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tratarem de telecomunicações (arts. 21, XI, 22, IV, e 175, parágrafo único, IV). Por
mais que o argumento lançado pelo Min. Fachin tivesse o apoio dos Mins. Barroso e
Rosa Weber (sustentando haver a matéria conexão com direito penitenciário, consumo
e segurança pública — o que permitira a normatização estadual), não adotando
meramente o critério da preponderância de interesses, a maioria do STF, contudo,
capitulou a matéria como afeta a telecomunicações, atraindo, assim, a competência da
União.
Apesar do reconhecimento de pontos de contato entre os temas, a maioria dos
Ministros fundamentou com base no critério da prevalência de interesses para
solucionar o conflito, sustentando a competência da União quando a matéria
transcender interesses locais e regionais, devendo, no caso, haver um tratamento
nacional uniforme (ADIs 3.835, 5.356, 5.253, 5.327 e 4.861, j. 03.08.2016).
De todo modo, a partir das perspectivas lançadas nas ações que discutiram a
proibição do amianto (ADIs 4.066, 3.937, 3.406, 3.470, 3.356, 3.357 e ADPF 109),
parece que a ideia de federalismo cooperativo ganhou força, seja em relação ao
tabaco (cf. item 7.11.2), como, em especial, em vários julgamentos proferidos pela
Corte para o enfrentamento da calamidade pública nacional decorrente da pandemia
da Covid-19 (cf. item 7.11.3).
■ expressa: art. 25, caput qual seja, como vimos, a capacidade de auto-
organização dos Estados-Membros, que se regerão pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios da CF/88;
■ residual (remanescente ou reservada): art. 25, § 1.º toda competência que
não for vedada está reservada aos Estados-Membros, ou seja, o resíduo que
sobrar, o que não for de competência expressa dos outros entes e não houver
vedação, caberá aos Estados materializar;
■ delegada pela União: art. 22, parágrafo único como vimos, a União poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias de sua
competência privativa prevista no art. 22 e incisos. Tal autorização dar-se-á por
meio de lei complementar;47
■ concorrente: art. 24 a concorrência para legislar dar-se-á entre a União, os
Estados e o Distrito Federal, cabendo à União legislar sobre normas gerais e aos
Estados, sobre normas específicas;
■ suplementar: art. 24, §§ 1.º a 4.º no âmbito da legislação concorrente,
como vimos, a União limita-se a estabelecer normas gerais e os Estados, normas
específicas. No entanto, em caso de inércia legislativa da União, os Estados
poderão suplementá-la, regulamentando as regras gerais sobre o assunto, sendo
que, na superveniência de lei federal sobre norma geral, a aludida norma
estadual geral (suplementar) terá a sua eficácia suspensa, no que for contrária à
lei federal sobre normas gerais editadas posteriormente.48 Assim, poderíamos,
conforme a doutrina, dividir a competência suplementar em duas, a saber: a)
competência suplementar complementar — na hipótese de já existir lei federal‐
sobre a matéria, cabendo aos Estados e ao Distrito Federal (na competência
estadual) simplesmente completá-las; b) competência suplementar supletiva —
nessa hipótese inexiste a lei federal, passando os Estados e o Distrito Federal (na
competência estadual), temporariamente, a ter a competência plena sobre a
matéria;
■ tributária expressa: art. 155 (estudar especialmente em direito tributário).
■ 7.5.4. Exploração dos serviços locais de gás canalizado
Os serviços locais de gás canalizado serão explorados diretamente pelos Estados,
ou mediante concessão, na forma da lei, vedando-se a regulamentação da referida
matéria por medida provisória, como expressamente previsto no art. 25, § 2.º (com a
redação determinada pela EC n. 5/95), e em decorrência do art. 246 da CF/88.
A Lei n. 9.478, de 06.08.1997 (vide também a Lei n. 9.847, de 26.10.1999), veio
dispor sobre a política energética nacional e as atividades relativas ao monopólio
do petróleo, instituindo o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência
Nacional do Petróleo, além de outras providências pertinentes à matéria.
Trata-se, de acordo com o art. 6.º, XXII, da aludida lei, da distribuição de gás
canalizado, ou seja, serviços locais de comercialização de gás canalizado, junto aos
usuários finais, explorados com exclusividade pelos Estados, diretamente ou mediante
concessão, nos termos do § 2.º do art. 25 da CF.49