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Constitucional
Tema: Organização Política administrativa do Estado- Repartição de competência e
Intervenção Federal e Estadual
Faculdade Anhanguera
Professora: Emanuella Rezende França
Bacharel em Direito (Estácio Fap )
Especialista : Direito Processual
Mestranda Direito Público(Unesa-Rj)
Advogada: OAB PA
Introdução
Neste contexto, é preciso observar que aquele que reparte o poder, sempre fará com
parcimônia, resguardando para si a maior do poder.
Justamente por isso, no Brasil, há maior concentração de poderes na União.
Note que, nos EUA, existe maior autonomia dos Estados, justamente porque o
Federalismo deles, quanto a formação, é um federalismo por agregação.
Em 1988, o Brasil sai do modelo do federalismo dual para o
modelo do federalismo de cooperação (art. 23 e 24 da CF).
No federalismo dual, há uma separação rígida de atribuições entre os entes federados.
Em paralelo, no federalismo de cooperação, há competências comuns e competências
concorrentes.
Em primeiro lugar, é importante observar que não existe hierarquia entre lei federal,
estadual e municipal.
O que devemos observar, diante de eventual conflito, é a preponderância de interesses.
Repartição de Competências
*Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Lei Complementar X Lei Ordinária
Já no caso da lei ordinária, metade dos presentes precisariam votar sim. No caso,
precisariam de 36 votos para ser aprovada (mais da metade dos 70 membros, que são a
maioria simples).
Competência Legislativa – competência regulamentar
–Privativa da União (art. 22) – só a União pode legislar, entretanto a Lei complementar
poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas.
Ainda sobre a competência legislativa concorrente temos as seguintes regras (caem muito
em prova, atenção nesse ponto!!!):
A competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (Art. 24, §1º).
A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados (Art. 24, §2º).
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena, para atender a suas peculiaridades (Art. 24, §3º).
A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no
que lhe for contrário (Art. 24, §4º).
Princípios na repartição de competência
Dois princípios nos ajudam a entender como foi idealizada a repartição de competências.
O primeiro, o princípio predominância do interesse, nos diz que cabe à União as matérias
de interesse nacional, já aos Estados caberão as matérias de interesse regional, e aos
Municípios, as matérias de interesse local.
O segundo princípio, princípio da subsidiariedade, que é utilizado principalmente nas
matérias de competência comum, diz que o exercício da competência deve ocorrer pelo
ente federativo mais próximo do “problema”.
Outra informação importante para entender o panorama é que as competências da União e
dos Municípios estão expressamente previstas, enquanto as competências do Estados são
residuais.
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito
Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio
de fundo próprio;
Já a Competência privativa da União (Art. 22) é uma competência legislativa, ou seja,
competência para regulamentar. Vejamos algumas.
II – desapropriação;*
XI – trânsito e transporte;
*Ainda que seja de competência privativa da União legislar sobre desapropriação, todos os entes podem realizar
(competência material) desapropriações.
Competência comum
*Atente-se que apesar da competência para legislar sobre trânsito ser privativa da União,
todos os entes têm competência para estabelecer educação no trânsito.
Competência legislativa concorrente
II – juntas comerciais;
V – produção e consumo;
Apesar do que foi dito, a Constituição também elencou algumas competências de forma
expressas para os Estados ao longo do texto, por esse motivo elas são exaustivamente
cobradas em prova
Art. 25, § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços
locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.
Ainda que haja alguma divergência doutrina sobre à competência dos Municípios,
podemos entender o seguinte:
Competência legislativa:
Competência exclusiva: para legislar sobre assuntos de interesse local (Art. 30, I)
A Constituição elencou alguns serviços que podem ser realizados pelo ente federativo ou
mediante delegação, porém ao analisarmos a literalidade vemos que apenas a União poderia
delega por meio de autorização, concessão ou permissão, enquanto o Estado somente por
concessão, já o Município apenas por concessão ou permissão.
A intervenção federal é realizada pela União nos Estados, no Distrito Federal, ou nos
Municípios de Territórios Federais.
Em regra, a União não realizará
intervenção, salvo se for para
Por Solicitação:
Ocorre quando é necessário garantir o livre exercício dos Poderes Legislativo e Executivo nos
Estados. Desse modo, o poder coagido pode solicitar a intervenção ao Presidente da República, que
tem a opção de aceitar ou não a solicitação da intervenção federal.
Por Requisição:
Esta ocorre quando é necessário garantir o livre exercício do Poder Judiciário, em que o STF,
STJ ou TSE, a depender da situação, poderá requisitar a intervenção ao presidente da república.
Além disso, quando houver a necessidade de prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
judicial, o STF, e apenas ele, poderá requisitar ao presidente a intervenção. Nesses casos, o
presidente da república estará vinculado a esta requisição.
Por provimento do STF, de representação do
PGR
Essa situação é quando há o desrespeito aos Princípios Constitucionais Sensíveis por parte
de algum ente da federação, além da situação de quando houver a recusa ao cumprimento
de lei federal. Assim, o Procurador-Geral da República (PGR), através da Ação Direta de
Inconstitucionalidade Interventiva, poderá representar ao STF sobre a situação, que
decidirá pelo provimento ou não da representação, obrigando o Presidente a decretar a
intervenção federal, em caso de provimento.
Espontânea:
Ocorre nas demais hipóteses, em que o presidente que decide pela intervenção federal,
escutando antes o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.
https://www.youtube.com/watch?v=Ai6zAyVYjD0
https://www.youtube.com/watch?v=YSo_eWZu2AU
Intervenção Estadual
Em regra, os Estados não realizarão intervenção, salvo quando o município: não pagar,
sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; não prestar as
contas devidas; ou não tiver aplicado o mínimo exigido da receita municipal em saúde e
educação;
não assegurar a observância dos princípios indicados na Constituição Estadual, ou para
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Nesses casos, será o governador do estado que irá decretar a intervenção estadual. Sendo
que, nas hipóteses presentes no segundo ponto acima, é necessário que o Tribunal de
Justiça do Estado dê provimento à representação.
Percebe-se que todas as hipóteses acima são casos similares a algumas ocorrências da
intervenção federal.
A Intervenção Estadual será formalizada através de decreto estadual, nos mesmos moldes
do decreto na Intervenção Federal.
Atenção: A intervenção estadual será declarada através da publicação do decreto
interventivo pelo governador (ou presidente, na federal). Desse modo, o Poder Legislativo
apenas apreciará o decreto, não sendo competente para decretar a intervenção. Mas, caso o
Congresso ou a Assembleia Legislativa não aprove o decreto, a intervenção deverá ser
imediatamente cessada.