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Fontes do Direito

Sentido técnico-jurídico

•Fontes imediatas ou diretas •Fontes mediatas ou indiretas


do direito do direito

Não têm força vinculativa própria


Têm força vinculativa própria

Importantes pelo modo como


Verdadeiros modos de
influenciam o processo de
produção do direito
formação e revelação da norma
jurídica
Fontes do Direito
Sentido técnico-jurídico

Artigo 1º do Código Civil:


(Fontes imediatas)

1São fontes imediatas do direito as leis e normas corporativas*.


2Consideram-se leis todas as disposições genéricas provindas dos
órgãos estaduais competentes; (…)

* Exemplo: Sindicatos
Fontes Mediatas do Direito

Aquelas que não têm força vinculativa própria mas são


importantes pelo modo como influenciam o processo de
formação e revelação da norma jurídica:

•Costume
•Jurisprudência
•Doutrina
A Lei

A lei é fonte imediata do direito, isto é, o seu valor legal é


imediato e direto, valendo por si só e independente de
qualquer outro fator, cuja força vinculativa provém da lei,
que define os termos e limites da sua obrigatoriedade
Costume
Costume = Uso
Ambos são repetições de práticas sociais

Mas
O costume tem dois elementos obrigatórios:

•Corpus – prática social constante (elemento material)


•Animus – consciência da sua obrigatoriedade (elemento
psicológico)

Costume é o conjunto de práticas sociais reiteradas e


acompanhadas da convicção de obrigatoriedade.
Jurisprudência
Conjunto das decisões dos tribunais.

- Sentenças (proferidas
por tribunais singulares)

- Acórdãos (proferidas por


tribunais colegiais)

- Despachos (proferidas pelo juíz num processo pendente ou


para cumprimento de decisões de tribunais superiores)
Jurisprudência
Quando é que as decisões dos tribunais se tornam definitivas?

A decisão considera-se passada ou transitada em julgado


quando não seja suscetível de recurso ou de reclamação.

Pedido de recurso (hierarquia dos tribunais) de acordo


com:
-alçada
-matéria definida por lei

Conclusão: Hoje, a jurisprudência é fonte mediata do Direito.


Doutrina

•Conjunto de opiniões, pareceres, estudos sobre a forma


adequada de aplicar, articular e interpretar as normas jurídicas

•Feita por jurisconsultos

•A relevância dada à doutrina depende do mérito dos seus


Autores

•Fonte mediata, porque é relevante no contributo que pode dar


para a formação e revelação do Direito.
Processo de elaboração da lei

•Assembleia da República

Tem competência legislativa por excelência – artigo 161º


Tem reserva absoluta de competência legislativa – artigo 164º

Tem reserva relativa de competência legislativa – artigo 165º


Processo de elaboração da lei
 Apresentação da proposta (pelo Governo) ou projeto de lei
(por deputados ou grupos parlamentares) na Assembleia
da República
 Discussão e aprovação da proposta ou projeto de lei na
 Assembleia da República

 Promulgação pelo Presidente da República/Referenda do


Governo

 Publicação
 Entrada em vigor
Processo de elaboração da lei

•Projetos de lei apresentados na AR por:


-deputados (artigo 156º b))
-grupos parlamentares (artigo 180º, nº 2g))
-grupos de cidadãos eleitores (Lei n.º 17/2003, de 4 de
junho, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 26/2012,
de 24 de julho)

•Proposta de lei apresentada na AR por:


-Governo (artigo 197º, nº1 d))
-Assembleias Legislativas Regionais (Art. 227º, nº1 f))
Processo legislativo do Governo

Competência legislativa:

-própria do Governo (Artigo 198º, nº 1 a))

-resultado da autorização legislativa concedida pela


AR (Artigo 198º, nº 1b)) – reserva relativa de
competência legislativa da AR

Decretos-leis
Processo Legislativo do Governo

1- Iniciativa governamental

2- Aprovação
-em Conselho de Ministros
-submetido a assinaturas sucessivas

3- Promulgação, Referenda ministerial, Promulgação,


Publicação
no Diário da República e Entrada em vigor
Termo da Vigência da Lei
Tempo durante o qual a lei permanece em vigor
Formas de cessação da vigência da lei:

Revogação
Caducidade (determinado prazo) Lei revogatória que
(determinada situação) tem de ter valor
(determinados pressupostos) hierárquico igual ou
superior
A Caducidade – a Lei deixa de vigorar por força de qualquer circunstância
inerente à própria lei, independentemente de uma nova manifestação de
vontade do legislador.

Exemplo1: quando ocorre um facto que ela própria prevê; nomeadamente


o Decurso de Prazo que a Lei Fixou – podemos falar aqui numa Vigência
Temporária.

Exemplo 2: é quando desaparece a realidade que disciplinava; por


exemplo uma Lei que regula a extracção de areias no Rio Mondego – a Lei
pode caducar quando se torne impossível a extracção de areia.

A Revogação – pressupõe uma nova vontade do legislador, contrária á que


serviu de base à Lei anterior, isto é; a lei cessa a sua vigência por efeito de
uma lei posterior de valor hierárquico igual ou superior. É o Princípio da Lei
Posterior Revoga a Lei Anterior.
Vigência da Lei

-Publicação no Diário da República (sítio da Internet)

-“A ignorância ou a má interpretação da lei não justifica a falta


do seu conhecimento, nem isenta as pessoas das sanções
nela estabelecidas” (art. 5º do Código Civil)
-A falta de publicação implica a ineficácia jurídica (art. 119º,
nº2)
-Mas, após a publicação, a lei pode não entrar imediatamente
em vigor!
Início da vigência da Lei

Vacatio legis

Intervalo ou período de tempo entre a publicação


de uma lei e a sua entrada em vigor.

Justifica-se pela necessidade de dar a conhecer


aos cidadãos as leis para que eles possam agir
em conformidade com elas.
•Imediata entrada em vigor do diploma – carácter urgente –
não há vacatio legis

Prazos da vacatio legis


•Dilação do prazo – prazo determinado para a entrada em
vigor da lei. Este prazo visa a adaptação à nova lei.

•No 5º dia após a publicação – na falta de fixação do prazo


pelo legislador (contados a partir do dia imediato ao da sua
disponibilização no sítio da internet)

•15 dias nos Açores e Madeira,


Hierarquia das leis

•Entre as leis existe uma hierarquia, pois elas têm um valor


relativo diferente

•As leis de hierarquia inferior não podem contrariar as leis


de hierarquia superior, devem-se conformar com elas

•As leis de hierarquia igual ou superior podem contrariar as


leis de hierarquia igual ou inferior – a lei mais recente
revoga a lei mais antiga
Hierarquia das leis
Classificação dos Atos normativos nos termos do Artº 112 da
CRP:

1.A Lei, pode ser emanada pela Assembleia da Republica, nos


termos do Artº 164 e 165 da CRP.
2.O Dec Lei, pelo Governo nos termos do Artº 198 CRP
3.Os Dec Legislativos Regionais, emanados pelas Assembleias
Legislativas Regionais nos termos do Artº 112 nº 4 - remissão para
o Atº 227 nº1 a) b) c) CRP.
4.Portarias, Regulamentos, Despachos Normativos e Resoluções,
do Governo, não têm o mesmo valor da Lei ( os actos legislativos
precisam de ser pormenorizados – é a Função Administrativa –
Executiva, nos termos do Artº 199 c) CRP.
5.Decretos Regulamentares Artº 119 h) CRP
Hierarquia das leis
•O Governo tem competência regulamentar – artigo 199º c)

•Os regulamentos destinam-se a pormenorizar


uma lei, a formular normas complementares ou instrumentais,
de forma a conduzir à boa execução
Hierarquia das leis

•Leis e decretos-leis encontram-se no mesmo nível


hierárquico, tendo o mesmo valor e a mesma força
obrigatória

•Uma lei pode revogar um decreto-lei e vice-versa


CRITÉRIOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Se existir um conflito entre normas jurídicas, recorre-se aos seguintes critérios.

 Critério da Superioridade – aplica-se a Lei superior


 Critério da Posteridade – aplica-se a Lei mais recente – Artº 7 nº 1 e 2 CC
 Critério da Especialidade – a Lei especial prevalece sobre a Lei geral, excepto se
não for contra a vontade explícita e inequívoca do legislador – Artº 7 nº 3 CC.

Não são critérios Absolutos, existem outras formas de resolução de conflitos, como
por exemplo a aplicação de Leis no tempo.
Aplicação da lei no espaço

Principio da Territorialidade – as leis de um Estado aplicam-se a todo o


seu território e unicamente nele.
Aplicação da lei no tempo

Uma lei só pode ser aplicada a casos ocorridos após a sua entrada em vigor
– Princípio da não retroatividade das leis
Classificação dos Atos normativos
Nos termos do Artº 112 da CRP;

1.A Lei, pode ser emanada pela Assembleia da Republica, nos termos
do Artº 164 e 165 da CRP.
2.O Dec Lei, pelo Governo nos termos do Artº 198 CRP
3.Os Dec Legislativos Regionais, emanados pelas Assembleias
Legislativas Regionais nos termos do Artº 112 nº 4 - remissão para o Atº
227 nº1 a) b) c) CRP.
4.Portarias, Regulamentos, Despachos Normativos e Resoluções, do
Governo, não têm o mesmo valor da Lei ( os actos legislativos
precisam de ser pormenorizados – é a Função Administrativa –
Executiva, nos termos do Artº 199 c) CRP.
5.Decretos Regulamentares Artº 119 h) CRP
Artº 112, nº 6 – Princípio da Tipicidade ou
Taxitividade 

não podem existir outros atos normativos sem os


que estão previstos neste Artº 112; só existem os
previstos no Artº. Não pode um órgão emanar
uma Lei que vá de encontro a outra norma.
 Tendo em conta a Forma Solene que revestem os Atos Normativos, estes
podem classificar-se nos termos do Artº 166 da CRP em:

Atos Solenes Atos Comuns


•As Leis da Assembleia da Republica •Os Atos emanados pelos órgãos centrais do
•As Leis Ordinárias Estado:
•Os Decretos Legislativos Regionais •Os Dec do Presidente da Republica, Artº 134
( Leis e Dec Leis ) •Os Dec Regulamentares do Governo
•As Resoluções do Conselho de Ministros, Artº 200
•As Portarias do Governo
•Os Despachos Normativos do Governo, Artº 199

Os Atos emanados pelos órgãos das Regiões Autónomas


•Decretos Legislativos Regionais
Processo Legislativo ou de ELABORAÇÃO DE UMA LEI

1ª Fase - Elaboração da Lei - Esta fase é composta pela iniciativa de Lei – nos termos do Artº 167 CRP

Esta compete:
 aos Deputados
 aos Grupos Parlamentares
 Governo
 Grupos de cidadãos eleitos

Discussão e Votação – nos termos do Artº 168 CRP

 Debate na generalidade – na AR – todos fazem parte


 Debate na especialidade – é uma triagem específica ao 1º texto da iniciativa de Lei.
2ª Fase – Aprovação
•Se for uma Lei – tem que se por maioria dos Deputados
•Se for um Dec-Lei – é aprovado em Conselho de Ministros – Artº 200 d) CRP

3ª Fase – Promulgação
•É um ato do PR através do qual ele atesta solenemente a existência da mesma e intima a sua
observância e cumprimento – nos termos do Artº 134 b).
Como se faz – ver Artº 136 nº 1
É uma nova aprovação do PR; se ele vetar o diploma volta a à AR para ser aprovado ou alterado, ou
então vai para o TC (fiscalização da Constitucionalidade).

Nota: os atos a que faltam Promulgação ( Artº 134 [ b ] ), implicam a sua Inexistência Jurídica ( Artº
137 ).

4ªFase-Referenda do Governo
Artº 140 – Confirmação

•A falta de referendo do Governo implica também a Inexistência Jurídica do acto – Artº 140 nº 2
5ª Fase – Publicação

•É através da publicação que a Lei se torna conhecida, é a possibilidade de tornar possível o


conhecimento da Lei.
Nos termos do Artº 119 CRP – atos que têm que ser publicados no DR.

A partir do momento em que um ato legislativo é publicado, ele é OBRIGATÓRIO – ver Artº 6
CC – a ignorância da Lei não excusa ou isenta do seu cumprimento, assim como da aplicação
das sanções nela estabelecidos

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