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FEDERALISMO
Quanto a origem do federalismo Fabrício de Oliveira (2007) destaca que deve-se a luta pela
independência ocorrida nos EUA, essa luta levou a união de 13 colônias contra a Inglaterra,
colônias estas dotadas de grandes diferenças entre si, tanto territorial, quanto de interesses e
valores, mas que em prol de uma conquista maior se uniram e criaram em 1778 uma
Confederação. Entretanto, devido a grande identidade territorial e cultural das colônias, estas
foram unidas com a fragilidade do sistema Confederação, uma vez que este preserva os
interesses apenas via contratual, culminando no desmanche dessa união após as colônias
terem vencido a Inglaterra e sido selada a paz, com isso cada colônia se tornou independente
o que gerou a necessidade de ser desenvolvido um novo sistema que levasse a uma
organização política e territorial que gera-se uma autonomia dos estados (Repúblicas
independentes) as unissem em torno de um novo pacto indispensável para garantir a
construção e consolidação de um Estado nacional. Foi devido a essa necessidade que em
1787 nasce a federação, que tinha a capacidade de conciliar os interesses divergentes e
conflitantes de seus participantes em torno de um projeto comum; sendo assim um modelo
que tinha suas bases na união; autonomia e autenticidade.
O modelo também buscou definir uma a Corte Suprema de Justiça, para regular e resolver os
conflitos federativos, ele se completava com a autonomia de cada território de reproduzir
internamente a estrutura de poder da esfera federal, ou seja, eles teriam a liberdade de formar
suas próprias constituições; organizarem-se politicamente, por meio dos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário; e, também importante para não ficarem dependentes e subjugados ao
Poder Central, disporem de poderes e competência (tributária e administrativa) para
desempenhar suas responsabilidades. Um ponto importante em relação ao Federalismo diz
respeito ao mecanismo de frenagem ao poder excessivo, uma vez que fortalece o princípio da
independência entre Executivo, Legislativo e Judiciário, ao mesmo tempo que atribui aos
estados membros da federação poderes que funcionam como contrapeso ao poder central, que
constituem, em certo sentido, um antídoto ao autoritarismo”.
Nesse modelo, a palavra chave é a colaboração, uma vez que espírito de solidariedade ganha
força para atenuar/corrigir desigualdades interpessoaora cis e inter-regionais de renda,
voltado a garantir um equilíbrio federativo, esse novo modelo contava com mecanismos
redistributivos e o Poder Central passa a ser uma estrutura capaz de redistribuir o poder
político territorial.
Esse novo modelo surge agora com algumas características distintas, passa a se atribuir maior
responsabilidade ao governo estadual, seguindo um processo de descentralização, visando
que os estados passassem a ofertar políticas públicas. Para Fabrício de Oliveira (2007), essa
maior preocupação com as políticas públicas foi devido aos efeitos da crise de 1929. Nesse
novo modelo pode-se destacar também a crítica ao pensamento liberal. Acima de tudo
pode-se definir o Federalismo Competitivo como um modelo que visa buscar “soluções de
mercado para questões do governo”, assim o governo teria que atuar de forma mais eficiente
e com menores custos e melhores qualidades.
FEDERALISMO NO BRASIL
Nesse sentido, pela visão de Tatiana Lima (2008) a Constituição de 1891 foi destacável e
consagrou características que perduram até os dias atuais, como a tripartição dos poderes,
tendo assim o Presidencialismo como forma de governo; a separação do Estado e da Igreja.
Mesmo com novas atribuições políticas, o federalismo no Brasil trouxe consigo deformações
estruturais, uma vez que os estados passaram a criar suas constituições próprias, o que teve
fim somente com a Constituição de 1934, em que o poder se centralizou.
Ademais, um ponto importante na distribuição do poder político no Brasil está ligado às
diversas Constituições. Na Era Vargas Tatiana Lima (2008) destaca que a outorga da
Constituição 1937 e com isso, a intervenção da União permanente e o fim das constituições
estaduais e o do regionalismo, assim observou-se uma centralização do poder no governo
central e, por conseguinte, uma intervenção permanente nos Estados. Já na Constituição de
1946 teve características desenvolvimentistas, teve-se a retomada da autonomia dos
Estados-membros, os Municípios passaram a ter a possibilidade de se autogovernarem, além
da retomada da repartição de competência entre os Federados. Posteriormente, na
constituição 1967 a tendência centralizadora se fortaleceu, sendo considerado como
‘federalismo de integração’, caracterizado pela uma negação da descentralização do poder em
detrimento da União. Contudo, com a formulação da Constituição Cidadã em 1988, houve
Um novo início da reestruturação do federalismo, o foco seria no equilíbrio,estabelecendo,
portanto, os poderes dos Estados-membros e ampliando a repartição de competência em
matéria tributária; dessa forma a União foi agraciada com a maior parte das competências,
delegadas poucas matérias aos demais entes, sejam de ordem tributária, administrativa ou
política.
● de Lima, Tatiana Maria Silva Mello. "O federalismo brasileiro: uma forma de estado peculiar."
(2008).
● OLIVEIRA, Fabrício Augusto de. Teorias da Federação e do Federalismo Fiscal: o caso
brasileiro. Texto para discussão, v. 43, 2007.
● OLIVEIRA, Fabrício Augusto de. Teorias da Federação e do Federalismo Fiscal: o caso
brasileiro. Texto para discussão, v. 43, 2007.