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Dicas de Repartição Constitucional de Competências

Pois bem, partindo da ideia de que a nossa Federação é composta por


entes autônomos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), conforme o
art. 18 da CF, é de rigor que a Constituição Federal estabeleça o âmbito de
atuação de cada um, possibilitando a convivência harmônica entre eles e o
justo exercício do poder. Desse modo, com regras previamente estabelecidas,
usurpações de competências podem ser sanadas a partir da evidência de sua
inconstitucionalidade, ou seja, quando presente a contradição com o
estabelecido na Constituição.
Dica: não há hierarquia entre os entes federativos! A União, por exemplo, caso
atue em tema reservado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
incorrerá em afronta à Constituição, devendo cessar a indevida intromissão.
Entenda que Estados, Distrito Federal e Municípios possuem as suas
particularidades, dificuldades e facilidades. Assim, é preciso que se atribua a
cada ente autonomia e capacidade para eles resolverem os problemas que
lhes são próprios, respeitando, pois, peculiaridades locais.
Dica: um dos princípios que norteia o estudo do tema em análise é o princípio
da Predominância dos Interesses. Assim, caberiam à União os assuntos de
interesse geral/nacional, que exigiriam tratamento uniforme em todo país (p.
ex., emissão de moeda); aos Estados, os temas de interesse regional (p. ex.,
instituir regiões metropolitanas); e aos Municípios, as matérias de interesse
local (p. ex., organizar e prestar o transporte coletivo).
Compreendido isso, podemos trazer algumas classificações importantes.
 
Primeiro, a classificação das competências quanto ao objeto (competências
materiais e legislativas):
a) Competências materiais administrativa : são aquelas relativas ao
exercício e à implementação de políticas públicas ou de atividades
administrativas. Exemplo: art. 23, VII, da CF: “ 23. É competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (…) VII – preservar
as florestas, a fauna e a flora”.
 
b) Competências legislativas criar leis: são aquelas relativas às atividades
normativas. Exemplo: art. 22, I, da CF: “ 22. Compete privativamente à União
legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho”.
 
Dica: o Prof. Juraci Mourão Lopes Filho (Competências federativas na
Constituição e nos precedentes do STF. 2ª ed. rev. ampl. e autal. – Salvador:
Editora JusPodivm, 2019, p. 116) nos ensina que os entes que possuem
determinada competência material possuem também a competência legislativa
correlata ou correspondente. Isso fica claro ao se correlacionar o art. 21 da CF,
que cuida da competência material da União, com o art. 22, também da CF,
que traz a competência legislativa da União. Essa correspondência é
decorrência da Teoria dos Poderes Implícitos, ou seja, “ao ser prescrito pela
Constituição um fim, tem-se, implicitamente, conferidos ao mesmo ente
federado os meios necessários para sua consecução” (LOPES FILHO, Juraci
Mourão. 2019, p. 24).
Em seguida, a classificação quanto ao modo de exercer (competência
exclusiva, privativa, concorrente, comum, residual e suplementar):
A competência tributária é um poder ou uma atribuição facultativa conferida
pela Constituição Federal aos entes federativos, por meio da qual eles
estão autorizados a instituir determinados tributos em seu território.
 
a) Competência exclusiva: quando atribuída apenas a determinado ente e
sem a possibilidade de delegação (p. ex., as competências materiais da União
do art. 21 da CF. Imagine se fosse possível delegar a função de “declarar
guerra e celebrar a paz”).
 
b) Competência privativa: quando atribuída apenas a determinado ente, mas
cabe delegação (p. ex., competências legislativas da União do art. 22 da CF).
 
Dica: o parágrafo único do art. 22 da CF permite expressamente que a União
autorize os Estados a legislar sobre questões específicas atribuídas
privativamente ao ente central. Alguns cuidados que você deve ter: I) essa
autorização deve ser feita por meio de lei complementar (quórum de
aprovação maior: maioria absoluta – art. 69 da CF); II) não se pode delegar a
totalidade da matéria (p. ex., não se pode autorizar os Estados a legislar sobre
“direito do trabalho”), mas apenas tópicos específicos (p. ex. piso salarial de
acordo com as peculiaridades regionais); III) quando se fala em Estados, inclui-
se o Distrito Federal também; IV) tendo em vista a irrenunciabilidade de
competência constitucional, a União não perde a capacidade de legislar
sobre o tema delegado; V) não cabe a delegação a Municípios.
Detalhe: a Constituição Federal traz algumas competências denominadas
privativas, mas que, na verdade, não são passíveis de delegação (como as
competências da Câmara dos Deputados – art. 51 – e do Senado Federal – art.
52).
c) Competência concorrente: quando atribuída a mais de um ente e com
predeterminação sobre a esfera de atuação de cada um.
Dica: o art. 24 da CF traz hipóteses de competências concorrentes. Veja
algumas orientações: I) cabe à União, relativamente aos tópicos de
competência concorrente, legislar apenas sobre normas gerais; II) sem
contrariar as regras gerais, cabe aos Estados e ao DF preencher as lacunas
para atender peculiaridades regionais; III) ausente lei federal sobre as
normas gerais, os Estados e o DF podem legislar plenamente sobre o assunto
(perceba que a omissão federal, no que se refere às competências
privativas, não autoriza os Estados e o DF a suprirem a falta de
regulamentação); IV) surgindo lei federal geral, suspende-se a norma estadual
apenas no que for contrário (repare que não há revogação, porquanto o ente
federativo que produziu as normas não é o mesmo – União versus Estados/DF
–, o que evidencia a ausência de hierarquia entre os entes da Federação);
V) Municípios não possuem competência concorrente, não podendo, portanto,
legislar plenamente em caso de omissão federal (mas podem suplementar lei
federal e estadual já existentes, para cuidar de interesse local, por força do art.
30, II, da CF).
d) Competência comum: quando atribuída igualmente a mais de um ente,
deixando-se o âmbito de atuação de cada um a ser definido pela
preponderância do interesse.
 
e) Competência residual (reservada ou remanescente): quando atribuída a
determinados entes por exclusão do que foi direcionado aos outros
(competência dos Estados, em regra).
 
f) Competência suplementar: quando atribuída a determinados entes a
capacidade de complementar regras gerais previamente estabelecidas
(Estados/DF na competência concorrente e Municípios em interesse local).
 
 

O presente artigo visa trazer de forma objetiva a resolução de possíveis


duvidadas pertinentes e relacionadas ao tema de repartição constitucional de
competência, exemplificando quando possível, trazendo maior nitidez ao tema
em análise.
O tema de repartição de competência fica inserido no capítulo II
da constituição (CFRB/88) nos artigos 22 a 24.

A repartição de competência na constituição de 1988 aborda as


competências Legislativa (para legislar), é o material (de cunho administrativo).

No âmbito da competência material (administrativa), e possível


perceber dois tipos de competência a exclusiva (art. 21), e a comum (art. 23).
Na competência exclusiva fica a cargo da união matérias de relevante valor ao
estado-nação como manter relações com estados estrangeiros, declarar
guerra, emitir moeda, dentre outros dispostos no artigo 21, vale ressaltar que a
competência exclusiva da união é INDELEGÁVEL, sendo vedada sua
delegação para qualquer outro membro da federação.

Exemplificado de forma objetiva a competência exclusiva da união, não


seria possível o estado ao estado de Minas Gerais criar sua própria moeda pois
se assim o fizesse estaria de forma objetiva ferindo a competência da união,
concorrendo assim em uma inconstitucionalidade, porque só compete à união
de forma exclusiva emitir moeda (art. 21, inc. VII).

Competência comum, da União, dos Estados, dos Municípios e do


Distrito Federal são as definidas no artigo 23, e elenca em seus 12 incisos, são
as que abordam questões pertinentes locais, mais com relevado interesse
coletivo nacional, aja vista que faz frente ao interesse público. A título de
exemplo cabe citar uma competência comum de relevante interesse coletivo
que está definida no artigo 23, inciso primeiro (in texts).

(in texts) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
democráticas e conservar o patrimônio público;
É possível perceber que não compete tão somente a União guarda as
leis e a constituição, mais sim a todos os entes da federação, haja vista que
está matéria e de interesse coletivo, outras matérias de interesse geral como já
citado estão dispostos nos incisos do artigo 23 da CF.

Competência Legislativa

A competência Legislativa, nada mais é a competência para legislar


sobre determinadas matérias, fica assim divididas em competência privativa
(art. 22), concorrente (art. 24), suplementar (art. 24 § 2º) e reservada (art. 25).

Ao contrário da exclusiva, a competência privativa da união pode


ser delegada atendendo os requisitos descritos no parágrafo único do artigo 22
(in texts), pelo qual permite a união dispor de matérias privativas da sua
competência para os estados e o Distrito federal através de Lei Complementar.
(in texts) Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar


sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
Na concorrente (art. 24) é compartilhada a competência entre União,
os Estados-membros e o Distrito Federal, nesta a união se limita a estabelecer
apenas normas gerais (art. 24 § 1º), e os demais entes federados normas
especiais. Caso a união não crie lei federal acerca das normas gerais, poderá o
Estado criar tais normas exercendo a competência legislativa plena (art. 24 §
3º), mais caso ocorra a superveniência de lei federal sobre as normas gerais,
suspendera a eficácia de lei estadual no que lhe for contrário (art. 24 § 4º),
seguindo assim o princípio da hierarquia das normas.

Se, todavia, inexistem as normas gerais editadas pela União, pode o


Estado, exercendo a chamada competência supletiva. (Manoel Gonçalves.
2015. P. 83), está definição dada por Manoel Gonçalves Ferreira Filho, trata da
competência supletiva, do qual faz referência a inercia do estado, a qual não
impossibilita que os outros entes federativos não legislem sobre matérias de
caráter geral.

A competência reservada e por sua vez atribuída aos Estados-


membros e ao Distrito Federal, conforme mencionado no parágrafo primeiro do
artigo 23da CF, no qual reserva aos Estados as competências que
a constituição não vedada, a exemplo e possível citar que não compete a
União e não e vedado ao Estado a criação, extinção e fixação de cargos
públicos estaduais, sendo assim pode o Estado usando sua competência
reservada promover sem autorização ou interferência da união os certames
públicos que achar necessário.

Competências dos municípios


5
COMPETÊNCIAS DOS MUNICÍPIOS
RESUMO
O objetivo do presente trabalho é abordar as características das
competências dos Municípios considerando a importância dada a este ente
pela Constituição Federal. Será abordada a autonomia e os princípios que
regem as competências dos Municípios, como o interesse local. Este trabalho
apresenta as características de cada competência atribuída ao ente federativo
em questão e as discussões em torno delas; apresenta também a questão da
hierarquia entres os entes federativos e a forma de solucionar os conflitos
existentes entre eles quando se trata de repartição de competências.
PALAVRAS CHAVES: Autonomia; Competências Municipais; Interesse
Local.
INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 adotou como forma de governo a República,
o presidencialismo como sistema de governo e a Federação como forma de
Estado; logo surge a denominação República Federativa do Brasil. Em
relação ao federalismo brasileiro, este tem como característica a participação,
na sua organização político-administrativa, de quatro entes, os quais são: a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Todos dotados de
autonomia para exercerem competências públicas (as competências podem
ser legislativas, administrativas e tributárias). Outra característica do
federalismo é o fato de que não há hierarquia entre os entes federativos, e
assim também não há entre as leis federais, estaduais e municipais; quando
há conflitos entre as normas ou entre as competências em diferentes âmbitos
(federal, estadual ou municipal) se decide de acordo com a prevalência de
interesses. Desta forma serão abordadas tão somente as competências dos
municípios enquanto entes federativos autônomos.
O Município é considerado entidade federativa indispensável ao sistema
federativo, como se extrai da própria Constituição Federal de 1988. Sua
autonomia é consagrada como princípio constitucional, devendo a União
assegurar sua observância, de acordo com o artigo 34, VII, c, da CF. Sua
autonomia, assim como dos demais entes federativos, divide-se em quatro
capacidades: auto-organização, autogoverno, autoadministração e
autolegislação. O Município possui somente os poderes Legislativo e
Executivo, o Poder Judiciário por sua vez, apesar de existir no âmbito
municipal, não é de competência do município (o ente federativo que deve
manter e organizar o Poder Judiciário é a União, de acordo com o
artigo 21, XIII da CF).
Assim como os outros entes, o ente federativo municipal possui competências
públicas que devem ser cumpridas. Dessa forma, exerce competências
privativas de natureza material (ou administrativa) e de natureza legislativa.
Exerce também a competência material comum, que pode ser exercida por
todos os entes da Federação. Também dispõe da competência legislativa
suplementar, nos casos de falta de previsão legal na legislação federal ou
estadual.

REVISÃO DE LITERATURA
A Constituição Federal de 1988 consagrou o Município como entidade
federativa indispensável ao sistema federativo brasileiro. A Carta
Magna ainda o integrou na organização político-administrativa e lhe garantiu
plena autonomia, como prevê seu artigo 18, caput: “A organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
desta Constituição.” Nesse sentido:
A  Constituição  de 1988 resgatou o Município da inércia em que se
encontrava. Concedeu-lhe autonomia para se auto-organizar, podendo
elaborar sua própria Lei Orgânica. Ademais inseriu o Município no pacto
federativo, em posição de igualdade com a União, os Estados e Distrito
Federal (FACHIN, 2008, p. 377).

Tamanha é sua importância que a própria Constituição dispõe de dispositivos


que assegurem a autonomia municipal. Apesar disso, muito se questionou
sobre a participação dos Municípios na Federação, mas graças á
preocupação dos legisladores constituintes em garantir a autonomia e a
participação dos Municípios na Federação ao elaborarem a atual Constituição
Federal, esses princípios foram garantidos.
A análise dos artigos 1º e 18, bem como de todo o capítulo reservado aos
Municípios (apesar de vozes em contrário), leva-nos ao único entendimento
de que eles são entes federativos dotados de autonomia própria,
materializada por sua capacidade de auto-organização, autogoverno,
autoadministração e autolegislação. Ainda mais adiante do art. 34, VII, c, que
estabelece a intervenção federal na hipótese de o Estado não respeitar a
autonomia municipal (LENZA, 2012, p. 445).

O Município como já foi dito possui autonomia, e essa autonomia divide-se


nas capacidades de auto-organização, autogoverno, autolegislação e
autoadministração. Assim sendo o Município organiza-se através da sua Lei
Orgânica Municipal, e também através de outras leis municipais; segundo
MORAES (2005, p. 283) “a edição de sua própria Lei Orgânica caracteriza um
dos aspectos de maior relevância da autonomia municipal”. A capacidade de
autogovernar-se diz respeito á eleição direta do Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereadores do Município sem a interferência dos Governos Federal e
Estadual. E por fim, autoadministra-se por meio de suas competências
administrativas, legislativas e tributárias, conferidas pela Constituição Federal.
As competências de cada um dos entes federativos estão estabelecidas
na Constituição Federal; o princípio geral que norteia a repartição dessas
competências é a predominância de interesses. Nesse sentido:
À União caberão aquelas matérias e questões de predominante interesse
geral, nacional, ao passo que os Estados tocarão as matérias e assuntos de
predominante interesse regional, e aos Municípios concernem os assuntos de
interesse local (SILVA apud SARLET, 2016, p. 858).

Cabe, portanto, ao Município as competências de interesse local, conforme o


artigo 30, I, da CF: “Compete aos Municípios: I – legislar sobre assuntos de
interesse local.” O Município possui competências administrativas ou
materiais e competências legislativas; as primeiras podem ser: a) comum
(cumulativa ou paralela), quando todos os entes são aptos a exercer essas
competências, está disciplinada no artigo 23 da CF/88; e b) privativa
(enumeradas), somente o Município pode exercer essa competência,
artigo 30 da CF/88. As competências legislativas, por sua vez, podem ser: a)
expressa, disciplinada no artigo 29; b) suplementar, cabe ao Município
suplementar a legislação federal e a estadual no que couber, ou seja, dentro
do interesse local, artigo 30, II, CF/88.
O artigo 30, I, da CF diz respeito ao interesse local, o município deverá
legislar sobre assuntos dessa matéria. Porém questiona-se sobre a
conceituação de interesse local. Segundo MORAES (2005, p. 283 e 284) “[...]
interesse local refere-se àqueles interesses que disserem respeito mais
diretamente às necessidades imediatas do município, mesmo que acabem
gerando reflexos no interesse regional (Estados) ou geral (União)”. Exemplos
de competência de interesse local do Município são a exploração da atividade
de estabelecimento comercial, o horário de funcionamento do comércio local
e a fixação de horário para funcionamento de farmácias e drogarias e de
plantões obrigatórios.
Em relação ás competências comuns existem dois aspectos importantes. O
primeiro diz respeito ao fato de que essas competências não podem ser
renunciadas ou transferidas. O segundo refere-se á circunstância de que a
previsão de competências administrativas comuns não implica competência
legislativa, porém isso não significa que os entes federativos não podem
legislar sobre tais matérias, só é preciso que para isso sejam respeitados os
limites do sistema constitucional em matéria de repartição de competências
legislativas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Constituição Federal prevê que os Municípios possuem a chamada
competência suplementar (art. 30, II), ou seja, o legislador municipal pode
complementar a legislação federal e a estadual para ajustar sua execução às
peculiaridades locais, desde que não contrarie as normas federais ou
estaduais e esteja de acordo com o requisito da repartição de competências
desse ente federativo, o interesse local. Dessa forma a competência
suplementar dos Municípios não permite que eles legislem sobre qualquer
matéria e em qualquer caso. Muito questiona-se sobre quando cabe esse tipo
de competência; afirma-se, em uma primeira delimitação, que a
suplementação legislativa por parte do Município se restringe ás normas que
dizem respeito ao interesse local. Em relação ás competências privativas ou
exclusivas da União e dos Estados não cabe a suplementação legislativa do
Município, exceto nos casos em que cabe á União somente editar normas
gerais (artigo 22, XXI e XXVII, da CF). Nesses casos é possível que o
Município edite normas específicas dentro de sua competência suplementar,
porém deve respeitar a legislação estadual e a federal. Contudo se os
Estados já tiverem usado deste dispositivo os Municípios deverão apenas
observar as normas gerais estaduais.
As competências legislativas comuns estão dispostas no artigo 23 da CF, e
compete a todos os entes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
exercê-las. A doutrina classifica-as como uma modalidade de competência
concorrente, pelo fato de que se trata de uma concorrência de atuação nas
matérias estabelecidas nesse artigo, objetivando a cooperação entre os entes
federativos. Pelas próprias matérias presentes no dispositivo citado conclui-se
que o legislativo quis evitar o surgimento de lacunas e garantir que essas
matérias sejam efetivadas. Nesse sentido:
Trata-se de matérias em relação às quais o constituinte pretendeu assegurar
certa simetria entre os entes federativos, ademais de garantir uma ampla
cobertura de atuação, isenta de lacunas, mediante políticas públicas e ações
diversas em áreas sensíveis, como é o caso, apenas para ilustrar, zelar pela
guarda da  Constituição, das leis e instituições democráticas e conservar o
patrimônio público (art. 23, I), cuidar da saúde e assistência pública, da
proteção e garantia das pessoas com deficiência (art. 23, II), entre outros
(SARLET, MARINONI E MITIDIERO, 2016, p. 861).

O exercício das competências comuns frequentemente gera conflitos entre os


entes federativos. Esses conflitos devem ser resolvidos de acordo com o
princípio do interesse prevalente, o STF adota a posição de que inexiste
hierarquia entre os entes federativos, mas há uma hierarquia de interesses
para resolver esses conflitos, sendo que deve-se partir do interesse nacional
da União, no sentido de que este há de preferir ao interesse mais restrito dos
Estados ou então dos Municípios.

CONCLUSÃO
Levando-se em consideração todos os aspectos observados em relação ao
Município entende-se que este é considerado entidade federativa
indispensável à Federação, dotado de autonomia para exercer todas as
competências que lhe são atribuídas e que essa autonomia é assegurada
pela Constituição Federal. A autonomia municipal é dividida em quatro
capacidades: auto-organização, autogoverno, autolegislação e
autoadministração. Entende-se também que as competências podem ser
legislativas e administrativas, a primeira divide-se em competência legislativa
expressa e suplementar e a competência administrativa ou material pode ser
comum ou privativa. Fazendo uma análise das competências municipais
percebe-se que o interesse local é o requisito básico para lhe atribuir
competências, na competência suplementar, por exemplo, uma das hipóteses
para atribuí-la ao Município é o fato de estar relacionada ao interesse local,
nesse caso o Município poderá complementar as normas federais ou
estaduais de acordo com as peculiaridades locais. Conclui-se, também, que a
competência comum foi uma forma do legislador constituinte assegurar a
cooperação dos entes federativos e garantir que as matérias de que a
competência comum trata sejam efetivadas. E, por fim, caso haja conflitos
entre as competências federais, estaduais ou municipais deve-se decidir pela
prevalência de interesses, lembrando que o interesse nacional (União) tem
preferência sobre os demais, já que não há hierarquia entre os entes
federativos.

Intervenção Federal

1 Parte Geral
Partindo do pressuposto de que os entes federativos possuem autonomia
caracterizada pela tríplice capacidade de auto-organização e normatização,
autogoverno e auto-administração. Com exceções, será admitido o
afastamento desta autonomia política, com a finalidade de preservação da
existência e unidade da própria Federação, através da intervenção.

Caracterizada pela supressão temporária da autonomia de determinado ente


federativo, a intervenção visa a unidade e preservação da soberania do
Estado Federal e das autonomias da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
O ato de intervenção na autonomia política dos Estados-membros/Distrito
Federal, pela União, somente será por decreto do Presidente da República; e
no caso de intervenção Municipal, pelos governadores de Estado, pois este é
ato privativo do Chefe do Poder Executivo.

2 Intervenção Federal
A intervenção federal é ato político-administrativo, que consiste na ingerência
de um ente federal nos negócios políticos de outra entidade, suprindo-lhe
temporariamente a autonomia por razões previstas na Constituição. A
intervenção não implica pena ao eventual detentor do cargo de Chefe do
Executivo, a renúncia deste e a assunção do cargo por seu vice não impede
que a intervenção se finalize.
Sua finalidade é garantir a própria Federação e os valores sobre os quais ela
se encontra edificada. A constituição prevê duas modalidades de intervenção:
(a) A intervenção da União nos Estados e Distrito Federal (art. 34);

(b) A intervenção dos Estados nos seus Municípios e da União nos Municípios
localizados nos territórios federais (art. 35).

Intervenção Federal no Estado-membro


Existem duas formas de requerimento e ajuizamento da intervenção, que são:
a espontânea e a provocada.

Com relação ao art. 34, têm-se:

· Espontânea – quando a intervenção é de iniciativa do Presidente da


República, o qual decreta a intervenção sem fase judicial, portanto, de
iniciativa ao chegar ao decreto interventivo diretamente. O Presidente pede
opinião dos Conselhos da República e da Defesa Nacional, mas está não o
vincula.

São quatro os tipos de intervenção espontânea:

(a) Em caso de defesa do Estado (art. 1º, I);

(b) Em caso de defesa para repelir invasão estrangeira (art. 1º, II), onde são
cabíveis duas hipóteses: 1- um Estado se une com um Estado estrangeiro
para formar novo Estado; 2- expulsar forças estrangeiras de certo Estado que
já tenha sido invadido.

(c) Em caso de grave comprometimento da ordem pública;


(d) Em caso de reorganização das finanças da unidade federativa.

· Provocada – o ato do Presidente é vinculado à requisição, não lhe sendo


outorgada qualquer discricionariedade da apreciação. É subdivida em duas:

(a) Por solicitação – realizada por meio de pedido. É contemplada no inciso IV


do art. 34, para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas
unidades da Federação. Abrange apenas o Poder Legislativo e o Executivo. A
iniciativa será sempre do poder coacto.

(b) Por requisição – realizada por ordem. É quando depende de requisição do


Supremo Tribunal Federal quando o poder coagido for o Judiciário e nas
situações do art. 34, inc. VI (provê a execução de lei federal, ordem ou
decisão judicial) e VII (assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais), citados no item 1.2.1.

Intervenção Federal no Município


Por parte da União, não é permitida a intervenção federal em Município. A
única pessoa política legitimada a nele intervir é o Estado-membro. À União
Federal, é consentida intervir em Municípios quando localizados em Território
Federal.

Intervenção Estadual no Município


Encontra-se prevista constitucionalmente no art. 35. A intervenção no
Município ocorrerá sempre pelo Estado, com exceção do Município que está
dentro de território. Neste caso, quem intervirá será a União. O ato político
será realizado pelo Governador do Estado.

· Espontânea – quando a intervenção é de iniciativa do Governador em casos


dos incs. I a III:

(a) Dívida fundada, não paga por dois anos consecutivos;

(b) Não prestadas contas na forma da lei;

(c) Não aplicado o percentual mínimo para educação.

· Provocada – São três hipóteses de intervenção estadual provocada (inc. IV):

(a) Não dar provimento de ordem ou decisão judicial. O Tribunal de Justiça


requisita a intervenção;
(b) Não dar cumprimento à lei, havendo a ação de executoriedade de lei em
nível estadual, proposta pelo Procurador-Geral de Justiça no TJ, o qual pode
requisitar ao Governador a intervenção por decreto;

(c) Ação direta de inconstitucionalidade interventiva estadual.

2.1 Hipóteses
A intervenção federal é uma medida patológica, pois afasta a autonomia
estadual. A princípio, essa intervenção é proibida (art. 4 da Constituição
Federal de 1988), porém, em casos excepcionais a União intervirá nos
Estados, no Distrito Federal e nos Municípios.
De acordo com o art. 34, a União não intervirá nos Estados nem no Distrito
Federal, exceto para:

I – manter a integridade nacional;

II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da


Federação;

V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos


consecutivos, salvo motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos municípios receitas tributárias fixadas


nesta constituição dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;


c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

2.2 Procedimentos de intervenção federal


O procedimento de intervenção da União pode ser explicado em quatro fases,
com a finalidade de evitar a hipertrofia do Poder Executivo:

· Iniciativa;

· Fase judicial (somente presente em duas das hipóteses de intervenção


– CF, art. 34, VI e VII);
· Decreto interventivo;

· Controle político (não ocorrerá em duas das hipóteses de intervenção – CF,


art. 34, VI e VII).
Iniciativa – A depender da hipótese prevista, a Constituição Federal indicará
quem irá deflagrar o procedimento interventivo:
(a) Presidente da República;

(b) Solicitação dos Poderes locais (CF, art. 34, IV);


(c) Requisição do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça ou
do Tribunal Superior Eleitoral, na hipótese prevista no art. 34, VI, segunda
parte, ou seja, desobediência a ordem ou decisão judiciária;

(d) Ações propostas pelo Procurador-Geral da República nas hipóteses


previstas no art. 34, inciso VI e VII.

Fase Judicial – Por se tratar de ações endereçadas ao STF, esta fase


apresenta-se somente nos dois casos previstos de iniciativa do Procurador-
Geral da República (art. 34, incs. VI e VII), sendo sua iniciativa, nada mais do
que a legitimação para propositura de Ação de executoriedade de lei federal e
Ação de Inconstitucionalidade interventiva.
Julgando-se procedentes, as ações propostas são encaminhadas ao
Presidente da República, para os fins de decreto interventivo.
Decreto interventivo / procedimento – É através de decreto presidencial
que a intervenção será formalizada, pois, uma vez publicado, será
imediatamente eficaz. O decreto deverá conter a amplitude, o prazo e as
condições de execução, e se necessário for, nomear um interventor. Tem-se
então a intervenção de se efetivar por decreto presidencial, embora o
Presidente da República esteja vinculado à sua edição, quando ocorrem as
hipóteses de provocação por requisição.
O Decreto presidencial, ao nomear o interventor, o considerará como servidor
público federal e suas funções serão dependentes dos limites estabelecidos
no decreto interventivo.

Controle Político – a fim de garantir a excepcionalidade da medida, é


prevista pela Constituição Federal a existência de um controle político sobre o
ato interventivo, devendo ser realizado pelos representantes do Povo
(Câmara dos Deputados) e dos próprios Estados-membros (Senado Federal).
Em caso de não aprovação do Decreto, o Presidente deverá cessá-la
imediatamente, sob pena de crime de responsabilidade (CF, art. 85, II).
Conforme previstos no art. 34, VI e VII, o controle político será dispensado.

Repartição de CompetÊncias
A repartição de competências garante a autonomia das entidades federativas
para o exercício e desenvolvimento de sua atividade normativa. A fim de
garantir a autonomia e não haver hierarquia entre os entes federativos, as
Constituições procedem a uma repartição de competências.

Foi através da Constituição de 1988 que houve a partilha do poder político


entre as entidades integrantes da federação com vistas a uma organização
política do estado brasileiro de maneira racional e equilibrada, atingindo
assim, um federalismo de equilíbrio entre a União, os Estados e os
Municípios.

1 Conceito
Para José Afonso da Silva, competência é a faculdade juridicamente atribuída
a uma entidade ou a um órgão ou agente do Poder Público para emitir
decisões, e competências são as diversas modalidades de poder de que se
servem os órgãos ou entidades estatais para realizar suas funções.
2 Princípio básico para a distribuição de competências
A natureza e o tipo histórico da federação que irão determinar os limites da
repartição regional e local de poderes. O princípio geral que norteia a
repartição de competências no Brasil (CF/88)é o da predominância de
interesse, cabendo a União as matérias e assuntos de interesse geral ou
nacional, ao passo que aos Estados corresponderão às questões de interesse
regional, e aos Municípios os assuntos de interesse local.

A Constituição Federal de 1988 adota um sistema que busca o equilíbrio


federativo com uma repartição de competências fundamentada na
enumeração dos poderes da União (art. 21 e 22), com poderes
remanescentes para os Estados (art. 25, § 1), poderes definidos para os
Municípios (art. 30) e Distrito Federal (art. 32, § 1). Porém, a União pode
delegar funções para cada um dos entes federativos (art. 22, parágrafo
único), as quais não são exclusivas de cada um destes, além de atuação
paralela entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23), e
atuação legislativa concorrente (art. 24).

3 Repartição em matéria administrativa


A competência administrativa está dividida em duas maneiras, que são a
comum e a exclusiva.

A comum é aquela que significa a faculdade de legislar ou praticar certos atos


em determinada esfera, juntamente a várias entidades, sem uma excluir a
competência da outra, podendo ser exercida cumulativamente.

Já a exclusiva é aquela na qual cada ente federativo tem seu campo de


atuação próprio, excludente da atuação de qualquer outra entidade federativa.
Assim têm-se:

1. Poderes enumerados (para União e para os Municípios – art. 21 e 30,


respectivamente);

2. Poderes reservados (para os Estados – art. 25, parágrafo 1).

Os poderes enumerados especificam na Constituição a competência de cada


ente, já os poderes reservados são tudo o que não for nem da União nem dos
Municípios, sendo competência exclusiva do Estado.
3.1 Competência administrativa da União
No Brasil, a área de competência da União é mais ampla, limitando o campo
de atuação dos Estados-membros e as competências dos Municípios
restringindo ainda mais a área estadual.

De acordo com o texto constitucional , a União dispõe de: competência


material exclusiva (art. 21) e competência material comum (art. 23). A
competência material exclusiva da União compreende as matérias que
envolvem temas de repercussão internacional e relacionados às atividades
administrativas, econômicas, financeiras e sociais, de interesse nacional.
A competência material comum da União pode tratar paralelamente todas as
entidades da Federação, que têm, relativamente às mencionadas matérias,
responsabilidade solidária para o seu cumprimento. Essa competência
abrange as matérias descritas no art. 23 da CF/88.

3.2 Competência administrativa dos Estados


As competências administrativas dos Estados-membros são aquelas que não
lhes são vedadas pela Constituição, ou seja, todas as competências que não
são da União, dos Municípios e comuns, cabem na área administrativa
privativamente ao Estado, chamada de competência remanescente. Esta
técnica foi adotada originalmente pela Constituição norte-americana e
presumia-se o benefício e a preservação de autonomia destes em relação à
União.
Contudo, a Constituição contribuiu diretamente e de forma expressa pelo
menos uma competência aos Estados. Trata-se da competência para os
Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de
gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição da medida provisória para
sua regulamentação.

3.3 Competência administrativa dos Municípios


A Constituição determina uma competência material exclusiva (art. 30, inciso
I, III, IIII, V e VIII; 144, § 8º e 182) e comum dos municípios (arts. 23 e 30,
inciso VI, VII e IX).
A competência material exclusiva pode estabelecer-se no critério do interesse
local, quando consiste em tudo que interessa direta e indiretamente ao
Município; e pode encontrar-se enumerada no
art. 30, 144 e 182 da Constituição. Dentre estas competências, cita-se a
execução da política de desenvolvimento urbano, colocando-se como
instrumento básico dessa política o plano diretor aprovado pelo legislativo
municipal e obrigatório para municípios com mais de vinte mil habitantes.
Em relação à competência comum, a qual é partilhada com a União, Estados
e Distrito Federal, por se tratarem de matérias de interesse igual para todas
as entidades federadas. Assim, incluem nesta competência, zelar pela guarda
da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público, combater a poluição em qualquer de suas formas,
promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições
habitacionais e de saneamento básico, entre outras.
Além disso, a Constituição concede ao Município o poder de fiscalização
interna e externa. A fiscalização interna está a cargo do próprio Poder
Executivo Municipal, já a fiscalização externa é de incumbência da Câmara
Municipal com auxílio dos Tribunais de Contas do Município.
A Constituição veda a criação dos Tribunais de Contas pelo Município, por se
tratar de um órgão estadual incumbido de auxiliar as Câmaras Municipais no
exercício do seu poder de controle externo.

3.4 Competência administrativa do Distrito Federal


O Distrito Federal possui competências não legislativas e legislativas. As não
legislativas, ou administrativas, correspondem às competências comuns aos
quatro entes federativos, ou seja, aquelas compartilhadas com a União, os
Estados e os Municípios, relacionadas no art. 23 da Constituição.
Conforme o ditame do art. 32, § 1º, consagram-se as competências
legislativas atribuídas aos municípios e aos Estados-membros com mesma
orientação para as competências administrativas por não haver previsão
expressa sobre quais as competências administrativas desses entes.

Por fim, muitas das competências administrativas existem em razão da


existência de certas competências legislativas relacionadas.

3.5 Competência administrativa comum


A competência administrativa comum é aquela a qual todos os entes
federativos possuem idêntica competência. A atuação desta é concorrente.
Suas competências são cumulativas, paralelas, simultâneas (da União,
Estados, DF e municípios) sendo aptos a realizarem atividades quanto às
matérias mencionadas no art. 23 da CF/88.
Com o intuito de solucionar possíveis conflitos decorrentes da atribuição de
competências simultâneas, a Constituição estabeleceu no parágrafo único do
artigo 23, que “lei complementar fixará normas para a cooperação entre a
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o
equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”. Aplica-se,
assim, o princípio da predominância de interesses.
4 Repartição em matéria legislativa
Competência legislativa é aquela que credencia as entidades federadas a
elaborar suas leis, para dispor de seu próprio direito, através de seu poder
legislativo para tanto organizado.

A Constituição Federal agiu em uma partilha dos poderes legislativos de cada


ente federativo, e ademais, entre os “poderes” existentes no âmbito da União,
especcificando a competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49) e a
competncia privativa do Presidente da República (art. 84).
Para os entes federativos houve a seguinte divisão:

1. Competência enumerada, da União, passível de delegação aos Estados


(art. 22, parágrafo único);

2. Competência residual ou remanescente, para os Estados-membros


(art. 25, § 1º da CF);
3. Competência municipal para os assuntos de interesse local (art. 30, I);

4. Competência concorrente entre União, Estados e Municípios


(arts. 24 e 30, II da CF);
5. Competência do Distrito Federal, englobando a dos Estados e Municípios
(art. 32, § 1º, da CF).
Há também a competência residual, que é atribuída aos Estados-membros,
excessão feita em matéria tributária, estando delimitado nos
arts. 153, 155 e 156 da CF e está reservada à União a competência residual
(arts. 154, I, e 149 da CF).
· Competência legislativa da União – De acordo com a Constituição
Federal, a União dispõe de:
(a) competência legislativa privativa (art. 22) – competência da União em
legislar sobre Direito Civil, Comercial, Penal, Processual, Eleitoral, Agrário,
Marítimo, Aeronáutico, Espacial e do Trabalho. A Constituição, por outro lado,
prevê que lei complementar da União poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo;
(b) competência legislativa concorrente (art. 24) – competência da União que
envolve também a competência legislativa dos Estados e do Distrito Federal.
Foi reservada pela Constituição, à União e aos Estados e Distrito Federal
uma atuação conjunta para legislarem sobre determinadas matérias, porém,
em níveis distintos. Limitando-se assim, no âmbito da legislação concorrente,
a competência da União em estabelecer normas gerais, contudo, não exclui a
competência suplementar dos Estados para dedobrar e complementar
aquelas normas gerais com a edição de normas especiais para tender a seus
interesses, sempre observando as normas federais.
Compete assim, a União e aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:

I. direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;


II. orçamento;

III. juntas comerciais;

IV. custas dos serviços forenses;

V. produção e consumo;

VI. florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e


dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII. proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII. responsabilidade por dano ao meio ambiente,129 ao consumidor, a bens


e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX. educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,


desenvolvimento e inovação;

X. criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI. procedimentos em matéria processual;

XII. previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII. assistência jurídica e defensoria pública;

XIV. proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV. proteção à infância e à juventude;

XVI. organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

· Competência legislativa dos Estados Federados / Competência


Suplementar – De acordo com a Constituição Federal, a União dispõe de:
(a) competência legislativa exclusiva (art. 25, §§ 1º e 3º; art. 18, § 4º) –
competência dos Estados que se afere pelo critério de exclusão, em
decorrência da técnica dos poderes remanescentes ou reservados.
A Constituição atribuiu diretamente aos Estados pelo menos duas
competências legislativas privativas. Sendo, a competência para, mediante lei
complementar, insituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, que são blocos ou unidades administrativas de atuação,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes. E atribuiu também a
competência para criar municípios nos termos indicados no art. 18;
(b) competência legislativa concorrente (art. 24) – competência dos Estados
que poderá exercer em conjunto com a União. Está dividida em competência
legislativa concorrente não-cumulativa ou suplementar (art. 24 § 2º) e a
competência legislativa concorrente cumulativa ou plena (art. 24 § 3º). Na
primeira, poderão os Estados e o Distrito Federal preencher os vazios da lei
federal de normas gerais, a fim de afeiçoá-la às suas peculiaridades. Na
segunda, poderão os Estados e o Distrito Federal, inexistente a lei federal de
normas gerais, exercer a competência legislativa plena para também atender
as suas peculiaridades.
· Competência legislativa do Distrito Federal – O Distrito Federal é uma
entidade da Federação, com capacidade de auto-organização, autogoverno,
autolegislação e auto-administração. Não se confunde com os Estados nem
com os Municípios, porém, concentra as competências estaduais e
municipais, de modo que a ele são atribuídas as competências legislativas
dos Estados e Municípios e a competência tributária dos Municípios.
· Competência legislativa dos Municípios – De acordo com a Constituição
Federal, os Municípios possuem:
(a) competência legislativa exclusiva – consiste na capacidade para legislar
assuntos de interesse local, ou seja, interesse predominante do Município.
Tais assuntos possuem a capacidade de afetar de modo direto e imediato nos
negócios estaduais e federais, sendo, desta forma, muito difícil de identificar
um tema de interesse do Município que não seja de interesse do Estado ou
da União. A exemplo, é do Município a competência para exigir, mediante lei
formal, a instalação em estabelecimentos bancários, de sanitários ou a
colocação de bebedouros, como também estabelecer tempo máximo de
espera na fila de atendimento ao público.
competência legislativa suplementar – consiste na capacidade de poder
complementar a legislação federal e estadual no que couber. Evidentemente
que essa competência só poderá incidir sobre as matérias enunciadas no
art. 24 da CF, objeto da competência legislativa concorrente entre a União e
Estados ou Distrito Federal.
O Estado de Defesa, o Estado de Sítio e a Intervenção Federal representam
medidas extraordinárias previstas pela Constituição Federal, buscando
restabelecer ou garantir a continuidade da normalidade constitucional
ameaçada. Dessa forma, esses instrumentos são estados de exceção, que
devem ocorrer apenas quando estritamente necessários e por um prazo
temporal determinado, sob o risco de darem espaço a impulsos autoritários.

E você sabe quais são as diferenças entre esses três mecanismos? Segue
com a gente nesse texto para descobrir!

Primeiro, o que é Estado de exceção?


Preliminarmente, é necessário ressaltar a importância do respeito
aos Princípios da Necessidade e da Temporariedade. A violação desses
princípios, segundo Lenza, daria espaço a arbitrariedades, golpes de Estado e
até mesmo à ditadura. Em decorrência disso, entende-se que as hipóteses
previstas pela Constituição são taxativas, ou seja, não representam meros
exemplos e são as únicas situações em que esses mecanismos podem ser
acionados.

Inclusive, a vigência de um Estado de Exceção, seja o Estado de Defesa, de


Sítio ou Intervenção Federal representa uma circunstância prevista pela
Constituição como impeditiva de reformas constitucionais. Sua própria
gravidade demonstraria uma situação tão anormal que não seria possível, sob
essas circunstâncias, alterar o texto da Carta Constitucional.

Ao analisarmos a Intervenção Federal, perceberemos a importância dessa


limitação no contexto brasileiro atual, em que está em curso um procedimento
de intervenção em uma das unidades da Federação. Ao mesmo tempo,
importantes reformas constitucionais estão em discussão no Congresso (das
quais se destaca a Reforma da Previdência).

O Estado de Defesa e o Estado de Sítio possuem certas similaridades, que


permitem a confusão entre os dois instrumentos e exigem uma análise mais
cuidadosa, a fim de saber diferenciá-los. De fato, a Constituição Federal possui
um Título inteiro dedicado à “Defesa do Estado e das Instituições
Democráticas” (Título V, artigos 136 a 144), cujo primeiro dos três capítulos é
destinado aos Estados de Defesa e de Sítio. A esses instrumentos, previstos
pela Constituição para corrigir eventuais anormalidades, Pedro Lenza,
Mestre e Doutor em Direito Constitucional, membro do Instituto Brasileiro de
Direito Constitucional, chamou de “Sistema Constitucional das Crises”. Vamos
começar pelo Estado de Defesa? Acompanhe.

Leia mais: Forças Armadas e a Constituição Federal


O que é Estado de Defesa?

Soldados do Exército Brasileiro no Palácio do Planalto. Imagem: Valter


Campanato / Agência Brasil
Previsto no artigo 136 da CF/88, o Estado de Defesa busca “preservar ou
prontamente restabelecer a ordem pública ou a paz social”. Nesse sentido, a
Constituição prevê duas hipóteses de ameaça:

1. Grave e iminente instabilidade institucional


2. Calamidades de grandes proporções na natureza
Percebemos, assim, uma delimitação muito clara das situações em que o
Estado de Defesa pode ser acionado, havendo ainda duas restrições
explícitas, previstas pelo art. 136: que o Estado de Defesa ocorra em “locais
restritos e determinados” e que, antes de sua decretação, sejam ouvidos
o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. Vale ressaltar que
esses órgãos são meramente consultivos, não estando o Presidente obrigado
a adotar seus pareceres.

Em que contextos específicos, então, seria possível determinar Estado de


Defesa? Por exemplo, o instrumento poderia ser acionado em caso de
rebeliões populares ou em que um desastre natural seja de tamanhas
proporções que chegue a ameaçar a ordem pública ou a paz social. No caso
do desastre da mineradora Samarco em Mariana, por exemplo, caso a
Presidência considerasse haver tal ameaça, poderia fazer uso desse
mecanismo (o que não ocorreu).

Prazos e procedimentos
Quanto ao prazo, o Estado de Defesa tem um prazo máximo de 30
dias, prorrogável (uma única vez) por igual período, desde que persista a
situação que o motivou. A limitação a uma prorrogação merece destaque, pois,
como veremos, a persistência da situação de crise mesmo após a prorrogação
do prazo possibilitará o acionamento do Estado de Sítio. Aqui vislumbramos
uma das diferenças entre os dois mecanismos, sendo possível concluir que o
primeiro possui uma abrangência mais restrita.

No que se refere aos procedimentos, o Estado de Defesa é de competência do


Presidente da República, que o aciona mediante Decreto Presidencial. Esse
decreto deve, obrigatoriamente, prever:

 O prazo de duração (garantindo sua temporariedade);


 A área abrangida (obrigatoriamente um local restrito e determinado);
 As medidas coercitivas adotadas (que analisaremos a seguir).
Uma vez emitido o Decreto Presidencial, o Presidente deve enviar o ato,
juntamente com suas justificativas, ao Congresso Nacional, no prazo de 24
horas. Caso o Congresso esteja em recesso, será convocado em um prazo de
05 dias, tendo um prazo de 10 dias para analisar a decisão presidencial.

Dessa forma, restam duas possibilidades: se o Congresso rejeitar a decisão, o


Estado de Defesa será imediatamente interrompido; caso aprove, por maioria
absoluta, deverá permanecer em funcionamento até que se encerre o Estado
de Exceção.

Saiba: quantos votos são necessários para aprovar medidas no Congresso?

Medidas Coercitivas
Em virtude da gravidade das situações que ensejam o Estado de Defesa, o
Estado fica autorizado a adotar medidas coercitivas, meios relativamente
violentos que, em situações de normalidade, violariam os direitos do cidadão.
As medidas adotadas devem ser necessárias para resolver aquela situação
específica e estão expressamente previstas na Constituição. O Presidente não
pode adotar qualquer medida que não esteja prevista no artigo 136 ou que
não seja necessária para solucionar a situação de crise).

Assim, o Decreto Presidencial pode prever a aplicação de uma ou mais das


medidas abaixo:

 Restrições ao Sigilo de Correspondência;


 Restrições ao Sigilo de Comunicação Telegráfica e Telefônica;
 Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública (nesse caso, a União deverá responder pelos danos
e custos decorrentes);
 Restrições aos Direitos de Reunião, mesmo que ocorridas no seio de
associações legítimas.
A critério de exemplo, durante a vigência do Estado de Defesa, por uma
rebelião que representasse grave e iminente instabilidade institucional, o
Governo poderia violar a correspondência de indivíduos que, justificadamente,
representassem ameaça à ordem pública ou à paz social.

Ademais, é prevista uma exceção ao art. 5º, inciso LXI da Constituição Federal,
que prevê que, em regra, ninguém pode ser preso, exceto em flagrante delito
ou por ordem judicial. Durante o Estado de Defesa, havendo Crime contra o
Estado, a prisão poderá ser determinada pelo executor da medida, desde que
informado à autoridade judicial competente para ratificação, sendo proibida a
incomunicabilidade do preso.

O que é Estado de Sítio?


O Estado de Sítio, previsto no art. 137 da Constituição Federal, pode ser
acionado em três hipóteses, com aplicações diferentes:

 Comoção grave de repercussão nacional (inciso I, primeira parte);


 Fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o Estado
de Defesa (inciso I, parte final);
 Declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira (inciso II).
Da mesma forma que no Estado de Defesa, o Estado de Sítio é decretado pelo
Presidente da República, após ouvir os Conselhos da República e o Conselho
da Defesa. Outra similaridade diz respeito à necessidade de relatar suas
justificativas ao Congresso Nacional, que deve decidir por maioria absoluta.
Entretanto, uma diferença significativa reside no fato de que, no Estado de
Sítio, a Constituição menciona a necessidade de autorização do Congresso.
Dessa forma, o Congresso é consultado antes da decretação do Estado de
Sítio, podendo impedir sua entrada em vigor.

Uma diferença a ser destacada é que, diferentemente do ocorrido com o


Estado de Defesa, a CF/88 não menciona a necessidade de atingir “locais
restritos e determinados”. De fato, por abranger situações de repercussão
nacional, não faria sentido incluir tal restrição.

Interessante notar que a Presidência de Artur Bernardes (1922-1926) se deu


quase que inteiramente sob a vigência do Estado de Sítio, renovado
sucessivamente pelo Presidente mineiro, o que demonstra que o Estado de
Sítio não foi uma inovação trazida pela Constituição brasileira atual.

Infográfico: conheça todos os presidentes do Brasil!

Prazos e procedimentos
Quanto aos prazos, a Constituição faz distinções entre as hipóteses para a
decretação do Estado de Sítio, em que é possível perceber novas distinções
com relação ao Estado de Defesa.

No caso do inciso I, em que a motivação para sua decretação foi comoção


grave de repercussão nacional (primeira parte) ou a existência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o Estado de Defesa (parte
final), o prazo inicial previsto é de não mais que 30 dias (similar ao do Estado
de Defesa). Neste caso, a diferença reside na inexistência de limite para a
quantidade de prorrogações, que devem ser feitas por igual prazo, até a
normalização da situação.

Por sua vez, no caso do inciso II, em que haja estado de guerra ou resposta a
agressão armada estrangeira, o Estado de Sítio poderá durar enquanto
perdurar a guerra ou agressão. Dessa forma, considerando que não seria
possível antecipar a duração do conflito, o Decreto Presidencial não precisaria
dizer seu prazo. Por outro lado, o Estado de Sítio continua sendo temporário e
tendo seu prazo determinado, ainda que impreciso.

No que se refere aos procedimentos, o Estado de Sítio também é acionado por


Decreto Presidencial, que deve prever: o prazo de duração; as normas
necessárias para sua execução; e as garantias constitucionais que ficarão
suspensas.

Diferentemente do que ocorre no Estado de Defesa, a CF/88 determina que o


Congresso deve ser consultado previamente. Caso esteja em recesso, será
convocado em um prazo de 05 dias. Dessa forma, restam duas possibilidades:
se o Congresso rejeitar a decisão, o Estado de Sítio não entrará em vigor; caso
aprove, por maioria absoluta, deverá permanecer em funcionamento até que se
encerre o Estado de Exceção.

Garantias Constitucionais Suspensas


Aqui percebemos nova diferença entre os Estados de Defesa e Estado de Sítio,
bem como entre as duas hipóteses de Estado de Sítio.

Na hipótese do inciso I do art. 137, sete medidas podem ser adotadas contra


a população, não sendo permitidas outras não previstas. Assim, são possíveis
durante o Estado de Sítio:

 A obrigação de permanência em localidade determinada;


 A detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por
crimes comuns;
 Restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;
 A suspensão da liberdade de reunião;
 A busca e apreensão em domicílio;
 A intervenção nas empresas de serviços públicos;
 A requisição de bens.
Na hipótese do inciso II, são possíveis as suspensões de quaisquer
garantias constitucionais, desde que devidamente previstas no Decreto
Presidencial, justificadas pelo Presidente da República e autorizadas
pelo Congresso Nacional.

Quais são as formas de controle político e jurisdicional do Estado de Defesa e


do Estado de Sítio?
Os Estados de Defesa e de Sítio são medidas excepcionais, as quais podem
colocar em risco direitos e garantias fundamentais. Por esse motivo, devem ser
adotadas apenas em situações de extrema necessidade e mediante um
controle rigoroso dos Poderes Legislativo e Judiciário. Nesses casos, as
formas de controle adotadas para os Estados de Defesa e de Sítio podem
confundir-se, possuindo diversos elementos em comum.

Além do já mencionado controle imediato (realizado pelo Congresso


imediatamente após a decretação do Estado de Defesa ou anteriormente ao
Estado de Sítio), são previstas outras hipóteses de controle, de forma a evitar
arbitrariedades.

Assim, durante os Estado de Defesa e de Sítio: a Mesa do Congresso Nacional


deverá compor uma Comissão, composta por cinco membros, para
acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao Estado de
Exceção em vigor; por sua vez, o Poder Judiciário continuará atuando, de
forma a reprimir abusos e ilegalidades.

Ademais, uma vez encerrado o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, o


Presidente relatará ao Congresso as providências adotadas, com relação
nominal dos atingidos e das medidas utilizadas. Comprovada a ilegalidade
em alguma das restrições adotadas, o Presidente poderá ser acionado
por Crime de Responsabilidade.

O que é intervenção federal? 


ntervenção federal no Rio de Janeiro. Imagem: Tânia Rego / Agência Brasil.
A Intervenção Federal compreende um terceiro Estado de Exceção, que,
entretanto, não pode ser confundido com os Estados de Defesa e de Sítio,
merecendo um estudo à parte.

Se a Constituição Federal determina que a República Federativa do Brasil é


composta pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, conferindo
autonomia a todos esses entes, a Intervenção Federal representa uma
situação de anormalidade, quando é permitida a suspensão temporária
dessa autonomia. Sendo um Estado de Exceção, a intervenção federal só
pode ser acionada em casos específicos e quando não houver outra medida
capaz de solucionar a questão.

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