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BRASILEIRO
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos (...)
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Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
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Art. 60. (...) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma
federativa de Estado;
Os constituintes de 1988 deixaram ainda manifesto que o modelo federativo
a ser implementado seria o cooperativo, distinguindo-se do modo dualista de
organização política, marcado por uma rígida separação de competências e
independência entre os entes.
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:I -
direito tributário, financeiro (...)
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Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos
centrípeta ou centrífuga (ou por agregação ou segregação), em que, naquela há a
reunião de Estados soberanos e nessa há uma divisão de um Estado até então
unitário (Gonçalves, 2017).
Como indício dessa resistência do poder central, Ribeiro (2018) elucida como,
no âmbito fiscal, o federalismo brasileiro igualmente sofre com práticas ainda
centralizadoras do ente federal:
Assim, como exposto por Ribeiro (2018), a partir das últimas alterações
constitucionais realizadas e das que ainda estão sob discussão no Congresso
Nacional, como a própria Reforma Tributária, não é difícil constatar que a União vem
buscando, cada vez mais, voltar a concentrar a arrecadação tributária em seus
cofres, sem, contudo, deixar de usurpar parte do poder tributário conferido aos
Estados-membros e municípios.
Lopreato (2022) ainda traz outras medidas impostas pelo poder central que
aumentam sua arrecadação e, cada vez mais, diminui sua redistribuição entre as
unidades federativas:
São por essas razões que alguns estados, optam, por exemplo, por reduzir
suas alíquotas incidentes sobre os fatos geradores do ICMS - imposto de maior
relevância dos cofres estaduais - para que empresas exerçam suas atividades na
região, já que pagarão menos tributos.
Como exemplo, temos mais uma vez o ICMS, principal tributo estadual, que
incide sobre prestação de serviços e operações de circulação de mercadorias,
serviços de transporte e de comunicação6.
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Lei complementar 87/96, que dispõe sobre o ICMS - Lei Kandir
Em plena consciência dos desequilíbrios regionais e locais, o constituinte
firmou como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil a redução das
desigualdades sociais e regionais7.
Torres (2019) ressalta que, ainda que tal competência tenha sido atribuída à
União, em função do federalismo cooperativo, a redução das igualdades deve ser
buscadas por todas as esferas do Estado:
Uma das políticas mais notórias exercidas com fundamento nessa faculdade
atribuída pelo texto constitucional refere-se à instituição da Zona Franca de Manaus
pela Lei 3.173 de 1957.
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Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: III - erradicar a
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
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https://www.sedecti.am.gov.br/wp-content/uploads/2020/10/GUIA-DE-INCENTIVOS-FISCAIS-DA-
ZFM.VERSAO-ATUALIZADO-EM-07.10.2020-1.pdf
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Art 1º A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação e exportação e de
incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro
Torres (2019), ainda com fundamento no federalismo cooperativo, defende o
tratamento diferenciado estipulado pelo artigo 43, afirmando que o princípio da
isonomia federativa deve ser relativizado ante o objetivo de redução das
dissonâncias entre os entes:
REFERÊNCIAS