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DIREITO CONSTITUCIONAL

ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO

INTRODUÇÃO
O art. 1º da CF deixa claro a adoção do PRINCÍPIO FEDERATIVO como
critério de organização político-administrativa do Estado
- ESSA NORMA É MATERIAL OU FORMALMENTE CONSTITUCIONAL?
Materialmente porque trata da existência da unidade política. Não fosse isso a
ideia de federação não teria rigidez constitucional

MATERIALMENTE FORMALMENTE
CONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL
Normas que tratam de DECISÕES Normas que estão previstas na CF
POLÍTICAS FUNDAMENTAIS → mas não tratam de matérias que
modo e forma de existência da precisam estar na CF
unidade política
- é a concepção política de Carl
Schimitt da constituição

A forma federativa é CLÁUSULA PÉTREA, ou seja, não pode ser alterada nem
por EC → é uma LIMITAÇÃO MATERIAL DO PODER CONSTITUINTE
DERIVADO
Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I - A FORMA FEDERATIVA DE ESTADO;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
→ FO DI VO SE

obs¹: “TENDENTE A ABOLIR”. Tribunais e doutrinas já pacificaram que essa


expressão só protege o núcleo essencial do tema, ou seja, não é uma absoluta
imutabilidade, é só uma proteção do núcleo essencial. Não posso
restringir, mas posso ampliar ou sofisticar (ex: direito a duração razoável do
processo foi inserido no art. 5º pela EC 45/04)

obs²: SÓ A FORMA DE ESTADO É CLÁUSULA PÉTREA – FORMA DE


GOVERNO (REPÚBLICA) E SISTEMA DE GOVERNO (PARLAMENTARISMO) NÃO
É CLÁUSULA PÉTREA.

É POSSÍVEL EMENDA QUE ALTERA A DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA


ENTRE OS ENTES QUE INTEGRAM? SIM. Porque não altera a forma
federativa do Estado, mas desde que não esgote por completo a competência
de um ente federado
EXISTE NO BRASIL O DIREITO DE SECESSÃO? Não.
- é o desligamento da federação de um dos entes federativos
CF PREVÊ QUE A UNIÃO ENTRE OS ENTES QUE INTEGRAM A FEDERAÇÃO É
INDISSOLÚVEL E, HAVENDO ALGUM MOVIMENTO NESSE SENTIDO, SERIA
CASO DE INTERVENÇÃO FEDERAL

FORMA DE ESTADO
É a forma de organização do estado e vai depender de como o estado distribui
o poder político no território
* a forma federativa (adotada no BR) é inspirada nos EUA, em que os estados
abriram mão do poder único, absoluto que tinham para formar o estado
americano → é o que ocorreu aqui, mas temos um plus a mais porque demos
autonomia ainda aos municípios
Temos algumas formas de organização do estado, mas os principais são:
ESTADO UNITÁRIO E FORMA FEDERATIVA

• ESTADO UNITÁRIO: CENTRALIZAÇÃO POLÍTICA


- mas o fato de ser CENTRALIZADO POLITICAMENTE não impede a
descentralização administrativa, afinal, é impossível o Estado ser
totalmente centralizado. Ele pode descentralizar adm. e esses entes vão
ser subordinados ao poder central
- o Brasil já foi assim durante o Brasil/Colônia: o poder não estava
dividido, havia só o poder central e as províncias adm. estavam
subordinadas a ele
* esse modelo é mais adequado para países com menor dimensão
territorial

• ESTADO FEDERADO: as funções próprias do estado são divididas


entre as esferas de governo → estão divididas entre os entes
estatais com autonomia
* a autonomia é a grande característica da federação: os entes exercem
suas competências com autonomia própria, sem subordinação
* ex: CF diz quais são as competências do poder central, que é a União;
quais são dos estados etc.

“É A REUNIÃO FEITA PELA CF DE ENTIDADES POLÍTICAS AUTÔNOMAS


UNIDAS POR UM VÍNCULO INDISSOLÚVEL”
* é a CF que une os entes da federação
* não existe direito de secessão e qualquer movimento nesse sentido vai ser
coibido, totalmente intolerável

• ESTADO REGIONAL: é o típico da Itália. Parece com o unitário porque


não tem descentralização política, só a administrativa, mas tem
descentralização legislativa, ou seja, o poder central deu algumas
atribuições às regiões
-”de cima para baixo”
• ESTADO AUTÔNOMICO: também não tem descentralização polícia,
mas tem a descentralização administrativa e legislativa

• CONFEDERAÇÃO: é a união de estados soberanos e é criada


geralmente por tratado ou até adotar um documento comum como
“constituição”
- ainda que chame o documento comum de constituição, a natureza vai
ser de tratado ou acordo porque eles não vão abrir mão da soberania
- há quem diga que aqui não é forma de estado porque não tem divisão
geográfica, mas a junção de estados soberanos

FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO
Entidades políticas autônomas – Estados soberanos – unidos
unidos pela CF por tratado ou acordo
Entes tem autonomia Entes tem soberania
Não tem direito de secessão Tem direito de secessão →
mantêm a soberania e um
estado o subscreve
Tem o órgão de cúpula do Não tem o órgão porque cada
judiciário para solucionar um é soberano, mas tem um
conflito entre os entes congresso confederal
ex: Brasil, EUA ex: Emirados Árabes Unidos

* POR QUE A UNIÃO EUROPEIA NÃO É CONFEDERAÇÃO? Porque ela não é um


estado, mas se um dia virar um estado vai ser.
* as 13 colônias da inglaterra, logo que viraram independentes, com medo de
regredirem à condição colonial, fizeram um tratado e constituíram uma
confederação: todos os participantes eram soberanos e um estado o
subscreveu. Depois viraram federaçaõ

- haveria ainda a COMUNIDADE: que é o que tem na UNIÃO EUROPEIA, vários


países unidos e abrindo mão de alguns pontos de sua autonomia
* eles tem um parlamento europeu e por muito pouco quase tiveram uma CF
unitária
1ª - Questão:
Sobre o Estado regional e o Estado autonômico responda aos seguintes itens, com a indicação de
exemplos:
a) no Estado regional os poderes locais desempenham atividade constituinte derivada?
b) no Estado autonômico os poderes locais dispõem de iniciativa para a elaboração de seus estatutos
político-administrativos?
a) sim, no estado regional há centralização política, havendo apenas a
descentralização administrativa e a legislativa
b) sim, lá há descentralização legislativa e o poder é exercido “de baixo para
cima”

ESTADO REGIONAL – estado central que propõe iniciativa


ESTADO AUTÔNOMO – regiões autônomas que propõe iniciativa

No Brasil isso precisou ser adaptado porque temos a singularidade da


autonomia dos municípios. COMO ISSO FOI FEITO? Enumeramos as
competências em que a União atua sozinha (art. 21 e 22); os que ela atua em
conjunto com outros entes (art. 23 e 24) e o remanescente aos estados
- E OS MUNICÍPIOS? Vai suplementar a legislação estadual e federal no que
couber e atenderá os interesses locais

QUAL CRITÉRIO USADO PARA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA? Critério


da predominância de interesses
• UNIÃO: predominante interesse nacional (ex: serviço diplomático;
defesa a agressões externas)
• ESTADOS: predominante interesse regional
• MUNICÍPIO: predominante interesse local (ex: coleta de lixo; limpeza
urbana)
- o transporte coletivo deixa bem claro esse critério → se for prestado dentro
do município, é competência do município; se dentro do estado, é estadual e,
por fim, pode ser da união. O serviço é o mesmo, só vai mudar o interesse

COOPERAÇÃO ENTRE OS ENTES QUE INTEGRAM A CF


Algumas CF estabelecem maior ou menor cooperação. No caso do Brasil o
cooperalismo federativo se mostra necessário, visto que alguns serviços
públicos precisam dessa cooperação para que sejam prestados (ex: a União
nunca conseguiria atender sozinha a saúde no Brasil todo; município também
não porque não teria condição econômica para isso)

Isso fez com que a CF criasse as COMPETÊNCIAS COMUM A TODOS OS


ENTES ESTATAIS (e aqui está educação e saúde, entre outros)
* mas para definir as competências comum a CF precisou tomar cuidado para
que não ficasse tudo solto: a CF define a competência que vai ser comum e lei
complementar específica vai definir a competência de cada ente estatal dentro
dessa cooperação
* ex: na educação o município cuida mais no ensino fundamental, união
fomenta recursos e o estado se preocupa mais com o ensino médio → o ideal é
isso, a união fomentando recursos

MAS HÁ CASOS EM QUE, MESMO A LC PREVENTO A COMPETÊNCIA DE


CADA ENTE ESTATAL HÁ DIVERGÊNCIA DE COMPETÊNCIA
ex: questão de medicamentos → a LC define a área de atuação de cada ente
nessa questão, mas há casos em que essa divisão fica complexa e o STF
entendeu que há solidariedade entre os entes (na prática sempre propõem
ação em face do estado e município)
(audio 49)

Nessa questão de a União atuar como fomento → um dos ministérios com mais
recursos hoje em dia é o ministério da cidade (o município cria o seu plano
diretor, mas a CF e estatuto da cidade deixam claro que há necessidade de
fomento por parte da União e o município implementa)

Há um outro instituto que é relativamente recente que é uma marca desse


cooperalismo federativo→ CONSÓRCIOS PÚBLICOS: entes estatais podem se
unir para criar uma pessoa jurídica que vai gerir serviços públicos nos entes
consorciados (ex: 10 municípios fazem consórcio, criam uma PJ para gerir o
sistema de saúde)
* entes estatais autônomos abrindo mão de parte de sua autonomia para criar
uma PJ que vai gerir o serviço ali
* o SUS foi criado para definir como o direito a saúde será fornecido

A federação permite crises federativas e desde a vigência da CF/88 uma


dessas principais crises foi envolvendo os royalties de petróleo: eram pagos
aos estados produtores. Começou a ter muito aqui no RJ e ES e os não
produtores começaram a pressionar pedindo que também recebesse → eram 4
estados produtores e 23 não produtores. Aprovaram projeto que impunha essa
repartição e isso chegou no STF. Tinha até questão que mexia nos contratos
em vigor, atingindo ato jurídico perfeito. Isso ainda não foi totalmente decidido
e está pendente no supremo

Art. 25, § 3º os estados poderão, mediante LEI COMPLEMENTAR, instituir


regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS
Outra singularidade do Brasil → art. 25, §3º da CF
Ex: temos o RJ e as cidades que estão em volta → pessoas de niterói estudam
e usam serviços de saúde daqui etc.
O QUE A CF PRETENDE? Permitir que por LC seja criada a região metropolitana
com planejamento conjunto de algumas funções públicas

MICROREGIÃO
ex: microregião da região dos lagos – se um deles polui a lagoa, todos são
prejudicados. É necessário que todos cuidem daquele ponto que é de interesse
econômico e ambiental de todos

AGLOMERAÇÃO URBANA

1ª - Questão:
Sobre o Estado regional e o Estado autonômico responda aos seguintes itens, com a indicação de
exemplos:
a) no Estado regional os poderes locais desempenham atividade constituinte derivada?
b) no Estado autonômico os poderes locais dispõem de iniciativa para a elaboração de seus estatutos
político-administrativos?

CASO CONCRETO 01
q.2) ADI 3478 - não pode haver indicação de uma religião específica

FEDERAÇÃO BRASILEIRA

CONCEITO
“É A REUNIÃO FEITA PELA CF DE ENTIDADES POLÍTICAS AUTÔNOMAS
UNIDAS POR UM VÍNCULO INDISSOLÚVEL”
* é a CF que une os entes da federação
* não existe direito de secessão e qualquer movimento nesse sentido vai ser
coibido, totalmente intolerável

FEDERAÇÃO TEM 2 GRANDES PILARES:


(i) TODA ENTIDADE TEM AUTONOMIA E A REUNIÃO DELES FORMA A
SOBERANIA
(ii) É CRIADA A PARTIR DE UMA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- por isso se diz que A AUTONOMIA É PLÚRIMA E A SOBERANIA É ÚNICA
- CF é a certidão de nascimento da federação

CLASSIFICAÇÃO DAS FEDERAÇÕES


1. QUANTO À ORIGEM
• POR AGREGAÇÃO/FEDERAÇÃO PERFEITA: os estados nacionais (até
então soberanos) que se reúnem criando o vínculo federativo → abrem
mão da soberania para o conjunto e se tornam parte da federação
◦ MOVIMENTO CENTRÍPETO (de fora para dentro)
◦ ex: EUA

• POR SEGREGAÇÃO/FEDERAÇÃO IMPERFEITA: o estado unitário se


desfaz e pulveriza as atividades
◦ MOVIMENTO CENTRÍFUGO (de dentro para fora)
◦ ex: BRASIL
obs.: essa classificação pode ser falada como “MOVIMENTO DE FORMAÇÃO”,
classificando em MOVIMENTO CENTRÍPETO E CENTRÍFUGO

2. QUANTO À ATUAL CONCENTRAÇÃO DE PODER


Temos várias possíveis classificações, mas a principal é a de Dircês Torrecillas
Ramos → tese do FEDERALISMO ASSIMÉTRICO: mas haveria assimetria de
poderes e ela é inerente à federação, ora a favor da união e ora a favor do
Estado e por isso ele criou essa classificação – não tem como garantir a
simetria perfeita para ele:
Com isso ele dividiu em força centrífuga e centrípeta, a depender da
formação histórica
• FORÇA CENTRÍPETA: as atribuições estão concentradas no
centro, a União possui o maior volume de atribuições
◦ OBS.: de atribuições e de valores arrecadados (vide EC 105/19, que
criou o art. 166-A, permitindo que deputados e senadores apresentem
emendas à lei orçamentaria anual transferindo recursos do orçamento
da União para E, M e DF (mas que não pode ser usado para
pagamento de pessoal e endividamento do ente)
◦ ex: Brasil → criados por força centrífuga e hoje é centrípeta →
Nathalia Masson fala que isso é porque “aquele que detém o poder é
sempre parcimonioso ao partilhar e entrega o mínimo possível para
fundar a federação”

• FORÇA CENTRÍFUGA: tendenciosa as periferias (UNIÃO → ESTADOS)


◦ é o caso dos EUA: os estados membros tem mais funções do que a
“União”

Isso tem a ver com a formação histórica da federação, mas tem pertinência
até hoje: nos EUA os estados mantiveram o poder que sempre tiveram, os
estados legislam sobre direito penal, processo penal etc. Aqui é diferente: a
União que foi p/ fora
QUAL É O CRITÉRIO? Atual concentração de poder

obs.: Espanha tenta criar uma federação de calibração = os entes vão ter
autonomia, mas não vai ser igualitário. Algumas províncias vão ter maior
autonomia do que outras. MAS ISSO AINDA NÃO FOI APROVADO, ELES ESTÃO
TENTANDO

3. QUANTO À REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS


• DUAL/CLÁSSICA: os entes federativos possuem atribuições isoladas –
cada um com a sua competência indelegável/privativa, que serão
exercidas sem comunicação, sem apoio dos outros

• FEDERAÇÃO COOPERATIVA – adotada: cada ente tem suas


atribuições próprias que serão cumpridas isoladas, mas também
possuem competências comuns, que serão cumpridas por meio de
colaboração (vide competências concorrentes e comuns)

4. QUANTO ÀS ESFERAS INTEGRANTES DA FEDERAÇÃO:


• SEGUNDO GRAU: tem a ordem jurídica central e as regionais – União e
Estados (ex: EUA)
• TERCEIRO GRAU – É O NOSSO DIFERENCIAL: inclui uma terceira
ordem, que é com os municípios

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
O autor mais citado é Michel Temer. Ele coloca que características tem 2
gêneros: DE CONSTITUIÇÃO E DE CONSERVAÇÃO

- CARACTERÍSTICAS DE CONSTITUIÇÃO: Temer fala que são os 3 traços


mínimos para formação da federação (SEM ELAS A FEDERAÇÃO NEM NASCE)
1. UNIÃO DE ENTIDADES POLÍTICAS AUTÔNOMAS POR VÍNCULO
INDISSOLÚVEL entre entes federativos dotados de autogoverno,
autoadministração e auto-organização → ISSO É DESCENTRALIZAR
O QUE É TER AUTONOMIA? É ter capacidade de se autodeterminar – se o
estado pode se autodeterminar, ele tem autonomia. Essa autonomia se divide
em 3 espécies – tríplice capacidade:

a) AUTO-ORGANIZAÇÃO: é a capacidade de elaborar constituição ou


instrumento análogo a ela (que é o caso dos municípios e DF, que
criam leis orgânicas)
▪ DF E MUNICÍPIOS TEM AUTO-ORGANIZAÇÃO, MAS É MITIGADA, É
EM MENOR GRAU EM RAZÃO DA SIMETRIA
Então é errado falar que não tem auto-organização no DF e
municípios, pois eles têm sim, mas em grau inferior
◦ PRINCÍPIO DA SIMETRIA: a CF/88 é analítica (detalha os
assuntos de organização e funcionamento do estado e muito
mais coisa) e, ao exercer a auto-organização, precisam
adaptar suas normas às da CF (ex: o município não pode
adotar o bicameralismo; não pode uma CE elencar que o
chefe do executivo vai ser um monarca)
◦ ex: para que o PR se ausente do país por mais de 15 dias,
precisa de autorização expressa → veio uma lei estadual
exigindo que a ausência de 1 dia já exige autorização. Isso
chegou no STF, que foi analisar a razão de ser da norma
constitucional e entendeu que a estadual sera
inconstitucional
▪ eles podem criar também o resto do corpo normativo, as outras
leis (tem doutrina que acha que isso é a 4ª capacidade, mas a
Nathalia entende que está junto com a auto-organização

b) AUTOGOVERNO: capacidade de criação de órgãos supremos e


escolha de agentes públicos para o seu desempenho
ex: concurso público é forma de autogoverno
* Nathalia Masson: capacidade de eleger seus próprios representantes

c) AUTOADMINISTRAÇÃO: é ter seu próprio órgão para prestar os


serviços públicos – capacidade de se decidir quanto aos interesses
locais (seria qualquer serviço) → “não depender de terceiros”

* Nathalia Masson: capacidade de cada ente exercer suas atividades

• FEDERAÇÃO NÃO ACEITA SECESSÃO – O VÍNCULO É ETERNO E


INDISSOLÚVEL). Ucrânia não estaria em risco de secessão porque é
estado unitário – estado unitário não ocorre secessão
• POR QUE NO ART. 1º DA CF UNIÃO TEM LETRA MINÚSCULA E NO
ART. 18 É MAIÚSCULA?
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
No Art.1° porque quer dizer união como vínculo – não aceita
secessão.
No art.18 porque não é união vínculo e sim União como entidade → É
O PACTO FEDERATIVO (reconhece a todos autonomia)

QUANDO NASCEU A IDEIA DO CONSTITUCIONALISMO? NA GRÉCIA – na


Grécia que nasceu a ideia de federação (em prova pergunta isso)

2. BICAMERALISMO de maneira a possibilitar a participação da vontade


regional na formação da vontade nacional – o poder legislativo é bicameral
para permitir que a vontade estadual participe da vontade nacional ou
brasileira
O QUE É BICAMERALISMO? 2 casas. O poder legislativo da União é composto
em 2 casas: câmara e senado, mas isso não se aplica aos Estados, DF e
Municípios, que são unicamerais
• POR QUE ISSO? Para permitir a participação da vontade regional
na formação da vontade nacional. COMO ISSO OCORRE? Pelo Senado
(lá a formação é igualitária, armas são iguais)
◦ POR QUE NÃO NA CÂMARA? A composição dos deputados é
proporcional ao tamanho do estado e do DF, NÃO HÁ GARANTIA DE
QUE OS ESTADOS VÃO FAZER VALER SUA VONTADE (ex: SP tem 80
membros e RO tem 8)
◦ a função do senado é de neutralização de interesses que
eventualmente tenham se polarizado na câmara

• QUAL A REPERCUSSÃO JURÍDICA ? Quem fala por último no processo


legislativo, em regra, é o Senado para garantir a neutralização de
interesses (salvo nos casos em que a iniciativa for do PR)
◦ na câmara o domínio é do sul e sudeste (população maior) e no
senado há dominação do norte e nordeste (tem mais estados)

• QUAL A REPERCUSSÃO NA ARQUITETURA? 2 prédios iguais. Câmara


na direita voltada para cima porque tem por missão a inovação (é ela
que inicia o processo legislativo, voltada ao sol, criação). O senado é
equilíbrio, voltado para baixo, equilíbrio que o chão dá. Poderes iguais
com funções diferentes e por isso o jogo de arquitetura

• QUAL A REPERCUSSÃO POLÍTICA? Hoje no Brasil os domínios da


câmara pertencem ao Sul e Sudeste. Senado norte e nordeste →
PORQUE ISSO? Pois no sul e sudeste a população é maior. Nordeste e
norte domina Senado pois são mais estados.
→ Bicameralismo é comum em estados federados. Mas há federações sem
bicameralismo (ex: Venezuela) e há bicameralismo sem federações (ex: Reino
Unido)

3. REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIA:


* lá embaixo tem um tópico só disso

- CARACTERÍSTICAS DE CONSERVAÇÃO:

1. EXISTÊNCIA DE ÓRGÃO COMPETENTE PARA CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS E ATOS NORMATIVOS
• obs.: não é órgão JUDICIAL → a exigência mínima é que tenha um
órgão, não se exige que seja judicial e muito menos concentrado. Não
vem ao caso qual órgão e quantos órgãos, o estado que vai decidir
• aqui no Brasil por exemplo não é concentrado, temos o controle
constitucional difuso

2. LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO


DECORRENTE:
◦ Esse poder não é ilimitado, está limitado pela CF e a principal delas é
o princípio da simetria
◦ O STF trata simetria como regra, mas isso deveria ser exceção:
quanto mais simetria for exigida, menor vai ser a autonomia. A
grande dificuldade prática é saber quando a simetria se aplica e a dica
é pensar: SE EU CRIAR NORMA DIFERENTE VAI COLOCAR EM
RISCO O EQUILÍBRIO DO VÍNCULO FEDERATIVO?
▪ Ex: igualdade de gênero – se um estado entendesse pela igualdade
e outro não isso colocaria em risco o vínculo federativo
▪ constituição de estado não tem que ser cópia da CF, tem
autonomia para mudar isso, desde que não coloque em risco o
vínculo federativo (ex: legitimidade ativa para ADI estadual é
diferente da CF mas isso não coloca em risco o vínculo federativo)

Barachio fala de normas de repetição e normas de imitação – nas duas tem


normas iguais. Na repetição é igual porque não poderia ser diferente – se
aplica a simetria; na imitação é igual, embora pudesse ser diferente – não tem
simetria
- o STF é muito criticado pelo uso que faz da simetria

3. INTERVENÇÃO FEDERAL: precisa haver a previsão de intervenção


federal
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
É a 3ª característica/elemento da formação do federalismo
O QUE É COMPETÊNCIA? É o limite ou medida do poder político na federação
– sempre que o poder político for limitado, essa medida vai ser competência
* é instrumento do constitucionalismo, que é a limitação de poderes

QUAL O CRITÉRIO UNIVERSAL DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS?


PREDOMINÂNCIA, PREPONDERÂNCIA OU PREVALECÊNCIA DE
INTERESSES (nunca interesse exclusivo porque não há interesse só de um)
* vamos ter vários sistemas ao longo do mundo e eles têm o mesmo ponto de
partida, predominância de interesses, mas a depender do sistema, vamos
chegar em coisas diferentes

COMO FUNCIONA ESSE CRITÉRIO? Vou ver qual ente político tem maior
interesse naquele tema
• UNIÃO: predominante interesse nacional (ex: serviço diplomático;
defesa a agressões externas)
• ESTADOS: predominante interesse regional
• MUNICÍPIO: predominante interesse local (ex: coleta de lixo; limpeza
urbana)
(o transporte coletivo deixa bem claro esse critério → se for prestado dentro
do município, é competência do município; se dentro do estado, é estadual e,
por fim, pode ser da união. O serviço é o mesmo, só vai mudar o interesse)

obs.: o critério universal é a predominância de interesse (predominância,


nunca exclusividade), mas no brasil vemos algumas situações em que essa
predominância não é analisada:
• somos centralizadores e acabamos deslocando algumas matérias de
interesse regional para União e ainda tem a questão de alto custo para
implementar algumas atribuições e o desejo de ter uniformidade
legislativa na federação

DIREITO COMPARADO – SISTEMAS DE REPARTIÇÃO:


obs.: só o Brasil trabalha com 3 níveis, por isso só vamos falar em estado e
união
• INDIANO: a CF enumera as competências federais e as estaduais
• CANADENSE: a CF enumera as competências do estado e o
remanescente e que não for a ela proibido vai para a União
• AMERICANO: é o canadense invertido. CF enumera competência para
União e reserva o remanescente para o Estado
- EXPRESSA/ REMANESCENTE/
ENUMERADA RESIDUAL
INDIA UNIÃO/ESTADO -
CANADÁ ESTADO UNIÃO
EUA UNIÃO ESTADO

QUAL O MODELO ADOTADO NO BRASIL?


Em regra, tivemos influência do modelo americano (art. 25, §1) porque
enumeramos a da União e colocamos o que sobra ao estado, mas há um caso
específico em que a CF enumera todas as competências: matéria de
impostos (art. 153, 155 e 156)
* além disso, temos 4 situações em que nos aproximamos ao modelo
canadense. 3 que dão competência ao Estado e 1 norma aplicada ao Município
• Art. 18, §4º. A criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações
dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei
◦ Veio com a EC 15/96 para tentar coibir a emancipação de
municípios: passou a exigir a consulta de todos os municípios
(antes era só do município a ser emancipado) → há um caso
famoso na Bahia que ocorreu a emancipação sem essa consulta
e o STF reconheeceu a inconstitucionalidade mas não declarou
por causa dos efeitos
▪ COMO ASSIM? Via de regra, se a lei é inconstitucional, ela é
nula e a declaração gera efeitos ex tunc, mas há casos em
que o STF reconhece a inconst., mas permite a permanência
• Nesse caso permitiu por conta da segurança jurídica: já
tinha lei orgânica, já tinha tudo e viu que foi
inconstitucional
• OUTRO EXEMPLO: ACP ajuizada pelo MPSP para reduzir o
número de vereadores em Miraflores de 11 p/ 9 porque é
o número que a CF determina. STF reconheceu que a
LOMSP era inconstitucional, mas não determinou a
devolução dos salários e atos legislativos
• Art. 25, §2º. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou
mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.
◦ O STF demorou para reconhecer a possibilidade de estados
editarem MP nos casos em que a CF permite. Esse artigo já dizia
isso: se faz a ressalva aqui é porque nos outros casos poderia
• Art. 25, §3º. Os Estados poderão, mediante lei complementar,
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a
execução de funções públicas de interesse comum.
◦ Os consórcios públicos surgem aqui (não acontecem só aqui,
mas geralmente acontecem aqui)
• Art. 30. elenca as competências dos municípios (destaque ao inciso
I e V)

MODELO ADOTADO NO BRASIL – Fernanda Dias Almeida, autora que criou


a tese de que temos 2 planos diferentes de repartição: repartição em plano
horizontal e repartição em plano vertical
(detalhe histórico: até o século XVI o Brasil só tinha plano horizontal, agora
tem os 2)
PLANO HORIZONTAL PLANO VERTICAL
Distribuição de matérias DISTINTAS Distribuição de matéria IDÊNTICA
entre as entidades federativas, entre as entidades federativas,
compreendendo as competências compreendendo as competências
exclusivas e as competências comuns e as competências
privativas de CADA unidade da concorrentes de TODAS as unidades
federação da federação

- formam o critério de predominância - competência em condomínio


de interesse - formam uma torre
- formam uma mesa - INFLUÊNCIA ALEMÃ
- INFLUÊNCIA AMERICANA

1. PLANO HORIZONTAL: ideia de fracionamento, divisão e atribuição de


frações a cada ente, conforme o interesse preponderante e é de influência
americana
*”DISTINTAS”: temos matérias distintas (A, B e C)
*”CADA”: cada matéria é dada a um ente conforme interesse predominante (A
– para união; B para Estados; C para municípios)
* o plano horizontal tem 2 espécies: COMPETÊNCIA PRIVATIVA E EXCLUSIVA
EXCLUSIVA PRIVATIVA
É DELEGÁVEL
É INDELEGÁVEL
(DICA: E → I (VOGAL) - art. 22 da CF, desde que POR LEI
COMPLEMENTAR + FAVOREÇA O
- art. 21 da CF ESTADO + QUESTÕES
ESPECÍFICAS

ÚNICO CASO DE DELEGAÇÃO DO ART. 22, PU → piso salarial. Lei


complementar federal delegou aos estados a competência de legislar sobre
esse tema (art. 22, I define como competência da união, mas o PU permite a
delegação)
* o estado do RJ fez 5 leis sobre isso, as 4 primeiras foram declaradas
inconstitucionais e a última foi declarada constitucional
CUIDADO.: o art. 22 foi técnico e fala em privativo, mas há algumas
disposições atécnicas. Vide art. 84: tem 21 incisos, mas o PU fala que só
alguns podem ser delegáveis (embora o caput fale em competência privativa)
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

(em uma prova do MPRJ foi perguntado sobre o sentido de privativo usado
pelo legislador)
QUE VALOR CENTRAL ESSE PLANO TEM? É DE COMPARTIMENTAÇÃO (é
como fracionamento, divisão, etc) e atribuição para cada ente daquela divisão
– influência americana

2. PLANO VERTICAL:
O valor central é no compartilhamento, não é fragmentar, é manter o poder
político intacto e todos o exercendo
Influência alemã → federalismo cooperativo alemã. Compartilhamento
enquanto compartilhamento
Reúne 2 competências a partir do critério de cumulatividade. A ATUAÇÃO DE
UM ENTE EXCLUI A DO OUTRO? OU TEMOS PARCERIA ENTRE ELES?
* ideia de adição ou de subtração

COMUM CONCORRENTE
É cumulativa – é o habitat propício Não cumulativa → a atuação de um
para parcerias exclui a do outro. Parcerias inviáveis
* soma de esforços para o objetivo * concorrente = concorrência entre
comum eles, “disputa”
Art. 23 caput + PU

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios:
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
O ART. 24 ENGLOBA O MUNICÍPIO? STF entende que sim
(colocar remissão do art. 30, §2º no art. 24 = se a competência é de
suplementar, ele também está incluído aqui → não faria sentido a CF dar
autonomia igual aos entes e se aqui é condomínio, ele tem que participar
Seguindo esse raciocínio consideraríamos como constitucional uma lei
municipal de proteção ambiental (art. 24, inciso VI)

COMO ENTENDER OS § DO ART. 24?


Alice Gonzales Borges tem um livro interpretando o art. 24, §1º e diz que
NORMA GERAL é a que consagra um princípio e tem aplicação uniforme
em todo o Brasil.
• SE A UNIÃO JÁ PRODUZIU A NORMA GERAL: estado, DF e município
suplementam essa norma geral – eles não podem inovar, só vão
produzir a especial (concretizar o abstrato)
◦ ex – MP: a lei 8625/93 é a LONMP com normas gerais, editada pela
União. Os estados criaram as normas especiais (RJ criou a LC/RJ
106/03, LOMPRJ). Eles suplementaram e não inovaram

• SE A UNIÃO NÃO PRODUZIU AINDA: vai faltar balizamento que


reduza sua capacidade legislativa e os entes vão ter capacidade plena
◦ E SE DEPOIS A UNIÃO PRODUZIR A NORMA GERAL? É o §4º. Vai
suspender a eficácia no que for contrário
▪ NÃO É REVOGAÇÃO. Lei federal nunca vai revogar lei estadual
porque isso quebraria o sistema federativo
▪ SÓ SUSPENDE NO QUE FOR INCOMPATÍVEL. Se for compatível,
ambas permanecem válidas em harmonia
obs.: se a União elaborar a lei geral depois, vai suspender a do
estado no que for contrária e se essa norma geral for declarada
inconstitucional, volta a do estado
▪ ex: defensoria pública não tinha norma geral, RJ fez a LC/RJ 6177.
Depois veio a lei federal 80/94 → se a 1ª prevê férias de 100 dias
e a 2ª de 30, prevalece a 2ª

- principais artigos sobre competência: art. 21 a 24

DICA PARA QUESTÕES DE COMPETÊNCIA: sempre observar o objeto


imediato da lei, sobre o tema da lei. Sem olhar para os efeitos mediatos, que
são os efeitos que ela pode gerar

- QUESTÕES POLÊMIAS SOBRE COMPETÊNCIAS:


A principal questão do art. 21 hoje em dia é a TELECOMUNICAÇÃO, que é de
competência da União
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão,
os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a
organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais;
* ex: LEI MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO PROIBINDO QUE NO BAIRRO X SEJA
INSTALADO ANTENA DE TELEFONIA CELULAR É CONSTITUCIONAL? SIM.
Embora a matéria seja de telecomunicação, o que a lei faz é regular o
urbanismo (matéria de interesse local). Não discute questão de telefonia aqui,
não fala de frequência etc. A LEI GERA OUTROS EFEITOS, MAS EM
ESSÊNCIA É DE URBANISMO (art. 30, I)
* STF já declarou inconstitucional uma lei estadual que dispunha sobre a
possibilidade de acumular minutos mensais para os próximos meses → isso era
para União fazer e não os estados

Até hoje se discute sobre CONSTITUCIONALIDADE DO RODÍZIO DE


CARROS EM SP: uma lei municipal não pode regular direito de propriedade
- temos que analisar o objetivo direto da lei, que é permitir a circulação urbana
adequada. Ela repercute em direito de propriedade, ambiental, civil etc, mas
aqui está dentro do interesse local

LEI MUNICIPAL PREVENDO DIAS “SANTOS” COMO FERIADO. Também é


lei de mobilidade urbana, a lei fala que, por ser homenageado São Jorge
naquele dia, a mobilidade urbana pode ser prejudicada

* agora em relação aos art. 22 e 23 temos os casos concretos propostos pela


escola
1ª - Questão:
Determinado Estado da Federação propõe demanda em face da União, em virtude de a ré ter
inscrito o autor em cadastro de inadimplentes, relativamente a pendências levadas a efeito pelo
INCRA e IBAMA, o que o impede de obter benefícios financeiros junto à União.
O autor alega que a inscrição é indevida, uma vez que as pendências têm como origem atos de
1ª - Questão:
governos passados, e pugna pela aplicação do princípio da intranscendência.
Ademais, o autor afirma que a inscrição se deu em decorrência de pendências administrativas
relativas a débitos já submetidos a pagamento por precatório, por incompatibilidade com o
postulado da razoabilidade.
Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgado o caso.
COMPETE A UNIÃO MATÉRIA DE INCRA E IBAMA? Compete – art. 22, I e 23
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho; - AGRÁRIO ENVOLVE O INCRA
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios:
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;

POSSO LEVANTAR A QUESTÃO DA INTRANSCENDÊNCIA?


PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA SUBJETIVA DA SANÇÕES: a sanção
aplicada a uma pessoa não pode passar pela outra
Mas quem recebe pelo débito é o Estado, o estado continua responsável por
ele ainda que haja sucessão de governantes

QUESTÃO DO PRECATÓRIO: se já está incluído em pagamento para ser


pago, vai ser pago e não pode ser considerado como inadimplente

RESPOSTA: julga improcedente para União se abster da restrição por conta da


razoabilidade. Se já foi providenciado o precatório, não há o que a União fazer
agora
ACO 3083 (AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA – ação cível de competência do STF)

COVID-19: HÁ MONOPÓLIO DA UNIÃO SOBRE O TEMA OU É


COMPETÊNCIA CONCORRENTE?
STF falou que COVID-19 se enquadra no art.23, II e art. → não pertence a
União o Monopólio
* art. 23, II seria competência administrativa → implementar política pública e
é concorrente a todos os entes
* art. 24 é competência legislativa → concorrente

INTERVENÇÃO FEDERAL
* uma das características referentes a conservação do federalismo
PREVISÃO NORMATIVA: art. 34 e art. 36 da CF

DEFINIÇÃO
O QUE É A INTERVENÇÃO FEDERAL? É O AFASTAMENTO TEMPORÁRIO E
EEXCPECIONAL DA AUTONOMIA POLÍTICA DE UMA ENTIDADE FEDERATIVA
* vamos fragmentar em 3 partes
• AFASTAMENTO TEMPORÁRIO E EXCEPCIONAL (aborda as
características)
◦ TEMPORARIEDADE: a intervenção dura o intervalo de tempo
necessário para reestabelecer a ordem. Nem mais e nem menos,
ainda que dure muito tempo, ela vai acabar

◦ EXCEPCIONALIDADE: só cabe nos casos taxativos do art. 34 – é


exceção e não posso ampliar a numeração (se fosse assim eu
converteria a exceção em regra)
▪ SE ESSA NUMERAÇÃO É EXAUSTIVA, ISSO VALE PARA UNIÃO E
ESTADOS, SOB PENA DE TRANSFORMAR EM EXEMPLIFICATIVA

• DA AUTONOMIA POLÍTICA (aborda objeto): o que é afastado aqui é a


autonomia política, que inclui a tríplice: autoadministração, autogoverno
e auto-organização
◦ A INTERVENÇÃO PODE AFASTAR PARCIALMENTE A
AUTONOMIA POLÍTICA? SIM! Se eu posso afastar tudo, posso
afastar uma parte (os 3 casos que tivemos no Brasil de intervenção
houve o afastamento parcial. No RJ afastou a autoadministração em
relação a segurança pública

• DE UMA ENTIDADE FEDERATIVA (aborda sujeito passivo):


◦ QUE ENTIDADE É ESSA QUE SOFRE A INTERVENÇÃO FEDERAL? Sobre
Estado ou DF
◦ POSSO TER INTERVENÇÃO FEDERAL SOBRE MUNICÍPIO? NÃO. Se o
município sofrer hoje a intervenção, será do estado e não da União,
mas pode ser que no futuro isso venha a ocorrer), mas para isso
precisaríamos de criação de territórios federais e ter divisão desse
território em municípios
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:

HÁ CHANCE DE CRIAÇÃO DE TERRITÓRIOS? Sim, a CF se preocupa em


anexação territorial. Enquanto se discute o que “fazer” com aquele território,
anexa em território federal e depois decide (foi o que aconteceu com o Acre)
* CF/88 extinguiu os territórios federais. NÃO TEMOS MAIS
* QUAL A NATUREZA JURÍDICA DE FERNANDO DE NORONHA? Bem imóvel de
Pernambuco. Uma ilha. Por isso o acordo feito com a União é válido: é de
gestão compartilhada

2ª - Questão:
Analise, em no máximo 15 (quinze) linhas, a constitucionalidade de texto de constituição do
Estado que permite a intervenção estadual em município quando se verificar, sem justo motivo,
impontualidade no pagamento de empréstimo garantido pelo estado ou quando forem praticados, na
Administração municipal, atos de corrupção devidamente comprovados.
Envolve a questão de o estado ampliar na sua CE o rol TAXATIVO do art. 34 da
CF → viola o princípio da simetria e transformaria o rol em exemplificativo,
viola a excepcionalidade da intervenção federal. INCONSTITUCIONAL
* art. 34 não prevê como causa de intervenção a impontualidade de
empréstimo ou corrupção
- SILOGISMO: premissa maior é que não pode ampliar; premissa menor é que
não estão prevista e conclusão é inconstitucionalidade
ADI 6616
A Constituição Estadual não pode trazer hipóteses de intervenção estadual
diferentes daquelas que são elencadas no art. 35 da Constituição Federal.
As hipóteses de intervenção estadual previstas no art. 35 da CF/88 são
taxativas.
Caso concreto: STF julgou inconstitucionais os incisos IV e V do art. 25 da
Constituição do Estado do Acre, que previa que o Estado-membro poderia
intervir nos Municípios quando: IV – se verificasse, sem justo motivo,
impontualidade no pagamento de empréstimo garantido pelo Estado; V –
fossem praticados, na administração municipal, atos de corrupção
devidamente comprovados.
STF. Plenário. ADI 6616/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 26/4/2021
(Info 1014).

PRESSUPOSTOS
São as causas interventivas – art. 34
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
I - manter a integridade nacional; (VIDE ART. 18, CAPUT E PU E ART.
1º) - o vínculo é indissolúvel – vedação ao direito de secessão
- É PARA QUE NÃO HAJA SECESSÃO (separatismo)
- se houver tentativa de cortar o vínculo federativo cabe intervenção federal
- vide art.18 CAPUT e PU

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;


• INVASÃO ESTRANGEIRA: decreta para garantir a soberania nacional
que foi invadida pela invasão de outro → declara no ente invadido
• INVASÃO INTERNA: intervém no invasor e no invadido que violou o
pacto federativo – acontece por forças armadas estaduais, bombeiros e
polícia militar
◦ art. 290 do CPP: prisão em flagrante. Ex: roubo a banco em Itatiaia, 3
agentes. Perseguição desde a consumação. Chegam em SP → se não
fosse esse art. 290 a PMRJ tinha que parar e a PMSP continuar. A
única exigência é apresentar o preso a delegacia do local onde foi
efetuada a prisão
▪ então isso não é invasão, a lei autoriza. qualquer hipótese além do
art. 290 (ex: quando não tem flagrante e não tem mandado) é
invasão

III - pôr termo a grave comprometimento da ORDEM PÚBLICA; → não


importa a causa (se humana ou natural), desde que seja grave.
• CAUSA NATURAL: calamidade pública (ex: tsunami)
• CAUSA SOCIAL: comoção social (ex: brasília em 2023 e RJ em 2018)

IV - garantir o LIVRE EXERCÍCIO DE QUALQUER DOS PODERES nas


unidades da Federação; - vide art. 2º, separação de poderes. SEMPRE
QUE HOUVER COAÇÃO DE UM PODER CONTRA O OUTRO OU
IMPEDIMENTO DE EXERCER SUAS FUNÇÕES PODE ENSEJAR (art. 2 fala
que devem ser harmônicos e independentes entre si → se há coação não há
harmonia)
*ex: judiciário vai julgar uma causa que o estado tem interesse. O estado vai e
condiciona o repasse de verbas a julgar a causa em determinado sentido que
ele indica → é coação, impede a liberdade do poder

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:


a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos
consecutivos, salvo motivo de força maior;
• VIDE art. 29 da LC 101/00 – lei de responsabilidade fiscal: se houver
dívida fundada (a lei fala o que é dívida fundada) e aqui eu posso intervir
◦ O QUE É A DÍVIDA FUNDADA? É aquela que já venceu há 12 meses e
foi contraída para atender desequilíbrio orçamentário ou financeiro de
obras ou serviços públicos
◦ No caso concreto da lei do acre fala que cabe intervenção por mera
impontualidade – não cabe. Precisa de 2 anos

obs.: PODE SER DÍVIDA COM O PARTICULAR, NÃO TEM NADA QUE
IMPEÇA → DÍVIDA VAI GERAR PRECATÓRIO DO MESMO JEITO
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
É UMA OMISSÃO
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA REPARTIÇÃO DE RECEITA
TRIBUTÁRIA TRIBUTÁRIA

Possibilidade de instituição, Necessidade de divisão do valor


arrecadação e cobrança do tributo apurado com os outros entes
ex: MG tem competência sobre o IPVA ex: MG apurou 2x de receita em IPVA,
→ ele pode instituir, arrecadar e precisa repartir entre os municípios
cobrar

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;


obs.: a doutrina entende hoje que para assegurar o cumprimento de lei federal
só vai caber intervenção quando não houver mais solução judicial para o caso
→ ou seja, o governo estadual se recusa e o judiciário não pode fazer nada
- NÃO PAGAR PRECATÓRIO POR NÃO TER RECURSO EXCLUÍ A INTERVENÇÃO?
Deveria ser motivo de intervenção, a dívida é líquida e certa. Mas o STF fala
que não pagar precatório permite a intervenção, mas se for por alegação de
falta de recurso, exclui a possibilidade (isso porque o ato adminstrativo carrega
a presunção de legitimidade). STF FALA QUE AQUI SE APLICA O
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE: se o Estado tem um quadro várias
obrigações a cumprir, ele pode fazer um juízo discricionário sobre conveniência
e oportunidade (quando e se quiser).
CRÍTICAS FEITAS AO STF:
• eles falam que isso é motivo de força maior → força maior é fato
imprevisível e inevitável e aqui é previsível e evitável (se é precatório já
tinha verba destinada)
• ainda que fosse força maior, não excluiria a intervenção porque a IF é
excepcional e quando a CF prevê essa possibilidade, não faz a ressalva
de força maior como fez no inciso V
• o estado não é soberano quando devedor – atribuir esse privilégio a ele é
odioso (assim como todo privilégio é odioso dentro de uma república)

COMO FICA NA PRÁTICA? Acaba não acontecendo nada → ele não paga
porque não tem sanção e a solução é fazer acordo porque ai vai ter solução
por outra via
* daria para discutir aqui a questão do descumprimento da ordem da ADPF de
não intervenção nas favelas
VII - assegurar a observância dos seguintes PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 

SÃO OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS: princípios cuja a


ameaça ou lesão gera a intervenção federal

2ª - Questão:
Determinado estado da federação estabelece um plano de benefícios fiscais para beneficiar os
municípios do seu âmbito territorial, estabelecendo que qualquer descumprimento de suas
cláusulas enseja o não-repasse dos recursos de ICMS previstos na CRFB88.
O município de Ribeirinhas, por dificuldades financeiras, descumpriu uma determinada obrigação
financeira prevista no acordo citado, vendo-se, desta forma, privado dos repasses do ICMS
previstos na CRFB88. Desta forma, recorreu judicialmente contra a medida adotada pelo Estado de
reter os repasses.
Responda fundamentadamente se agiu o pleito do município merece respaldo do ordenamento
jurídico nacional.
ESTADO PODE CONDICIONAR O REPASSE DE VERBAS? A CF determina que
repasse. Não pode o estado condicionar esse repasse a uma hipótese não
prevista em lei
* o estado tem a chave do cofre, mas a propriedade é do município
* art. 158, IV → o recurso é do município e o estado só gere o repasse
ISSO É TÃO INCONSTITUCIONAL E GRAVE QUE GERA INTERVENÇÃO
FEDERAL
RE 572762

REQUISITOS
ATENÇÃO: o art. 36 da CF é um dos mais atécnicos do texto constitucional e,
com isso, sempre que for responder questões desse tipo, tentar fazer um
quadro LÓGICO, sem decorar

Há um gênero que é a intervenção federal e pode ser ESPONTÂNEA OU


PROVOCADA
* art. 36 trata dos casos de provocada

VEJA: o art. 36 fala dos procedimentos de intervenção dos casos do inciso IV,
VI e VII (separação de poderes/lei federal, decisão judicial/princípios
constitucionais sensíveis), MAS NÃO FALA DOS CASOS DO I, II, III E V
* então o I, II, III e V é espontâneo

• ESPONTÂNEA (TUDO QUE BAGUNÇA)


◦ INTEGRIDADE NACIONAL
◦ INVASÃO
◦ ORDEM PÚBLICA
◦ FINANÇAS

• PROVOCADA
◦ SOLICITAÇÃO: quando o poder coagido ou impedido for executivo
ou legislativo
◦ REQUISIÇÃO (no resto)
▪ LIVRE EXERCÍCIO DO JUDICIÁRIO
▪ EXECUÇÃO DE LEI FEDERAL OU DECISÃO JUDICIAL
▪ PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS

PROVOCADA ESPONTÂNEA
POR SOLICITAÇÃO (pedido) OU DECRETADA DE OFÍCIO (ex: pr
POR REQUISIÇÃO (ordem) percebe que ocorreu e já decreta)

MOTIVOS QUE ESTÃO NO ART. 34 E ESTÃO NO ART. 34 MAS O ART. 36


TAMBÉM NO ART. 36 NÃO FALOU

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:


I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido / ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
* só há solicitação no art. 36, I PRIMEIRA PARTE, depois são todos casos de
requisição
SOLICITAÇÃO:
• PODER EXECUTIVO: art. 34, IV c/c art. 36, I inicio

• PODER LEGISLATIVO: art. 34, IV c/c art. 36, I início

REQUISIÇÃO:
• STF: art. 34, IV c/c art. 36, I final

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do


Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do
Tribunal Superior Eleitoral;
* COMO SEPARA A COMPETÊNCIA AQUI? Pela competência da ordem
descumprida (ex: precatório descumprido quem manda é o STJ; matéria
constitucional é STF)
MATÉRIA CONSTITUCIONAL – STF
MATÉRIA LEGAL + ELEITORAL – TSE
MATÉRIA LEGAL NÃO ELEITORAL – STJ
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de
recusa à execução de lei federal.
Aqui vai depender de DECLARAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DA ADI
INTERVENTIVA (OU REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA) PELO STF OU
DA REPRESENTAÇÃO DO PGR PELA INEXECUÇÃO DE LEI FEDERAL
* ADI INTERVENTIVA: acionada quando houver descumprimento do
princípio constitucional sensível, que pode ser
- POR ATO NORMATIVO (leis, decretos)
- POR OMISSÃO DOS VALORES
- POR ATO ADM. QUE AFRONTE OS PRINCÍPIOS SENSÍVEIS
É uma ação direta, controle concentrado de constitucionalidade, mas que não é
de forma abstrata porque tem um conflito de interesses entre União e estado
ou DF → é controle concentrado realizado em concreto
* o PGR É O ÚNICO LEGITIMADO E ATUA EM DEFESA DO PRINCÍPIO
LESADO E EQUILÍBRIO FEDERATIVO
O Gilmar fala que o PGR faz isso em razão do papel de REPRESENTANTE
JUDICIAL DA UNIÃO que ele representa
COMO É? Teve a violação pela lei/ato/omissão → PGR entra com ADI
INTERVENTIVA → se o STF julgar procedente = causa de intervenção

DECRETO INTERVENTIVO
QUEM DECRETA? O PR (art. 84, X da CF)
COMO DECRETA? Através de decreto, DEPOIS DE CONSULTAR O
CONSELHO DA REPÚBLICA E DEFESA NACIONAL

NOMEAÇÃO DO INTERVENTOR:
É SEMPRE NECESSÁRIO? NÃO. Só é nomeado quando for absolutamente
necessário para executar as medidas e substituir as autoridades
- ENTÃO POSSO TER INTERVENÇÃO SEM O INTERVENTOR
QUANDO NOMEADO, PODE PRATICAR 2 TIPOS DE ATO:
• ATOS DE IMPÉRIO: atos decorrentes da delegação recebida – atos em
razão da intervenção
• ATOS DE GESTÃO: tarefas comuns, de manutenção da administração
estadual em funcionamento
- isso é relevante para ver quem vai julgar os atos praticados pelo interventor

ATOS DE IMPÉRIO ATOS DE GESTÃO


Ele age e responde como autoridade A responsabilidade é imputada à
federal – representante da União entidade que sofre a intervenção
Ex: em 2018 no RJ foi nomeado como interventor o general Braga netto → ele
assumiu o comando da PM, PCRJ e Bombeiros → responde diretamente ao
presidente da república

Ex: em Roraima foi nomeado o governador → a posse acabou antecipando a


posse, porque ele já havia sido eleito e iniciaria em janeiro, a intervenção foi
em outubro

→ O INTERVENTOR FICA SUBORDINADO AO PR E NÃO SE SUJEITA ÀS


NORMAS ESTADUAIS QUE CONFLITAREM COM AS MEDIDAS NECESSÁRIAS À
INTERVENÇÃO

CONTROLE DA INTERVENÇÃO
A intervenção se dá por DECRETO e esse decreto sofre CONTROLE POLÍTICO
(pelo congresso) E JUDICIAL (pelo judiciário)
• CONTROLE POLÍTICO – art. 36, §1 §2º: em sessão bicameral, o
congresso tem 24h para analisar
◦ se tiver de recesso (como aconteceu em Brasília em 01/23, o
Parlamento é convocado extraordinariamente em 24h)
◦ APROVARAM → FAZ DECRETO LEGISLATIVO APROVADO POR
MAIORIA SIMPLES (se não tiver maioria simples a intervenção foi
reprovada e suspende o decreto do presidente)
◦ O QUE ELE FAZ? Tem que cumprir a determinação congressual e por
fim a intervenção, sob pena de crime de responsabilidade

SE O CN APROVAR A MEDIDA E DEPOIS DETERMINAR A SUSPENSÃO?


Pode fazer isso e o PR tem que cumprir

obs.: NÃO VAI PRECISAR DESSE CONTROLE NOS CASOS DE PROVER


EXECUÇÃO DE LEI/DECISÃO JUDICIAL OU PARA PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS
• POR QUE? Porque os pressupostos materiais já foram analisados quando
o judiciário requisitou a intervenção

REVISÃO DAS HIPÓTESES:


• DEFESA NACIONAL (INTEGRIDADE + INVASÕES)
• ORDEM PÚBLICA
• REORGANIZAR FINANÇAS: quando não paga dívida fundada há 2
anos, SALVO POR FORÇA MAIOR ou quando não repassa a receita
tributária que a CF exige

• PROTEGER O EXERCÍCIO DOS 3 PODERES


• EXECUÇÃO DE LEI FEDERAL/DECISÃO JUDICIAL - NÃO TEM
CONTROLE POLÍTICO
• PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS – NÃO TEM
CONTROLE POLÍTICO

INTERVENÇÃO ESTADUAL

A UNIÃO NUNCA VAI INTERVIR NOS MUNICÍPIOS → nem quando o


estado estiver omisso!
- POR QUE ISSO? Não existe intervenção per saltum
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL VEDA A INTERVENÇÃO DA UNIÃO NOS
MUNICÍPIOS!!!!!!
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
* sempre tem pegadinha por causa desse art. → aqui é a União intervindo nos
municípios dos territórios federais que não existem mais, mas podem ser
criados

QUEM INTERVEM? O ESTADO intervem no MUNICÍPIO


QUANDO?
• DÍVIDA FUNDADA POR 2 ANOS, SALVO MOTIVO DE FORÇA MAIOR
• NÃO FOREM PRESTADAS CONTAS DEVIDAS, NA FORMA DA LEI
• NÃO TIVER SIDO APLICADO O MÍNIMO EXIGIDO NA RECEITA NA
MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ENSINO E SERVIÇOS
PÚBLICOS DE SAÚDE
• TJ DER PROVIMENTO A REPRESENTAÇÃO PARA ASSEGURAR A
OBSERVÂNCIA DE PRINCÍPIOS INDICADOS NA CE OU EXECUÇÃO
DE LEI OU ORDEM/DECISÃO JUDICIAL
* A CE NÃO PODE AUTORIZAR CASOS QUE NÃO ESTÃO NO ART. 34
PORQUE O ROL DO ART. 34 É TAXATIVO E A INTERVENÇÃO FEDERAL É
EXCEPCIONAL
O STF inclusive já declarou inconstitucional o art. de uma CE que previa
intervenção em caso de improbidade ou corrupção

COMO FUNCIONA? O governador faz o DECRETO (simetria constitucional),


que é apreciado pela assembleia legislativa em 24h e se for em razão do inciso
IV, ou seja, violação dos 3 poderes, não vai precisar do controle
* AÇÃO DIRETA INTERVENTIVA ESTADUAL é regulada pela lei 5.778/72, é de
legitimidade do PGJ
* NÃO VAI TER CONTROLE NO CASO DO INCISO IV

QUAL A NATUREZA JURÍDICA DA DECISÃO QUE DETERMINA A


INTERVENÇÃO ESTADUAL? DECRETO INTERVENTIVO, que tem natureza
POLÍTICO ADMINISTRATIVA
* SÚMULA 637 DO STF: não cabe recurso extraordinário contra acordão que
defere pedido de intervenção estadual em município

obs.: SE JÁ TEVE INTERVENÇÃO NTES ISSO NÃO IMPEDE QUE OCORRA DE


NOVO – só precisa ser em outro processo e outro motivo

1ª – Questão:
Um determinado Juiz de Direito de comarca do interior apresenta ao Tribunal requerimento de
intervenção federal, com fundamento no art. 34, VI, da CRFB88, sob a alegação de
descumprimento pelo Estado de ordem judicial de reintegração de posse.
Responda, fundamentadamente:
a) se agiu corretamente o juiz ao inicializar o procedimento;
b) qual o órgão competente para a decretação da referida intervenção;
c) se o prosperam argumentos do Estado com o propósito de justificar o descumprimento da ordem
judicial, tais como, existência de procedimento administrativo de aquisição da referida propriedade
pelo Incra para fins de reforma agrária; e a consolidação da invasão, que contaria com mais de 600
integrantes.
a) sim
b) a ordem de requisição é do STJ, mas quem decreta é a PRESIDÊNCIA DA
REPÚBLICA (órgão e não pessoa)
c) não, a hipótese prevista na CF não tem ressalva, já é motivo de intervenção
e quando a CF ressalva o faz de modo expresso
IF 115

UNIÃO, DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS FEDERAIS


Estado surge como forma de organização social a partir de determinados
fatores de aglutinação antropológica (agregação). Esses fatores são os mais
diversos possíveis: etnia, crença, língua, ideais políticos, cultura etc.
- esses são os principais fatores que levam a formação do estado e são
extremamente importantes
Esses fatores nos levou a nos organizarmos em comunidade e a partir daí
começamos a desenvolver algumas formas de organização e surgiram os
modelos mais simplórios de organização do estado.
- precisamos entender os antecedentes históricos daquela organização: o que
levou aquele agregamento, como se formaram etc.
No novo mundo esses fatores se deram por imposição das metrópoles em cima
das colônias (novo mundo como sendo Américas e Oceania) e a formação se
deu por ius solius; enquanto no velno mundo era ius sanguinis

• ANTECEDENTES HISTÓRICOS
No mundo hoje temos 20 estados federais e completamente diferentes entre
eles por causa da formação histórica: alguns são extremamente centralizados
(Brasil) e outros extremamente descentralizados (EUA)
O Brasil era estado unitário e na Constituição de 1891, nos transformamos em
estado federado → a nossa formação não tem nenhuma relação com a nossa
historicidade, pois importamos muita coisa dos EUA (ex: senado)
A ÚNICA FEDERAÇÃO COM “TERCEIRO GRAU” É O BRASIL. Os outros são
de 2º grau, com União e Estado
• CONSEQUENTES DEMOCRÁTICOS E CULTURAIS
• MANUTENÇÃO DA SOBERANIA
Não importa o modelo (estado unitário, concentrado; autonômico; regional ou
federal), o plano de fundo para sua criação é a MANUTENÇÃO DA
SOBERANIA.

ARQUÉTIPOS – MODELOS
Quando vai se organizar, o estado tem os modelos para “escolher”: UNITÁRIO;
REGIONAL
• ESTADO UNITÁRIO
• ESTADO REGIONAL
Ex: a Itália sofre um movimento separatista muito forte que foi mitigado
com a CF Italiana dando mais autonomia às regiões do norte e menos
para a do sul
• ESTADO AUTONÔMICO
Ex: Espanha
• ESTADO FEDERAL
A ideia do estado federal surge na Constituição Norte-americana com o
objetivo de evitar movimentos separatistas → ela surge inclusive depois de um
movimento de secessão.
• CONFEDERAÇÃO: reunião de vários ENTES SOBERANOS
A CF deixa clara no início a intenção de formação dessas comunidades
obs.: NÃO EXISTE PREPONDERÂNCIA DE UMA FORMA ORGANIZACIONAL
SOBRE OUTRA. Não há como dizer que o estado federal é o modelo
organizacional é mais evoluído que outro, a realidade é diferente.

ESTADO FEDERAL
Há 2 características fundamentais que impactam e projetam:
• INDISSOLUBILIDADE
• AUTONOMIA: é composto por pessoas e essas pessoas que o compõem
são autônomas
◦ SOBERANIA É ÚNICA E A AUTONOMIA É PLÚRIMA: União,
Estado e Municípios são entidades federativas autônomas e o ESTADO
FEDERAL, BRASIL É SOBERANO
obs.: o nome que o estado federal recebe é irrelevante para o caracterizar
como estado federal (tem lugar que é formado por províncias, regiões etc.)

A existência na nossa CF da forma federativa como cláusula pétrea é outra


peculiaridade da nossa constituição, em vários outros não há essa
“imutabilidade” e proteção. Então posso dizer que ser cláusula pétrea não é
uma exigência para que o estado seja federal
* no nosso caso isso se deu justamente pela “escolha” do estado federal não
ter nenhuma relação com a nossa cultura

OBJETIVO DO ESTADO FEDERAL:


• MANUTENÇÃO TERRITORIAL
• PUGNA POR UMA DESCENTRALIZAÇÃO: quanto mais descentralizado,
mais intenso o coeficiente, maior a democracia
• LIBERDADE
• PAZ
• BOM GOVERNO
* esses são os aspectos filosóficos do estado federal

ELEMENTOS DO ESTADO FEDERAL


- Não precisa ser cláusula pétrea, mas a CF que une os entes e forma o vínculo
do federalismo precisa ser UMA CONSTITUIÇÃO ESCRITA
• Precisa ser cláusula pétrea? Vimos que não
• Precisa ser rígida? Não, pode ser semirrígida (não pode ser flexível
porque precisa ser escrita)

→ a lei orgânica do DF é híbrida: está mais próxima de uma constituição de


estado do que uma lei orgânica municipal (DF não pode se dividir em
municípios, é formado por regiões administrativas e não elegem vereador e
nem prefeito)
CF ESCRITA
DIVISÃO DO PODER TERRITORIAL
MANUnTEÇÃO DA UNIÃO

FORMAS DE CRIAÇÃO DO ESTADO FEDERAL


• CENTRÍPETA (ou integrativo): as “colônias” abrem mão da sua
autonomia para fazer parte dos Estados Unidos
• CENTRÍFUGA (ou devolutivo): é o poder central abrindo mão um
pouco do seu poder, autonomia, e criando os outros entes
◦ Aqui é o que a Nathalia Masson fala que quem se forma por
“fragmentação, quem tem o poder, é parcimonioso em abrir mão e
abre pouco: por isso, ainda que sejamos descentralizados, somos
muito centralizados em relação a concentração de poder → por isso a
classificação de centrípetos em relação a “organização/distribuição de
poder”

COMPETÊNCIA: DEFINIÇÃO
O QUE É? É estabelecer o que cada um vai fazer dentro do todo – qual a
competência de cada entidade federativa
* José Afonso da Silva pontua isso muito bem

COMPETÊNCIA: CONSIDERAÇÕES GERAIS


Antes tínhamos um federalismo dual (cada um por si: o que era da União era
da União), mas agora migramos para o FEDERALISMO COOPERATIVO
- quando a 1ª federação surgiu no planeta tinhamos o federalismo dual,
clássico: o que era da União era intocável e o resto era dos Estados. A união
foi se fortalecendo e os estados enfraquecendo, até a Crise de 1829 em que os
estados de fortaleceram
* PARADIGMA: o caso do trabalho infantil – Hammer x Dagenhart. Declara a
lei federal inconstitucional com o argumento de que a realidade mudou e o
papel da União não é mais preponderante como era antes.

UNIÃO
E NO BRASIL? COMO A UNIÃO SE COMPORTA?
Tivemos CF outorgadas e sempre que isso ocorre, temos o fortalecimento do
executivo em detrimento dos outros. Quando a CF é promulgada ocorre o
inverso: o legislativo prepondera sobre os outros (o prof. fala que hoje em dia
na verdade vivemos um ativismo judicial enorme)
• CF 1891 (promulgada – mas há quem defenda que há características de
outorga porque quem assumiu foi um militar – Marechal Deodoro). A
União se preponderou sobre o legislativo, ela podia quase tudo
• CF 1934: surgimento de uma proposta mais democrática e os poderes da
União acabam sendo mitigados – mas isso durou pouco
• CF 1937 (OUTORGADA): a vontade da União volta a preponderar sobre
os outros. Não existia poder legislativo no Brasil porque ele foi dissolvido
e o Getúlio Vargas inclusive anulava as decisões do STF quando ele não
concordava
• CF 1946: União volta a ter poderes mitigados, a CF praticamente reedita
a CF 1937. Era o governo de JK e tudo ficou bem até o 1964, golpe
militar com os atos institucionais que eram supraconstitucionais, acima
da CF e suspendem as garantias fundamentais
• CF 1967/69: autonomia dos outros entes federais é mutilada
• CF 1988: RESTAURA O EQUILÍBRIO ENTRE OS ENTES FEDERATIVOS
◦ A NERD FDP (classificação da CF/88)

ORGANIZAÇÃO FEDERAL
O ESTADO FEDERAL, A REPÚBLICA FEDERATIVA É O TODO
• Dotado de SOBERANIA → poder político inerente a qualquer estado
(não importa se unitário, regional, autonômico ou federal)

ENTIDADES FEDERATIVAS SÃO AS PARTES QUE COMPÕEM O TODO,


dotadas de AUTONOMIA, mas sem hierarquização entre elas
• UNIÃO – art. 20 e 24 (vemos o quão é centralizado – União legisla e
administra 2/3 de tudo que há na CF)
• ESTADOS – art. 25 e 28
• MUNICÍPIOS - art. 29 e 31
• DF

(SOBERANIA É UNA E A AUTONOMIA É PLÚRIMA)


* existem situações de crise em que um ente se sobrepõe a outro, mas são
excepcionais (ex: estado de defesa, sítio ou intervenção federal) e em
situações normais não há nenhuma hierarquia

UNIÃO PODE MUITO, MAS NÃO PODE TUDO (se pudesse, seria estado
unitário).
2/3 de tudo que há na CF para legislar e administrar é da União (art. 24/24).
Uma parte é definida para o Estado (art. 25, §1) e outra para o Município (art.
30). E O QUE SOBRA? É uma área de atuação comum entre os 3 (art. 23) e o
art. 24 com União e Estados
* E O DF? Ele tem dupla competência → tem as competências estaduais e
municipais (ex: lei distrital sobre redução de IPTU (lei municipal) e ICMS (lei
estadual) para empresas que contribuem para a prática desportiva → se for
discutir essa constitucionalidade do ICMS é no STF com ADI; se for discutir
IPTU, é tema municipal e a lei orgânica é em ADI no TJ porque a LOMDF prevê
isso

QUEM DEFINE ATÉ ONDE AS ENTIDADES FEDERATIVAS PODEM


LEGISLAR (FRONTEIRAS)? O STF POR MEIO DO CONTROLE ABSTRATO
DE CONSTITUCIONALIDADE
* essas fronteiras são mutantes e sofrem mutações o tempo todo
SV 2
38
39
46
49

ORGANIZAÇÃO FEDERAL: O QUE CABE A CADA ENTIDADE


ADMINISTRATIVA FAZER DENTRO DO TODO?
O que vai definir a competência é o CRITÉRIO DE PREDOMINÂNCIA DE
INTERESSE → toda vez que eu tiver maior interesse nacional, vai ser
competência da União; se for interesse local, coleta de lixo domiciliar,
competência do Município

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
• ADMINISTRATIVAS (PODER EXECUTIVO): são verbos, ações
◦ EXCLUSIVAS – INDELEGÁVEIS (art. 21)
◦ COMUNS/PARALELAS (art. 23)

• LEGISLATIVAS (PODER LEGISLATIVO)


◦ PRIVATIVAS – DELEGÁVEIS (art. 22, PU)
◦ CONCORRENTES (art. 24)
▪ UNIÃO – normas gerais (§1º)
▪ ESTADOS/DF – normas suplementares (§2º)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia
da lei estadual, no que lhe for contrário
- NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE FEDERAL E ESTADUAL, é só em razão da
repartição de competências

obs.: QUANDO A UNIÃO DELEGA SUA COMPETÊNCIA PRIVATIVA LEGISLATIVA


AOS ESTADOS, ELA DELEGA A TODOS OS ESTADOS
* no Brasil temos só um exemplo de delegação do art. 22, que foi o caso do
piso salarial

O MUNICÍPIO ESTÁ INCLUÍDO NA COMPETÊNCIA CONCORRENTE?


Vamos ver vários precedentes do STF de que sim e a EC/85 corrobora ao
acrescentar ao art. 19B dispondo que E, DF e M legislarão concorrentemente
sobre suas peculiaridades
* o STF reconhece a competência concorrente municipal, ainda que reduzida

TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS


A ideia é de que: se a CF estabelece competência para legislar sobre aquele
tema, ela tem que estabelecer meios para que isso se materialize
“A outorga de competência expressa a determinado órgão estatal
importa em deferimento implícito a esse órgão, dos meios necessários
à integral realização dos fins que lhe foram atribuídos”
ex: reconhecimento pelo STF de natureza penal do MP – não tem como falar
que o MP não tem competência para investigar.

BENS DA UNIÃO
art. 20 da CF
União é riquíssima

OBS.: UNIÃO X REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


UNIÃO RFB
Entidade autônoma – pessoa jurídica Representada pela União no cenário
de direito INTERNO internacional – entidade soberana
Território nacional Território nacional
Chefiada/representada pelo PR – chefe Chefiada pelo PR – chefe de estado
de governo

DISTRITO FEDERAL
DISTRITO FEDERAL

As federações precisam de um lugar para os órgãos do poder federal se


estabelecerem → o DF foi criado e foi a capital federal por um tempo, mas
agora a capital federal é Brasília (que fica no território geográfico do DF)

- O DF É A SEDE DA UNIÃO? NÃO. É UMA ENTIDADE FEDERATIVA. A


SEDE DO GOVERNO É BRASÍLIA
Art.18 § 1º Brasília é a Capital Federal.
- DF é composto por Brasília e 33 regiões administrativas

DF É UM ENTE FEDERATIVO AUTÔNOMO COM ATRIBUIÇÕES


LEGISLATIVAS, ADM. E JUDICIAIS → tem a tríplice capacidade

1. AUTO-ORGANIZAÇÃO DO DF: lei orgânica DDD + leis distritais – tem


competência dos estados e municípios
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez
dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

DICA: DDD
• VOTADA EM DOIS TURNOS
• DOIS TERÇOS DOS MEMBROS
• INTERSTÍCIO MÍNIMO DE 2 DIAS

2. AUTOGOVERNO: capacidade de escolher e eleger seus próprios


representantes
Eleição para governador e vide – art, 77

3. AUTOADMINISTRAÇÃO: capacidade de exercer suas atividades legisl,


tribut, adm. sem depender de ninguém
* a CF outorga ao DF as competências

-DF tem uma autonomia mitigada, pois pode muito pouco em comparação a
um Estado e município.

O QUE O DF PODE:
• Tem capacidade de auto-organização
• Tem lei orgânica – 2 turnos com interstício mínimo de 10 dias (ela é
mais próxima de uma Constituição Estadual)
• É rígida – é uma característica da lei orgânica – aprovada por 2/3 dos
membros da Câmara Legislativa
- tem uma câmara legislativa (mistura de câmara municipal com
assembleia legislativa – deputado legisla como se fosse vereador e como
deputado estadual) – dupla competência normativa de um deputado
distrital

OBS.: CONFLITO ENTRE LEI ORGÂNICA DISTRITAL E LEI DISTRITAL –


resolve por controle de constitucionalidade pois a Lei orgânica do DF está
mais próxima da Constituição Estadual
(conflito entre lei orgânica do RJ e uma lei municipal – resolve na
legalidade)

AUTONOMIAS DO DF:
• Autogoverno, autoadministração, autolegislação
• DEFENSORIA PÚBLICA DF -

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á
por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas
aos Estados e Municípios. DUPLA COMPETÊNCIA NORMATIVA

AUTONOMIA DO DF
• AUTOGOVERNO
• AUTOADMINISTRAÇÃO
• AUTOLEGISLAÇÃO
• DEFENSORIA PÚBLICA DF

O QUE ELE NÃO PODE?


TERRITÓRIOS FEDERAIS
1. NÃO SÃO MAIS CONSIDERADOS ENTIDADES FEDERATIVAS DESDE A
CF/88 – estado federado é formado pela união indissolúvel entre UNIÃO,
ESTADO, MUNICÍPIO E DF (não inclui mais o território)
2. NÃO EXISTEM MAIS – art. 14 e 15 do ADCT (a CF acabou com eles →
Roraima e Amapá viraram novos estados e Noronha foi reincorporado a
Pernambuco). Hoje temos 26 estados e o DF
3. TERRITÓRIOS FEDERAIS PODEM SER CRIADOS POR LEI
COMPLEMENTAR - art. 18, §2º
4. SE CRIADO, VAI SER O QUE? Não vai ser mais entidade federativa, VAI
SER AUTARQUIA DA UNIÃO (ART. 33 DA CF)
DF TERRITÓRIO FEDERAL
É UMA ENTIDADE FEDERATIVA AUTARQUIA DA UNIÃO – se for criado
NÃO PODE SER DIVIDIDO EM PODE SER DIVIDIDO
MUNICÍPIOS
CHEFE DO PODER EXECUTIVO ELEITO CHEFE DO PODER EXECUTIVO
NOMEADO
CÂMARA LEGISLATIVA ELEITA CÂMARA TERRITORIAL ELEITA
Existe, mas não é dotado de PODER JUDICIÁRIO: existe,
autonomia, é mantido pela União (art.
21, XIII e

1ª - Questão:
Diante dos suposto abusos praticados pelas operadoras de telefonia em ligar de forma insistente
para os usuários oferecendo-lhes produtos, determinado Deputado Estadual apresenta projeto de lei
que fora posteriormente sancionada pelo Governador, no sentido de as companhias operadoras de
serviço de telefonia fixa e telefonia móvel constituirem e manter um cadastro especial de assinantes
que se manifestarem interessados em receber ofertas de produtos e serviços, a ser disponibilizado às
empresas prestadoras do serviço de "telemarketing".
Analise, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) dias, a constitucionalidade da lei.
STF apresentou uma solução na ADI 3.959: entende que a competência é da
União e o estado não pode legislar sobre isso – entende que a União tem a
primazia para legislar sobre telecomunicações
Mas tem uma decisão mais recente (2021) na ADI 5962: ENTENDE QUE É
CONSTITUCIONAL A COMPETÊNCIA CONCORRENTE DOS ESTADOS
PARA LEGISLAR SOBRE DIREITO DO CONSUMIDOR
* foi mutação constitucional e isso é melhor

2ª - Questão:
Determinado consumidor propõe demanda em face da sociedade que lhe vendeu um automóvel zero
quilômetro, em que requer a condenação da ré a lhe fornecer veículo reserva, já que seu veículo
ficará inutilizado por mais de um mês aguardando a reposição de peças para um reparo.
O autor fundamenta seu pedido em lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e
importadoras de veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique
inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade de realização
do serviço, durante o período de garantia contratual.
Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, como deve ser julgada a causa.
A tradicional jurisprudência do STF é de: NA DÚVIDA SE COMPETE A UNIÃO
OU ESTADO, A UNIÃO TEM A COMPETÊNCIA E O ESTADO NÃO (isso é
característico do nosso federalismo – autonomia do estado sempre mitigada
em detrimento da União)
- INCONSTITUCIONAL LEI ESTADUAL QUE IMPÕE ÀS MONTADORAS,
CONCESSIONÁRIAS E IMPORTADORAS DE VEÍCULOS A OBRIGAÇÃO DE
FORNECER VEÍCULO RESERVA A CLIENTES CUJO AUTOMÓVEL FIQUE
INABILITADO POR MAIS DE 15 DIAS POR FALTA DE PEÇAS ORIGINAIS OU
IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAÇÃO DO SERVIÇO, DURANTE O PERÍODO DE
GARANTIA CONTRATUAL. A lei extrapolou competência concorrente para
legislar sobre matéria de consumo (ADO 5158)

ESTADO MEMBRO
Os estados membros materializam a descentralização no exercício do poder
político e não faz diferença o nome (na argentina é província, suíça é cantão
etc)

Com a EC n°69 tinha o princípio da incorporação automática → era expressa


na CF.
1. AUTO-ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS MEMBROS
lembrando que auto-organização é a possibilidade de criarem sua própria
legislação – CE; LO

ESTADOS SE ORGANIZAM PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E DEMAIS CORPO


NORMATIVO
A CF de 88 veio e tentou resgatar os princípios que regem o pacto federativo
dando aos Estados-membros maior autonomia
- Veio com a ADCT – art.11 → DEU PRAZO DE 1 ANO PARA OS ESTADOS E
DF CONSTITUÍREM UMA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL (eles cumpriram esse
prazo rigorosamente)

2. AUTO GOVERNO: capacidade de criar órgãos e os representantes para


esses órgãos
• EXECUTIVO
• JUDICIÁRIO
• LEGISLATIVO: unicameral

AUTONOMIA ESTADUAL:
- PRINCÍPIO DA SIMETRIA:
O QUE TEM QUE ESTAR NA CF E TEM QUE ESTAR NA C.E: ex: ADI
O QUE TEM NA CF QUE PODE ESTAR NA C.E: ex: ADC
O QUE TEM NA CF QUE NÃO PODE ESTAR NA C.E: ex: ADPF

MEDIDA PROVISÓRIA É DE SIMETRIA OBRIGATÓRIA, FACULTATIVA


OU É VEDADA? FACULTATIVA.
A Carta de 1988 conferiu maior autonomia aos estados-membros, no
entretanto percebe-se que tem uma tendência de concentração de poderes na
União em detrimento do s Estado nas decisões do STF.
Ex: ADI 233; relativas a processo legislativo: ADI 216-2; ADI 872; ADI 384;
ADI 56; ADI 568

RELEMBRANDO:
PCO – 5 CARACTERÍSTICAS: INICIAL; ILIMITADO; INCONDICIONADO;
AUTONOMO E PERMANENTE
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO → é o poder CRIADOR e promulgou a CF
de 88 e ele não se dissolve e permanece constante (a assembleia que dissolve)
– dotado de presunção absoluta de constitucionalidade → não se submete a
controle
Esse poder constituinte com a dissolvição da assembleia cria o PODER
CONSTITUÍDO/DERIVADO e o PODER DECORRENTE.
O PODER DERIVADO tem 2 tarefas: REGULAMENTAR O TEXTO
CONSTITUCIONAL produzindo leis infraconstitucionais e MODIFICAR A
CONSTITUIÇÃO.
A Constituição pode ser modificada de várias maneiras como EC ou mutações
→ mas ela não é o criador pois ela tem que observar os limites impostos pelo
criador.
- Essa lógica se aplica ao PODER DECORRENTE (Estado quando cria C.E.) →
esse poder decorrente tem que manifestar em 1 ano – obs.: não existe poder
decorrente municipal

PODER DECORRENTE:
EXIGE QUE OS ESTADOS-MEMBROS ELABOREM NOVAS
CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS
-é a expressão da autonomia que norteia a forma federativa de estado. É o
poder derivado, subordinado e condicionado às normas federais de
preordenação dentro do princípio da simetria constitucional.

Poder decorrente:
• ELABORAR
• REFORMAR
*os mesmos limites formais, circunstanciais, etc, na CF são impostos na C.E.
em seus respectivos dispositivos (ex: C.E do RJ tem o mesmo artigo 60
parágrafo 1°)
- tem que ser a mesma votação → não será nas 2 casas pois Estado é
unicameral

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.
Temos 3 categorias de princípios que DEVEM ser observados se não será
inconstitucional a Constituição estadual:
• SENSÍVEIS – art.34,VII (FARDA SP)
◦ forma republicana
◦ autonomia municipal
◦ regime democrático
◦ direitos humanos
◦ aplicação mínimo saúde/educação
◦ sistema representativo
◦ prestação de contas
• ESTABELECIDOS
• EXTENSÍVEIS

LIMITAÇÕES DO PODER DECORRENTE:


Temos limitação entre o criador, a CF, e o poder decorrente. Essa limitação se
classifica em princípios.

A) PRINCÍPIOS SENSÍVEIS:
- a intervenção federal é um gerenciamento de crise no qual a União vai
intervir em um Estado/DF (supressão momentânea do pacto federativo). Ela
pressupõe alguns pressupostos.
- o motivo da intervenção no DF não foi violação a esses princípios – foi outra
modalidade.
- tem uma modalidade de intervenção que é essa → o STF é demandado pelo
PGR para que determine que o PR intervenha no Estado-membro por meio de
um decreto e submeta ao Congresso para que em 24h referende o decreto –
AÇÃO DIRETA INTERVENTIVA
*APENAS O PGR PODE PEDIR – legitimação singular
ex: Estado não aplicou o mínimo substancial na saúde
- TEM QUE ESTAR NA C.E. → É OBJETO COMPULSÓRIO DE SIMETRIA

B) PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS:
São aqueles que se reportam a todos entes federativos e não apenas à União:
geram limitação expressas, implícita e decorrentes

• LIMITAÇÕES EXPRESSAS:
✔ VEDATÓRIAS – princípios e imunidades tributárias (art.150);
intervenção federal (art.35)
- a carta estadual tem que copiar esses dispositivos
✔ MANDATÓRIAS - regras de criação de municípios (art.18
parágrafo 4°); auxílio do Tribunal de contas no controle externo
de municípios
- uma C.E. não pode criar municípios naquele estado

• LIMITAÇÕES IMPLÍCITAS: são retiradas das normas que dedicam


competências a outros entes como, por exemplo, o princípio da
separação dos poderes

• LIMITAÇÕES DECORRENTES: são consequências do sistema


constitucional como a relação de reciprocidade entre as entidades
federativas
ex: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.-
POLÍTICAS AFIRMATIVAS é busca de isonomia e não é a mesma
coisa que criar distinções e preferências

C) PRINCÍPIOS EXTENSÍVEIS:
- é uma categoria nova
Estabelecem as regras de organização da federação e são extensíveis a todos .
Incluem-se dentro desta categoria: as eleições do chefe do poder executivo, os
princípios do processo legislativo, os requisitos de uma CPI e as definições das
competências de cada poder.
Ex: legitimação para propositura de ADI – na C.E do RJ tem um artigo sobre
quem pode propor ADI no TJRJ → quando se compara com o art.103 da CF
percebe-se que tem legitimados diferentes (Defensor público estadual pode no
TJ e DPU não pode em ADI) – STF ENTENDEU QUE PODE SIM AMPLIAR OS
LEGITIMADOS DE ADI NOS ÂMBITOS DO ESTADO
obs.: não quer dizer que ADI é de simetria compulsória que o seu
procedimento tem que ser igual

DISCUSSÃO DA DOUTRINA: O PODER DECORRENTE ATUA SÓ NA C.E OU


TAMBÉM ATUA NA ORGANIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS E DF?
CORRENTE MINORITÁRIA: embora a CF fale lei orgânica para municípios,
esses documentos são constituições em sentido material por conta do
conteúdo = se o objeto é constitucional, o poder é decorrente
CORRENTE MAJORITÁRIA: é perceptível no DF, mas não nos município
(vide decisão do Cleso de Mello admitindo controle de constitucionalidade com
a lei orgânica do DF servindo de parâmetro)

CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO:


Art.18§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.
- É NECESSÁRIO TER PLEBISCITO de competência do Congresso
Nacional (art.49, XV) – será ouvida apenas a população dos estados
envolvidos
obs.: ADI 2650
(no Pará não atingiu o número necessário)
- LC 20/74 → garanta autoaplicabilidade desse artigo – AUTORIZAÇÃO
PLEBISCITÁRIA NÃO VINCULA O CONGRESSO NACIONAL
*o congresso que convoca o plebiscito e depende do resultado do plebiscito
ADCT 13,14,15

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios,


far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito,
às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

COMPETÊNCIA DO ESTADO:
• competências expressas – art.25 CAPUT
• competências reservadas/remanescentes – art.25 parágrafo 1°
• Material exclusiva – serviços locais de GÁS CANALIZADO - art.25
parágrafo 2° → NÃO PODE SER POR MEDIDA PROVISÓRIA
• MEDIDAS PROVISÓRIAS – simetria facultativa – ADI 822 E ADI 2391
- se o estado resolver dispor sobre medida provisória ele terá que observar os
mesmos requisitos e limitações formais da CF (tem que tramitar do mesmo
jeito)
- Estado do RJ, MG e SP não adotou medida provisória
• Legislativa privativa: instituir regiões metropolitanas – art.25
parágrafo 3° (mas não pode impor aos municípios certas questões)
• Delega pela união
• Comum/paralela – art.23
• Concorrente suplementar supletiva – art.24 parágrafo 1°
• Concorrente suplementar complementar - art.24 parágrafo 2°

BENS DOS ESTADOS:


Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da
União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
(o Estado também é muito rico pois ele fica com o que sobra – o que não são
da União, DF ou municípios)
ex: herança jacente é do Estado-membro
- no RJ a UERJ que detém boa parte do patrimônio

DEPUTADOS ESTADUAIS:
Tem um problema no CAPUT do art.27
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao
triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima de doze.
NÚMERO DE DEPUTADOS ESTADUAIS EM UMA ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA:
1. REGRA: ESTADOS COM ATÉ 12 DEPUTADOS FEDERAIS – vai ter 3x o
número de deputados federais
ex: ACRE tem 8 DEPUTADOS FEDERAIS – 8x3 téria 24 DEPUTADOS
ESTADUAIS
2. REGRA: +12 DEPUTADOS FEDERAIS: soma com o número 24
ex: MG tem 53 deputados federais → terá 53+24 = 77

obs.: O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO PARA DEPUTADO


ESTADUAL ESTÁ PREVISTO NA CF – ADI 6501 - 2021
SÓ A CF PODE ESTABELECER FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO –
NINGUÉM MAIS PODE

- deputado estadual ganha no máximo 75% do que ganha um deputado


federal → art.27 parágrafo 2°

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.


- as regras de como vai ocorrer está na Constituição do Estado

AUSÊNCIA DE SIMETRIA:
• CRIME COMUM PRATICADO PELO PR → a câmara tem que autorizar
(2/3) para que ele seja julgado pelo STF
X
• CRIME COMUM PRATICADO POR GOVERNADOR → ADI 5540 – É
NORMA DE REPRODUÇÃO PROIBIDA o art.51,I – basta que apresente
ao STJ → não precisa a assembleia autorizar

obs.: crime de responsabilidade é outra coisa

RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR:
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE JUÍZO DE
JURISDIÇÃO
CRIME COMUM X STJ
GOVERNADOR AUTORIZAÇÃO Tribunal Misto
CRIME DE DA (2/3): 5 deputados
RESPONSABILIDADE ASSEMBLEIA estaduais, 5
LEGISLATIVA desemb. e
(2/3) presidente do TJ
PRESIDENTE CRIME COMUM 2/3 DA STF
DA (art. 85) CÂMARA DOS
REPÚBLICA DEPUTADOS
CRIME DE SENADO STF
RESPONSABILIDADE FEDERAL
1ª - Questão:
Levando em consideração a divulgação de pesquisas de Agência da Organização das Nações
Unidas, em que constatou que o produto agrícola "X", proveniente de países da Europa, quando não
devidamente acondicionado, produz uma substância capaz de gerar danos à saúde dos
consumidores, o Governador do Estado sancionou um projeto de lei que cria restrições à
comercialização, à estocagem e ao trânsito do produto agrícola citado e congêneres, quando
provenientes de outros países do mundo.
Responda, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, se a lei é constitucional.
Resposta:
- o governador não pode dizer como vai ser importado o produto, etc
- É INCONSTITUCIONAL, SÓ UNIÃO PODE TRATAR – ADI 3813

2ª - Questão:
Determinado Estado da Federação criou uma região metropolitana, mediante lei complementar, com
vistas, entre outros objetivos, a organizar melhor o sistema de transporte viário de passageiros e
ampliar o fornecimento de saneamento básico.
Dessa forma, institui que o poder decisório acerca do saneamento básico seria exclusivo do
município capital, após ouvidos os demais municípios.
De outro lado, institui também que a gestão e a percepção dos frutos decorrentes de eventual
concessão à inciativa privativa, referente aos serviços de transporte urbano, caberia também à
capital, já que é quem mais sofre os influxos de tal serviço.
Analise, fundamentadamente, em no máximo 20 (vinte) linhas, a constitucionalidade desta lei.
Resposta:
- o Estado pode criar essas regiões metropolitanas mas não pode impor, em
favor da criação, restrições a autonomia municipal como fez nesse caso
ADI 6573 E ADPF 863

COMPETÊNCIAS MUNICÍPIOS
Relembrando:
Art.21 → competências materiais da União – EXCLUSIVA – INDELEGÁVEL
• 3 VOGAIS: EXCLUSIVAS / INDELEGÁVEIS / EXCLUI A PARTICIPAÇÃO DE
OUTRO ENTE
• COMPETÊNCIAS MATERIAIS DA UNIÃO NÃO ADMITEM DELEGAÇÃO

Art.22 → competências legislativas da União – PRIVATIVA – DELEGÁVEIS

Art.23 → competências material comum


Art.24 → competências legislativa concorrente

Sistema de partilha de competências:


* isso no art. 23 e 24 → quando estivermos diante das matérias do art. 23 e
24, vamos usar o critério de predominância do interesse

1. CRITÉRIO: PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE


- União: interesse geral e internacional
- Estados: interesse regional
- Municípios: interesses locais

2. CRITÉRIO – que o STF usa: SUBSIDIARIEDADE


- no campo de competência, principalmente na material comum (tem
condomínio de atribuições), caso o ente que tem a predominância de
interesse não atue outro vai poder atuar no lugar dele

- subsidiariedade pelo STF dá privilégio ao ente mais próximo da


população → Se for União x Estado → prevalece estado; se for Estado x
Município → prevalece município
ex: Lei do SUS → COMO É A DISTRIBUIÇÃO DE SAÚDE? Os municípios
ficam com as doenças de baixa periculosidade (ex: febre, diarreia, gripe
comum – saúde familiar); Estado com doenças de maior complexidade
(ex: cirurgias cardíacas; pré-natal, parto; cirurgias ortopédicas); União
com doenças hipercomplexas e programas de vacinação (ex: AIDS, etc)
MAS ISSO IMPEDE O MUNICÍPIO TER MATERNIDADE? Não (mas primeiro
ele teria que cumprir 100% com a sua obrigação e depois
subsidiariamente na competência dos outros – mas na prática isso
não acontece)
ex: Município – edução base; Estado – ensino médio; União – faculdade
→ mas não impede um Estado ter uma universidade
ENTÃO DEPOIS QUE CUMPRE INTEGRALMENTE COM A
OBRIGAÇÃO COMO ENTE FEDERAÇÃO PODE AUXILIAR NA
OBRIGAÇÃO QUE SERIA DE INTERESSE DO OUTRO ENTE.
Mas o STF (Fachin) tem outra leitura → tem que privilegiar a autonomia
do Ente federativo – (a Pandemia mudou muito isso e principalmente
essa visão do STF): STF começou com a ideia de que, na dúvida,
aumento a autonomia do ente federativo
(mas primeiro aplica a predominância e se não tiver como que
usa a subsidiariedade)

SÓ APLICO A SUBSIDIARIEDADE QUANDO NÃO FICAR MUITO CLARA A


PREDOMINÂNCIA DE INTERESSE!!

COMO ANALISAR NA PRÁTICA?


→ primeiro vejo se é competência privativa da União, se não for, vou ver:
*Se precisa de tratamento uniforme no Brasil inteiro → competência só da
União
*Se não precisa de tratamento uniforme no Brasil inteiro → surge a
competência comum e concorrente

ORIGEM DOS MUNICÍPIOS:


Em Roma, no período republicano, as cidades recém-conquistadas tinham
certa autonomia para evitar novos conflitos culturais.
Em Portugal temos essa ideia de Roma para dar um mínimo de autonomia.
E foi essa ideia que chegou no Brasil nas ordenações afonsinas (1946) –
sesmarias hereditárias tinham um mínimo de autonomia, não prevista na lei,
mas na prática.
O PRIMEIRO MUNICÍPIO BRASILEIRO COM AUTONOMIA FOI SÃO VICENTE
(1532)

MUNICÍPIOS NAS CONSTITUIÇÕES:


• CF 1824 – tem o primeiro desenho de autonomia, mas não como é hoje
em dia (falava de Câmaras)
• CF 1891 – na proclamação da república teve essa ideia de que o Estado
deveria respeitar a a autonomia do município – o STF da época disse que
o Estado que diria o grau de autonomia do município e não a União
• CF 1934 – retirada da autonomia dos municípios
• CF 1937 – acaba com os municípios
• CF 1946 – voltam os municípios → SÓ TEM A ELEIÇÃO DO PREFEITO
(vereadores eram escolhidos pelo Estado)
• CF 1967 e 1969 – privilégio da União → é característica de regime
ditatorial
• CF 1988 – MUNICÍPIO PASSA A SER PESSOA JURÍDICA DE
DIREITO INTERNO COM AUTONOMIA – ENTE DA FEDERAÇÃO

CONCEITO:
Pessoa jurídico-política de direito público interno, integrante da Federação
(art.18), dotada de autonomia e que se auto-organiza mediante Lei Orgânica,
desde que observe princípios da Constituição da República e da Constituição
dos Estados.
- os municípios existem em razão do tamanho continental do Brasil e para ter
um centro de poder próximo do povo
- município não tem judiciário e não tem representação no Senado
- Estado é unicameral e município também

• AUTO-ORGANIZAÇÃO – art.29, caput


• AUTOGOVERNO – art.29, I → criar órgãos/poderes e eleger seus
participantes
• AUTOADMINISTRAÇÃO – art.30 → prestar os serviços “por conta
própria”
• AUTO LEGISLAÇÃO – art.30
(tem gente que coloca autoadministração em auto legislação pois a lei que vai
colocar a autoadministração)

AUTOGOVERNO DO MUNICÍPIO:
Está ligada a existência de poder legislativo e executivo próprio – GOVERNO
BI-ORGÂNICO como a doutrina chama, pois não tem 3 poderes como no
Estado e União.
*PREFEITO
• mandato de 04 anos com 1 reeleição
• Subsídio do prefeito e vice e secretários – lei de iniciativa da câmara
• perda de cargo se ele tomar posse em outro incompatível

*VICE-PREFEITO
*VEREADORES
Todos são eleitos
Exceção: municípios dos territórios

Via de regra não tem TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO → A


FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS DO MUNICÍPIO SÃO FEITAS PELA CÂMARA
MUNICIPAL COM AUXÍLIO TÉCNICO DE UM ÓRGÃO ESTADUAL (que pode ser o
TCE, mas o STF permite que o Estado crie um órgão só para isso de auxiliar o
Estado)
*só RJ e SP tem tribunais de contas do município porque foi antes da CF/88 →
mas novos tribunais dos municípios não podem ser criados
- COMO É UMA EXCEÇÃO JURÍDICA O TRIBUNAL DE CONTAS DO
MUNICÍPIO NÃO TEM QUE TER UMA SIMETRIA COM OS TRIBUNAIS DE
CONTA DO ESTADO E DA UNIÃO – STF → isso foi em razão do MP de contas

RESPONSABILIDADE DO PREFEITO:
O decreto 201 → ele é de 1967
Temos 3 possibilidades:
• CRIME COMUM – TJ, TRF OU TRE (vai ser segunda instância de
acordo com o crime que foi cometido)
* o que não estiver no decreto é comum
Súmula 702 - A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos
restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos
demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de
segundo grau.
- mesmo doloso contra a vida é no TJ

• CRIME DE RESPONSABILIDADE IMPRÓPRIO – o que está listado no


decreto 201 – TJ → art.1° do DL 201 → na verdade eles são crimes
comuns também
*rol taxativo

• INFRAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA – art.4° do DL 201 →


seriam aquelas que na União gerariam um impeachment, por exemplo →
então por isso tem que ser analisado pela Câmara – CÂMARA MUNICIPAL
(matéria de interesse local)
*Rito:
▪ A denúncia pode ser feita por qualquer eleitor
▪ Se for vereador o denunciante, ele não pode participar da votação
e nem integrar a comissão para decidir a perda do cargo
▪ O juízo de admissibilidade é quórum de maioria simples
▪ Sessão de julgamento com afastamento do cargo o denunciado
que for declarado pelo voto de 2/3 dos membros da Câmara (foi o
caso do Crivella no RJ)

Como o decreto é de 1967 ele separa crime de responsabilidade impróprio em


infração político-administrativa.

STF – ADI 3915 e STJ REsp 1.066.772


obs.: PERDA DO CARGO E DO MANDATO – SÃO DECIDIDAS POR 2/3 DOS
VEREADORES

LEGISLATIVO:
Composição → art.29, IV
- é para criar lei; função deliberativa (ex: sobre secretários; impeachment); e
fiscalizadora sobre as contas do prefeito com auxílio do TCE – parecer prévio
somente deixa de prevalecer com o voto de pleo menos 2/3
- STF ENTENDE QUE PODE CRIAR CPI
- percentual do subsídio dos deputados estaduais (geralmente 5 a 10% menor)

RESPONSABILIDADE DOS VEREADORES:


- do presidente da câmara – art.29, primeiro e 3°
ÚNICA PRERROGATIVA DOS VEREADORES: IMUNIDADE MATERIAL – é
o que fala → E É SÓ NA CIRCUNSCRIÇÃO DO MUNICÍPIO

FORMA DE CÁLCULO DOS SUBSÍDIOS DOS VEREADORES:


Obs.: subsídio é sem verba indenizatória (ex: auxílio passagem aérea, etc)

O deputado Estadual recebe 75% do Deputado Federal/Senador → desse valor


você vê a quantidade de habitantes e calcula:

- por isso um vereador pode receber até menos que 1 salário-mínimo

AUTO-ORGANIZAÇÃO:
Art.29
A auto-organização é feita pela LEI ORGÂNICA → a lei orgânica tem que ser
modificada/aprovada em 2 turnos, com intervalo mínimo de 10 dias e
aprovada por 2/3 dos membros da câmara municipal
DDD
• VOTADA EM DOIS TURNOS
• DOIS TERÇOS DOS MEMBROS
• DEZ DIAS ENTRE ELES

(por isso muita gente defende que é uma constituição municipal – MAS O STF
NÃO ACEITA A IDEIA DE QUE É EQUIVALENTE A UMA CONSTITUIÇÃO –
PARA ELE É LEI MUNICIPAL QUALIFICADA PELO OBJETO)
* lembrar daquela discussão de a lei orgânica do DF e dos municípios ser
equiparada a CE: há uma parcela da doutrina que entende que sim por conta
do conteúdo ser de organização e funcionamento, então já seria materialmente
constitucional, mas a que prevalece é que só o do DF que é, lei municipal está
com a dupla subordinação,

Por isso LEI MUNICIPAL que ofende LEI ORGÂNICA x MUNICIPAL é


vício de ilegalidade e não de inconstitucionalidade
- só tem inconstitucionalidade se for em face de Constituição Estadual ou CRFB
- lei orgânica tem dupla subordinação

obs.: lei orgânica municipal só tem competência para matéria local


- NÃO TEM SIMETRIA NO PODER DE INICIATIVA DA ALTERAÇÃO DA
LEI ORGÂNICA
(por isso pode ter iniciativas popular de projetos)

AUTO ADMINISTRAÇÃO:
Ligada à competência legislativa e administrativa
- se o município pode atuar naquela área ele pode legislar e vice-versa

obs.: a competência legislativa acompanha a material via de regra


MATERIAL: via de regra é prestação de serviço e poder de polícia

COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS:


• LEGISLATIVA – art.30, I
Art. 30. Compete aos municípios
I. Legislar sobre assuntos de interesse local

• LEGISLATIVA CONCORRENTE/SUPLEMENTAR – art.30, II + 24 → só


pode ser de interesse local e o STF diz que interesse local só
dentro da lista dos temas do art.24 da CF
(ex: matéria nuclear por mais que seja de interesse de Angra dos Reis, é
privativa da União)
• MATERIAIS → PRIVATIVA/ENUMERADA – art.30, III ao IX
- são as específicas do município

• ADMINISTRATIVAS COMUNS – art.23


- tem também de todos os temas do art.23

COMPETÊNCIA MATERIAL PRIVATIVA


Art.30 III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
- o município é livre para usar as rendas que ele arrecada de forma própria,
STF DECIDIU QUE NÃO PODE LEI ESTADUAL QUE IMPONHA TRAVAS
* seria diferente o caso se fosse a União ou o Estado repassando ao município
receitas tributárias que eles arrecadaram
*ADI 2355: uma lei estadual que determinava que os municípios deveriam
aplicar nas áreas indígenas 50% do ICMS que recebesse dos estados → vai
contra a autonomia municipal. O estado-membro não pode impor ao município
a destinação dos recursos que pertencem ao município, é interesse exclusivo
do município
Obs.: HÁ DEBATE SOBRE A POSSIBILIDADE DE LEI FEDERAL IMPONDO. lei
que coloca que o royalties do petróleo só pode ser gasto em infraestrutura e
ambiental → essa lei é antes da EC 09/95 e por isso rebatem que não foi
recepcionada então o Município pode gastar como quiser
(quem mais ganha royalties do petróleo é Maricá → eles analisam conforme
qual vai ser o lugar que terá mais impacto na possibilidade de vazamento)

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;


*ADI 478
Segundo o STF tem observar também a norma federal geral e que essa norma
geral federal não pode suprimir completamente a autonomia local

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou


permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial;
*ADI 1221 e ADI 845
ex: serviço FUNERÁRIO → é considerado competência municipal porque
diz respeito a necessidades imediatas dos municípios
ex: TRANSPORTE URBANO LOCAL → municípios (se for intermunicipal é dos
estados membros)
* o STF já decidiu que dispositivo de ce que garante “meia passagem” aos
estudantes nos transportes coletivos municipais atinge a competência
municipal e ENTÃO SERIA INCONSTITUCIONAL
* só poderia a lei estadual obrigar quando fosse TRANSPORTE
INTERMUNICIPAL → porque ai já vai para competência dos estados
(sempre pensar que quando o contrato de concessão é daquele município,
quem legislar vai ser ele)

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do


Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
* o foco do município é creche e ensino fundamental (ensino médio só se
estiver cumprido a obrigação, “só se sobrar grana”) → é aquela ideia do STF
do princípio da subsidiariedade

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano;
- ADI 478, ADI 512, ADI 6602, RE 632.006
- Normal geral → são federais (Estatuto da Cidade e lei geral de parcelamento)
→ mas na prática como vai ser o loteamento é o município
- a lei federal não pode usurpar a competência municipal
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

- lei do trote → obriga a empresa a dar os dados de quem passou o trote para
→ STF DIZ QUE É CONSTITUCIONAL porque não interfere no contrato

- Saneamento básico é do município – o estado não poderia criar lei porque iria
usurpar

- MUNICÍPIO NÃO PODE LEGISLAR SOBRE TAXA DE INCÊNDIO E SINISTRO: só


o estado, é taxa, tributo

Então, por essa lógica, as COMPETÊNCIA LEGISLATIVA do município


são:
• EXPRESSA – lei orgânica
• INTERESSE LOCAL
• SUPLEMENTAR
• PLANO DIRETOR
• TRIBUTÁRIA

COMPETÊNCIA MUNICIPAL – INTERESSE LOCAL


“INTERESSE LOCAL” é juridicamente indeterminada, então o STF foi fixando
algumas ideias. Interesse local é do cotidiano → ex: coleta de lixo, etc

a) HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTOS


COMERCIAIS aqui há predominância do interesse local
SV 38 DO STF
SÚMULA 19 DO STJ
aqui há predominância do interesse local
* MAS SE FOR HORÁRIO DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO DOS BANCOS
É TEMA DA UNIÃO, TEM INTERESSE NACIONAL → sistema financeiro nacional

* LEIS SOBRE CONFORTO E SEGURANÇA NOS BANCOS (ex: exigência de


bebedouro, TEMPO MÁXIMO NA FILA, câmara de segurança etc) É DE
INTERESSE MUNICIPAL (a prof. falou que é por ser tema de direito do
consumidor)
b) LEIS SOBRE TEMPOS DE ESPERA NA FILA
- em regra é do município

STF já decidiu sobre o tempo de fila em SUPERMERCADOS → era uma lei


municipal impondo tempo de 15 minutos, os mercados precisavam de
funcionários para isso. Tentaram discutir de que isso seria “obrigar o mercado
a contratar”, mas o STF disse que não, só obriga que tenha funcionários
suficientes
- TEMPO DE FILA EM CARTÓRIOS: não é sobre registros públicos (União), é
interesse local
* MAS JÁ DECIDIU SER INCONST. A LEI QUE OBRIGA FUNCIONÁRIO
PARA EMBALAR COMPRA, POR EXEMPLO → isso ofenderia a livre iniciativa

c) TRANSPORTE DE PASSAGEIROS POR APLICATIVO


STF decidiu que viola a livre iniciativa se a lei municipal proibir o transporte de
passageiros por aplicativo → quem legisla sobre transporte e trânsito é a união
e estados e municipios quando forem regulamentar ou fiscalizar, não podem
contrariar a federal

d) FISCALIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE DE BARES E


RESTAURANTES
é interesse local e o município pode proibir embalagens devassáveis →
vigilância sanitária

e) LEI ATRIBUINDO A GUARDA MUNICIPAL O PODER DE POLÍCIA DO


TRÂNSITO, INCLUSIVE APLICANDO MULTA

f) DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL


ADI 2340 – STF afirmou que a competência para legislar esses assuntos é do
município → DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL. O STF ressaltou que isso
vem da predominância de interesse e declarou inconstitucional a lei estadual
que tornava obrigatório o fornecimento caminhão pipa quando faltasse água →
foi para proteger, mas usurpou competência

- serviço de saneamento e abastecimento de água → obs.: LEI ESTADUAL


SOBRE ISSO É INCONSTITUCIONAL – intervenção na autoadministração do
município

g) O ORDENAMENTO DO ESPAÇO URBANO PODE SER FEITO POR


OUTRAS LEIS ALÉM DO PLANO DIRETOR
A CF determina que a competência para normas de urbanismo é concorrente e
os municípios tem maior preponderância e fazem o plano diretor, mas PODEM
FAZER MAIS LEIS. O PLANO DIRETOR É GERAL, PODE VIR OUTRAS LEIS,
desde que observando o plano diretor

h) CONSTRUÇÃO DE POSTOS DE GASOLIAN


É de interesse local a fixação de distância mínima para postos de gasolina →
isso não interfere a livre concorrência porque é para proteger, afastar os riscos
de explosão, é material inflamável
SV 49 → ex: não pode colocar que no Bairro tal só pode ter tantas farmácias
→ ofende livre concorrência (nem no plano diretor)

i) GRATUIDADE PARA IDOSOS:


é competência municipal – autonomia e observa o estatuto do idoso que fala
que é critério local dispor sobre as condições

j) INSTALAÇÃO DE HIDRÔMETROS INDIVIDUAIS


STF decidiu que compete aos municípios legislar sobre a obrigatoriedade de
instalação de hidrometros individuais nos condominios porque há
preponderante interesse local, seja para questões ambientais ou fornecimento
de agua

k) LEI QUE PROÍBE CONFERÊNCIA DE SACOLAS


STF entendeu que era constitucional a lei municipal → é interesse local,
mesmo que trate de direito comercial ou consumidor de modo reflexo

COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR
São os casos em que o município poderá SUPLEMENTAR, COMPLEMENTAR a lei
federal e estadual no que couber. OU SEJA, A ATUAÇÃO DO MUNICÍPIO
DEPENDE, EXIGE, DE LEI FEDERAL/ESTADUAL PRÉVIA

Essa atuação exige 3 coisas:


• assunto de interesse local
• município suplementando lei prévia
• regramento harmônico com a lei anterior

STF declarou que o município pode legislar sobre direito ambiental,


desde que fundamentadamente → tem competência com a União e estado
membro, desde que observando os 3 pontos
* por isso o STF declarou inconstitucional a lei municipal que poribia o
emprego de fogo para limpeza e preparo do solo → usurpou a competência e a
legislação federal preexistente

- Lei proibindo de mostrar a bolsa quando sai – COMPETÊNCIA LOCAL

- transporte de cargas vivas nas áreas urbanas – Lei municipal que proíbe é
INCONSTITUCIONAL pois invade competência da UNIÃO SOBRE
TRÂNSITO E TRANSPORTE

- Caso sacola plástica – É CONSTITUCIONAL FORMA E MATERIALMENTE LEI


MUNICIPAL QUE OBRIGA SUBSTITUIÇÃO POR SACOS E SACOLAS
BIODEGRADÁVEIS
*O Município pode aumentar o grau de proteção do ambiente

- ADI 6912 → fala sobre a predominância do interesse


DISTRITOS:
MUNICÍPIOS PODEM SE ORGANIZAR
- NÃO TEM AUTONOMIA PRÓPRIA
- NÃO POSSUEM PERSONALIDADE
obs.: distrito sede

GUARDA MUNICIPAL:
Não pode substituir trabalho próprio da polícia militar e/ou civil
Atividade de segurança pública
- é constitucional atribuir poder de polícia de trânsito
PODE TER PORTE DE ARMA DE FOGO? Maio de 2021 o STF decidiu que PODE,
independente do número de habitantes

TETO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS:


- ADI 6811 → o STF entendeu que o teto é o subsídio do PREFEITO (o art.37,
XI NÃO SE APLICA AO MUNICÍPIO)

Exceção: PROCURADOR MUNICIPAL – teto é o subsídio do DESEMBARGADOR


DO TJ → honorários + subsídio NÃO PODE SER MAIOR QUE DO MINISTRO DO
STF (ele tem 2 tetos)

MUDANÇA NA DIVISÃO ESPACIAL DO TERRITÓRIO:

OBS.: DIREITO CIVIL É COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO, MAS


DIREITO DO CONSUMIDOR É CONCORRENTE
1ª - Questão:
Determinada instituição financeira propõe demanda em face do município, em que visa a infirmar
multa que o município lhe aplicou em razão de os usuários de seus serviços permanecerem em fila
por tempo superior ao estipulado em lei local.
Em sua inicial, alega que a lei municipal não pode legislar sobre os serviços prestados pelas
instituições financeiras, motivo pelo qual a multa é incabível.
Responda, fundamentadamente, se o município tem razão.
Resposta:

2ª - Questão:
A fim de beneficiar os empresários da capital fluminense, o prefeito envia projeto de lei que exige
que os veículos utilizados para atender contratos estabelecidos com a Administração Municipal
Direta e Indireta devem, obrigatoriamente, ter seus respectivos Certificados de Registro de Veículos
expedidos no Município do Rio de Janeiro.

Após regular processo legislativo, a lei é aprovada no parlamento e devidamente sancionada pelo
Chefe do Executivo.

Analise, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, a validade da lei.


Resposta:
FEDERALISMO COOPERATIVO. DIREITOS HUMANOS
E FEDERAÇÃO. DIREITOS SOCIAIS E REGIME
FEDERATIVO.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO -


ASPECTOS GERAIS. PRINCÍPIOS. SERVIDORES
PÚBLICOS E SEU REGIME PREVIDENCIÁRIO.
RESPONSABILIDADE CIVIL. REFORMA
ADMINISTRATIVA.

GARANTIAS DO PODER JUDICIÁRIO. GARANTIAS E


PRERROGATIVAS DA MAGISTRATURA.
DEONTOLOGIA DO MAGISTRADO. ÉTICA. IMPACTO
ECONÔMICO E SOCIAL DAS DECISÕES JUDICIÁRIAS.

ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA. ORGANIZAÇÃO


JUDICIÁRIA. CUSTEIO DA ATIVIDADE JUDICIAL.
- esse tema está em processo civil no edital do TJRJ (esse tema pode cair em
algumas primeiras fases do TJRJ)

O QUE É ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA? É um ramo da administração


pública (não é direito administrativo) cujo objetivo é a atividade administrativa
do poder judiciário, o relacionamento com os demais entes estatais e com as
atividades sociais.
- é uma atividade secundária do poder judiciário
PORQUE NÃO É UM RELACIONAMENTO JUDICIAL? Porque o poder
judiciário só mantém relacionamento judicial por meio de decisões. É um
relacionamento de ordem administrativa

QUANDO O PODER JUDICIÁRIO AGE DE FORMA ADMINISTRATIVA? Ex:


organização de varas (ex: divisão de trabalho naquela vara); pedido (inciativa)
para criar novas varas; precatórios (como a fazenda paga as suas condenações
judiciais – tem que formar um processo administrativo para esse pagamento e
esse processo é pelo poder judiciário
- o poder judiciário que tem inciativa de ler para criar uma nova vara
ex: pagamento de custas
ex: reforma no fórum → precisa ter licitação, etc → COM QUE DINHEIRO FAZ
ISSO?
- implementação de projetos, exemplo justiça itinerante

O relacionamento do judiciário com outros entes, como executivo e legislativo,


não é relacionamento decorrente do controle de constitucionalidade aqui e sim
do relacionamento administrativo capitaneado pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

QUAL A RAZÃO DE ESTUDAR ISSO? Advém da EC 45/2004 que elevou ao


patamar constitucional o tema da administração judiciária. PORQUE ELEVOU?
QUAL ARTIGO NA CF QUE TRADUZ A ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA? ART.103-
B QUE INSERIU O CNJ.
O CNJ tem como função exclusiva o controle da atuação administrativa e
financeira do poder judiciário (administração judiciária)
- O CNJ TROUXE A NACIONALIZAÇÃO DE JUSTIÇA → mas isso não
significa que os Juízes recebem a mesma remuneração, porque cada tribunal
de justiça tem autonomia por força do artigo 96 da CF de dispor sobre
remuneração. O QUE TODOS JUÍZES TERÃO É LIMITE DE TETO DE
REMUNERAÇÃO – art.37, XI
*se o magistrado exercer a única outra profissão que ele pode cumular que é
MAGISTÉRIO pode ultrapassar esse limite de teto pois são cargos acumuláveis
constitucionalmente
(CNJ estipula que a inscrição da prova do TJ é 1% da remuneração)

FORMAÇÃO CNJ – 15 MEMBROS → nem todos juízes (CNMP – 14


MEMBROS)
Prazo 2 anos podendo ser renovado 1 vez (exceto presidente do STF porque
ele só é por 2 anos e não tem renovação)
- quem preside o STF preside o CNJ (é o presidente dos 2) → único que não
precisa de autorização do Senado
- os membros precisam de autorização do Senado
TEM LIMITE DE IDADE? NÃO. De 2004 até 2009 erá só se tivesse até 65
anos de idade → ISSO NÃO EXISTE MAIS
(atualmente pende uma proposta de EC para renovar a magistratura e trazer
mais segurança e idade para exercício do CNJ – mas por enquanto não tem
nada)

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e


financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos
juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo
Estatuto da Magistratura:
CONCURSO → É questão administrativa – todo tribunal tem autonomia para
fazer
Mas cabe ao CNJ fazer normas gerais → ele fez várias (a mais importante é a
75) – diz matérias MÍNIMAS, valor da inscrição, etc
ex: a primeira fase sempre será objetiva
*ENTÃO CNJ SEMPRE FAZ NORMAS GERAIS → ISSO É PERMITIDO AO
CNJ? SIM. TEM NATUREZA JURÍDICA DE NORMA PRIMÁRIA – RETIRAM
FORÇA DA CF – PODEM ATÉ SER OBJETO DE ADI.

O QUE CABE ADMINISTRAR? ORGANIZAREM AS QUESTÕES NOTARIAIS


E REGISTRAIS (ex: nascimento; casamento; morte; etc)

obs.: COTAS – temos uma lei que não fala de concurso público específico do
TJ, mas fala de concursos federais → tem que respeitar os 20% de vagas
CNJ QUE TRAZ RESOLUÇÃO SOBRE COTAS – cota é só para a primeira fase
(mas tem que fazer a pontuação mínima e é sempre 60%) → segunda não
tem, tem que tirar 6

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da


Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
competência, ou recomendar providências;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder
Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do
poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;
- CNJ TEM COMPETÊNCIA CONCORRENTE COM AS CORREGEDORIAS DE
INSTAURAR UM PROCESSO ADMINISTRATIVO CONTRA O MAGISTRADO
OU UM SERVIDOR DAQUELE TRIBUNAL DE JUSTIÇA
*concorrente pois as corregedorias são as responsáveis por cuidar da atividade
do juiz de 1° grau
- no TJRJ quem cuida dos desembargadores é o conselho da magistratura

A instauração de processo administrativo pelo próprio tribunal NÃO IMPEDE O


CNJ DE INSTAURAR TAMBÉM POIS A COMPETÊNCIA É CONCORRENTE
(então os juízes ficam com 2 processos)
- O QUE O CNJ NÃO PODE FAZER É INTERVIR NA ATIVIDADE
JURISDICIONAL – é só questões administrativas
• ELE PODE INSTAURAR DE OFÍCIO
• INSTÂNCIA RECURSAL (CNJ não instaurou nada) - O JUIZ, DEPOIS DE
RECEBER UMA PUNIÇÃO ADMINISTRATIVA, QUALQUER PUNIÇÃO, PODE
UTILIZAR O CNJ COMO VIA RECURSAL ADMINISTRATIVA E O CNJ REVER
AQUELA DECISÃO – O CNJ PODE MANTER A DECISÃO DO TRIBUNAL OU
ALTERAR – a palavra do CNJ é a final e o STF não pode rever
• O CNJ PODE INSTAURAR UM PROCESSO CONTRA AQUELE JUIZ NO
PRAZO DECADENCIAL DE 1 ANO APÓS O TÉRMINO DO PROCESSO NO
TRIBUNAL DE ORIGEM – seja por uma denúncia ou de ofício
• SE A DECISÃO FOR MAIS BENÉFICA – cumpre ela
• SE A DECISÃO FOR PIOR (ex: tribunal aplicou só advertência e
CNJ falou que tinha que ser disponibilidade por 2 meses) –
cumpre do CNJ – não tem vedação a reformatio in pejus
- SEMPRE SEGUE A DECISÃO DO CNJ.

Outro artigo que fala da administração judiciária – art.93


Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá
sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
- ele fala sobre adm. judiciária quando fala que o STF tem a iniciativa para
fazer LOMAN (quem faz é o poder legislativo, o STF tem é a iniciativa)
- essa inciativa é exclusiva
LOMAN (Lei 3579) + ART.93 CAPUT + 103-B → FORMAM A TRÍADE DA
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA MAGISTRATURA
- vários artigos da LOMAN não foram recepcionadas pelo STF → falam que tem
que ter nova lei → se tiver nova lei a iniciativa é do STF

ESSA INICIATIVA FUNCIONA COMO? O STF vai elaborar o projeto de lei e


protocola na Câmara dos Deputados e terá um deputado relator daquele
projeto e a partir daquele projeto vai sofrer alterações, emendas, etc → PODE
TODAS? NÃO. Não pode inserir um tema nada a ver com magistratura ou
retirar garantias que a CF já deu.
(quando se fala em iniciativa é quem vai elaborar – seja concorrente ou
privativa)

obs.: STJ e tribunais vão elaborar as suas leis de organização judiciária → eles
elaboram o projeto e protocola na câmara/assembleia – art.96, II, d

1ª - Questão:
Tendo em vista a elevada demanda nas varas criminais da capital, de crimes praticados por
organizações criminosas, foi promulgada lei estadual de iniciativa do Chefe do Poder Judiciário que
criou a vara especializada em delitos praticos por organizações criminosas. Dispõe a lei que a
indicação e nomeação dos magistrados que ocuparão a referida vara será feita pelo presidente do
Tribunal de Justiça, com a aprovação do Tribunal.
Analise, fundamentadamente, em no máximo 15 (quinze) linhas, a constitucionalidade desta lei.
Resposta:
O poder judiciário pode criar varas especializadas, porém TEM QUE TER UMA
LEI.
O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA faz esse projeto de lei, encaminha
para assembleia. Se ela aprovar a vara será criada.
QUAL JUIZ EXERCERÁ A SUA COMPETÊNCIA NESSA VARA
ESPECIALIZADA? DE ACORDO COM O ART.93 – PROMOÇÃO OU
MERECIMENTO e sua colocação.
Aqui há equívoco pois fala que vai ser nomeado pelo presidente e isso não
pode pois FERE O JUIZ NATURAL.

2ª - Questão:
Trata-se de Recurso Ordinário em Mandado de Segurança interposto por Carmencita Carmo em
2ª - Questão:
face de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins. A recorrente se insurge contra ato do
Governador do Tocantins, consistente na outorga da delegação da titularidade do Tabelionato de
Protesto de Títulos da Comarca de Coromandel a candidata aprovada em concurso público, sendo
que este acórdão manteve a denegação da segurança pleiteada perante a Corte a quo.
A recorrente busca permanecer no exercício do tabelionato de protesto de títulos assumido, em
caráter precário, em acumulação com o tabelionato de registro civil de pessoas naturais.

Existe algum dispositivo legal a amparar a pretensão de Carmencita Carmo de continuar no


exercício do tabelionato de protestos de títulos? Fundamente sua resposta.
Resposta:
- Para ser responsável por um cartório registral ou notarial precisa de concurso
público. O tabelião atua como se fosse um funcionário particular (CLT) mas é
uma função sui generis pois ele tem funções públicas também.
Antes de 88 não tinha necessidade de concurso e era comum a pessoa ser
responsável, morrer e o filho continuar.
Hoje quando fica vago terá concurso público. Mas enquanto não faz o concurso
uma pessoa de forma precária é chamada para cuidar desse cartório
(ex: um juiz que cuida de duas varas) → É RESPONSÁVEL PELAS DUAS
ETERNAMENTE? NÃO. Não recebe 2 vezes
- no cartório recebe 2 vezes
- ela estava exercendo apenas de forma precária

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