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FACECA – FACULDADE CENECISTA DE VARGINHA

BACHARELADO EM DIREITO
DIEGO REZENDE

DIREITO CONSTITUCIONAL

VARGINHA / MG
2017

DIEGO REZENDE
Organização- Político administrativa do Estado:Formas de Estado;a federação na
CF DE 1988-União,Estados,DF,Múnicipios,Territórios.

Trabalho apresentado ao curso de Direito


da Faculdade Cenecista de Varginha,
para fixação da matéria da disciplina de
Direito Constitucionl, para obtenção de
credito parcial de notas de segunda etapa

Varginha, outubro de 2017

A ser examinado por:

Professor Helena Reis

INTRODUÇAO
O presente trabalho determina as fontes estabilizadora dos
estados ,exemplificando cada detalhe a respeito da AUTONOMIA DOS
ESTADOS E ENTES FEDERADOS ,existindo assim os limites a
autonomia de cada estados ,em abordagem aos temas pude verificar a
ausência e existência para a divisão de competência .

O art. 1º da CF traz a distinção entre forma de Estado e a forma


de Governo. A forma de Estado se refere à divisão do Estado. Segundo
essa classificação o Estado pode ser federado ou unitário. O Brasil é um
Estado federado, que é composto por uma unidade central, dividida em
unidades autônomas descentralizadas, que são os estados-membros
(ex. Paraná, Santa Catarina) e os municípios (ex. Curitiba, Florianópolis).
A forma de Governo envolve a relação entre governantes e os
governados. Segundo essa classificação um Estado pode ser uma
monarquia ou uma república. O Brasil é uma República, que significa que
o Estado é do povo e o governo é feito para o povo. Além dessas
classificações, fala-se, ainda, em sistema de Governo, que se refere à
relação entre os poderes Executivo e Legislativo. No Brasil, adotamos o
sistema de Governo presidencialista, pelo qual se confere maior
autonomia ao Poder Executivo. Além dessas informações, extrai-se do
art. 1º os fundamentos da República, quais sejam: soberania, cidadania,
dignidade da pessoa, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e
pluralismo político.
Nossa Federação é denominada de segundo grau, devido à
existência de municípios em sua estrutura. De todo modo, apenas os
estados-membros e o Distrito Federal participam da vontade nacional.
Ademais, de acordo com o art. 60, §4º, da CRFB, a federação é
considerada cláusula pétrea.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: I - a forma federativa de Estado; I - o voto direto, secreto, universal
e periódico; I - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias
individuais.
Importante, também, não confundir os territórios dentro da estrutura
federativa. Os territórios não integram a federação e são denominados
de autarquias territoriais da União.
Por fim, nossa Federação erigiu-se de dentro para fora, ou seja, é de
formação por desagregação, vez que, historicamente, o poder estava
concentrado nas mãos de governante único, que dividiu o poder em
diversos poderes locais.
Vistas as regras gerais, vamos iniciar o estudo da organização político-
administrativa da nossa Federação.

A repartição de competência, conforme vimos no início, constitui


característica fundamental da Federação. Assim, nossa CRFB distribuiu
entre os entes competências administrativas, competências tributárias e
competências legislativas. Desse rol, não vamos analisar apenas as
competências tributárias, assunto não abordado em edital.
Nossa Federação é composta pelos seguintes entes federados:
União, estados-membros, Distrito Federal e Municípios.Características
da Federação repartição de poderes repartição de competências
descentralização política auto-organização dos estados-membros
entidades autônomas vedação à secessão constituição rígida órgão
guardião do texto constitucional intervenção órgão representativo dos
estados-membros perante a União repartição de receitas Lembrando
que a união é o único ente dotado de soberania. Constitui o conjunto de
competências previstas no art. 21 da CRFB, que são competências
administrativas (materiais) delegáveis.Onde tem-se também sua
prerrogativas limitadas previstas no art 2 da CFB,que propicialmente são
delegáveis atribuídas as ações legislativas.Já as atribuições de cunho
legislativo que serão atribuições da União e dos estados-membros.
Inicialmente, portanto, devemos fixar que essas matérias não abrangem
os municípios. Logo municípios não podem legislar sobre matérias do art.
24, CRFB. Porém, existem limites a essa autonomia! Assim, embora
autônomos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
devem respeitar o estabelecido na Constituição Federal. Outro ponto que
merece ser relembrado é a divisão de competências previstas na CF/88.
Ora, se cada Unidade da Federação é autônoma, é lógico, então, que
cada qual tenha uma parcela de competência prevista e resguardada
pela própria Constituição Federal. Assim, todo Estado Federado possui
em sua Constituição um capítulo destinado à divisão de competências.
Com a República Federativa do Brasil isso não é diferente. (vide artigos
21, 22, 23, 24, 25 e 30 da CF/88.
Falar em Estados-membros e federação, está intimamente ligado a
formação, organização e estrutura dos Estados, abrangendo pois, a
forma de governo, o sistema de governo e a forma de Estado.Em nosso
país, vigora a forma de governo Republicana, o sistema presidencialista
de governo e a forma federativa de Estado.Historicamente a forma
federativa de Estado teve origem nos EUA, onde os Estados através de
um tratado internacional celebraram um pacto de colaboração entre
eles.Nessa forma de federação cada Estado cedia parte de sua
soberania a um ente central, motivo pelo qual essa forma de federação
é dita centrípeta(exposto pelo professor ALEXANDRE FRANÇA). Essa
cessão de parte da soberania ao ente central acabou levando a
centralização e unificação, formando então os Estados Unidos da
América.Já no Brasil, o processo se deu de forma inversa, ou seja,
dizemos que a formação de nossa Federação ocorreu de forma
centrífuga, onde um Estado centralizado descentralizou-se.
Essas federações, que diferem em alguns aspectos, como por exemplo
maior autonomia aos entes federados americanos do que aos entes
federados brasileiros, possuem algumas características que são
comuns a todas as federações:
 Descentralização política;Constituição  rígida com base jurídica;
 Inexistência do direito de secessão;
 Soberania do Estado Federal;
 Auto-organização dos Estados-membros;
 Guardião da constituição .

Estados-membros
Apresentados os conceitos básicos, é possível concluir que os Estados-
membros não tem soberania, característica essa que cabe aos Estados,
restando àqueles apenas autonomia, de forma que têm:
 Capacidade de auto-organização;
 Autogoverno;
 Auto-administração;
 Auto-legislação.
Importante mencionar que somente o Estado é soberano e não os
Entes-federados que separadamente considerados possuem apenas
autonomia. Essa autonomia implica ainda em afirmar que não existe
subordinação entre os Estados-membros.

Nesse sentido os conceitos do professor Celso Bastos:


Soberania é o atributo que se confere ao poder do Estado em virtude de
ser ele juridicamente ilimitado. Um estado não deve obediência jurídica
a nenhum outro estado. Isso o coloca pois numa posição de
coordenação com os demais integrantes da cena internacional e de
superioridade dentro do seu próprio território, daí ser possível dizer da
soberania que é um poder que não encontra nenhum outro, acima dela,
na arena internacional e nenhum outro que lhe esteja nem mesmo em
igual nível na ordem interna.Autonomia, por outro lado, é a margem de
discrição de que uma pessoa goza para decidir sobre os seus negócios,
mas sempre delimitada essa margem pelo próprio direito. Daí porque se
falar que os estados-membros são autônomos, ou que os municípios
são autônomos: ambos atuam dentro de um quadro ou de uma moldura
jurídica definida pela CF. Autonomia, pois, não é uma amplitude
incondicionada ou ilimitada de atuação na ordem jurídica, mas, tão-
somente, a disponibilidade sobre certas matérias, respeitados, sempre,
os princípios fixados na constituição.
STF - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ADI 687 PA (STF)

Data de publicação: 10/02/2006


Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
- AUTONOMIA DO ESTADO-MEMBRO - A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO-
MEMBRO COMO EXPRESSÃO DE UMA ORDEM NORMATIVA AUTÔNOMA -
LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DECORRENTE - IMPOSIÇÃO, AO
PREFEITO MUNICIPAL E RESPECTIVOS AUXILIARES, DO DEVER DE
COMPARECIMENTO, PERANTE A CÂMARA DE VEREADORES, SOB PENA DE
CONFIGURAÇÃO DE CRIME DE RESPONSABILIDADE - PRESCRIÇÃO
NORMATIVA EMANADA DO LEGISLADOR CONSTITUINTE ESTADUAL -
FALTA DE COMPETÊNCIA DO ESTADO-MEMBROPARA LEGISLAR SOBRE
CRIMES DE RESPONSABILIDADE - OFENSA À AUTONOMIA MUNICIPAL -
TRANSGRESSÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES -
COMPETÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL PARA PROCESSAR E JULGAR O
PREFEITO NOS ILÍCITOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS - ORGANIZAÇÃO
MUNICIPAL - ESFERA MÍNIMA DE INGERÊNCIA NORMATIVA DO ESTADO-
MEMBRO AUTORIZADA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA -
EXIGÊNCIA DE OS TRIBUNAIS DE CONTAS ENCAMINHAREM RELATÓRIOS
TRIMESTRAIS DE SUAS ATIVIDADES AO PODER LEGISLATIVO - PLENA
ADEQUAÇÃO AO MODELO FEDERAL CONSAGRADO NO ART. 71 , § 4º , DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE
PROCEDENTE. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E AUTONOMIA DO MUNICÍPIO .
- A Constituição estadual não pode impor, ao Prefeito Municipal, o dever de
comparecimento perante a Câmara de Vereadores, pois semelhante prescrição
normativa - além de provocar estado de submissão institucional do Chefe do Executivo
ao Poder Legislativo municipal (sem qualquer correspondência com o modelo
positivado na Constituição da República), transgredindo, desse modo, o postulado da
separação de poderes - também ofende a autonomia municipal, que se qualifica como
pedra angular da organização político-jurídica da Federação brasileira. Precedentes.
INFRAÇÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS: INCOMPETÊNCIA
LEGISLATIVA DO ESTADO-MEMBRO . - O Estado-membro não dispõe de
competência para instituir, mesmo em sua própria Constituição , cláusulas tip ificadoras
de ilícitos político-administrativos, ainda mais se as normas estaduais definidoras de
tais...
Encontrado em: MUNICIPAL . INCOMPETÊNCIA, ESTADO-MEMBRO,
LEGISLAÇÃO, MATÉRIA, DEFINIÇÃO, CRIME DE RESPONSABILIDADE,
ILÍCITO-POLÍTICO... DOS VEREADORES, OBJETIVO, PRESTAÇÃO,
INFORMACAO, ESTADO-MEMBRO, USURPAÇÃO, COMPETÊNCIA
PRIVATIVA, UNIÃO..., MUNICÍPIO, INCOMPETÊNCIA, ESTADO-MEMBRO. -
INCONSTITUCIONALIDADE, DISPOSITIVO, CONSTITUIÇÃO ESTADUAL,
(PA...

Data de publicação: 27/04/2010


Ementa: NATURAIS, QUE A PLATAFORMA CONTINENTAL, O MAR
TERRITORIAL E A ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA SÃO ÁREAS
INTEGRANTES DOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS. (.)FRISE-
SE, MAIS UMA VEZ, QUE
A AUTONOMIA POLÍTICA ADMINISTRATIVA DO ESTADO-MEMBRO CO
M RELAÇÃO ÀS ÁREAS QUE COMPÕEM SEU TERRITÓRIO INDEPENDE DA
PROPRIEDADE DESSAS ÁREAS. O ESTADO NÃO PRECISA SER
PROPRIETÁRIO DA ÁREA PARA TER AUTONOMIA POLÍTICO-
ADMINISTRATIVA SOBRE ELA, ASSIM COMO O DOMÍNIO DA UNIÃO
SOBRE A ÁREA NÃO AFASTA AQUELA AUTONOMIA, RESSALVADAS
ESPECÍFICAS PREVISÕES CONSTITUCIONAIS NO QUE SE REFERE AOS
TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE O PRÓPRIO BEM (ART. 150, VI, “A”)”.
(TRECHO DO JULGAMENTO DA LIMINAR NA ADIN Nº. 2.080-3/ RJ. REL. MIN.
SYDNEY SANCHES). -DESTE MODO, O SERVIÇO DE PROJETO E
INSTALAÇÃO DE CABO ELÉTRICO SUBMARINO PRESTADO PELA APELADA
ENTRE PLATAFORMAS SITUADAS NA REGIÃO DISTRITAL DO MUNICÍPIO
DE MACAU/RN SUJEITA-SE À COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO DE MACAU,
COM BASE NO CRITÉRIO DE QUE O TRIBUTO É DEVIDO NO LOCAL DA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, E NÃO AO MUNICÍPIO DO SALVADOR. -APELO
PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA, EM REEXAME NECESSÁRIO.
INVERSÃO DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA.

STF - REFERENDO NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE ADI 4190 RJ (STF)

Data de publicação: 10/06/2010


Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ASSOCIAÇÃO DOS
MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS DO BRASIL (ATRICON) - ENTIDADE
DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL - LEGITIMIDADE ATIVA "AD CAUSAM"
- AUTONOMIA DO ESTADO-MEMBRO - A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO - -
MEMBRO COMO EXPRESSÃO DE UMA ORDEM NORMATIVA AUTÔNOMA -
LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DECORRENTE - IMPOSIÇÃO, AOS
CONSELHEIROS DO TRIBUNAL DE CONTAS, DE DIVERSAS CONDUTAS,
SOB PENA DE CONFIGURAÇÃO DE CRIME DE RESPONSABILIDADE,
SUJEITO A JULGAMENTO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA - PRESCRIÇÃO
NORMATIVA EMANADA DO LEGISLADOR CONSTITUINTE ESTADUAL -
FALTA DE COMPETÊNCIA DO ESTADO-MEMBRO PARA LEGISLAR SOBRE
CRIMES DE RESPONSABILIDADE - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA QUE
PERTENCE, EXCLUSIVAMENTE, À UNIÃO FEDERAL - PROMULGAÇÃO,
PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, DA EC
Nº 40 /2009 - ALEGADA TRANSGRESSÃO AO ESTATUTO JURÍDICO-
INSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL E ÀS
PRERROGATIVAS CONSTITUCIONAIS DOS CONSELHEIROS QUE O
INTEGRAM - MEDIDA CAUTELAR REFERENDADA PELO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. ATRICON - ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO
NACIONAL - PERTINÊNCIA TEMÁTICA - LEGITIMIDADE ATIVA "AD
CAUSAM" . - A ATRICON qualifica-se como entidade de classe de âmbito nacional
investida de legitimidade ativa "ad causam" para a instauração, perante o Supremo
Tribunal Federal, de processo de controle abstrato de constitucionalidade, desde que
existente nexo de afinidade entre os seus objetivos institucionais e o conteúdo material
dos textos normativos impugnados. Precedentes. CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E
TRIBUNAIS DE CONTAS: CONSELHEIROS DO TRIBUNAL DE CONTAS
ESTADUAL - A QUESTÃO DAS INFRAÇÕES POLÍTICO- -
ADMINISTRATIVAS E DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE -
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PARA TIPIFICÁ-LOS E PARA ESTABELECER O
RESPECTIVO PROCEDIMENTO RITUAL (SÚMULA 722 /STF) . - A Constituição
estadual representa, no plano local, a expressão mais elevada do exercício concreto do
poder de auto- -organização deferido aos Estados-membros pela Lei Fundamental...
Encontrado em: CONSTITUCIONAL , RJ - VIDE EMENTA. - RESSALVA DE
ENTENDIMENTO, MIN. CELSO DE MELLO: POSSIBILIDADE, ESTADO-
MEMBRO..., CRIME DE RESPONSABILIDADE, ILÍCITO,
CARÁTER POLÍTICO, NATUREZA ADMINISTRATIVA, INEXISTÊNCIA

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