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REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Umas das principais características da Federação é a Repartição de Competência. Logo,


sendo o Brasil um Estado Federado, é inevitável que ocorra uma divisão de competências.
O princípio do equilíbrio federativo traduz a ideia de que os entes federativos
devem manter-se em harmonia,
Para a divisão das competências, a CF/88 adotou o Princípio da Predominância
(prevalência) do Interesse.
O princípio orientador da repartição é o do Princípio da prevalência do interesse.
O PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE TEM A FINALIDADE DE
NORTEAR A REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DAS ENTIDADES POLÍTICAS,
TOMANDO COMO REFERÊNCIA A NATUREZA DO INTERESSE AFETO A CADA
UMA DELAS.
- Tudo de interesse Nacional, refere-se a União.
- Interesse Regional, Estados.
- Interesse Local, Munícipios.
- DF possui interesse Local e Regional (cumula as competências).

A princípio, identificar a competência dos entes não é um trabalho fácil, a fim de


descobrir os de Estados, devemos eliminar aqueles nacionais e locais.
Além disso, há casos em que esse princípio não restringe as competências entre os entes
federados. Isso ocorre porque há assuntos que tanto são pertinentes ao interesse local, como do
país inteiro

 Competência Modelo Horizontal:


Não há concorrência entre os entes federativos, ou seja, cada um exerce suas
competências nos limites fixados pela Constituição. Também não há relação de subordinação ou
hierarquia entre esses entes.
Assim, cada ente terá suas competências específicas não dividindo-as com os demais.
A ideia da repartição horizontal é fruto do sistema norte-americano de repartição.
Dando origem ao federalismo dual.
 Competência Modelo Vertical:
A União outorga a diferentes entes federativos a competência para atuar na mesma
matéria, porém há uma subordinação, eis que irão atuar sobre a mesma matéria em um chamado
condomínio legislativo.
Aqui, dois ou mais entes atuam, conjunta ou concorrentemente, para o mesmo tema.
Isso porque a repartição de competência vertical é uma técnica de repartição que distribui as
competências para serem cumpridas em conjunto.
A técnica de repartição vertical de competência tem origem no Direito Europeu, mais
precisamente na Constituição de Weimer (1919).

 OS MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS


São dois modelos principais:

1-) Clássico (Horizontal):


EUA – Federalismo Dual

Obs.: Diferente do Brasil que adota um CF Prolixa (cheia), o modelo dos


EUA é a Constituição Reduzida, na qual, o que não for de competência
da União (nacional) é dos Estados (regional), não possuindo municípios.

As competências ficam entre União (competência enumerada/expressas na CF) e


Estados Membros (competências remanescentes/residuais – Aquelas que não estão previstas na
CF. São o resto).
Trazendo mais autonomia aos entes.
Essa separação veda as competências entre as duas esferas federativas, de modo que
uma não pode participar na outra. Denominando esse modelo de federalismo dual.
Todos possuem autonomia para exercer as competências que lhes são atribuídas de
forma rígida pela CF. Sem interferências de uns sobre os outros. Cada ente é competente.
Exemplo de repartição horizontal de competências: as competências tributárias, em que
cada Ente Federativo possui um espaço de atuação determinado pelo legislador constituinte.

2-) Moderno (Vertical):


Alemanha – Federalismo Cooperativo
Surgiu pós 1° Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha. Ela precisava se reerguer,
logo desenvolveu um modelo mais eficaz (ao invés de deixar nas mãos de apenas um ente, é
compartilhado com todos). A atribuição de competência de forma cooperada entre os entes visa
obter maior eficiência.
Neste modelo, a mesma matéria é dividida entre os diversos entes federativos, de forma
concomitante. Atuando de forma conjunta, compartilhando responsabilidades.
Surgem as competências concorrentes (legislativas) e comuns (administrativas), que
admitem a atuação de mais de um ente federativo em uma mesma matéria.
Ocorre quando mais de um ente federativo exerce competências, de forma simultânea,
com especificação do nível de intervenção de cada um ou em condições de igualdade, mas com
âmbitos de atuação diferenciados.
Assim sendo, mesmo atuando na mesma matéria, não irão necessariamente realizar as
mesmas obrigações.
Esse modelo denomina-se federalismo cooperativo.

 BRASIL:
Adotou-se um modelo de repartição de competências bastante complexo, próximo do
modelo alemão.
Adotando ambos os modelos, uma hora o Clássico, outra hora o Moderno. Sempre se
pautando no Principio da Prevalência de Interesses.
No sistema federativo não há hierarquia entre os entes e, sim, REPARTIÇÃO DE
ATRIBUIÇÕES de acordo com o determinado na CF.
Cada ente atua nas limitações estabelecidas pela constituição.
 Divisão de competências:
Mesmo não havendo hierarquia entre os entes federados que compõem a federação,
pode-se falar em hierarquia de interesses, em que os mais AMPLOS devem preferir aos
interesses mais restritos:
UNIÃO = ESTADO = MUNICÍPIO
Cada um deve atuar dentro de suas competências.

A fim de identificar a competência:


Assuntos de predominante interesse LOCAL devem ser regulamentados pelo
MUNICÍPIO (art. 30, inc. I).
Sendo de interesse REGIONAL ou se abranger mais de um Município, ficam a cargo
dos ESTADOS-MEMBROS (art. 25, § 1.º);
A competência será da UNIÃO quando predominante o interesse NACIONAL.
DF: cumula as competências dos Estados (regional) e dos Municípios (local).

Exemplo:
1-) Transporte interestadual ou internacional => competência da União
Art. 21, inc. XII, alínea "e", outorga, expressamente, à União, a competência para
explorar serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros.
2-) Transporte intramunicipal (de interesse local) => competência do Município:
Art. 30, inc. V, outorga, expressamente, ao Município o transporte intramunicipal.
3-) Transporte intermunicipal (intra-estadual) => competência dos Estados-Membros:
no silêncio da CF/88, será dos Estados a competência para explorar serviço de transporte
intermunicipal. Inclusive essa é posição do STF, no RE 549549/RJ, rel. Min. Ellen Gracie, DJ
25/11/2008.
4-) Apesar da competência sobre direito penitenciário, consumo e segurança pública
sejam de competência concorrente dos Estados, a decisão do bloqueio de celular nos presídios,
segundo o STF, prevaleceu de interesse da União.
Com base na prevalência de interesses, o STF sustentou a competência da UNIÃO - não
dos Estados federados - quando a matéria transcender interesses locais e regionais – pois
resultaria num tratamento NACIONAL e UNIFORME.

Obs.: Até mesmo para o STF é difícil chegar a um acordo referente as


competências.
A distribuição de competência entre os entes federados não é cláusula pétrea (está fora
do rol das matérias do Art. 60, CF/88).
Contudo, é inconstitucional um ente ficar sem competência = ocorrer o
Esvaziamento.

Nos Artigos 21, 22, 25 e 30, estão descritas as competências de cada ente federado.
Sempre orientado pelo princípio da prevalência.
É um modelo complexo de distribuição de competências:
a-) As competências da União estão previstas nos arts. 21 (exclusivas) e 22 (privativas);
b-) As competências dos Municípios estão indicadas no art. 30;
c-) Reserva aos Estados as competências que não são vedadas no texto constitucional –
competência remanescente/reservada/residual (art. 25, § 1.º).
d-) Atribui ao Distrito Federal competências dos Estados e dos Municípios –
competência cumulativa: ESTADOS + MUNICÍPIOS (art. 32, § 1.º), com exceção do art. 22,
inc. XVII (competência da União a organização judiciária, do Ministério Público do DF e
Territórios e Defensoria Pública dos Territórios)
e-) Estabelece competências comuns (art. 23) e concorrentes (art. 24).

 COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, LEGISLATIVAS E

TRIBUTÁRIAS

- É possível determinar certas competências pela lógica, contudo, há artigos específicos


distribuindo-as mediante o princípio da prevalência do interesse.
- Ou então, a palavra final será do STF.
- Fica com o Estado aquilo que é residual.

 Competência tributária: relaciona-se com o poder de instituir tributos. Garante


autonomia financeira para o exercício das competências dos entes federativos (Arts. 153 a 156).
 Competências administrativas (materiais ou não legislativas): dizem respeito à
atuação político-administrativa dos entes federativos, implicando a execução de tarefas e
atividades designadas pela CF/88 = ação político-administrativa.
Ex.:
Art. 21, XII: compete à União executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e
de fronteiras.

 Competências legislativas: estabelecem o poder de normatizar, editando os atos


normativos (tais como as leis) a fim de disciplinar a matéria prevista no texto constitucional =
capacidade de elaborar leis.
Ex.:
Art. 22: Compete privativamente à União legislar sobre direito civil, comercial, penal,
processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.

Competências Materiais ou Adm. são chamadas também de não legislativas.

 COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

- Estabelecida no Art.21 = De interesse NACIONAL.


- Exclusivas = Excluem os demais entes.
- Competência administrativa (material e não legislativa).
- Não há direito de delegação. Além de excluir os demais entes é indelegável.
A principal característica é a indelegabilidade: não são passíveis (possibilidade) de
delegação. Não há previsão constitucional para que a União delegue o exercício dessa
competência aos demais entes da federação.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar
- competência PRIVATIVA da União
- cabe apenas à União legislar sobre as questões numeradas.
- É possível que os Estados e o DF venham a legislar sobre questões específicas, desde
que a União delegue competência por meio de lei complementar.
- É possível a delegação por meio de lei complementar, sobre matérias específicas.
- Fica a critério do Entes legislar.
A União somente poderá delegar a competência para que os Estados legislem sobre
questões específicas das matérias de sua competência privativa.
A delegação, se houver, deverá ser indistinta para todos os entes federados. Não
poderá haver delegação para um ou alguns Estados, sob pena de ofensa ao princípio do
equilíbrio federativo.

- Nenhum Estado está autorizado a legislar sobre temas fundamentais de trânsito – a


delegação da União é sobre matérias específicas.

 Lei complementar:
Difere no modo de elaboração da lei ordinária. Esta é a única diferença entres estas duas
leis. Não há hierarquia. São normas infraconstitucionais.
O quórum de aprovação é de maioria absoluta. Precisa um número inteiro acima da
metade das duas casas. Logo, precisa da maioria do senado e dos deputados.

Art. 23: competência COMUM da União, Estados, DF e Municípios => a


competência comum é competência administrativa (material e NÃO legislativa) que cabe a
todos os entes federativos em condições de igualdade, sem nenhuma relação de subordinação; a
atuação de um não exclui a dos outros = otimização dos esforços por meio da cooperação dos
entes federados. O objetivo é evitar os conflitos e dispersar recursos em busca da eficiência.
- Todas as atividades de interesse social (saúde, educação...)
- Responsabilidade compartilhada.
- Maior eficácia,
- Realizam aquilo estabelecida na lei complementar.
- Não há hierarquia. = Federalismo de cooperação.
- Surgiu com o Estado Social.
O art. 23 estabelece a competência comum dos entes políticos para tratar de assuntos
como saúde, educação, preservação da natureza, saneamento básico, entre outros, de interesse
comum.
No caso de conflitos de competência, tais conflitos são resolvidos pela
preponderância de interesses. Embora não haja hierarquia entre os entes federativos, os
interesses da União têm preferência em relação aos de um Estado, menos abrangentes.
No Direito Ambiental a necessidade de cooperação entre os entes federativos mostra-se,
talvez, com maior clareza. A regra do art. 23 CF/88 é regulamentada pela LC n.º 140/2011, que
busca o equilíbrio do desenvolvimento e bem estar em âmbito nacional através da atuação de
todos os entes federados em matéria de meio ambiente – nos termos do que determina os incs.
III, IV e VII, da CF/88.

- https://www.youtube.com/watch?v=02zHDLkolWQ
https://www.youtube.com/watch?
v=ueknASmy38M&list=RDCMUCJ4ycikI2w_ggyNEq7-omlA&index=3

Art. 24: competência legislativa CONCORRENTE


Prevê que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre os temas que elenca.
- A mesma matéria poderá ser legislada pelos entes de acordo com o que está previsto
na CF.
Em linhas gerais, a competência concorrente se dá nos seguintes moldes: à União,
compete a edição de normas gerais; aos Estados e ao DF compete a complementação das
normas gerais a serem aplicadas em seus territórios.
- Os munícipios não estão previstos na lei.
- União fixa uma norma geral, logo a atuação dos Estados e DF serão complementares
(supletiva). De normas específicas.
- Caso a união não fixe qualquer lei geral, os Estados e DF terão plenitude na legislação,
fixando normas gerais especificas sobre aquela matéria.
- Se a união não ficar a lei geral, mas eventualmente atribuir, as leis dos Estados e DF
que não casar com a lei geral, serão SUSPENSAS, não revogadas, pois, posteriormente poderão
voltar à ativa.
- É concorrente, pois, na ausência da lei federal fixando normas gerais, podem os estes
legislar de forma plena sobre determinadas matérias.

Obs.: Se a união não legislar, nem os outros entes, os munícipios não


podem. Eventualmente, existir uma norma do estado ou da união fixando
normas gerais, então o município poderá legislar. Mas sua competência
será denominada como supletiva e não concorrente.

- Não é necessário a lei complementar.


- Na ausência das leis gerais, pode os Estados legislar. Sem a necessidade de lei
complementar.
Verifica-se que, na ausência de norma geral, os Estados e o DF poderão editar leis com
tal caráter, que será SUSPENSA no que contrariar eventual edição de lei geral da União
superveniente sobre a mesma matéria (§ 4.º, art. 24).
A competência concorrente NÃO envolve os MUNICÍPIOS – na ausência de norma
geral, não podem legislar (apenas, suplementar).
Em suma: trata-se de competência legislativa, que obedece às seguintes regras:

1-) No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer NORMAS GERAIS.

2-) A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
SUPLEMENTAR dos Estados e DF (podem complementar a lei federal).

3-) Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados e o DF exercerão


a competência legislativa plena (suplementar supletiva), para atender a suas peculiaridades.
Competência Legislativa plena = legislar sobre normas gerais e específicas.

4-) A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário. É SUSPENSÃO de eficácia – não revogação.
No caso de a União legislar sobre normas gerais, as regras estaduais, ou do DF, ficam
suspensas apenas no que forem divergentes. Se não forem conflitantes, passam a coexistir a
norma geral da União, com a dos Estados ou DF.

COMPETÊNCIAS DOS ESTADOS

- Denominada com Competência reservada


- Não é fácil detectar, por isso, é comum chegar ao STF para ele determinar a
competência.
- Expressa no Art. 25
- Competências legislativas a administrativas que não sejam vedadas pela Constituição,
ou seja, é aquilo que sobra.
- Verificar se a competência não é da união e nem dos municípios.

1-) RESERVADA (residual ou remanescente):


Nos termos do art. 25, CF/88, são reservadas aos Estados as competências
administrativas e legislativas que não lhes sejam vedadas pela CF/88.
Assim sendo, os Estados possuem competência residual – ou seja, tudo o que não for da
União (arts. 21 e 22) ou dos Municípios (arts. 29 e 30).
TODOS assuntos que não sejam competência exclusiva e privativa da União, nem dos
Municípios:
Art. 25. § 1.º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas
por esta Constituição.

2-) EXCLUSIVA:
São as competências previstas nos arts. 18, § 4.º e art. 25, § 2.º e 3.º - que dão aos
Estados poder de ordenação de seu território.
- Exclui o Estado e Município.
Art. 18. § 4.º. A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
MUNICÍPIOS, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar
federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados
na forma da lei.
- Os municípios são criados por meio de lei estadual.
- Atualmente, não há a possibilidade de criar um município, pois a união precisa
elaborar uma lei complementar federal (pressuposto objetivo do ato = Precisa da elaboração da
lei complementar. É pressuposto, não existe).
Art. 25, § 2.º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
SERVIÇOS LOCAIS DE GÁS CANALIZADO, na forma da lei, vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.
- Os serviços de gás são de competência exclusiva do Estado.
Art. 25, § 3.º Os Estados poderão, mediante lei COMPLEMENTAR, instituir
REGIÕES METROPOLITANAS, aglomerações urbanas e microrregiões [...].
3. COMUM da União, dos Estados e dos Municípios (art. 23, CF);
4. CONCORRENTE entre o Estado e a União, prevista no art. 24, CF.

COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS

- Interesse Local.
- Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; “no que couber” (=
dentro do interesse local) sobre as matérias elencadas no art. 24, CF/88.
- Podem complementar a legislação Estadual e Federal, para atender o interesse local.
- Não tem competência concorrente, mas tem comum e suplementar.
- Se existir uma norma geral da união, ou do Estado regulando as matérias do art. 24,
então os municípios podem suplementar mediante ao interesse local.
Além das competências indicadas no art. 30 incs. III ao IX, possuem a competência:
- COMUM (art. 23) e a faculdade de manter guardas municipais (art. 144, § 8.º).
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em
lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
- Quem organiza distritos são os municípios.
- A diferença entre município e distrito é o poder político. Distrito não tem poder
político, governo, prefeito.
- É uma descentralização administrativa. O prefeito nomeia alguém para administrar
aquele território.
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de
educação infantil e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de
atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação
e a ação fiscalizadora federal e estadual.

ATENÇÃO: inc. VIII, art. 30 - os Municípios podem, por meio de lei e outros atos
normativos, organizar o uso e ocupação do solo urbano. Zoneamento urbano consiste na divisão
da cidade em áreas nas quais podem ser realizadas determinadas atividades (comercial, urbana,
rural).

Hely Lopes Meirelles: interesse local não é interesse exclusivo do Município, não é
interesse privativo da localidade. Não há interesse municipal que não seja reflexamente da
União e do Estado, como também não há interesse regional ou nacional que não ressoe nos
Municípios, como partes integrantes da federação brasileira. O que define e caracteriza
INTERESSE LOCAL é a preponderância do interesse do Município sobre o do Estado ou
União.

DISTRITO FEDERAL
Cumula as competências dos Estados e dos Munícipios:
 AMIANTO e TABACO
Amianto, atualmente, é proibido, pois é comprovado que desenvolve o câncer.
Antes disso:
Existe uma Lei Federal (traz regras gerais de interesse nacional) que admite o uso
controlado do amianto.
- É autorizado a produção e comercialização
Assim sendo, Lei estadual e Municipal não pode violar a regra geral da União.
Se a Lei Federal admite o uso restrito, leis estaduais e municipais não poderiam proibir
de maneira absoluta.
Contudo, o Estado de SP aboliu o amianto. Logo, Estado de Goiás denunciou sua
constitucionalidade. Como resultado, o STF determinou a lei suspensa de SP, pois as leis
estaduais não podem contrariar as leis federais.
Mais adiante, ocorreu o mesmo caso (alguns Estados e Municípios editaram nova lei –
de conteúdo IDÊNTICO à anteriormente considerada INCONSTITUCIONAL. O controle de
constitucionalidade não impede o Legislativo de editar uma lei de conteúdo idêntico – pois a
função típica do Poder Legislativo é legislar). Contudo, haviam diversos estudos e
comprovações cientificas que certificavam o amianto como causador do câncer.
Assim sendo, o STF, diante das novas leis estaduais sobre a proibição do amianto,
mudou seu entendimento: passou a admitir a proibição absoluta do amianto por meio de leis
estaduais e municipais, sob o fundamento de que a lei que PROÍBE o uso do amianto cumpre de
forma mais expressiva a CF, no que diz respeito à PROTEÇÃO DA SAÚDE e MEIO
AMBIENTE.
- Deve prevalecer a norma mais benéfica para a sociedade.
Posteriormente, em 2017, o STF considerou inconstitucional o art. da Lei Federal que
autorizava o uso restrito do amianto (ADI 3470 e 3406).
O mesmo entendimento pode ser fixado no que se refere à LEI ANTIFUMO. A Lei
Federal autoriza o fumódromo “em área destinada exclusivamente para este fim.” Vários
Estados editaram a Lei Antifumo – questão esta que se apresenta na mesma linha de raciocínio
do amianto.
A proteção à saúde e ao meio ambiente deve prevalecer, devendo a Lei Antifumo dos
Estados ser declarada constitucional (mesmo caso dos outdoors).
- Sistemas de Freios e contrapesos.

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