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Com referência ao Estado federal, disse Jellinek tratar-se de "Estado soberano, formado por
uma pluralidade de Estados, no qual o poder do Estado emana dos Estados-membros, ligados
numa unidade estatal"
Demais, houve quem visse como expressão distintiva das duas formas de união de Estados a
ausência de um poder político único da Confederação, ao contrário do que se dá na
Federação, detentora de poder soberano no círculo das relações internacionais; ocorre, todavia,
segundo aquele eminente constitucionalista, que em caso de guerra, nada impede que se forme
nas Confederações um centro único de comando e autoridade, a serviço da política externa
uniforme dos Estados participantes.
Invalidados, pois, pelas objeções já referidas, os vários critérios propostos, resta, segundo
Nawiasky, como traço verdadeiramente distintivo, a inexistência nas Confederações, ao
revés do que se passa nas Federações, de legislação unitária ou comum, criando
indiferentemente direitos e obrigações imediatas para os cidadãos dos diversos Estados.
No Estado federal, deparam-se vários Estados que se associam com vistas a uma integração
harmônica de seus destinos. Não possuem esses Estados soberania externa e, do ponto de
vista da soberania interna, se acham em parte sujeitos a um poder único, que é o poder
federal, e em parte conservam sua independência, movendo-se livremente na esfera da
competência constitucional que lhes for atribuída para efeito de auto-organização
Como dispõem dessa capacidade de auto-organização, que implica o poder de fundar uma
ordem constitucional própria, os Estados-membros, atuando aí fora de toda a submissão a um
poder superior e podendo no quadro das relações federativas exigir do Estado Federal o
cumprimento de determinadas obrigações, se convertem em organizações políticas
incontestavelmente portadoras de caráter estatal..
Através da lei da autonomia, manifesta-se com toda a clareza o caráter estatal das unidades
federadas. Estas podem livremente estatuir uma ordem constitucional própria, estabelecer a
competência dos três poderes que habitualmente integram o Estado (executivo, legislativo e
judiciário) e exercer desembaraçadamente todos aqueles poderes que decorrem da natureza
mesma do sistema federativo, desde que tudo se faça na estrita observância dos princípios
básicos da Constituição federal.