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Direito da atividade administrativa:

Freitas Amaral, noções fundamentais do direito administrativo


A finalidade da administração pública é a prossecução do interesse publico, as pessoas
coletivas do direito público exprimem-se através de órgãos que são integrados por
pessoas singulares.

Só se estuda a função administrativa do estado e dos órgãos públicos.


Ambos praticam atos que não alteram a norma jurídica e também atos jurídicos
(regulamentos administrativos art.135º do CPA; atos administrativos que são
tradicionalmente o instrumento típico do exercício da atividade administrativa cuja
noção se encontra no art.51º CPTA remissão 148º CPA).

Temos ainda os contratos públicos como meio de exercício da atividade


administrativa, estão regulados num código próprio embora lhes seja feita referência
no artigo 2º, n2 al. L do CPTA, art.37º al. L CPTA, art.4º, nº1, al/E ETAF.
O regulamento administrativo é geral e abstrato (características dos atos legislativos),
apesar de que os regulamentos não são adotados no âmbito da função legislativa do
estado.
Os atos administrativos são individuais (tem um destinatário) e concretos (visam a
resolução de uma única situação).
A atividade administrativa não se esgota em atos jurídicos também se esgota em
operações meramente materiais que podem ser de exercício ou de execução.

 Operações de exercício - podem ser a prestação de serviço a utentes ou a


coação direta policial;
 Operações de execução - traduzem-se no ato material da demolição de um
edifício, de um muro …
Administração em sentido formal: factos jurídicos ≠ atos jurídicos
Os factos jurídicos ao contrário dos atos jurídicos não contem em si próprios uma
estatuição (imposição), e traduzem-se em operações meramente materiais de carater
físico que não implicam a alteração da ordem jurídica.
Em regra geral, pressupõem a existência de um ato administrativo ou legislativo
prévio. Estas operações materiais podem classificar-se em operações materiais de
exercício (a prestação de serviço aos utentes ou a coação policial direta) ou execução
(demolição de um edifício).

As operações materiais também se distinguem de acordo com o fator tempo em:


 Operações instantâneas - (identificação do individuo pelas autoridades policiais),
enquanto continuadas (demolição de um edifício);
 Operações periódicas - (pagamento de uma renumeração, subsídio…)
 Operações de exercício - Prestação de serviços aos utente ou a coação policial
direta.
 Operação de execução - Demolição.
 Operações continuadas - Demolição de um edifício.

Em termos de atos jurídicos:


Regulamento administrativo: (definição está no artigo 135º cpa). Para efeitos do
disposto no presente Código, consideram-se regulamentos administrativos as normas
jurídicas gerais e abstratas que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visem
produzir efeitos jurídicos externos.
Nem todos os regulamentos produzem efeitos externos, alguns produzem efeitos
internos (não se aplica o código do processo administrativo aos mesmos).
Aqui destacam-se 3 elementos relativamente ao regulamento adminstrativo.

 Elemento de natureza material: que se prende com a generalidade (o


regulamento administrativo aplica-se a um número indeterminado de
destinatários), e abstrato (também ele se aplica um número indeterminado de
casos ou situações), ou seja, o regulamento administrativo não se esgota numa
única utilização. Ex: regulamento de funcionamento das piscinas municipais.

 Elemento de natureza orgânica: relativamente ao conceito de administração


pública em sentido material, os regulamentos administrativos não são apenas
adotados por entidades pertencentes á administração pública, podem também
ser adotados por entidades de natureza privada no exercício de funções
administrativas, ou seja, no exercício de poderes jurídico-administrativos.

 Elemento funcional: só consideramos como regulamentos administrativos os


atos que revestem as características anteriores (generalidade e abstração), mas
que são adotados no exercício de funções administrativas. Não são
considerados regulamentos administrativos os decretos-lei do governo, por
exemplo. Isto acontece porque estes são do âmbito da função legislativa. Os
regulamentos administrativos têm natureza infralegal e tal resulta do art.3º do
CPA e art.266º/2 da CRP.

Em geral, os regulamentos administrativos destinam-se á execução e á aplicação das


leis ou normas equiparadas (inclui normas jurídicas produzidas no seio da UE).
Atos jurídicos do governo que são considerados regulamentos administrativos:

 Decretos regulamentares;
 Resolução de concelho de ministros;
 Portarias genéricas dos ministros em nome do governo.
Atos jurídicos dos governos regionais que são considerados regulamentos
administrativos:

 Posturas das autarquias locais;


 Decretos regulamentares.
Regulamento administrativo ≠ lei:
Ambos têm as mesmas características na perspetiva material, mas enquanto os
regulamentos são dotados no âmbito da função administrativa, a lei é adotada no
exercício do poder legislativo.

Regulamento administrativo ≠ ato administrativo:


Ambos provêm da administração publica no exercício da função administrativa, mas o
seu procedimento e adoção é distinto, há momentos que são comuns, mas depois o
CPA estabelece o procedimento dos regulamentos nos art.97º e sgs e os relativos aos
atos administrativos no artigos 102º e sgs, para alem de terem especificidades no seu
procedimento, o regulamento é geral e abstrato e o ato administrativo é individual e
concreto.
Classificação de regulamentos
Critérios
Relação com a lei:

 Regulamentos complementares ou de execução - São regulamentos que


aprofundam ou desenvolvem a disciplina jurídica, constantes da tal lei
habilitante, art.112º número 6 e 7 CRP, relativamente aos regulamentos de
execução é lhes feita uma especial referência no art.199º alínea c da CRP. Estes
regulamentos podem ser espontâneos ou devidos, nos termos do art.137º
número 1 do CPA, os regulamentos quando são devidos, o prazo para a sua
adoção é de 90 dias, se não forem adotados os interessados podem reclamar
ou propor uma ação administrativa com vista à adoção de normas devidas nos
termos do art.37º número 1 alínea e do CPTA.

 Regulamentos autorizados ou delegados -quando a entidade publica atua invés


do legislador porque lhe é dado esse poder, mas que são proibidos quando são
suspensivos, modificativos ou revogatórios.

 Regulamentos independentes ou autónomos -art.133º CPA, são regulamentos


que visam introduzir uma disciplina jurídica inovadora no âmbito das entidades
que os emitem, no fundi traduzem a concretização das atribuições conferidas
pelo legislador
Objeto:

 Regulamentos de organização - disciplinam a distribuição de funções pelas


diferentes unidades e departamentos da unidade pública e a repartição de
tarefas;
 Regulamentos de funcionamento - destinam-se á fixação de regras de
expediente.
 Regulamentos de polícia - limitam a liberdade individual com vista a evitar
danos sociais.
Âmbito de aplicação:

 Gerais - Aplicam-se a toda a gente (normalmente são externos).


 Locais (ou regionais) -referimos os regulamentos das autarquias e das regiões
autónomas;
 Institucionais - adotados normalmente por institutos públicos ou associações
publicas e só se aplicam às pessoas que se encontram sob a sua jurisdição
Eficácia

 Internos - apenas produzem efeitos jurídicos o interior da esfera jurídica da


entidade que os adota
 Externos - 135º CPA: produzem efeitos não só em relação a outras entidades
publicas, mas também para particulares, são estes a que se aplica o código do
procedimento administrativo, têm por finalidade agilizar e dinamizar a ordem
jurídica em geral art.112º, nº 6 e 5 CPA, art.135º e 136º CPA

 Gerais:
a) Regulamentos complementares: Podem ser de desenvolvimento das
bases gerais estabelecidas na lei, têm que respeitar a reserva de lei e
podem ser integrativos que são situações especificas que não se
encontram previstas na lei e só são admissíveis quando
expressamente autorizados também pela lei.

b) Regulamentos executivos ou de execução: Têm por fim último


interpretar preceitos legais, art 199o alínea c CRP.

c) Regulamentos autorizados ou delegados: Quando a entidade pública


atua invés do legislador porque lhe é dado esse poder, mas que se
mostram proibidos quando são suspensivos, modificativos ou
revogatórios.

d) Independentes: Distinguem-se entre autónomas onde, regra geral,


são adotados pelas regiões autónomas no exercício de atribuições
próprias nos seus poderes de auto governação e autogoverno. Os
independentes do governo e de autoridade do governo são aqueles
que são adotados sem referência imediata a uma lei e só são
admissíveis fora do domínio de reserva da lei, visa-se
fundamentalmente a regulamentação primária de certas relações
sociais e quando os regulamentos independentes autónomos e os
regulamentos independentes do governo são admissíveis desde que
respeitando a reserva da lei, já existem certas dúvidas em relação à
admissibilidade dos regulamentos independentes das autoridades
independentes.
Dentro dos regulamentos independentes, como se trata de uma
regulamentação primária, é sempre necessária ter em consideração
a reserva de lei, arts.161º, 164º, 165º CRP

 Especiais: disciplinam relações especiais de poder ou de direito administrativo,


dentro destas as relações de serviço ou fundamentais quando administrado tem
uma posição jurídica especial face a administração. Ex: alunos de uma escola
publica, utentes

Na relação com a lei:


Todos os regulamentos não podem contrariar a lei, sendo esta a lei nacional,
internacional e a lei da EU que Portugal esta vinculado nos termos do artigo 8º da crp.
Precedência da lei nos termos do artigo 136º, nº1 cpa, em terceiro lugar os
regulamentos não podem inovar.
Poder regulamentar e o fundamento do poder regulamentar:
O poder regulamentar é o conjunto das regras e princípios de natureza material que
regulam e condicionam o conteúdo ou a disciplina dos regulamentos.
Poder regulamentar externo não é um poder originário da administração publica, é um
poder dito secundário ou derivado da constituição ou da lei. Se a constituição ou a lei
nada disserem a esse respeito, a competência regulamentar não existe, em termos de
fundamento do poder regulamentar esta questão pode ser analisada em três
perspetivas:
 Fundamento pratico: em termos práticos o poder regulamentar externo da
administração encontra a sua razão de ser no distanciamento existente entre o
legislador e os casos concretos da vida social. O legislador nem sempre tem os
conhecimentos técnicos que lhes permitem adotar legislação adequada às
diferentes situações, obviamente que a administração publica está mais
próxima dos administrados, seja na vertente estadual ou autónoma, do que o
legislador. A segunda razão tem a ver com a impossibilidade de previsão
absoluta ou completa das condições de aplicação da lei na mais variadas
situações. É o poder regulamentar que permite a aplicação, execução e a
complementaridade da lei.
 Fundamento histórico: o princípio da separação de poderes surgiu na época
liberal, veio estabelecer a separação entre o poder legislativo e o poder
administrativo, e não se podia retirar de todo da administração a possibilidade
de adotar normas gerais e abstratas pois isso iria pôr em causa o exercícios do
poder legislativo.
 Fundamento jurídico: por um lado a CRP que o prevê, por outro lado a e a lei
habilitante sem a qual o poder regulamentar externo não poder ser exercido,
isto já não é assim nos regulamentos internos, que encontram o seu
fundamento na autorregulamentação e auto-organização das várias entidades
administrativas e em última instância no poder de decisão e direção do
superior hierárquico em relação aos seus subalternos.
Limites do poder regulamentar:
1. Princípios gerais do direito que traduzem a ideia do direito e o princípio da
justiça;
2. Convenções internacionais de que Portugal faz parte;
3. O direito da união europeia;
4. A constituição da república;
5. Os princípios gerais do direito administrativo (art.266º, nº2 e art.3º até ao 19º
do CPA), em particular o princípio da proporcionalidade, da justiça, igualdade,
da imparcialidade, da persecução do interesse publico, da participação, etc…
6. Lei, princípio da reserva da lei, princípio da reserva da lei, princípio da
prevalência e da precedência da lei (lei habilitante);
7. A conformidade com os regulamentos de entidades hierarquicamente
superiores art.143º e art.138º CPA.
Este primeiro grupo de limites relaciona-se com a hierarquia das fontes.
8. A proibição da retroatividade dos regulamentos art.141º, nº1, se os
regulamentos vierem introduzir situações mais favoráveis, podem ter efeitos
retroativos;
9. Limites de competência e de forma, as competências das autoridades no
tempo, limitam o exercício do poder regulamentar, para além disso, cada órgão
tem uma determinada competência regulamentar, não podendo meter-se nas
competências de outro entes públicos, isto denomina-se de competência
subjetiva, e devendo exercer aquelas competências necessárias á prossecução
do fim que ditou a atribuição do poder regulamentar.
10. Art.137º e art.146º, nº2 – a obrigatoriedade traduz-se na obrigatoriedade da
adoção de um regulamento cujo prazo legal é de 90 dias, e a impossibilidade de
simples revogação dos regulamentos 146º, nº2, significa que não se pode pura
e simplesmente revogar um regulamento, quando se revoga um regulamento é
necessário que se legisle um regulamento que venha subsistir esse.
11. Art.145º, nº2, estatele a caducidade dos regulamentos quando é revogada a lei
habilitante, a lei que permitiu a sua adoção.
12. Princípio da inderrogabilidade circular dos regulamentos, em que toda a
atividade administrativa obedece ao princípio da legalidade, e obviamente os
atos administrativos são concretos e individuais, e têm que respeitar os
regulamentos em cujo âmbito se inserem, um ato administrativo não poder
contraria um regulamento administrativo art.142º, nº2

Hierarquia dos regulamentos em matéria de atribuições concorrentes -138º/1


Preferência aplicativa, e esta vai ser decidida caso a caso e no âmbito das questões que
estão a ser decididas.
O procedimento do ato administrativo, é comum quer aos regulamentos quer atos
legislativos, existem regras próprias de cada um.
Regras especificas em relação ao regulamento:
 Publicação dos regulamentos 119º/1 al.h e 3, no diário da república ou boletim
autárquico ou edital. O artigo 139º apenas dita a obrigatoriedade dos
regulamentos externos DR ou na net
Existiram algumas alterações no CPA de 2013 em relação ao princípio da participação
(art.267º, nº1 e art.5 da CRP). Nomeadamente em relação á audiência de interessados
(art.100º) e á consulta pública (art.101º) – como exemplo da necessidade de
imparcialidade e transparência temos o artigo 98º/1.
Exemplo da transparência e da imparcialidade no exercício da função administrativa,
art.98º CPA, é inovador em relação ao antigo regime.
Utilidade do poder regulamentar
No fundo vieram intermediar a relação entre o legislador com a vida social
propriamente dita porque se considera que o legislador se encontra desfasado com os
casos concretos da vida real. O legislador não consegue prever de forma completa e
total, aquilo que é necessário para tornar as leis exequíveis, a intervenção da
administração pública é super importante para esse efeito.
Ato administrativo:
Estatuição autoritária (ius imperii) relativo a um caso concreto por respeito de direito
administrativo no uso de poderes administrativos destinados a produzir efeitos
positivos (favoráveis ou desfavoráveis) ou negativos (regra geral desfavoráveis).
- Estatuição autoritária (ius imperii), significa que quando adota atos administrativos a
administração pública atua com ius imperii, poder da autoridade pública que se
impõem unilateralmente aos administrados.
Características do ato administrativo:

Imperatividade e a vinculatividade.
Apesar de ser cada vez mais frequente a participação dos administrados nos processos
de decisão e de adoção dos atos administrativos designadamente quando aplicam o
princípio da participação.

Traduz-se no comando destinados a regularizar com efeitos imediatos situações


jurídicas de forma unilateral, dessa noção encontram-se excluídos toda a atividade
privada da administração designadamente as declarações negociais, que obviamente
não são unilaterais, para além dos atos de direitos privado da administração, também
os atos chamados atos instrumentais, dentre desses atos, os atos preparatórios
(pareceres) artigos 91º e 92º. Os atos de execução que se limitam a desencadear a
eficácia de atos anteriores ou a tirar consequências desses atos, e os atos de
comunicação como as notificações, intimações ou a publicação que se limitam a levar
ao conhecimento dos administrados os atos administrativos propriamente ditos.

Os atos confirmativos, são atos que se limitam a reproduzir atos administrativos


anteriores, em relação a estes atos o próprio CPTA no artigo 53º número 1 considera-
os impugnáveis.
 relativa a um caso concreto, isto é o que permite distinguir do regulamento que
tem caráter normativo, o ato administrativo é individual e concreto, individual no
sentido em que tem como destinatário um indivíduo ou um grupo de indivíduos
determinado ou determinável, e concreto porque se traduz no facto de se
esgotar numa única aplicação.

 praticada por sujeito de direito administrativo, significa que preferencialmente os


atos administrativos são aqueles que são adotados por pessoas coletivas de
direito público da administração portuguesa, órgãos do estado no sentido de
administração estadual direta, no sentido de administração estadual indireta
(institutos públicos e empresa públicas), ainda na administração estadual temos
as autoridades administrativas independentes, incluímos também as entidades
públicas que integram a administração autónoma (autarquias, regiões
autónomas, associações públicas, etc) a par destas autoridades administrativas
temos também pessoas coletivas de direito privado no exercício de funções
jurídico administrativas para prossecução do interesse público Ex: concessionárias
das auto estradas, as pessoas privadas podem aplicar sanções aos administrados
(coimas e multas) porque o contrato de concessão isso lhes permite.

 no uso de poderes administrativos, nem sempre é fácil distinguir a função


administrativa das restantes funções, temos como exemplo próprio governo. O
governo é o órgão superior da administração pública (182o), exerce funções
administrativas, exerce funções políticas (187o) e funções legislativas (198o),
exatamente porque nem sempre é possível fazer uma delimitação estanque das 3
funções.
O legislador veio prever no artigo 268o número 4 CRP o princípio da tutela jurisdicional
efetiva dos direitos e dos interesses legalmente protegidos dos administrados, entre
eles atribuindo-lhes a faculdade de impugnar atos administrativos que os lesem,
independentemente da sua forma, releva o conteúdo do ato e não a designação que
lhe é dada.

Daqui se retira que estão excluídos da noção de atos administrativos, os atos com
natureza política, e os atos de natureza puramente legislativa, em relação aos políticos,
nem sempre é fácil saber distinguir Ex: Em relação à construção de um hospital, a
decisão é política, a adjudicação da obra às empresas de construção são atos
administrativos.

 e destinado a produzir efeitos que podem ser positivos (favoráveis ou


desfavoráveis) ou negativos (regra gera desfavoráveis), só são relevantes para
efeito do procedimento administrativo aqueles atos que extravasam os efeitos
para lã da A.P. criando efeitos de criação, modificação e extinção.

Estão perfeitamente excluídos todos os atos internos que apenas têm repercussões a
nível interno na administração, não significa que não se reconheça.

Podem produzir efeitos positivos ou negativos, os efeitos positivos podem ser


favoráveis (outorga de uma licença) ou desfavoráveis (aplicação de uma sanção).

Os atos negativos são aqueles em que a administração se recusa a dar indeferimento


ao administrado.

Procedimento do ato administrativo (art.1º/1)

Art.1º - o procedimento é a sucessão de atos e formalidades relativos á formação,


manifestação e execução da vontade dos órgãos da administração publica.

O procedimento adminstrativo é a forma da função administrativa e tem como


finalidade última adoção do ato adminstrativo em sentido estrito.
E uma sucessão ordenada de atos menores, conducente á adoção de um ato maior
que é o ato adminstrativo. Não se confunde com o processo adminstrativo cuja
definição vem no nº2 do mesmo artigo. De acordo com o CPA, o processo
administrativo corresponde a um conjunto de documentos devidamente ordenados
em que se traduzem os atos e formalidades que integram o procedimento
administrativo.

O procedimento é composto por 4 fases (2 obrigatórias e 2 eventuais):

1. Fase preparatória: nesta fase distinguimos 3 momentos, a iniciativa, a instrução


e a audiência de interessados.
Nos termos do artigo 53º a iniciativa pode ser pública ou privada, por seu turno a
iniciativa publica pode ser heterónoma ou oficiosa. Na iniciativa oficiosa, é o órgão que
decide e que da início ao procedimento. Na iniciativa heterónoma o procedimento é
iniciado por um órgão distinto daquele que vai adotar a decisão final. O prazo para
decisão na iniciativa oficiosa é de 180 dias nos termos do artigo 128º/6.

No que diz respeito á iniciativa particular a mesma começa com a apresentação de um


requerimento por parte do particular, este requerimento tem de obedecer ao artigo
102º do CPA, o requerimento em regra terá de ser apresentado por escrito, tem que
designar o órgão adminstrativo a que se dirige, tem que identificar de forma completa
(com o nome, endereço, email, telefone, nº de cartão de cidadão, nº de contribuinte)
do requerente, tem que conter uma exposição dos factos e do direito relativo ao
pedido que tem de ser redigido de forma clara e precisa.
Este requerimento deve ser apresentado na sede do órgão destinatário ou por email,
mas se estiver indicado incorretamente o órgão destinatário, ou seja, se tiverem
mandado a um órgão que não é competente para tomar a decisão, deverá ser
remetido oficiosamente ao órgão competente - isto nos termos do artigo 41º e
remissão do 109º/2.

Se o requerimento apresentar deficiências podem acontecer 3 coisas nos termos do


artigo 108º, primeiro a própria administração deve tentar colmatar as próprias
deficiências, naquilo que não for possível oficiosamente deve solicitar os elementos ao
particular/requerente, e se não os obtiver é que em última instância será deferido o
requerimento.

No fundo prevalece aqui o princípio da cooperação entre a administração e os


particulares e o princípio do aproveitamento dos atos, em última instância, o facto da
de se considerar que A.P se encontra num patamar de superioridade. A apresentação
de um requerimento dá lugar ao dever de decidir, que se encontra no artigo 13º CPA,
que contem no seu nº2 uma exceção no sentido em que esse dever de decidir não se
verifica se o requerente tiver apresentado um requerimento idêntico nos últimos 2
anos, ou seja, quer se evitar que as pessoas continuem a apresentar o mesmo
requerimento com esperança de uma decisão diferente.

No caso dos particulares a decisão tem de ser proferida no prazo de 90 dias nos
termos do artigo 128º/1, sedo que nos termos do 129º a ausência de decisão é
considerada incumprimento do dever de decisão podendo o administrado utilizar os
meios administrativos impugnativos e os meios de impugnação contenciosa, neste
caso estamos a falar de omissão de decisão, logo o meio adequado será o 37º/1/d do
CPTA. Excecionalmente nos termos do artigo 130º o silencio da administração pode ser
considerado um deferimento tácito.

O segundo momento da fase preparatória é a instrução. É durante esta fase que se


procede á reunião dos elementos e meios de prova necessários á definição do
conteúdo do ato principal, esta fase encontrasse nos artigos 115º a 120º do CPA, é
nomeado logo os dirigentes do procedimento adminstrativo, ou seja, a quem compete
a recolha de todos os elementos necessários á formação da vontade.
No artigo 115º a obrigação do responsável pelo procedimento, de recolher as provas,
no artigo 117º temos a possibilidade desse mesmo dirigente poder solicitar ao
requerente os meios de prova em falta, e do artigo 119º a culminação no sentido de
que se o requerente apresentar o que lhe foi solicitado o procedimento interrompe-se.
Nesta fase vigora o princípio do inquisitório nos termos do artigo 58º que significa que
a administração tem poder de proceder a todo o tipo de exames e de vistorias, etc...
mas contudo incumbe ao administrado provar os factos que alega no seu
requerimento.

Naqueles processos em que administração não tem de recorrer qualquer elemento diz
se que se verifica uma situação de monopólio por parte do particular, o artigo 86º
estabelece o prazo de 10 dias, quer por parte dos particulares que por parte da
administração. Isto porque nos termos do artigo 59º existe o dever de celeridade.

A Solicitação de pareceres, pareceres que no fundo correspondem a opiniões de


caráter jurídico ou técnico com vista a ajudar à fundamentação da decisão, são
normalmente emitidos por órgãos consultivos que podem pertencer à organização
administrativa ou que podem ser emitidos por entidades exteriores, esta matéria
encontra-se prevista nos artigos 91º, onde existem pareceres de 2 espécies, pareceres
obrigatórios cuja solicitação é obrigatória para o ente decisor e pareceres facultativos,
a entidade que decide pode solicitar o parecer mas não é obrigada a fazê-lo.

Por seu turno, os pareceres obrigatórios podem ainda vinculativos ou não vinculativos.
Se são vinculativos, o órgão decisor tem de decidir no sentido do parecer, o que não
acontece nos pareceres não vinculativo, a regra encontra-se prevista no artigo 91º/1
que nos diz que os pareceres normalmente são obrigatórios e não vinculativos. Se o
parecer não for solicitado temo um vicio de estatuição que conduz nos termos do
artigo 163º à anulabilidade do ato, é aquilo que ele chama um vicio procedimental,
tem haver com o procedimento da adoção do ato, se o parecer for obrigatório e não
for vinculativo, temos também um vício de estatuição, desta vez de conteúdo que
conduz igualmente à anulabilidade do ato.

Os pareceres têm que ser contados no prazo de 30 dias a contar da sua solicitação, se
não for emitido pode prosseguir o procedimento nos termos do 92º/5 e 6.

O terceiro momento desta fase é a audiência de interessados (221º e ss),


normalmente quando já há um processo de instrução. É audiência dos interessados,
porque dita a CRP, que no exercício da função administrativa, seja possibilitada a
participação dos administrados segundo o artigo 267º CRP. É a possibilidade dos
interessados antes de ser proferida a decisão final, se porventura não concordarem
com essa decisão, tentarem convencer a administração que permita o sentido dessa
decisão.

A questão que se coloca a propósito da audiência dos interessados é qual será a


consequência a retirar da preterição desse direito, por um lado há quem a considere
um direito fundamental, a preterição da audiência dos interessados tem como
consequência a nulidade do ato (161º número 2 D), por outro lado há quem a
considera uma mera decorrência do princípio da participação a que se refere o artigo
12ºCPA. Para esses trata-se de um mero vicio procedimental que terá como
consequência a anulabilidade do ato (163º), pode ser invalidado no prazo de 3 meses.
Há ainda outros que entendem que a sanção deve ser a anulabilidade para a
preterição da audiência dos interessados, defendendo, no entanto, que quando estão
em causa processos disciplinares com aplicação de sanções, os atos devem ser
declarados nulos, entenda-se que violam o princípio do contraditório que se encontra
previsto no artigo 32º número 10 CRP.

Fase constitutiva ou decisória (obrigatória):


A fase constituída é aquela em que se dá a perfeição do ato administrativo, o
momento em que fica completo, devendo ser comunicado aos administrados. A regra
geral (114º). é que os atos administrativos têm que ser notificados. Os regulamentos,
ao contrário, dos atos administrativos são obrigatoriamente publicados dado o seu
caráter geral (14º 158º)

Os atos administrativos completos têm que conter a justificação, ou seja têm que
explicar a sua conformidade com a lei (152º) e isto é suficiente nos atos vinculados
mas nos atos discricionários, para além da fundamentação também tem que contar a
motivação, a motivação é própria dos atos discricionários, diz-nos porque é que foi
decidido num determinado sentido dentro das possibilidades possíveis.

A fundação e a motivação são obrigatórias nos termos do artigos 152º e 153º e


determinam a anulação dos atos nos termos do artigo 163º. A forma dos particulares
impugnarem atos que afetam os seus interesses é através da impugnação
administrativa, seja uma impugnação graciosa para o órgão que o adota (184º e ss), ou
através da impugnação contenciosa (37º 1/a quando falamos de atos expressos, 37
1/b quando falamos na omissão de atos)

Nos termos do artigo 13º/3, a administração pode deferir ou indeferir o requerimento


dos interessados mas pode também decidir sobre coisa diferente ou mais abrangente
do que a pedida, por razões de interesses públicos, pode também impor ao ato
administrativo cláusulas acessórias como a condição, o termo, ou o modo. Com a
condição, a administração faz depender a produção ou a cessação de efeitos jurídicos
de um ato administrativo de um evento futuro e incerto, com o termo, a administração
faz de depender a produção ou a cessação de efeitos de uma data ou de um evento
certo. E com o modo, a administração faz depender a produção de efeitos de um
determinado ato de um cumprimento de um ónus por parte do particular, é muito
frequente nos loqueamentos.

Por regra, usados correspondem a decisões finais expressas, 127º CPA, que podem ser
orais mas em princípio são escritas nos termos do artigo 150º/1 e 151º

O 152º fala essencialmente do dever de fundamentação.


A resposta ao requerimento particular deve ser dada até ao prazo máximo de 90 dias,
nos termos do artigo 128º/1, e se o início do procedimento for oficioso, se não houver
resposta no prazo de 120 dias, o procedimento caduca.

Naqueles casos em que a iniciativa é privada, se não houver resposta até aos 90 dias
dás o incumprimento do dever de decisão nos termos do artigo 129º. No entanto há
situações excecionais, e essas situações são situações em que a administração não se
pronuncia e temos 3 tipos de atos em que a administrar não se pronuncia:

- Atos implícitos, a administração não pratica ou adota um ato, mas passa de imediato
a sua execução verificam-se diminuídas as garantias dos administrados e só são
utilizados em situações excecionais.

- Atos tácitos, o que acontece é que há uma presunção que o particular retira para si, a
partir de um ato administrativo que foi dirigido a outro destinatário, soa situações
anómalas.

- Atos silentes (130º), o artigo 130 faz referencia à possibilidade de haver lugar a
deferimentos tácitos, o que não é a regra, o silêncio da administração só corresponde
a deferimento quando a lei o regulamento a determine, a regra é o indeferimento
tácito, mas para que se considere que há deferimento têm que estar preenchidas uma
serie de condições, tem que estar previsto na lei, depois tem de haver uma pretensão
formulada por um particular através de um requerimento nos termos do 102º, o órgão
a quem foi dirigido o requerimento tem de ser o competente para efeitos de contagem
de prazo, porque se não for o competente existe a remessa oficiosa nos termos do 41º
e o prazo só começa a contar mais tarde, tem que haver a obrigação de decidir por
parte da administração nos termos do 300º/1. A seguir tem que ter decorrido um
prazo de 90 dias úteis, e por fim o prazo tem de ter corrido sem que haja lugar.
Qualquer notificação. Verificados estes pressupostos, estamos perante aquilo que se
chama um ato silente, designadamente o deferimento tácito, que já vimos que não é a
regra, em todos os outros casos em que a lei não atribui ao silencio o significado de
deferimento, estamos perante indeferimentos tácitos (129º) e que podem ser
impugnados quer administrativamente (184o) quer judicialmente nos termos do
37º/1/b CPTA, e artigo 66º e ss CPTA)

Fase integrativa de eficácia (eventual, nem sempre são necessárias):


É uma fase eventual, porque em princípio os efeitos do ato administrativo produzem-
se logo que este é adotado nos termos do artigo 155º 1, primeira parte CPA, mas isto
nem sempre é assim (há atos que precisam de uma ação posterior da administração
para se tornarem eficazes) as exceções:

1ª - No caso dos atos recetícios que são aqueles que apenas assumem relevância
jurídica quando conhecidos dos seus destinatários, o ato apenas começa a produzir
efeitos depois de notificado. São situações de atos administrativos que impõem
deveres ou obrigações aos particulares. A notificação funciona como condição de
eficácia.
2ª - Os atos sujeitos a publicação só produzem os seus efeitos a partir do momento em
que são publicados, enquanto que a notificação é sempre obrigatória, a publicação só
o é quando expressamente exigida por lei.

3º - Atos com eficácia diferida (155º), nestas circunstâncias o ato administrativo apesar
de se encontrar praticado só vai começar a produzir os seus efeitos num momento
posterior ficando os mesmos sujeitos à superveniência de um facto ou de outro ato
que desencadeia a sua produção. Posto isto, há que fazer as seguintes classificações:

Distinção entre eficácia imediata e eficácia diferida.


No primeiro caso o ato administrativo começa a produzir efeitos logo que é praticado.
No segundo caso apenas, virá a produzir efeitos num momento posterior ao da sua
prática.

Distinção entre eficácia prospetiva ou EX NUNE e eficácia retroativa ou EX TUNE

No primeiro caso os efeitos do ato administrativo produzem-se apenas para a frente


do momento da sua prática (futuro), no segundo caso os efeitos do ato projetam-se
para o passado.

Quanto às regras, a regra é a eficácia imediata, é a eficácia instantânea e no último


caso a eficácia prospetiva.

3 figuras distintas (EX TUNE):

1. Retrodatação, a administração publica devia ter adotado um ato num


determinado momento, e por qualquer razão não o fez, mais tarde adota esse
ato, mas atribui-lhe efeitos desde a data em que devia ter sido adotado.

2. Retrotração, um ato é adotado mas não começa logo a produzir efeitos,


determina-se que só produzirá efeitos a partir de um determinado momento no
futuro, mas esses efeitos vão se contar a partir da data em que o ato foi adotado.
3. Retroatividade, nos termos do artigo 156º, de acordo com a retroatividade que
em geral é proibida, os efeitos de um ato, projetam-se par atras do momento
constitutivo, podendo afetar situações pré-constituídas, a retroatividade só é
aceitável se for mais favorável para o cidadão, caso contrário é proibida.

Suspensão da eficácia dos atos administrativos

Através de:

- Cláusulas acessórias, como uma condição suspensiva, a condição faz suspender,


tratando-se de condição suspensão significa que o ato administrativo só vai começar a
produzir efeitos no momento em que se verificar o evento condicionante.
- Um termo inicial, o termo trata-se de um evento futuro mas certo, e o ato
administrativo pode prever o momento temporal a partir do qual começara a produzir
os seus efeitos.

- Utilização de um meio procedimental ou processual que visa diretamente suspender


a eficácia do ato, trata-se aqui do pedido de suspensão da eficácia do ato
administrativo que pode ser dirigido à A.P, sempre que se apresente reclamação
graciosa ou recurso contencioso suspende-se a eficácia do ato segundo os artigo 184º
e ss, ou dirigida ao tribunal através de uma propositura de um providência cautelar,
nos termos dos artigos 36/1/f e 112º/2/a.)

- Também pode ocorrer a suspensão nos termos da lei e nisso é exemplo nos termos
do 50º/2 CPTA

Quanto à cessação de efeitos

- Pode operar através de uma clausula acessória que seja uma condição resolutiva, o
ato administrativo é praticado, começa a produzir os seus efeitos mas verificando-se.

- Ou termo final, significa isto, que o ato administrativo pode prever o período
temporal durante o qual se encontrará a produzir efeitos, findo esse período os
mesmos param de se produzir.

- Pode resultar da anulação, e a anulação implica a ilegalidade do ato, ou seja, a sua


desconformidade com a lei e pode ser declarada ou pelo próprio órgão, ou pelo órgão
hierarquicamente superior, ou pelo tribunal, segundo o artigo 165º/2.

- Uma outra forma de cessação de efeitos é a revogação do ato, ao contrário da


anulação que só pode ser declarada em virtude da ilegalidade do ato, a revogação
assenta em juízos de conveniência e oportunidade (165º/1). A revogação opera por
iniciativa do próprio órgão que adotou o ato, ou do órgão superior.

Fase executiva (eventual, nem sempre são necessárias):


Tal como a fase integrativa de eficácia, em que a eficácia depende de um ato posterior,
a fase executiva também é uma fase eventual.

Só ocorre quando em relação determinado ato administrativo são necessárias ações


materiais de execução para que aquele produza efeitos. Aparece desde logo, o
conceito de exequibilidade, é a suscetibilidade de um ato poder sofrer uma execução,
por exemplo uma licença de construção. Assim distinguimos atos exequíveis de atos
não exequíveis.

Os atos não exequíveis não carecem de qualquer execução material, os exequíveis


carecem de execução para produzirem os seus efeitos. Surgem mais dois conceitos, em
1º lugar o conceito de executividade, é a característica do ato que funciona como titulo
executivo tornado semelhante a uma sentença condenatória, ou seja, pode-se fundar
nesse ato uma ação de execução, é o caso da expropriação. Para que possa haver uma
ação de execução com base num ato é necessário que ele seja exequível, e que seja
eficaz.

A outra forma é a executoriedade, corresponde à possibilidade da A.P poder ela


própria executar os seus atos recorrendo à forca se for necessário, ou seja, é
totalmente independente do recurso a tribunal, é o caso da demolição.

Para esse efeito o ato tem que ser exequível e eficaz, e a lei tem de permitir a
possibilidade do mesmo ser executado, daqui se conclui que os atos não exequíveis
são atos não executivos e não executórios. Os atos exequíveis são atos ou executivos
ou executórios.

O sistema de contencioso administrativo tem influência francesa e após a revolução


francesa começou a falar-se da justiça administrativa, que se traduz na fiscalização da
legalidade pelo poder judicial ao poder administrativo. O CPA e CPTA e estatuto dos
tribunais administrativos e fiscais, só se começaram a falar após 2002 por virtude de
uma reforma constitucional (1989). Esses diplomas tem a sua versão atual, com mais
ou menos alterações, depois da revisão de 2015.

O CPA tem uma noção de ato administrativo considerada como uma noção de
conteúdo substantivo - 148°CPA + 51° CPTA.

Surge um sujeito de direito privado mas surgem na prossecução do interesse público


Ex: universidades públicas, concessionárias, etc.

O ato administrativo enquanto umas das principais formas da atividade jurídica


administrativa e, seguramente, a sua forma de atuação mais tradicional corresponde a
uma estatuição autoritária adotada por um agente da administração pública em
relação a um caso concreto e individual no uso de poderes jurídico- administrativos,
tendo por finalidade a produção de efeitos externos jurídico positivos ou negativos.

A par destas autoridades administrativas temos pessoas coletivas de direito privado no


exercício de funções jurídico-administrativas para a prossecução de interesse público -
ex: concessionárias das auto estradas que são pessoas privadas que podem aplicar
sanções aos administrados (multas e coimas) porque o contrato de concessão lhes
permite tal.

Funções do ato administrativo

Função tituladora
Os atos administrativos valem como título executivo podendo basear ou ser base de
uma ação executiva, consubstanciam em si um título com eficácia positiva ou eficácia
autotitulante Ex: liquidação de impostos.
Função definitória
Significa que os atos administrativos definem autoritária e unilateralmente relações
jurídicas Ex: Inscrição de um estudante numa escola pública ou a admissão de um
doente num hospital público.

Função procedimental
Todo o procedimento administrativo visa a tomada de decisão de um ato
administrativo, assim sendo, o ato administrativo corresponde ao momento principal
do procedimento que visa a sua adoção e é também a sua fase mais visível.

Função estabilizadora
Isto significa que a decisão mesmo sendo ilegal, excluindo as situações de nulidade, a
que se refere o artigo 161º CPA, consolidam-se em prazos relativamente curtos, 3
meses para os particular nos termos do artigo 58º CPTA, assegurando assim a
autovinculação da administração e a limitação de poderes de derrogação 167º CPA, ou
seja, em relação a esta função existe o ónus de impugnação, se o particular não
impugnar, o ato consolida-se na ordem jurídica.

Função processual
No sentido de que todos os atos administrativos que se enquadram na definição
anterior são passíveis de impugnação contenciosa nos termos do artigo 37º número 1
CPTA.

Classificação dos atos administrativos

Atos que influem sobre status (conjunto de direitos e deveres que resultam do facto
jurídico):
1. Atos que criam status Ex: concessão de cidadania.
2. Atos que modificam status Ex: Transferência de um funcionário público.
3. Atos que extinguem status Ex: Demissão do funcionário público.

Atos desfavoráveis que criam para os particulares situações de desvantagem:


1. Atos ablatórios, são atos que diminuem os poderes dos administrados.
2. Atos impositivos, que se podem traduzir comandos ou proibições.
3. Atos de indeferimento, que traduzem a recusa da administração em se
pronunciar sobre o requerimento de determinado administrado

Atos favoráveis que criam para os particulares situações de vantagem:


1. Concessões, verificam-se no domínio de atuação da AP.
 Translativas, Ex: Concessão dos serviços públicos.
 Constitutivas, Ex: A concessão da exploração dos bares da praia.

2. Autorizações
 Relações entre a administração pública e particulares. * Dispensa, é o caso da
licença de uso de porte de arma.
 Autorização constitutiva, ou também chamada autorização licença Ex: licença
de construção, só se pode construir se houver uma licença do município.
 Autorização propriamente dita, ou autorização permissiva Ex: licença para o
exército de uma atividade comercial ou industrial.

Relações entre órgãos da administração pública:


 Autorização constituída de legitimação, o órgão tem competência para adotar
um determinado ato mas não o pode fazer sem autorização de outro órgão sob
pena de invalidade.
 Aprovação, o ato pode ser adotado sem autorização mas não produz efeitos
enquanto não for aprovado.

Atos de 2º grau, reportam-se a atos anotados anteriormente.


1. Consolidação, consolidar em caso de afetação de um ato por uma invalidade
por exemplo a incompetência vem um segundo ato reaproveitá-lo.
2. Modificação, atos que visam modificar atos anteriores Ex: Reforma.
3. Destruir, cessar ou suspender a eficácia de atos anteriores Ex: Anulação,
suspensão e revogação.

Caso Prático 1:
O diretor geral dos produtos agrícolas invocando uma delegação do ministro da
agricultura decidi instaurar um processo disciplinar e demitir um funcionário da
direção geral do comércio por este ter retido indevidamente em armazém produtos
perecíveis que acabaram por se deteriorar causando um Grand prejuízo à economia
nacional.

Esse funcionário pretende reagir contra a decisão do diretor geral alegando que:
1. O diretor geral dos produtos agrícolas não lhe pode aplicar a sanção de
despedimento já que a direção geral do comércio a que pertence faz parte do
ministério da economia.
2. Não foram averiguados todos os factos relevantes para a tomada de decisão
3. Não lhe foi dada a oportunidade de se manifestar durante o procedimento
disciplinar.
4. A decisão foi lhe comunicada sem que lhe indicassem quaisquer razões para além
das ditas no enunciado.
Quid iuris ?

A quem incumbe averiguar todos os factos relevantes para a tomada de decisão é ao


órgão responsável pelo procedimento, mais concretamente, na fase de instrução
(subfase da fase preparatória - recolhidos todos os meios de prova, solicitados todos
os pareceres e elementos necessários à formação da decisão). Este procedimento
administrativo é de iniciativa pública.

(115º a 120º fase da instrução) O princípio que preside a instrução é o princípio do


inquisitório (58º e 115º), o órgão tem a liberdade de proceder a todas as diligências
necessárias, (116º não obstante o dever de averiguar a verdade), se houver alguma
situação de que o administrado se queira defender, incumbe-lhe o ónus da prova (ao
administrado)
Nos termos do artigo 119º/3 - Se se entender que as informações são imprescindíveis,
o procedimento interrompe-se até à sua obtenção.

Relativamente ao facto de não se poder defender encontramo-nos na fase


preparatória, alínea 3), audiência dos interessados 121º CPA.

É nesta fase que o administrado tem oportunidade de se defender e de apresentar


elementos de direito / de facto que permitem sustentar a sua posição.

Há quem entenda que é um direito fundamental procedimental com consagração


constitucional no 277º/5 CRP - sanção é nulidade 161º/2/d CPA. Há quem entenda que
é uma decorrência do princípio da participação do 12º CPA (posição que nos
assumimos) - regra geral entendemos que é causa de anulação do ato (163º CPA) com
exceção da preterição da audiência dos interessados nos processos disciplinares e
sancionatórios - princípio do contraditório violado - conduz à nulidade do ato.

A decisão carece de fundamentação - 151º e 152º CPA: a fundamentação é


obrigatória. Se for um ato vinculado. Dentre as várias sanções disciplinares que se
poderiam obter, a justificação de ser a demissão do funcionário e não outra sanção
(nulidade do ato 151º/a). É preciso a motivação - tem de se explicar porquê que se
optou pela referida sanção disciplinar, ao invés de outras.

A falta de fundamentação constitui um vicio que leva à anulação (151º/d + 152º/1/ a.).
Este ato padece de uma série de vícios.

O que é que o administrado pode fazer?

Impugnar administrativamente e contenciosamente. (184º e ss CPA) Impugnação


administrativa - recurso hierárquico reclamação graciosa Impugnação contenciosa -
recorre aos tribunais 37º/1/a CPTA

Em que prazo ?
A preterição da audiência dos interessados é uma causa de nulidade e não de
anulabilidade (58º CPTA 3 meses) - sendo nulo a nulidade é invocável a todo o tempo –
41º CPTA.

Direitos e deveres dos administrados:


O início do procedimento administrativo cria um conjunto de direitos e deveres para
os administrados. Em termos de direitos temos, o direito a uma decisão e a sua
notificação (13º,114º CPA), o direito à participação (12°), o direito à informação (82º a
85o), o direito a ser ouvido antes da decisão final (121°, audiência de interessados) o
direito de resistência e renúncia (131°), o direito a conhecer as razões numa eventual
recusa (152º fundamentação), o direito a reclamar e recorrer administrativamente da
decisão (184° e SS)

Os administrados também têm deveres no âmbito do procedimento, o dever de


cooperação com as entidades administrativas (60° CPA), o dever de prestar
informações e trazer ao procedimento das provas necessárias e adequadas ao seu
requerimento (116º,115º CPA), o dever de pagar taxas ou despesas exigíveis (133° CPA
a contrário).

Suspensa de eficácia dos atos administrativos


Atas de clausula acessória, como uma condição suspensiva, um termo inicial, ou um
pedido de suspensão (pode ser dirigido á A.P), sempre que se apresenta reclamação
graciosa ou recurso contencioso suspende-se a eficácia do ato segundo os artigos 184º
e ss, ou dirigida ao tribunal através de uma propositura de uma providencia cautelar,
nos termos dos artigos 36º/1/f e 112º/2/a

Também pode ocorrer a suspensão nos termos da lei e nisso é exemplo nos termos do
50º/2 CPTA
Quanto á cessação de efeitos, pode operar através de uma clausula acessória que seja
condição resolutiva ou termo final. Pode resultar da anulação, e a anulação implica a
ilegalidade do ato, ou seja, a sua desconformidade com a lei e pode ser declarada ou
pelo próprio órgão, ou pelo órgão hierarquicamente superior, ou pelo tribunal,
segundo o artigo 165º/2

Uma outra forma de cessação de efeitos é a revogação do ato, ao contrário da


anulação que só pode ser declarada em virtude da ilegalidade do ato, a revogação
assenta em juízos de conveniência e oportunidade.

Elementos do ato administrativo:

1. Sujeito :

Quem adota o ato são as entidades publicas ou pessoas coletivas de direito privado no
exercício de funções publicas. Essas pessoas têm atribuições, que tem por finalidade a
execução de interesses públicos, sendo estes definidos pela lei. Às pessoas coletivas de
direito público (ou privado) a lei confere atribuições, correspondem ao interesse
público específico que têm que prosseguir, ou seja, são condição de validade dos atos
administrativos por si praticados.

E as pessoas coletivas de direito público fazem-se representar por órgãos que para
esse efeito exercem competências (órgãos administrativos).

Os órgãos (20º e ss CPA) são compostos por pessoas físicas e singulares, a que são
atribuídas competências para a prossecução das atribuições da pessoa coletiva pública
em que se integram.

A legitimação é a ligação da pessoa física ao órgão.


Vícios que podem resultar em relação a este primeiro elemento do ato (sujeito):

1. Falta de atribuições, tem como consequência a nulidade no termos do artigo


161º/2/b). (Em relação às pessoas coletivas)

2. A incompetência em razão da matéria, da hierarquia, do território, do valor, do


tempo, tem como consequência a anulação do ato nos termos do artigo 163º (em
relação aos órgãos). No entanto se a incompetência respeitar ao território gera
pela gravidade que o vicio assume a nulidade do ato administrativo.

3. A falta de legitimação, tem como consequência a anulação nos termos do artigo


163º. (No que se refere às pessoas singulares)

• 1. Falta de investidura do titular do órgãos


• 2. Falta de convocatória de reunião (163º)
• 3. Inobservância do quórum (no caso órgãos colegiais - quando nos órgãos colegiais
não estão reunidos o número de membros necessários à tomada de decisão) -
(161º/2/h)
• 4. Falta de autorização para a prática do ato.
• 5. Impedimento do agente ou do titular do órgão.
• 6. Deliberações tomadas no curso de situações tumultuosas (161º/2/h).

4. Vícios na formação de vontade:

• 1. Usurpação de poderes, ocorre quando a administração publica aparece a praticar


um ato administrativo em matéria que é da competência de uma das demais funções
do estado, este vício determina a nulidade do respetivo ato administrativo nos
termos da alínea a) do número 2 do artigo 161º.

• 2. Coação absoluta - Coação moral ou física dos titulares dos órgãos administrativos
e nos termos da alínea f, do número 2 do artigo 161º determinam a nulidade do ato
administrativo.

2. Objeto:

É a realidade sobre a qual vão recair os efeitos do ato administrativo e pode ser
constituída por coisas, pessoas, seres dotados de sensibilidade jurídica e outros atos
administrativos. Ex: Coisas - uma ordem de demolição/ Pessoas - nomeação de um
funcionário público/ Seres dotados de sensibilidade jurídica - uma ordem de abate de
um animal/ Outros atos administrativos - anulação administrativa

O objeto tem que ser possível quer fisicamente, quer legalmente sendo que, a
possibilidade física significa que o objeto existe e está acessível, sendo que, a
possibilidade legal traduz-se na suscetibilidade abstrata de uma determinada realidade
sofrer os efeitos de um ato administrativo (seja ele qual for).

O objeto tem que ser determinado ou determinável


O objeto tem que ser idóneo, aqui trata-se de saber em concreto se um certo objeto
pode sofrer os efeitos de um certo e determinado ato administrativo e lícito.

Vícios relativos ao objeto:


1º - Inexistência ou impossibilidade física ou jurídica (161º/2/c).
2º - Indeterminabilidade
3º - Ininteligibilidade (161º/2/c)
4º - Idoneidade
5º - Ilícitude (161º/2/c)

3. Estatuição:

Temos alguns pressupostos a destacar, o fim que se traduz no interesse publico a


prosseguir, a realidade tem de ser possível de ser subsumível á previsão normativa, o
procedimento, o conteúdo e a forma.

Vícios do ato adminstrativo e as sua convergências:

Vícios do sujeito:
1. A falta de atribuições a que corresponde nulidade nos termos do art.161º/2/b.
2. A incompetência em razão da matéria e da hierarquia, consequência a
anulação do ato nos termos do artigo art.163º. (em relação aos órgãos).

3. No que se refere às pessoas físicas pessoas singulares temos a falta de


legitimação, falta de investidura do titular do órgão, falta de convocatória de
reunião ou inobservância do quórum no caso dos órgãos colegiais art.163º.
falta de autorização para a prática do ato, impedimento do agente ou do titular
do órgão, deliberações tomadas no curso de situações tumultuosas
art.162º/2/h e por fim a coação absoluta e a consequência a nulidade
art.161º/1/f

Vícios relativos ao objeto


1. A inexistência ou impossibilidade físico jurídica, consequência anulidade nos
termos do 161º/2/c,
2. A indeterminabilidade
3. A inteligibilidade nos termos 161º/2/c
4. A inodeineidade
5. A ilicitude tem como consequência nulidade 161º/2/c

Vícios relativos á estatuição


1. Vico relativos ao pressupostos sejam eles abstratos (previsão normativa) ou
concretos (realidade concreta) , consequência a anulabilidade. Uma vez que
apenas se pode atingir o fim estatuído na norma se a realidade fática for
subsumível à previsão da mesma, sempre que não se verifique essa coincidência
existirá um vício no fim que em regra, determina a anulabilidade do ato
administrativo (163º), no âmbito deste vício só haverá lugar à nulidade nas
situações de carência absoluta de base legal, ou seja, quando a AP estiver a atuar
sem lei habilitante.

2º - Vícios relativos ao fim, relação entre o conteúdo do ato e o fim que visa
prosseguir.

• 1. Desvio do poder, dá-se quando o ato não é o adequado à prossecução


daquele fim.

• 2. Violação do príncipio da prossecução do interesse público (4º CPA) -


(161º/2/d)

5º - Vícios relativos ao conteúdo do ato (consiste no conjunto de efeitos jurídicos


que o ato visa produzir), o conteúdo do ato tem de ser possível, inteligível e lícito
sob pena de nulidade (161º/2/c).

6º - Vícios de forma e formalismos, das quais se destaca a fundamentação, a


regra é a anulabilidade (163º), a menos que estejam em causa direitos
fundamentais e sejam graves - a audiência de interessados. A falta absoluta de
forma legal dá origem à nulidade (161º/2/g), no caso de preterição de
formalidades não essenciais, a consequência será mera irregularidade, ou seja,
apesar de o ato conter um vicio na sua forma, este não é suficiente para o
invalidar, dando lugar no limite à retificação do mesmo.

7º - Vícios de procedimento ou procedimentais a que corresponde a omissão dos


trâmites legalmente previstos (163º), a menos que estejam em causa direitos
fundamentais e ai a sanção será a nulidade (161º/2/d)

A influencia do tempo e espaço no direito adminstrativo

Usucapião1 - Trata-se de um direito real de aquisição que possibilita ao possuidor de


uma coisa, a aquisição do direito de propriedade sobre a mesma mediante o decurso
de um lapso de tempo, aplica-se tanto a bens móveis como imóveis sendo que o lapso
de tempo depende se o bem é móvel ou imóvel e posteriormente das características
da posse, assim no mínimo, o prazo para aquisição por usucapião é de 3 anos no caso
de bens móveis e de 10 anos no caso de bens imóveis e no prazo máximo é nos bens
móveis de 6 anos e nos imóveis de 20 anos. Os mínimos correspondem à melhor posse
sendo que a melhor posse é a posse titulada, pública, pacífica e de boa fé, os máximos
correspondem à pior posse, ou seja, posse não titulada, violenta, oculta e de má-fé.

Os particulares podem usucapir bens da administração Pública ?

1 A usucapião não funciona de forma automática, dependendo de invocação,


correspondentemente haverá sempre a possibilidade de oposição por parte daqueles contra quem
se invoca a usucapião
Resposta - Os particulares nunca podem usucapir bens do domínio público da
administração, no entanto poderão usucapir bens do seu domínio privado. 2

A Administração Pública pode usucapir bens dos particulares ?

Resposta - Sim, a administração pública pode usucapir bens dos particulares


exatamente nas mesma circunstâncias que qualquer particular o pode fazer.

Imemorial - Figura muito próxima à usucapião, nunca permite adquirir o direito de


propriedade, permite que através da sua invocação o particular possa obrigar a
administração Pública a tolerar a utilização de um bem público que de outra maneira
nunca toleraria. O prazo para a invocação do imemorial é superior relativamente ao
usucapião, está fixado no mínimo de 30 anos e pode ser invocado pela administração
contra o particular e do particular contra a administração. Muitas vezes aconteceu que
determinados terrenos particulares utilizados desde tempos imemoriais.

Funcionário potativo (aparente)3 - é uma ilegalidade que conduz à invalidade, só


haverá lugar ao surgimento da figura do funcionário potativo nas situações em que o
ato de nomeação desse funcionário é nulo, o ato é nulo e por isso não cria o vínculo
entre o funcionário e a administração. Se o funcionário potativo se mantiver ao serviço
da administração pública por um período de tempo superior de 5 anos adquire o
direito ao lugar, desde que esteja de boa-fé, ou seja, significa desconhecer o motivo
que levou à nulidade do ato de nomeação.

1. - Qual é o valor jurídico dos atos praticados pelo funcionário potativo?

Valem o mesmo do que os atos praticados por um funcionário público, a nulidade do


ato de nomeação não se transfere aos atos praticados pelo funcionário potativo, e
temos como justificação duas razões:

- Razão de segurança jurídica, isto é, quando um particular se dirige a


administração pública não está a indagar se o ato de nomeação é nulo, ou seja,
o particular vai sempre confiar na bondade do ato de nomeação por parte da
administração pública.

- A vontade da administração pública não é uma vontade subjetiva mas sim


normativa, quer fosse aquele funcionário potativo quer fosse outro funcionário a
decisão seria a mesma que decorre da lei. Seria impossível materialmente estar a
destruir todos os efeitos de todos os atos administrativos que o funcionário potativo
tenha realizado, os atos são então considerado perfeitamente válidos. 4

2 Na prática isto raramente acontece


3 As ilegalidades do ato administrativo podem conduzir a 3 consequências jurídicas diferentes,
inexistência jurídica, invalidade jurídica, mera irregularidade
4 Caso o funcionário potativo tenha agido de má-fé, ou não tenham passado 5 anos: Exoneração
imediata da administração pública.
A Invalidade jurídica reveste duas formas, a nulidade e a anulabilidade, só se houver
lugar ao surgimento de um funcionário potativo, no caso em que os atos
administrativos de nomeação seja um ato nulo.

Teste:
O governo é uma entidade publica,…..

Princípio do inquisitório (mais do que deveres dá direitos), completar ou não o


procedimento adminstrativo é um ónus do responsável pelo procedimento
adminstrativo, é um órgão decisório que neste caso é o governo.
O funcionário tem que devolver à administração publica a titulo de vencimento (desde que não
esteja de má-fé).
Tínhamos de identificar o 1º momento da fase preparatória que é a iniciativa, art.102º
e ss.
O fornecimento de todas as informações necessárias é um ónus do interessado, artigo
108º e ss (deficiências do requerimento) – em última instância o último recurso é
recursar o requerimento, até o responsável deve reunir a informação necessária. Se
não constar todas as informações necessárias, a administração deve colmatar isso, se
não conseguir encarrega o interessado disso.
Se o administrado não fornecer as informações necessárias, o procedimento fica
parado.
Na parte da instrução do CPA, art.115º a 120º

Aqui não foram feitas as diligencias necessárias, por simplesmente se fixou um valor
que não corresponde á realidade, o vicio mais importantes são: o erro quanto ao valo,
e a falta da audição do antonino – violação do princípio da participação art. 12º CPA,
art.267º/2 CRP

Nest caso a audiência de interessados tem a ver com um vicio procedimental que tem
como consequência a anulabilidade. A questão do parecer – são obrigatórios e não
vinculativos – neste caso tínhamos um parecer vinculativo, o parecer foi solicitado.
Temos outro vicio procedimental,

António pode recorrer á impugnação contenciosa através dos tribunais administrativos


ou impugnação administrativa pode-se ir para o recurso hierárquico (que é dirigida ao
órgão superior) ou reclamação graciosa diretamente para o órgão que adotou o ato.

Neste caso ainda seria possível optar por uma providencia cautelar do 112º/2/e

Este ato de solicitar ao governo é uma concessão constitutiva.

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