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LEI ORGÂNICA
DO MUNICÍPIO DE ALEGRETE

PREÂMBULO

Sob a proteção de Deus, nós vereadores, representantes do povo alegretense,


promulgamos esta Lei Orgânica do Município de Alegrete, evocando o passado histórico da
instalação no ano de 1842 da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa da República Rio-
Grandense, com sede em Alegrete, inspirados na necessidade de aperfeiçoamento da comunidade,
de forma participativa e democrática, com a consciência voltada para os deveres e direitos do
povo, com igual espírito indômito e ideal libertário que valorizam o povo gaúcho, observando a
constitucionalidade das leis, afirmando o compromisso de convivência harmoniosa com os
poderes constituídos, a integração com os povos latino-americanos, e a fraternidade entre os
homens.

TÍTULO I
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL
CAPÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º O Município de Alegrete, pessoa jurídica de direito público interno, parte


integrante da República Federativa do Brasil e do Estado Rio Grande do Sul, no pleno uso de sua
autonomia política, administrativa e financeira, reger-se-á por esta Lei Orgânica e demais leis que
adotar, respeitados os princípios estabelecidos na Constituição Federal e Estadual.

Art. 2º A soberania popular será exercida por sufrágio universal e pelo voto secreto e
direto com igual valor para todos e, nos termos desta lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
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TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 3º É mantido o atual território do Município, cujos limites só poderão ser


alterados nos termos da Legislação Estadual. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 4º São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo


e o Executivo.

Parágrafo único. É vedado a qualquer dos poderes delegar atribuições e ao cidadão


investido em um dos poderes, exercer função em outro, salvo as exceções previstas na
Constituição Federal. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
DEZEMBRO DE 2014)

Art. 5º O dia 25 de outubro é a data magna do Município. (REDAÇÃO DADA PELA


EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 6º Os símbolos do Município são: o Brasão, a Bandeira, o Hino e outros


estabelecidos em lei.

Art. 7º A autonomia do Município se expressa:


I - pela eleição direta dos Vereadores, Prefeito e Vice-Prefeito; (REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

II - pela administração própria, no que tange ao interesse local; (REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

III - pela instituição, arrecadação e aplicação de seus tributos. (REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)
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Art. 8º O Município promoverá vida digna aos seus habitantes e será administrado
com base nos seguintes compromissos fundamentais:

I - transparência pública de seus atos;


II - moralidade administrativa;
III - participação popular nas decisões;
IV - descentralização político-administrativa;
V - prestação integrada dos serviços públicos.

Art. 9º Ao Município compete, privativamente, dentre outras, as seguintes


atribuições:

I - elaborar o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual,


estimando a receita e fixando a despesa, com base no planejamento adequado;

II - instituir e arrecadar tributos de sua competência, fixar e cobrar tarifas e preços


públicos, com a obrigação de prestar contas e publicar balancete nos prazos fixados em lei;
III - dispor sobre a administração, utilização e alienação de seus bens;

IV - adquirir bens e serviços, inclusive mediante desapropriação, por necessidade,


utilidade pública ou por interesse social;

V - organizar e prestar diretamente ou conceder e permitir, através de licitação, os


serviços públicos de interesse local e os que possuem caráter essencial;
VI - organizar os quadros e estabelecer o regime jurídico de seus servidores;

VII - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, de Saneamento Básico, e


de Proteção Ambiental, integrados;

VIII - promover o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e


controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arruamento e de zoneamento


urbano, bem como diretrizes urbanísticas convenientes à ordenação de seu território;

X - estabelecer normas de prevenção e controle de ruídos, da poluição do meio


ambiente, do espaço aéreo e das águas;

XI - regulamentar a utilização dos logradouros públicos, sinalizando as faixas de


rolamento e zonas de silêncio;
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XII - conceder e permitir os serviços de transporte coletivos, táxis e outros, fixando


tarifas e itinerários atendendo a necessidade de locomoção de deficientes físicos;

XIII - disciplinar o trânsito local, sinalizando as vias urbanas e estradas municipais,


instituindo penalidades e dispondo sobre a arrecadação de multas, especialmente as relativas ao
trânsito urbano;

XIV - disciplinar os serviços de carga e descarga, especialmente de cargas tóxicas e a


fixação de tonelagem máxima permitida;

XV - estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de seus serviços;


XVI - disciplinar a limpeza dos logradouros públicos, a remoção do lixo domiciliar e
detritos de qualquer natureza e dispor sobre a prevenção de incêndio;

XVII - licenciar para funcionamento os estabelecimentos industriais, comerciais, de


serviços e similares, mediante expedição de alvará de localização;

XVIII - suspender ou cassar os alvarás de licença de estabelecimentos que se


tornarem danosos à saúde, à higiene, ao bem-estar público, ao sossego, à segurança, ao meio
ambiente ou aos bons costumes; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE

15 DE DEZEMBRO DE 2014)

XIX - fixar os feriados municipais, bem como o horário de funcionamento de


estabelecimentos comerciais, industriais, bancários, de prestação de serviço e outros;

XX - legislar sobre serviços funerários e cemitérios, fiscalizando os que pertencerem


a entidades populares;

XXI - regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a fixação de cartazes,


anúncios, emblemas e quaisquer outros meios de publicidade e propaganda;

XXII - regulamentar, autorizar e fiscalizar as competições esportivas, os espetáculos e


os divertimentos públicos;

XXIII - legislar sobre apreensão e depósito de semoventes, mercadorias e móveis em


geral, no caso de transgressão de lei e demais atos municipais, bem como sobre a forma e
condições de venda das coisas e bens apreendidos;

XXIV - legislar sobre serviços públicos e regulamentar os processos de instalação,


distribuição e consumo de água, gás, energia elétrica e todos os demais serviços de uso coletivo;
XXV - estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos;
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XXVI - criar, organizar e suprimir distritos e bairros, consultados os munícipes e


observada a legislação pertinente;

XXVII - participar de entidade que congregue outros Municípios integrados à região,


na forma estabelecida pela lei;

XXVIII - prestar, com a cooperação técnica financeira da União e do Estado, serviços


de atendimento à saúde da população;

XXIX - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;
XXX - legislar sobre fiscalização as infrações de trânsito no Município.

Art.10. Compete ao Município, no exercício de sua autonomia:


I - organizar-se administrativamente, observadas as legislações federal e estadual;

II - organizar-se juridicamente, estabelecer suas leis, expedir decretos e atos relativos


aos assuntos de seu particular interesse, ou supletivamente a eles;

III - zelar pela saúde, meio ambiente, higiene, segurança e assistência


pública; IV - promover o ensino, a educação e a cultura;

V - estimular o melhor aproveitamento da terra, bem como as defesas contra as


formas de exaustão do solo;
VI - abrir e conservar estradas e caminhos e determinar a execução de serviços
públicos;
VII - promover a defesa sanitária e a conservação do solo;

VIII - auxiliar as autoridades sanitárias na fiscalização de gêneros alimentícios desde


a sua produção até a distribuição ao consumidor final;

IX - amparar a maternidade, a infância, a juventude e a velhice coordenando-os,


orientando os serviços no âmbito do Município;
X - estimular a prática desportiva;
XI - realizar e incentivar a construção de casa própria de caráter popular;

XII - incentivar e proteger o comércio, a indústria, a agricultura, o turismo e outras


atividades com objetivo social;

XIII - proteger os documentos, as obras, e outros bens de valor histórico, artístico e


cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
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XIV - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seu território.

Art. 11. O Município pode celebrar convênios com a União, o Estado e outros

Municípios, para a execução de obras ou serviços públicos de interesse comum. (REDAÇÃO DADA

PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

§ 1º O Município participará de organismos públicos que contribuam para integrar a


organização, o planejamento e a execução de função pública de interesse comum.

§ 2º Pode ainda o Município, através de convênios ou consórcios com outros

Municípios da mesma comunidade socioeconômica, criar entidades intermunicipais para a


realização de obras, atividades ou serviços específicos de interesse comum, devendo ser
aprovados por lei dos Municípios que deles participarem.

§ 3º É permitido delegar, entre o Estado e o Município, também por convênio, os


serviços de competência concorrente, assegurados os recursos necessários.

Art. 12. Compete ao Município suplementar a legislação federal e estadual no que


couber e naquilo que disser interesse.

CAPITULO II
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 13. A Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes do


Município, visando à promoção do bem público e a prestação de serviços a comunidade e aos
indivíduos que a compõem, observará os princípios da legalidade, da moralidade, da
impessoalidade, da publicidade, da legitimidade, da participação, da razoabilidade, da
economicidade, da motivação, da eficiência e, também, o seguinte:

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que


preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
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II - os investidos em cargos eletivos e de funções de provimento em comissão, ao


assumi-los e deixá-los, devem declarar os bens que compõem seu patrimônio;

III - a administração pública será organizada de modo a aproximar os serviços


disponíveis e seus beneficiários ou destinatários;

IV - a lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por tempo determinado, para


atender as necessidades temporárias de excepcional interesse público;

V - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas


portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras e serviços e as campanhas dos órgãos e


entidades da administração pública, ainda que não custeados diretamente por esta, deverão ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, nelas não podendo constatar símbolos,
expressões, nomes ou imagens que caracterizem a promoção pessoal de autoridade ou servidores
públicos.

§ 2º A ação político-administrativa do Município será acompanhada e avaliada,


através de mecanismos estáveis, por Conselhos Populares, na forma da lei.

Art. 14. A investidura em cargos ou emprego público depende de aprovação prévia


em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvada as nomeações para cargos de
provimento em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 1° As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos


exigidos para o exercício do cargo.

§ 2° Os pontos correspondentes aos títulos não poderão somar mais de vinte e cinco
por cento do total dos pontos do concurso.

§ 3° A não observância do disposto neste artigo acarretará a nulidade do ato e a


punição da autoridade responsável.

Art. 15. Integram a administração indireta as autarquias, empresas públicas e


fundações instituídas ou mantidas pelo Município.

§ 1º Às empresas públicas aplicam-se as normas pertinentes às sociedades de


economia mista.
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§ 2º As fundações públicas ou de direito público instituídas pelo Município são


equiparadas às autarquias, regendo-se por todas as normas a estas aplicáveis.

Art. 16. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

Art. 17. Todas as pessoas têm direito, independentemente do pagamento de qualquer


natureza, à informação sobre o que consta a seu respeito, a qualquer título, nos registros ou
bancos de dados das entidades governamentais ou de caráter público.

§ 1º Os registros e bancos de dados não poderão conter informações referente à


convicção política, filosófica ou religiosa.

§ 2º Qualquer pessoa poderá exigir, por via administrativa, em processo sigiloso ou


não, a retificação ou atualização das informações a seu respeito e de seus dependentes.

Art. 18. A contabilidade do Município obedecerá, na organização do seu sistema


administrativo, informativo e nos seus procedimentos, aos princípios fundamentais da
contabilidade e as normas estabelecidas na legislação.

Art. 19. Será publicado pelo Município, em observância aos princípios estabelecidos
no art. 13, além de outros atos, o seguinte:

I - as conclusões de todas as sindicâncias e auditorias instaladas em órgãos da


administração direta e indireta;
II - mensalmente:

a) o resumo da folha de pagamento do pessoal da administração direta, indireta e a


contribuição do Município para despesas com pessoal de cada uma das entidades da
administração indireta, especificando-se as parcela correspondentes ativos, inativos e
pensionistas, e os valores retidos a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer
natureza e de contribuições previdenciárias;

b) o balancete econômico-financeiro, referente ao mês anterior do órgão de


previdência do município.
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III - anualmente relatório pormenorizado das despesas mensais realizadas pelo


município na área de comunicação, propaganda e publicidade.

IV - no primeiro dia útil dos meses de fevereiro e agosto, o quadro de pessoal dos
órgãos e entidades da administração relativa ao último dia do semestre civil anterior,
relacionando também o número de admitidos e excluídos no mesmo período, distribuídos por
faixa de remuneração, e quadro demonstrativo dos empregados contratados, bem como o
percentual global médio de comprometimento da arrecadação, com a folha de pagamento,
verificado no exercício imediatamente anterior;
V - o resumo dos contratos firmados pelo poder público municipal nos casos e

condições disciplinados em lei. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15
DE DEZEMBRO DE 2014)

VI - Os Poderes Executivos e Legislativos publicarão anualmente os valores do


subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

Art. 20. A publicação das leis e atos municipais far-se-á no órgão da imprensa oficial
e por fixação na sede da Prefeitura e da Câmara Municipal.

Art. 21. À Administração Pública é vedada a contratação de empresas que adotem


práticas discriminatórias na admissão de mão de obra, que não atendam às normas relativas à
saúde, a segurança do trabalho, a proteção do meio ambiente e que veiculem propaganda
discriminatória.

Art. 22. Os servidores públicos e empregados da administração direta e indireta,


quando assumirem cargo eletivo público, não poderão ser demitidos no período de registro de sua
candidatura até um ano depois do término do mandato, nem ser transferidos do local de trabalho
sem o seu consentimento.

Parágrafo único. Se o funcionário licenciar-se para exercício do mandato, o órgão


empregador recolherá mensalmente as obrigações sociais e garantirá ao servidor ou empregado
os serviços médicos e previdenciários dos quais era beneficiário antes de se eleger.

Art. 23. É assegurado:


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I - aos sindicatos e associações dos servidores da administração:


a) participar das decisões de interesse da categoria;
b) descontar em folha de pagamento as mensalidades de seus associados e demais

parcelas, a favor da entidade, desde que aprovadas em assembleia


geral; c) eleger delegado sindical.

II - aos representantes das entidades mencionadas no inciso anterior, nos casos


previstos em lei, o desempenho, com dispensa de suas atividades funcionais, de mandato em
diretoria executiva de confederações, federação de servidores públicos, sem qualquer prejuízo
para sua situação funcional ou remuneratória, exceto promoção por merecimento;

III - aos servidores públicos e empregados da administração indireta, estabilidade a


partir do registro da candidatura até um ano após o término do mandato sindical, salvo demissão
precedida de processo administrativo disciplinar ou judicial.

§ 1º Ao Município é vedado qualquer ato de discriminação sindical em relação a seus


servidores e empregados, bem como influência nas respectivas organizações.

§ 2º O órgão municipal encarregado da formulação da política salarial contará com a


participação paritária de representantes dos servidores públicos e empregados da administração
pública, na forma da lei.
Seção II
Dos Bens Patrimoniais

Art. 24. Constituem o patrimônio municipal os bens imóveis, móveis e semoventes, e


os direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao Município.

Parágrafo único. Os bens municipais devem ser cadastrados, com identificação e


numeração respectivas, mantendo-se livro de tombo com a relação descritiva dos bens imóveis.

Art. 25. O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante concessão,
permissão ou autorização conforme o interesse público coletivo ou social, nas seguintes
condições:

I - a concessão de direito real de uso de bens dominiais para uso especial far-se-á
mediante contrato, sob pena de nulidade do ato, e será sempre precedida de concorrência pública;
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II - a concessão de direito real de uso de bens de uso comum somente poderá ser
outorgada mediante lei e para finalidade de habitação e educação ou assistência social;
III - a permissão será feita por decreto;
IV - a autorização será feita, por decreto, pelo prazo máximo de noventa dias.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese o Poder Público promoverá ampla discussão


com a comunidade local.

Art. 26. O Município poderá ceder a particulares, para serviços de caráter transitório,
máquinas e operadores do Município, desde que os serviços da municipalidade não sofram
prejuízos e o interessado recolha, previamente, a remuneração arbitrada e assine termo de
responsabilidade pela conservação e devolução dos bens cedidos.

Art. 27. A concessão administrativa dos bens municipais, de uso especial e dominiais
dependerá de lei e de licitação que se fará mediante contrato e por prazo determinado sob pena de
nulidade do ato.

Art. 28. A alienação de bens municipais, subordinada à existência de interesse


público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá ao seguinte:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração
direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,
dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos

casos previstos na Lei nº 8.666/93; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014,

DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

a) Uma vez desativados, será dada preferência ao proprietário do imóvel


desmembrado originalmente.

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos


casos previstos na Lei nº 8.666/93. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014,

DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Seção III
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Das Obras e Serviços Públicos

Art. 29. As obras e serviços públicos municipais serão executadas pela Prefeitura
Municipal, direta ou por administração indireta, em conformidade com a legislação federal,
estadual e municipal.

Art. 30. Nenhuma obra pública e serviços do Município, salvo os casos de extrema
urgência, devidamente justificados, poderão ter seu início realizado sem que conste:

I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e oportunidade para o


interesse público;
II - o respectivo projeto;
III - o orçamento do seu custo;
IV - a indicação dos recursos financeiros para o atendimento das respectivas despesas; V
- os prazos para seu início e conclusão, acompanhados da respectiva justificação.

Art. 31. A concessão ou a permissão de serviço público somente será efetivada com
autorização da Câmara Municipal e mediante contrato precedido de licitação.

Parágrafo único. Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre sujeitos à


regulamentação e à fiscalização municipal cabendo a aprovação da Câmara Municipal as tarifas
respectivas, bem como as suas majorações.

Art. 32. Os preços dos serviços públicos e de utilidade pública serão fixados pelo
Prefeito, nos termos da lei.

Art. 33. A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração


pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - a planos e programas de expansão de serviço;

II - a revisão da base de cálculo dos custos


operacionais; III - a política tarifária;
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IV - as reclamações relativas à prestação de serviços públicos em geral, asseguradas a


manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
qualidade do serviço;

V - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de


governo, observado o disposto no art. 5°, inciso X e XXXIII da Constituição Federal;

VI - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo do cargo,


emprego ou função na administração pública.

Art. 34. As entidades prestadoras de serviços públicos serão obrigadas, pelo menos
uma vez por ano, a dar ampla divulgação de suas atividades, informando, em especial, sobre
planos de expansão, aplicação de recursos financeiros e realização de programas de trabalho.

Art. 35. Os serviços públicos de competência do Município, concedidos ou


permitidos, serão disciplinados e organizados mediante lei que disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o


caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade,
fiscalização, rescisão e de concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;

III - as normas que possam comprovar a eficácia no atendimento de interesse público,


bem como permitir a fiscalização pelo Município de modo a manter o serviço contínuo, adequado
e acessível;
IV - a política tarifária;
V - a obrigação de manter o serviço adequado.

Art. 36. Nenhuma obra iniciada pelo Município que já tenha vinte e cinco por cento
de seu total em andamento poderá ser interrompida ou abandonada, em detrimento de outras
obras.

Art. 37. O Município retomará, sem indenização, os serviços concedidos ou


permitidos, desde que executados em desconformidade com a lei, ato ou contrato, bem como
aqueles que se revelarem insuficientes para o atendimento aos usuários.
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Seção IV
Dos Servidores Públicos Municipais

Art. 38. O Município instituirá conselho de política de administração e remuneração


de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.

§ 1° a fixação dos padrões de vencimentos e dos demais componentes do sistema


remuneratório observará:

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes


de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
§ 2° aplicam-se aos servidores ocupantes de cargo público:
I - vencimento básico ou salário básico nunca inferior ao salário mínimo fixado pela
União;
II - irredutibilidade de vencimentos ou salários;

III - décimo terceiro salário ou vencimento igual à remuneração integral ou no valor


dos proventos de aposentadoria;
IV - remuneração do trabalho noturno superior ao diurno;
V - salário-família ou abono familiar para seus dependentes;
VI - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada conforme estabelecido em lei;
VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

VIII - remuneração do serviço extraordinário, superior, no mínimo em cinquenta por


cento à do normal;

IX - participação de representante sindical nas comissões de sindicância e inquérito


que apurem falta funcional;
X - livre acesso à associação sindical;

XI - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a
remuneração normal, e pagamento antecipado;
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XII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remuneração, durante o prazo


previsto no Regime Jurídico dos Servidores Municipais; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI
ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

XIII - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XIV - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;

XV - auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor


em atividade para o seu local de trabalho, nos termos da legislação federal;

XVI - proibição de diferenças de remuneração, de exercício de funções e de critério


de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XVII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres e perigosas,


na forma da lei.

§ 3° A lei municipal disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes


da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquias e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço púbico, inclusive
sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

Art. 39. O regime jurídico dos servidores públicos do Município será estabelecido em
estatuto, através de lei complementar, observado os princípios e as normas da Constituição
Federal e desta Lei Orgânica.

Art. 40. Lei Complementar estabelecerá os critérios objetivos de classificação de


cargos públicos dos Poderes, de modo a garantir a isonomia de vencimentos.
§ 1º Os planos de carreira preverão também: I
- as vantagens de caráter individual;
II - as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;

III - os limites máximo e mínimo de remuneração e a relação entre estes limites,


sendo aquele o valor estabelecido de acordo com o artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal.

§ 2º As carreiras, em qualquer dos poderes, serão organizadas de modo a favorecer o


acesso generalizado aos cargos públicos.
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§ 3º As promoções de grau a grau, nos casos organizados em carreira, obedecerão aos


critérios de merecimento e antiguidade, alternadamente, e a lei estabelecerá normas que
assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

§ 4º A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no


respectivo quadro, não comportar a organização em carreira.
§ 5º Aos cargos isolados aplicar-se-á o disposto no caput.

Art. 41. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes


de cargo efetivo e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
chefia e assessoramento.

§ 1º Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração e não serão


organizados em carreira.

§ 2º A lei poderá estabelecer, a par dos gerais, requisitos específicos de escolaridade,


habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargo em comissão.

Art. 42. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo.

§ 1º A remuneração dos servidores públicos ativos e inativos, dos pensionistas e o


subsídio de que trata o inciso XVII do art. 63 somente poderão ser fixados ou alterados por lei
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada a revisão geral anual,
sempre na mesma data e sem distinção de índices.

§ 2º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao
necessário para repor seu poder aquisitivo.

§ 3º As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão assegurados a todos os


servidores municipais e reger-se-ão por critérios uniformes quanto à incidência, ao número e às
condições de aquisição, na forma da lei.

§ 4º A lei assegurará ao servidor que, por um quinquênio completo, não houver


interrompido a prestação de serviço ao Município e revelar assiduidade, licença prêmio de três
meses, que pode ser convertida em tempo dobrado de serviço, para os efeitos nela previsto.
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§ 5º Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer


gratificação de equivalência superior à remuneração fixada para os cargos ou funções de
confiança criados em lei.

§ 6º É vedada a participação dos servidores públicos no produto de arrecadação de


multas, inclusive da dívida ativa.

Art. 43. Os servidores municipais somente serão indicados para participarem em


cursos especializados ou capacitação técnica profissional no Município, Estado, no País ou no
exterior, com custos para o poder público, quando houver correlação entre o conteúdo
programático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

§ 1° O Município fomentará a frequência dos servidores públicos em escolas de


governo para a formação e o aperfeiçoamento, constituindo-se a participação nos cursos um dos
requisitos para promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos
com órgãos ou instituições.

§ 2° Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de cursos que não


guarde correlação direta e imediata com as atribuições do cargo exercido.

Art. 44. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Município


será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado.

Parágrafo único. O pagamento da gratificação natalina, também denominada décimo


terceiro salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro.

Art. 45. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para
com os seus servidores nativos e inativos ou pensionistas, não cumpridas até o último dia do mês
da aquisição do direito, deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos índices aplicados
para a realização geral da remuneração dos servidores públicos do Município.

Art. 46. O tempo de serviço público federal, estadual e municipal prestado à


administração pública direta e indireta, inclusive fundações públicas, será computado
integralmente para fins de gratificações e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e
disponibilidade.
18

Parágrafo único. O tempo em que o servidor houver exercido atividade em caráter de


cedência para órgão público ou privado será computado como de efetivo serviço municipal.

Art. 47. O servidor público será aposentado:

I - por invalidez permanente, tendo os proventos integrais, quando decorrente de


acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos;

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao


tempo de serviço;
III - voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com
proventos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte


e cinco, se professora, com proventos integrais;

c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos
proporcionais há esse tempo;

d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de serviço;

§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, alíneas a


e c, no caso de exercício de atividades consideradas penosas, insalubres e perigosas.
§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria, em cargos ou empregos temporários.
§ 3º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma

data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também
estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do
cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

§ 4º Na contagem do tempo para a aposentadoria do servidor, aos trinta e cinco anos


de serviço, e da servidora aos trinta, o período de exercício de atividades que assegurem direito à
aposentadoria especial será acrescido de um sexto e de um quinto, respectivamente.
19

§ 5º As aposentadorias dos servidores públicos municipais serão custeadas com


recursos provenientes do orçamento público e das contribuições dos servidores, na forma de lei
complementar;

§ 6º As aposentadorias dos servidores das autarquias municipais e das fundações


públicas serão custeadas com recursos provenientes da instituição correspondente e das
contribuições de seus servidores na forma da lei complementar;

§ 7º Na hipótese do parágrafo anterior, caso a entidade não possua fonte própria de


receita, ou seja, insuficiente, os recursos necessários serão complementados pelo orçamento
público, na forma da lei complementar.

§ 8º Os recursos provenientes das contribuições de que tratam os parágrafos


anteriores serão destinados exclusivamente a integralizar os proventos de aposentadoria, tendo os
servidores a garantia de participação na gestão, acompanhamento e a fiscalização dos servidores
na sua aplicação, na forma da lei complementar.

Art. 48. O professor ou professora que trabalhem no atendimento de excepcionais


poderá, a pedido, após vinte e cinco anos ou vinte anos, respectivamente, de efetivo exercício de
regência de classe, completar seu tempo de serviço em outras atividades pedagógicas no ensino
público municipal, as quais serão consideradas como efetiva regência.

Parágrafo único. Fica assegurada a gratificação adicional aos professores que exerçam
suas atividades educacionais no atendimento aos deficientes, superdotados ou talentosos, devendo ser
incorporada aos vencimentos após percebida por cinco anos consecutivos ou dez intercalados.

Art. 49. Os professores que atuarem nas classes da unidocência, a partir da pré-escola,
terão uma gratificação equivalente a cinquenta por cento a mais do seu salário básico.

Art. 50. Decorridos trinta dias da data em que tiver sido protocolado o recebimento da
aposentadoria, o servidor público será considerado em licença especial, podendo afastar-se do
serviço, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.
20

Parágrafo único. No período da licença de que trata este artigo, o servidor terá direito
à totalidade da remuneração, computando-se o tempo como de efetivo exercício para todos os
efeitos legais.

Art. 51. O Município manterá órgão ou entidade previdência e assistência médica,


odontológica e hospitalar para seus servidores e dependentes, mediante contribuição, na forma da
lei previdenciária própria.

§ 1° A direção da entidade previdenciária dos servidores públicos municípios será


composta paritariamente por representantes dos segurados e do Município, na forma da lei.

§ 2° Os recursos devidos ao órgão ou entidade da previdência deverão ser repassados:


I - No mesmo dia e mês do pagamento, de forma automática, quando se tratar da
contribuição dos servidores, descontada em folha de pagamento;

II - Até o dia quinze do mês seguinte ao de competência, quando se tratar de parcela


devida pelo Município e pelas entidades conveniadas;

§ 3° O beneficio da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos ou


proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei previdenciária própria, observado
as disposições do parágrafo 3°. do art. 47 desta Lei Orgânica e do inciso XI do art. 37 da
Constituição Federal, sendo revisto, na mesma proporção e sempre que ocorrerem modificações
nos vencimentos dos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou
reclassificação de cargo ou função em que se deu o falecimento ou a aposentadoria, na forma da
Lei.

§ 4° O valor da pensão por morte será rateado, na forma de lei previdenciária própria,
entre os dependentes do servidor falecido, extinguindo-se a cota individual de pensão com a
perda da qualidade de pensionista.

§ 5° O órgão ou entidade a que se refere o caput não poderá retardar o início de


pagamento de benefícios por mais de quarenta dias após o protocolo de requerimento,
comprovada a evidencia do fato gerador.

§ 6° O benefício da pensão por morte do segurado do Município será retirado de seu


cônjuge ou companheira em função de nova união ou casamento deste, vedada a cumulação de
percepção de benefícios, mas facultada a opção pela pensão mais conveniente, no caso de ter
direito a mais de uma.
21

Art. 52. Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que
assistem ao pai e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.

Art. 53. É assegurado aos servidores da administração municipal o atendimento


gratuito de seus filhos e dependentes, de zero a seis anos, em creches e pré-escola, na forma da
lei.

Art. 54. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas
fornecedoras ou prestadoras de serviço ou que realizem qualquer modalidade de contrato com o
Município, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 55. É assegurada para a aposentadoria a contagem recíproca do tempo de


contribuição previdenciária na atividade privada, mediante certidão expedida pela Previdência
Social Nacional.

Art. 56. São estáveis, após três anos de efetivo exercício, os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público só perdera o cargo:
I - Em virtude de sentença judicial transitado em julgado;
II - Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III - Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele


reintegrado, e o eventual ocupante da vaga se estável reconduzido ao cargo de origem sem direito
a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarado a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.

§ 4º Como condição para aquisição da estabilidade é obrigatória a avaliação especial


de desempenho por comissão instituída para esta finalidade.
22

TITULO III
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 57. O Poder Legislativo alegretense é exercido pela Câmara Municipal, composta de
15 (quinze) vereadores, eleitos na forma constitucional, para cada legislatura, entre cidadãos em
pleno exercício dos seus direitos políticos, pelo voto direto e secreto. (Redação dada pela
emenda à Lei Orgânica nº 11/2011). (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014,
DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. (REDAÇÃO DADA
PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 58. A Câmara Municipal reunir-se-á, anualmente, em sua sede independente de


convocação, de 15 de fevereiro a 10 de julho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.

§ 1º As reuniões marcadas para estas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subsequente, quando recaírem em sábados, domingos e feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem aprovação do projeto de lei de


diretrizes orçamentária.

§ 3º A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se-á pelo Prefeito


Municipal, pelo Presidente da Câmara Municipal ou a requerimento da maioria dos membros da
Casa em caso de urgência ou interesse público.

§ 4º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal somente deliberará


sobre a matéria para qual foi convocada.

Art. 59. No primeiro ano de cada legislatura, cuja duração coincide com a do mandato
do Vereador, a Câmara Municipal reunir-se-á, no dia 1º de janeiro, para dar posse aos
Vereadores, ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, eleger sua Mesa e para indicarem as Lideranças de
23

Bancada, entrando, após, em recesso. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014,
DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Parágrafo único. Aplica-se o mesmo dispositivo do § 1º do art. 58.

Art. 60. A Câmara Municipal, sempre que o Prefeito manifestar propósito de expor
pessoalmente assuntos de interesse público recebê-lo-á em sessão previamente marcada.

Art. 61. A Câmara ou suas Comissões, a requerimento da maioria de seus membros


poderá convocar secretários municipais, titulares de autarquia ou das instituições autônomas de
que o Município participa, para comparecerem perante ela a fim de prestar informações sobre o
assunto previamente designado e constante da convocação.

§ 1º Formalizada a convocação, o Secretário e os titulares dos cargos citados terão o


prazo máximo de quinze dias para o seu comparecimento.

§ 2º Por deliberação do Plenário, quando se tratar de assunto de caráter urgente, o


prazo aludido no parágrafo anterior será de oito dias.

Seção II
Das Atribuições da Câmara Municipal

Art. 62. Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor sobre todas
as matérias de competência do Município, especialmente sobre:

I - sistema tributário: arrecadação e distribuição de rendas, instituição de tributos e


fixação de alíquotas, isenções e anistias fiscais e de débitos;

II - matéria orçamentária, plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento


anual, operações de crédito e dívida pública;

III - planejamento urbano: planos diretores, em especial planejamento e controle do


parcelamento, uso e ocupação do solo;

IV - organização do território municipal: criação, organização e supressão de distritos


e delimitação do perímetro urbano;
24

V - bens imóveis municipais: concessão de uso, retomada de bens cedidos às


instituições filantrópicas e de utilidade pública, com a finalidade da prática de programas de
relevante interesse social, alienação e aquisição, salvo quando se tratar de doação, sem encargo,
ao Município.
VI - auxílios e subvenções a terceiros;
VII - declarado inconstitucional pela ADIN 70007775802

VIII - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas e


fixação da respectiva remuneração de servidores do Município, observados os parâmetros da lei
de diretrizes orçamentárias;

IX - denominação de próprios municipais, vias e logradouros


públicos; X - legislar sobre serviços de água e esgoto;
XI - concessão e permissão de serviços públicos;
XII - criação, estruturação e atribuição das secretarias e órgãos da Administração
Municipal;
XIII - planos e programas municipais de desenvolvimento.

Art. 63. Compete exclusivamente à Câmara Municipal, além de outras atribuições


previstas nesta Lei Orgânica:

I - receber o compromisso do Prefeito e ao Vice-Prefeito do Município, dar-lhes


posse, conceder-lhes licença e receber sua renúncia;
II - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a afastarem-se do Município ou do Estado,

no exercício do cargo, por mais de 15 (quinze) dias. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI

ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

III - julgar, anualmente, as contas prestadas por sua Mesa e pelo Prefeito;

IV - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder


regulamentar;

V - Apreciar os relatórios do Prefeito sobre a execução orçamentária, operações de


crédito, dívida pública, aplicação das leis relativas ao planejamento urbano, à concessão ou
permissão de serviços públicos ao desenvolvimento dos convênios, a situação dos bens imóveis
25

do Município, ao número de servidores públicos e ao preenchimento de cargos, empregos e


funções, bem como à política salarial e a execução dos planos integrados de governo;

VI - Eleger sua Mesa Diretora, bem como destituí-


la; VII - Apreciar relatórios anuais de Sua Mesa;

VIII - Fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Executivo, incluídos os da


Administração indireta e fundacional;
IX - Solicitar informações ao Prefeito sobre assuntos referentes à administração;

X - Julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito, os Secretários e os vereadores do Município


nos casos previstos nesta lei;

XI - Dispor através de resolução sobre sua organização, funcionamento, política,


criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e iniciativa
de lei para a fixação da respectiva remuneração, observada os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias;
XII - Criar Comissões Parlamentares de Inquérito;

XIII - Solicitar informações aos órgãos Estaduais e Federais nos termos da


legislação; XIV - Elaborar o seu Regimento Interno;

XV - Zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição


normativa do Poder Executivo;
XVI - Ordenar a sustação de contrato impugnado pelo Tribunal de Contas;

XVII - a iniciativa de lei para fixação dos subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos
Secretários e dos Vereadores, antes das eleições Municipais, observadas as regras da Constituição

Federal e desta Lei Orgânica. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15

DE DEZEMBRO DE 2014)

XVIII - Emendar a Lei Orgânica, expedir decretos legislativos e

resoluções; XIX - Revogado

XX - Deliberar sobre assuntos de sua competência privativa e de sua economia


interna;

XXI - Conceder título honorífico do Município;


26

XXII - Solicitar intervenção Estadual ou Federal no Município para garantir o livre


exercício de suas funções;

XXIII - Mudar temporariamente sua sede, bem como o local de reunião de


comissões; XXIV - Receber renúncia de Vereador;
XXV - Apreciar vetos;
XXVI - Administrar os bens móveis e imóveis utilizados em seus serviços;
XXVII - Elaborar, publicar e divulgar o seu relatório de gestão fiscal, nos termos e na

forma determinada pela Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000; (REDAÇÃO DADA

PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

XXVIII - Propor a criação e extinção dos cargos de seu quadro de pessoal e serviços,
dispor sobre o respectivo provimento, bem como fixar a alterar seus vencimentos e outras
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE

vantagens.
2014)
Art. 64. A Câmara Municipal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar
Secretários Municipais ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados ao Prefeito
Municipal para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando em crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.

§ 1º Os Secretários Municipais poderão comparecer à Câmara Municipal, ou a


qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa, para expor
assunto de relevância de sua Secretaria.

§ 2º A Mesa poderá encaminhar pedidos escritos de informação a Secretários


Municipais ou a
qualquer das pessoas(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
referidas no caput deste
artigo, importando em
crime de Seção III
responsabilidade a Da Mesa
recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
de informações falsas.
DEZEMBRO DE 2014)
27

Art. 65. Compete à Mesa representar a Câmara Municipal, ativa e passivamente,


judicial e extrajudicialmente, além de outras atribuições do Regimento Interno.

Seção IV
Dos Vereadores
Art. 66. Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no
exercício do mandato e na circunscrição do Município.

Parágrafo único. Os vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberem informações.

Art. 67. Os vereadores não poderão:


I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia,


empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público,
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar e exercer cargo, função ou emprego remunerado no âmbito do Município,


inclusive os que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior,
ressalvada a hipótese de nomeação por aprovação em concurso público. (REDAÇÃO DADA PELA

EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

II - desde a posse:

a) ser proprietário, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de


contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar
cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas
no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, a;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 68. Perderá o mandato o vereador:


28

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no anterior;


II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões da
Casa, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos


políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado nos delitos


que impeçam o acesso à função pública;
VII - que fixar residência fora do Município.

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar ainda dos casos definidos no


Regimento Interno, o abuso das prerrogativas asseguradas aos membros da Câmara Municipal ou
a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI a perda do mandato será decidida pela Câmara
Municipal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido
político representado na Casa, assegurada ampla defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV, V e VII, a perda será declarada pela
Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
representado na Casa, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda


do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que
tratam os § 2º e § 3º.

Art. 69. Não perderá o mandato o Vereador:

I - investido no cargo de Secretário Municipal, Procurador Geral do Município,


Coordenador Regional, Diretor Geral, bem como em cargos equivalentes em âmbito estadual ou
federal;

II - licenciado pela Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por
sessão legislativa;

III - a Vereadora gestante licenciada pela Câmara, pelo prazo de cento e vinte dias,
sem prejuízo de remuneração.
29

Parágrafo único. O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em


funções previstas neste artigo ou de licença superior a quinze dias.

Art. 70. Os Vereadores têm livre acesso aos órgãos da administração direta e indireta
do Município, mesmo sem prévio aviso, sendo-lhes devidas todas as informações necessárias.

Art. 71. O vereador que, sem justo motivo e não estando no gozo de licença, deixar de
comparecer às sessões da Câmara Municipal terá descontado 1/8 avos de seu subsídio por sessão.

Seção V
Das Comissões

Art. 72. A Câmara Municipal terá Comissões Permanentes e Especiais, constituídas


na forma e com as atribuições definidas nesta Lei Orgânica, no Regimento Interno ou no ato de
que resultar sua criação.

§ 1º Na constituição de cada comissão será assegurada tanto quanto possível a


representação proporcional dos Partidos ou dos blocos parlamentares.

§ 2º As comissões, em razão da matéria de sua competência, cabem, entre outras


definidas no Regimento, as seguintes atribuições:
I - realizar audiências públicas, com entidades da sociedade civil;

II - convocar secretários municipais e dirigentes de órgãos da administração ou


qualquer servidor público para prestar informações sobre assuntos de sua atividade ou
atribuições;

III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa


contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

V - apreciar programas de obras, planos municipais, distrital e setorial de


desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;
VI - emitir parecer sobre matéria de competência.
30

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação


próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno, serão criadas
mediante requerimento de um terço dos Vereadores, para apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade cível ou criminal dos infratores.

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão Representativa da Câmara Municipal,


eleita na última Sessão Ordinária do período Legislativo, com atribuições definidas no Regimento
Interno, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação de
partidos ou blocos parlamentares.

§ 5º O Poder Legislativo poderá credenciar entidades civis, representativas de


seguimentos sociais, legalmente constituídas, para participar em atividades das comissões
permanentes, com direito a voz.

Seção VI
Do Processo Legislativo
Subseção I
Disposição Geral

Art. 73. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emenda à Lei Orgânica;
II - Leis Complementares;
III - emendas à Constituição Estadual;
IV - Leis Ordinárias;
V - Decretos Legislativos;
VI - Resoluções.

Subseção II
Da Emenda à Lei Orgânica

Art. 74. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:


31

I - de um terço, no mínimo, dos


Vereadores; II - do Prefeito Municipal;
III - de iniciativa popular.

§ 1º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de intervenção Estadual ou


Federal no Município, estado de defesa ou estado de sítio.

§ 2º A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada


quando obtiver, em ambos, o voto favorável de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º A emenda à Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara Municipal, com
respectivo número de ordem.

§ 4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada


não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III
Das Emendas à Constituição Estadual

Art. 75. A iniciativa das emendas à Constituição Estadual cabe a mais de um quinto
das Câmaras Municipais, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE

membros.
2014)
Parágrafo único. As emendas à Constituição Estadual serão aprovas por maioria
simples dos Vereadores.

Subseção IV
Das Leis

Art. 76. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
comissão da Câmara Municipal, à Mesa, ao Prefeito Municipal e aos cidadãos, na forma e nos
casos previstos nesta Lei Orgânica.
32

Art. 77. Compete, privativamente, ao Prefeito Municipal a iniciativa das leis que
versem sobre:

I - criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos da


administração;

II - organização administrativa, matéria tributária e orçamentária, serviços público e


pessoal da administração Municipal;

III - servidores do Município, seu regime jurídico, planos de carreira, provimento de


cargos, estabilidade e aposentadoria;
IV - criação, estruturação e atribuições das Secretarias e órgãos da administração
pública.

Art. 78. O Projeto de Lei que implique em despesa deverá constar a indicação das
fontes de recursos:

Parágrafo único. Não será admitido aumento de despesa prevista:


I - nos projetos de iniciativa privada do Prefeito, ressalvadas o disposto no art. 122, §
3º.
II - nos projetos sobre organização dos serviços da Câmara Municipal. (REDAÇÃO
DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 79. Nos projetos de sua iniciativa o Prefeito poderá solicitar à Câmara Municipal
que os aprecie em regime de urgência.

§ 1º Recebida, em qualquer fase, a solicitação do Prefeito, a Câmara Municipal terá


trinta dias para apreciação do projeto de que trata o pedido.

§ 2º Não havendo deliberação sobre a proposição, será esta incluída na ordem do dia,
sobrestando-se a deliberação de quanto aos demais assuntos, para que ultime a votação.

§ 3º Os prazos do §1º não correm nos períodos de recesso da Câmara Municipal, nem
se aplicam aos projetos de código.
Art. 80. As leis complementares somente serão aprovadas se obtiverem maioria
absoluta dos votos dos membros da Câmara Municipal. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI

ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)


33

§ 1º Serão objeto de lei complementar, dentre outras matérias previstas nesta Lei
Orgânica:

I – Código de Obras; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE


15 DE DEZEMBRO DE 2014)

II – Código de Posturas; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014,


DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

III – Código Tributário; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014,
DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

IV – Lei do Plano Diretor; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº

12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

V – Lei do Meio Ambiente; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº


12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

VI – Lei instituidora do Regime Jurídico dos Servidores Municipais. (REDAÇÃO DADA


PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

§ 2º Dos projetos de códigos e respectivas exposições de motivos, antes de


submetidos à discussão da Câmara Municipal, será dada mais ampla divulgação possível.
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

§ 3º Dentro de 15 (quinze dias) dias, contados da data em que se publicarem os


respectivos projetos de lei complementar previsto no § 1º, qualquer entidade da sociedade civil
organizada poderá apresentar sugestões ao Poder Legislativo. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À

LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 81. O Projeto de Lei, se aprovado, será enviado ao Prefeito, que, aquiescendo, o
sancionará.

§ 1º Se o Prefeito considerar o Projeto, no todo ou em parte, inconstitucional, ou


contrário ao interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis,
contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da
Câmara Municipal os motivos do veto.
34

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou


alínea, cabendo ao Prefeito promulgar e publicar como lei os dispositivos não vetados, caso
entenda necessário.
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
DEZEMBRO DE 2014)
§ 3º
Decorrid
o o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito Municipal implicará em
sanção.

§ 4º O veto será apreciado no prazo de trinta dias, a contar de seu recebimento, só


podendo ser rejeitado pela maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
§ 5º Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado, para promulgação, ao Prefeito
Municipal.

§ 6º Esgotado, sem deliberação o prazo previsto no §4º, o veto será colocado na


ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito
Municipal, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidente da Câmara a promulgará, e, se este não o fizer
em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente, obrigatoriamente fazê-lo.
§ 8º A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou modificada pela
Câmara.
§ 9º Se o veto for mantido, será o projeto arquivado, com comunicação ao Prefeito.
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 82. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto,
na mesma sessão(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
legislativa, mediante
proposta da maioria dos
membros
da Câmara Municipal.
DEZEMBRO DE 2014)
Art. 83. As leis vigorarão a partir do décimo dia da sua publicação oficial, salvo se,
para tanto, estabelecerem outro prazo.

Art. 84. A elaboração das resoluções e decretos legislativos obedecerá ao disposto no


Regimento Interno da Câmara Municipal.
35

Seção VII
Do Plenário e das Deliberações

Art. 85. Todos os atos da Mesa, da Presidência e das comissões estão sujeitos à
decisão do Plenário, desde que haja recurso a este.

Art. 86. Transcorridos trinta dias do recebimento de quaisquer proposições em


tramitação na Câmara Municipal, seu Presidente, a requerimento de qualquer dos Vereadores,
mandará incluí-las na ordem do dia, para ser discutida e votada, desde que com parecer da
Comissão de Constituição e Justiça.

§ 1º A Comissão de Constituição e Justiça, no caso de ainda não se ter manifestado


quanto a proposição terá prazo de três dias úteis, contados da data da entrada do requerimento de
que trata este artigo, para apresentar parecer.

§ 2º A proposição somente será retirada da ordem do dia se o Autor desistir do


requerimento.

Art. 87. O quórum para as deliberações da Câmara Municipal de Vereadores e suas


Comissões é de maioria simples, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposição
constitucional em contrário. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
DEZEMBRO DE 2014)

§ 1º Dependerá de voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara


Municipal a aprovação das seguintes matérias:

I - lei complementares;
II - seu Regimento;

III - criação de cargos, funções ou empregos públicos, aumento de remuneração,


vantagens, estabilidade e aposentadoria dos servidores;

IV - alteração da denominação de próprios, vias e logradouros


públicos; V - obtenção de empréstimo de particular;
VI - concessão de serviços públicos;
VII - concessão de direito real de uso;
36

VIII - alienação de bens imóveis;


IX - aquisição de bens imóveis por doação com encargo.

§ 2º Dependerá de voto favorável de dois terços dos membros da Câmara Municipal a


aprovação das seguintes matérias:
I - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas;

II - cassação do mandato do Prefeito ou do Vice-Prefeito e destituição de


componentes da Mesa;
III - alteração dos limites do Município;
VI - concessão de títulos de cidadão honorário do Município.

§ 3º Serão obrigatoriamente público, nos seguintes casos:


I - eleição da mesa;
II - deliberação sobre as contas do Prefeito e da Mesa; III
- julgamento do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores.
§ 4º Revogado.

Art. 88. O Presidente da Câmara Municipal, ou seu substituto, só terá voto na eleição
da Mesa ou em matérias que exigirem para sua aprovação:
a) maioria absoluta;
b) dois terços dos membros da Câmara Municipal;
c) o voto de desempate.

Art. 89. Nos cento e oitenta dias que antecedem o término do mandato do Prefeito, é
vedada a apreciação de projeto de lei que importe:
I - alienação gratuita de bens municipais;

II - aumento salarial acima dos índices


inflacionários; III - renúncia de arrecadação.

Seção VIII
Da Iniciativa Popular
37

Art. 90. A iniciativa popular no processo legislativo será exercida pela apresentação
de:
I - projeto de lei;
II - proposta de emenda à Lei Orgânica;

III - emenda a projeto de lei orçamentária, de lei de diretrizes orçamentárias e de lei


de plano plurianual, conforme disciplinado no art. 122, § 6º.

§ 1º A iniciativa popular, nos casos dos incisos I, II e III será tomada por, no mínimo,
cinco por cento do eleitorado que tenha votado nas últimas eleições gerais do Município.

§ 2º Quando se tratar de interesse específico no âmbito de Bairro ou distrito, a


iniciativa popular poderá ser tomada por cinco por cento dos eleitores inscritos ali domiciliados.

§ 3º A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se, para o seu recebimento


pela Câmara, a identificação dos assinantes, mediante indicação do número do respectivo título
eleitoral, bem como a certidão expedida pelo órgão eleitoral competente, contendo a informação
do número total de eleitores do Município.

§ 4º Recebido o requerimento, a Câmara Municipal verificará o cumprimento dos


requisitos previstos no §1º, dando-lhe tramitação idêntica à dos demais projetos.

Art. 91. A Câmara Municipal poderá promover consultas referendárias e


plebiscitárias sobre atos, autorizações ou concessões do Poder Executivo e sobre matéria
legislativa sancionada ou vetada.

Parágrafo único. As condutas referendárias e plebiscitárias serão formuladas em


termos de aprovação ou rejeição dos atos, autorizações ou concessões do Poder Executivo, bem
como do teor da matéria legislativa.

Seção IX
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

Art. 92. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial


do Município e dos órgãos da administração e de quaisquer entidades constituídas ou mantidas
pelo Município, quanto à legalidade, legitimidade, moralidade, publicidade, eficiência, eficácia,
38

economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, será exercida pela Câmara de
Vereadores, mediante controle externo, pelo sistema de controle interno de cada um dos poderes,
observando a legislação federal e estadual, bem como pelos conselhos populares.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade, ou ilegalidade dela darão ciência sob pena de responsabilidade, ao Tribunal de
Contas do Estado, ao qual comunicará a ocorrência, em caráter reservado à Mesa da Câmara
Municipal.

§ 2º Prestará contas qualquer pessoa física, jurídica ou entidade que utilize, arrecade,
guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens ou valores públicos pelos quais o Município
responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de interesse pecuniária.

Art. 93. O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual não será negado qualquer informação a pretexto
de sigilo.

§ 1º A Mesa ou as Comissões da Câmara Municipal poderão requisitar, em caráter


reservado, informações sobre inspeções realizadas pelo Tribunal de Contas, ainda que as
conclusões não tenham sido julgadas ou aprovadas.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para,


na forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades de que tenha conhecimento, vedado o
anonimato.

Art. 94. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada, sistema de


controle interno, com as atribuições estabelecidas no art. 74 Constituição Federal, adaptadas ao
Município.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
Do Prefeito e do Vice-Prefeito
39

Art. 95. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelo Vice-Prefeito,
pelos Secretários do Município e os demais responsáveis pelos órgãos da administração.

Art. 96. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1º de janeiro subsequente à


eleição, em sessão solene da Câmara Municipal, ocasião em que prestarão o seguinte
compromisso: “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição Federal, a Estadual e a Lei
Orgânica Municipal, observar as leis e promover o bem comum do povo Alegretense”.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data da fixada para a posse o Prefeito e
Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado
vago pela Câmara Municipal.

Art. 97. O Vice-Prefeito exercerá as funções de Prefeito nos casos de impedimento


deste, bem como as funções que lhe forem conferidas em lei ou delegadas pelo titular, e suceder-
lhe-á em caso de vaga.

§ 1º Em caso de impedimento simultâneo do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou de


vacância de ambos os cargos, serão sucessivamente chamados a exercer o cargo de Prefeito o
Presidente e o 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal.

§ 2º Em caso de vacância de ambos os cargos, far-se-á nova eleição noventa dias


depois de aberta a segunda vaga, e os eleitos completarão os períodos de seus antecessores, salvo,
se a segunda vaga ocorrer a menos de um ano do término do quatriênio, caso em que se
continuará observando o disposto no parágrafo anterior.

§ 3º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
complementar, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele convocado para missões especiais.
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 98. O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, sem licença da Câmara Municipal,
ausentar-se do Município ou do Estado, por mais de 15 (quinze) dias. (REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 99. O Prefeito e o Vice-Prefeito poderão licenciar-se:


40

I - quando em serviço ou em missão de representação do Município;

II - quando impossibilitado do exercício do cargo por motivo de doença devidamente


comprovada, ou em licença gestante, ou em licença paternidade;

III - para tratar de assunto de interesse particular, sem remuneração, por período de
até sessenta dias por ano.

§ 1º No caso do inciso I o pedido de licença, amplamente fundamentado, indicará,


especialmente, os motivos da viagem o roteiro e a previsão dos gastos.
§ 2º O Prefeito licenciado nos casos dos incisos I e II receberá a remuneração integral.

Art. 100. Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e
observado o disposto no art. 38, I, IV, e V da Constituição Federal.

Seção II
Das Atribuições do Prefeito

Art. 101. Compete ao Prefeito, privativamente: I


- nomear e exonerar os secretários municipais;

II - exercer, com o auxilio dos Secretários Municipais, a direção superior da


administração municipal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica,

nas Constituições da República e do Estado; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e


regulamentos para sua fiel execução;

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;


VI - dispor sobre a estrutura, a organização e o funcionamento da administração
municipal;
VII - prover e extinguir os cargos do Poder, na forma da lei;
41

VIII - expor, em mensagem que remeterá à Câmara Municipal por ocasião da abertura
da sessão anual, a situação do Município e os planos do Governo;

IX - prestar, por escrito, dentro de trinta dias, as informações solicitadas pela Câmara
Municipal, comissões municipais ou entidades representativas do Município referentes aos
negócios e serviços a cargo do Poder Executivo; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI

ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

X - apresentar anualmente relatório sobre o estado das obras e serviços à Câmara


Municipal;

XI - enviar à Câmara Municipal os projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes


orçamentárias e dos orçamentos anuais, previstos nesta Lei Orgânica;

XII - apresentar à Câmara Municipal e remeter ao Tribunal de Contas do Estado, até


o dia 31 de março de cada ano, a prestação de contas relativas à gestão financeira municipal do
exercício imediatamente anterior, acompanhada de relatório circunstanciado das atividades e
serviços municipais, sugerindo à Câmara as providências que entender necessárias; (REDAÇÃO
DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

XIII - decretar desapropriação por utilidade ou necessidade pública, ou o interesse


social;

XIV - representar o Município;

XV - contrair empréstimos e realizar operações de crédito, mediante prévia


autorização da Câmara Municipal;

XVI - administrar os bens e as rendas municipais, e promover o lançamento, a


fiscalização e a arrecadação dos tributos;

XVII - propor o arrendamento, o aforamento ou a alienação dos próprios municipais


mediante prévia autorização da Câmara Municipal;
XVIII - conferir condecorações honoríficas;

XIX - propor convênios, ajustes e contratos de interesse do Município;


XX - propor a divisão administrativa do Município, de acordo com a
lei; XXI - decretar estado de emergência ou de calamidade pública;
XXII - propor ação direta de inconstitucionalidade (ADIN);
42

XXIII - indicar entidades civis sem fins lucrativos para tarefas de fiscalização, a
serem exercidas em conjunto com órgãos públicos municipais, os quais não se eximem de suas
atribuições de fiscalização;

XXIV - manifestar-se, dentro de quinze dias, prorrogáveis, justificadamente, por mais


sete dias, quanto à viabilidade de atendimento de proposição solicitada pela Câmara Municipal
através de pedido de Indicação;

XXV - colocar à disposição da Câmara Municipal os recursos correspondentes às


dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos
órgãos do Poder Legislativo, até o dia 20 (vinte) de cada mês, em duodécimos, na forma da lei

complementar a que se refere o art. 165, § 9º, da Constituição Federal. (REDAÇÃO DADA PELA

EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Seção III
Da Responsabilidade do Prefeito

Art. 102. Os crimes de responsabilidade do Prefeito e do Vice-Prefeito, bem como o

processo de julgamento, são os definidos no art. 1º do Decreto-Lei nº 201/67. (REDAÇÃO DADA

PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 102. A - São infrações político-administrativas do Prefeito e do Vice-Prefeito,


sujeitas ao julgamento pela Câmara de Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato, as
elencadas no art. 4º do Decreto-Lei nº 201/67. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA

Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 102. B - O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por


infrações definidas no artigo anterior, obedecerá ao rito definido no art. 5º do Decreto-Lei nº
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE
201/67.
2014)
43

Art. 103. Admitida a acusação contra o Prefeito Municipal, pelo voto de dois terços
dos Vereadores, será ele submetido a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado, nas
infrações penais comuns, ou perante a Câmara Municipal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Prefeito ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo


Tribunal de Justiça do Estado;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pela Câmara
Municipal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Prefeito, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

§ 3º O Prefeito Municipal, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado


por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV
Dos Secretários Municipais

Art. 104. Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre brasileiros maiores de


vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete ao Secretário Municipal, além de outras atribuições


estabelecidas nesta Lei Orgânica e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da


administração municipal na área de sua competência;

II - referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito Municipal relativos aos


assuntos da respectiva Secretaria;
III - expedir instruções para a execução de lei, decretos e regulamentos;
IV - apresentar ao Prefeito Municipal relatório anual de sua gestão na Secretaria;

V - praticar atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas


pelo Prefeito Municipal;
44

VI - comparecer à Câmara Municipal nos casos previstos nesta Lei Orgânica, a fim de
prestar informações ou esclarecimentos a respeito de assuntos compreendidos na área da
respectiva Secretaria, sob pena de responsabilidade.

Art. 105. No impedimento do Secretário Municipal, suas atribuições serão


desempenhadas por servidor da Pasta, designado pelo Prefeito, ocorrendo o mesmo na vacância
do cargo, até a nomeação do novo titular.

Art. 106. Os Secretários Municipais não


poderão: I - desde a nomeação:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público ou, mesmo de
direito privado, integrante da administração indireta ou concessionária ou permissionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer qualquer cargo, função ou emprego, remunerado ou não, nas


entidades constantes na alínea a.
II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de


contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) aceitar ou
exercer qualquer cargo, função ou emprego, remunerado ou não, em qualquer empresa comercial
ou industrial, ou em corporação ou fundação que goze de favor do
Poder Público;
c) exercer qualquer outro cargo público ou desempenhar mandato público eletivo.

§ 1º O disposto no inciso I, alínea b, não abrange a posse em cargo público


consequente de aprovação em concurso público.

§ 2º Desde a posse, os Secretários Municipais detentores de mandato eletivo afastar-


se-ão de seu exercício, podendo os Vereadores optar por sua remuneração.

Art. 107. Os Secretários Municipais incorrerão em crimes de responsabilidade nas


hipóteses referidas no art.102.

Art. 108. A lei disporá sobre a criação, a estruturação e atribuições das Secretarias.
45

Seção V
Dos Sub-Prefeitos

Art. 109. Os subprefeitos serão os responsáveis pela administração dos distritos de


sua competência, atuando como representantes do Prefeito nessas localidades, de acordo com as
diretrizes programáticas do governo municipal.

Seção VI
Dos Conselhos Municipais

Art. 110. Os conselhos municipais são órgãos de participação direta da comunidade


na administração pública, tendo por finalidade propor, fiscalizar e deliberar matérias referentes a
cada setor da administração, nos termos da lei complementar.

Parágrafo único. Os Conselhos Municipais são compostos por número ímpar de


membros, observada a representatividade das entidades comunitárias de moradores, entidades de
classe e da administração municipal.

Seção VII
Dos Conselhos Populares

Art. 111. O Poder Público reconhecerá a existência de conselhos populares regionais,


autônomos, não subordinados à administração municipal.

Parágrafo único. Os conselhos populares são instâncias regionais a partir de discussão


e formulação de políticas municipais, formados a partir de entidades representativas de todos os
segmentos sociais da região.

TÍTULO IV
DAS FINANÇAS, DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO I
46

DO SISTEMA TRIBUTÁRIO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 112. O sistema tributário do Município é regido pelo disposto nas Constituições
Federal e Estadual, nesta Lei Orgânica e em leis complementares e ordinárias.

Parágrafo único. O sistema tributário a que se refere o caput, compreende os seguintes


tributos;
I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou


potencial de serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua
disposição;
III - contribuição de melhorias, decorrentes de obras públicas.

Seção II
Dos Impostos

Art. 113. Compete ao Município instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana, progressivamente, nos termos da lei


complementar;

II - transmissão intervivos a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar.

Parágrafo único. Pertencem ainda ao Município a participação no produto da


arrecadação dos tributos federais e estaduais previstos na Constituição Federal e outros recursos
adicionais que lhe sejam conferidos.
47

Art. 114. A pessoa física ou jurídica com infração não regularizada a qualquer
dispositivo legal do Município não poderá receber benefício ou incentivo fiscal.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no “caput” deste artigo nos casos de
benefício fiscal concedido a pessoas físicas, para o Imposto Sobre a Propriedade Predial e
Territorial Urbana, em que renda, provento ou pensão sejam requisitos.

Art. 115. São inaplicáveis quaisquer disposição legais excludentes ou limitativas do


direito de fiscalizar pessoas ou entidades vinculadas, direta ou indiretamente, ao fato gerador dos
tributos municipais.

Parágrafo único. O Município poderá firmar convênios com a União e o Estado,


ficando incumbindo de prestar informações e coligir dados, em especial os relacionados com o
trânsito de mercadorias ou produtos, com vista a resguardar o efetivo ingresso de tributos nos
quais tenham participação.

Art. 116. A lei estabelecerá as alíquotas relativas aos impostos e aos valores das taxas
e contribuições de melhoria, estabelecendo os critérios de sua cobrança.

Seção III
Da Limitação do Poder de Tributar

Art. 117. Sempre que houver discrepância, em percentual a ser fixado em lei
complementar, entre períodos consecutivos de medição dos serviços cobertos por taxas ou tarifas,
cabe ao Município o ônus de comprovar que o serviço foi efetivamente prestado ou colocado à
disposição do usuário, inclusive quanto à correção das medidas.

Art. 118. A concessão de isenção, anistia, remissão ou qualquer outro benefício ou


incentivos fiscais, bem como de dilatação de prazos de pagamento de tributo e isenção de tarifas
só será feita mediante autorização legislativa.
48

§ 1º O Poder Legislativo, deve avaliar a cada legislatura os efeitos de disposição legal


que conceda anistia, remissão, isenção ou qualquer outro tipo de benefício ou incentivo que
envolva matéria tributária.

§ 2º Os direitos deferidos neste artigo terão por princípio a transferência da


concessão, devendo a Câmara Municipal publicar periodicamente a relação de beneficiários de
incentivos, respectivos montantes, a justificação do ato concessivo e o prazo do benefício.

§ 3º Os benefícios a que se refere este artigo, excluídas as imunidades, serão


concedidos por prazo determinado.

§ 4º Ficam estendidas, às entidades de cultura, recreativas, de lazer e esportivas, sem


fins lucrativos, as imunidades consagradas no art. 150, VI, C, da Constituição Federal.

CAPÍTULO II
Das Finanças Públicas
Seção I
Disposições Gerais

Art. 119. Revogado.

Art. 120. As rendas e disponibilidades de caixa da administração direta e indireta do


Município serão depositados em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos
em lei.

Art. 121. Será assegurado ao Município, sempre que ocorrer suprimento de recursos a
terceiros por forma de convênios, o controle de sua aplicação nas finalidades a que se destinam.

Seção II
Dos Orçamentos

Art. 122. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o Plano Plurianual;
II - as Diretrizes Orçamentárias;
49

III - os Orçamentos Anuais.

§ 1º Fica garantida a participação da comunidade, a partir das regiões do Município,


nas etapas de elaboração, definição e acompanhamento da execução do plano plurianual,
diretrizes orçamentárias e do orçamento anual.

§ 2º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as


diretrizes, objetivos e metas, quantificados física e financeiramente, dos programas da
administração pública municipal direta e indireta para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 3º O plano plurianual será elaborado em consonância com o plano global de


desenvolvimento econômico e social do Município, podendo ser revisado quando necessário.

§ 4º A Lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação financeira oficial de fomento.

§ 5º Os planos e programas municipais, regionais e setoriais previstos nesta Lei


Orgânica serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pela Câmara
Municipal.
§ 6º A Lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento geral da administração direta compreendendo as receitas e despesas


dos Poderes do Município, seus órgãos e fundos;
II - os orçamentos das autarquias municipais;
III - os orçamentos das fundações municipais.
§ 7º O orçamento geral da administração direta será acompanhado:

I - do demonstrativo do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções,


anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária, tarifária e creditícia;

II - do demonstrativo de todas as despesas realizadas mensalmente no primeiro


semestre do exercício da elaboração da proposta orçamentária.

§ 8º As leis orçamentárias incluirão obrigatoriamente na previsão da receita e de sua


aplicação todos os recursos de transferências, inclusive os oriundos de convênios com outras
esferas de governo e os destinados a fundos especiais.
50

§ 9º As despesas com publicidade de quaisquer órgãos da administração direta e


indireta deverão ser objeto de dotação orçamentária específica, com denominação publicidade, de
cada órgão, fundo, empresa ou subdivisão administrativa dos Poderes, a qual não pode ser
complementada ou suplementada senão através de lei específica.

§ 10. Os orçamentos anuais e a lei de diretrizes orçamentárias, compatibilizados com


o plano plurianual, deverão ser regionalizados e terão, entre suas finalidades, a de reduzir
desigualdades sociais e regionais.

§ 11. A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à


fixação da despesa, excluindo-se da proibição:
I - a autorização para a abertura de créditos suplementares;

II - a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos


termos da lei;

III - a forma de aplicação do superávit ou o modo de cobrir o


déficit. § 12. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a


organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias, da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e


indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Art. 123. O Poder Executivo publicará até o trigésimo dia após o encerramento de
cada mês, relatório resumido da execução orçamentária, bem como apresentará ao Poder
Legislativo, trimestralmente, o comportamento das finanças públicas e da evolução da dívida
pública, devendo constar do demonstrativo correspondente aos trimestres civis do ano:

I - as receitas, despesas e a evolução da dívida pública da administração municipal


constante do seu orçamento, em seus valores mensais;

II - os valores realizados desde o início do exercício até o último mês do trimestre


objeto de análise financeira;

III - a comparação mensal entre os valores do inciso anterior com os correspondentes


previstos no orçamento já atualizado por suas alterações;
IV - as previsões atualizadas dos seus valores até o final do exercício financeiro.
51

Parágrafo único. O governo municipal e as instituições integrantes da administração


municipal encaminharão à Câmara Municipal, bimestralmente, demonstrativo do trabalho de seu
fluxo de caixa.

Art. 124. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias, os orçamentos anuais e aos


créditos adicionais, constarão de projeto de lei encaminhados ao Poder Legislativo.

§ 1º Caberá à Comissão de Finanças e Orçamento, dentre outras atribuições previstas


no Regimento:

I - examinar projetos referidos neste artigo e as contas apresentadas anualmente pelo


Prefeito Municipal, emitindo parecer;

II - examinar os planos e programas municipais, regionais e setoriais previstos nesta


Lei Orgânica, emitindo parecer, e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões da Câmara Municipal, criadas de acordo com esta Lei
Orgânica;

III - Emitir parecer sobre projetos de lei ordinária ou complementar, inclusive suas
emendas, que tratem de matéria financeira.

§ 2º As emendas serão apresentadas na comissão, que sobre elas emitirá parecer, e


apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o


modifiquem somente podem ser aprovadas quando:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação


de despesas, excluídos os que indicam sobre:
a) dotação para pessoal e seus encargos;
b) serviço de dívida.
III - sejam relacionadas com:
a) a correção de erros ou omissões;
b) os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não serão aprovadas


quando incompatíveis com o plano plurianual.
52

§ 5º O Executivo Municipal poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para


propor modificações nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação, na
Comissão de Finanças e Orçamento, da parte cuja alteração se propõe.

§ 6º Durante o período de pauta regimental, poderão ser apresentadas emendas


populares aos projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do orçamento
anual, desde que firmadas por, no mínimo, cem eleitores ou encaminhadas ou encaminhadas por
duas entidades representativas da sociedade.
§ 7º O Poder Legislativo dará conhecimento, a toda instituição e pessoa interessada, dos
projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, franqueando-os
ao público, no mínimo quinze dias antes de submetê-los à apreciação do Plenário.

§ 8º Os Projetos de lei sobre o plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos


anuais serão enviados pelo Prefeito Municipal ao Poder Legislativo nos seguintes prazos:

I - o projeto de lei do plano plurianual até 30 (trinta) de julho do primeiro ano do


mandato do Prefeito;
II - o projeto das diretrizes orçamentárias anualmente, até 30 (trinta) de setembro;
III - o projeto de lei do orçamento anual até 15 de novembro de cada ano. REDAÇÃO
DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 007/2005, DE 29 DE JUNHO DE 2005.

§ 9º Os projetos de lei de que trata o parágrafo anterior deverão ser encaminhados,


para sanção, nos seguintes prazos:

I - O projeto de lei do plano plurianual até 15 (quinze) de setembro do primeiro ano


do mandato do Prefeito, e o projeto de lei das diretrizes orçamentárias até 30 (trinta) de outubro
de cada ano;
II - os projetos de lei dos orçamentos anuais até 15 de dezembro de cada ano.
REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 007/2005, DE 29 DE JUNHO DE 2005.

§ 10. Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariem o
disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 11. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do Projeto de lei


orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o
caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.
53

Art. 125. São vedados:


I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - A realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os


créditos orçamentários originais ou adicionais;

III - a realização de operações de crédito, salvo por antecipação de receita, que


excedam o montante das despesas de capital, ressalvada as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovadas pelo Poder Legislativo por maioria
absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos e de transferências oriundas de impostos


federais e estaduais a órgãos, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da
arrecadação dos impostos, a destinação de recursos para a manutenção e desenvolvimento do
ensino e da pesquisa científica e tecnológica, bem como a prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação da receita;

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e


sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria


de programação para outra ou de um órgão para o outro, sem prévia autorização legislativa;
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento


fiscal e da seguridade social, para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresa, fundações e
fundos especiais;
IX - a instituição de fundos especiais de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa;

X - a concessão de subvenções ou auxílios financeiros do Poder Público à pessoa


jurídica de direito privado com fins lucrativos;

XI - dotações orçamentárias, para fins de distribuição de auxílios e subvenções a


entidades, exceto àquelas reconhecidas como de utilidade pública;

XII - os empenhos, nos últimos três meses de mandato do Prefeito, maiores do que o
duodécimo da despesa prevista no orçamento em vigor, acrescido dos créditos adicionais
54

autorizados no exercício, salvo as dotações destinadas ao pagamento da folha de pessoal e dos


encargos sociais dela decorrentes.

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá


ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena
de crime de responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em


que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subsequente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender as


despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública, devendo submetê-
los, no prazo de dez dias, à Câmara Municipal, que, estando em recesso, será convocada
extraordinariamente.
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
DEZEMBRO DE 2014)
§ 4º Na
hipótese do parágrafo
anterior, a medida perderá sua eficácia desde a edição se não for convertida em lei no prazo de
vinte dias a contar da data da sua publicação, devendo a Câmara Municipal disciplinar as relações
jurídicas dela decorrentes.

§ 5º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se


refere o art. 113 para a prestação de garantias à União e ao Estado e para pagamento de débitos
para com estes, limitando a 10% da receita própria do Município, mediante autorização
legislativa prévia e especifica.

Art. 126. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os


créditos suplementares e especiais, destinados à Câmara Municipal serão entregues até o dia 10
de cada mês, em quotas correspondentes a um duodécimo.

Art. 127. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei federal.
55

Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de


cargos ou alteração da estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título,
pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, só poderão se feitas: a) se houver
prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de
despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
b) se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias.

Título V
DA ORDEM ECONÔMICA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 128. Os interesses da iniciativa privada não podem sobrepor-se ao da


coletividade.

Art. 129. Na organização de sua economia em cumprimento aos princípios adotados


nas Constituição Federal e Estadual, o Município zelará pelos seguintes princípios:

I - promoção do bem estar do homem como fim essencial da produção e do


desenvolvimento econômico;

II - valorização econômica e social do trabalho e do trabalhador associada a uma


política de expansão das oportunidades de emprego e de humanização do processo social de
produção com a defesa dos interesses do povo;
III - integração das economias regionais;

IV - planificação do desenvolvimento determinante para o setor público e indicativo


para o setor privado;

V - integração e descentralização das ações públicas


setoriais; VI - proteção da natureza e ordenação territorial;
VII - integração dos estudos na região fronteira-oeste em programas conjuntos;

VIII - promover, através de órgão especial, a nível de secretaria, o planejamento e o


desenvolvimento industrial do município.
56

Art. 130. A intervenção do Município no domínio econômico dar-se-á por meios


previstos em lei, para orientar e estimular a produção, corrigir distorções da atividade econômica
e prevenir abusos de poder econômico.

Parágrafo único. No caso de paralisação da produção por decisão patronal pode o


Município tendo em vista o direito da população ao serviço ou produto, intervir em determinada
indústria ou atividade, respeitada a legislação federal e os direitos dos trabalhadores.

Art. 131. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias ou permissionárias o caráter especial do


seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão
da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - a política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviços adequados.

Art. 132. O Município instituirá incentivos ao investimento e à fixação de atividade


econômica objetivando desenvolver suas potencialidades municipais.

Parágrafo único. Os incentivos serão concedidos preferencialmente:


I - às formas associativas e cooperativas;
II - às pequenas e micro empresas econômicas;
III - às empresas que em seus estatutos estabeleçam a participação:
a) dos trabalhadores em lucros;
b) aos empregados mediante eleição direta por estes em sua direção.

Art. 133. O Município manterá programas permanentes de prevenção e socorro nos


casos de calamidade pública em que a população tenha ameaçado os seus recursos, meios de
abastecimento ou de sobrevivência.
57

§ 1º O Município constituirá fundo contábil, para organizar sistemas e programas


permanentes, que previnam contra os casos de calamidade pública.

§ 2º Lei Complementar disporá sobre o sistema municipal de Defesa Civil, a


decretação e o reconhecimento do estado de calamidade pública, bem como sobre a aplicação dos
recursos destinados a atender às despesas extraordinárias decorrentes.

Art. 134. O Município revogará as doações a instituições particulares se o donatário


lhes der destinação diversa da ajustada em contrato quando, transcorridos três anos, não tiver
dado cumprimento ao fim estabelecido no ato de doação.

CAPÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO URBANO E RURAL
Seção I
Da Política e Reforma Urbana

Art. 135. A política de desenvolvimento urbano, conforme diretrizes fixadas no Plano


Diretor de Desenvolvimento Integrado tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes visando a:
I - melhorar a qualidade de vida na cidade;
II - promover a definição e a realização da função social da sociedade urbana;
III - promover a ordenação territorial, integrando as diversas atividades e funções
urbanas;
IV - prevenir e corrigir as distorções do crescimento urbano;

V - promover a erradicação de sub-moradias, sua integração e articulação com a


malha urbana;
VI - integrar as atividades urbanas e rurais;

VII - distribuir os benefícios e encargos do processo de desenvolvimento da cidade,


inibindo a especulação imobiliária e a excessiva concentração urbana;
VIII - impedir as agressões ao meio ambiente estimulando ações preventivas e
corretivas;
58

IX - promover a integração, racionalização e otimização da infra-estrutura urbana


básica, priorizando os alongamentos de maior densidade populacional e as populações de menor
renda;

X - preservar os sítios, as edificações e os monumentos de valores históricos,


artísticos e culturais;
XI - promover o desenvolvimento econômico;

Art. 136. São instrumentos do desenvolvimento urbano, a serem definidos em lei:


I - os planos Diretores;
II - o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano;

III - o plano plurianual de investimentos, a lei de diretrizes orçamentárias e o


orçamento anual;
IV - o sistema cartográfico municipal e a atualização permanente do cadastro de
imóveis;
V - os conselhos municipais;
VI - os códigos municipais;
VII - o solo criado;
VIII - a regionalização e descentralização administrativa;
IX - os planos e projetos de iniciativa da comunidade.

Art. 137. Para assegurar as funções sociais da cidade e da propriedade, o Poder


Público promoverá e exigirá do proprietário, conforme a legislação, a adoção de medidas que
visem a direcionar a propriedade de forma a assegurar:
I - a democratização do uso, ocupação e posse do solo urbano;

II - a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de


urbanização; III - a adequação do direito de construir às normas urbanísticas;

IV - meio ambiente ecologicamente equilibrado, como bem de uso comum do povo,


essencial à sadia qualidade de vida, preservando e restaurando os processos ecológicos, provendo
o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, e controlando a produção, a comercialização e o
emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a qualidade de vida.
59

Art. 138. Para os fins previstos no artigo anterior o Município usará os seguintes
instrumentos:
I - tributários e financeiros:
a) Imposto Predial e Territorial Urbano progressivo;
b) taxas diferenciadas por zona, segundo os serviços públicos;
c) contribuição de melhoria;
d) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
e) fundos especiais;
II - jurídicos:
a) discriminação de terras públicas;
b) desapropriação por interesse social ou utilidade pública;
c) parcelamento ou edificação compulsórios;
d) servidão administrativa;
e) restrição administrativa;
f) inventários, registros e tombamentos de imóveis;
g) declaração de área de preservação ou proteção ambiental;
h) medidas previstas no art. 182, § 4º, da Constituição Federal;
i) concessão do direito real de uso;
j) usucapião especial, nos termos do art.183 da Constituição Federal;
k) solo criado.
III - administrativos:
a) reserva de áreas para utilização pública;
b) licença para construir;
c) autorização para parcelamento do solo;
d) regularização fundiária.
IV - políticos:
a) planejamento urbano;
b) participação popular.
V - outros previstos em lei.
60

Art. 139. O Município elaborará o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado nos


limites da competência municipal, das funções da vida coletiva, abrangendo habitação, trabalho,
circulação e recreação, e considerando em conjunto os aspectos físicos, econômicos, sociais,
históricos, culturais e administrativos, nos seguintes termos:

I - no tocante ao aspecto físico territorial, o plano deverá conter disposições sobre o


sistema viário urbano e rural, o zoneamento urbano, o loteamento urbano ou para fins urbanos, a
edificação e os serviços públicos locais;

II - no que se refere ao aspecto econômico, o plano deverá inscrever disposições sobre


desenvolvimento econômico e integração da economia municipal à regional;

III - no referente ao aspecto social, deverá o plano conter normas de promoção social
da comunidade e condições de bem estar da população;

IV - no referente ao aspecto histórico e cultural, deverá o plano conter normas que


possibilitem a preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro;

V - no que respeita o aspecto administrativo, deverá o plano consignar normas de


organização institucional que possibilitem a permanente planificação diferenciada das atividades
públicas municipais e sua integração no plano estadual e nacional.

Parágrafo único. As normas municipais de edificação, zoneamento ou loteamento, ou


para fins urbanos atenderão as peculiaridades locais e legislação federal e estadual pertinentes.

Art. 140. A elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado deverá


compreender as seguintes fases com extensão e profundidade, respeitadas as peculiaridades do
município.
I - estudo preliminar abrangendo:
a) estudo preliminar de desenvolvimento;

b) avaliação das condições da


administração. II - diagnóstico:
a) do desenvolvimento econômico e social;
b) da organização territorial;
c) das atividades fim da prefeitura;
d) da organização administrativa e das atividades meio da prefeitura.
61

III - definição de diretrizes, compreendendo:


a) a política de desenvolvimento;
b) diretrizes de desenvolvimento econômico e social;
c) diretrizes de organização territorial.
IV - instrumentação incluindo:
a) instrumento legal do plano;
b) programas relativos às atividades-fim;
c) programas relativos as atividade-meio;
d) programas dependentes da cooperação de outras entidades públicas.

Seção II
Da Habitação

Art. 141. O Município, em convênio com o Estado e com a União, estabelecerá


programas destinados a facilitar o acesso da população à habitação, como condição essencial à
qualidade de vida e ao desenvolvimento.

§ 1º Os programas de interesse social serão promovidos e executados com a


participação da sociedade de acordo com as diretrizes do Plano Diretor de Desenvolvimento
Integrado, através do Conselho Municipal de Habitação e objetivarão prioritariamente:

I - a regularizar, organizar e equipar as áreas habitacionais irregulares formadas


espontaneamente, dando prioridade às necessidades sociais de seus habitantes;

II - a dotação de infraestrutura básica e de equipamentos sociais para implantação de


empreendimentos habitacionais de carentes, estabelecidos no plano diretor de desenvolvimento
integrado;
III - a implantação de empreendimentos habitacionais;

IV - participação, com terra urbanizada inalienável pertencente ao Município, na


oferta e cessão de espaço edificável a cooperativas habitacionais ou outras formas de
organizações congêneres, comprovadamente carentes, conforme a lei;

V - a criação de bancos de materiais usados e olarias municipais para a construção de


habitações populares.
62

Art. 142. A execução de programas habitacionais será de responsabilidade do


município, que:
I - administrará a produção habitacional;

II - estimulará novos sistemas construtivos, na busca de alternativas tecnológicas de


baixo custo, sem prejuízo da qualidade e segurança;

III - incentivará a construção de moradias populares realizadas pelos próprios


interessados, por cooperativas habitacionais, principalmente as organizadas por associações de
moradores e sindicatos de trabalhadores e outras modalidades de associações voluntárias,
dirigidas pelos próprios interessados, como formas de incremento à execução de programas de
construção habitacional e melhoria ou expansão de infraestrutura e equipamentos urbanos em
conjunto e loteamentos residenciais já existentes;

IV - instituirá programa de assistência técnica gratuita no projeto e construção de


moradias para famílias de baixa renda.

Art. 143. Nas ações coletivas com fins de regularização fundiária, o município
propiciará, aos pretendentes, formas de apoio técnico e jurídico necessário.

Seção III
Da Política Agrícola e do Abastecimento

Art. 144. O Município, dentro dos princípios de sua organização econômica, e nos
limites de sua competência, planejará e executará política de incentivo à produção agropecuária,
com os seguintes objetivos:

I - desenvolvimento da propriedade em todas as potencialidades, a partir da vocação e


da capacidade de uso do solo, levando em conta a proteção ao meio ambiente, consoante a
legislação vigente. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE

DEZEMBRO DE 2014)

II - a participação em programas de recuperação e conservação do solo, de


reflorestamento, de irrigação, de aproveitamento de recursos hídricos e de recursos naturais;
63

III - estimular o fomento da produção agropecuária, a organização do abastecimento


alimentar e o incentivo à produção de alimentos, de consumo interno e armazenagem;
IV - o incentivo à agroindústria;
V - o incentivo ao cooperativismo, ao sindicalismo e ao associativismo;
VI - a implantação de cinturões verdes na periferia urbana.

Art. 145. O Município, juntamente com o Estado e a União, manterá serviços de


extensão rural, de assistência técnica e de pesquisa e tecnologia agropecuária, dispensando
cuidados especiais aos pequenos e médios produtores, bem como as suas associações e
cooperativas.

Art. 146. Fica criado o Fundo de Apoio Municipal ao Desenvolvimento dos Pequenos
Estabelecimentos Rurais, destinado ao financiamento de programas de infraestrutura, à
preservação dos recursos naturais, à pequena moradia, visando à elevação da qualidade dos
padrões social e econômico do meio rural, na propriedade.

Art. 147. O Município, através do Conselho Municipal de Agropecuária,


regulamentado por lei, estabelecerá os critérios para a aplicação de projetos e recursos, além da
fiscalização.

Art. 148. O Município, como incentivo ao desenvolvimento agrícola, priorizará a


conservação e ampliação da rede de estradas vicinais, de eletrificação e telefonia rurais, bem
como de escolas, ambulatórios e outros serviços que propiciem a permanência do homem no
meio rural.

CAPÍTULO III
TRANSPORTE COLETIVO E DO TRÂNSITO

Art. 149. O Município estabelecerá política de transporte público de passageiros, para


a organização, o planejamento e a execução deste serviço essencial, devendo ser estruturado de
acordo com os seguintes princípios:
64

Parágrafo único. A política de transporte público de passageiros deverá ser


compatibilizada com os objetivos das políticas de desenvolvimento integrado do município, e
visará:

I - atendimento a toda a população assegurando o acesso da população aos locais de


emprego e consumo, de educação e saúde, e de lazer e cultura, bem como outros fins econômicos
e sociais essenciais;
II - otimizar os serviços, para a melhoria da qualidade de vida da população;

III - redução da poluição ambiental em todas as suas formas e minimizar os níveis de


interferência no meio ambiente;

IV - qualidade do serviço prestado a toda a população segundo critérios estabelecidos


pelo Poder Público;

V - desenvolvimento pleno de todas as tecnologias disponíveis, que se adaptem às


características da cidade;

VI - integração entre os diferentes meios de transporte e implantação dos


equipamentos de apoio.

Art. 150. O Município verificará, sempre que necessário, a necessidade de extensão


de novas linhas para atendimento da população e abrirá concorrência pública para suprir tais
necessidades.
Parágrafo único. Terão prioridade no atendimento: I
- os bairros mais distantes do centro;
II - população de baixa renda;

III - áreas escolares e zonas de desenvolvimento industrial, levando-se em conta a


proporcionalidade da mão de obra empregada;
IV - população da zona rural.

Art. 151. O Executivo Municipal definirá, segundo o critério do plano de


desenvolvimento diretor integrado, a frequência e o percurso do transporte coletivo local.

Parágrafo único. Devido ao aspecto geográfico, do perímetro urbano do Município, a


ligação entre os bairros, prioritariamente, deverá ser transversal.
65

Art. 152. O Poder Público Municipal só permitirá a entrada em circulação de veículos


de transporte coletivo que estejam adaptados para o livre acesso e circulação das pessoas
portadoras de deficiência física e motora.

CAPITULO IV
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL

Art. 153. São objetivos gerais do planejamento do desenvolvimento, em consonância


com os princípios da ordem econômica e a legislação vigente:
I - incentivar a participação comunitária no processo de planejamento;

II - promover a ordenação do crescimento do Município em seus aspectos físicos,


econômicos, sociais, culturais e administrativos;

III - aproveitar plenamente os recursos administrativos, financeiros, naturais, culturais


e comunitários;

IV - atender as necessidades e carências básicas da população quanto às funções de


habitação, trabalho, lazer, cultura, mobilidade, saúde, abastecimento e convívio com a natureza,
promovendo a melhoria da qualidade de vida da população; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI

ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

V - proteger o meio ambiente e preservar o patrimônio paisagístico e cultural do


Município;

VI - integrar a ação municipal com a dos órgãos e entidades internacionais, federais,


estaduais, regionais;

VII - ordenar o uso e ocupação do solo em consonância com a função social da


propriedade;

VIII - estimular a permanência do homem no campo e o desenvolvimento social e


econômico sustentável.

§ 1º O Poder Executivo fica autorizado, na forma da lei, a introduzir critérios


ecológicos em todos os níveis de seu planejamento político, econômico, social e de incentivo à
modernização tecnológica. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
DEZEMBRO DE 2014)
66

§ 2º O Município, dentro de seus planos de desenvolvimento e de obras, priorizará a


utilização de fontes de energia alternativa não poluente, bem como de tecnologias poupadoras de
energia.

Art. 154. O planejamento das atividades do governo municipal far-se-á através do


plano global de desenvolvimento municipal, em consonância com plano diretor de
desenvolvimento integrado e as leis orçamentárias.

Art. 155. O Município, por iniciativa própria, ou com a colaboração do Estado,


providenciará o estabelecimento de um sistema estatístico, cartográfico e de geologia, que servirá
como base para o planejamento.

Art. 156. O município submeterá à apreciação das associações antes de encaminhá-lo


à Câmara Municipal, os projetos de Lei do Plano Plurianual, do Orçamento anual e do Plano
Diretor, a fim de receber sugestões quanto à oportunidade e o restabelecimento das prioridades
das medidas propostas.

Parágrafo único. Os projetos de que trata este artigo ficarão à disposição das
associações durante dez dias antes da sua remessa à Câmara Municipal.

TÍTULO VI
DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 157. A Ordem Social, pela qual o Município é responsável, tem como base o
primado do trabalho e por objetivo o bem estar e a justiça social.

Art. 158. A ordem social é garantida por um conjunto de ações do Município em


convênio com o Estado, a União e com a participação da sociedade destinada a tornar efetivo os
direitos ao trabalho, à educação, à cultura, ao desporto, ao lazer, à saúde, à habitação e à
assistência social, asseguradas ao indivíduo pela Constituição Federal, guardadas as
peculiaridades locais.
67

§ 1º Será estimulada e valorizada a participação da população através de organizações


representativas, na integração e controle da execução das ações mencionadas neste artigo.

§ 2º Os projetos de cunho comunitário terão preferência nos financiamentos públicos


e nos incentivos fiscais além de outros.

Art. 159. O Município prestará assistência social visando, entre outros, aos seguintes
objetivos:

I - proteção à família, a maternidade, a infância, à adolescência e à


velhice; II - amparo aos carentes e desassistidos;
III - promoção da integração no mercado de trabalho;

IV - habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e promoção de


sua integração na vida social e comunitária.

V - proteção a vítimas de violência, instituindo serviços de atenção integral e apoio,


bem como criação de redes de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica. (REDAÇÃO
DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 160. A lei definirá a participação do Município nos programas municipais


relativo a emprego, a acidentes do trabalho e outros que assegurem o exercício dos direitos
laborais previstos na Constituição Federal.

Art. 161. O Município implementará política especial de proteção e atendimento às

pessoas com necessidades especiais, visando a integrá-las socialmente. (REDAÇÃO DADA PELA

EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

§ 1º Os logradouros e edifícios públicos serão adaptados para permitir o livre acesso


às pessoas com necessidades especiais. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº
12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

§ 2º Os funcionários municipais que tiverem filhos com necessidades especiais, terão


suas jornadas de trabalho reduzidas, sem prejuízo de vencimento ou vantagem, desde que
comprovada que sua presença seja imprescindível. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI

ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)


68

§ 3º O serviço público municipal destinará, no mínimo, dois por cento das vagas dos
cargos de provimento efetivo para serem preenchidos através de concurso, por pessoas com
necessidades especiais, consideradas aptas ao seu exercício. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À

LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

§ 4º Os empresários que empregarem pessoas com necessidades especiais terão uma


redução nos impostos municipais a ser fixada em lei complementar. (REDAÇÃO DADA PELA

EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

§ 5º O Executivo Municipal manterá um programa de prevenção da excepcionalidade


com técnicos que orientem as famílias, especialmente as de baixa renda e que tenham filhos
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO

excepcionais.
DE 2014)
Art. 162. O Município deverá construir creches nos bairros populares para atender as
famílias de baixa renda, com recursos próprios ou em convênios com órgãos do Estado ou da
União.

CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA, DO DESPORTO E LAZER
Seção I
Da Educação

Art. 163. A educação, direito de todos e dever do município e da família, baseada na


justiça social, na democracia e no respeito aos direitos humano, meio ambiente e valores culturais
visa ao desenvolvimento do educando como pessoa e a sua qualificação para o trabalho e o
exercício da cidadania, com consciência social e crítica.

Art. 164. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I -
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o
saber;
69

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições


públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público nos estabelecimentos


oficiais; V - valorização dos profissionais do ensino;
VI - gestão demográfica do ensino público;
VII - garantia do padrão de qualidade.

Art. 165. É dever do Município, com a participação do Estado e da União:

I - garantir ao ensino fundamental, público, obrigatório e gratuito, inclusive para os


que não tiveram acesso a ele na idade própria;
II - prestar atendimento educacional, às pessoas com necessidades especiais e aos

(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO

superdotados;
DE 2014)
III - apoiar a progressiva expansão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

IV - manter a quantidade necessária de:


a) creches;
b) escolas de ensino fundamental completo com atendimento ao pré-escolar. V
- oferecer ensino noturno regular adequado às condições do educando;
VI - manter cursos
profissionalizantes (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE
abertos à
comunidade em
geral;
VII - prover meios para que seja oferecido horário integral aos alunos de ensino

fundamental, caso estes optarem.


15 DE DEZEMBRO DE 2014)

VIII - incentivar a publicação de obras e pesquisas no campo da educação.

Art. 166. O Município aplicará, (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA

anualmente, no mínimo trinta e cinco por


cento da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, nas áreas
da educação, da cultura, do desporto e do lazer (em conformidade com o capítulo da Educação),
respeitados os vinte e cinco por cento na manutenção e desenvolvimento do ensino. (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 11/2011)
Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)
70

Parágrafo único. É vedada às escolas públicas a cobrança de taxas ou contribuições a


qualquer título.

Art. 167. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 1º O não oferecimento de ensino obrigatório e gratuito ou a sua oferta irregular,


pelo Poder Público, importam responsabilidade da autoridade competente.

§ 2º Compete ao Município, articulado com o Estado e a União, recensear os


educandos para o ensino fundamental, fazendo-lhes a chamada anualmente.

§ 3º Transcorridos dez dias úteis do pedido de vaga, incorrerá em responsabilidade


administrativa a autoridade municipal competente que não garantir, ao interessado, devidamente
habilitado, o acesso à escola fundamental.

§ 4º A comprovação do cumprimento do dever de frequência obrigatória dos alunos


de ensino fundamental será feita por meio de instrumentos apropriados, regulados em lei.

Art. 168. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser
dirigido às escolas comunitárias confessionais ou filantrópicas, definidas em lei que:
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em
educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica


ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

Art. 169. Anualmente o Poder Executivo publicará relatório da execução financeira


da despesa em educação, por fonte de recurso, discriminando os gastos mensais.

§ 1º Será fornecido ao Conselho Municipal de Educação, semestralmente, relatório de


execução financeira da despesa em educação, discriminando os gastos mensais, em especial os
aplicados na construção, reformas, manutenção ou conservação das escolas, as fontes e critérios
de distribuição de recursos e nos estabelecimentos e instituições beneficiadas.

§ 2º A autoridade competente será responsabilizada pelo não cumprimento no


disposto nesse artigo.

Art. 170. Revogado.


71

Art. 171. A lei estabelecerá plano municipal de educação, de duração plurianual, em


consonância com os planos nacional e estadual de educação, visando à articulação e ao
desenvolvimento do ensino nos diversos níveis, e à integração das ações desenvolvidas pelo
Poder Público que conduzam à:
I - alfabetização;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica.

Parágrafo único. O Plano de que trata do caput do referido art. será definido e
avaliado através de conferência municipal, convocada de dois em dois anos.

Art. 172. O Conselho Municipal de Educação assegurará ao sistema municipal de


ensino flexibilidade técnico pedagógico-administrativo, para o atendimento das peculiaridades
sócio culturais, econômicas ou outras específicas da comunidade.

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários


normais das escolas públicas do ensino fundamental e médio.

§ 2º Será estimulado o pluralismo de idiomas nas escolas, na medida em que atenda a


uma demanda significativa de grupos interessados ou de origens étnicas diferentes.

Art. 173. É assegurado o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal,


garantida a valorização da qualificação e da titulação profissional do magistério, independente do
nível escolar em que atuem, mediante a fixação de piso salarial.

Parágrafo único. Na organização do sistema municipal de ensino, serão considerados


profissionais do magistério público municipal os professores e os especialistas da educação.

Art. 174. O Município promoverá:

I - política com vista à formação profissional nas áreas do ensino público municipal
em que houver carência de professores;
72

II - cursos de atualização e aperfeiçoamento aos seus professores e especialistas nas


áreas em que estes atuarem, e em que houver necessidade;

III - política especial para a formação, em nível médio, de professores das séries
iniciais de seu ensino fundamental.

§ 1º Para a implementação do disposto nos incisos I e II, o Município poderá celebrar


convênio com instituições.

§ 2º O estágio relacionado com a formação mencionada no inciso III será


remunerado, na forma da lei.

Art. 175. É assegurado aos pais, professores, alunos e funcionários organizarem-se


em todos os estabelecimentos de ensino através de associações, grêmios ou outras formas.

Parágrafo único. Será responsabilizada a autoridade educacional que embaraçar ou


impedir a organização ou o funcionamento das entidades referidas neste artigo.

Art. 176. As escolas públicas municipais contarão com conselhos escolares


constituídos pela direção da escola e por representantes dos seguimentos da comunidade escolar,
tendo caráter consultivo, normativo, deliberativo e fiscalizador, na forma da lei.

§ 1º Os diretores das escolas públicas municipais serão escolhidos mediante eleição


direta e uninominal pela comunidade escolar, na forma da lei.

§ 2º Os estabelecimentos públicos de ensino estarão à disposição da comunidade


através de programações organizadas em comum.

Art. 177. O Município, com a participação da comunidade escolar, desenvolverá


programa de transporte escolar rural que assegurem os recursos financeiros indispensáveis para
garantir o acesso de todos os alunos à escola, conforme dispuser a legislação.

Art. 178. O Município implantará, na sua rede municipal de ensino, no mínimo uma
escola com cursos profissionalizantes.

Seção II
Cultura
73

Art. 179. O Município, através de órgão específico, estimulará a cultura em suas


múltiplas manifestações, garantindo o pleno e efetivo exercício dos respectivos direitos culturais
e o acesso a suas fontes em nível nacional e regional, apoiando e incentivando a produção, a
valorização e a difusão das manifestações culturais.

Parágrafo único. É dever do Município proteger e estimular as manifestações


culturais dos diferentes grupos étnicos formadores da sociedade alegretense.

Art. 180. Constituem direitos culturais garantidos pelo


Município: I - liberdade de criação e expressões artísticas;

II - acesso à educação artística e ao desenvolvimento da criatividade, principalmente


nos estabelecimentos de ensino, nas escolas de arte, nos centros culturais e espaços de
associações de bairros;
III - amplo acesso a todas as formas de expressão cultural;

IV - apoio e incentivo à produção, difusão e circulação dos bens


culturais; V - acesso ao patrimônio cultural do Município;

VI - as feiras de artesanato e de artes plásticas e os espaços de livre expressão


artística-popular.

Art. 181. O Município, com a colaboração da comunidade, protegerá o patrimônio


cultural e histórico por meio de inventários, registros, vigilância, tombamentos, desapropriações e
outras formas de acautelamento e preservação.

§ 1º Os proprietários de bens de qualquer natureza tombados pelo Estado receberão


incentivos para preservá-los e conservá-los conforme definido em lei.
§ 2º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos na forma da lei.
§ 3º As instituições públicas municipais ocuparão preferencialmente prédios
tombados, desde que não haja ofensa a sua preservação.

Art. 182. O Poder Público Municipal manterá atualizado o cadastro das obras de arte
e do acervo cultural, público e privado existente no Município de Alegrete.
74

Parágrafo único. O plano diretor de desenvolvimento integrado disporá,


necessariamente, sobre a proteção do patrimônio histórico e cultural.

Art. 183. As entidades da administração descentralizada do Município sujeitas a


tributos federais, quando a lei facultar a destinação de parte destes a título de incentivo fiscal,
deverão aplicá-los nas instituições dos diversos segmentos da produção cultural vinculados ao
órgão municipal responsável pela cultura, sob pena de responsabilidade, sem prejuízo da dotação
orçamentária à cultura.

Art. 184. O Municipal de forma democrática, participativa e integrada adotará


medidas de planejamento das ações culturais, podendo instituir um sistema municipal de cultura
para:

I - estabelecer diretrizes operacionais e prioridades para o desenvolvimento cultural


do Município;
II - integrar ações governamentais na área das artes e do lazer cultural.

Art. 185. Os recursos destinados à cultura serão democraticamente aplicados dentro


de uma visão social abrangente, valorizando as manifestações autênticas da cultura popular, a par
da universalização da cultura erudita.

Seção III
Do Desporto e do Lazer

Art. 186. É dever do município fomentar e amparar o desporto, o lazer e a recreação,


como direito de todos, mediante:

I - a promoção prioritária do desporto educacional, amador e profissional, em termos


de recursos humanos, financeiros e materiais, em suas atividades meio e fim;

II - a dotação de instalações esportivas e recreativas para as instituições escolares


públicas e amadorísticas;
III - o incentivo à pesquisa no campo da educação física, do desporto, do lazer e da
recreação;
75

IV - a garantia de condições para a prática de educação física, do lazer e do esporte ao


deficiente físico, sensorial e mental.

Parágrafo único. Os estabelecimentos especializados em atividades de educação


física, esporte e recreação ficam sujeitos a registro, supervisão e orientação normativa do
Município, na forma da lei.

Art. 187. Compete ao Município legislar sobre a utilização das áreas de recreação e
lazer, e sobre a demarcação dos locais destinados ao repouso, à pesca profissional ou amadora e
ao desporto em geral nos rios e lagoas do Município.

Art. 188. O desporto e o lazer serão supervisionados, por órgão competente, visando
a:
I - cumprir diretrizes e prioridades para crescimento e agilização do desporto no
Município;
II - estimular a execução dos projetos esportivos;
III - coordenar e acompanhar as atividades esportivas comunitárias;
IV - emitir pareceres sobre questões de esporte e lazer.

Art. 189. As áreas de lazer do Município são intocáveis, não podendo ser cedidas,
vendidas, emprestadas ou alugadas sob qualquer pretexto, ficando proibida sua utilização para
outro fim.

CAPÍTULO III
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 190. O Município promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a


pesquisa e a capacitação tecnológica, destinando recursos orçamentários próprios e estabelecendo
convênios com órgãos públicos e privados.
76

Art. 191. O Município apoiará e estimulará as empresas e entidades que investirem


em pesquisa e desenvolvimento tecnológico e na formação e aperfeiçoamento de recursos
humanos.

Art. 192. Incumbe ao Poder Executivo manter banco de dados com estatísticas,
diagnóstico físico, territorial e outras informações relativas às atividades comerciais, industriais e
de serviços, destinando-se a servir de suporte para as ações de planejamento e desenvolvimento
tecnológico.

CAPÍTULO IV
DO TURISMO

Art. 193. O Município instituirá política de turismo e definirá as diretrizes a observar


nas ações públicas e privadas, com vistas a promover e incentivar o turismo como fator de
desenvolvimento social e econômico.

§ 1º Para o cumprimento do disposto neste artigo, cabe ao Poder Executivo, através


de órgão específico, promover:

I - o inventário e a regulamentação do uso, ocupação e fruição dos bens naturais e


culturais de interesse turístico;

II - a infraestrutura básica necessária à prática do turismo, apoiando e realizando os


investimentos na produção, criação e qualificação dos empreendimentos, equipamentos e
instalações ou serviços turísticos através de linhas de crédito especiais e incentivos;

III - implantação de ações que visem ao permanente controle de qualidade dos bens e
serviços turísticos;

IV - medidas específicas para o desenvolvimento dos recursos humanos para o setor;


V - elaboração sistemática de pesquisa sobre oferta e demanda turística, com análise
dos fatores de oscilação do mercado;

VI - fomento ao intercâmbio permanente com outros municípios, estados e com o


exterior, em especial com os países do Prata, visando ao fortalecimento do espírito de
fraternidade e aumento do fluxo turístico nos dois sentidos, bem como à elevação da média de
permanência do turista em território do Município;
77

VII - construção de albergues populares.

§ 2º As iniciativas previstas neste artigo estender-se-ão aos pequenos proprietários


rurais, localizados em regiões demarcadas em lei, como forma de viabilizar alternativas
econômicas que estimulem sua permanência no meio rural.

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 194. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sobre


qualquer forma, processo ou vínculo, não sofrerão qualquer restrição, observando o disposto na
Constituição Federal e na Constituição Estadual.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço a plena liberdade
de informação jornalística em qualquer veículo, empresa e o órgão de comunicação social,
observado o disposto no artigo 5º, inciso IV, V, X, XIII e XIV da Constituição Federal.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística.
§ 3º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de
autoridade.

CAPÍTULO VI
DA SAÚDE E DO SANEAMENTO
Seção I
Da Saúde

Art. 195. A saúde é direito de todos e dever do Município, em convênio com o Estado
e com a União, através de sua promoção, proteção e recuperação.

Parágrafo único. O dever do Município, garantido por adequada política social e


econômica, não exclui o do indivíduo, da família e de instituições e empresas que produzam
riscos ou danos à saúde individual ou da coletividade.
78

Art. 196. As ações e serviços públicos de saúde no Município são promovidos pela
Secretaria Municipal de Saúde, através do Sistema Único de Saúde -SUS- observadas às
seguintes diretrizes:
I - descentralizada e com direção do Município;

II - integralidade na prestação de ações preventivas, curativas e reabilitadoras,


adequadas às diversas realidades epidemiológicas;

III - universalização e equidade em todos os níveis de atenção à saúde para a


população urbana e rural;

IV - participação, com poder decisório, das entidades populares representativas de


usuários e trabalhadores da saúde, na formulação, gestão, controle e fiscalização das políticas de
saúde.

Art. 197. Ao sistema único de saúde, no âmbito do município, além de suas


atribuições inerentes, incumbe na forma de lei:
I - coordenar e integrar as ações e serviços municipais e estaduais de saúde individual
e coletiva;
II - definir as prioridades e estratégias locais de promoção de saúde;
III - regulamentar, controlar e fiscalizar as ações e serviços públicos de saúde;

IV - controlar e fiscalizar qualquer atividade e serviço que comporte risco à saúde, à


segurança ou ao bem estar físico e psíquico do indivíduo e da coletividade, bem como ao meio
ambiente;

V - fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico, tecnológico e de


recursos humanos no desenvolvimento da área de saúde;

VI - estimular a formação da consciência pública voltada à preservação da saúde e do


meio ambiente;

VII - realizar a vigilância sanitária, epidemiológica, toxicológica e farmacológica;


VIII - garantir a formação e funcionamento de serviços públicos de saúde, inclusive
hospitalares e ambulatoriais, visando atender às necessidades municipais;

IX - estabelecer normas, critérios e padrões de coleta, processamento, armazenamento


e transfusão de sangue humano e seus derivados garantindo a qualidade destes produtos durante
79

todo processo, vedado qualquer título de comercialização, estimulando a doação e propiciando


informações e acompanhamento aos doadores;

X - organizar, controlar e fiscalizar a produção e distribuição dos insumos


farmacêuticos, medicamentos e correlatos, imunobiológicos, produtos biotecnológicos,
odontológicos e químicos essenciais às ações de saúde, materiais de acondicionamento e
embalagem, equipamentos e outros meios de prevenção, tratamento e diagnóstico, promovendo o
desenvolvimento de novas tecnologias e priorizando as necessidades do município;

XI - desenvolver ações específicas de prevenção contra deficiências, bem como a


recuperação e habilitação das pessoas com necessidades especiais referidas no Capítulo IX.
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

XII - supletivamente à ação federal estabelecer critérios, normas, padrões de controle


e fiscalização dos procedimentos relativos a:

a) remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,


pesquisa ou tratamento, vedada a sua comercialização;

b) transporte, armazenamento, manuseio, e destino final de produtos tóxicos e


radioativos, bem como de equipamentos que geram radiação ionizante ou utilizam material
radioativo.

XIII - em complementação à atividade federal e estadual, regulamentar, controlar e


fiscalizar os alimentos, da fonte de produção até o consumidor;

XIV - propiciar recursos educacionais e os meios de científicos que assegurem o


direito ao planejamento familiar, de acordo com a livre decisão do casal;

XV - em cumprimento à legislação referente à salubridade e segurança dos ambientes


de trabalho, promover e fiscalizar as ações em benefício da saúde integral do trabalhador rural e
urbano;
XVI - promover a integração das ações de saúde escolar ao SUS;

XVII - prestar assistência clínica-ginecológica, que consiste na identificação,


diagnóstico e tratamento das patologias sistêmicas e do aparelho reprodutivo, inclusive a
prevenção do câncer de colo uterino e da mama;
XVIII - assistência à saúde oral.
80

XIX - desenvolver ações de fiscalização, prevenção e recuperação de lesões por


esforços repetitivos ou doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a organização, financiamento,


controle e gestão do Sistema Único de Saúde no âmbito do Município.

Art. 198. O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será financiado, dentre
outros, com recursos de seguridade social da União, do Estado e do Município.

Parágrafo único. Não menos de dez por cento do orçamento Municipal será destinado
à saúde.

Art. 199. A transferência dos recursos financeiros ao Município destina-se ao custeio


de serviços e investimentos na área da saúde, vedada sua utilização para outras finalidades.

Art. 200. O Município concederá estímulos especiais em favor da saúde, na forma da


lei, às pessoas físicas com capacidade civil plena que doarem órgãos passíveis de transplante
quando da sua morte.

Seção II
Do Saneamento Básico

Art. 201. O saneamento básico é ação de saúde e serviço público essencial,


implicando seu direito garantia inalienável ao cidadão.

§ 1º O saneamento básico compreende a captação, o tratamento e a distribuição de


água potável, a coleta, o tratamento e disposição final de esgotos cloacais e do lixo, bem como a
drenagem urbana.

§ 2º É dever do Município, com a participação do Estado e da União, a extensão


progressiva do saneamento básico a toda a população urbana e rural, como condição básica de
qualidade de vida, da proteção ambiental e do desenvolvimento social.
81

§ 3º A lei disporá sobre o controle, a fiscalização, o processamento e a destinação do


lixo dos resíduos urbanos, industriais, hospitalares e laboratoriais de pesquisa, de análises clínicas
e assemelhadas.

Art. 202. O Município de forma integrada ao Sistema Único de Saúde, formulará a


política e o planejamento da execução das ações de saneamento básico, respeitadas as diretrizes
municipais quanto ao meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento urbano.
§ 1º O município manterá o seu sistema próprio de saneamento.
§ 2º No distrito industrial, o arroio Capivari será tratado e reciclado de forma
integrada pelas empresas através de condomínio de tratamento de resíduos.

Art. 203. O Município manterá órgão técnico normativo de serviços de saneamento


básico para, entre outras atribuições, exigir da concessionária que:
I - preste serviços público de água e esgoto a toda a população; II
- integre os sistemas locais de saneamento básico;

III - execute as políticas ditadas em nível federal e estadual estabelecidas para o setor,
garantindo os benefícios do saneamento básico à totalidade da população, compatibilizando o
planejamento municipal com o do órgão gestor das bacias hidrográficas em que estiver parcial ou
totalmente inserido.

Art. 204. Nos novos loteamentos urbanos e rurais o município implantara sistema de
distribuição de água potável.

Art. 205. A conservação e proteção das águas superficiais e subterrâneas são tarefas
do Município, em ação conjunta com o Estado.

Parágrafo único. No aproveitamento das águas superficiais e subterrâneas é


prioritário o abastecimento da população.

Art. 206. O Município adotara a coleta seletiva e reciclagem de matérias como forma
de tratamento dos resíduos sólidos domiciliares e de limpeza urbana, sendo que o material
residual devera ser condicionado de maneira a minimizar ao Maximo o impacto ambiental, em
82

locais especialmente indicados pelos planos diretores de desenvolvimento integrado, de


saneamento básico e de proteção ambiental.

Art. 207. O poder público desenvolvera programas de informação, através da


educação formal e informal, sobre materiais recicláveis e sobre materiais biodegradáveis.

Art. 208. São proibidos os depósitos de materiais orgânicos e inorgânicos, bem como
a destinação de resíduos sólidos ou líquidos em locais não apropriados para tal.

Parágrafo único. O Município pio apoiara a construção de centrais de materiais


descontaminados.

CAPITULO VII
DO MEIO AMBIENTE

Art. 209. O meio ambiente é bem de uso comum do povo, e a manutenção de seu
equilíbrio é essencial à sadia qualidade de vida.
§ 1º A tutela do meio ambiente é exercida por todos os órgãos do município.
§ 2º O causador da poluição ou do dano ambiental será responsabilizado e deverá

assumir ou ressarcir ao Município, se for o caso, todos os custos financeiros, imediatos ou


futuros, decorrentes do saneamento do dano.

Art. 210. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-
se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para as
presentes e futuras gerações cabendo a todos exigir do Poder Público a adoção de medidas neste
sentido.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito o Município desenvolvera ações


permanentes de proteção, restauração, fiscalização do meio ambiente, incumbindo-lhe
primordialmente.
I - Prevenir, combater e controlar a poluição e a erosão em qualquer das suas formas;
83

II - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais, obras e monumentos


artísticos, históricos e culturais, e promover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas
definindo em leis os espaços territoriais a serem protegidos.

III - Fiscalizar e normatizar a produção, o armazenamento, o transporte, o uso e o


destino final dos produtos, embalagens e substancias potencialmente perigosas a saúde e aos
recursos naturais;

IV - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


publica para a proteção do meio ambiente;

V - Exigir estudo de impacto ambiental com alternativas de localização para operação


de obras ou atividades públicas ou privadas que possam causar degradação ou transformação no
meio ambiente dando a esse estudo a indispensável publicidade;

VI - Preservar e restaurar a diversidade e a integridade do patrimônio genético


contido em seu território, fiscalizando às entidades dedicadas à pesquisa e a manipulação de
material genético;

VII - Proteger a flora, a fauna, e a paisagem natural, vedadas as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica e paisagística. Provoquem extinção de espécie ou
submetam os animais à crueldade;

VIII - Definir critérios ecológicos em todos os níveis de planejamento político, social


e econômico;

IX - Incentivar e auxiliar tecnicamente os movimentos comunitários e entidades de


caráter cultural, científico e educacional, com finalidades ecológicas;

X - Promover o manejo ecológico dos solos, respeitando sua vocação quanto à


capacidade de uso;
XI - Fomentar a conservação das matas, o florestamento ecológico e a Área de

Preservação Permanente do Ibirapuitã, na forma da lei; (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI

ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

XII - Incentivar e promover a recuperação das margens do rio Ibirapuitã e de outros


corpos d´ água, e das encostas sujeitas a erosão;

XIII - Incentivar os métodos naturais para combater as pragas nas atividades


agrícolas.
84

§ 2º As pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que exerçam atividades


consideradas poluidoras ou potencialmente poluidoras são responsáveis, direta ou indiretamente,
pelo acondicionamento, coleta e tratamento e destinação final dos resíduos por elas produzidos.

§ 3º O Município, respeitando o direito de propriedade, poderá executar


levantamentos, estudos, projetos e pesquisas necessários ao conhecimento do meio físico,
assegurando ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Art. 211. A lei disporá sobre a organização do sistema municipal de proteção


ambiental, através do plano diretor de proteção ambiental, que terá como atribuições a elaboração
implementação, execução e controle da política ambiental do Município.

Art. 212. É vedada a produção, o transporte, a comercialização e o uso de


medicamentos, biocidas agrotóxicos ou produtos químicos e biológicos cujo emprego tenha sido
comprovado como nocivo em qualquer parte do território nacional ou por razões toxicológicas ou
de degradação ambiental.

Art. 213. Quaisquer empreendimentos de alto potencial poluente, bem como de


quaisquer obras de grande porte que possam causar dano à vida ou alterar significativamente ou
irreversivelmente o ambiente, dependerá da autorização do órgão ambiental, da aprovação da
Câmara Municipal ou de concordância da população manifestada por plebiscito convocado na
forma da lei.

Art. 214. É vedado, em todo o território municipal o transporte e o deposito ou


qualquer outra forma de disposição de resíduos que tenha sua origem na utilização de energia
nuclear e de resíduos tóxicos ou radioativos, quando provenientes de outros municípios, Estado
ou países.

Art. 215. São vedados o abate, a poda e o corte de árvores sitiadas no município.

Parágrafo único. Lei complementar definirá os casos em que, por risco a pessoas,
danos ao patrimônio ou necessidade de obra pública ou privada se admitirá o abate, a poda ou o
corte, e definirá sanções para os casos de transgressão ao disposto no “caput”.
85

Art. 216. As áreas verdes, praças, parques, jardins unidades de conservação e reservas
ecológicas municipais são patrimônio público inalienável.

Art. 217. O Município deverá implantar e manter áreas verdes, de preservação


permanente, perseguindo proporção nunca inferior a quinze metros quadrados por habitante.

Art. 218. A lei criará incentivos especiais para a preservação das áreas de interesse
ecológico em propriedades privadas.

Art. 219. O Município, através de órgão especifico, elaborará política de assistência


técnica aos proprietários rurais de terras em áreas de risco de desertificação.

Art. 220. Fica instituído o Sistema Municipal de recursos Hídricos integrado ao


sistema estadual e nacional de gerenciamento desses recursos, adotando a bacia hidrográfica do
rio Ibicuí como unidade básica de planejamento e gestão observados os aspectos de uso e
ocupação do solo com vista a promover:
I - A melhoria de qualidade dos recursos hídricos da região;

II - O regular abastecimento de água à população urbana e rural, às indústrias e os


estabelecimentos agrícolas.

§ 1º O sistema de que trata este artigo compreende critérios de outorga de uso, o


respectivo acompanhamento, fiscalização e tarifação de modo a proteger e controlar as águas
superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, assim como racionalizar e
compatibilizar os usos inclusive quando a construção de reservatórios, barragens e a usinas
elétricas ou termoelétrica.

§ 2º No aproveitamento das águas superficiais e subterrâneas será considerado de


absoluta prioridade o abastecimento da população.

§ 3º Os recursos arrecadados pela utilização da água deverão ser destinados a obras e


a gestão dos recursos hídricos na própria bacia, garantindo sua conservação e a dos recursos
ambientais, como prioridade para as ações preventivas.

CAPITULO VIII
86

DA ASSISTÊNCIA E DA AÇÃO COMUNITÁRIA


SEÇAO I
Da Família, Da Criança, Do Adolescente e Do Idoso

Art. 221. O Município desenvolverá política e programa de assistência social e


proteção à criança, ao adolescente e ao idoso, com ou sem necessidades especiais, com a
participação de entidades civis, obedecendo aos seguintes preceitos: (REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

I - Aplicação, na assistência materno-infantil, de percentual mínimo fixado em lei dos


recursos públicos, destinados à saúde;

II - A criação de programas de prevenção e atendimento especializado à criança e aos


adolescentes dependentes de entorpecente e drogas afins;

III - Criação de programas de prevenção, de integração social, de preparo para o


trabalho, de acesso facilitado aos bens e serviços e à escola e de atendimento especializado para
crianças e adolescentes portadores de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla;

IV - Exigência obrigatória de existência de quadro técnico responsável em todos os


órgãos com atuação nesses programas;

V - Execução de programas que priorizem o atendimento no ambiente familiar e


comunitário;

VI - Criação de incentivos fiscais e creditícios às pessoas físicas ou jurídicas que


participarem da execução dos programas;

VII - Atenção especial às crianças, adolescentes e mulheres em estado de


miserabilidade, explorados sexualmente, doentes mentais, órgãos, abandonados e vítimas de
violência.

§ 1º A coordenação, o acompanhamento e a fiscalização dos programas a que se


refere este artigo, caberão a conselhos comunitários, cuja organização, composição,
funcionamento e atribuições, serão disciplinados em lei, assegurada a participação de
representantes de órgãos públicos e de seguimentos da sociedade civil organizada.

§ 2º O Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e o Conselho Tutelar, como


determina a legislação Federal, além de outras atribuições, denúncia referentes à violência
87

praticadas contra crianças e adolescentes bem como a responsabilidade pelo encaminhamento e


acompanhamento das respectivas providencias cabíveis.

Art. 222. Compete ao Município:

I - Dar prioridade às pessoas menores de quatorze anos e maiores de sessenta anos,


em todos os programas de natureza sócio-econômica, desde que comprovada a insuficiência de
meios materiais;
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE
DEZEMBRO DE
2014)

II - Prestar assistência social especial às vitimas de violência de âmbito familiar,


inclusive através de atendimento jurídico e assistência social a família;

III - Prestar assistência à criança e ao adolescente abandonado, proporcionando aos


meios adequados a sua manutenção, educação, encaminhamento a emprego e a integração a
sociedade;

IV - Estabelecer programas de assistência aos idosos, com necessidades especiais ou


não, com o objetivo de lhes proporcionar segurança econômica, defesa da dignidade e bem estar,
prevenção de doenças, integração e participação ativa na comunidade; (REDAÇÃO DADA PELA
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

V - Manter casas-albergue ou moradia transitória para idosos, mendigos, crianças e


adolescentes abandonados, com necessidades especiais ou não, sem lar ou família, aos quais se
darão as condições de bem estar e dignidade humana. (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA À LEI
ORGÂNICA Nº 12/2014, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2014)

Art. 223. É assegurada à gratuidade no transporte coletivo municipal aos maiores de


sessenta e cinco anos e aos deficientes comprovadamente carentes.

Seção II
Da Defesa do Consumidor

Art. 224. O Município promoverá ação sistemática de proteção ao consumidor, de


modo a garantir-lhe a segurança e a saúde, e a defesa de seus interesses econômicos.
88

Art. 225. A ação referida no artigo anterior será planejada e executada pelo Poder
Executivo, com a participação de entidades representativas do Consumidor, de empresários e
trabalhadores, visando, especialmente, aos seguintes objetivos:
I - instituir o sistema municipal de defesa do consumidor;
II - estimular as cooperativas ou outras formas de associativismo de consumo;

III - propiciar meios que possibilitem ao consumidor o exercício do direito à


informação, à escolha, à defesa de seus interesses econômicos, à segurança e à saúde, e que
facilitem o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vista à prevenção e reparação de
danos individuais e coletivos;

IV - incentivar a formação de consciência pública voltada para a defesa dos interesses


do consumidor;

V - fiscalizar a qualidade de bens e serviços, assim como seus preços, pesos e


medidas, observadas a competência do Estado e da União.

TITULO VII
Disposição Final

Art. 226. Esta Lei Orgânica e o ato das Disposições Transitórias, depois de assinados
pelos Vereadores, serão promulgados simultaneamente pela Mesa da Câmara Municipal de
Alegrete e entrarão em vigor na data de sua promulgação.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 1° O Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores prestaram o compromisso de


manter, defender e cumprir a Lei Orgânica no ato e na data da sua promulgação.

Art. 2° No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Lei Orgânica o Poder


Executivo submeterá ao Poder Legislativo projeto de lei regulamentando o funcionamento do
Fundo de Apoio Municipal ao Desenvolvimento.
89

Art. 3° No prazo de doze meses o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo


projeto de lei regulamentando o funcionamento do órgão ou entidade de previdência e assistência
médica, odontológica e hospitalar ouvidas as entidades representativas do funcionalismo
municipal.

Art. 4° No prazo de noventa dias os Poderes Executivo e Legislativo regulamentarão


o funcionamento das Comissões de controle interno a que se refere o art. 92.

Art. 5° No prazo de cento e oitenta dias o Poder Executivo enviará ao Poder


Legislativo projeto de lei regulamentando o Sistema Municipal de Defesa Civil.

Art. 6° No Prazo de doze meses da promulgação da Lei Orgânica serão editados:

I - O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de acordo com os art. 135 a


140. II - Plano Global de Desenvolvimento Municipal, previsto no art. 154.

III - Plano Diretor de Proteção Ambiental, previsto nos arts. 211, 215, 218 e
220. IV - Plano de Desenvolvimento Rural, previsto no Inciso VII do art. 153.

Art. 7° O Poder Executivo, ouvido o Conselho Municipal de Agropecuária,


apresentará no prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Lei Orgânica, projeto de lei
regulamentando o funcionamento do Fundo de Apoio Municipal ao Desenvolvimento dos
Pequenos Estabelecimentos Rurais.

Art. 8° No prazo de doze meses o Poder Executivo elaborará e o Poder Legislativo


apreciará projeto de lei dispondo sobre o transporte coletivo.

Art. 9° No prazo de dezoito meses o Poder Executivo adaptará todos os logradouros e


prédios públicos para o cumprimento no disposto no § 1° do art. 161.

Art. 10. No prazo de cento e oitenta dias da promulgação desta Lei Orgânica o Poder
Executivo encaminhará ao Poder Legislativo projeto de lei estabelecendo o Plano Municipal de
educação, de duração plurianual, aprovado pelo Conselho Municipal de Educação de que trata o
art. 171.
90

Art. 11. Dentro de cento e oitenta dias a contar da promulgação desta Lei Orgânica,
será regulamentado o funcionamento dos Conselhos Escolares.

Art. 12. No prazo de seis meses da promulgação da Lei Orgânica o Poder Executivo
encaminhará a Câmara Municipal projeto de lei regulamentando a utilização das áreas de
recreação e laser e demarcará as áreas destinadas ao repouso, à pesca e ao desporto nos rios.

Art. 13. No prazo de cento e oitenta dias o Poder Executivo montará e colocará em
funcionamento o banco de dados de que trata o art. 192.

Art. 14. No prazo de cento e oitenta dias o Poder Executivo encaminhará ao Poder
legislativo projeto de lei dispondo sobre o funcionamento de órgão técnico normativo de serviço
de saneamento básico, disciplinando ao disposto nos arts. 201 a 208.

Art. 15. No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Presente Lei o Poder
Executivo encaminhará ao Poder Legislativo projeto de lei disciplinando o disposto no art. § 1°
do art. 221.

Art. 16. No prazo dezoito meses da promulgação desta Lei Orgânica, nas áreas Sub-
urbanas de Alegrete, onde posseiros desprovidos de titulo de domínio de terrenos demarcados e
ocupados, o Município, através de sua procuradoria jurídica, no âmbito de suas atribuições legais,
orientará os interessados, encaminhando-os a buscar Assistência jurídica Gratuita.

Parágrafo único. Para execução do estabelecido neste artigo, bem como dos
trabalhadores de urbanização das mesmas áreas, o município abrirá Mao de seu direito de
ressarcimento que os posseiros interessados comprovem suas condições precárias de finanças e
habitabilidade.

Art. 17. No prazo de vinte e quatro meses, a contar da data da promulgação desta lei
Orgânica, o município, através do Poder Executivo, deverá promover a legislação dos lotes de
terreno do Bairro Macedo.
91

Art. 18. Após a promulgação desta lei Orgânica, a Câmara Municipal terá o prazo de
cento e vinte dias para elaborar, discutir e votar seu regimento interno.

Art. 19. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta Lei Orgânica, o


município deverá elaborar um cadastramento minucioso de toda a área urbana disponível.

§ 1° As áreas sem ocupação ou sem finalidade social terão o prazo estipulado em lei
para a sua ocupação.

§ 2° Não cumprindo o disposto no parágrafo primeiro, o Município, tornará de


utilidade pública para assentamento, através de um programa municipal de habitação, as referidas
áreas, que serão destinadas àquelas pessoas que não possuam imóveis onde possam residir com
sua família e que sejam comprovadamente carentes.

§ 3° os critérios para atendimento no disposto no parágrafo anterior serão delineados


em lei ordinária.

Art. 20. Os veículos de transporte coletivo que se encontrar em circulação na data de


promulgação desta Lei Orgânica terão o prazo de (24) vinte e quatro meses para atender o
disposto no art. 152 desta lei.

Art. 21. O Poder Público Municipal revisará, no prazo máximo de um ano, a partir da
promulgação da nova Lei Orgânica do Município, todas as doações, concessões, autorizações e
permissões de uso de terras públicas ou patrimônio público realizado no Município.

Sala das Sessões, Alegrete, 25 de abril de 2000.

Carlos Renato de Lima Costa Pedro Alex Oliveiro Xavier


Presidente 1° secretário
92

Índice Sistemático da Lei Orgânica do Município de Alegrete


Preâmbulo

TÍTULO I
DOS PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS

(arts. 1° a 2°) .......................................................................................................................01

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICIPIO
(arts. 3° a 56) ....................................................................................................................... 02
Capitulo I – Disposições Preliminares (arts. 3° a 12) ......................................................... 02
Capitulo II – Da Administração Pública (arts 13 a 57) ........................................................06
Secção I – Disposições Gerais (arts 13 a 23) .......................................................................06
Secção II – Dos Bens Patrimoniais (arts. 24 a 28) ...............................................................10
Secção III – Das Obras e Serviços Públicos (art. 29 a 37) ...................................................12
Secção IV – Dos Servidores Públicos Municipais (arts. 38 a 56) ........................................ 14

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(arts 57 a 111)...................................................................................................................... 22
Capitulo I – Do Poder Legislativo (arts. 57 a 94) ................................................................ 22
Secção I – Disposições Gerais (arts. 57 a 61) ......................................................................22
Secção II – Das Atribuições da Câmara Municipal (art. 62 a 64) ........................................ 23
Secção III – Da Mesa (art. 65) ............................................................................................. 27
Secção IV – Dos Vereadores (arts. 66 a 71) ........................................................................ 27
Secção V – Das Comissões (art. 72) ....................................................................................29
Secção VI – Do Processo Legislativo (arts 73 a 84) ............................................................30
Subseção I - Disposição Geral (art. 73)................................................................................ 30
Subsecção II – Da Emenda à Lei Orgânica (art. 74) ............................................................30
93

Subsecção III – Das Emendas à Constituição Estadual (art. 75)........................................... 31


Subsecção IV – Das leis (art. 76 a 84).................................................................................. 31
Secção VII – Do Plenário e das Deliberações (arts. 85 a 89)................................................ 35
Secção VIII – Da Iniciativa Popular (arts. 90 a 91)............................................................... 37
Secção IX – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária (arts. 92 a
94)......................................................................................................................................... 37
Capitulo II – Do Poder Executivo (arts. 95 a 111)................................................................ 39
Secção I – Do Prefeito e do Vice-Prefeito (arts. 95 a 100)................................................... 39
Secção II - Das Atribuições do Prefeito (art. 101)................................................................ 40
Secção III – Da Responsabilidade do Prefeito (arts. 102 e 103)........................................... 42
Secção IV – Dos Secretários Municipais (arts. 104 a 108)................................................... 43
Secção V – Da Descentralização Administrativa (art. 109).................................................. 45
Secção VI – Dos Conselhos Municipais (art. 110)............................................................... 45
Secção VII – Dos Conselhos Populares (art. 111)................................................................ 45

TÍTULO IV
DAS FINANÇAS DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
(arts. 112 a 127).................................................................................................................... 46
Capitulo I – Do Sistema Tributário (arts. 112 a 118)............................................................ 46
Secção I – Disposições Gerais (art. 112)............................................................................... 46
Secção II – Dos Impostos (arts. 113 a 116)........................................................................... 46
Secção III – Das Limitações do Poder Tributar (art. 117 a 118)........................................... 47
Capitulo II – Das Finanças Públicas (arts. 119 a 127).......................................................... 48
Secção I - Disposições Gerais (arts. 119 a 121).................................................................... 48
Secção II – Dos Orçamentos (arts. 122 a 127)...................................................................... 49

TÍTULO V
DA ORDEM ECONÔMICA
(arts. 128 a 156).................................................................................................................... 55
Capítulo I – Disposições Gerais (arts. 128 a 134)................................................................. 55
94

Capitulo II – Do Desenvolvimento Urbano e Rural (arts. 135 a 148)................................... 57


Secção I – Da Política e Reforma Urbana (arts. 135 a 140).................................................. 57
Secção II – Da Habitação (arts. 141 a 143)........................................................................... 61
Secção III – Da Política Agrícola e do Abastecimento (arts. 144 a 148).............................. 62
Capitulo III – Transporte Coletivo e do Trânsito (arts. 149 a 152)....................................... 63
Capitulo IV – Do Planejamento Municipal (arts. 153 a 156)................................................ 65

TITULO VI
DA ORDEM SOCIAL
(arts. 157 a 226).................................................................................................................... 66
Capitulo I – Disposições Gerais (arts. 157 a 162)................................................................. 66
Capitulo II – Da Educação, Da Cultura, Do Desporto e Lazer (arts. 163 a 189).................. 68
Secção I – Da Educação (arts. 163 a 178)............................................................................. 68
Secção II – Cultura (arts. 179 a 185)..................................................................................... 73
Secção III – Do Desporto e do Lazer (art. 186 a 189)........................................................... 74
Capitulo III – Da Ciência e Tecnologia (arts. 190 a 192)...................................................... 75
Capitulo IV – Do Turismo (art. 193)..................................................................................... 76
Capitulo V – Da Comunicação social (art. 194)................................................................... 77
Capitulo VI – Da Saúde e do Saneamento (arts. 195 a 208)................................................. 77
Secção I Da Saúde (arts. 195 a 200)...................................................................................... 77
Secção II - Do Saneamento Básico (arts. 201 a 208)............................................................ 80
Capitulo VII – Do Meio Ambiente (arts. 209 a 220)............................................................ 82
Capitulo VIII – Da Assistência e da Ação Comunitária (arts. 221 a 226)............................ 86
Secção I – Da Família, Da Criança, Do Adolescente e Do Idoso (arts. 221 a
223)....................................................................................................................................... 86
Secção II – Da Defesa do Consumidor (arts. 224 a 225)...................................................... 87
Disposição Final (arts. 226).................................................................................................. 88

Disposições Transitórias....................................................................................................... 88
95

COMPOSIÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE ALEGRETE


LEGISLATURA 2013/2016
MESA DIRETORA – GESTÃO 2014
Presidente: Cleni Paz da Silva
1° Vice-Presidente: José Paulo Alvarenga Machado
2° Vice-Presidente: Leonardo Soares Gonçalves
1° Secretário: Carlos Oliveira Almeida
2° Secretário: Mirian Ost Suhre

BANCADA DO PP
Cleni Paz da Silva
Miriam Ost Suhre
Róger Dorneles Severo

BANCADA DO PMDB
Adão Conceição Dornelles Faraco
Carlos Oliveira Almeida
Márcio Fonseca do Amaral

BANCADA DO PDT
Carlos Alberto Agustini Duarte
Jeferson Bruning
Jorge Luiz Xavier
Rudnei Martinez Pinto

BANCADA DO PSDB
Celeni de Oliveira Viana
Ivanir Motta Aquino

BANCADA DO PT
José Paulo Alvarenga Machado
Maria Judete Loureiro Ferrari.

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