Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BRASIL:
Adotou-se um modelo de repartição de competências bastante complexo, próximo do
modelo alemão.
Adotando ambos os modelos, uma hora o Clássico, outra hora o Moderno. Sempre se
pautando no Principio da Prevalência de Interesses.
No sistema federativo não há hierarquia entre os entes e, sim, REPARTIÇÃO DE
ATRIBUIÇÕES de acordo com o determinado na CF.
Cada ente atua nas limitações estabelecidas pela constituição.
Divisão de competências:
Mesmo não havendo hierarquia entre os entes federados que compõem a federação,
pode-se falar em hierarquia de interesses, em que os mais AMPLOS devem preferir aos
interesses mais restritos:
UNIÃO = ESTADO = MUNICÍPIO
Cada um deve atuar dentro de suas competências.
Exemplo:
1-) Transporte interestadual ou internacional => competência da União
Art. 21, inc. XII, alínea "e", outorga, expressamente, à União, a competência para
explorar serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.
2-) Transporte intramunicipal (de interesse local) => competência do Município:
Art. 30, inc. V, outorga, expressamente, ao Município o transporte intramunicipal.
3-) Transporte intermunicipal (intra-estadual) => competência dos Estados-Membros:
no silêncio da CF/88, será dos Estados a competência para explorar serviço de transporte
intermunicipal. Inclusive essa é posição do STF, no RE 549549/RJ, rel. Min. Ellen Gracie, DJ
25/11/2008.
4-) Apesar da competência sobre direito penitenciário, consumo e segurança pública
sejam de competência concorrente dos Estados, a decisão do bloqueio de celular nos presídios,
segundo o STF, prevaleceu de interesse da União.
Com base na prevalência de interesses, o STF sustentou a competência da UNIÃO - não
dos Estados federados - quando a matéria transcender interesses locais e regionais – pois
resultaria num tratamento NACIONAL e UNIFORME.
Nos Artigos 21, 22, 25 e 30, estão descritas as competências de cada ente federado.
Sempre orientado pelo princípio da prevalência.
É um modelo complexo de distribuição de competências:
a-) As competências da União estão previstas nos arts. 21 (exclusivas) e 22 (privativas);
b-) As competências dos Municípios estão indicadas no art. 30;
c-) Reserva aos Estados as competências que não são vedadas no texto constitucional –
competência remanescente/reservada/residual (art. 25, § 1.º).
d-) Atribui ao Distrito Federal competências dos Estados e dos Municípios –
competência cumulativa: ESTADOS + MUNICÍPIOS (art. 32, § 1.º), com exceção do art. 22,
inc. XVII (competência da União a organização judiciária, do Ministério Público do DF e
Territórios e Defensoria Pública dos Territórios)
e-) Estabelece competências comuns (art. 23) e concorrentes (art. 24).
TRIBUTÁRIAS
COMPETÊNCIAS DA UNIÃO
Lei complementar:
Difere no modo de elaboração da lei ordinária. Esta é a única diferença entres estas duas
leis. Não há hierarquia. São normas infraconstitucionais.
O quórum de aprovação é de maioria absoluta. Precisa um número inteiro acima da
metade das duas casas. Logo, precisa da maioria do senado e dos deputados.
- https://www.youtube.com/watch?v=02zHDLkolWQ
https://www.youtube.com/watch?
v=ueknASmy38M&list=RDCMUCJ4ycikI2w_ggyNEq7-omlA&index=3
2-) A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
SUPLEMENTAR dos Estados e DF (podem complementar a lei federal).
4-) A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário. É SUSPENSÃO de eficácia – não revogação.
No caso de a União legislar sobre normas gerais, as regras estaduais, ou do DF, ficam
suspensas apenas no que forem divergentes. Se não forem conflitantes, passam a coexistir a
norma geral da União, com a dos Estados ou DF.
2-) EXCLUSIVA:
São as competências previstas nos arts. 18, § 4.º e art. 25, § 2.º e 3.º - que dão aos
Estados poder de ordenação de seu território.
- Exclui o Estado e Município.
Art. 18. § 4.º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
MUNICÍPIOS, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar
federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados
na forma da lei.
- Os municípios são criados por meio de lei estadual.
- Atualmente, não há a possibilidade de criar um município, pois a união precisa
elaborar uma lei complementar federal (pressuposto objetivo do ato = Precisa da elaboração da
lei complementar. É pressuposto, não existe).
Art. 25, § 2.º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
SERVIÇOS LOCAIS DE GÁS CANALIZADO, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.
- Os serviços de gás são de competência exclusiva do Estado.
Art. 25, § 3.º Os Estados poderão, mediante lei COMPLEMENTAR, instituir
REGIÕES METROPOLITANAS, aglomerações urbanas e microrregiões [...].
3. COMUM da União, dos Estados e dos Municípios (art. 23, CF);
4. CONCORRENTE entre o Estado e a União, prevista no art. 24, CF.
- Interesse Local.
- Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; “no que couber” (=
dentro do interesse local) sobre as matérias elencadas no art. 24, CF/88.
- Podem complementar a legislação Estadual e Federal, para atender o interesse local.
- Não tem competência concorrente, mas tem comum e suplementar.
- Se existir uma norma geral da união, ou do Estado regulando as matérias do art. 24,
então os municípios podem suplementar mediante ao interesse local.
Além das competências indicadas no art. 30 incs. III ao IX, possuem a competência:
- COMUM (art. 23) e a faculdade de manter guardas municipais (art. 144, § 8.º).
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em
lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
- Quem organiza distritos são os municípios.
- A diferença entre município e distrito é o poder político. Distrito não tem poder
político, governo, prefeito.
- É uma descentralização administrativa. O prefeito nomeia alguém para administrar
aquele território.
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de
educação infantil e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação
e a ação fiscalizadora federal e estadual.
ATENÇÃO: inc. VIII, art. 30 - os Municípios podem, por meio de lei e outros atos
normativos, organizar o uso e ocupação do solo urbano. Zoneamento urbano consiste na divisão
da cidade em áreas nas quais podem ser realizadas determinadas atividades (comercial, urbana,
rural).
Hely Lopes Meirelles: interesse local não é interesse exclusivo do Município, não é
interesse privativo da localidade. Não há interesse municipal que não seja reflexamente da
União e do Estado, como também não há interesse regional ou nacional que não ressoe nos
Municípios, como partes integrantes da federação brasileira. O que define e caracteriza
INTERESSE LOCAL é a preponderância do interesse do Município sobre o do Estado ou
União.
DISTRITO FEDERAL
Cumula as competências dos Estados e dos Munícipios:
AMIANTO e TABACO
Amianto, atualmente, é proibido, pois é comprovado que desenvolve o câncer.
Antes disso:
Existe uma Lei Federal (traz regras gerais de interesse nacional) que admite o uso
controlado do amianto.
- É autorizado a produção e comercialização
Assim sendo, Lei estadual e Municipal não pode violar a regra geral da União.
Se a Lei Federal admite o uso restrito, leis estaduais e municipais não poderiam proibir
de maneira absoluta.
Contudo, o Estado de SP aboliu o amianto. Logo, Estado de Goiás denunciou sua
constitucionalidade. Como resultado, o STF determinou a lei suspensa de SP, pois as leis
estaduais não podem contrariar as leis federais.
Mais adiante, ocorreu o mesmo caso (alguns Estados e Municípios editaram nova lei –
de conteúdo IDÊNTICO à anteriormente considerada INCONSTITUCIONAL. O controle de
constitucionalidade não impede o Legislativo de editar uma lei de conteúdo idêntico – pois a
função típica do Poder Legislativo é legislar). Contudo, haviam diversos estudos e
comprovações cientificas que certificavam o amianto como causador do câncer.
Assim sendo, o STF, diante das novas leis estaduais sobre a proibição do amianto,
mudou seu entendimento: passou a admitir a proibição absoluta do amianto por meio de leis
estaduais e municipais, sob o fundamento de que a lei que PROÍBE o uso do amianto cumpre de
forma mais expressiva a CF, no que diz respeito à PROTEÇÃO DA SAÚDE e MEIO
AMBIENTE.
- Deve prevalecer a norma mais benéfica para a sociedade.
Posteriormente, em 2017, o STF considerou inconstitucional o art. da Lei Federal que
autorizava o uso restrito do amianto (ADI 3470 e 3406).
O mesmo entendimento pode ser fixado no que se refere à LEI ANTIFUMO. A Lei
Federal autoriza o fumódromo “em área destinada exclusivamente para este fim.” Vários
Estados editaram a Lei Antifumo – questão esta que se apresenta na mesma linha de raciocínio
do amianto.
A proteção à saúde e ao meio ambiente deve prevalecer, devendo a Lei Antifumo dos
Estados ser declarada constitucional (mesmo caso dos outdoors).
- Sistemas de Freios e contrapesos.