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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL

Administração Art. 6º ao 14º - §8


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ADMINISTRAÇÃO ART. 6º AO 14º - §8

TÍTULO III DO ESTADO

CAPÍTULO I DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

Seção I Disposições Gerais


Dos poderes

Art. 6º – São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.
Parágrafo único. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, é vedado a qualquer dos
Poderes delegar atribuição e, a quem for investido na função de um deles, exercer a de outro.

Na União, o Poder Executivo é representado pela presidência da República, nos Estados


e DF, pelas Governadorias e, nos Municípios, pelas prefeituras.
O Poder Legislativo é representado na União pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal, que formam o Congresso Nacional; nos Estados, pela Assembleia Legislativa; no
DF, pela Câmara Legislativa e, nos Municípios, pela Câmara Municipal.
O Poder Judiciário está presente na União e nos Estados. Não há uma autonomia de
organização judiciária no DF e nos Municípios porque, no DF, quem organiza e mantém o
Judiciário é a União e, nos Municípios, quem organiza o Judiciário é o respectivo Estado.

Dos símbolos e da capital

Art. 7º – São símbolos do Estado a bandeira, o hino e o brasão, definidos em lei.


Art. 8º – A cidade de Belo Horizonte é a Capital do Estado.

Seção II Da Competência do Estado

Art. 9º – É reservada ao Estado a competência que não lhe seja vedada pela Constituição da
República.

É a denominada competência residual ou remanescente.

Art. 10 – Compete ao Estado:


I – manter relações com a União, os Estados Federados, o Distrito Federal e os Municípios;
II – organizar seu Governo e Administração;
III – firmar acordo, convênio, ajuste e instrumento congênere;
IV – difundir a seguridade social, a educação, a cultura, o desporto, a ciência e a tecnologia;
V – proteger o meio ambiente;
VI – manter e preservar a segurança e a ordem públicas e a incolumidade da pessoa e do patrimônio;
VII – intervir no Município, nos casos previstos nesta Constituição;

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VIII – explorar diretamente ou mediante concessão os serviços locais de gás canalizado, na


forma da lei;
IX – explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços de transporte rodoviário estadual
de passageiros e de transporte aquaviário que não transponham os limites de seu território, e
diretamente, ou mediante concessão, permissão ou autorização, a infraestrutura e os serviços de
transporte ferroviário que não transponham os limites de seu território;
X – instituir região metropolitana, aglomeração urbana e microrregião;

Região metropolitana é da competência do Estado.

Obs.: Cabe ao Município criar o Distrito.


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XI – instituir plano de aproveitamento e destinação de terra pública e devoluta, compatibilizando-o


com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária;
XII – criar sistema integrado de parques estaduais, reservas biológicas, estações ecológicas e
equivalentes, adequado à conservação dos ecossistemas do Estado, para proteção ecológica,
pesquisa científica e recreação pública, e dotá-los dos serviços públicos indispensáveis às suas
finalidades;
XIII – dispor sobre sua divisão e organização judiciárias e divisão administrativa;
XIV – suplementar as normas gerais da União sobre:
a) organização, efetivos, garantias, direitos, deveres, inatividades e pensões da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar;
b) licitação e contrato administrativo na administração pública direta e indireta;
XV – legislar privativamente nas matérias de sua competência e, concorrentemente com a
União, sobre:
a) direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
b) orçamento;
c) junta comercial;
d) custas dos serviços forenses;
e) produção e consumo;
f) florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do ambiente e controle da poluição;
g) proteção do patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
h) responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
i) educação, cultura, ensino e desporto;
j) criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
l) procedimentos em matéria processual;
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Procedimento sobre Direito Processual é o Inquérito policial com competência da União


(Polícia Federal) e dos Estados (Polícia Civil). Legislar sobre Direito Processual Civil ou Penal
é competência somente da União.

m) previdência social, proteção e defesa da saúde;

A Previdência Social existe na União e no Estado e, por essa razão, é concorrente, mas
a Seguridade Social é privativa da União.

n) assistência jurídica e defensoria pública;


o) apoio e assistência ao portador de deficiência e sua integração social;
p) proteção à infância e à juventude;
q) organização, garantias, direitos e deveres da Polícia Civil e da Polícia Penal.
§ 1º – No domínio da legislação concorrente, o Estado exercerá:
I – competência suplementar;

Na omissão da lei federal, o Estado suplementa essa ausência.


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II – competência plena, quando inexistir lei federal sobre normas gerais, ficando suspensa a eficá-
cia da lei estadual no que for contrário a lei federal superveniente.

A União faz a norma geral e o Estado faz a norma específica. Se a União não faz a norma
geral, o Estado suplementa a lei federal.
Por exemplo: está valendo a lei do Estado e, posteriormente, vem a União e faz a norma
geral, mas, da forma como foi feita, conflitou com 3 artigos da lei do Estado – esses 3 artigos
ficam suspensos nos seus efeitos. A lei federal NÃO PODE revogar a lei estadual porque
caracterizaria intervenção federal, que não pode ocorrer porque não tem amparo na Consti-
tuição Federal (CF), seria invasão de competências.

§ 2º – O Estado poderá legislar sobre matéria da competência privativa da União, quando permitido
em lei complementar federal.

Competência Comum

Art. 11 – É competência do Estado, comum à União e ao Município:


I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patri-
mônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia do portador de deficiência;
III – proteger os documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
mentos, paisagens naturais notáveis e sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, destruição e descaracterização de obra de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

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VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;


VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar, com a viabilização
da assistência técnica ao produtor e da extensão rural;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e
de saneamento básico;
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, mediante a integração social
dos setores desfavorecidos;
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direito de pesquisa e de exploração de
recursos hídricos e minerais em seu território;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Seção III Do Domínio Público

Art. 12 – Formam o domínio público patrimonial do Estado os seus bens móveis e imóveis, os seus
direitos e os rendimentos das atividades e serviços de sua competência.
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Dos bens do Estado

Parágrafo único. Incluem-se entre os bens do Estado:


I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, salvo, neste caso,
na forma da lei federal, as decorrentes de obra da União;
II – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
III – os lagos em terreno de seu domínio e os rios que em seu território têm nascente e foz, salvo
os de domínio da União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

É bem do Estado o que não for da União. O que não for da União, é bem do Estado.
Se o rio nasce e morre dentro do próprio Estado, ele é bem do próprio Estado. Se o rio
corta mais de um Estado ou faz fronteira com outros países, é bem da União.

Seção IV Da Administração Pública

Art. 13 – A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a de entidade descentra-


lizada se sujeitarão aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiên-
cia e razoabilidade.

Na LEGALIDADE só se faz o que a lei permite.


Na IMPESSOALIDADE os agentes não podem buscar sua autopromoção.
Na MORALIDADE os agentes devem atuar com ética, honestidade, boa-fé.
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Na PUBLICIDADE, os atos devem ser divulgados no Diário Oficial, nos sites oficiais.
Na EFICIÊNCIA busca-se a economicidade para a administração e a celeridade da pres-
tação do serviço.
Na RAZOABILIDADE, as medidas das penalidades que serão aplicadas devem ser as
estritamente necessárias para inibir novas infrações. Por exemplo, um servidor de Minas
Gerais cometeu uma infração que a lei manda punir com uma advertência, mas no processo
administrativo ele é punido com demissão. Isso não é razoável, isso não é proporcional. A
punição deve ser na dose certa.
A RAZOABILIDADE também pode ser entendida como duração de processos porque a
CF já estabelece em seu texto que “a todos em processo administrativo judicial é assegurada
a duração razoável dos processos”.

Da motivação

§ 1º – A moralidade e a razoabilidade dos atos do Poder Público serão apuradas, para efeito de
controle e invalidação, em face dos dados objetivos de cada caso.
§ 2º – O agente público motivará o ato administrativo que praticar, explicitando-lhe o fundamento
legal, o fático e a finalidade.

Da administração direta

Art. 14 – Administração pública direta é a que compete a órgão de qualquer dos Poderes do Estado.

Da administração indireta

§ 1º – Administração pública indireta é a que compete:


I – à autarquia, de serviço ou territorial;
II – à sociedade de economia mista;
III – à empresa pública;
IV – à fundação pública;
V – às demais entidades de direito privado, sob controle direto ou indireto do Estado.

É essa estrutura que vai executar os serviços públicos.


O Estado de Minas Gerais vai se desconcentrar ou vai se descentralizar criando as estru-
turas da Administração Direta ou da Administração Indireta.
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Quando o Estado de Minas Gerais quer manter, sob a sua responsabilidade, a prestação
de serviço, ele vai se DESCONCENTRAR, o que significa distribuição interna de competên-
cias e criação de um órgão público. Esse órgão público não possui personalidade jurídica.
Quando o órgão público comete irregularidades na prestação do serviço, é o Estado de
Minas Gerais que assumirá toda a responsabilidade que exerce o poder hierárquico sobre
esses órgãos.
Quando o Estado de Minas Gerais quer se livrar da responsabilidade, ele desloca o centro,
ou seja, ele DESCENTRALIZA a atividade, que consiste na distribuição externa de compe-
tência, e cria uma entidade administrativa: autarquia, fundação pública, empresa pública ou
uma sociedade de economia mista. O Estado de Minas Gerais faz uma outorga legal: faz um
Projeto de Lei para criar ou autorizar a criação de uma nova personalidade jurídica e todas
as entidades possuem personalidade jurídica.
A lei que cria uma autarquia ou autoriza uma empresa pública transfere para ela a titulari-
dade, ela passa a ter autonomia para decidir porque quem tem autonomia não é subordinado,
não tem poder hierárquico, mas se submete ao controle finalístico, se submete à supervisão
das secretarias estaduais, se submete à tutela ao controle externo, tem que prestar contas
aos tribunais de contas ou estão vinculadas a um órgão público, mas nunca subordinadas.
É assim que surge a estrutura da administração pública, DIRETA e INDIRETA.
Toda essa estrutura criada pelo Estado mineiro tem a missão de executar o serviço
público em prol de toda a coletividade, que pode ser executado de maneira direta ou de
maneira indireta.

§ 2º – A atividade administrativa do Estado se organizará em sistemas, principalmente a de plane-


jamento, a de finanças e a de administração geral.
25m § 3º – É facultado ao Estado criar órgão, dotado de autonomia financeira e administrativa, segundo
a lei, sob a denominação de órgão autônomo.

Da lei específica

§ 4º – Depende de lei específica:


I – a instituição e a extinção de autarquia, fundação pública e órgão autônomo;
II – a autorização para instituir, cindir e extinguir a entidade a que se refere o § 14 do art. 36, socie-
dade de economia mista e empresa pública e para alienar ações que garantam o controle dessas
entidades pelo Estado;
III – a autorização para criação de subsidiária das entidades mencionadas neste parágrafo e para
sua participação em empresa privada;
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Este inciso entra em conflito com a CF, mas como não foi declarado inconstitucional pelo
STF, no gabarito para a prova vale o que está determinado na lei. A criação de subsidiárias,
segundo a CF, basta apenas que sejam autorizadas por lei, mas não exige que a lei seja uma
lei específica. A lei que autoriza a criação de uma subsidiária, que é uma filial, pode tratar de
outros assuntos, segundo a CF.
Este inciso estabelece que, tanto a criação da entidade matriz da empresa pública de
economia mista quanto da subsidiária, precisa de lei específica.
Segundo a Constituição do Estado de Minas Gerais, a criação de subsidiárias não pode
ser por uma lei genérica, deve ser por uma lei específica. A lei genérica pode tratar de vários
assuntos e a lei específica somente para aquele assunto.
Como não existe uma declaração formal de inconstitucionalidade, preserva-se este dispositivo.

Obs.: Segundo CF não é necessária lei específica (art. 37, inciso XX da CF).

IV – a alienação de ações que garantam, nas empresas públicas e sociedades de economia mista,
o controle pelo Estado.
§ 5º – Ressalvada a entidade a que se refere o § 14 do art. 36, ao Estado somente é permitido
instituir ou manter fundação com personalidade jurídica de direito público, cabendo a lei comple-
mentar definir as áreas de sua atuação.

As fundações de Minas Gerais mantidas pelo Estado de Minas Gerais são todas pessoas
jurídicas de direito público, mas é possível a criação de fundações de direito privado, exceto
em Minas Gerais, porque há a vedação na Constituição do Estado.

§ 6º – (Revogado pelo art. 3º da Emenda à Constituição n. 75, de 8/8/2006.)


§ 7º – As relações jurídicas entre o Estado e o particular prestador de serviço público em virtude de
delegação, sob a forma de concessão, permissão ou autorização, são regidas pelo direito público.
§ 8º – É vedada a delegação de poderes ao Executivo para criação, extinção ou transformação de
entidade de sua administração indireta.
30m § 9º – A lei disciplinará as formas de participação do usuário de serviços públicos na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente:
I – a reclamação relativa à prestação de serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-
viços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, ob-
servado o disposto no art. 5º, X e XXXIII, da Constituição da República;
III – a representação contra negligência ou abuso de poder no exercício de cargo, emprego ou
função da administração pública.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula prepa-
rada e ministrada pelo professor Ricardo Blanco.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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