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DIREITO CONSTITUCIONAL

1. CONCEITOS BÁSICOS DE TGE


1.1 ELEMENTOS DE ESTADO
• Atualmente entende-se que os elementos constitutivos do Estado são o governo, o território, a população POVO
e a finalidade.
(errada) VUNESP - 2017 - DPE-RO

• Não existe Estado sem território. (certa) VUNESP - 2017 - DPE-RO


1.2 FORMAS DE ESTADO

Marcado pela centralização política. O poder encontra-se enraizado em um único núcleo estatal, do
UNITÁRIO
qual emanam todas as decisões. Ex. França e Portugal.

Existe descentralização no exercício do poder político, estando este pulverizado em mais de uma
FEDERAÇÃO
entidade política. Ex. Brasil

Caracteriza-se pela reunião de Estados soberanos, marcada pela dissolubilidade do vínculo entre os
CONFEDERAÇÃO
entes, criada por meio de tratados ou acordos.

REGIONAL Não possui descentralização política, mas somente administrativa e legislativa. Ex. Itália.

Inexistência de descentralização política e existência de descentralização administrativa e legislativa.


AUTONÔMICO
Ex. Espanha.
Nathalia Masson, 2016, p. 497.

1.1.1 FEDERAÇÃO x CONFEDERAÇÃO

FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO

Formada por entidades políticas autônomas, unidas por uma Formada por Estados soberanos, reunidos por um
Constituição Federal tratado/acordo internacional

Os entes componentes são dotados de autonomia Os entes componentes são dotados de soberania

Inexistência de direito de secessão Permitido o direito de secessão

Existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para Inexistência, em regra, deste órgão Judiciário de cúpula.
solucionar os conflitos entre as entidades autônomas.
Nathalia Masson, 2016, p. 497.

1.1.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FEDERAÇÕES

ORIGEM OU CONCENTRAÇÃO DE REPARTIÇÃO DE EQUACIONAMENTO ESFERAS


FORMAÇÃO PODER COMPETÊNCIAS DAS DESIGUALDADES INTEGRANTES

AGREGAÇÃO FEDERALISMO DE 2º
CENTRÍPETA DUAL (CLÁSSICA) SIMÉTRICA
CENTRÍPETO (EX. EUA) DE GRAU

SEGREGAÇÃO NEOCLÁSSICA FEDERALISMO DE 3º


CENTRÍFUGA ASSIMÉTRICA
CENTRÍFUGA (COOPERAÇÃO) DE GRAU

Nathalia Masson, 2016, p. 497.

• O federalismo brasileiro, dada a sua formação histórica, pode ser considerado um federalismo por desmembramento, com a
criação de entes federados a partir de um estado unitário e a repartição de competências entre eles. (certa) 2021 - PGE-RS
• O federalismo centrípeto se caracteriza pelo fortalecimento do poder central decorrente da predominância de atribuições
conferidas à União. (certa) 2014 - MPE-MG
• É correto afirmar que o Federalismo ocorreu no Brasil por meio de um movimento centrífuga (por segregação). (certa) VUNESP -
2018 - PC-SP - DELEGADO DE POLÍCIA
• O federalismo brasileiro classifica-se, quanto à origem, como federalismo por agregação. (errada) CESPE - 2012 - DPE-RO
• Na repartição promovida pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, após análise dos conteúdos das
competências atribuídas aos entes federativos, pode-se observar uma acentuada concentração de poderes entre as atribuições
da União. (certa) FCC - 2012 - DPE-SP

CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS PARA CONSTITUIÇÃO DA FEDERAÇÃO

Descentralização política fixada na Participação das ordens jurídicas parciais Possibilidade de auto-constituição
Constituição na formação da vontade nacional (existência de Constituições locais)

REQUISITOS ESSENCIAIS PARA A MANUTENÇÃI DA FEDERAÇÃO

Rigidez constitucional e imutabilidade da forma federativa de Existência de um órgão constitucional incumbido do controle
Estado. de constitucionalidade das leis.
Nathalia Masson, 2016, p. 497.

1.1.3 REVISÃO EM TÓPICOS E QUESTÕES


• O Estado Unitário é conduzido por uma única entidade política, que centraliza o poder político; o Estado Federal é composto
por mais de um governo, todos autônomos em consonância com a Constituição; e a Confederação é a união de Estados
soberanos com lastro em um tratado internacional. (certa) FCC - 2017 - DPE-PR
• O Império do Brasil adotava a forma unitária de Estado, mas admitiu, por meio do Ato Adicional de 1834, Assembleias
Legislativas provinciais. (certa) FCC - 2009 - TJ-GO - Juiz
• A forma federativa de Estado foi prevista na Constituição de 1891, mas ainda assim não foi assegurada autonomia aos
Municípios na condição de entes federados. (certa) 2016 - TRF - 3ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO
• Atualmente o BR é um Estado FEDERADO. Os Estados (entidades parciais) tem competências políticas, autonomia e
personalidade jurídica de direito público interno. A soberania e a personalidade jurídica de direito internacional, contudo, são
concentrados no poder central: UNIÃO.
• A participação dos Estados federados na vontade criadora da ordem jurídica nacional é característica do Estado federal. (certa) 2009
- DPE-MG

• No modelo do Sistema Único de Saúde, as políticas públicas de promoção do direito fundamental à saúde estão pautadas no
federalismo assimétrico centrípeto. (errada) FCC - 2015 - DPE-SP
• No federalismo atípico, constata-se a existência de três esferas de competências: União, Estados e Municípios. (certa) 2014 - MPE-
MG

• A soberania é atributo exclusivo do Estado Federal, restando aos Estados-membros a autonomia, na forma da descentralização
da atividade administrativa e do poder político. A autonomia política dos Estados-membros compreende o poder de editar suas
próprias Constituições, sujeitas a certos limites impostos pela Constituição Federal. (certa) FCC - 2017 - DPE-PR
• CF. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal (...)
• A forma federativa é considerada cláusula pétrea (art. 60, §4º, I) e a indissolubilidade da federação é fundamento para
intervenção federal (art. 34, I).
• As constituições dos estados organizados sob a forma federativa possuem, em regra, instrumentos para coibir movimentos
separatistas. No Brasil, a CF prevê a possibilidade de se autorizar a intervenção da União nos estados para manter a integridade
nacional e considera a forma federativa de Estado uma cláusula pétrea. (certa) CESPE - 2009 - PGE-AL
• A forma federativa de Estado não consta do art. 60, § 4º, da Constituição. (errada) FCC - 2009 - TJ-GO - JUIZ

• De acordo com a CF, a transformação do Estado brasileiro em um Estado unitário não violaria as limitações materiais ao poder
de emenda. (errada) 2015 - PC-DF - DELEGADO DE POLÍCIA
• Com o surgimento do liberalismo, os Estados passaram a ser criados por meio de constituições escritas, com fixação de
mecanismos de repartição e limitação do poder estatal, dando-se especial atenção à proteção do indivíduo contra eventuais
arbitrariedades; passou a ser comum aos Estados modernos a edição de normas estabelecidas tanto pela constituição quanto
pelos diplomas infraconstitucionais, não apenas para reger as relações entre os particulares, mas também para vincular a atuação
dos agentes públicos. Assim, é correto afirmar que o Estado de direito pode ser conceituado, sinteticamente, como aquele que
se mantém baseado no império das leis. (certa) CESPE - 2022 - PC-RJ - DELEGADO DE POLÍCIA
• Não confundir a vedação de SECESSÃO com a possibilidade de incorporação de Estados entre si, subdivisão ou
desmembramento.
• Lei nº 9.709/98. Art. 4º A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da população diretamente interessada, por meio de
plebiscito realizado na mesma data e horário em cada um dos Estados, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas
as respectivas Assembléias Legislativas.
• Lei nº 9.709/98. Art. 7º Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4º e 5º entende-se por população diretamente interessada
tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação,
tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo
percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada.
1.3 FORMA DE GOVERNO1
1.3.1 CLASSIFICAÇÃO ARISTOTÉLICA
NORMAIS
MONARQUIA O governo de uma só pessoa.

ARISTOCRACIA O governo de uma classe restrita.

DEMOCRACIA O governo de todos os cidadãos.

ANORMAIS
TIRANIA Forma corrompida de monarquia. Governo legítimo, mas cruel e não respeita os princípios constitucionais.

Forma corrompida de aristocracia. Poder concentrado na mão de uma classe ou família ou de um pequeno
OLIGARQUIA
grupo de pessoas pertencentes ao mesmo partido para consecução de interesses próprios.

Forma corrompida de democracia. Estado corrupto da democracia e que se realiza pela força do número,
DEMAGOGIA
não representando nem traduzindo uma convivência cívica.

1.3.2 CLASSIFICAÇÃO MAQUIAVÉLICA


GOVERNO DA MINORIA
Vitaliciedade, hereditariedade, irresponsabilidade do monarca, inviolabilidade corporal e suma
MONARQUIA
dignidade do monarca e ausência de representatividade popular.

Governo desenvolvido por governante que reúne em si amplos poderes públicos, exercendo arbitrária
DITADURA
e absolutamente o Executivo e o Legislativo e, excepcionalmente, também o Judiciário.

GOVERNO DA MAIORIA
ARISTOCRÁTICA: o governo é exercido por alguma classe privilegiada, geralmente a nobreza.
REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA: considera o povo como titular do poder estatal.

1.3.3 REVISÃO EM TÓPICOS E QUESTÕES


• As características fundamentais da República são: temporariedade, eletividade e responsabilidade. (certa) CESPE - 2012 - DPE-RO
• A forma republicana de governo, caracterizada pela eletividade, temporariedade e responsabilidade do governante. (certa) CESPE -
2020 - MPE-CE

• Antiga linha de pensadores políticos, que inclui, por exemplo, Aristóteles e Montesquieu, converge para uma determinada forma
de governo, concebida como apta a impedir a sua própria degeneração, e que pode ser descrita como politeia, ou governo misto,
em que elementos de diferentes formas de governo se combinam. (certa) FCC - 2012 - TJ-GO - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO

1
Direito Constitucional, Tomo I, 10ª ed. (2020), p. 53-54.
1.4 SISTEMA DE GOVERNO2

• Criação norte-americana (1787);


• Típico de repúblicas;
• Poder Executivo é exercido pelo PR e acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de
PRESIDENCIALISTA Governo;
• Poder Legislativo não se sujeita a dissolução e seus membros são investidos em mandato
com termo certo;
• Há maior independência entre Executivo e Legislativo.

• Surgiu na Inglaterra (Magna Carta - 1215) e se consolidou com a Reforma Eleitoral de 1832;
• Típicos de monarquias constitucionais;
PARLAMENTARISTA • O Poder Executivo é divido entre Chefia de Governo (Primeiro-Ministro) e Chefia de Estado
(Monarca ou Presidente);
• Maior dependência entre Executivo e Legislativo.

• Criação das constituições alemã e finlandesa de 1919 e celebrizado na atual constituição


francesa;
• Dupla autoridade flexível;
SEMI-PRESIDENCIALISTA
• PR é eleito por voto popular e exerce a chefia de Estado.
• O Poder Executivo é compartilhado pelo PR e o Primeiro-Ministro, mas de forma desigual
e oscilante, a depender das combinações circunstanciais das maiorias parlamentares.

• Adotada na antiga União Soviética e, com algumas variações, em Cuba, na China e na Coreia
do Norte;
• Os órgãos voltados para a administração são todos subalternos a uma Assembleia ou
DIRETORIAL OU CONVECIONAL Conselho de Estado. Um dos membros da Assembleia é intitulado Presidente da República,
mas suas funções costumam ser meramente cerimoniais;
• As funções executiva e legislativa concentram-se em uma só entidade (Assembleia ou
Conselho de Estado), que é dominada pelo líder do partido único.

• A função executiva é aquela referente à prática de atos de governo e à chefia do estado, que ocorre, segundo relatos históricos,
de diversas formas. A doutrina classifica o Poder Executivo de acordo com o modelo segundo o qual se realiza a referida chefia
de estado. Nessa classificação, encontram-se os modelos diretorial e dual, sendo que no primeiro a chefia é exercida por um
grupo de indivíduos reunidos em comitê e no segundo pressupõe-se a existência de um chefe de estado e de um conselho de
ministros. (certa) 2013 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA
BRASIL ATUAL

FORMA DE ESTADO FEDERAÇÃO


FORMA DE GOVERNO REPÚBLICA
SISTEMA DE GORVENO PRESIDENCIALISTA
REGIME POLÍTICO DEMOCRACIA

• No sistema de governo presidencialista, o chefe de Governo é também o chefe de Estado. (certa) CESPE - 2009 - PC-PB - DELEGADO DE
POLÍCIA

• O Brasil adota o presidencialismo como forma de governo, em conseqüência, o Presidente da República tem em suas mãos
tanto a chefia do Estado quanto a chefia do governo. (certa) 2011 - TJ-DFT - JUIZ

2
Direito Constitucional, Tomo I, 10ª ed. (2020), p. 58.
2. CONSTITUCIONALISMO

ANTIGO MODERNO
Teve início na transição da monarquia absolutista para o Estado liberal (final do sec. XVIII). Houve
1ª FASE: POVO HEBREU esforço para documentar o texto constitucional, sob forma solene, tal como as primeiras
2ª FASE: GRÉCIA ANTIGA constituições americana (1787) e francesa (1791);
3ª FASE: MAGNA CARTA Locke, Montequieu e Rosseau são apontados como os principais percussores do
(1215) - INGLATERRA constitucionalismo moderno, exatamente porque, nas ideias contratualistas encontravam-se
teorias sobre o Estado com base na vontade popular.

• A transição da Monarquia Absolutista para o Estado Liberal, em especial na Europa, no final do século XVIII, que traçou limitações
formais ao poder político vigente à época, é um marco do constitucionalismo moderno. (certa) VUNESP - 2019 - TJ-AC - JUIZ DE DIREITO
SUBSTITUTO

• A primeira Carta de Declaração de Direitos moderna, assim definida por conferir a suas normas eficácia jurídico-positiva mais
elevada, inserindo as garantias das liberdades individuais em documento constitucional que delimitava a própria atuação
reformadora do Poder Legislativo, foi a Carta da Colônia Americana da Virgínia. (certa) 2017 - MPE-SP

• Fim do séc. XVIII


• Proteção de direitos individuais
CONSTITUCIONALISMO • Constituições curtas e com pouca previsão de direitos
LIBERAL • Positivismo
• Pouca atuação do estado, exigindo-se basicamente a contenção deste diante das liberdades
individuais
• Começo do séc. XX
• Proteção de direitos sociais
CONSTITUCIONALISMO
• Constituições longas e com grande previsão de direitos
SOCIAL
• Positivismo
• Grande atuação do estado, com políticas públicas voltadas a promoção de direitos sociais
• Fim do séc. XX
• Proteção de direitos fundamentais
NEOCONSTITUCIONALISMO • Constituições longas e com grande previsão de direitos
• Pós-positivismo
• Grande atuação do poder judiciário na proteção de direitos fundamentais
https://www.buscadordizerodireito.com.br/dodpedia/detalhes/83f97f4825290be4cb794ec6a234595f?categoria=1&criterio-pesquisa=e&letra=C

CARACTERÍSTICAS DO NEOCONSTITUCIONALISMO (BARROSO)


MARCO HISTÓRICO MARCO FILOSÓFICO MARCO TEÓRICO
• Reformas políticas europeias após • Superação do positivismo jurídico; • Reconhecimento da força normativa da
a 2ª Guerra Mundial; CF;
• Centralidade dos direitos
• No Brasil: Após CRFB/88 fundamentais • Expansão da jurisdição constitucional;
• Reaproximação entre direito e moral • Desenvolvimento de nova dogmática da
interpretação constitucional.

2.1 REVISÃO EM TÓPICOS E QUESTÕES


• A origem do constitucionalismo remonta à antiguidade clássica, especificamente ao povo hebreu, do qual partiram as primeiras
manifestações desse movimento constitucional em busca de uma organização política fundada na limitação do poder absoluto.
(certa) CESPE - 2009 - MPE-RN

• O constitucionalismo antigo teve início com a Magna Carta de 1215, não havendo antes desse período indícios de experiências
democráticas que contrastassem com os poderes teocráticos ou monárquicos dominantes. (errada) VUNESP - 2019 - TJ-AC - JUIZ DE DIREITO
SUBSTITUTO

• O “constitucionalismo moderno”, com o modelo de Constituições normativas, tem sua base histórica a partir das revoluções
Americana e Francesa. (certa) VUNESP - 2015 - TJSP - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• No constitucionalismo moderno e seus ciclos, nos séculos XVIII, XIX e XX, a igualdade de condições foi o dado novo que mais
impressionou Alexis de Tocqueville durante o período em que esteve nos Estados Unidos. (certa) FCC - 2009 - MPE-CE
• A Constituição norte-americana de 1787 e a Constituição francesa de 1791 são os dois marcos mais importantes do
neoconstitucionalismo. (errada) VUNESP - 2018 - TJ-MT - JUIZ SUBSTITUTO
• Movimento político social e cultural que, sobretudo a partir de meados do século XVIII, questiona nos planos político, filosófico
e jurídico os esquemas tradicionais de domínio político, sugerindo, ao mesmo tempo, a invenção de uma nova forma de
ordenação e fundamentação do poder político. Esta definição, formulada por J. J. Gomes Canotilho, designa o constitucionalismo
moderno. (certa) VUNESP - 2009 - TJ-MT - JUIZ
• As Revoluções liberais do Século XVIII e início do Século XIX, promovidas na Europa Ocidental, são fruto do denominado
constitucionalismo moderno, e foram caracterizadas, dentre outros elementos, pela consagração das liberdades individuais e
defesa da igualdade em sentido formal. (certa) VUNESP - 2019 - TJ-RO - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• No Brasil, o denominado Constitucionalismo social teve início com a Constituição de 1946 1934, a qual passou a consagrar não
apenas os direitos sociais ao trabalho, educação e previdenciário, mas também defendeu a impossibilidade de exercício do direito
de propriedade contra o interesse coletivo ou social. (errada) VUNESP - 2019 - TJ-RO - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• O constitucionalismo moderno representa uma técnica específica de limitação do poder com fins garantidores. (certa) CESPE - 2009
- MPE-RN

• O constitucionalismo moderno, identificado nas Constituições dos Estados Unidos da América de 1787 e da França de 1791,
caracteriza-se pela vinculação à ideia de constituição escrita e rígida, com força para limitar e vincular os órgãos do poder político.
(certa) 2013 - PC-GO - DELEGADO DE POLÍCIA

• Segundo doutrina de Samuel Sales Fonteles, “em toda a história do Direito Constitucional, jamais a Constituição recebeu tanto
protagonismo como nos dias atuais. Hoje, todos os ramos da árvore jurídica gravitam em torno da Constituição, de onde emana
uma força irradiante, o que se pode denominar de constitucionalização do Direito”. Tendo por base tal assertiva, os interesses
metaindividuais, seus institutos, princípios e normas, estão diretamente ligados aos Direitos Fundamentais, o que marca uma
das características do neoconstitucionalismo. (certa) 2019 - MPE-GO
• O neoconstitucionalismo caracteriza-se pela mudança de paradigma, de Estado Legislativo de Direito para Estado Constitucional
de Direito, em que a Constituição passa a ocupar o centro de todo o sistema jurídico. (certa) CESPE - 2009 - MPE-RN
• As constituições do pós-guerra promoveram inovações por meio da incorporação explícita, em seus textos, de anseios políticos,
como a redução de desigualdades sociais, e de valores como a promoção da dignidade humana e dos direitos fundamentais.
(certa) CESPE - 2009 - MPE-RN

• No neoconstitucionalismo, passou-se da supremacia da lei à supremacia da Constituição, com ênfase na força normativa do
texto constitucional e na concretização das normas constitucionais. (certa) CESPE - 2015 - AGU
• Operando uma mudança paradigmática, o neoconstitucionalismo opera substancial mudança no Princípio da Legalidade,
tornando o Princípio da Constitucionalidade uma ideia central que traz, consequentemente, o reconhecimento da força normativa
da Constituição e da força normativa dos princípios. (certa) 2014 - MPE-GO
• Fruto do neoconstitucionalismo, a constitucionalização do direito consiste na irradiação dos valores abrigados nos princípios e
regras da constituição para todo o ordenamento jurídico, notadamente por via da jurisdição constitucional, em seus diferentes
níveis. (certa) CESPE - 2013 - TJ-RN - JUIZ
• Um novo paradigma para o constitucionalismo surgiu entre o final do século XX e o início do século XXI. Procura ser uma
resposta teórico-prática para a necessidade de se obterem eficácia e efetividade para as normas constitucionais, sobretudo as
portadoras de direitos sociais. Implanta, no Brasil, modelo normativo-axiológico, com adoção expressa de valores e opções pela
efetivação de políticas públicas com sede constitucional. Muitas destas bastante específicas, como os serviços de saúde,
educação e assistência social a hipossuficientes. Esse paradigma constitucional possui algumas notas típicas: 2018 - TRF - 3ª REGIÃO
- JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO

Separação conceitual entre o direito constitucional e a moralidade política. errada


Tendência a integração das diversas esferas da razão prática para solução dos casos constitucionais: o direito,
certa
a moral e a política.
Compreensão da constitucionalidade enquanto critério último de validade das normas, em termos substantivos
certa
e não apenas formais.
Os direitos constitucionais incorporam uma ordem objetiva de valores. Esses direitos e valores tornam-se
certa
onipresentes com “efeito irradiante” sobre os demais ramos do direito.

• Transconstitucionalismo: Ordenamentos distintos se integram e somam esforços comuns para resolverem casos complexos e
difíceis. No BR, Marcelo Neves ensina que se trata de um constitucionalismo relativo a problemas jurídico-constitucionais que
se apresentam simultaneamente a diversas ordens.
• Constitucionalismo ecológico: Para Flávio Martins, “consiste na crescente constitucionalização de temas ambientais, que deixam
o status da infraconstitucionalidade, em razão de sua importância cada vez mais crescente”.
• Constitucionalismo feminista: A expressão tem sido usada tanto no Brasil (Cristina Telles de Araújo SILVA), quanto em outros
países (Nilda Garay MONTAÑEZ), por autoras que defendem a perspectiva de gênero como um método integral que indica e dá
destaque para aspectos que o Direito Constitucional Contemporâneo sombreia ou até mesmo exclui e marginaliza. Trata-se,
portanto, de uma postura hermenêutica do constitucionalismo inclusivo, ou seja, de um modo de lidar com os problemas jurídico-
constitucionais típicos a partir de uma visão plural, aberta e tolerante.
3. CONCEPÇÕES E CLASSIFICAÇÕES DE CONSTITUIÇÕES

SOCIOLÓGICA Produto da soma dos fatores reais de poder que regem a sociedade. (Lassalle)

POLÍTICA Decisão política fundamental. (Schmitt)

JURÍDICA Norma superior. fundamenta e dá validade a todo o restante do ordenamento jurídico. (Kelsen)

CULTURALISTA Constituição é um produto da cultura. (Peter Häberle).

• Para Ferdinand Lassalle, que a entende no sentido sociológico, a constituição de um país é, em essência, a soma dos fatores
reais do poder que regem esse país, sendo esta a constituição real e efetiva, não passando a constituição escrita de “uma folha
de papel”. (certa) 2018 - MPE-MS
• Ao conceber a constituição como a soma de fatores reais do poder que regem a nação, ou seja, um produto dos pleitos das
forças sociais de determinada época, está se tratando da ideia de constituição concebida por Ferdinand Lassalle. (certa) 2021 - PC-
PA - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

• Para Carl Schmitt, Constituição não se confunde com leis constitucionais: o texto constitucional pode eventualmente colidir com
a decisão política fundamental, que seria a Constituição propriamente dita. (certa) CESPE - 2017 - MPE-RR
• Hans Kelsen CARL SCHMITT defende a Constituição como uma decisão política fundamental, o que traz como consequência a obrigação
do Estado em respeitar o texto constitucional, mas permitindo-lhe que, em situações excepcionais, deixe de atender a Lei
Constitucional. (errada) VUNESP - 2019 - TJ-RO - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• José Joaquim Gomes Canotilho HANS KELSEN adota uma concepção jurídica sobre o sentido de Constituição, aduzindo que o
fundamento de validade de uma norma apenas pode ser a validade de outra norma. (errada) VUNESP - 2019 - TJ-RO - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• Para Hans Kelsen a Constituição era concebida em duas formas:

Norma fundamental hipotética: fundamento lógico transcendental da Constituição jurídico-


LÓGICO-JURÍDICO
positiva.

JURÍDICO-POSITIVO Norma escrita: pressuposto de validade de todas as leis.

• Segundo a concepção de Hans Kelsen, a Constituição, no sentido jurídico-positivo LÓGICO-JURÍDICO


, significa a norma hipotética
fundamental. (errada) 2012 - PC-PA - DELEGADO DE POLÍCIA
• Uma corrente, liderada por Hans Kelsen, vê a constituição apenas no sentido jurídico, sendo a constituição considerada norma
pura, puro dever-ser, sem qualquer pretensão à fundamentação sociológica. (certa) 2018 - MPE-MS
• Peter Häberle adota uma visão da Constituição como um processo político, o que conduz à afirmação de que a verdadeira
constituição resulta de um processo interpretativo conduzido à luz da publicidade. (certa) VUNESP - 2019 - TJ-RO - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• MODERNAMENTE, a Constituição vem sendo compreendida através das seguintes teorias e perspectivas:

Diferentemente da concepção sociológica de Lassalle, a constituição não seria apenas um


TEORIA DA FORÇA
resultado sociológico da sociedade, mas também, e principalmente, teria o poder de modificar
NORMATIVA DA
o conjunto de forças, moldar a sociedade como ela é. Em outras palavras, a Constituição teria
CONSTITUIÇÃO
o poder de moldar a realidade. (Konrad Hesse)
Há um déficit de concreção normativa. O distanciamento em relação à realidade social pode
CONSTITUIÇÃO conduzir a um desgaste das constituições simbólicas. O resultado seria a eclosão de
SIMBÓLICA movimentos sociais e políticos que buscam transformações efetivas no sistema constitucional.
(Marcelo Neves)
A constituição é documento dinâmico que acompanhe as modificações e necessidades da
CONSTITUIÇÃO ABERTA
sociedade. (Peter Häberle).
A constituição deve refletir o pluralismo social, político e econômico da sociedade e assegurar
CONSTITUIÇÃO SUAVE
as condições possíveis para a vida em comum, por intermédio de uma dogmática “fluida”.
OU DÚCTIL
(Gustav Zagrebelsky)

CONSTITUIÇÃO A constituição funciona como uma “moldura” e serve para delimitar os limites de atuação do
MOLDURA legislador infraconstitucional.

• De acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade
devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da
realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo apenas determinada pela
realidade social, mas determinante em relação a ela. (certa) CESPE - 2009 - TRF - 5ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL
• Para a teoria da força normativa da constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -, a constituição
tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a reflexão dos valores essenciais da comunidade política submetida.
(certa) CESPE - 2010 - MPE-RO

• Da relação entre texto constitucional e realidade constitucional, tem-se, como reflexo da constitucionalização simbólica em
sentido negativo, uma ausência generalizada de orientação das expectativas normativas conforme as determinações dos
dispositivos da Constituição. (certa) CESPE - 2015 - DPE-RN
• A preocupação com a implementação de dispositivos constitucionais e, em particular, de suas promessas sociais, não é central.
As controvérsias constitucionais são decididas com base nos códigos da política e conforme conflitos de interesse. Nessa luta,
acabam preponderando os interesses dos grupos mais poderosos, dos denominados “sobrecidadãos”, que conseguem utilizar
a Constituição e o Estado em geral como instrumento para satisfazer seus interesses. A juridicidade da Constituição fica
comprometida pela corrupção da normatividade jurídica igualitária e impessoal, conforme o binômio legal-ilegal. As controvérsias
constitucionais são decididas com base no código do poder. A concepção de Constituição a respeito da qual o texto precedente
discorre denomina-se constituição simbólica. (certa) CESPE - 2018 - TJ-CE - JUIZ SUBSTITUTO
• A concepção aberta da constituição é aquela interpretada por todo o povo em qualquer espaço e, não apenas, pelos juristas, no
bojo dos processos. (certa) 2014 - DPE-MG
• Constituição dúctil (Zagrebelski) é aquela que reflete o pluralismo social, político, social e econômico, como necessidade de a
Constituição acompanhar a perda do centro ordenador do Estado. (certa) 2016 - PGE-MS
• A concepção que compreende o texto da Constituição como não acabado nem findo, mas como um conjunto de materiais de
construção a partir dos quais a política constitucional viabiliza a realização de princípios e valores da vida comunitária de uma
sociedade plural, caracteriza o conceito de constituição dúctil. (certa) CESPE - 2019 - TJ-BA - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO
• De acordo com o conceito de Constituição-moldura, o texto constitucional deve apenas apresentar limites para a atividade
legislativa, cabendo ao Poder Judiciário avaliar se o legislador agiu conforme o modelo configurado pela Constituição. (certa) CESPE
- 2017 - TJ-PR - JUIZ SUBSTITUTO

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