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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE

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FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES – FIC

GEOGRAFIA E SAÚDE: A TERRITORIALIDADE DA UNIDADE DE


SAÚDE DR OSWALDO VILELLA – AP 52 NO SUB-BAIRRO DO MENDANHA,
CAMPO GRANDE – RJ

Raquel Martins dos Anjos Ferreira


Fundação Educacional Unificada Campograndense
raquelferreirarx@bol.com.br

Alexandre José Almeida Teixeira


Universidade Federal do Rio de Janeiro
ajtcasa@yahoo.com.br

Resumo
O presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento teórico sobre o conceito de
território e territorialidade na saúde, analisando a territorialização do Centro Municipal de
Saúde DR Oswaldo Vilella em Campo Grande – RJ, buscando compreender como é feita a
delimitação da sua área de abrangência assegurando que todos os seus usuários sejam
contemplados pelo que é proposto pelo Sistema Único de Saúde, o Programa Saúde da
Família e o Programa Saúde Presente que busca assegurar a determinação da Constituição
Federal de 1988 a sua população. Neste artigo buscaremos entender a apropriação do
território pela saúde, a divisão de sua área geográfica e seu desempenho, como cada
unidade de saúde no município do Rio de Janeiro desempenha seu funcionamento através
do Programa Saúde da Família e Saúde Presente, de forma universal, com integralidade e
equidade.

Palavras-chave: Saúde da Família; Saúde Presente; territorialidade; território.

1. Introdução

A unidade de saúde CMS DR Oswaldo Vilella está localizada no bairro de Campo


Grande, situada na Rua Jomar Mendes, S/N. Está unidade teve sua inauguração em 26 de
junho de 1987 e sua reinauguração em 31 de março de 2003, com a implantação do
Programa Saúde da Família a unidade passa a ser dividida em cinco equipes atendendo a
18.126 usuários em uma área de 1.293.607 metros quadrados. Os Centros Municipais de
Saúde (CMS) possuem em sua estrutura atendimento de atenção primária com consultas
médicas em suas unidades localizadas próximas as residências de seus usuários.

Buscamos fazer um levantamento bibliográfico ao longo do artigo sobre o conceito


de território e territorialidade dentro da saúde com o objetivo de analisar a territorialização
da unidade de saúde Dr Oswaldo Vilella, para entender os critérios para a delimitação de
sua área de abrangência e eficácia de seu funcionamento.

Foi fundado no Brasil o Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988 com o objetivo de
oferecer ao cidadão brasileiro o acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde. Os
desafios eram e ainda são muitos, e com a precariedade e indignação no acesso a eles, foi
necessário á criação do Programa Saúde da Família (PSF).

O PSF criado em 1994 tem a promessa de reestruturar o sistema de saúde do Brasil


e assegurar a atenção primária e preventiva da saúde buscando garantir a qualidade de vida
da sociedade. Entretanto o programa não é uma realidade em todo o território brasileiro, o
que levou o município do Rio de Janeiro a criar o Programa Saúde Presente (PSP) para a
população carioca, visando reorganizar a distribuição de suas unidades e acesso à saúde em
seu município como prevê a Constituição Federal do Brasil 1988 em seu artigo 196:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas


sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.” (CONSTIUIÇÃO FEDERAL, 1988).

Apenas em 2009 o Programa Saúde Presente criado para reestruturar a saúde no


município do Rio de Janeiro permitirá que sua população tenha a cobertura da Saúde da
Família em maior escala, oferecendo a seus usuários diferentes tipos de unidades, são elas:
Clinica da Família, Centros Municipais de Saúde, Policlínicas, Centros de Especialidades
Odontológicas, Centro de Atenção Psicossocial, Unidades de Pronto Atendimento 24
horas, Coordenações Regionais de Emergência, hospitais e maternidades.

Com a inauguração da Clínica da Família e a implantação da Saúde Presente que tem


como conceito chave a territorialização da cidade e um novo sistema de atendimento que
passa a trabalhar com equipe multidisciplinar no atendimento aos seus usuários, novas
unidades de saúde são criadas e as já existentes passam a ter um novo modelo de gestão,
com a chegada das equipes multiprofissionais em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e
Atenção Básica constrói-se a definição do território de atuação e de população que será
atendida por cada unidade.

O programa Saúde da Família e as Clínicas da Família têm como objetivo focar nas
ações de prevenção, promoção da saúde e diagnóstico precoce de doenças em áreas
delimitadas de acordo com sua vulnerabilidade. Na unidade DR Oswaldo Vilella que
funciona com cinco equipes de Saúde da Família sua área de abrangência se torna bem
extensa.
O município do Rio de Janeiro realiza o mapeamento e a divisão territorial de suas
unidades de saúde, de forma que essa territorialização assegure o acesso para uma melhor
qualidade de vida de sua população.

No entanto ainda existem áreas que se encontram fora do limite de abrangência da


unidade, o que indica que novas unidades precisam ser criadas respeitando os direitos do
cidadão. E quando necessário garantir não só o atendimento primário, mas também o
encaminhamento para acompanhamento de casos específicos e isolados que não são
realizados em suas unidades.

2. O CONCEITO DE TERRITÓRIO E TERRITORIALIZAÇÃO E AS UNIDADES


DE SAÚDE PÚBLICA

2.1 O conceito de território e territorialização

O conceito de território que surge através de uma análise do geógrafo alemão


Friedrich Ratzel que conceitua o termo território a delimitação e poder do solo sofreram
constantes redefinições ao longo do tempo. A palavra território no dicionário recebe o
significado de área delimitada sob uma posse, seja ela animal, humana, de um grupo ou
instituição. Entretanto, na geografia território è um dos conceitos chaves, que vem
sofrendo bastantes modificações e debates para esclarecer sua definição. Segundo Ratzel o
território representa o vínculo com o solo, às condições de trabalho que são desenvolvidas
nele e formam assim uma sociedade. A conquista de novos territórios passa a ser um sinal
de progresso, sinal de poder e dominação. (MORAES, 2007)

O conceito de território para Haesbaert está relacionado não só a dominação da terra,


mas também ao terror, já que o poder sobre determinada terra gera medo. Podemos então
afirmar que o conceito de território esta associado à dominação e apropriação. Assim é
necessário definir na geografia, como veremos em Hasbaert:

Território, assim, em qualquer acepção, tem a ver com poder, mas não apenas
com o tradicional poder político. Ele diz respeito tanto ao poder no sentido mais
explicito, de dominação, quanto ao poder no sentido mais implícito ou
simbólico, de apropriação” (HAESBAERT, 2014).

O processo de apropriação é simbólico e está relacionado à territorialidade humana.


A partir do momento que se faz a apropriação, dá inicio ao vinculo, uma relação ao espaço
vivido. Essa relação que se tem através da apropriação recebe o nome de territorialidade, a
partir das relações de poder sobre determinado espaço.

O conceito de espaço faz conjunção com o conceito de poder, “o vocábulo


“território” é, ainda hoje, quase que sinônimo de espaço geográfico” (SOUZA, 2013).
Assim o processo de dominação e apropriação do território é discutido de forma múltipla,
variando conforme seu diferente uso segundo Haesbaert definiu:
(...) o território e a territorialização devem ser trabalhados na multiplicidade de
poderes, neles incorporados através dos múltiplos sujeitos envolvidos – tanto no
sentido de quem sujeita quanto de quem é sujeitado, tanto no sentido das lutas
hegemônicas quanto das lutas subalternas de residência -, pois poder sem
resistência, por menor que ela seja, não existe.” (HAESBAERT, 2014).

Sendo assim, o uso, ou controle de um espaço, cria um território que passa a ser
apropriado por um determinado grupo e sua territorialização depende dos interesses e
atividades desenvolvidas naquela área, tornando então ali uma territorialidade/relação de
poder. “A territorialidade (...) está intimamente ligada ao modo como as pessoas utilizam a
terra, como elas próprias se organizam no espaço e como dão significado ao lugar”
(HAESBAERT, 2014).

Para Haesbaert o território possui as vertentes políticas, cultural e econômica. Na


política o território é visto como uma relação de poder de uma área geográfica delimitada e
esta associada ao poder político, o cultural que é considerado através de uma apropriação
simbólica, o espaço vivido. Na econômica que relaciona as atividades econômicas, na
divisão das classes sociais, mais relacionado à divisão do trabalho.

Fica evidente que o conceito de território e territorialização sofreram mudanças


consideráveis desde seu surgimento, mas a relação de poder no espaço, delimitação,
apropriação e a relação sociedade-natureza ainda são concepções consideradas e debatidas
por muitos geógrafos.

2.2 A territorialização e as unidades de saúde

O conceito de território na saúde é fundamental para sanar as necessidades


existentes, a compreensão, a organização e planejamento. A saúde se apropria do território,
da sua vulnerabilidade e áreas de riscos para sanar os impactos que a população sofre e
afetam sua qualidade de vida. O conhecimento da população, sua história e sua vivencia
definem a divisão territorial de cada unidade de saúde dentro da necessidade de seus
usuários, delimitando sua abrangência para o atendimento primário a saúde, prevenção,
recuperação e reabilitação de seus usuários. Segundo Faria (2013), “cada UBS, com ou
sem Equipe Saúde da Família, deve se organizar para atender a um público-alvo,
representado, em síntese, por um conjunto de famílias agregadas geograficamente”.

Nesta perspectiva, a questão não será apenas a territorialidade ou a territorialização, e


sim o uso do território pela saúde que desafia sua gestão para assegurar que toda a área
delimitada seja alcançada pelo programa de saúde, garantindo a formação e qualificação no
desempenho de suas ações. Assim afirma Figueiredo e Tonini (2011):

Usar os serviços ofertados pelo sistema de saúde e ofertar o acesso a ele, e sua
lógica esta pautada na estrutura do serviço e no processo que é a utilização
desse serviço. A Estratégia da Saúde da Família (ESF) (...) tem como base para
a promoção de saúde da família: a integralidade, a territorialização e a
continuidade das ações em saúde.
Ao abordar um dos conceitos da geografia, o território, e sua discussão de
territorialidade no sistema de saúde devido a sua organização e práticas desenvolvidas para
o bem estar físico e mental da população, pressupõem que a delimitação e apropriação do
espaço são de suma importância para um maior controle a fim de desenvolver estratégias
que levem ao pleno e satisfatório caminhar no Sistema Único de Saúde no município do
Rio de Janeiro.

A distribuição sócio-espacial dos serviços de saúde é um instrumento importante


para organizar os programas propostos e suas práticas na saúde, entendendo que toda
atividade desenvolvida será sobre uma base territorial que é delimitada e seu andamento
vem sendo executado pelo serviço público de saúde.

3. O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA E O ENTENDIMENTO DO


TERRITÓRIO

O Programa Saúde da Família nasceu em dezembro de 1994 com a indignação da


falta de acesso da população a saúde, tendo como objetivo reestruturar o Sistema Único de
Saúde já existente no Brasil desde 1988. Este novo programa vem com o intuito de
substituir os modelos tradicionais que já existiam e fornecer a população uma atenção
primária. Como afirma o Ministério da Saúde “A Saúde da Família tornou-se uma política
de Estado e um dos pilares de sustentação do Sistema Único de Saúde (2016)”.

O programa conta com a gestão do município, estado e governo federal para ampliar
o acesso a toda população com equidade e melhorias, seu desenvolvimento é feito através
de agentes comunitários de saúde, equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal que
atuam em um território delimitado pelo município. Para FONSECA (2010):

(...) através do conceito de território como as práticas de ordenamento


territorial dos Programas de Saúde municipais incidem no (re)arranjo dos
espaços onde se inserem e se apropriam. Por isso, na ampliação do conceito de
território, o termo territorialidade se torna importante para explicitar as
relações sociais e de poder presentes no território - relacionando assim o
conceito de territorialidade. Entende-se que essas relações (sociais e de poder)
são marcadas por formas materiais e simbólicas que ajudam a expressar,
controlar e realizar os processos constitutivos da dinâmica sócio-espacial
cotidianamente.

O programa tem como proposta a atuação de cinco ou seis agentes comunitários, um


médico, uma enfermeira e um ou dois auxiliares de enfermagem para atuar em uma
unidade de saúde aonde cada agente se responsabiliza em cadastrar as famílias que serão
atendidas pela unidade e visitar, prestando assistência e sendo um mediador entre o
paciente e a unidade de saúde efetuando marcação de consultas e exames.
A territorialização é um pressuposto básico para o Programa Saúde da Família, que
delimita a área geográfica de atendimento da unidade de saúde, o conhecimento da
população que fará parte do programa, a dinâmica do local e suas necessidades, ao
demarcar o território beneficiado pelo atendimento é possível regular e estabelecer normas
para a atuação das equipes de saúde. Segundo afirma PEREIRA e BARCELLOS (2006):

Os Sistemas de Saúde também se organizam sobre uma base territorial, o que


significa que a distribuição dos serviços de saúde segue a uma lógica de
delimitação de áreas de abrangência, que devem ser coerentes com os níveis de
complexidade das ações de atenção. As diretrizes estratégicas do SUS (Lei
8080) têm uma forte relação com a definição do território. O município
representa o nível inferior onde é exercido o poder de decisão sobre a política
de saúde no processo de descentralização.

A delimitação de áreas e formada por quatro tipos de territórios, o território-distrito


que delimita uma área político-administrativa que organiza o programa; território-área que
delimita a área de abrangência da unidade de saúde e área que as equipes de saúde irão
atuar; território-microárea onde os agentes comunitários atuam e o território-moradia que é
o lugar onde residem as famílias que se beneficiam pelo programa.

A delimitação das áreas e microáreas do Programa Saúde da Família seguem


requisitos importantes para seu desenvolvimento, à área delimitada precisa ter um número
máximo de usuários para cada agente comunitário, a população usuária devera ser mais ou
menos homogênea no quesito socioeconômico, cada área deve ter sua unidade básica de
saúde como sede para a população cadastrada no programa e ao realizar sua delimitação
devem ser consideradas as barreiras para o acesso da população até as unidades.

O município do Rio de Janeiro em 2009 lança o Programa Saúde Presente que passa
a trabalhar em conjunto com o já existente PSF, com o objetivo de reestruturar a
assistência à saúde no município. Esse novo projeto divide a cidade em dez áreas para que
seja possível assegurar o atendimento completo de saúde para sua população. Um novo
sistema integrado e personalizado contará com o acompanhamento de um médico que
quando necessário realizara o encaminhamento para outros procedimentos, especialidades
ou unidades. FONSECA (2010) afirma que:

A organização do sistema de saúde está calcada na territorialização, através da


demarcação das áreas de atuação dos serviços de saúde, da participação social
como ferramenta para a vigilância da saúde dos territórios e dos programas de
saúde, e das medidas de proteção do meio ambiente que possam ameaçar esses
territórios. Portanto, o espaço, e especificamente, o conceito de território têm se
constituído como termos das estratégias de promoção da saúde.

A territorialidade da unidade de saúde acontece sempre respeitando os quesitos já


citados acima para que seja possível uma eficácia no programa de maneira que sua
população carioca receba toda atenção primaria e avançada quando necessário, respeitando
os direitos do cidadão e assegurando que todas as necessidades lhe sejam atendidas.
4. A UNIDADE DE SAÚDE DR OSWALDO VILELLA E SEUS PROCESSOS DE
TERRITORIALIZAÇÃO

Conhecer o território é o primeiro passo para desenvolver o Programa Saúde da


Família em cada unidade, o que leva há seus gestores levantar dados e relatos sobre a área
que será delimitada e estudar quais as vulnerabilidades e riscos existentes que sua
população está exposta a fim de participar do processo de territorialização e mapeamento
da área que cada equipe ira atuar, para que o atendimento a população traga maior
qualidade de vida, integralidade e equidade através do acesso à saúde primária, como
afirma Fonseca (2010):

O estudo desses territórios é importante e estratégico no enfrentamento dos


problemas e das necessidades da população que o habita e o produz
socialmente. Além disso, compreender o território onde estão alocados os
serviços de saúde é necessário para avaliar os impactos desses serviços sobre os
níveis de saúde da população.

O CMS DR Oswaldo Vilella passou por uma reestruturação em seu planejamento em


31 de outubro de 2011 para a implantação do Programa Saúde da Família em sua unidade e
contou com a chegada de quatro equipes que passariam a desenvolver o programa. Ao
delimitar sua área de abrangência a unidade precisava dar suporte ao número de usuários
cadastrados atendendo o que é proposto pelo portal da saúde:

O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população


cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por agente e de 12 ACS por equipe
de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de
pessoas por equipe. Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por,
no máximo, 4.000 pessoas de uma determinada área, que passam a ter
corresponsabilidade no cuidado com a saúde.

Quando ocorre a inauguração de novas unidades de saúde os gestores se reúnem para


fazer um novo planejamento da divisão de território, foi o que ocorreu em 17 de setembro
de 2016 após a inauguração da Clínica da Família Arthur Zanetti localizada na Avenida
Marechal Dantas Barreto, s/n° - Campo Grande, Rio de Janeiro, que passou a abranger
áreas que antes pertenciam em poder do CMS DR Oswaldo Vilella e o mesmo passou a dar
suporte a novos territórios aumentando sua área de abrangência e número de usuários,
formado assim mais uma nova equipe de Estratégia de Saúde da família para atuar em sua
unidade.

O CMS DR Oswaldo Vilella passou a contar com cinco equipes multiprofissionais


para desenvolver suas atividades, composta por médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, agentes de saúde além de uma equipe de saúde bucal e agentes de endemias.
O número de usuários não corresponde ao número da população estimada, já que é
necessário que haja a procura da população para o cadastramento na unidade e a
comprovação através de comprovante de residência e documento de identificação para dar
início ao acompanhamento na unidade de saúde. Após o cadastramento os agentes tem a
responsabilidade de fazer visitas regulares, agendamento de consulta e exames e dar
suporte a família cadastrada para uso do programa. A função do agente comunitário de
saúde é ser o mediador entre a unidade e as famílias cadastradas.

Área de abrangência CMS DR Osvaldo Vilella e divisão de suas equipes

Fonte: CMS DR Osvaldo Vilella(2017)

O CMS possui uma estimativa de 58.088.000 habitantes dentro de sua área de


abrangência, tendo, porém como cadastrados 18.126 usuários participando do Programa
Saúde da Família, seu número de usuários é bem inferior à população estimada já que o
aquecimento no setor imobiliário foi bem expressivo o que trouxe uma população com um
perfil econômico com maior poder aquisitivo. Dentro de seu limite territorial há uma
grande predominância de usuários na faixa etária de 10 a 59 anos, sendo sua grande
maioria mulheres além de um número expressivo de idosos, notasse que a maior procura
para atendimento é de mulheres que buscam o atendimento preventivo a sua saúde.

O funcionamento da unidade também sofreu mudança no horário para maior


cobertura do Programa Saúde da Família, tendo seu atendimento ao público de 08:00 as
20:00 de segunda a sexta e aos sábados até as 12 horas. Para o cadastramento de novos
usuários o horário e dia variam para cada equipe, de acordo com cada agente comunitário
de saúde responsável.
Infelizmente mesmo com todo planejamento na divisão territorial existem áreas que
ainda não foram alcançadas pelo programa o que leva a Prefeitura do Rio de Janeiro a
construir novas unidades para atender a todos, enquanto isso não ocorre existe pessoas que
precisam do atendimento e não fazem parte da área de abrangência de nenhuma unidade de
saúde e precisam recorrer pelos seus direitos em reclamações pelo portal 1746 da
prefeitura ou em último caso ao Ministério Público.

4. Considerações finais

O uso do conceito de território na saúde trouxe uma nova reestruturação para o


desempenho do Programa Saúde da Família e Saúde Presente no município do Rio de
Janeiro o que levou aos seus gestores de cada unidade de saúde a realizar mapeamentos a
fim de delimitar suas área e dar suporte a sua população local, através do conhecimento do
espaço e suas necessidades. O conhecimento do território, sua vulnerabilidade e seus
riscos são os principais critérios para delimitar e apropriar-se dele, a territorialização do
CMS DR Oswaldo Vilella sofreu mudanças e rearranjos, após sua reinauguração e
inauguração de uma nova unidade próxima a sua localização. Levando seus gestores a
aumentar sua área de abrangência e aumento de equipes para o atendimento.

A relação saúde-território tem sido de suma importância para os gestores que passam
a ter domínio de um território delimitado para se apropriar e desenvolver suas atividades de
atenção primária a saúde de seus usuários. Ao longo da pesquisa foi possível entender que
os critérios para a delimitação do território não são definidos pelo município do Rio de
Janeiro, eles apenas fazem um levantamento da necessidade da instalação de novas
unidades e os gestores responsáveis por elas que se organizam para delimitar o território de
atuação.

A territorialidade da unidade de saúde DR Oswaldo Vilella busca assegurar o bom


desempenho do seu funcionamento e eficácia do Programa Saúde da Família e Programa
Saúde Presente, criando o seu território de atuação com equidade assegurando os direitos
de sua população.

O uso de outros mapas mais detalhados na unidade não foi inserido no trabalho
devido ao tempo curto para a autorização dos tramites burocráticos, mas o que não
impossibilitou o andamento e conclusão da pesquisa.

5. Agradecimentos

Primeiramente quero agradecer a Deus pela força e sabedoria para concluir mais uma
etapa, ao meu esposo Felipe que sempre me apoiou nos momentos difíceis sempre me
incentivando e me motivando, aos meus familiares que são a minha base para chegar até
aqui. Ao meu professor e orientador Alexandre que sempre me apoiou e colaborou para a
conclusão deste trabalho e aos demais professores que tive a oportunidade de conhecer ao
longo do curso. Aos funcionários responsáveis pela gestão do CMS DR Oswaldo Vilella
que foram sempre prestativos e atenciosos.

6. Referências

FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de; TONINI, Teresa. SUS e saúde da família para
enfermagem: práticas para o cuidado em saúde coletiva. São Paulo: Yendis Editora,
2011.

FONSECA, Évelin Generoso Ferreira. ESPAÇO E SAÚDE: UMA ANÁLISE


GEOGRÁFICA DO PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA NO MORRO DO
PREVENTÓRIO, NITERÓI RJ, Ano de Obtenção: 2010. 133 f. Trabalho de conclusão
de curso (Dissertação) - Curso de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal
Fluminense, Rio de Janeiro, 2010.

HAESBAERT, Rogério. Viver no limite: território e multi/transterritorialidade em


tempos de in-segurança e contenção. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.

MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia Pequena História Crítica. 20ª edição. São
Paulo: Annablune, 2007.

Ministério da Saúde. MEMÓRIAS DA SAÚDE DA FAMÍLIA NO BRASIL. 1° edição.


Brasília, 2010. Disponível em
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/memorias_saude_familia_brasil.pdf. Acesso em
23 de outubro de 2016.

Presidência da República Casa Civil. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em 17 de
setembro de 2016.

PEREIRA, Martha Priscila Bezerra; BARCELLOS, Christovam. O TERRITÓRIO DO


PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA. . HYGEIA: Revista Brasileira de Geografia
Médica e da Saúde, 2006.

Portal da Saúde. Equipe de Saúde da Família. Disponível em


http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_como_funciona.php?conteudo=esf. Acesso em 19
de maio de 2017.

Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. Regimento Interno Final Do Cmsov 2013.


Disponível em https://pt.scribd.com/document/134977355/Regimento-Interno-Final-Do-
Cmsov-2013. Acesso em 16 de maio de 2017.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio


de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

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