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Resumos 2ª Sabatina Público

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Atos jurídico-públicos: - Declarações que visam produzir um efeito jurídico, uma


consequência com relevo para o Direito (constituição, modificação ou extinção de
podres), mas que são atos de direito público, emitidos por entes públicos, que quando
atuam manifestam a sua auctoritas;
- Têm em vista realização dos interesses da comunidade,
seja quando procedem á seleção, em termos de prioridades, das
diferentes necessidades públicas, seja quando as satisfazem
diretamente;
- Podem ser classificados como: Atos normativos
Atos não normativos

Atos normativos: - contêm normas jurídicas


- Caraterísticas: - Generalidade (nem sempre)
- Abstração
- Emitidos por entes públicos, dotados de especial autoridade;
- Impõem-se aos respetivos destinatários que podem ser
particulares e/ou entidades públicas, definidos em categorias;

Atos não normativos: - conjunto de atuações concretas dos entes públicos;


- Assumem uma especial relevância na vida dos particulares,
já que os efeitos jurídicos desses atos se produzem direta e imediatamente na sua
esfera, definindo a respetiva situação jurídica frequentemente de forma imperativa;

Os Principais Atos normativos

Atos unilaterais: - declaração de um poder público;


- Ex: Constituição, atos legislativos, regulamentos;

Atos bilaterais/ plurilaterais: - resultantes da conjunção de várias declarações de


poderes públicos;
- Ex: Convenções internacionais;

Constituição: - Declaração de princípios e regras que configura o estatuto


fundamental de uma comunidade politicamente organizada;
- Define a organização política (e económica) dessa comunidade;
- Define os princípios fundamentais por que aquela se rege e os direitos fundamentais
dos cidadãos;
- Constituição da República Portuguesa de 1976 foi aprovada pela Assembleia
Constituinte, mas pode ser alterada pela Assembleia da República, a quem pertence o
poder de revisão, através de uma lei constitucional;

Atos legislativos nacionais: - Declarações de normas jurídicas que traduzem a


manifestação de opções políticas primárias;
- Podem revestir a formas de lei, decreto-lei ou
decreto legislativo regional;
- Lei  forma dos atos normativos da Assembleia da
República; Decreto-lei forma dos atos legislativos do Governo; Decreto legislativo
regional  emitido, com âmbito regional, pelas Assembleias legislativas das Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira;

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Leis e os Decretos-leis têm igual força jurídica ou igual valor, podendo por isso revogar-
se reciprocamente. Isto não se verifica em relação às leis de valor reforçado e dentro
das áreas de reserva de competência legislativa do Governo e da Assembleia da
República;
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Competência legislativa reservada da Assembleia da República: só podem


surgir leis a fixarem a primeira regulamentação normativa;

Competência legislativa reservada do Governo: referente á organização e


funcionamento do governo;

Competência legislativa reservada das Regiões Autónomas: nas matérias da


sua competência, que são definidas p4ela Constituição e pelo respetivo estatuto-
político-administrativo, dentre aquelas não reservadas aos órgãos de soberania (AR e
Governo);

Atos legislativos da União Europeia: - emitidos por órgãos exteriores só Estado


português, mas produzindo efeitos jurídicos diretos sobre a nossa ordem jurídica;
- Regulamentos da EU, decisões da EU e diretivas da EU;
- Também se pode falar em áreas de reserva, pois a jurisprudência dos tribunais da EU
e os Tratados reconheceram a competência exclusiva da EU, em que só́ esta pode
legislar (no domínio da política comercial comum) e de competências partilhadas entre
os Estados-membros e a União, em que os primeiros só́ podem legislar se a segunda
ainda não o tiver feito (é o que sucede na política agrícola);

Convenções internacionais: - acordos entre sujeitos de direito Internacional


destinados a produzir efeitos jurídicos em conformidade com as regras de Direito
Internacional.
- Contêm normas, por vezes, que vão reger a atuação futura das partes (o que
acontece frequentemente nos tratados multilaterais- aqueles celebrados por três ou
mais partes);
- Aquelas convenções de que Portugal seja parte e o vinculem internacionalmente
vigoram na ordem interna desde que regularmente ratificadas e publicadas;  Não
será assim se se a convenção fizer parte do direito internacional geral, que é aquele
que vigora para todos os sujeitos da sociedade internacional. Aí considera-se a
convenção parte integrante do Direito português, ainda que as formalidades internas
de receção da mesma não tenham sido cumpridas;
- Quanto aos Tratados que regem a União Europeia, a entrada em vigor dos tratados
revistos exige a sua ratificação por todos os Estados membros;

Regulamentos administrativos: - são declarações de normas jurídicas emitidas


pela Administração pública, no exercício da função administrativa.
- Não são atos legislativos, no sentido de que não traduzem a manifestação de opções
públicas primárias;
- Em vez, referem-se por regra a uma lei anterior, cujo conteúdo vêm especificar,
desenvolver ou complementar, para garantir a aplicabilidade das normas jurídicas ao
caso concreto.
- Funcionam como uma instância normativa intermédia entre os atos legislativos e as
decisões concretas da Administração Pública;
- Existem regulamentos independentes – contêm mesmo normas jurídicas com carater
inovador, não traduzindo uma mera execução normativa da lei anterior;
- Principais órgãos administrativos com competência regulamentar são, dentro do
Estado: - O Governo;

- Os Ministros;

- Outros órgãos de hierarquia estadual;


- Regulamentos têm de revestir uma das seguintes formas: - decreto regulamentar;
- Resolução do Conselho de
Ministros;
- Portaria;
- Despacho genérico;
- Os regulamentos dos restantes órgãos estaduais não têm de
obedece a forma especial;
- No que diz respeito às Regiões Autónomas, têm competência regulamentar: A
Assembleia Legislativa e o Governo regional devendo os regulamentos revestir a forma
de decreto regulamentar regional;
- Dentro das Autarquias locais (municípios e freguesias) têm competência
regulamentar a assembleia municipal e a assembleia de freguesia. Os regulamentos
devem revestir a forma de postura ou outra.
- Quanto às outras entidades públicas administrativas que dispõem, nos termos da lei,
de competência regulamentar, todas elas têm competência para emitir regulamentos
internos –-> alguns desses regulamentos podem revestir a forma de regimento.
A Hierarquia dos Atos Normativos

Os diferentes atos normativos encontram-se numa relação de hierarquia, certos atos


têm prevalência sobre outros, sendo que os da categoria inferior têm de respeitar os
da categoria superior (lex superior derogat legi inferiori);
Tradicionalmente (a hierarquia das fontes do direito era apresentada da seguinte forma) :
1º - Princípios jurídicos fundamentais
2º - Constituição
3º - Leis, decretos-leis, decretos legislativos regionais
4º - Regulamentos administrativos

Integração de Portugal na União Europeia + participação na comunidade internacional


 A Constituição portuguesa procurou adaptar o Direito interno às ordens jurídicas
internacional e da EU

Direito Internacional geral e Direito internacional convencional são recebidos na


mesma ordem interna portuguesa  Respetivas normas são aplicadas pelos tribunais
nacionais, quando relevantes para a solução de questões jurídicas concretas;

Nestes casos podem ocorrer Conflitos entre normas internacional e normas


nacionais, por definirem soluções contraditórias para as questões a resolver  No
entanto a doutrina maioritária considera que as normas internacionais têm
prevalência sobre as normas jurídicas constantes de atos estatais infraconstitucionais
(legislativos, regulamentares);

Jus cogens – Normas imperativas de Direito Internacional geral, inderrogáveis pela


vontade das partes, impõem aso Estados obrigações objetivas, que prevalecem sobre
quaisquer outras;

- Princípio do efeito direto


- Princípio do primado

Hierarquia das fontes do Direito: de acordo com a nossa constituição apresenta-


se atualmente da seguinte forma:
1º - Princípios jurídicos fundamentais
2º - Jus cogens internacional
3º - Direito da União Europeia
4º - Constituição da República Portuguesa
5º - convenções internacionais de que Portugal é parte
6º - Leis, decretos-leis, decretos legislativos regionais
7º - Regulamentos administrativos
 Os princípios jurídicos fundamentais e as normas de jus cogens podem estar
contidos em constituições, convenções internacionais, leis, decisões jurisprudenciais e
declarações com outra forma, ou resultarem do costume, ou de outras formas de
expressão da validade jurídica não radicadas em declarações de poderes políticos;
Dentro de cada fonte podem estar descritas outras relações hierárquicas (Ex:
Regulamentos da EU e as diretivas da EU subordinam-se aos Tratados da EU);
O princípio da competência prevalece sobre o princípio da hierarquia (Ex: Nas
matérias da competência dos Estados, os atos da EU não prevalecem sobre os atos de
direito nacional, já que os primários são inválidos);
 Existem outros princípios de resolução de conflitos normativos (lex posterior
derogat legi priori, lex specialis derogat legi generali);

Os Princípios Atos Não Normativos

Atos políticos: decisões concretas que manifestam o exercício da função


governativa ou política em sentido estrito, seja no plano interno seja no plano externo;
Exemplos de atos políticos: - “atos do povo ativo” (eleições e os referendos);
- Atos do Presidente da República de nomeação do
Primeiro-Ministro e dos restantes membros do governo ou a
demissão deste órgão;
- Atos de declaração de guerra e de paz;
- Atos do Governo como a aprovação do programa do
Governo ou das opções de plano;

Atos jurisdicionais: expressão do exercício da função jurisdicional, traduzindo por


isso, a aplicação do Direito no caso concreto, definido com força vinculativa para os
interessados a solução que resulta da lei ou de outras fontes jurídicas para uma
solução concreta;
- Normalmente estão em causa litígios, que opõem pessoas
singulares ou coletivas (do Direito Privado ou Público);
- No âmbito desses litígios pode ser apreciada a legalidade e/ou a
constitucionalidade de normas jurídicas, existindo mesmo um tribunal especializado no
controlo da constitucionalidade das normas jurídicas – O Tribunal Constitucional;
- Principais formas de decisões jurisdicionais:
 sentença judicial (quando emitida por um juiz singular)
 acórdão (se emitido por um coletivo de juízes);
- Os atos jurisdicionais pelos quais o Tribunal Constitucional
declara inconstitucionalidade de uma norma com força obrigatória geral possuem
conteúdo normativo;

Atos jurídico-públicos concretos da Administração Pública


englobam: 1 e 2

1. Atos administrativos: decisões administrativas unilaterais dirigidas á


produção de efeitos jurídicos numa situação individual e concreta, e que
têm um carater imperativo (no sentido de que tais efeitos se inscrevem na esfera
jurídica do particular por manifestação do poder político, independentemente da vontade
do destinatário);
- Exemplos: licença de construção, ordem de demolição;
2. Contratos administrativos: Acordos de vontade entre entidades
públicas ou entre estas e particulares, que conformam uma relação jurídica
de direito administrativo  Logo integram duas ou mais declarações de
vontade por força das quais é criada, modificada ou extinta uma relação
jurídica inter partes, mas esta relação é constituída e regulada pelas partes
á luz das normas de direito administrativo;
- Não traduzem o exercício de um poder de autoridade porque
possuem um caráter bilateral na medida em que são uma forma jurídica de
realização de interesses públicos, merecem ser classificados como atos-jurídico-
públicos;
- Exemplo: Contrato de empreitada de obras públicas, pelo qual o
Estado acorda com uma entidade privada a construção, por exemplo, de uma
ponte sobre o rio Douro, mediante o pagamento de um preço;

*Atos jurídico-privados da Administração Publica


  Contratos regulados pelo Direito Privado, como forma intermedia de
alcançar os seus objetivos
  Ex. Contrato de mútuo, contrato de arrendamento
  Não são atos jurídico-públicos

Os Atos juridico-públicos estão sujeitos a requisitois previstos na CRP, relativos á


emissçao ou formação de cada tipo de atuação:
- Respeito das normas superiores
- Competência do órgão que o emite
- Necessidade de que revista determinada forma
- Iter de formação
- Procedimento
  Violação dos requisitosInexistência, invalidade (nulidade e anulabilidade),
ineficácia, mera irregularidade;

Procedimento:
(Em conceito amplo)
Sequencia lógica e cronológica de atos e formalidades que precede a emissão do ato
jurídico-público;
- Atos de formação sucessiva e complexa, seja porque envolvem uma determinada
sequencia temporal de atos jurídicos ou outras atuações mais simples, seja porque
implicam uma intervenção de vários órgãos ou sujeitos jurídicos;
- Conceito amplo e abrange o conceito de processo;
(em conceito restrito)
- Tramitação de atos e formalidades adotada pelas entidades ou pelos órgãos públicos
no exercício da função governativa e legislativa e da função administrativa; que se
encontra predefinida em normas jurídicas com menor rigidez e precisão, o que
possibilita ao órgão que coordena o procedimento determinar a realização de outras
diligencias não especificamente previstas na lei;
Razões justificativas da imposição do Procedimento:   Garantia da realização dos
passos necessários à descoberta da realidade dos factos sobre que vão incidir os
efeitos jurídicos do ato praticado
  E que ocorra a intervenção das entidades ou dos órgãos que têm por tarefa ou
atribuição realizar interesses afetados pelo ato
  Participação dos potenciais afetados pelos efeitos jurídicos do ato
  Garantir uma maior transparência na produção dos atos jurídico-públicos

Consequências do Incumprimento do Procedimento:   Omissão de certos trâmites


ou formalidades, pode implicar invalidade ou irregularidade do ato final do
procedimento
  Se praticados, os atos inseridos no procedimento têm de ser conformes com o
Direito  Invalidade material do ato final
  As invalidades podem ter de ser invocadas em certo prazo, findo o qual já não
afetam a validade do ato final (Ex. Procedimento eleitoral)

Processo: Conjunto ordenado de atos jurídicos e formalidades, que, com precisão e


rigor, deve ocorrer para o exercício da função jurisdicional;
- Está regulado, de modo exaustivo, rígido e preciso;

Omissões de atos juridico-públicos: - apenas se relevam se corresponderem ao


incumprimento de um dever de atuar;
- A ordem jurídica não atribui sempre as mesmas consequências jurídicas a tais
omissões;
- Função administrativa  A lei, em certos casos, imputa ao silencio uma manifestação
de vontade: “deferimento tácito” ----- Ato silente
- Na função legislativa e jurisdicional não há atos silentes, a ordem jurídica atribui ás
omissões consequências como o dever de indemnização (omissão legislativa) ou a
verificação de inconstitucionalidade;

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Capítulo VIII – As posições jurídicas subjetivas públicas

1.1 Posições jurídicas subjetivas ativas

Direitos subjetivos públicos: vantagens conferidas a um sujeito que se


traduzem em faculdades ou poderes de exigir determinados comportamentos,
positivos ou negativos, ou de produzir efeitos jurídicos, para satisfação do
interesse do próprio titular do direito, mas têm de especifico o facto de serem
direitos afirmados perante entidades públicas e de só serem atribuídos porque o
interesse do titular do direito há de coincidir ou estar ainda ao serviço de um
determinado interesse da comunidade em que este de insere – são direitos
dotados de uma “intenção específica”;
Direitos absolutos: direitos aos quais correspondem deveres gerais de abstenção e
de respeito perante qualquer pessoa. Ex: Direito á vida, Integridade física;

Direitos de natureza obrigacional: nem todos têm os respetivos deveres, vai


haver um conjunto limitado de pessoas que vão deter esses deveres, normalmente
deveres de prestar ou de fazer ou de alguém se abster ou tolerar; Ex: direito a um
determinado subsídio, vai poder exigir ao Estado um determinado valor;

Direitos potestativos: poderes de unilateral e inelutavelmente provocar a


constituição modificação ou extinção de relações jurídicas, e implicam do lado passivo
um estado de sujeição; Ex: o direito de o titular de um cargo público poder renunciar
esse próprio cargo;
-Não é um direito subjetivo, porque enquanto um direito subjetivo exige um
comportamento o direito potestativo apenas concede o direito de produzir efeitos na
esfera jurídica de uma pessoa;

*Podemos ter direitos potestativos que criam direitos potestativos;

Direitos fundamentais: direitos que estão dotados de uma especial dimensão ética
e de uma especial força jurídica por derem expressão ou concretização do princípio da
dignidade da pessoa humana ou pela importância que revestem para o
desenvolvimento desta. Só podem ser restringidos quando a Constituição permitir e
(depois de a Constituição permitir ou o exigir) só por lei e se essa restrição for
necessária para a proteção dos direitos e dos valores constitucionais e segundo o
princípio da proporcionalidade;

Poderes jurídico púbicos:


- São exercidos por pessoas com autoridade pública, vão ser exercidos por
pessoas que integram e que conferem essas entidades a capacidade de desencadear
certos efeitos jurídicos na esfera jurídica de terceiros; Ex: o poder de legislar;
- Distinção entre direitos potestativos e poderes jurídico-públicos: os direitos
potestativos traduzem faculdades individualizadas nascidas no contexto de relações
jurídicas pre-constituidas quanto os poderes jurídico-públicos terão uma natureza
geral, no sentido de os pressupostos do seu exercício se poderem manifestar perante
qualquer um que se encontre em determinadas circunstâncias.

Deveres: Em sentido amplo, podemos ter deveres de fazer, não fazer ou tolerar;

Obrigações: direitos (de natureza obrigacional), reportam-se ainda a um bem


determinado; Ex: Obrigação de execução de um contrato administrativo de
empreitada;
Deveres em sentido estrito: correlativo dos direitos, visto que no outro lado da
relação não há um direito a uma especifica prestação.

Estado de sujeição: Posições jurídicas subjetivas passivas que surgem nas relações
juridico-públicas, em correspondência com direitos potestativos ou com poderes
juridico-públicos e que traduzem uma situação de necessidade inelutável de suportar
certos efeitos jurídicos decorrentes do exercício daqueles direitos ou poderes;
Ex: Sujeição em que se encontra o proprietário de um terreno que é expropriado;

Estatuto jurídico:
- O conjunto de posições jurídicas ativas e passivas vem associados a uma
especifica qualidade ou estado da pessoa;
- Existe, dentro da esfera jurídica de um mesmo sujeito, um conjunto de ambos
direitos e deveres perante o estado (isto é, não apenas em posições de vantagem, mas
simultaneamente de desvantagem);
- Status jurídico: pressuposto ou qualidade estável, a que se ligam certos
direitos e deveres, que podem sofrer variações, sem que aquela qualidade se perca.
Ex: Direito á liberdade de deslocação dentro do território português e o direito
de sair e de regressar ao território nacional; o dever de defesa da Pátria;

Estatuto do nacional, constituído por nascimento ou naturalização


- Estatuto de funcionário publico, constituído por contrato de trabalho ou por
nomeação;

Capítulo IX – As formas do Estado

Estado unitário
- Existe apenas 1 poder soberano, isto reflete-se na competência das competências,
que se concretiza no exercício do poder constituinte, 1 poder constituinte e 1
constituição;
- Pode assumir duas conformações diferentes, consoante tenha sofrido, ou não, um
processo de descentralização política do qual tenham resultado regiões autónomas, se
sim trata-se de um Estado regional/descentralizado, caso contrário, trata-se de um
estado centralizado;
- Centralizados: a totalidade das funções políticas estão concentradas no Estado,
pode existir uma descentralização de caráter meramente administrativo quando se
atribui a autarquias locais competências de satisfação das necessidades públicas no
respeito e em execução da lei;
- Ex: França em que vão existir regiões que tal como no estado central, vão exercer
funções político legislativas o que significa que vão poder emitir atos legislativos;
Luxemburgo;
- Descentralizados/Regionais: Nestes Estados existem reuniões que exercem
funções politico-legislativas, podendo emanar atos com força de lei em determinadas
matérias, para além de exercerem igualmente funções administrativas.
- Podem ser:
- Estados Regionais Parciais: é um estado em qual apenas parte do
seu território se em contra se encontra regionalizado (se encontra dividido em regiões
com poderes politico-legislativos); Ex: Portugal (tem 2 regiões autónomas (Açores e
Madeira)  com poderes político-legislativos);
- Estados Regionais Integrais: todo o território do estado se
encontra dividido em regiões com poderes politico-legislativos; Ex: Espanha com as
comunidades autónomas (Catalunha, Madrid ...) que são no fundo regiões com poder
politico-legislativo; Itália (região do Piet Mont, Toscânia etc.);
- Estados Regionais Homogéneos: Todas a regiões politico-
legislativas vão ter os mesmos poderes politico-legislativas; há uma distribuição igual
dos poderes pelas regiões; Ex: Portugal visto que os Açores e Madeira têm o mesmo
âmbito no poder politico-legislativo;
- Estados Regionais Heterogéneos: As regiões vão poder ter
diferentes poderes politico-legislativos entre si; Ex: Espanha – concede mais poderes á
Catalunha do que às outras regiões

Estado composto: caracterizado por conter duas formas de poder legislativo, um


representa o povo (nação) e o outro os próprios territórios federados, vigente o fato
de que a base jurídica é baseada em uma constituição.
Podendo ser caracterizados em Federação, Confederação, União Real e União Pessoal.

União real  conjunto de diferentes estados que partilham entre eles a mesma
coroa; Ex:

União pessoal  não são unidos pela coroa, mas têm o mesmo monarca,
mantendo-se os órgãos separados; Ex: Portugal e Espanha, de 1580 a 1640, que
mantiveram coroas diferentes, mas ocupadas pela mesma pessoa (Filipe II de Espanha
e Filipe I de Portugal)

Confederação: estado intermédio na evolução, entre a total independência de


certos Estados e a sua junção num Estado federal ou num Estado unitário ;
-Não vai possuir os poderes soberanos que são constituídos num Estado; não vai ter
uma constituição; os órgãos que compõem uma confederação têm de decidir por
maioridade
- Estados soberanos que vão ter uma constituição, que vão ser conferidos ao estado
federal pelos estados federados;
- Constituição federal – vai poder ser alterada como aconteceu nos
Estados unidos (Bill of Rights 1689, First 10 Amendments), os estados federados
vão ter de retificar uma alteração á constituição aprovada pelo parlamento
federal, de maneira que ela entre em vigor.
- Prevalece sobre a Constituição federada;
- Para o Estado federal tomar uma decisão é necessário ....
- Existem ...
- Os estados federados vão também ter funções politico-legislativas, governativas,
administrativas e jurisdicionais;
- A soberania é partilhada entre um nível federal(superior) e um nível
federado(inferior);

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Capítulo XI – Organização de Administração Pública
1. As pessoas coletivas, os órgãos e os serviços administrativos

Pessoa coletiva pública: estruturas organizatórias criadas por ato público, ás quais
é reconhecida personalidade jurídica e que têm por função zelar pela satisfação dos
interesses das comunidades que representam, sendo dotadas, para o efeito, dos
adequados poderes de autoridade;

Atribuições: realizam-se através da atuação dos órgãos que integram cada uma das
pessoas coletivas públicas;

Órgãos: são figuras organizatórias abstratas a que a lei fixa poderes funcionais de
atuação – as competências;
- Centros institucionalizados que detêm poderes e deveres para efeitos da
prática de atos jurídicos imputáveis á pessoa coletiva;

Função administrativa  Estado, Autarquias Locais e Regiões Autónomas 


Finalidades: Atribuições
Estado, Autarquias Locais e Regiões Autónomas são pessoas coletivas públicas 
Exercidas por órgãos  Que têm competências(poderes)

Titulares dos órgãos: Indivíduos que vão “ativar” as competências dos órgãos, que
as exercem em concreto;
- Manifestam a vontade juridicamente imputável á pessoa coletiva pública;
Serviços: departamentos dentro dos quais indivíduos (por regra: trabalhadores da
função pública) desempenham tarefas auxiliares do órgão que os dirige, preparando
ou executando os atos jurídicos por aqueles praticados.
- Cada serviço é dirigido por um órgão, embora cada órgão possa ter “ao seu serviço”
mais do que um departamento (serviço);
- Exemplo: Organização estadual em que o Estado  pessoa coletiva
Governo  Órgão
Ministério educação  Serviço

Classificação dos órgãos administrativos

1)Quanto ao número de titulares:

Órgão Singulares: são compostos por um único titular;


- As suas manifestações de vontade denominam-se por decisões (o
processo não é exteriorizado, apenas sendo visível o resultado do mesmo);
- Exemplo: O Presidente da Câmara;

Órgãos Colegiais: integram mais do que dois titulares, sendo constituídos por um
presidente e pelos vogais, e, em geral, por um secretário;
- As suas declarações de vontade designam-se por deliberações
(que são tomadas em reunião e precedidas de um período de discussão e de votação);
- Exemplo: Câmara municipal, que também é constituída pelo
presidente e pelos seus vereadores, uns com pelouro e outros sem;

A ligação ou vinculo dos titulares de órgãos aos respetivos órgãos pode resultar de
diferentes atos jurídicos, como por exemplo: - a nomeação
Ou
- A eleição

 E o mesmo vínculo extinguir-se-á por: demissão (nos casos em que o titular


tenha sido nomeado)
Ou
- Perda de mandato (se o titular do órgão
singular tiver sido eleito)
- Ou dissolução (se os titulares do órgão
colegial tiverem sido designados por eleição)

Exemplos: demissão de um diretor geral, perda de mandato de um presidente da


camar, dissolução de uma assembleia municipal;

2) Quanto á duração:

Órgãos Permanentes: têm duração indefinida


Exemplo: Câmara municipal do Porto;
Órgãos Temporários: são instituídos para atuar pelo período de tempo necessário
á concretização de uma determinada tarefa;
- Frequentemente denominados órgãos ad hoc;
- Exemplo: juízes de concursos;

3) Prática de atos jurídicos:

Órgãos externos: Praticam atos jurídicos perante terceiros, em nome da pessoa


coletiva de que fazem parte;
- Emitem declarações de vontade que visam produzir efeitos jurídicos
na esfera jurídica de outros indivíduos, entidades provadas ou até de outras entidades
publicas;
- Exemplos: O Ministro ou a Camara Municipal;

Órgãos internos: Praticam atos jurídicos ou manifestam juízos de valor que só


indiretamente se refletem na esfera jurídica de terceiros, na medida em que
contribuem para a preparação das decisões ou atos jurídicos dos órgãos externos,
podendo ainda contribuir somente para ajudar a dar conhecimento de tais decisões;

4) Quanto a um critério funcional:

Órgãos ativos: formam e manifestam declarações de vontade ou que desempenham


atividades materiais ou jurídicas de execução de decisões jurídicas previamente
tomadas:
- Exemplo: Diretor-Geral do Tesouro e Finanças;

Órgãos consultivos: compostos por titulares com preparação técnica, científica


especializada, emitindo juízos de valor ou de perícia técnica (pareceres, conselhos),
com isto auxiliando órgãos com competência decisória (os órgãos ativos) a tomar as
respetivas decisões ou deliberações;
- Exemplo: Conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República;

Órgãos de Controlo: têm por função fiscalizar o funcionamento e a atividade dos


órgãos administrativos, em especial dos órgãos ativos;
- Exemplo: Inspetor-geral de Finanças, que dirige o serviço central do
Ministério das Finanças, a Inspeção-geral de Finanças;

Funcionamento dos órgãos colegiais

Reunião: encontro pessoal, solene e formal – que agora se pode realizar por “meios
telemáticos” – dos membros do órgão que deliberarem sobre assuntos da sua
competência;
Sessão: período de tempo dentro do qual o órgão pode reunir, podendo uma sessão
realizar-se mais do que uma reunião.
- Só se fala em sessões a propósito daqueles órgãos que não são de
funcionamento continuo;
- Exemplo: Câmara municipal ou o Governo, diz-se que estão em sessão
permanente, reunindo regularmente;

As reuniões podem tanto ser ordinárias como extraordinárias:

Reuniões ordinárias: têm lugar regularmente


- Exemplo: reuniões da camara municipal que reúnem uma vez
por semana ou duas vezes por mês como a do Porto;
- Não têm de ser convocadas, por ser á partida conhecido o dia e,
por regra, a hora da sua realização, mas, como têm de ser precedidas da distribuição
da ordem do dia (enviada pelo Presidente do órgão), com a antecedência mínima de
48 horas sobre a data da reunião, na prática os membros do órgão colegial são
notificados da sua realização;

Reuniões extraordinárias: são excecionalmente convocadas, quando a urgência


na apreciação de algum assunto não permita aguardar pela reunião ordinária seguinte.
- Por força do seu caráter excecional, necessitam de
convocatória realizada pelo presidente do órgão colegial com uma antecedência
mínima de 48 horas juntamente com a ordem do dia.
- Os membros do órgão colegial podem requerer ao
presidente a convocação desta reunião;
- Exceção: Se um pedido de convocatória por pelo menos 1/3
dos membros do órgão for recusado pelo presidente ou se o presidente não fizer a
convocação, eles podem convocá-la diretamente;  ilegalidade das deliberações
aprovadas na reunião a não ser que todos os membros comparecentes sejam a favor
da realização da reunião;

Ordem do dia – consiste num elenco ordenado (expresso e especificado) dos


assuntos a discutir e a deliberar durante a reunião.
- Na reunião só podem ser discutidos temas definidos na ordem do dia,
sob pena de invalidade caso contrário  a não ser que que a deliberação seja tomada
numa reunião ordinária e 2/3 dos membros reconheçam a urgência em deliberar o
assunto;

Quórum: Requisito de validade das deliberações que as mesmas sejam tomadas em


reunião (ordinária ou extraordinária) na qual o órgão esteja minimamente
representado.
Exemplo – Na reunião têm de estar presente a maioria do número legal
de membros com direito de voto
- Se não for preenchido, faz-se uma segunda convocatória, onde se declara
suficiente a presença de 1/3 dos membros com direito de voto; Mas nos órgãos
compostos por 3 membros, o quórum exige sempre 2 membros;
Maioria absoluta: é obrigatório mais de metade dos votos dos membros presentes;
- Regra de votação;

Maioria relativa: os votos favoráveis excedem os votos contra, sem contar com as
abstenções; ou, a proposta com mais votos favoráveis, de entre as propostas sujeitas á
votação.
- Pode ainda ser exigida uma maioria mais qualificada do que a maioria
absoluta (Ex: a maioria de 2/3 dos membros do órgão colegial);
- Regra excecional;

Voto de qualidade: voto atribuído ao presidente do órgão em caso de empate,


determinado assim o sentido de votação;
- Se a votação foi realizada por escrutínio secreto, a regra não é
aplicável, por não se conhecer nesta hipótese o sentido de voto do presidente;
- o presidente participou na votação inicial, pelo que o voto de
qualidade vai ser o seu voto inicial;

Voto de desempate: Atribuído ao presidente em caso de empate, quando este não


participou na votação inicial;
O resultado da votação é decidido pelo seu voto atual;

Ata: as deliberações dos órgãos colegiais tomadas oralmente são reduzidas a escrito;
- As deliberações só produzem efeitos jurídicos para que tendem depois de
aprovada a ata (na reunião seguinte) ou depois de aprovada a minuta da ata (na
própria reunião em que são aprovadas as deliberações);
- Neste último caso a eficácia das deliberações constantes da minuta cessa se a
ata da reunião não as reproduzir  requisito de eficácia das deliberações;

Pág.186-192

2. Administração Pública Portuguesa: A administração estadual direta e indireta e


a Administração Autónoma
Administração Estadual: compreende as entidades cuja atividade tem em vista a
satisfação de interesses públicos estaduais;
- O Estado á a principal pessoa coletiva pública dentro do território português a
desenvolver a função administrativa, e fá-lo através dos seus órgãos e serviços; E
exerce também um leque de poderes sobre outras entidades públicas que prosseguem
também a função administrativa, no contexto das relações de tutela e
superintendência que com elas estabelece;

Administração Autónoma: integra as pessoas coletivas públicas, de base


territorial ou associativa, que prosseguem interesses públicos próprios das
comunidades que representam, através de órgãos eleitos pelos membros destas.
- Estão em causa comunidades mais restritas do que a
comunidade estadual, e que compõem as regiões autónomas, as autarquias locais e as
associações públicas.

Administração estadual direta: Conjunto de órgãos e serviços que integram o


Estado-Administração, por meio do qual este prossegue(diretamente) a função
administrativa;

Pág. 193-198

Hierarquia administrativa: uma relação de suprainfraordenação estabelecida


entre dois órgãos de uma mesma pessoa coletiva, ou entre um órgão e os funcionários
do serviço que este dirige;
- Ex: relação entre o ministro e o diretor-geral
- Caracteriza-se por um conjunto de poderes de que dispõe o órgão superior
hierárquico sobre o subalterno: - Poder de direção;
- Poder de fiscalização;
- Poder sancionatório;
- Poder de supervisão;
- Poder de substituição;

Poder de direção: Poder de dar ordens (comandos individuais e concretos) ou


instruções (comandos gerais e abstratos) aos funcionários de um serviço ou aos órgãos
subalternos;
- Do outro lado da relação jurídica, corresponde-lhe o dever
de obediência, desde que tais ordens ou instruções sejam dadas pelo legitimo superior
hierárquico;
- Este dever de obediência mantém-se mesmo quando a
ordem seja ilegal ou o seu cumprimento implique a prática de um ato ilegal, implique a
violação de uma norma jurídica imperativa;  o princípio da obediência hierárquica
prevalece sobre o princípio da legalidade  não têm responsabilidade
- Exceções pata crimes pois assim poderá ser
responsabilizado;

Poder de fiscalização: traduz a competência do superior hierárquico para


verificar o modo como tem sido desenvolvida a atividade dos subalternos e, desde
logo, se os mesmos têm acatado as ordens e instruções;
- Instrumental do poder disciplinar/sancionatório por ser
muitas vezes no contexto de fiscalizações que se detetam infrações disciplinares;

Poder sancionatório/disciplinar: concretiza-se na possibilidade de o superior


hierárquico aplicar sanções aso trabalhadores da Administração Pública que não
cumprem os seus deveres profissionais (Ex: dever de obediência ou dever de
assiduidade);
- A aplicação de sanções disciplinares, que vão
de advertência á demissão, pressupõe, como regra, um procedimento administrativo
disciplinar, no contexto do qual é assegurada a defesa daquele que é suspeito de ter
cometido uma infração disciplinar;
- Objetivo: garantia de um bom funcionamento
dos serviços da Administração Publica  configura um poder de auto-organização ou
de autodisciplina da Administração; ...

Poder de supervisão: competência de revogar, anular ou suspender os atos


administrativos praticados pelo subalterno;
Revogação  faz cessar os efeitos quando razões de
interesse público reclamem tal cessação; (ato é inconivente)
Anulação  elimina os efeitos da ordem jurídica com
fundamento na sua ilegalidade; (ato é ilegal)

Poder de substituição: confere ao superior hierárquico a faculdade de atuar


em vez do subalterno, sobretudo para suprir situações de inércia do subalterno.
- Fica afastada a substituição caso o a lei tenha atribuído
competências de carater exclusivo ao subalterno;

Outro tipo de relação que pode ser estabelecida entre dois órgãos de uma mesma
pessoa coletiva  relação de delegação

Delegação de poderes/Delegação administrativa: fenómeno de partilha do


exercício de determinada competência entre dois órgãos em que o titular originário
dessa competência é o – órgão delegante e aquele que passa a poder exercer a
competência delegada é o – órgão delegado;
- realiza-se por ato administrativo e tem de estar autorizada por lei, podendo ocorrer
entre dois órgãos de uma mesma pessoa coletiva, quer se encontrem numa relação de
hierarquia quer fora dela, ou entre órgãos de pessoa coletivas distintas;
- O órgão delegante vai poder exercer certos poderes em relação ao órgão delegado
(pode dar instruções, anular, revogar ou substituir os órgãos do delegado);

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