da maioria, a independência dos órgãos comunitários face
aos Estados.

- o Direito internacional clássico repousa na ideia da soberania indivisível dos Estados,


enquanto o Direito comunitário assenta na divisibilidade de soberania dos Estados.

TESE SUPRA-NACIONAL

A doutrina, de um modo geral, caracteriza as comunidades como organizações


internacionais supra-nacionais. Para alguns autores como Fausto de Quadros, do seu
método normativo, por recurso aos seguintes traços característicos:

- superioridade hierárquica do poder supra-nacional sobre o poder estadual -


subordinação da entidade inferior à superior o que se exprime na própria noção da
comunidade;

- génese do poder supra-nacional radica na transferência definitiva de poderes


soberanos dos Estados membros - são expressões ou corolários deste elemento do
conceito aplicado às comunidades o primado, a aplicabilidade direta, o acesso direto
dos particulares ao tribunal de justiça, o efeito direto, a uniformidade de interpretação e
aplicação do Direito comunitário e a regra da maioria como sistema de votação;

- autonomia do poder supra-nacional em relação ao poder Estadual - autonomia da


ordem jurídica comunitária face à ordem jurídica Estadual. Os Estados não podem
dissolver a entidade supra-nacional e reaverem (recuperarem) os poderes transferidos;

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

- a independência no exercício do poder supra-nacional em relação ao poder Estadual -


formação e manifestação da vontade comunitária ( poder legislativo - criação de direito
novo) deve estar entregue pelo menos predominantemente a órgãos que representem
o interesse comunitário e nao os interesses dos Estados.

Críticas:

A crítica desta tese parte desde logo do próprio conceito de supra-nacionalidade que
está longe de ser claro (nítido) para o jurista.

- a superioridade hierárquica do poder supra-nacional sobre o poder Estadual - como já


vimos esta superioridade não existe, dado que as comunidades não podem anular o
Direito nacional que seja contrário ao Direito comunitário.

- transferência definitiva de poderes soberanos dos Estados membros para as


comunidades - a teoria da transferência implicaria que a adesão às comunidades
conduziria à cessação com renúncia definitiva por parte dos Estados à titularidade dos
poderes que conferiram às comunidades, o poder comunitário seria, assim, novo e não
derivado. Para a teoria da delegação a integração assentaria nos Estados que
conservariam a titularidade dos poderes soberanos cujo o exercício, e só este
concediam às comunidades e aos Estados membros são de delegação e não de
transferência, porque os Estados não perdem a titularidade desses poderes, mas apenas
o seu exercício, podendo em qualquer altura revogar a delegação e recuperar esses
poderes.

- a autonomia do poder supra-nacional face ao estadual - ao que se diz resulta que esta
autonomia não existe. São os Estados que podem rever os tratados.

Aula do dia 09.04.2019

Posição adotada: as comunidades como um estádio superior de evolução das


organizações internacionais e do DIP.

O DIP atualmente já não assenta na soberania indivisível dos Estados. Basta ver o Direito
internacional do trabalho, o Direito internacional dos direitos do homem, a nova ordem
económica internacional, o novo Direito do mar e até o próprio direito das Nações

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

unidas. Razões pelas quais o Direito comunitário é um estádio superior de evolução do


Direito internacional.

- Primado

o primado do Direito internacional e do Direito comunitário são dois princípios


diferentes. O primado do Direito internacional assenta numa outorga das constituições
Estaduais. O primado do Direito comunitário é uma necessidade existencial, essencial,
incondicional e absoluta.

- Aplicabilidade direta

A aplicabilidade direta do Direito internacional resulta das constituições Estaduais,


enquanto a aplicabilidade direta do Direito comunitário resulta dos próprios tratados.

CONTENCIOSO COMUNITÁRIO NOAV para o segundo teste

Sentidos da expressão contencioso comunitário

Acepção restrita- contencioso é sinônimo de litígio.

Acepção ampla - vias de direito e regras de processo aplicáveis perante o tribunal


comum de justiça da UEMOA.

Sentido orgânico - o tribunal de UEMOA está incumbido de assegurar o respeito do


direito na interpretação e aplicação dos tratados. O objeto do contencioso é o estudo
das vias de recurso e de processo seguido no tribunal comum da UEMOA. O
contencioso comunitário é o Estudo dos métodos e das competências do tribunal
comum de justiça da UEMOA.

Sentido material - o juiz comum do direito comunitário é o juiz nacional. Daí que o
tribunal de justiça esteja investido de dois tipos de funções:

- Contenciosos específicos que importa confiar à um órgão jurisdicional único (recurso


de anulação, ação de incumprimento, recurso por omissão e ação de indemnização); art
4º CPC

- Cooperação entre o juíz nacional e o juíz comunitário. Os tribunais estaduais e os


tribunais comunitários são todos órgãos de contencioso comunitário a ordem jurídica

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Apontamentos do Direito Comunitário 2018/2019

instituída pelos tratados institutivos das comunidades nao seria verdadeiramente eficaz
se as suas normas não beneficiem de sólida garantia jurisdicional. Esta garantia foi
deixada à cargo do tribunal de justiça e dos tribunais nacionais em geral. Os tribunais
nacionais são considerados como tribunais comuns da ordem jurídica comunitária,
porque o número considerável de normas comunitárias é constituído por disposições
diretamente aplicáveis, cabendo aos Estados membros aplicá-las nos casos que ocorram
nas relações entre os particulares (indivíduos ou empresas ou entre particulares e os
Estados).

Estrutura do teste

Fontes do ordenamento jurídico comunitário.

Quadro institucional

Teses

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