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Entes

Federativos
Introdução e primeiros conceitos
Entes Federativos
C o n c e i t o s i n i c i a i s

Forma de Estado – É a forma pelo qual o Estado


organiza :
Formas de Estado
 seu povo
Unitário  seu território
 sua soberania/sua autonomia (Poder Político)
Confederação
Essa organização leva em conta subordinações e
Federação coordenações dentro do Poder Político.
Entes
Federativos
Forma de Estado Unitário Forma de Estado Confederado

O Estado unitário é a organização que centraliza É uma espécie de pacto internacional entre
todo o poder em um órgão central. Estados Nacionais, por exemplo a União
Europeia.
Nesses tipos de Estados possuem apenas um
Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Não é perdida a soberania dos países
Poder Judiciário. participantes. À medida de exemplo, quando
existe deliberação do órgão representativo
No Brasil a experiência foi na Constituição de confederado, só haverá vigência quando ratificado
1824 (Império), porém a Constituição de 1891 pelo país respectivo.
(República) mudou basicamente toda a estrutura
do Estado.

Há o direito de secessão (separação)


Entes
Federativos
Forma de Estado Federativo

Tradicionalmente, é uma organização e repartição de Outras características:


competência do governo federal e dos governos
estaduais, possuindo:  Marcada por uma Constituição Federal
 Maior distribuição de competências
 Auto-organização, implicando em produção de  Não há direito de secessão (separação)
suas próprias normas (autolegislação), dentro do  Maior amplitude e distribuição do Poder Judiciário.
parâmetro da Constituição Federal)  Marcado pelo sistema bicameral do Poder Legislativo –
representantes dos Estados e do Povo (Senado e
 Autogoverno, eleger seus próprios governantes. Câmera).
 Um Supremo Tribunal Federal ou órgão parecido para
 Autoadministração, distribuições de competências resguardar a Constituição Federal.
administrativas e tributárias, por exemplo.  Classicamente possui 2 níveis (federal e estadual).
Entes Texto do Decreto n° 1 de 1889:

Federativos
Estado Federativo
O Governo Provisório da República dos
Estados Unidos do Brazil decreta:

Art. 1º. Fica proclamada provisoriamente e


decretada como a fórma de governo da
nação brazileira - a República Federativa.
No Brasil a forma federativa surge no 15 de
novembro de 1889 (golpe de Estado que desconstitui
a Monarquia no Brasil) com o decreto de n° 1 que
institui provisoriamente a forma federativa e fora
Texto da Constituição Federal de 1988:
consolidada pela Constituição Federal de 1891. Hoje,
encontra-se consolidada e afirmada por meio de
cláusula pétrea na Constituição Federal de 1988. Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a
proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;


Entes
Federativos
Estado Federativo

A federação pode ser centrífuga ou centrípeta.

No Brasil ela é centrífuga, também chamada de


“segregação”, “às avessas”, visto que ela foi criada
de forma diferente.

Antes o poder era unificado pelo Rei, porém com a


República o poder foi descentralizado
Entes
Federativos
Estado Federativo

No Estado Federativo que se forma pela força


centrípeta, o movimento se comporta em uma
unificação dos poderes.

No Estados Unidos, por exemplo, as colônias


decidiram “botar” uma parte do poder no centro
(governo federal), de maneira que se nota o
movimento indo ao centro e, assim, a formar o
pacto federativo conhecido tradicionalmente.
Entes Federativos
Estado Federativo

Classificações do Federalismo: Nota sobre o Brasil e o Federalismo Simétrico.

 Dual/Clássico – Divido em duas esferas de governo, A doutrina fala que o Brasil possui “erro de simetria”, visto
sendo a federal (União) e o estadual (Estados- que o país possui tamanho continental e, nessa toada, há
membros) inúmeras variações culturais; o próprio idioma, apesar de ser
 Cooperativo – Dividido em todas as esferas de o português há inúmeras variações até de cidade para cidade
governo, por exemplo o Brasil, as competências vão dentro do próprio Estado.
à todos os Entes Federativos (União, Estados, DF e
Município) Cabe apontar que a Libras é reconhecida como meio legal de
 Simétrico – Marcado pela homogeneidade cultural, comunicação e expressão, de acordo com a Lei 10.436/2002.
idioma, desenvolvimento. Exemplo: USA. Mas ela não pode substituir a modalidade escrita da língua
 Assimétrico – Marcada pela diferença cultural, portuguesa.
idioma e etc. Exemplo: o Canadá que tem como
idioma oficial o francês e o inglês. Há inúmeros pontos que levantam o debate sobre a simetria e
assimetria no Brasil.
 Outras...
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Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFAZ-AL Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor Fiscal da Receita Estadual

A respeito da organização político-administrativa do Estado brasileiro, julgue o item subsequente.

A passagem do sistema dual para o sistema cooperativo caracteriza a evolução do federalismo no Brasil.

RESPOSTA
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Ano: 2020 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: SEFAZ-AL Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor Fiscal da Receita Est
adual
Antes da Constituição Federal de 1934
A respeito da organização político-administrativa do Estado brasileiro,
predominava o sistema dual, ou seja,
julgue o item subsequente.
esfera federal e estadual.

A passagem do sistema dual para o sistema cooperativo caracteriza a Com Getúlio Vargas insere dentro do
evolução do federalismo no Brasil. sistema constitucional o federalismo
cooperativo, criando-se competências para

CERTO
os Municípios.
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Federação Brasileira

No Brasil, o chefe do Poder Executivo Federal


(União) acumula funções de governo e de estado, de
forma que ele representa o Brasil
É SOBERANA! internacionalmente.

Neste sentido, ele age com/atua com a soberania da


RFB.

A título de exemplo, é interessante citar o próprio


advogado que atua por meio de procuração em
A União, os Estados, o DF e os Municípios não são nome de outrem. É algo parecido que acontece com
soberanos, possuem autonomia! as relações que o presidente da república exerce
com outros Estados Nacionais.
Apenas a República Federativa do Brasil (RFB)
possui soberania.
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A autonomia dos Entes Federativos no Brasil


compreende três pontos:
Entes Federativos/ Entidades Federativas/ Unidades
 Financeira
Federativas/ Pessoas Políticas/ Estados Federados/
 Administrativa
Administração Direta
 Política
Todos esses nomes poderão serem usados para
Mas é válido citar que a autonomia do DF é
designarem:
parcialmente tutelada pela União, porque esta
organiza e mantém os seguintes órgãos:
 União
 TJDFT
 Estados
 MPDFT
 DF
 PCDF
 Municípios
 PMDF
 CBMDF
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O fato da União tutelar o DF não tira suas atribuições enquanto Ente Federativo, vejamos o julgado:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. POLÍCIA CIVIL DO


DISTRITO FEDERAL. QUESTÃO REFERENTE A CONCURSO PÚBLICO. COMPETÊNCIA DO TJDFT. DECISÃO
REFORMADA.
1. Não obstante o disposto no inciso XIV do artigo 21 da Constituição Federal, que prescreve que cabe à União organizar e
manter a Polícia Civil do Distrito Federal, este órgão é subordinado à estrutura administrativa do Distrito Federal, em razão
do contido no § 6º do artigo 144 da Carta da Republica. Assim, tem-se que a Polícia Civil do Distrito Federal, embora
organizada e mantida pela União, integra a estrutura administrativa do Distrito Federal, razão pela qual todas as questões
referentes a concursos públicos devem ser resolvidos no âmbito da Justiça comum do Distrito Federal e não da Justiça
Federal.
3. Agravo conhecido e provido.
(TJ-DF - AGI: 20140020247582 DF 0024963-18.2014.8.07.0000, Relator: MARIA IVATÔNIA, Data de Julgamento:
11/03/2015, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 27/03/2015 . Pág.: 132)
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De acordo com José Afonso, na prática não existem 3 níveis,


A federação pátria é de 3 níveis/graus há apenas 2, haja vista que os municípios precisam de
repasses financeiros, porque não há autossustentação
tributária, criando-se uma dependência.
Ente Central - União
Para fins de prova objetiva será de 3 níveis, mas numa prova
Ente Regional - Estados discursiva pode ser interessante explorar a problemática
sobre os níveis de federação brasileira.
Ente Local - Município

O DF será explorado em tópico específico.


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Os 3 últimos Territórios Federais foram extintos pela atual


Carta Política, sendo eles:
E os Territórios Federais? São Entes Federativos? Possuem as
autonomias que as Unidades Federadas têm?
 Roraima e Amapá que se tornaram Estados-membros, art.
14, ADCT da CF/88
Atualmente não existe nenhum Território Federal.
 Fernando de Noronha que passou a compor Pernambuco,
A natureza jurídica do Território é de Autarquia integrando a
art. 15ADCT da CF/88
Administração Indireta vinculada à União.
Portanto os Territórios Federais não possuem as
autonomias de um Ente Federativo, porque são meras
descentralizações administrativas-territoriais de interesse
da União.
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EXERCÍCIOS
Ano: 2022 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: SEFAZ-PE Prova:
UPENET/IAUPE - 2022 - SEFAZ-PE - Assistente de Apoio Administrativo
O Brasil adotou a forma republicana de governo, o sistema presidencialista e a forma federativa de Estado, esta
última preceituada e organizada segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

É INCORRETO afirmar o seguinte:

(A) a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
podendo haver a criação de Territórios.

(B) a República Federativa do Brasil compreende União, Estados, Municípios e Distrito Federal em sua organização
político-administrativa, todos com autonomia.
C
(C) apenas através de Emenda à Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é que pode ser alterada a forma
federativa do Estado brasileiro.

(D) enquanto a representação do povo brasileiro está confiada à Câmara dos Deputados, a representação dos Estados da
Federação foi atribuída ao Senado Federal, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

(E) os Estados integrantes da Federação, assim como os entes que compõem a República Federativa do Brasil são
autônomos, enquanto somente esta é dotada de soberania.
LETRA “C” É O GABARITO DA QUESTÃO

CLÁUSULA PÉTREA

Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a


abolir:

I - a forma federativa de Estado;


Ano: 2022 Banca: FEPESE Órgão: IGP-SC Prova:
FEPESE - 2022 - IGP-SC - Auxiliar Médico-Legal (ADPATADA)

Sobre os Territórios, julgue o próximo item:

Os Territórios são unidades administrativas equiparadas a Municípios e integram o Estado com o


qual fazem divisa.
O ITEM ESTÁ ERRADO!

Os territórios não gozam de autonomia política, pois o seu governador


será nomeado pelo presidente da República, após aprovação do Senado
Federal.
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Passado esse primeiro momento teórico,


faz-se necessário adentrar ao texto constitucional

Art. 18. A organização político-administrativa da República O art. 1° da CF/88 pode ser acompanhado com o art.
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o 18, visto que a doutrina entende que a expressão
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos “união indissolúvel” é referente à União enquanto ente
desta Constituição. federativo.

§ 1º Brasília é a Capital Federal. Ressalva muito importante, BRASÍLIA é a capital


federal e não Distrito Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
serão reguladas em lei complementar. BRASÍLIA  CAPITAL FEDERAL
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Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: IPHAN Prova:


CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1
Com relação à organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, julgue o item subsecutivo.

O Distrito Federal é a capital da República Federativa do Brasil.


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ITEM ESTÁ ERRADO!

Segundo o art. 18 e seu § 1º Brasília é a Capital Federal.


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Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: IPHAN Prova:


CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1
Com relação à organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, julgue o item subsecutivo.

Atualmente, não existem territórios federais no Brasil, mas a Constituição Federal de 1988 prevê a possibilidade de
serem criados por meio de lei complementar.
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ITEM ESTÁ CORRETO!

Segundo o art. 18 e seu § 2º:

Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de
origem serão reguladas em lei complementar.
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E como funciona a criação de Estado-membro?

Art. 18 (...) § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

São 3 etapas:

1. Plebiscito  população diretamente interessada – essa expressão envolve toda a o população do Estado Federativo e não
somente uma parte (ADIN2650). Se a população dizer sim, segue a próxima etapa, caso contrário não há continuação.
2. Audiência com as Assembleias Legislativas envolvidas. Está prevista na Lei n. 9709/1958 e trata-se de uma mera
opinião, não possuindo força vinculante. Ainda que as Assembleias sejam contrárias, é possível seguir para a próxima
etapa.
3. Lei Complementar do Congresso Nacional.
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E como funciona a criação de Municípios?

Art. 18 (...) § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do
período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

São 4 etapas:

1. LC Federal abre período autorizando as criações (EC 15/1996)


2. Estudo de viabilidade municipal
3. Plebiscito com a população envolvida
4. LO Estadual cria
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EXERCÍCIOS
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Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: IPHAN Prova:


CESPE - 2018 - IPHAN - Auxiliar Institucional - Área 1
Com relação à organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, julgue o item subsecutivo.

Para que um estado seja incorporado a outro, é necessária consulta prévia à população dos dois estados, por meio de
plebiscito.
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CERTO

Art. 18, CFRB/88

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a


outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
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Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: CRA-PE Prova: Quadrix - 2023 - CRA-PE - Advogado
Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988 a respeito da organização do Estado brasileiro, julgue o
item.

A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os estados e os


municípios como entes autônomos e o Distrito Federal como ente sem autonomia e subordinado ao Poder Executivo
Federal.
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Gabarito: Errado

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,


os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
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Ano: 2023 Banca: Quadrix Órgão: CRA-PE Prova: Quadrix - 2023 - CRA-PE – Advogado

Com base nas disposições da Constituição Federal de 1988 a respeito da organização do Estado
brasileiro, julgue o item.

Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se, para se anexarem a


outros, ou formarem novos estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
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Gabarito CERTO

CF
Art 18

▶ ESTADOS podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem
novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
.
MUNICÍPIOS ▶ A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de MUNICÍPIOS, far-se-ão por lei
estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei
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Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;
À União
Aos Estados
É vedado
Ao Distrito Federal
Aos Municípios
recusar fé aos documentos públicos;

criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Considerações nos próximos slides


Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
À União manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
Aos Estados forma da lei, a colaboração de interesse público;
É vedado
Ao Distrito Federal
Aos Municípios

 É necessário entender que os direitos constitucionais, salvo • É salutar entender também que, a laicização neste contexto está
exceções, não são absolutos. ligado primordialmente com a possibilidade do Estado Nacional
adotar uma religião oficial, óbvio que a criticidade deve ser
 Também é importante frisar que determinados artigos devem
expandida para outros setores estatais.
sempre serem interpretados fazendo ponderações com outros
artigos constitucionais. • Há um exemplo muito interessante na Lei de Execução Penal,
 À medida de exemplo, o próprio texto de lei traz sua ressalva, porque existe a assistência religiosa ao preso, de forma que os
mas vale cita o art. 5, VI e VII: valores pessoais, ressocialização, convívio social e princípios
subjetivos são respeitados e o sistema penitenciário cria
Art. 5 (...)VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, mecanismos, como também o Poder Judiciário facilita o acesso do
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na reeducando à religiosidade.
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
• Como dito outrora, pontos constitucionais devem passar pelo
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência crivo da ponderação.
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
À União
Aos Estados
É vedado
Ao Distrito Federal
Aos Municípios
recusar fé aos documentos públicos;

 Sobre o exemplo, de imediato o órgão está agindo de forma


 O que seria “Fé aos documentos Públicos”?
inconstitucional, visto que o certificado escolar expedido regularmente
possui fé pública, já que foi emitido pela Poder Público estadual com
Fé pública é a qualidade de autenticidade que um documento pode todos os seus dados.
ter, isto é, é a característica de uma coisa cuja exatidão ou verdade
não se pode contestar, ou cuja origem é indubitável. É a confiança  Não poderia o órgão recusar fé a este documento público!
atribuída pelo Estado democrático aos agentes para prática de atos
públicos.  Ainda nessa via de exemplos, é interessante citar que a carteira da OAB
possui fé pública em todo território nacional, como também a CNH. Em
• Neste caso, podemos citar o seguinte exemplo: outras palavras, são documentos que todos os Entes Federativos devem
aceitar quando forem solicitados na sua finalidade.
“João ao passar no concurso de nível médio na União apresenta seu
certificado escolar do ensino médio (realizado em escola estadual),  É importante frisar que a impugnação de autenticidade deve ser
mas o órgão não aceita o referido documento alegando que não há específica e apontar objetivamente o que leva o documento a não ser
autenticidade e não aponta o que poderia causar a falta de autêntico, como grandes rasuras que impossibilitam analisar os dados,
contradições de dados, erros grotescos, visível fraude documental e etc.
autenticidade do documento.”
À União
Aos Estados
É vedado
Ao Distrito Federal
Aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

 A Carta Magna proibi a distinção e somente ela pode fazer essa


distinção.
 Sobre essas disposições, vamos fazer alguns questionamentos:
 Um exemplo para especificar, pode ser citado as disposições
sobre brasileiros natos e naturalizados. 1. Se um instituição de ensino público privilegiar regionalidades, ela
estará afrontando a Constituição Federal de 1988?
 Ainda sobre os natos e naturalizados, a CF/88 dita que há
alguns cargos que somente podem ser ocupados por brasileiros 2. Cotas poderia ser considerado distinções entre brasileiros?
natos, sendo eles:
 Pres. e Vice-Pres. Da República;
 Pres. da Câmera de Deputados; Vamos ver alguns julgados sobre esses temas respectivamente.
 Pres. do Senado Federal;
 Ministro do STF;
 Carreira Diplomática
 Oficial das Forças Armadas
 Ministro de Estado da Defesa
No caso do presente julgado, a universidade conferia um acréscimo de 20% na nota final do vestibular para
quem era de uma determinada região.

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. INGRESSO EM


UNIVERSIDADE. UNIPAMPA. MEDICINA. BONIFICAÇÃO. ACRÉSCIMO DE 20% NA NOTA
FINAL.

1. O critério da bonificação decorrente da inclusão regional infringe os preceitos constitucionais da


igualdade, proporcionalidade e da livre concorrência para acesso aos cursos ofertados pelo instituições de
ensino superior, além de afrontar o art. 19, inc. III, da CF, que veda ao ente público criar distinções entre
brasileiros ou preferências entre si.

(TRF-4 - APL: 50004288020174047103 RS 5000428-80.2017.4.04.7103, Relator: ROGERIO FAVRETO,


Data de Julgamento: 13/05/2019, TERCEIRA TURMA)
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. ATOS QUE INSTITUÍRAM SISTEMA DE
RESERVA DE VAGAS COM BASE EM CRITÉRIO ÉTNICO-RACIAL (COTAS) NO PROCESSO DE SELEÇÃO PARA
INGRESSO EM INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO SUPERIOR. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 1º, CAPUT, III, 3º, IV,
4º, VIII, 5º, I, II XXXIII, XLI, LIV, 37, CAPUT, 205, 206, CAPUT, I, 207, CAPUT, E 208, V, TODOS DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE.

I – Não contraria - ao contrário, prestigia – o princípio da igualdade material, previsto no caput do art. 5º da Carta da Republica, a
possibilidade de o Estado lançar mão seja de políticas de cunho universalista, que abrangem um número indeterminados de
indivíduos, mediante ações de natureza estrutural, seja de ações afirmativas, que atingem grupos sociais determinados, de maneira
pontual, atribuindo a estes certas vantagens, por um tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades
decorrentes de situações históricas particulares.

II – O modelo constitucional brasileiro incorporou diversos mecanismos institucionais para corrigir as distorções resultantes de
uma aplicação puramente formal do princípio da igualdade.

III – Esta Corte, em diversos precedentes, assentou a constitucionalidade das políticas de ação afirmativa.

IV – Medidas que buscam reverter, no âmbito universitário, o quadro histórico de desigualdade que caracteriza as relações étnico-
raciais e sociais em nosso País, não podem ser examinadas apenas sob a ótica de sua compatibilidade com determinados preceitos
constitucionais, isoladamente considerados, ou a partir da eventual vantagem de certos critérios sobre outros, devendo, ao revés,
ser analisadas à luz do arcabouço principiológico sobre o qual se assenta o próprio Estado brasileiro.
Continuação no próximo slide
V - Metodologia de seleção diferenciada pode perfeitamente levar em consideração critérios étnico-raciais ou socioeconômicos, de
modo a assegurar que a comunidade acadêmica e a própria sociedade sejam beneficiadas pelo pluralismo de ideias, de resto, um
dos fundamentos do Estado brasileiro, conforme dispõe o art. 1º, V, da Constituição.

VI - Justiça social, hoje, mais do que simplesmente redistribuir riquezas criadas pelo esforço coletivo, significa distinguir,
reconhecer e incorporar à sociedade mais ampla valores culturais diversificados, muitas vezes considerados inferiores àqueles
reputados dominantes.

VII – No entanto, as políticas de ação afirmativa fundadas na discriminação reversa apenas são legítimas se a sua
manutenção estiver condicionada à persistência, no tempo, do quadro de exclusão social que lhes deu origem. Caso
contrário, tais políticas poderiam converter-se benesses permanentes, instituídas em prol de determinado grupo social, mas
em detrimento da coletividade como um todo, situação – é escusado dizer – incompatível com o espírito de qualquer
Constituição que se pretenda democrática, devendo, outrossim, respeitar a proporcionalidade entre os meios empregados e
os fins perseguidos.

VIII – Arguição de descumprimento de preceito fundamental julgada improcedente.

(STF - ADPF: 186 DF, Relator: RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 26/04/2012, Tribunal Pleno, Data de
Publicação: 20/10/2014)
Entes Federativos
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EXERCÍCIOS
Ano: 2020 Banca: Instituto Ânima Sociesc Órgão: Prefeitura de Jaraguá do Sul - SC Prova: Instituto Ânima Sociesc
- 2020 - Prefeitura de Jaraguá do Sul - SC - Fiscal Tributarista

Entes Federativos
Segundo o art. 19 da Constituição Federal de 1988, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Federação Brasileira
I. Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes, relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
II. Promover igualdade entre brasileiros.
III. Recusar fé aos documentos públicos.

Está correto o que se afirma em:

A) Somente I.

B) Somente III.
C
C) Somente I e III.

D) Somente II e III.

E) Todas as afirmativas.
Entes Federativos
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GABARITO LETRA “C”

Apesar da banca induzir o erro no candidato, já que não criar distinção é uma forma de promover a igualdade entre
os brasileiros, o comando da questão é claro em pedir de acordo com a literalidade do art. 19.

O texto constitucional que trata diretamente da igualdade entre todos está em outra disposição da Carta Política e
responder por esta lógica seria fugir do comando da questão que demonstrou desde o princípio a literalidade do art.
19.

Dessa forma, não resta dúvida que o gabarito são os itens I e III.
Ano: 2023 Banca: AVALIA Órgão: Prefeitura de Santana do Livramento - RS Prova:
AVALIA - 2023 - Prefeitura de Santana do Livramento - RS - Analista Jurídico (ADAPTADA)

A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos. Sobre suas competências e nos termos da Constituição Federal, julgue o próximo item.

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos.
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GABARITO CERTO

De acordo com o texto art. 19,II, CF/88:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
II - recusar fé aos documentos públicos;
Ano: 2022 Banca: OBJETIVA Órgão: Prefeitura de Dezesseis de Novembro - RS Prova:
OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro - RS - Servente/Merendeira

De acordo com a Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I. Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento, podendo, entretanto, manter com eles
ou seus representantes relações de dependência ou aliança.

II. Recusar fé aos documentos públicos.

III. Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Estão CORRETO(S):

A)Somente os itens I e II.

B)Somente os itens I e III.

C)Somente os itens II e III.

D)Todos os itens.
Entes Federativos
GABARITO “C”

Federação Brasileira
De acordo com o texto constitucional, também é vedado manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança.

Nesse sentido, o item I está errado. Os demais itens (II e III) estão certos, seguindo a ótica constitucional:

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.


Entes Federativos - Da União

UNIÃO
Art. 20-24, CF/88
Entes Federativos - Da União

UNIÃO

 Possui dupla personalidade jurídica: direito interno e internacional.


 A União, além de ser um ente de direito interno, representa o Brasil em direito externo.
 Os Poderes:

 O Poder Executivo é chefiado pelo Presidente da República acumula as duas funções: Chefe de Governo e Chefe de
Estado
 O Poder Legislativo é bicameral, constituindo a Câmera de Deputados e o Senado Federal.
 O Poder Judiciário, por sua vez, é extenso, constituindo quase todos os tribunais, menos os Tribunais de Justiça que
são estaduais

 A Constituição Federal é a norma que regula seus bens, competências e organização.

Adentrando no texto constitucional do art. 20 ao 24 encontramos a seguinte situação:


Próximo slide
Entes Federativos - Da União

 Art. 20. Bens da União


 Art. 21. Competência exclusiva da União (material ou administrativa – é indelegável);
 Art. 22. Competência privativa da União (legislativa – é delegável a estados e DF);
 Art. 23. Competência comum (todos participam);
 Art 24. Competência concorrente (União faz algumas normas, estados e DF fazem outras).

 Apesar deste momento ser muito conteudista, há uma lógica no legislador em estabelecer cada artigo desse.
 A defesa do República, em priori, é dever da União, logo as terras indispensáveis à defesa é da União.
 Se um rio atravessa dois Estados-membros, logo ele é da União, mas se o rio atravessa o próprio estado, logo ele é do estado.
 Quem está mais próximo do problema, resolve o problema... Aquilo que for de interesse comum, todos participam, mas alguns temas
ficam na mão da União e a depender ela pode ou não delegar aos Estados.
 De acordo que formos percorrendo os artigos, vamos perceber a lógica e também pontualidades que podem fugir desta construção de
pensamento.
Art. 20. São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e

Entes Federativos
à preservação ambiental, definidas em lei;
- Da União
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas,
destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as
referidas no art. 26, II;

V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;


CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Entes Federativos - Da União


§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da exploração
de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)

§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Agora vamos às competências exclusivas da União.


Lembrando que elas são indelegáveis
Art. 21. Compete à União: (competência exclusiva, indelegáveis)

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

Entes Federativos
II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;


- Da União

IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente;

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e
capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;


CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que
disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

Entes Federativos
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
- Da União
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se
situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de
Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos
Territórios;

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;]

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;

XVII - conceder anistia;

Entes Federativos
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
- Da União
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE


XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
princípios e condições:

Entes Federativos
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
- Da União
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médicos;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.

Agora vamos às competências privativas a União.


Lembrando que elas podem ter delegações para os Estados
em matérias específicas
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Entes Federativos
II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;


- Da União

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;


CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;

Entes Federativos
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
- Da União
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem
como organização administrativa destes;

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias
militares e dos corpos de bombeiros militares;

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

XXIII - seguridade social;

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;


CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE
XXV - registros públicos;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

Entes Federativos
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
- Da União
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.

XXX - proteção e tratamento de dados pessoais.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste
artigo.

Agora vamos às competências comum.


Todos os Entes Federativos participam
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

Entes Federativos
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
- Da União
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis
e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;

CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE


X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;

Entes Federativos
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.
- Da União

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Agora vamos às competências concorrente.


Na competência concorrente participam a União, os Estados e
o DF
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

Entes Federativos
II - orçamento;

III - juntas comerciais;


- Da União

IV - custas dos serviços forenses;

V - produção e consumo;

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle
da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI - procedimentos em matéria processual;


CONTINUAÇÃO NO PRÓXIMO SLIDE
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

Entes Federativos
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV - proteção à infância e à juventude;


- Da União

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Entes Federativos - Dos Estados

Estados - A CF dispõe sobre os Estados do art. 25 ao 28.

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.

• Estados são regidos por Constituição, municípios são regidos por Lei Orgânica.

• Constituição Estadual é fruto do poder constituinte derivado decorrente. Vamos relembrar:

Poder constituinte originário (criador): é a nova Constituição Federal

Poder constituinte derivado (criatura): provém do poder constituinte originário e onde se encontra o poder constituinte derivado
decorrente:

Poder constituinte derivado decorrente: são as próprias Constituições Estaduais, as quais são
poder constituinte derivado e devem observar as limitações do poder que as originou.
Entes Federativos - Dos Estados

A Constituição Estadual deve respeitar os princípios estabelecidos pela CF/88.

– Princípios sensíveis: art. 34, VII. Se forem violados, haverá intervenção federal.

– Princípios extensíveis: normas de repetição obrigatória, as quais estão na CF e,


obrigatoriamente, precisam estar na Constituição Estadual. Exs.: art. 37, 59 – 69, 165 –
A doutrina os divide em: 169.

– Princípios vedatórios, mandatórios e organizatórios: Art. 19, dignidade da pessoa


humana e art. 18.

Vamos voltar ao texto


constitucional
Entes Federativos - Dos Estados

Art. 25 (...)
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua regulamentação.

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.

Considerações

A competência dos estados é residual/remanescente (o que sobra);

Cabe aos estados explorar gás canalizado (nesse ponto, não pode haver medida provisória);

A criação de microrregiões e regiões metropolitanas dispensa a criação de Lei Complementar Federal.


Entes Federativos - Dos Estados

Sobre os BENS dos Estados, temos o art. 26:

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as
decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou
terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Considerações

Terras devolutas, em regra, pertencem aos estados, salvo se estiver situada em região de fronteira, nesse caso, pertencerá à
União.

Percebe-se que há uma mesma lógica sobre as competências, visto que os bens residuais são dos Estados. Em todos os incisos
se nota a presença dessa natureza residual: “o que não é de fulano é do Estado”.
Entes Federativos

EXERCÍCIOS
Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII - Primeira Fase

A Lei Y do Estado Beta obriga pessoas físicas ou jurídicas, independentemente da atividade que exerçam, a oferecer estacionamento ao
público, a cercar o respectivo local e a manter funcionários próprios para garantia da segurança, sob pena de pagamento de indenização
em caso de prejuízos causados ao dono do veículo.

A Confederação Nacional do Comércio procurou seus serviços, como advogado(a), visando obter esclarecimentos quanto à
constitucionalidade da referida lei estadual.

Sobre a Lei Y, com base na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa correta.

A) É inconstitucional, pois viola a competência privativa da União de legislar sobre matéria concernente ao Direito Civil.

B) É inconstitucional, pois, conforme a Constituição Federal, compete ao ente municipal legislar sobre Direito do Consumidor.

C) É constitucional, pois versa sobre matéria afeta ao Direito do Consumidor, cuja competência legislativa privativa pertence ao Estado
Beta.

D) É constitucional, pois, tratando a Lei de temática afeta ao Direito Civil, a competência legislativa concorrente entre a União e os
Estados permite que Beta legisle sobre a matéria.
GABARITO LETRA “A”
Esta matéria é concernente ao tema de Direito Civil, logo é competência privativa da União. Art. 22, I. Vamos ver posições do STF sobre
temas correlatos:

Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa física ou jurídica que disponibilize
local para estacionamento é inconstitucional, quer por violar a competência privativa da União para legislar sobre direito civil,
quer por violar a livre iniciativa.
STF. Plenário. ADI 451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017 (Info 871).

Lei estadual que impõe a utilização de empregados próprios na entrada e saída de estacionamento, impedindo a terceirização,
viola a competência privativa da União para legislar sobre Direito do Trabalho.
STF. Plenário. ADI 451/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017 (Info 871).

É inconstitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança em estacionamento de veículos.
STF. Plenário. ADI 4862/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/8/2016 (Info 835).
__________________________________________________________________________________________________________

Uma forma de lembrar do art. 22, I é por meio de um pequeno macete: CAPACETE PM
Civil
Agrário
Penal “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
Aeronáutico Processual
Comercial Marítimo I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
Eleitoral aeronáutico, espacial e do trabalho;”
Trabalhista
Espacial
O Estado Y, bastante conhecido pela exuberância de suas praias, que atraem milhares de turistas todos os anos, edita lei estadual
impedindo a pesca de peixes regionais típicos, ameaçados de extinção, e limitando o transporte marítimo de passageiros.

A partir da hipótese narrada, nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa correta.

A) O Estado Y possui competência legislativa concorrente com a União para dispor sobre pesca, mas poderá legislar sobre transporte e
navegação marítima, caso Lei Complementar federal o autorize.

B) O Estado Y tem competência comum com os demais entes federados para legislar sobre a matéria; logo, a lei estadual é
constitucional.

C) A lei editada pelo Estado Y é inconstitucional, porque compete privativamente à União legislar sobre a proteção do meio ambiente e
o controle da poluição.

D) A lei editada pelo Estado Y é inconstitucional, porque trata de pesca e navegação marítima, que são de competência exclusiva da
União, apesar de o Estado Y ter competência privativa para legislar sobre meio ambiente.
Gabarito Letra A:

A resposta encontra fundamento no art. 24, VI e art. 22, X, além do seu parágrafo único.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle
da poluição;

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
(...)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste
artigo.
Ano: 2017 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira Fase

O Estado Alfa, com o objetivo de articular a prestação dos serviços de saneamento básico entre municípios limítrofes, instituiu uma
região metropolitana, de modo a promover a organização, o planejamento e a execução de tais atividades de interesse comum.

Acerca da criação de regiões metropolitanas para a realização de serviços públicos, assinale a afirmativa correta.

A
A) A instituição de região metropolitana para a organização, o planejamento e a execução dos serviços públicos é de competência do
Estado Alfa, por meio de lei complementar.

B) A organização, o planejamento e a execução dos serviços de saneamento básico entre municípios limítrofes deveria,
necessariamente, ser promovida por meio de consórcio público.

C) A competência para a criação de regiões metropolitanas é exclusiva da União, sob pena de violar a autonomia dos municípios que
seriam por elas alcançados.

D) A criação da região metropolitana pretendida pelo Estado Alfa não é possível, diante da ausência de previsão para tanto no nosso
ordenamento jurídico.
GABARITO LETRA A

CF, art. 25, § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de
funções públicas de interesse comum.

São três, portanto, os requisitos constitucionais para a atuação dos estados nas três hipóteses (criação de regiões metropolitanas, de
aglomerações urbanas e de microrregiões):

a) lei complementar estadual;


b) tratar-se de um conjunto de municípios limítrofes;
c) ter por fim a organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum.

As regiões metropolitanas são conjuntos de municípios limítrofes, com certa continuidade urbana, que se reúnem em torno de um
município-polo.

As aglomerações urbanas são áreas urbanas de municípios limítrofes, sem um polo, ou mesmo uma sede. Caracterizam-se pela grande
densidade demográfica e continuidade urbana.

As microrregiões são também municípios limítrofes, que apresentam características homogêneas e problemas em comum, mas que não
se encontram ligados por certa continuidade urbana.
Entes Federativos - Dos Estados

Ainda sobre os Estados-federados, temos o art. 27.

Vejamos o que diz o referido artigo:

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

Considerações

Apesar do texto truncado do caput do art. 27, há duas formas de entender ele sem complicação.

Vejamos no próximo slide.


Entes Federativos - Dos Estados

Multiplica por 3.
Estados com até 12 Ex. 10 dep. fed. (10x3= 30 dep. estaduais)
Regra n° 01
deputados federais Ex. 12 dep. fed. (12x3= 36 dep. estaduais)

Números de Deputados nas


Assembleias Legislativas

Soma 24.
Ex. 13 dep. fed. (13+24= 37 dep. estaduais)
Estados com + de 12
Regra n° 02 Ex. 45 dep. fed. (45+24= 69 dep. estaduais)
deputados federais

Vejamos algumas questões sobre o tema


Ano: 2023 Banca: Instituto Consulplan Órgão: SEGER-ES Provas: Instituto Consulplan
- 2023 - SEGER-ES - Analista do Executivo - Administração

A Constituição Federal dispõe sobre duas fórmulas de cálculo do número de deputados que comporão as Assembleias
Legislativas dos Estados. Se o estado do Espírito Santo possui dez deputados federais, quanto à fórmula de cálculo de seus
deputados estaduais, assinale a afirmativa correta.

A) Será diferente da que se aplica aos estados da região Sul.

B)Será diferente da que se aplica aos estados da região Norte.


C
C) Será igual à que se aplica a Alagoas, que tem nove deputados federais.

D) Será diferente da que se aplica a Paraíba, que tem doze deputados federais.

E) Será igual à que se aplica a Minas Gerais, que tem cinquenta e três deputados federais.
Gabarito letra “C”

Vejamos:

1° regra, até o número 12 a regra é multiplicar por 3.


2° regra, a partir de 12, soma-se com o número 24.

Como o texto base da questão tratava de 10 deputados federais, logo a regra do cálculo era o mesmo para aquele que tinha 9
deputados federais, já que se enquadram na primeira regra.
Ano: 2022 Banca: Instituto Consulplan Órgão: PGE-ES Prova: Instituto Consulplan - 2022 - PGE-ES - Residência Jurídica

Um Estado-Membro que possui 13 (treze) Deputados Federais, terá quantos Deputados na Assembleia Legislativa?

A)36

B)35

C) 38

D) 37
Gabarito letra “D”

Vejamos:

1° regra, até o número 12 a regra é multiplicar por 3.


2° regra, a partir de 12, soma-se com o número 24.

Como o texto base da questão tratava de 13 deputados federais, logo a regra do cálculo é o 2°.

O texto base trazia a informação de 13, logo, soma-se com 24.

13+24= 37
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: Câmara Legislativa do Distrito Federal Prova:
FCC - 2018 - Câmara Legislativa do Distrito Federal - Analista de Sistemas - Área 4

A representação de determinado Estado da Federação na Câmara dos Deputados é atualmente de 17 Deputados Federais.
Diante disso, à luz da Constituição Federal, a quantidade de Deputados Estaduais na Assembleia legislativa respectiva será de

A) 40.

B) 41.

C) 36.

D) 43.

E) 38.
Gabarito letra “B”

Vejamos:

1° regra, até o número 12 a regra é multiplicar por 3.


2° regra, a partir de 12, soma-se com o número 24.

Como o texto base da questão tratava de 17 deputados federais, logo a regra do cálculo é o 2°.

O texto base trazia a informação de 17, logo, soma-se com 24.

17+24= 41
Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: TRE-SP Prova: FCC - 2017 - TRE-SP - Analista Judiciário - Área Judiciária
Um Estado que tenha cinquenta representantes na Câmara dos Deputados deverá eleger para sua Assembleia Legislativa

A) cento e cinquenta Deputados.

B) setenta Deputados.

C) noventa e quatro Deputados.

D) setenta e quatro Deputados.

E) cinquenta Deputados.
Gabarito letra “D”

Vejamos:

1° regra, até o número 12 a regra é multiplicar por 3.


2° regra, a partir de 12, soma-se com o número 24.

Como o texto base da questão tratava de 50 deputados federais, logo a regra do cálculo é o 2°.

O texto base trazia a informação de 50, logo, soma-se com 24.

50+24= 74
Entes Federativos - Dos Estados

Voltando ao conteúdo, é importante dispor sobre a imunidade dos deputados estaduais

Deputados Federais e Estaduais/Distritais: mandato de 4 anos, possuem imunidade parlamentar igual, válida em todo o país;

O art. 53 da CF/88 aplicará no que couber aos deputados estudais, por isso a incidência da imunidade
parlamentar do estadual em todo território nacional. O referido artigo dispõe sobre os deputados e senadores.

• Deputados Estaduais: Remuneração de, no máximo, 75% da remuneração dos Deputados Federais;
Entes Federativos - Dos Estados

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do
término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o
disposto no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta,
ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da
Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Considerações

No próximo slide
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Faz-se necessário realizar uma análise na EC 111/2021, visto que ela altera disposições substanciais sobre questões políticas
dentro da CF/88. Vejamos o que diz a sua ementa:

Altera a Constituição Federal para disciplinar a realização de consultas populares concomitantes às eleições municipais,
dispor sobre o instituto da fidelidade partidária, alterar a data de posse de Governadores e do Presidente da
República e estabelecer regras transitórias para distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e
do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e para o funcionamento dos partidos políticos.

Olha o que diz o art. 5° da referida EC:

Art. 5º As alterações efetuadas nos arts. 28 e 82 da Constituição Federal constantes do art. 1º desta Emenda
Constitucional, relativas às datas de posse de Governadores, de Vice-Governadores, do Presidente e do Vice-Presidente da
República, serão aplicadas somente a partir das eleições de 2026.

Vamos ao que dispõe o art. 38, I, IV e V e a acumulação de cargos políticos com outros cargos
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Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as
seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de
origem.
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Vamos adentrar no tema de Município


Art. 29-31
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Municípios - A CF dispõe sobre os Municípios do art. 29 ao 31.

Apesar do Município está sendo tratado nos referidos artigos supracitados, é importante atentar também para o art. 23 da Constituição,
que dispõe acerca da competência comum à União, aos estados, ao DF e aos municípios. Trata-se de uma competência material
administrativa atribuída a todos os entes da Federação.

TEXTO CONSTITUCIONAL

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado

Sistematizando:
• Regidos por Lei Orgânica (LOM)
• aprovada por 2/3 da Câmara Municipal (CM)
• 2 turnos, com intervalo de 10 dias
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LOM é manifestação do Poder Constituinte Derivado?

Poder constituinte é aquele que elabora uma nova


constituição do país ou que faz as emendas.
O poder constituinte originário, que é a nova constituição, A lei orgânica do Distrito Federal desempenha a função de
é o criador, enquanto o poder constituinte derivado é a poder constituinte derivado no DF. Não se pode dizer o
criatura. mesmo, entretanto, a respeito da lei orgânica municipal
(LOM).

O poder constituinte derivado se desdobra em três:


• Derivado reformador (EC) A lei orgânica municipal não é poder constituinte
• Revisor (ECR) derivado
• Decorrente.
A constituição do estado é fruto do poder constituinte Logo, não cabe controle de constitucionalidade na LOM.
derivado decorrente.
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Art. 29. (...)

I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
simultâneo realizado em todo o País;

II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do
mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
eleitores;

III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição;


(...)
V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara
Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
(...)
Considerações

No próximo slide
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O inciso IV e VI do referido artigo são escalonamentos, sendo o O sistema majoritário é aquele no qual o mais votado ganha.
primeiro sobre a quantidade de vereadores por habitantes e o Esse sistema se divide em majoritário simples e complexo.
segundo sobre o subsídio. Merece apenas uma leitura simples.
No majoritário complexo, há possibilidade de segundo turno,
O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não pois o eleito deve ter maioria absoluta dos votos válidos. A
poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do disputa, nesse sistema, é para presidente, governador e prefeito
Município. nos municípios com mais de 200 mil eleitores.

As eleições gerais e as eleições para prefeito ocorrem de quatro Já no sistema majoritário simples, basta ter maioria dos votos,
em quatro anos, mas de forma alternada. e a disputa é para senador e prefeito nos municípios de até 200
mil eleitores.
Só haverá segundo turno no município com mais de 200 mil
eleitores. Nas provas, é preciso ter atenção não confundir Aplicando o princípio da simetria, os subsídios do prefeito, do
eleitores com habitantes. vice-prefeito e dos secretários municipais também são fixados
por lei de iniciativa da Câmara Municipal
Art. 29 (...)

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VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
(Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) - Dos Municípios
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros
do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa;
(Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;


(Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XII - cooperação das associações representativas no planejamento municipal;


(Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo
menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único .
Considerações no próximo slide
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O prefeito pode responder perante a lei de improbidade, e, ainda,


A inviolabilidade é uma imunidade parlamentar. Há dois tipos de
responder por crimes comuns e por crimes de responsabilidade.
imunidade parlamentar:
• a imunidade material;
Vejamos o que diz a súmula 702 do STF:
• a imunidade formal, ou processual.
“A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos
A imunidade material vale para opiniões, palavras e votos. Ela
restringe-se aos crimes de competência da justiça comum
afasta a responsabilização penal e civil.
estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao
respectivo tribunal de segundo grau.”
Nesse ponto, há diferenças no tratamento dos vereadores em
relação ao dos deputados federais, estaduais e distritais; pois,
Outrossim, é a diferenciação de crime de responsabilidade
enquanto estes possuem imunidade material e formal em todo
próprio e crime de responsabilidade impróprio.
país, os vereadores (também chamados de edis) possuem
imunidade material apenas no seu município, e sequer
Vejamos no próximo slide
possuem imunidade formal.
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O próprio é uma infração penal comum cometida por determinados agentes, julgada pelo Poder
Judiciário.

Crime de responsabilidade

O impróprio revela uma infração político-administrativa, cuja apreciação e punição política


(impeachment) são atribuídas ao Poder Legislativo

O Decreto-Lei n. 201/1967 faz a diferenciação entre crime de responsabilidade próprio e impróprio. Vejamos somente os
caputs respectivos do Dec.-Lei:

Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento
da Câmara dos Vereadores: (segue-se um rol extenso de crimes)

Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a
cassação do mandato: (segue-se um rol extenso de crimes)
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O art. 29-A é um artigo de definição de limites sobre o gasto dos subsídios dos vereados.

Neste caso, para não ficar pesado, iremos direto a uma esquematização e recomendo a leitura simples da letra de lei.

Vejamos a esquematização no próximo slide


 7% para população de até 100.000 habitantes;
 6% para popul. entre 100.000 e 300.000 habit;
O total da despesa do Poder Leg. Municipal não poderá ultrapassar
 5% para popul. entre 300.001 e 500.000 habit;
os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributária
e de transferências, efetivamente realizado no exercício anterior  4,5% para popul. entre 500.001 e 3.000.000 de habit;
 4% para popul. entre 3.000.001 e 8.000.000 de habit;
 3,5% para popul. acima de 8.000.001 habit.

Incluídos os subsídios dos Excluídos os gastos


Vereadores com inativos

CÂMERA MUNICIPAL

Efetuar repasse que supere os limites

Não gastará + de 70% de sua receita com


Crime de Respons.
folha de pagamento, incluído o gasto com Não enviar o repasse até o dia 20 de
do Prefeito
o subsídio de seus Vereadores. cada mês; ou

Enviá-lo a menor em relação à proporção fixada


Desrespeito: na Lei Orçamentária
Crime de Responsabilidade do Pres. da Câm. Municipal
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O art. 30, por sua vez, trata da competência dos Municípios, vale uma leitura da letra seca da Constituição Federal.

Vale lembrar também que, como foi dito em aulas anteriores, “aquele mais próximo do problema, resolve o problema”.
Essa lógica de pensamento é bem presente nas competências do Municípios, de forma que uma leitura bem atenta se
torna intuitiva. Vamos lá.

Vejamos no próximo slide


Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas
e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
Vejamos como ficou na Constituição Federal a fiscalização do
Município no art. 31

Próximo slide
Interno Sistemas de controle interno, exemplo: Controladoria
Geral do Município

FISCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Alguém ajuda a Câmera


Externo Poder Legislativo Municipal Municipal neste controle?

Contas que o prefeito tem que prestar SIM!


anualmente  Tribunais de Contas dos Estados ou do
Município
O Tribunal de Contas emiti um parecer  Conselhos ou Tribunais de Contas dos
prévio para a Câm. Munic. Municípios, onde houver.

Ficarão, durante 60 dias, anualmente, à disposição


de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, Deixa de prevalecer por É vedada a criação de Tribunais,
o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos decisão de 2/3 dos membros da Conselhos ou órgãos de Contas
termos da lei. Câmara Municipal. Municipais.
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EXERCÍCIOS
Considerações antes de começar as questões.

Como o tema é muito extenso, terá alguns pontos e eventualidades


que serão explicados dentro das próprias questões
1) MP-RJ/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO/2019) A organização politico-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
nos termos da Constituição. Em matéria de competência não legislativa (administrativa ou material) dos
Municípios, o texto constitucional dispõe que lhes compete:

a) promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;

b) exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão,
com a prévia aprovação do Ministério Público;

c) explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,


nos termos da lei que disporá sobre a organização dos serviços;

d) organizar, manter e executar a inspeção do trabalho, com interlocução constante com o Ministério do
Trabalho e o Ministério Público;

e) autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico nos limites circunscricionais de seu
território e com prévia autorização do Ministério Público.
1) COMENTÁRIOS
Letra “A” é o gabarito da questão

Além das competências comuns (art. 23, CF), deferidas a todos os entes federados (União, estados, Distrito
Federal e municípios), a CF, em seu art. 30, estabelece que compete aos municípios:

VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso,
do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

Avançando, as demais alternativas estabelecem competências exclusivas da União (art. 21). Letra a.
2) MP-AL/ANALISTA/2018) O Município de Quebradinho edita lei determinando que estabelecimentos
que ) vendam bebidas alcoólicas somente podem funcionar até às 00.30h. Inconformado, o proprietário de um
bar questiona judicialmente o ato normativo. Sobre o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) A lei é válida, ainda que tal determinação não conste do Plano Diretor Municipal.

b) A lei é válida, mas sua eficácia depende de prévio zoneamento e demarcação urbanística das áreas
atingidas pela restrição.

c) A lei é inválida, uma vez que é competência da União editar norma geral de direito urbanístico.

d) A lei é inválida, uma vez que ela viola os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência.

e) A lei é inválida, uma vez que os proprietários de estabelecimentos já instalados possuem direito adquirido
à manutenção dos horários praticados.
2) COMENTÁRIOS
Letra “A” é o gabarito da questão.
A questão aborda a competência do Município de tratar sobre assunto de interesse local. Sobre tal competência entendeu o STF
por meio da Súmula Vinculante n. 38 que é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial.

Precedentes Representativos
No caso, verifico que a competência para disciplinar o horário de funcionamento de estabelecimentos
comerciais é do município, tendo em vista o que dispõe o art. 30, I, da CF/1988. Esta Corte já possui
entendimento assentado nesse sentido, consolidado no enunciado da Súmula 645/STF: “É competente o
município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial”. (...) deve-se entender como
interesse local, no presente contexto, aquele inerente às necessidades imediatas do Município, mesmo que
possua reflexos no interesse regional ou geral. Dessa forma, não compete aos Estados a disciplina do horário
das atividades de estabelecimento comercial, pois se trata de interesse local.
[ADI 3.691, voto do rel. min. Gilmar Mendes, P, j. 29-8-2007, DJE 83 de 9-5-2008.]

Está claramente definido no art. 30, I, da CF/1988 que o Município tem competência para legislar sobre
assuntos de interesse local. (...) 8. Entre as várias competências compreendidas na esfera legislativa do
Município, sem dúvida estão aquelas que dizem respeito diretamente ao comércio, com a consequente
liberação de alvarás de licença de instalação e a imposição de horário de funcionamento, daí parecer-me atual e
em plena vigência, aplicável inclusive ao caso presente, a Súmula 419 desta Corte, que já assentara que “os
Municípios têm competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais
ou federai válidas”.
3) (PREFEITURA DE BOA VISTA/PROCURADOR MUNICIPAL/2019)

Compete aos municípios explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços de gás canalizado.
3) COMENTÁRIOS

Está “ERRADO”!

Segundo o art. 25, § 2º, essa competência pertence aos estados. Veja:

Art. 25, § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação
4) (PREFEITURA DE SALVADOR/PROCURADOR MUNICIPAL/2015) Com relação às competências dos
municípios, assinale a opção correta.

a) Cumpre aos municípios explorar os serviços locais de gás canalizado, sendo vedada a edição de medida
provisória para a sua regulamentação.

b) De acordo com a CF, não compete aos municípios suplementar a legislação federal ou a legislação estadual.

c) Competência dos municípios para legislar é residual, haja vista que será atribuição dos municípios disciplinar
aquilo que não seja constitucionalmente atribuído à competência da União ou dos estados.

d) São inconstitucionais leis municipais que disciplinem o tempo máximo de permanência em filas de bancos
comerciais, uma vez que esse setor é regulado pela União.

e) Compete aos municípios criar, organizar e suprimir distritos, desde que observada a legislação estadual sobre a
matéria.
4) COMENTÁRIOS

Letra “E” é o gabarito da questão.

Sobre a exploração dos serviços de gás canalizado não pode ser editada medida provisória. No entanto, essa
competência pertence aos Estados, o que torna errada a letra a.

Quanto à letra b, também está errada, uma vez que o artigo 30, II, da Constituição prevê que cabe aos municípios
suplementar a legislação federal e estadual, no que couber.

A letra c está errada, porque a competência legislativa residual pertence aos Estados – artigo 25 da Constituição.
A competência legislativa da União está no artigo 22, enquanto dos Municípios aparece no artigo 30.

Legislar sobre tempo máximo de espera em filas, inclusive de bancos e de cartórios, está dentro da competência
municipal, na medida em que mexe com assunto de interesse local. Errada, pois, a letra d.

Sobra como correta a letra e, uma vez que cabe aos municípios criar, organizar e suprimir distritos, observada a
legislação estadual sobre a matéria – artigo 30, da Constituição
5) Sobre a fiscalização do Município, considere os seguintes itens:

I. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo.
II. A fiscalização do Município será exercida pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na
forma da lei.
III. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

Está correto em apenas:

A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) I, II e III
E) NENHUMA
5) COMENTÁRIOS
Letra “D” é o gabarito da questão.

Está de acordo com o art. 31 e §4° da Constituição Federal de 1988:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e
pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
(...)
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
OBRIGADO

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