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EMANOELLY MARIA PEREIRA SILVA

RAIANE FRANÇA CARDOSO

COMPETÊNCIA AMBIENTAL

GOIATUBA – GO
2020 – 2
EMANOELLY MARIA PEREIRA SILVA

RAIANE FRANÇA CARDOSO

COMPETÊNCIA AMBIENTAL

Trabalho apresentado ao curso de Direito do


Centro Universitário de Goiatuba -
UNICERRADO, Goiás, como requisito parcial
para obtenção nota, orientado pela professora
Patrícia Rudineli.

GOIATUBA – GO

2020 - 2
COMPETÊNCIA

As Competências da Constituição Federal de 1988 que trata os artigos 3º, 21,


22 e 23 da Constituição Federal que podem ser Competência Privativa da União,
comum, concorrente, relativa, residual, entre outras. A República Federativa é composta
por quatro poderes são eles: União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada um
possui competências diferentes que deve ser seguidas de acordo com a constituição
federal, dentro de sua esfera. As entidades federativas possuem competências
legislativas, administrativas e tributárias, mas existe repartição das competências, ou
seja, elas são atribuídas de forma hierárquica pelas diversas modalidades de poder,
sendo que cada uma tem pode legislar dentro do seu território, porém submetendo-se as
constituições.

COMPETÊNCIA EXCLUSIVA

A competência exclusiva fica a cargo da união, com matérias de relevante


valor ao estado-nação, como manter relações com estados estrangeiros, declarar guerra,
emitir moeda, dentre outros dispostos no artigo 21, vale ressaltar que a competência
exclusiva da união é indelegável, sendo vedada sua disponibilização para qualquer outro
membro da federação.

Exemplificado de forma objetiva a competência exclusiva da união, não seria


possível ao estado de Minas Gerais criar sua própria moeda pois se assim o fizesse
estaria de forma objetiva ferindo a competência da união, concorrendo em uma
inconstitucionalidade, porque só compete à união de forma exclusiva emitir moeda.

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
III - assegurar a defesa nacional;
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII - emitir moeda;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza
financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros
e de previdência privada;
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social;
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os
serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos
de água, em articulação com os Estados onde se situa.

COMPETÊNCIA COMUM

Competência comum, da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito


Federal são as definidas no artigo 23, e elenca em seus 12 incisos, são as que abordam
questões pertinentes locais, mais com relevante interesse coletivo nacional, aja vista que
faz frente ao interesse público.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e


conservar o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras


de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e


cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros
bens de valor histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições


habitacionais e de saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a


integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União
e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

A competência comum diz respeito àquela que pode ser exercida por todos os
entes federativos no âmbito de suas atribuições. É o caso das taxas pela prestação de
serviço público específico e divisível e das contribuições de melhoria, decorrente da
realização de obra pública que resulte em valorização do imóvel do contribuinte.

No que diz respeito à competência comum, vale ressaltar que somente pode ser
exercida no âmbito da administração do próprio ente. Desta forma, o município não
pode, por exemplo, criar taxa sobre serviço público específico e divisível prestado pelos
Estados, União e Distrito Federal.
COMPETÊNCIA PRIVATIVA

A União possui ainda suas funções legislativas privativas. Isto significa que
somente ela pode legislar sobre certos temas ou áreas. Portanto, nenhum outro ente
estatal pode criar, modificar ou extinguir regras jurídicas sobre determinadas matérias, a
não ser os Estados, se autorizados por lei complementar.

Essas determinações estão no bojo do artigo 22, da Constituição Federal,


ressaltando o que vem no seu parágrafo único.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,


espacial e do trabalho;

II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;


XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de


profissões;

XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do


Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e


mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

XXIII - seguridade social;

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

XXV - registros públicos;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.
No geral, os temas ou matérias são de interesse de toda a sociedade brasileira, e
por isso teria mesmo que haver certa centralização.

Se os Estados ou Municípios pudessem, livremente, criar normas sobre, por


exemplo, comércio exterior, recursos minerais, nacionalidade, imigração, organização
judiciária, competências da Polícia Federal, e tantas outras mencionadas naquele artigo
22. Certamente haveria um caos, com tantas normas diferentes sobre certa questão, em
cada região do país.

Enfatize-se que o conteúdo normativo do parágrafo único desse artigo 22, CF,
possibilita que aos Estados seja delegada a função de legislar sobre as matérias acima
enumeradas. Mas essa delegação, como se vê, só é possível por meio de lei
complementar, que deverá ser produzida pelo Poder Legislativo Federal.

COMPETÊNCIA CONCORRENTE

Competência concorrente é aquela que se exerce simultaneamente sobre a


mesma matéria por mais de uma autoridade ou órgão. No âmbito da competência
concorrente entre leis, deve-se observar o princípio da hierarquia das normas, onde a
legislação federal tem primazia sobre a estadual e municipal e, a estadual sobre a
municipal. As matérias de competência concorrente estão elencadas no art. 24 da
Constituição Federal.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II - orçamento;

III - juntas comerciais;

IV - custas dos serviços forenses;

V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de


valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX - educação, cultura, ensino e desporto;

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI - procedimentos em matéria processual;

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII - assistência jurídica e defensoria pública;

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV - proteção à infância e à juventude;

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a


competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual, no que lhe for contrário.
COMPETÊNCIA RESERVADA

A competência reservada ou remanescente está prevista no artigo 25, §1º, da


Constituição Federal. Em suma, toda competência que não for vedada pela Constituição
está reservada aos Estados-membros. Isto é, o que restar, o que não for da competência
de outro ente da federação e não houver vedação legal, competirá ao Estado legislar.

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais


de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,


aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas
de interesse comum.

COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR

Pela competência suplementar, compete ao município suplementar a legislação


federal e estadual, no que couber, ou seja, o município pode suprir as omissões e
lacunas da legislação federal e estadual, sem obviamente contraditá-las. Atribuía-se ao
Município a competência legislativa nas matérias de peculiar interesse. Descrito no
artigo 30 da CF.

A Constituição de 88 inovou, atribuindo ao Município uma competência


legislativa que não possuía nas Constituições anteriores. O termo suplementar é
impreciso, porque pode significar complementar ou suprir. De acordo com Fernanda
Dias Menezes de Almeida, a competência suplementar dos Municípios alcança tanto a
complementar quanto a supressiva, interpretação correta, pois impede restrição à
autonomia municipal.
Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos
fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os


serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de


educação infantil e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de


atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante


planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação


e a ação fiscalizadora federal e estadual.

COMPETÊNCIA AMBIENTAL

A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro diploma constitucional a inserir


em seu texto um capítulo destinado à defesa do meio ambiente.

A repartição de competência está fundamentada no artigo 225, nos artigos 21 a


25 e no artigo 30, todos da Constituição Federal. A vantagem do sistema é a que a tutela
é mais ampla, mas, em contrapartida, gera conflitos de competência.

O artigo 22 da Constituição Federal previu a competência legislativa privativa


da União Federal em relação a águas e energia; a diretrizes da política nacional de
transportes; ao regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aero
especial; ao trânsito e transporte; a jazidas, minas, outros recursos minerais e
metalurgia; e atividades nucleares de qualquer natureza.
O artigo 24 da Constituição Federal, estabeleceu compelir à União, aos Estados
e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: floresta, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo ao patrimônio histórico, cultural, artístico,
turístico e paisagístico; e responsabilidade por dano ao meio ambiente, a bens e direitos
de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

A União recebeu a competência para estabelecer as normas gerais sobre a


matéria, cabendo aos Estados e ao Distrito Federal legislar de forma complementar.

Não existindo norma federal, aos Estados e o Distrito Federal poderão exercer
a competência legislativa plena. Todavia, a superveniência de lei federal sobre normas
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

O quadro de competências determinado pela Constituição Federal dá ênfase ao


chamado federalismo cooperativo, já que boa parte da matéria relativa à proteção do
meio ambiente pode ser disciplinada a um só tempo pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios.

Assim, a competência para proteção do meio ambiente é comum e a forma pela


qual os vários entes cuidarão da matéria deve ser disciplinada em lei complementar.

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