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Fala, futuros (as) Togados (as)! Preparamos mais um CARD de Direito Administrativo CAPRICHADO para vocês.
2 Administração Pública. Noção. Relação com legislação e jurisdição. Governo. Constituição. Federação.
Personalidade jurídica. Estrutura fundamental no Brasil. Desconcentração. Descentralização. Órgãos públicos.
Hierarquia. Delegação. Avocação.
3. A Administração Pública: conceito; sentido objetivo e subjetivo. A Teoria da Separação dos Poderes, o Poder
Executivo e a função administrativa. Administração Pública e Governo. Regime jurídico-administrativo. Os
regimes de Direito Privado e de Direito Público na Administração Pública.
Obs.: pessoal, nas #CICLOLEGIS, não iremos colocar o gabarito das questões. Isso porque, tais # têm como
objetivo justamente decorar a letra da lei. Sendo assim, ao corrigir a questão, vocês precisarão ir à letra da lei
novamente e vão necessitar ler novamente o artigo! Isso com certeza irá facilitar o processo de fixação da letra
da lei!!!!
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
#MAPEIA NO VADE
ESTADO FEDERAL
- Descentralização político-administrativa fixada pela
Constituição;
Características
- Participação das vontades parciais na vontade geral;
- Auto-organização dos Estados-membros.
- Rigidez constitucional;
Requisitos para a manutenção
- Imutabilidade da forma federativa;
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Por Paula Lemos.
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- Controle de constitucionalidade.
TIPOS DE FEDERALISMO
Quanto ao surgimento ou - por agregação ("movimento centrípeto");
origem - por desagregação ("movimento centrífugo).
- dualista;
Quanto à repartição de
- de integração;
competências
- de cooperação.
- centralizador (centrípeto);
Quanto à concentração de
- descentralizador (centrífugo);
poder
- de equilíbrio.
Quanto à homogeneidade na - simétrico (homogêneo);
distribuição de competências - assimétrico (heterogêneo)
Quanto às esferas de - típico (bidimensional, bipartite ou de segundo grau);
competências - atípico (tridimensional, tripartite ou de terceiro grau)
• Características da Federação:
- Descentralização política: a própria Constituição prevê núcleos de poder político, concedendo autonomia
para os referidos entes;
- Constituição rígida como base jurídica: fundamental a existência de uma Constituição rígida no sentido de
garantir a distribuição de competências entre os entes autônomos, surgindo, então, uma verdadeira
estabilidade institucional;
- Inexistência do direito de secessão: não se permite, uma vez criado o pacto federativo, o direito de
separação, de retirada.
- Soberania do Estado federal: a partir do momento que os Estados ingressam na federação perdem soberania,
passando a ser autônomos. Os entes federativos são, portanto, autônomos entre si, de acordo com as regras
constitucionalmente previstas, nos limites de sua competência;
- Intervenção: diante de situações de crise, o processo interventivo surge como instrumento para assegurar o
equilíbrio federativo e, assim, a manutenção da Federação;
- Órgão representativo dos Estados-Membros: no Brasil, de acordo com o art. 46, a representação dá-se
através do Senado Federal;
- Repartição de receitas: assegura o equilíbrio entre os entes federativos (arts. 157 a 159).
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• Federalismo por SEGREGAÇÃO (ou desagregação): quando a federação é fruto da descentralização política
de um Estado Unitário (movimento centrÍfugo), surge o federalismo por segregação, originando Estados
denominados de imperfeitos ou por dissociação.
• FEDERALISMO DE COOPERAÇÃO (ou cooperativo): desenvolveu-se a partir dos esforços empreendidos para
minorar as dificuldades advindas da distribuição de competências nos Estados federais e estabelecer uma
"fórmula geral" para melhor cooperação entre os entes federativos.
A ideia de competências verticais é veiculada pelo exercício coordenado das competências, sob a tutela
da União, com o objetivo de tornar mais eficiente o desempenho das tarefas públicas, por meio da colaboração
entre as pessoas estatais. Esse modelo se deve a alteração de paradigma acerca da atuação do Estado. A
atitude abstencionista, típica do Estado Liberal, cede passagem para a atuação intervencionista, característica
do Estado de Bem-Estar Social ou Estado Providência.
Nesse novo paradigma, o Estado passa a atuar em áreas que até então não lhe competiam, como
legislar sobre relações de trabalho, sobre o domínio econômico e social etc. Como consequência, e ante a
complexidade das novas atribuições estatais, o federalismo de cooperação estabelece áreas de atuações
comuns e concorrentes entre as suas entidades, de modo a concretizá-las, ao menos idealmente, de maneira
satisfatória.
Consagrado na Alemanha, este modelo passou a ser adotado nos Estados Unidos após a crise da bolsa
de Nova York (1929). É também o modelo adotado pela Constituição brasileira de 1988 (CF, art. 23, 24 e
outros).
CF/88.
Art. 23, CF. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação (FEDERALISMO COOPERATIVO)
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento
e do bem-estar em âmbito nacional.
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#ATENÇÃO: O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista de governo, a forma
federativa de Estado e o regime democrático.
#DEOLHONAPANDEMIA:
A Lei nº 13.979/2020 previu, em seu art. 3º, um rol exemplificativo de oito medidas que podem ser adotadas
pelo poder público para o combate ao coronavírus.
O art. 3º, VI, “b”, e os §§ 6º e 7º, II, da Lei nº 13.979/2020 estabeleceram que os Estados e Municípios somente
poderia adotar algumas medidas se houvesse autorização da União.
a) suspender parcialmente, sem redução de texto, o disposto no art. 3º, VI, “b”, e §§ 6º e 7º, II, da Lei nº
13.979/2020, a fim de excluir estados e municípios da necessidade de autorização ou de observância ao ente
federal; e
b) conferir interpretação conforme aos referidos dispositivos no sentido de que as medidas neles previstas
devem ser precedidas de recomendação técnica e fundamentada, devendo ainda ser resguardada a locomoção
dos produtos e serviços essenciais definidos por decreto da respectiva autoridade federativa, sempre
respeitadas as definições no âmbito da competência constitucional de cada ente federativo.
Assim, os Estados/DF e Municípios podem, mesmo sem autorização da União, adotar medidas como
isolamento, quarentena, exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver e restrição à locomoção
interestadual e intermunicipal em rodovias, portos ou aeroportos.
Vale ressaltar que Estados e Municípios não podem fechar fronteiras, pois sairiam de suas competências
constitucionais.
A adoção de medidas restritivas relativas à locomoção e ao transporte, por qualquer dos entes federativos,
deve estar embasada em recomendação técnica fundamentada de órgãos da vigilância sanitária e tem de
preservar o transporte de produtos e serviços essenciais, assim definidos nos decretos da autoridade
federativa competente.
STF. Plenário. ADI 6343 MC-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 6/5/2020 (Info 976).
#AJUDAMARCINHO:2
Para o STF, a União não deve ter o monopólio de regulamentar todas as medidas que devem ser tomadas para
o combate à pandemia. O governo federal tem o papel primordial de coordenação entre os entes federados,
mas a autonomia deles deve ser respeitada. É impossível que o poder central conheça todas as particularidades
regionais.
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Não é possível exigir que Estados-membros e Municípios se vinculem a autorizações
e decisões de órgãos federais para tomar atitudes de combate à pandemia. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/162d18156abe38a3b32851b72b1d44f5>.
Acesso em: 02/11/202
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Não é possível exigir que Estados-membros e Municípios se vinculem a autorizações e decisões de órgãos
federais para tomar atitudes de combate à pandemia.
Como exemplo, pode-se mencionar que a exclusividade da União quanto às regras de transporte
intermunicipal durante a pandemia é danosa já que cada Estado e Município possui peculiaridades.
#TABELALOVERS
A interpretação das regras do Direito Administrativo está sujeita aos princípios hermenêuticos gerais
estudados pela Filosofia do Direito e, subsidiariamente, às regras interpretativas próprias do Direito Privado.
Supremacia do Interesse público: em razão do interesse público, a Administração terá uma posição
privilegiado em face do particular. Não está expresso no texto Constitucional, no entanto, diversas regras
constitucionais e legais implicam em manifestações concretas dessa superioridade. Ex. art. 5º, inciso XXV, da
CF. A sua utilização só será legitima quando aplicada como instrumento para alcance dos interesses coletivos.
Indisponibilidade do Interesse Público: Esse princípio serve para limitar a atuação do agente público, seria
um equilíbrio à superioridade. Assim, em nome da supremacia do interesse público, o Administrador pode
muito, pode quase tudo, mas não pode abrir mão do interesse público.3
#UMPOUCODEDOUTRINA
No âmbito do direito administrativo, a palavra entidade é utilizada como sinônimo de pessoa jurídica.
Assim, não se confunde com órgão, sendo este o conjunto de competências administrativas sem personalidade
jurídica.
Já as entidades políticas ou entes federados são as pessoas jurídicas que compõem a federação
brasileira, caracterizados por possuírem autonomia política. Esta inclui, por exemplo, a capacidade de auto-
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MARINELA, Fernanda. Curso de Direito Administrativo, 2018.
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organização, o que engloba a possibilidade de legislar. São pessoas jurídicas de direito público interno. No
Brasil, são pessoas políticas: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Por outro lado, as entidades administrativas são as pessoas jurídicas que integram a administração
pública formal, não possuindo autonomia política. Dessa forma, irão compor a administração indireta, sendo
elas: as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Vale
destacar, no entanto, que essas entidades possuem autonomia administrativa, ou seja, capacidade de
autoadministração, podendo editar regimento interno sobre sua organização e funcionamento, gestão de
pessoas etc. Além disso, não são hierarquicamente subordinadas à pessoa política instituidora, sendo apenas
vinculadas (sem hierarquia), ocasião em que o ente político exerce sobre elas controle administrativo
denominado de tutela ou supervisão.
Conforme veremos, as entidades administrativas são criadas pelas entidades políticas, quando estas
entendem ser conveniente que determinada competência, originalmente sua, passe a ser exercida de forma
descentralizada.
#CICLOLEGIS #DECORAALETRADALEI
Lei 9784/99, Art. 1º, § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - _____ - a unidade de atuação integrante da
estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II - entidade - a unidade de atuação
dotada de personalidade jurídica; III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
a) órgão.
b) entidade política.
c) Estado.
ÓRGÃOS
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No mesmo sentido, o art. 1º, § 2º, I, da Lei n. 9.784/99 conceitua órgão como a unidade de atuação
integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta. Os órgãos públicos
pertencem a pessoas jurídicas, mas não são pessoas jurídicas. São divisões internas, partes de uma pessoa
governamental, daí receberem também o nome de repartições públicas. Não tendo personalidade própria, os
órgãos não podem ser acionados judicialmente para responder por prejuízos causados por seus agentes. Ação
judicial equivocadamente dirigida contra órgão público deve ser extinta sem julgamento de mérito por
ilegitimidade de parte.
Cabe à pessoa jurídica a que o órgão pertence ser acionada judicialmente para reparação de danos.
Assim, por exemplo, se prejuízo for causado pelo Ministério da Cultura, sendo órgão despersonalizado, a ação
judicial deve ser intentada contra a União Federal, que é a pessoa jurídica a que o Ministério da Cultura
pertence. Nunca órgãos públicos podem figurar nos polos ativo ou passivo de ações sob o procedimento
comum, como as ações indenizatórias. Se determinado órgão público, por conduta de seu agente, causar
prejuízo a terceiros, deve ser acionada judicialmente a pessoa jurídica que o órgão integra.
Porém, a doutrina e a jurisprudência reconhecem casos raros de alguns órgãos públicos dotados de
capacidade processual especial, também chamada de capacidade judiciária ou “personalidade judiciária”. É o
caso da Presidência da República e da Mesa do Senado. Essa capacidade processual especial restringe-se
basicamente à possibilidade de tais órgãos realizarem a defesa de suas prerrogativas em juízos, especialmente
em sede de mandado de segurança e habeas data.
Nesse sentido, foi editada a Súmula 525 do STJ: “A Câmara de vereadores não possui personalidade
jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais”.
O conjunto formado pela somatória de todos os órgãos públicos integrantes da estrutura de cada
entidade federativa recebe o nome de Administração Pública Direta ou Centralizada. Assim, pertencem à
Administração Direta, além das próprias entidades federativas, ou seja, União, Estados, Distrito Federal,
Territórios e Municípios, também os Ministérios, Secretarias, Delegacias, Tribunais, Casas Legislativas,
Prefeituras, Ministério Público, Defensorias, Tribunais de Contas etc.
#RESUMEAÍPROF
Órgão não possui personalidade jurídica e é definido pela doutrina como centro de competência
instituído na estrutura interna da Administração (direta ou indireta).
Descentralização Desconcentração
Transferência da atividade administrativa para Distribuição interna de atividade dentro de uma
outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou não mesma PJ, resultando na criação de centros de
do aparelho estatal. Nova pessoa jurídica. Não há competências, denominados órgãos públicos,
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hierarquia, apenas controle e fiscalização. Relação dentro de uma mesma estrutura hierárquica. Há
de vinculação. subordinação e hierarquia.
Por serviços, funcional, técnica ou por outorga: transfere a titularidade e a execução. Depende de lei. Prazo
indeterminado. Controle finalístico. Ex.: Administração Indireta.
Por colaboração ou delegação: transfere apenas a execução. Pode ser por lei, contrato ou ato unilateral. Prazo:
determinado (contrato); indeterminado (ato). Controle amplo e rígido (ex.: concessão ou autorização).
Descentralização
Ex.: contrato de
À particulares (NJ) e
Por meio de lei Só a entidades da AP concessão de
a própria AP (lei).
serviços públicos
Territorial
#DEOLHONADISCURSIVA
Teoria da imputação volitiva de Otto Gierke: O idealizador da moderna teoria do órgão público
baseada na noção de imputação volitiva foi o alemão Otto Friedrich von Gierke (1841-1921). Gierke comparou
o Estado ao corpo humano. Cada repartição estatal funciona como uma parte do corpo, como um dos órgãos
humanos, daí a origem do nome “órgão” público. A personalidade, no corpo, assim como no Estado, é um
atributo do todo, não das partes. Por isso, os órgãos públicos não são pessoas, mas partes integrantes da
pessoa estatal. E mais. Assim como no corpo humano há uma especialização de funções capaz de harmonizar
a atuação conjunta das diferentes partes, com órgãos superiores responsáveis por comandar, e outros,
periféricos, encarregados de executar as ordens centrais, o Estado também possui órgãos dispostos de modo
hierarquizado, razão pela qual alguns exercem funções superiores de direção enquanto outros atuam
simplesmente executando os comandos que lhes são determinados.
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Direito Administrativo Descomplicado, 25 ed., 2017.
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#SELIGANASÚMULA
Súmula 615 do STJ: “Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos
fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências
cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos”.
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ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Nesse CARD trataremos do panorama geral acerca das entidades atuantes na administração indireta,
de forma breve e resumida. A matéria será esmiuçada no CARD 9.
#RESUMÃO
SETORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
União
Estados
Direta
Distrito Federal
Municípios
Adm.
Autarquias
Fundações
Indireta Descentralização por outorga
Empresas Públicas
Sociedades de
Economia Mista
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O primeiro setor da economia é composto pelos entes da Administração Pública Direta e Indireta,
coma intenção de garantir o bem-estar de toda a sociedade, sem qualquer espécie de finalidade lucrativa,
praticando todos os seus atos com o fim de garantir o bem-estar de toda a coletividade. De fato, o Estado atua
na prestação de serviços públicos ou de execução de obras, ou, ainda, definindo restrições à atuação dos
particulares, no exercício do poder de polícia, como forma de adequar todas as condutas ao interesse geral.
Toda a atividade realizada pelo primeiro setor da economia é orientada no sentido de se garantirem melhores
condições de vida à população.
O segundo setor, por seu turno, é o espaço de atuação dos particulares que visam garantir lucro no
mercado, estando vigente a ideia de livre iniciativa, para que o ator econômico possa auferir vantagem
pecuniária em sua atividade. A princípio, este setor da economia é o campo de atuação da iniciativa privada,
ficando restrita a atuação estatal, nos moldes definidos no texto constitucional.
No terceiro setor da economia, estão presentes as entidades privadas que atuam, sem finalidade
lucrativa, visando garantir o interesse da sociedade, executando atividades de interesse social, gozando, desta
forma, de benefícios pagos pelo ente estatal, como forma de incentivar a atuação do particular.
Autarquias Fundações
Empresas públicas Sociedades de
Economia mista
AUTARQUIAS
Autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração Pública
Indireta, criadas por lei específica, para o exercício de atividades típicas da Administração Pública. Algumas das
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autarquias mais importantes do Brasil são: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, Banco Central – Bacen,
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, Conselho Administrativo
de Defesa Econômica – Cade, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra, todas as
universidades públicas, como a USP e a UFRJ, Instituto Chico Mendes (ICMBio).
• A descentralização; a criação por lei; a especialização dos fins ou atividades; a personalidade jurídica
pública; a capacidade de autoadministração.
• As autarquias não são subordinadas ao ente federado que as criou, é dizer, não há hierarquia entre União,
Estados, Distrito Federal e municípios e suas respectivas autarquias. A relação entre uma autarquia e a
administração direta da pessoa política instituidora é de vinculação administrativa (e não de
subordinação).
• Só podem ser criadas por lei.
• Os atos praticados são atos administrativos.
• Os contratos são contratos administrativos, de forma que precisam licitar e pode haver cláusulas
exorbitantes.
• Se submetem à Lei de Responsabilidade Fiscal.
• Podem ser criadas para exercerem atividades de ensino, em que se incluem as universidades.
• Estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição obrigatório, contra elas somente produzindo efeito eventual
sentença condenatória após a confirmação por tribunal.
• É de competência da justiça federal processar e julgar, nos litígios comuns, as causas em que as
autarquias federais sejam autoras, rés, assistentes ou opoentes.
• Possuem responsabilidade civil objetiva (art. 37, §6º da CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as
de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa. ”
• São exemplos de prerrogativas estatais estendidas às autarquias a imunidade tributária recíproca e os
privilégios processuais da Fazenda Pública (prazos dilatados: com o NCPC, todas as manifestações da
Fazenda Pública são em DOBRO (art. 183, NCPC).
• Entre as prerrogativas processuais impostas em favor das autarquias públicas federais está a intimação
pessoal de seus procuradores federais de todos os atos do processo.
• Se submetem às regras do reexame necessário – art. 496, NCPC. Houve mudanças em relação aos valores
para a dispensa do reexame necessário. Nos termos do Novo CPC, até 1.000 salários (União), 500 salários
(Estados/DF e Munícipios de Capital) e 100 (Município que não seja capital) não vai ter reexame
necessário. Obs.: se por lapso do juiz de 1º grau não remeteu os autos para o Tribunal, não haverá o
trânsito em julgado, mesmo diante da ausência de recursos.
• As autarquias territoriais não detêm autonomia política.
• Hoje, a posição que prevalece em nossos Tribunais Superiores é que o prazo prescricional nas demandas
ajuizadas contra a autarquia é aquele previsto no Decreto 20910/32 - 5 anos (quinquenal).
• Obedecem às regras de contabilidade pública (Lei 4320/64).
• Se submetem à Lei de Responsabilidade Fiscal - Tribunal de Contas fiscaliza.
• Regime pessoal – há servidores públicos. Regime jurídico único – ou todos serão celetistas ou
estatutários.
- Bens autárquicos:
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- Débitos autárquicos:
• Débitos judiciais – via regime de precatório. Cada autarquia terá sua ordem cronológica de precatórios.
#DEOLHONADISCURSIVA
As agências reguladoras são autarquias com regime especial, possuindo todas as características
jurídicas das autarquias comuns mas delas se diferenciando pela presença de duas peculiaridades em seu
regime jurídico:
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a) dirigentes estáveis: ao contrário das autarquias comuns, em que os dirigentes ocupam cargos em
comissão exoneráveis livremente pelo Poder Executivo, nas agências reguladoras os dirigentes são protegidos
contra o desligamento imotivado.
b) mandatos fixos: diferentemente do que ocorre com as demais autarquias, nas agências reguladoras
os dirigentes permanecem na função por prazo determinado, sendo desligados automaticamente após o
encerramento do mandato.
As agências brasileiras caracterizam-se também por um alto grau de especialização técnica no setor
regulado.
Alguns autores consideram que o regime especial das agências seria composto ainda de uma terceira
característica jurídica diferencial: a quarentena. Quarentena é o período de 6 meses, contado da exoneração
ou do término do mandato, durante o qual o ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de
prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência (art. 8º da Lei n. 9.986/2000, com redação
dada pela Lei n. 13.848, de 25-6-2019), sob pena de incorrer na prática do crime de advocacia administrativa.
Durante o período de quarentena, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus à remuneração
compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes (art. 8º, § 2º,
da Lei n. 9.986/2000).
#ATENÇÃO!
As agências reguladoras são legalmente dotadas de competência para estabelecer regras disciplinando
os respectivos setores de atuação. É o denominado poder normativo das agências. Tal poder normativo tem
sua legitimidade condicionada ao cumprimento do princípio da legalidade, na medida em que os atos
normativos expedidos pelas agências ocupam posição de inferioridade em relação à lei dentro da estrutura do
ordenamento jurídico. Além disso, convém frisar que não se trata tecnicamente de competência regulamentar
porque a edição de regulamentos é privativa do chefe do Poder Executivo (art. 84, IV, da CF). Por isso, os atos
normativos expedidos pelas agências reguladoras nunca podem conter determinações, simultaneamente,
gerais e abstratas, sob pena de violação da privatividade da competência regulamentar.
Portanto, é fundamental não perder de vista dois limites ao exercício do poder normativo decorrentes
do caráter infralegal dessa atribuição: a) os atos normativos não podem contrariar regras fixadas na legislação
ou tratar de temas que não foram objeto de lei anterior; b) é vedada a edição, pelas agências, de atos
administrativos gerais e abstratos.
Previstas no art. 37, § 8º, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n.
19/98, agência executiva é um título atribuído pelo governo federal a autarquias, fundações públicas e órgãos
que celebrem contrato de desempenho para ampliação de sua autonomia mediante a fixação de metas de
desempenho. Assim, as agências executivas não são uma nova espécie de pessoa jurídica da Administração
Pública, mas uma qualificação obtida por entidades e órgãos públicos.
As características fundamentais das agências executivas são as seguintes: a) são autarquias, fundações
e órgãos que recebem a qualificação por decreto do Presidente da República ou portaria expedida por Ministro
de Estado; b) celebram contrato de desempenho com o Ministério supervisor para ampliação da autonomia;
c) possuem um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para a
melhoria da qualidade da gestão e para a redução de custos.
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#TABELOVERS #RESUMEAÍPROF
No que tange aos Conselhos de Classe (chamados de autarquias profissionais), é possível afirmar que
eles nasceram como autarquias. A Lei nº 9.649/1998 modificou a natureza jurídica desses Conselhos,
considerando-os de natureza privada (art. 58). Contudo, na ADI 1717, o STF afirmou que os Conselhos possuem
poder de polícia, motivo pelo qual não podem ter natureza privada, já que comprometeria a segurança jurídica
(particular cassando carteira de particular iria acarretar excessos e abusos). Logo, como forma de prevenção,
atribuiu-se novamente a natureza pública.
- Características:
• Cobram anuidade (natureza tributária), o que possibilita: (1) execução fiscal; (2) controle pelo Tribunal
de Contas, pois há arrecadação de tributo (dinheiro público); (3) contabilidade pública.
• Seus funcionários são obrigados a prestar concurso público.
- A OAB:
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Para o Supremo Tribunal Federal, a OAB não se enquadra como Conselho de Classe, muito embora
parte significativa das funções que ela exerça sejam basicamente as mesmas desempenhadas por essas
entidades. Para a aludida Corte, a OAB configura uma entidade ímpar, sui generis, um “serviço público
independente", não integrante da administração pública.
Vale destacar que, embora o STF tenha entendido que a OAB não é uma autarquia, decidiu, com
repercussão geral, que as lides judiciais em que esta entidade seja parte são de competência da Justiça Federal,
por incidência do inciso I, do art. 109, da CRFB (o termo utilizado foi “autarquia corporativista”).
FUNDAÇÕES
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Segundo a jurisprudência da Corte, a qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao
regime público ou privado depende de dois fatores: i) do estatuto de sua criação ou autorização e ii) das
atividades por ela prestadas. Não há na Constituição Federal o elenco das atividades que definiriam qual o
regime jurídico a ser aplicado a uma determinada fundação pública. Entretanto, existem alguns pressupostos
lógico-jurídicos que devem ser utilizados como critérios discriminadores. (RE 716378, Relator(a): DIAS
TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 07/08/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-164 DIVULG 29-06-2020 PUBLIC
30-06-2020)
- Fundações públicas:
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- Características comuns:
• Pessoas jurídicas de direito privado;
• Regime híbrido;
• Prestam Serviço Público ou atividade econômica;
• Bens privados;
#ATENÇÃOREDOBRADA com a Lei nº 13.303/2016, que dispõe sobre o Estatuto Jurídico da Empresa Pública,
Sociedade de Economia Mista e de suas Subsidiárias.
#CICLOSLEGIS #DECORAALETRADALEI
Art. 3º ______ é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por
lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios.
a) empresa pública.
b) autarquia.
c) sociedade de economia mista.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do
Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras
pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em
sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração
indireta.
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as responsabilidades do
acionista controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e deverá exercer o poder
de controle no interesse da companhia, respeitado o interesse público que justificou sua criação.
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na Comissão de
Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 .
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Dá-se o nome de empresas estatais às pessoas jurídicas de direito privado não fundacionais
pertencentes à Administração Pública Indireta, a saber: empresas públicas, sociedades de economia mista e
subsidiárias.
Empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legislativa, com
totalidade de capital público e regime organizacional livre. Exemplos: Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, Caixa Econômica Federal –
CEF, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária – Infraero.
Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização
legislativa, com maioria de capital público e organizadas obrigatoriamente como sociedades anônimas.
Exemplos: Petrobras, Banco do Brasil, Telebrás, Eletrobras e Furnas.
#RESUMEAÍPROF
#OLHAOGANCHO
Empresas subsidiárias são pessoas jurídicas de direito privado pertencentes à Administração indireta,
criadas para integrar um grupo empresarial encabeçado por uma holding (empresa-matriz) estatal. É o caso
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da Petrobras (empresa estatal holding), que atualmente possui cinco empresas subsidiárias principais a ela
vinculadas: a) Transpetro; b) Petrobras Distribuidora; c) Petroquisa; d) Petrobras Biocombustível; e) Gaspetro.
De acordo com o art. 37, XX, da CF, “depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada”. Segundo entendimento do STF, é dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas
subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa estatal matriz, tendo
em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora (ADIn 1.649/DF).
#SELIGANASSÚMULAS:
Súmula 517, STF: As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a união intervém
como assistente ou opoente.
Súmula 556, STF: É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia
mista.
Súmula 270 STJ O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita
na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.
Súmula 365, STF A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a
competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.
Obs.: Finalidade das SEM e EP: O regime varia de acordo com a finalidade da empresa estatal. Se for prestador
de serviço público, o regime se aproxima mais daqueles das pessoas jurídicas de direito público. Se for
exploradora de atividade econômica se aproxima das empresas privadas que estão fora da Administração.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #APOSTACICLOS
É desnecessária a autorização legislativa expressa para a criação de subsidiárias quando houver autorização
legislativa da criação de empresa pública ou sociedade de economia mista e nesta constar permissão genérica
da possibilidade de criação de subsidiárias. Assim, não se exige lei específica para autorizar a criação de
subsidiária. Com base no paralelismo das formas, como não é exigida lei específica para criar a subsidiária,
também não é necessária lei específica para alienar o seu controle acionário. Em palavras mais simples: como
não se exige lei específica para criar, também não se exige lei específica para “vender”. STF. Plenário. ADPF
794/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
O art. 37, XIX, da CF/88 afirma que é necessária a edição de uma lei específica para se autorizar a instituição
de uma sociedade de economia mista ou uma empresa pública.
Para que ocorra a desestatização da empresa estatal também necessária lei específica ou basta uma
autorização genérica prevista em lei que veicule programa de desestatização?
A Lei nº 9.491/97 tratou sobre o Programa Nacional de Desestatização e autorizou a desestatização de
empresas estatais. Essa lei genérica é suficiente?
Em regra, sim. É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de
empresa pública em programa de desestatização. Não se aplica o princípio do paralelismo das formas.
Exceção: em alguns casos a lei que autorizou a criação da empresa estatal afirmou expressamente que seria
necessária lei específica para sua extinção ou privatização. Nesses casos, obviamente, não é suficiente uma lei
genérica (não basta a Lei nº 9.491/97), sendo necessária lei específica.
STF. Plenário. ADI 6241/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6/2/2021 (Info 1004).
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É constitucional a legislação estadual que determina que o regime jurídico celetista incide sobre as relações de
trabalho estabelecidas no âmbito de fundações públicas, com personalidade jurídica de direito privado,
destinadas à prestação de serviços de saúde.
STF. Plenário. ADI 4247/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3/11/2020 (Info 997).
O Metrô-DF é sociedade de economia mista prestadora de serviço público essencial, atividade desenvolvida
em regime de exclusividade (não concorrencial) e sem intuito lucrativo. Por essa razão, os seus débitos devem
se submeter ao regime de precatórios (art. 100 da CF/88).
STF. Plenário. ADPF 524 MC-Ref, Rel. Min. Edson Fachin, Relator p/ Acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 13/10/2020.
O art. 58, § 3º da Lei nº 9.649/98 prevê o seguinte:
§ 3º Os empregados dos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas são regidos pela legislação
trabalhista, sendo vedada qualquer forma de transposição, transferência ou deslocamento para o quadro da
Administração Pública direta ou indireta.
Os Conselhos Profissionais, enquanto autarquias corporativas criadas por lei com outorga para o exercício de
atividade típica do Estado, tem maior grau de autonomia administrativa e financeira, constituindo espécie sui
generis de pessoa jurídica de direito público não estatal, a qual não se aplica a obrigatoriedade do regime
jurídico único preconizado pelo art. 39 da CF/88 (regime jurídico único).
Em razão da natureza peculiar dos Conselhos Profissionais, permite-se o afastamento de algumas das regras
ordinárias impostas às pessoas jurídicas de direito público.
STF. Plenário. ADC 36, Rel. Cármen Lúcia, Rel. p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020.
#RESUMEAÍPROF
Pessoa jurídica de direito público interno criada por lei específica, a fim de prestar
um serviço público específico. Tem autonomia administrativa, mas se subordina a
um controle finalístico.
Possuem as prerrogativas do ente federativo que as criou:
AUTARQUIAS • Imunidade tributária
• Impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade dos bens
• Precatórios
• Execução fiscal
• Prescrição quinquenal de seus débitos
Pessoa jurídica criada por lei a partir de um patrimônio. Pode ter personalidade
jurídica de direito público ou privado, a depender do que for definido na lei que a
instituir. Se de direito público, goza das mesmas prerrogativas das autarquias.
FUNDAÇÕES
Criada para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos
PÚBLICAS
ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por
recursos da União e de outras fontes.
Com criação autorizada por lei, tem por finalidade a prestação de um serviço
EMPRESAS ESTATAIS
público específico ou a exploração de uma atividade econômica. Em regra, se
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#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #APOSTACICLOS
Em regra, é desnecessária, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de empresa pública
em programa de desestatização. Não se aplica o princípio do paralelismo das formas. Exceção: em alguns casos
a lei que autorizou a criação da empresa estatal afirmou expressamente que seria necessária lei específica para
sua extinção ou privatização. Nesses casos, obviamente, não é suficiente uma lei genérica (não basta a Lei nº
9.491/97), sendo necessária lei específica. STF. Plenário. ADI 6241/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
6/2/2021 (Info 1004).
Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade jurídica
de direito privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam atividade econômica sem
monopólio e com finalidade de lucro. STF. 1ª Turma. RE 892727/DF, rel. orig. Min. Alexandre de Morais, red.
p/ o ac. Min. Rosa Weber, julgado em 7/8/2018 (Info 910). Ex.: a Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina - APPA ostenta personalidade jurídica de direito privado, exerce atividade econômica em regime
concorrencial, sem monopólio e com vista a auferir lucro (Lei nº 17.895/2013, do Estado do Paraná). Sujeita-
se, portanto, ao regime jurídico das empresas privadas (art. 173, §§ 1º, II, e 2º, da CF/88), a ela não se aplicando
o regime de precatórios previsto no art. 100 da CF/88.
Os contratos celebrados pelas empresas estatais, regidos pela Lei n. 13.303/2016, não possuem aplicação
subsidiária da Lei n. 8.666/1993. Em casos de lacuna contratual, aplicam-se as disposições daquela Lei e as
regras e os princípios de direito privado. (Enunciado 17 da I Jornada de Direito Administrativo CJF/STJ)
São impenhoráveis os recursos públicos recebidos por instituições privadas destinados exclusivamente ao
fomento de atividades desportivas. Os recursos transferidos pela União para a CBTM a fim de que sejam
aplicados nas atividades esportivas são quantias que se enquadram no inciso IX do art. 833 do CPC/2015:
Art. 833. São impenhoráveis: (...) IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
compulsória em educação, saúde ou assistência social; STJ. 4ª Turma. REsp 1878051-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 14/09/2021 (Info 709).
As empresas públicas e as sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos essenciais, que não
distribuam lucros a acionistas privados nem ofereçam risco ao equilíbrio concorrencial, são beneficiárias da
imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, VI, a, da Constituição Federal, independentemente de
cobrança de tarifa como contraprestação do serviço.
STF. Plenário. RE 1320054 RG, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 06/05/2021 (Repercussão Geral – Tema 1140)
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TERCEIRO SETOR
#VEMDERESUMÃO:
Pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é autorizada por lei para
ministrar assistência ou ensino a certas categorias sociais ou grupos
profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por dotações
SERVIÇO SOCIAL
orçamentárias ou por contribuições parafiscais. Não estão sujeitos à Lei de
AUTÔNOMO
Licitações, podendo utilizar os seus próprios regramentos, mas deverão
observar os princípios gerais da administração pública, por conta da
destinação de recursos públicos.
São entidades (cooperativas, associações ou fundações) instituídas por
particulares que atuam ao lado de hospitais e universidades no fomento da
pesquisa e da extensão universitária. Não são criadas por lei nem precisam
ENTIDADES DE APOIO de autorização legal para sua criação. Não são mantidas mediante repasses
orçamentários regulares pelo Poder Público, mas podem receber valores
decorrentes das atividades realizadas nos termos previstos em contrato ou
termo de colaboração ou fomento (convênio)
Trata-se de uma qualificação, de um título jurídico, outorgada pelo poder
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS público às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que
atendam aos requisitos legais. Firmam um contrato de gestão com o poder
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#VAMOSPRATICAR
Ano: 2022 Banca: FAURGS Órgão: TJ-RS Prova: FAURGS – 2022 – TJ-RS – Juiz Substituto
Alternativas5
A) estão sujeitas ao mesmo regime jurídico das autarquias, inclusive quanto aos seus direitos e obrigações
civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
B) terão os seus procedimentos licitatórios e contratos regidos pela Lei Federal nº 8.666 de 1993.
C) não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado.
E) poderão alterar unilateralmente seus contratos, quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos.
Ano: 2021 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2021 - TJ-SP - Juiz Substituto
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Gabarito: c.
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Alternativas6
D) a isonomia formal assegurada pelo artigo 5º , I, CRFB, exige tratamento equitativo entre homens e mulheres.
Revela-se inconstitucional, por ofensa ao princípio da isonomia, cláusula de contrato de previdência
complementar que, ao prever regras distintas entre homens e mulheres para cálculo e concessão da
complementação de aposentadoria, estabelece valor inferior do benefício para as mulheres, tendo em conta
seu menor tempo de contribuição.
#ATUALIZAODROP1
JURIS EM FRASES
INFO 748 STJ A União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação em que se discute o
indeferimento de bolsa do PROUNI.
INFO 745 STJ Ao Poder Judiciário não cabe se imiscuir na decisão administrativa da ANAC acerca da
realocação de slots e hotrans (horários de transporte), serviço prestado por empresa aérea
em recuperação judicial, a ponto de impor a observação absoluta do princípio da
preservação da empresa, quando inexistirem vícios objetivos na decisão, mesmo em
prejuízos à concorrência do setor e aos usuários do serviço público concedido.
INFO 744 STJ A fundação privada de apoio à universidade pública presta serviço público, razão pela qual
responde objetivamente pelos prejuízos causados a terceiros, submetendo-se a pretensão
indenizatória ao prazo prescricional quinquenal previsto no art. 1º-C da Lei n. 9.494/1997.
INFO 1062 É constitucional a instituição do Programa de Monitoramento da Qualidade dos
STF Combustíveis (PMQC) por normativo da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na medida em
que o ato regulatório apresenta correspondência direta com as diretrizes e os propósitos
conferidos por sua lei instituidora.
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Gabarito: d.
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INFO 1030 São constitucionais os incisos III e VII do art. 8º-A, da Lei 9.986/2000
STF
INFO 1027 É constitucional a LC 179/2021, que conferiu autonomia ao Banco Central do Brasil
STF
INFO 1018 É dispensável a autorização legislativa para a alienação de controle acionário de empresas
STF subsidiárias
INFO 1004 É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou
STF de empresa pública em programa de desestatização
INFO 997 Fundação pública com personalidade jurídica de direito privado pode adotar o regime
STF celetista para contratação de seus empregados
INFO 984 A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) está submetida ao regime
STF constitucional dos precatórios
INFO 993 Petrobrás pode criar subsidiárias e, em seguida, alienar o controle acionário delas sem
STF licitação e sem autorização legislativa específica
INFO 677 Técnico em contabilidade podia se inscrever no Conselho até 01/06/2010 sem fazer o Exame
STF de Suficiência; depois dessa data, não pode mais se inscrever em hipótese alguma
INFO 677 Treinador ou instrutor de tênis não precisa ser inscrito no Conselho Regional de Educação
STF Física
INFO 980 É inconstitucional norma de Constituição Estadual que exija prévia arguição e aprovação da
STF Assembleia Legislativa para que o Governador do Estado nomeie os dirigentes das
autarquias e fundações públicas, os presidentes das empresas de economia mista e
assemelhados, os interventores de Municípios, bem como os titulares da Defensoria Pública
e da Procuradoria-Geral do Estado.
INFO 978 É inconstitucional a suspensão do exercício profissional em razão do inadimplemento de
STF anuidades devidas à entidade de classe
Depois do julgado acima, a Lei nº 14.195/2021 inseriu o parágrafo único ao art. 4º da Lei nº
12.514/2011 prevendo expressamente que não é possível a suspensão do exercício
profissional em razão do inadimplemento de anuidades devidas à entidade de classe:
Art. 4º (...) Parágrafo único. O inadimplemento ou o atraso no pagamento das anuidades
previstas no inciso II do caput deste artigo não ensejará a suspensão do registro ou o
impedimento de exercício da profissão.
INFO 676 STJ As fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais
INFO 966 É inconstitucional lei estadual que obrigue a participação de representante da seccional da
STF OAB em órgão colegiado da Administração Pública estadual
INFO 946 A fundação instituída pelo Estado pode estar sujeita ao regime público ou privado, a
STF depender do estatuto da fundação e das atividades por ela prestadas
INFO 944 Decreto não pode extinguir colegiado previsto em lei
STF
INFO 943 O entendimento da Corte é o seguinte:
STF 1) a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista
exige autorização legislativa;
2) por outro lado, a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de
economia mista não exige licitação pública, bastando, para tanto, a adoção de
procedimento público competitivo, tal qual o estabelecido no Decreto 9.188/2017.
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Sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial está sujeita
ao regime de precatórios (art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição
judicial de seus bens, rendas e serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária
(art. 167, VI, da CF/88) e da separação funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III).
INFO 910 Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade
STF jurídica de direito privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam
atividade econômica sem monopólio e com finalidade de lucro.
INFO 919 Os Correios têm o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados
STF
INFO 626 STJ Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos
consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias.
INFO 889 É constitucional a previsão de que a ANVISA pode proibir produtos e insumos em caso de
STF violação da legislação ou de risco iminente à saúde, inclusive cigarros com sabor e aroma
INFO 619 STJ Os conselhos de fiscalização profissional não possuem autorização para registrar os veículos
de sua propriedade como oficiais.
INFO 616 STJ MPF não possui legitimidade para ajuizar ACP contra Município pedindo que sejam
realizadas audiências públicas antes do envio do projeto de Lei do Plano Diretor
INFO 615 STJ Mera divulgação do nome da empresa punida no CEIS da CGU não gera dano
INFO 612 STJ Conselho de Contabilidade, no exercício de fiscalização, pode requisitar dos contadores os
livros e fichas contábeis de seus clientes
INFO 610 STJ Associação de Municípios não pode ajuizar ação para tutelar direitos dos Municípios
A Lei nº 14.341/2022 alterou o art. 75 do Código de Processo Civil para deixar expressa essa
representação:
Depois da Lei 14.341/2022
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
(...)
III - o Município, por seu prefeito, procurador ou Associação de Representação de
Municípios, quando expressamente autorizada;
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INFO 848 O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém
STF legitimidade autônoma para ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do
Estado em defesa de sua autonomia institucional.
INFO 759 Os serviços sociais autônomos não precisam realizar concurso público para contratar seu
STF pessoal
INFO 720 Os serviços sociais autônomos gozam de imunidade tributária?
STF SIM. O art. 150, VI, “c” da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que
atendidos os requisitos previstos na lei.
INFO 526 Em execução fiscal ajuizada por conselho de fiscalização profissional, seu representante
STF judicial possui a prerrogativa de ser pessoalmente intimado
RE Não se submetem ao regime de precatório as empresas públicas dotadas de personalidade
892727/DF jurídica de direito privado com patrimônio próprio e autonomia administrativa que exerçam
atividade econômica sem monopólio e com finalidade de lucro.
ADPF É inconstitucional determinação judicial que decreta a constrição de bens de sociedade de
275/PB economia mista prestadora de serviços públicos em regime não concorrencial, para fins de
pagamento de débitos trabalhistas. Sociedade de economia mista prestadora de serviço
público não concorrencial está sujeita ao regime de precatórios (art. 100 da CF/88) e, por
isso, impossibilitada de sofrer constrição judicial de seus bens, rendas e serviços, em
respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação
funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III).
RE A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime público ou
716378/SP privado depende: i) do estatuto de sua criação ou autorização e ii) das atividades por ela
prestadas. As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando
definidas como objetos de dada fundação, ainda que essa seja instituída ou mantida pelo
poder público, podem se submeter ao regime jurídico de direito privado.
REsp As fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais. A
1.409.199-SC isenção das custas processuais somente se aplica para as entidades com personalidade de
direito público. Dessa forma, para as Fundações Públicas receberem tratamento semelhante
ao conferido aos entes da Administração Direta é necessário que tenham natureza jurídica
de direito público, que se adquire no momento de sua criação, decorrente da própria lei.
REsp Suponha, contudo, que uma autarquia foi vítima de grande esquema criminoso que desviou
1.722.423-RJ vultosa quantia e gerou grande repercussão na imprensa, acarretando descrédito em sua
credibilidade institucional. Neste caso, os particulares envolvidos poderiam ser condenados
a pagar indenização por danos morais à autarquia? SIM. Pessoa jurídica de direito público
tem direito à indenização por danos morais relacionados à violação da honra ou da imagem,
quando a credibilidade institucional for fortemente agredida e o dano reflexo sobre os
demais jurisdicionados em geral for evidente.
Por hoje é só, pessoal! Espero que tenham gostado! Sigam firmes e sejam corajosos, porque forte vocês já
são!
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