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ACTOS NORMATIVOS

Nota: os apontamentos apresentados foram recolhidos em aula teórica


de Direito Constitucional II, leccionada pela Exma. Professora Doutora
Cristina Queiroz.

 Actos normativos
o N.º 1 do Artigo 112.º da CRP – Princípio da tipicidade dos
actos normativos (leis, decretos-lei e decretos legislativos
regionais);
o Constituição considerada “a norma das normas de produção
jurídica”.
 Pirâmide Normativa (produção legislativa interna) de
Hans Kelsen

 No topo da pirâmide, encontra-se a Constituição


Nacional (CRP), seguindo-se, numa posição
inferior na hierarquia de normas, as leis,
decretos-lei e decretos legislativos regionais e,
num terceiro patamar, os regulamentos.
Caminha-se da generalidade para a
particularidade;
 Ainda se podem acrescentar as normas
provenientes de actos de autonomia privada,
apesar de assumirem diminuta relevância no
ordenamento jurídico português;
o Por “processos de criação de Direito”, entendem-se todos os
actos das autoridades públicas e privadas que produziram
Direito;
o Ao sistema de hierarquia de normas, corresponde uma
hierarquia de órgãos de controlo, como podemos verificar no
artigo 209º da CRP.
Artigo 209.º
Categorias de tribunais

1. Além do Tribunal Constitucional, existem as seguintes categorias de tribunais:

a) O Supremo Tribunal de Justiça e os tribunais judiciais de primeira e de segunda


instância;
b) O Supremo Tribunal Administrativo e os demais tribunais administrativos e fiscais;
c) O Tribunal de Contas.

o Todavia, é importante recordar que Portugal se encontra


envolvido numa “rede”, recepcionando legislação
internacional. Como tal, assiste-se a um processo de
descentralização do poder estatal, quer através da recepção
de normas de Direito Internacional, quer através da produção
de normas das autarquias locais;
o Note-se, também, a pluralidade de órgãos de produção
jurídica, dado que o Estado tout court não é o único a
desempenhar a função legislativa. Atente-se no papel da
administração autónoma em matéria legislativa e
regulamentar;
o A função/poder legislativo pertencia, no século XIX, apenas às
Assembleias Representativas bicamerais. Apenas a
Constituição de 1822 previa a existência de uma Assembleia
unicameral. Já em pleno século XX, a Constituição de 1933
previa a existência de uma Assembleia Nacional e de uma
Câmara Corporativa que, todavia, nunca se assumiu como
segunda câmara;
o A Lei expressa a autoridade da Assembleia, que atesta o
princípio da soberania e constitui o órgão representativo;
o A Constituição de 1911 passa a admitir o sistema de
autorização legislativa;
o Numa situação de conflito de normas, revela-se necessário
recorrer a um critério que faça prevalecer uma delas:
 Critério da Hierarquia das Normas – a norma
constitucional prevalece sobre a norma
infraconstitucional;
 Critério da Especialidade entre Normas de Igual
Hierarquia – lei geral não revoga lei especial e lei
especial derroga lei geral;
 Critério Temporal – lei posterior derroga lei anterior.

o A Constituição inglesa é constituída por um conjunto de actos


do Parlamento e convenções constitucionais (fiscalizadas
constitucionalmente ou não). Não é uma constituição rígida,
que possibilita o critério temporal;
o Aplicando o princípio de preferência de validade e aplicação
de normas, numa situação de conflito entre uma norma
constitucional e uma norma infraconstitucional, a supremacia
da Constituição anula o outro (efeito de revogação);
o No que concerne ao conceito constitucional de Lei, num
regime democrático, o processo de produção legislativa é
tendencialmente aberto em relação ao conteúdo, mas não
em relação à forma. Recorde-se princípio da tipicidade –
artigo 112º da CRP – reforçado por um número seguinte (n.º5
do mesmo artigo), integrado com a Revisão Constitucional de
1982. Nestas circunstâncias, não se autorizam remissões para
despachos ministeriais, como no Estado Novo.

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