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DIREITO CONSTITUCIONAL 2

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

1. FORMAS DE ESTADO

Federação: União de dois ou mais Estado, com distribuição de competências e


autonomia às unidades federativas e a transferência da soberania ao Estado
Federal, não havendo possibilidade de secessão.

2. FEDERAÇÃO

Adoção da Federação (Art. 1º, CF.).

Entidades Federativas

São as seguintes: União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 1.º e 18).

Principais Características do Estado Federal:

■ descentralização política

■ repartição de competência

■ Constituição rígida como base jurídica

■ inexistência do direito de secessão

■ soberania do Estado federal

■ intervenção

■ auto-organização dos Estados-Membros

■ órgão representativo dos Estados-Membros

■ guardião da Constituição

■ repartição de receitas

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Capital Federal: Conforme o § 1.º do art. 18 da Constituição Federal, Brasília é a Capital
Federal, não se confundindo com o Distrito Federal.

União

“Na terminologia do Direito brasileiro, União é especialmente empregado para designar o


Estado Brasileiro, ou Estado Federal, em distinção às subunidades nacionais, primitivas
províncias, integrantes da Unidade Federativa, às quais se atribui, em sentido todo
particular, a denominação de Estados, de Estados-membros.

(...) Diz-se, igualmente, Estado Federal, ou Estado Nacional, enquanto os Estados


Federados, correspondem às antigas províncias, são simplesmente subunidades
componentes da unidade federativa, que as absorve e as domina.” (De Plácido e Silva.
Vocábulo Jurídico. 18ª edição. Rio de Janeiro: 2001. P. 841)

3. ESTADOS-MEMBROS

Características dos Estados-membros

Em decorrência de sua autonomia (art. 18, § 3º; 25, caput, CF), os Estados possuem
tríplice capacidade:

a) Auto-organização (art. 25, caput, CF.).

Capacidade de organizarem-se através da edição de uma constituição própria. (Poder


constituinte derivado decorrente).

b) Autogoverno (arts. 27, 28 e 127, CF.).

Capacidade de eleger diretamente seus próprios representantes e organizarem os


Poderes Constituídos em âmbito estadual (poderes legislativo, executivo e judiciário).

c) Auto legislação (art. 25, CF.)

Capacidade normativa própria, ou seja, capacidade de editar sua própria legislação).

Formação dos Estados-membros (art. 18, § 3º):

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a) Fusão (incorporar-se entre si)

b) Cisão (subdividir-se)

c) Desmembramento (Não há extinção do Estado originário)

Há duas espécies de desmembramento:

I) Desmembramento anexação

II) Desmembramento formação

d) Regra geral para formação dos Estados-membros (art. 18, § 3º e art. 48, VI, CF.):

I) Plebiscito;

II)Oitiva das Assembleias Legislativas interessadas;

III)Aprovação do Congresso Nacional através de Lei Complementar.

4. REGIÕES METROPOLITANAS, AGLOMERAÇÕES URBANAS E MICRORREGIÕES


(art. 25, § 3º).

Conceitos:

a) Região metropolitana: municípios limítrofes, com continuidade urbana e reunidos em


torno de um município mãe.

b) Aglomerações urbanas: municípios limítrofes, com continuidade urbana sem um


município sede.

c) Microrregiões: municípios limítrofes, sem continuidade urbana e reunidos em torno de


um município sede.

Número de Deputados Estaduais (art. 27, caput)

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Duração do Mandato dos Deputados Estaduais (art. 27, § 1º).

Subsídio dos Deputados Estaduais (art. 27, § 2º).

Governo do Estado (art. 14, § 5º e art. 28).

5. DISTRITO FEDERAL (art. 32, CF)

Unidade federativa autônoma:

a) Auto-organização (art. 32, caput).

b) Autogoverno (§ 3º)

c) Autolegislação (§§ 1º e 3º).

Divisão em Municípios (Art. 32)

Norma Fundamental (Art. 32)

6. MUNICÍPIOS (art. 18, § 4º)

Autonomia:

a) Auto-organização

b) Autogoverno

c) Auto legislação

Formação dos Municípios:

a) Criação

b) Incorporação

c) Fusão

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d) Desmembramento

Há duas espécies de desmembramento:

III) Desmembramento anexação

IV) Desmembramento formação

Regra geral para formação de Município:

I) Lei estadual

II) Dentro do período determinado por Lei Complementar Federal

III) Plebiscito

IV) Estudos de Viabilidade Municipal

Norma Fundamental (Art. 29).

Eleições Municipais (Art. 29, inciso I e II)

Posse (Art. 29, inciso III)

Subsídio do Prefeito (art. 29, V).

Perda do mandato do prefeito (art. 29, xiv c/c art. 28, § 1º)

Crime de responsabilidade do prefeito e do presidente da câmara municipal (art. 29-a,


§§ 2o e 3o)

Julgamento do prefeito (Art. 29, X)

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Composição das Câmaras Municipais

Subsídio dos Vereadores (Art. 29, VI e VII)

Inviolabilidade dos vereadores (Art. 29, VIII)

Abrangência: Opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do


Município.

Iniciativa popular da lei (art. 29, XIII)

Fiscalização do município (art. 31)

Controle interno e controle externo


“Municípios e Tribunais de Contas. A Constituição da República impede que os Municípios
criem os seus próprios Tribunais, Conselhos ou órgãos de contas municipais (CF, art. 31, §
4º), mas permite que os Estados-Membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão
estadual denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios (RTJ 135/457, Rel.
Min. Octavio Gallotti – ADI 445/DF, Rel. Min. Néri da Silveira), incumbido de auxiliar as
Câmaras Municipais no exercício de seu poder de controle externo (CF, art. 31, § 1º). Esses
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios – embora qualificados como órgãos
estaduais (CF, art. 31, § 1º) – atuam, onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e
de cooperação técnica das Câmaras de Vereadores. A prestação de contas desses Tribunais
de Contas dos Municípios, que são órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º), há de se fazer, por
isso mesmo, perante o Tribunal de Contas do próprio Estado, e não perante a Assembléia
Legislativa do Estado-Membro. Prevalência, na espécie, da competência genérica do
Tribunal de Contas do Estado (CF, art. 71, II, c/c o art. 75).” (ADI 687, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 2-2-95, DJ de 10-2-06).

7. TERRITÓRIOS (Art. 33 da CF)

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Os Territórios Federais integram a União, representando entidade administrativo-territorial
da União, não constituindo, assim, entidade federativa.

Os governadores dos territórios (Art. 84, XIV) são nomeados pelo Pres. da República
após aprovação do Senado Federal, desta forma, não possuem autonomia política.

8. VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS (Art. 19 da CF)

9. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS

Conceito
“Competência é a faculdade juridicamente atribuída a uma entidade ou a um órgão ou
agente do Poder Público para emitir decisões. Competências são as diversas
modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para realizar
suas funções.” (SILVA, José Afonso. Direito Constitucional Positivo. 25ª Ed., p. 479)

Classificação das competências

a) Administrativas ou Materiais: Competência para tratar de assuntos administrativos.


b) Legislativa: Competência para legislar.

c) Exclusiva: competência indelegável.

d) Privativa: competência delegável. Lei complementar poderá autorizar os Estados a


legislar sobre matérias passiveis de delegação.

e) Enumerada: expressa no texto constitucional.

f) Remanescente ou Residual: não enumerada no texto constitucional.

g) Comum/paralela: exercício comum da competência, sem exclusão de outros entes


federativos.

h) Concorrente: exercício simultâneo a todos os entes, com dever de determinados


entes em estabelecer normas de caráter geral.

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i) Suplementar: Capacidade dos municípios para complementar a legislação federal e
estadual.

j) Cumulativa ou Especial: Àquela destinada ao Distrito Federal em legislar sobre


matérias atribuídas aos Estados e Municípios.

Princípio básico para repartição de competências: Predominância de interesse (Art. 30, I


da CF)

PRINCÍPIO PARA REPARTIÇÃO DE E


COMPETÊNCIA

PROF. ALEXANDRE DE MORAIS


ENTE INTERESSE
FEDERATIVO
União Geral
Estados-membros Regional
Município Local
Distrito Federal Regional e Local

Repartição de competências na constituição federal

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS – PROFESSORA DENISE


VARGAS
Competência Ente Federativo Observações
Privativa União Possibilidade de delegação
por lei complementar
federal para todos os entes
estaduais e DF. Art. 22

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Concorrente União, Estados e DF Normas gerais pela União
e específicas dos Estados e
do DF, salva na ausência
de tal lei geral, em que os
Estados e o DF poderão
exercitar a competência
legislativa plena. Art. 24

Exclusiva Municípios Normas de interesse local.


Art. 30, I
Suplementar Municípios Complementar as leis
nacionais e estaduais nas
questões de interesse local.
Art. 30, II
Remanescente Estados O que não for de
competência privativa da
União, nem exclusiva dos
Municípios, será dos
Estados. Art. 25, § 1º.

Cumulativa Distrito Federal Ao Distrito Federal são


reservadas as competências
exclusivas de Municípios e
as remanescentes dos
estados. Art. 32, § 1º

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS MATERIAIS – PROFESSORA


DENISE VARGAS
Competência Poderes Ente Federativo
Exclusiva Enumerados União. Art. 21

Municípios. Art. 30
Remanescentes Estados. Art. 25, § 1º
Comuns Distribuídos União, Estados, DF e Municípios.
Art. 23

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10.DA INTERVENÇÃO

Conceito

“A intervenção consiste em medida excepcional de supressão temporária da


autonomia de determinado ente federativo, fundada em hipótese taxativamente previstas
no texto constitucional, e que visa à unidade e preservação da soberania do Estado Federal
e das autonomias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” (Alexandre
de Moraes. Direito Constitucional. 2001, p. 293)

Regras de intervenção:

• A União intervirá nos Estado, Distrito Federal (art. 34) e nos Municípios localizados
em Território Federal (art. 35)

• Os Estados intervirão nos Municípios (art. 35)

• Ato privativo do Chefe do Poder Executivo (art. 84, X)

• Decreto de intervenção (Art. 36, § 1º)

• Controle Político (Art. 49, IV)

• Emenda à Constituição Federal (Art. 60, § 1º)

Formas de intervenção federal (art. 36)

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a) Espontânea: O Presidente da República age de ofício.
b) Solicitação: O Presidente da República não está obrigado a intervir, possuindo
discricionariedade.

c) Requisição: O Presidente da República está obrigado a intervir.

d) Provimento de Representação: Neste caso a intervenção também é


obrigatória.

Procedimento de intervenção federal

Alexandre de Moraes leciona o seguinte sobre o procedimento de intervenção:

“O procedimento de intervenção da União na autonomia política do Estado-membro


ou do Distrito Federal pode ser explicado em quatro fases, com a finalidade de evitar a
hipertrofia do Poder Executivo, observando-se, porém, que nenhuma das hipóteses
constitucionais permissivas da intervenção federal apresentará mais do que três fases
conjuntamente:

• iniciativa;

• fase judicial (somente presente em duas das hipóteses de intervenção - CF, art. 34,
VI e VII);

• decreto interventivo;

• controle político (não ocorrerá em duas das hipóteses de intervenção - CF, art. 34, VI
e VII).”

Intervenção estadual (art. 35)

O professor Alexandre de Morais (2001, p.298) leciona que “a intervenção estadual nos
municípios tem a mesma característica de excepcionalidade já estudada na intervenção
federal, pois a regra é a autonomia do município e a exceção a intervenção em sua
autonomia política, somente nos casos taxativamente previstos na Constituição Federal (CF,
art. 35), sem qualquer possibilidade de ampliação pelo legislador constituinte
estadual. Por ser um ato político, somente o governador do Estado poderá decretá-la,
dependendo na hipótese do art. 35, IV, de ação julgada procedente pelo Tribunal de Justiça”.

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Casos em que não haverá apreciação pelo congresso nacional ou pela assembleia
legislativa

Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
(Art. 36, § 3º)

Sustação da Intervenção (art. 49, IV) – desvio de finalidade ou vício formal

11. PODER LEGISLATIVO

Funções
Funções Típicas: legislar e fiscalizar.
Funções Atípicas: administrar e julgar.

Estrutura do Poder Legislativo


O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal. (Art. 44).
Sistema Bicameral: O poder legislativo é exercido por duas câmaras.
Sistema Unicameral: O poder legislativo é exercido por apenas uma câmara.

Funcionamento do Congresso Nacional


Legislatura: Representa o período que vai do início do mandato dos membros da
Câmara dos Deputados até o seu término. Cada legislatura terá a duração de quatro anos
(Art. 44, Parágrafo único).

Sessão legislativa: Representa o período anual em que deve estar reunido o


Congresso nacional para os trabalhos legislativos.
A sessão legislativa ordinária realiza-se entre 2 de fevereiro a 17 de julho e entre 1º de
agosto a 22 de dezembro.

A sessão legislativa extraordinária será realizada excepcionalmente nos casos previsto


na Constituição.

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Períodos legislativos: representam os períodos em que se dividem a sessão legislativa
ordinária.

Representação
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo (art. 45) enquanto o
Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal (art.
46).

Sistema eleitoral
Os membros da Câmara dos Deputados são eleitos pelo sistema proporcional (art. 45)
enquanto os do Senado Federal pelo sistema majoritário (art. 46).
Sistema proporcional: “Consiste em distribuir as cadeiras do Parlamento na mesma
proporção dos votos obtidos pelos partidos políticos. (...) A proporção de cada partido é
obtida através de um recurso chamado quociente eleitoral. Este é determinado pela divisão
do número total de votos pelo número de vagas postas em disputa. Cada partido terá uma
representação equivalente ao número de vezes que obteve o quociente eleitoral.” (Celso
Ribeiro Bastos. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 1986, p. 113).

Sistema majoritário: Consiste em considerar eleito o candidato mais votado, ou seja,


aquele que contou com a maioria dos votos, seja pela maioria relativa ou absoluta.
Maioria relativa significa a contagem em relação aos outros candidatos. Maioria absoluta
significa a conquista de mais da metade dos votos dos eleitores.

Número de membros
O número total de Deputados Federais, bem como a representação por Estado e pelo
Distrito Federal, é estabelecido por lei complementar (fixado em 513, pela Lei Complementar
nº 78/93). Nenhuma das unidades da Federação terá menos de oito ou mais de setenta
Deputados. Cada Território elegerá quatro Deputados. (art. 45, §§ 1º e 2º)
Quanto aos Senadores, cada Estado e o Distrito Federal elegerão três representantes.
(Art. 46, § 1º).

Mandato

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O mandato dos Deputados Federais será de quatro anos (Art. 44, Parágrafo único),
enquanto o dos Senadores será de oito anos, renovada de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços. (Art. 46, §§ 1º e 2º).

Deliberações
Em regra geral, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. (Art. 47)

Atribuições do congresso nacional


São as matérias destinadas à competência do Congresso Nacional, contidas nos artigos
48 e 49.

Convocação de Representantes do Poder Executivo (Art. 50)

12. ORGANIZAÇÃO INTERNA DO CONGRESSO NACIONAL

Mesas
Mesas são órgãos diretores das Casas do Congresso Nacional, exercendo funções
administrativas. Sua composição é determinada por regimento interno, devendo ser
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam da respectiva Casa (art. 58, § 1º).

A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os


demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal. (art. 57, § 5º)

Comissões Parlamentares
“São Organismos constituídos em cada Câmara, composto de número geralmente restrito de
membros, encarregados de estudar e examinar as proposições legislativas e apresentar
pareceres.” (José Afonso da Silva. Direito Constitucional Positivo. 2005, p. 513)
Na constituição de cada Comissão deve ser assegurada, tanto quanto possível, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa (art. 58, § 1º).

Classificação das Comissões Parlamentares

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a) Comissões Permanentes (Art. 58, caput)
São “as que subsistem através das legislaturas, são organizadas em função da
matéria” (José Afonso da Silva. Direito Constitucional Positivo. 2005, p. 514).
Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe tratar dos assuntos contidos
no parágrafo segundo do artigo 58 da Constituição Federal.
b) Comissões Temporárias (Art. 58, caput)
São comissões especiais, formadas para apreciar matéria específica, extinguindo-se ao final
da legislatura ou quando cumprida a finalidade a qual se destinam.

c) Comissão Mista
São formadas por Deputados e Senadores para analisar assuntos que devem ser decididos
pelo Congresso Nacional.

d) Comissões Parlamentares de Inquérito (Art. 58, § 3º)


São comissões especiais, que desempenham papel de fiscalização e controle da
Administração.

e) Comissão Representativa (Art. 58, § 4º)


Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por
suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas
no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.

Reuniões (Sessões Legislativas)

a) Sessão ordinária (art. 57, caput)

b) Sessão extraordinária (art. 57, § 6º, I e II)

c) Sessão Conjunta (art. 57, § 3º, I ao IV)

d) Sessão Preparatória (art. 57, § 4º)

13.ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS

Conceito

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Representa o conjunto de normas que regulam as prerrogativas, direitos, deveres e
incompatibilidades dos membros do poder legislativo.

Imunidades

“Imunidades parlamentares são prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras


do exercício do mandato parlamentar, com plena liberdade (Pedro Lenza. Direito
Constitucional Esquematizado. 2009, p. 370).” Dividem-se em imunidades materiais e
formais.

Imunidade material

Também denominada inviolabilidade parlamentar, a imunidade material consiste na exclusão


da responsabilização dos Deputados e Senadores, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos, ou seja, no exercício de suas funções (Art. 53, caput).

Imunidade formal

Representa o conjunto de garantias concedidas aos parlamentares em relação à prisão e ao


processo judicial.

Prisão (Art. 53, § 2º).

Sustação do Processo (Art. 53, § 3º).

A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato (Art. 53, § 5º).

Prerrogativa de foro (Art. 53, § 1º).

Sigilo de fonte (Art. 53, § 6º).

Suspensão das imunidades (Art. 53, § 8º).

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Incompatibilidades e impedimentos dos parlamentares (art. 54 da Constituição
Federal)

Perda do mandato de deputado ou senador (art. 55)

Hipóteses em que não haverá perda do mandato o deputado ou senador O artigo 56,
incisos I e II, da Constituição Federal)

Hipótese de novas eleições (art. 56, § 2º).

14.PROCESSO LEGISLATIVO
Conceito
Corolário do princípio da legalidade e uma das expressões máximas dos Poderes
Constituídos, o processo legislativo representa a atividade fundamental do Poder Legislativo
e, por sua vez, o meio de manutenção do princípio da legalidade.
Essa atividade, como qualquer outra, sofre influências externas e internas quanto a sua
forma de atuação. Daí, temos, doutrinariamente, um conceito sociológico e um jurídico do
que vem a ser o processo legislativo. Um quanto aos aspectos fáticos e sociais a ele
relacionados e o outro, quanto à atribuição que lhe concede nossa Constituição Federal.
Em relação ao primeiro conceito, Alexandre de Moraes (2001, p.509) apresenta a ideia
de que o processo legislativo, sociologicamente, representa o “conjunto de fatores reais que
impulsionam e direcionam os legisladores a exercitarem suas tarefas” 1. Isso nos leva a ideia
da existência de influências que, não meramente procedimentais, são capazes de
impulsionar os serviços do poder legislador. Essas influências são o objeto de estudo do
processo legislativo do ponto de vista sociológico.
Quanto a sua conceituação jurídica, devemos buscar subsídio em sua terminologia,
bem como na função que lhe atribui nossa Carta Magna.
A palavra processo, do latim processus, de procedere, da mesma derivação que
procedimento, significa a ação ou ato de proceder ou de prosseguir, de ir por diante;
seguimento, curso, marcha; levando-nos, assim, a ideia de ordem ou sequência das coisas
ou atos numa evolução, para a consecução de determinado fim.
Combinado com o verbo legislar, que significa estabelecer ou fazer leis, tem-se de
forma bem simples, uma ideia de que processo legislativo representa o curso ou sequência
de atos necessária para o estabelecimento das leis ou normas jurídicas válidas.

1 Neste sentido, BULOS, Vandi Lammego. Constituição Federal Anotada.


2.º ed. Saraiva: São Paulo. 2001, p.721: “refere-se ao conjunto de fatores reais ou fáticos do poder que
põem em movimento os legisladores, isto é, o modo como eles atuam para realizar a tarefa legislativa.”

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Em relação ao processo legislativo, nossa Constituição, ensina em seu artigo 59:
“O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.”

Classificação do processo legislativo

Doutrinariamente, encontramos duas classificações do Processo Legislativo, quanto às


formas de organização política do Estado e quanto ao método de desenvolvimento ou
procedimento empregado na elaboração das leis e atos normativos em geral.

Classificação quanto às formas de organização política do estado


Esta classificação do processo legislativo tem por propósito diferenciá-lo quanto à
manifestação da vontade legiferante em relação à organização política do Estado,
apresentando-se nas seguintes espécies:
a) Autocrático: é o processo legislativo próprio das ditaduras, governos de fato e
monarquias absolutistas, onde encontramos a centralização da função legiferante na
pessoa do governante, excluindo-se a participação popular ou representativa.
b) Direto: ao contrário do autocrático, representa aquele que emana diretamente do
povo, que realiza a discussão e votação da lei, sem a interferência de qualquer
representante.
c) Semidireto: esta forma de processo legislativo realiza-se em duas fases,
primeiramente, a elaboração normativa através dos representantes do povo, por fim, a
aprovação popular através do referendum.
d) Indireto ou representativo: é o processo legislativo adotado por nossa Constituição,
onde o povo elege seus representantes, a fim de que estes últimos realizem a confecção
das leis segundo suas competências constitucionais.

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Classificação quanto ao método de desenvolvimento ou procedimento empregado
Nesta, diferencia-se o processo legislativo quanto ao método de desenvolvimento ou
procedimento empregado, ordenadamente essencial à confecção válida da lei. Relaciona-se
com o percurso a ser seguido na criação da lei ou norma jurídica, com as espécies e
quantidade de atos a serem praticados pelos órgãos legislativos na elaboração das espécies
normativas, uma vez que certas normas depreendem mais urgência e necessitam de menos
atos, outras, de matéria mais complexa, carecem de mais análise.
Esta classificação apresenta-se em três espécies, a saber: procedimento comum ou
ordinário, o procedimento sumário e o procedimento especial.

Procedimento Legislativo Comum ou Ordinário


Como visto, Procedimento Legislativo representa o método ou forma de manifestação
dos atos do processo legislativo, podendo ser Comum ou Ordinário, quando destinado à
elaboração das leis ordinárias; sumário, em relação ao prazo para que o Parlamento
Nacional delibere acerca de assunto específico; e especial, aquele empregado na
elaboração das emendas à Constituição, leis complementares, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos-legislativos e resoluções.
Procedimento Comum ou ordinário é aquele utilizado na confecção das leis comuns ou
ordinárias e caracterizado por sua maior complexidade e extensão, ou seja, por ser
necessário um maior número de atos para seu desenvolvimento.
Nele, encontram-se todos os atos do processo legislativo propriamente dito: a iniciativa
legislativa, as emendas, a votação, a sanção e o veto, a promulgação e a publicação das
leis. Tem por característica e distinção a necessidade de aprovação por maioria simples.
Para a maior parte da doutrina, nosso direito constitucional adotou uma sistemática
para a elaboração das leis, que divide o procedimento legislativo ordinário em três fases: a
introdutória; a constitutiva; e a complementar. A fase introdutória abrange a iniciativa
legislativa; a fase constitutiva alberga as emendas, a votação, a sanção e o veto; e a fase
complementar envolve a promulgação e publicação das leis.
Procedimento Legislativo Sumário
É aquele onde há prazo específico para a apreciação do Congresso Nacional acerca
de determinada matéria, obedecendo desta forma ao Regime Constitucional de Urgência.
Ademais, segue as mesmas fazes do procedimento ordinário.

Procedimento Legislativo Especial


Nesta classificação, englobam-se todos os demais procedimentos que não guardam
semelhança com o ordinário e o sumário. São os utilizados na elaboração das demais
espécies normativas primárias, ou espécies normativas especiais: emendas à Constituição,

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leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias, decretos-legislativos e
resoluções.

Fases ou atos do processo legislativo


I. Iniciativa legislativa
Esta é a denominada fase introdutória, é aquela destinada à iniciativa das leis, também
conhecida como iniciativa legislativa. Alexandre de Moraes (Direito Constitucional. 9.º ed.
São Paulo: Atlas, 2001, p.513) ensina que “iniciativa das leis é a faculdade que se atribui a
alguém ou a algum órgão para apresentar projetos de lei ao Legislativo”.
A iniciativa legislativa representa a prerrogativa de se apresentar projetos de leis ao
legislativo, materializando-se através do ato de apresentação do projeto ao respectivo órgão
deliberador.
Atualmente, a iniciativa legislativa não cabe apenas a uma pessoa ou órgão. Ela é
conferia tanto a membros quanto aos não membros do Poder Legislativo.
A iniciativa legislativa poderá ser parlamentar ou extraparlamentar, quanto a sua
titularidade, e concorrente ou exclusiva, quanto ao seu exercício.
a) Iniciativa Legislativa Parlamentar

Representa a prerrogativa que a Constituição confere a qualquer membro ou Comissão


da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional de apresentar
projetos de leis para serem apreciados pelo Congresso. Representa a iniciativa exercida
pelos membros do parlamento nacional; é aquela exercida peculiarmente pelo Poder
Legislativo.

b) Iniciativa Legislativa Extraparlamentar

É, por sua vez, a prerrogativa atribuída a qualquer pessoa ou órgão, que não a um
membro ou Comissão do Poder Legislativo. Sendo assim, é aquela conferida ao Chefe do
Poder Executivo, ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e aos cidadãos em geral.

c) Iniciativa Concorrente

É aquela pertencente a vários legitimados, que poderão exercê-la simultaneamente ou


não.

d) Iniciativa Exclusiva

Representa aquela reservada a determinado cargo ou órgão.


II. Discussão e votação

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José Afonso da Silva (Direito Constitucional Positivo. 2004, p. 524), ensina que
discussão e votação “Constitui ato coletivo das Casas do Congresso. É geralmente
precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais) e de
debates em plenário. É o ato de decisão (...).”
A Doutrina e a própria Constituição dividem as Câmaras de discussão e votação dos
projetos de leis em Câmara Iniciadora e Câmara Revisora, sendo a primeira, aquela em que
o projeto é apresentado e discutido, e a segunda onde há a revisão.
Disto, observa-se que a etapa de discussão e votação dos projetos legislativos se dará
pela concordância da vontade das duas Casas Legislativas, uma aprovando ou rejeitando e
a outra revisando os atos da primeira.

III. Emendas
Por emenda entende-se a proposição tendente a retificar uma falta ou defeito. É uma
proposta para alterar ou corrigir o teor de um projeto de lei, no todo ou em parte, seja por
inobservância de algum aspecto material ou formal.
As emendas constituem direto exclusivo dos parlamentares de sugerirem modificações
nos projetos de lei que lhes são apresentados para aprovação, adequando-os ao interesse
público e à Constituição.
Alexandre de Moraes (Direito Constitucional. 9.º ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 521)
classifica as emendas parlamentares em supressivas, aditivas, aglutinativas, modificativas,
substitutivas e de redação, ensinando que emendas supressivas são aquelas que
determinam a erradicação de qualquer parte da proposição principal. Aditivas, aquelas que
acrescentam algo à proposição principal. Por sua vez, as emendas aglutinativas resultam da
fusão de outras emendas, ou a destas com o texto original, por transação tendente à
aproximação dos respectivos objetos. Emendas modificativas são aquelas que alteram a
proposição sem a modificar substancialmente. Existem, ainda, as emendas substitutivas,
que são apresentadas como sucedâneo à parte de outra proposição, que tomará o nome de
“substitutivo” quando a alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto; considerando-
se alteração formal aquela que visar exclusivamente ao aperfeiçoamento legislativo. Por fim,
temos as emendas de redação, que se constitui na apresentação para sanar vício de
linguagem, incorreção técnica legislativa ou lapso manifesto.

IV. Sanção e veto


Sanção representa o ato pelo qual o Presidente da República demonstra sua
aquiescência aos termos de um projeto de lei devidamente aprovado pelo Congresso
Nacional.
A sanção poderá ser expressa ou tácita, segundo as regras do processo legislativo.

21
O veto, por sua vez, representa o ato pelo qual o Presidente da República
demonstra sua discordância aos termos de um projeto de lei aprovado pelo Congresso
Nacional, seja pelo aspecto formal, motivos de inconstitucionalidade, seja pelo aspecto
material, por não atender ao interesse público.
Alexandre de Moraes (Direito Constitucional. 9.º ed. São Paulo: Atlas, 2001, p.523)
traz as seguintes características do veto no direito constitucional pátrio:
“1. Expresso: sempre decorre da manifestação de vontade do Presidente, no prazo de
15 (quinze) dias úteis, pois, em caso de silêncio, a própria Constituição Federal determina a
ocorrência da sanção. 2. Motivado ou formalizado: o veto a de ser sempre motivado, a fim
de que se conheçam as razões que conduziram à discordância, se referentes à
inconstitucionalidade ou à falta de interesse público, ou, até se por ambos os motivos. Esta
exigência decorre da necessidade do Poder Legislativo, produtor da lei, de examinar as
razões que levaram o Presidente da República ao veto, analisando-as para convencer-se de
sua mantença ou de seu afastamento, com a consequente derrubada do veto. Além disso, o
veto é formal, pois deverá ser feito por escrito, juntamente com suas razões. 3. Total ou
parcial: o Presidente da República poderá vetar total ou parcialmente o projeto de lei
aprovado pelo Legislativo, desde que esta parcialidade somente alcance texto integral de
artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. Dessa forma, impossível o veto de palavras,
frases ou orações isoladas, pois a prática constitucional mostrou que o veto parcial, incidido
sobre qualquer parte do projeto como previsto na Constituição revogada, desvirtuava, muitas
vezes, o sentido da proposta legislativa e transformava o Presidente em legislador. (...) 4.
Supressivo: o veto brasileiro somente poderá determinar a erradicação de qualquer artigo,
parágrafo, inciso ou alínea, não existindo a possibilidade de adicionar-se algo no texto do
projeto de lei. 5. Superável ou relativo: diz-se que o veto é superável ou relativo porque não
encerra de modo absoluto o andamento do projeto de lei, uma vez que poderá ser afastado
pela maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio secreto, em sessão
conjunta do Congresso Nacional. O veto apenas impede a imediata conversão do projeto de
lei em lei, sem, porém, prejudicar a sua posterior análise pelo Poder Legislativo, que poderá,
rejeitando-o, ultimar a elaboração da espécie normativa.”

V. Promulgação
Promulgação é o ato, próprio do Presidente da República, de conceder a lei o
atributo de eficácia a fim de que após sua elaboração a mesma tenha o condão de validade
e obrigatoriedade, passando assim a existir no mundo jurídico. Representa um atestado ou
declaração de obrigatoriedade da lei, determinando seu nascimento.

VI. Publicação
A publicação é o ato que concede notoriedade à lei, tornando-a pública, ou seja, de
conhecimento de todos aqueles que devem cumpri-la.

22
15.EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Conceito

As Emendas à Constituição constituem proposições tendentes a alterar, incluir ou


suprimir dispositivos constitucionais.

Hierarquia

Celso Ribeiro Basto (Curso de Direito Constitucional. 18.º ed. São Paulo: Saraiva,
1997, p.355) entende que as Emendas à Constituição possuem a mesma natureza e a
mesma força hierárquica das normas constitucionais, sedo assim superior hierarquicamente
às demais espécies normativas prevista no art. 59 da Carta Maior.

Iniciativa (art. 60, I ao III)

Limitações ao poder constituinte reformador

A doutrina de forma geral reconhecem no texto constitucional três formas de limitação


às Emendas Constitucionais, de caráter substancial, quanto a sua matéria, de caráter formal,
quanto ao se processo legislativo, e de caráter temporal, quanto às circunstâncias em que
poderão ser propostas.

a) Limitações Circunstanciais ou Temporais (art. 60, § 1º);

b) Limitações Formais (art. 60, I ao III, § 2º, § 3º e § 5º);

c) Limitações Materiais ou Cláusulas Pétreas (art. 60, § 4º)

Clausulas Pétreas são princípios imutáveis que visam a proteção do próprio ordenamento
jurídico constitucional, constituindo o próprio núcleo rígido e intocável da Constituição
Federal.

23
16. LEIS ORDINÁRIAS

Conceito

São as leis comuns, destinadas a versar de todas as matérias, ressalvada àquelas


destinadas à lei complementar e as de competência exclusiva do Congresso Nacional,
Câmara dos Deputados e Senado Federal veiculadas por decreto legislativo ou resolução

Iniciativa legislativa (art. 61)

a) Qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou


do Congresso Nacional;
b) Presidente da República;

c) Supremo Tribunal Federal;

d) Tribunais Superiores;

e) Procurador-Geral da República

f) Cidadãos (Iniciativa Popular da Lei).

A INICIATIVA POPULAR pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos


Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles. (art. 61, § 2º)

Casa iniciadora

A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do


Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados
(Art. 64, caput)

Casa revisora (Art. 65)

Apreciação de emendas aos projetos de lei (art. 65, parágrafo único e 64, § 3º)

24
Sanção/veto (art. 66)

Promulgação (art. 66, § 7º)

Novo projeto (art. 67)

17.LEIS COMPLEMENTARES

Conceito

Lei complementar é aquela que complementa a Carta Constitucional. A própria


Constituição determina a complementação de seu texto através desta espécie normativa.

Distinção entre Lei Ordinária e Lei Complementar


Durante vários anos perdurou na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que
a Lei Complementar seria hierarquicamente superior a Lei Ordinária. Atualmente esse não é
mais o posicionamento predominante. Sua principal distinção justifica-se em sede da
abrangência material e não mais em relação à hierárquica existente ou não entre elas.

Nossa Constituição ao tratar sobre lei ordinária e lei complementar não regulou
suficiente de forma a explicitar as diferenças existentes entre lei ordinária e lei
complementar. Apenas cuidou de regular, conjuntamente, o procedimento legislativo utilizado
na produção de ambas as espécies normativas. Coube, assim, à doutrina e á jurisprudência
o ofício de defini-las e diferenciá-las.

Lei ordinária

Incumbe, inicialmente, compreendermos o que são leis ordinárias e leis


complementares e suas características para então entrarmos no mérito da existência ou não
de hierarquia entre as mesas. Comecemos, pois, com a primeira.
Lei ordinária são as leis comuns, de campo material residual, destinadas a versar
sobre todas as matérias não destinadas à lei complementar, às de competência exclusiva do
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, veiculadas por
decreto legislativo ou resolução.
A doutrina, não habituada em conceituar lei ordinária, apenas refere-se ao
procedimento ao qual ela está sujeita, objetivando assim, iluminar um padrão, e a partir
desse paradigma distinguir as demais espécies normativas.
São, desta forma, as leis comuns, caracterizadas pela elaboração através de um
procedimento de maior complexidade e extensão, por ser necessário um maior número de
atos para seu desenvolvimento. Nele, encontram-se todos os atos do processo legislativo

25
propriamente dito: a iniciativa legislativa, as emendas, a votação, a sanção e o veto, a
promulgação e a publicação das leis. Tem por característica e distinção a necessidade de
aprovação por maioria simples.
Segundo José Afonso da Silva (2004, p.529), este é o procedimento mais demorado,
que comporta mais oportunidade para o exame, o estudo e a discussão do projeto de lei.

Lei complementar

Lei complementar é aquela que complementa a Carta Constitucional e à qual a


própria determina quorum especial para sua aprovação. A própria Constituição determina
sua complementação de seu texto através desta espécie normativa.
Celso Ribeiro Bastos (1997, p.356) comenta o seguinte acerca dessa espécie
normativa:
Lei complementar, como o próprio nome diz, é aquela que
complementa a Constituição. O que significa completar a
Constituição? Significa que, levando-se em conta o fato de nem
todas as normas constitucionais terem o mesmo grau de
aplicabilidade e a possibilidade de se tornarem imediatamente
eficazes, demandam a superveniência de uma lei que lhes confira
esses elementos faltantes. Dá-se o nome de lei complementar a
essa norma que vem, na verdade, integrar a Constituição. Esta,
contudo, é a noção clássica de lei complementar. Dizemos
clássica porque, a partir da Emenda Constitucional n.º 4, que
implantou o parlamentarismo, criou-se um nova modalidade de lei
complementar definida não a partir do papel por ela
desempenhado, qual seja o de completar a Constituição, mas
pelas seus características formais, é dizer, pelo fato de ser
aprovada por um quorum próprio, e por versar sobre matéria a ela
afeta pela Constituição.

Do conceito acima, depreende-se não somente o conceito de lei complementar, mas


também suas características diferenciadoras em relação à lei ordinária, residentes num
caráter formal e num caráter material.
Quanto ao aspecto formal, temos que o quorum para aprovação da lei ordinária é
por maioria simples ou relativa (art. 47 da CF.), já o da lei complementar é por maioria
absoluta (art. 69 da CF).
Ainda quanto ao aspecto formal, necessário se faz ressaltar que em relação aos
demais atos procedimentais para elaboração da lei complementar, esta segue ao mesmo rito
da lei ordinária, os quais sejam a iniciativa legislativa, as emendas, a votação, a sanção e o
veto, a promulgação e a publicação das leis.

26
No que toca ao aspecto material ou substancial, o campo de regulamentação da lei
complementar é de caráter taxativo, caracteriza-se pelo fato de que somente ela poderá
dispor sobre um dado assunto ou matéria, especificado no corpo constitucional.
Tratando-se da lei ordinária, seu campo material é de caráter residual, ou seja, as
matérias que não são destinadas à lei complementar, decreto legislativo e resolução, serão
passiveis de regulamentação através de lei ordinária.

Hierarquia

Grande parte da doutrina sustentava a superioridade hierárquica entre lei


complementar e lei ordinária, fundamentando-se no argumento de que a lei complementar
seria uma norma especial, de posicionamento singular em relação aos demais atos
normativos, sobretudo, por exigir quorum qualificado.
É de sustentar, portanto, que a lei complementar é um tertium
genus interposto, na hierarquia dos atos normativos, entre a lei
ordinária (e os atos que têm a mesma força que esta – lei delegada
e decreto-lei2 e a Constituição (e suas emendas). Não é só, porém,
o argumento de autoridade que apóia essa tese; a própria lógica o
faz. A lei complementar só pode ser aprovada por maioria
qualificada, a maioria absoluta, para que não seja, nunca, o fruto
da vontade de uma minoria ocasionalmente em condições de fazer
prevalecer sua voz. Essa maioria é assim um sinal certo da maior
ponderação que o constituinte quis ver associada ao seu
estabelecimento. Paralelamente, deve-se convir, não quis o
constituinte deixar ao sabor de uma decisão ocasional a
desconstituição daquilo para cujo estabelecimento exigiu
ponderação especial. Aliás, é princípio geral de Direito que,
ordinariamente, um ato só possa ser desfeito por outro que tenha
obedecido à mesma forma. (...) a lei ordinária, o decreto-lei e a lei
delegada estão sujeitos à lei complementar em conseqüência
disso não prevalecem contra elas, sendo inválidas as normas que
a contradisserem. (Manoel Gonçalves Ferreira Filho, apud Moraes,
p. 534).

Tal posicionamento encontra óbice na atual jurisprudência pátria, uma vez que, no
julgamento da isenção da COFINS concedida às sociedades civis de profissão legalmente
regulamentada, o STF reconheceu a inexistência de relação hierárquica entre lei
ordinária e lei complementar, notadamente por se tratar de questão exclusivamente
constitucional, relacionada à distribuição material entre as espécies legais. Alegou, ainda,
que a LC 70/91 é apenas formalmente complementar, mas materialmente ordinária, com
relação aos dispositivos concernentes à contribuição social por ela instituída. Precedente:

2 Substituído pela medida provisória.

27
ADC 1, Rel. Moreira Alves, RTJ 156/721." (RE 377.457, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgamento em 17-09-08, Plenário, DJE de 19-12- 08). No mesmo sentido: AI 591.353-AgR,
Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 4-8-09, 2ª Turma, DJE de 28-8-09; RE 515.074-AgR,
Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 9-6-09, 2ª Turma, DJE de 1º-7-09; RE 551.553-AgR,
Rel.Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-5-09, 1ª Turma, DJE de 26-6-09; AI 709.691-AgR,
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 28-4-09, 2ª Turma, DJE de 29-5-09; AI 700.657-AgR,
Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 5-5-09, 1ª Turma, DJE de 28-8-09; AI 541.632-
AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-3-09, 2ª Turma, DJE de 17-4-09; RE
492.044-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 16-12-08, 1ª Turma, DJE de
20-2-09; AI 614.094-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 28-10-08, 1ª Turma, DJE
de 27-2-09; AI 637.299-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-9-07, 2ª Turma, DJ
de 5-10-07; RE 457.884-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 21-2- 06, 1ª
Turma, DJ de 17-3-06. Vide: ADI 4.071-AgR, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em
22-4-09, Plenário, DJE de 16-10-09.

Assim, conclui-se que, atualmente, a discussão quanto a hierarquia entre lei ordinária
e lei complementar encontra-se superada em nossa jurisprudência, por reconhecer o STF
a existência de distinção e não hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. A distinção
está, notadamente, quanto ao campo material destinado a cada uma das normas.
Contudo, não resta dúvida que a doutrina ainda permanecerá na discussão em
relação a tal matéria.

18.LEIS DELEGADAS (Art. 68)

Conceito
Espécie normativa primária de idêntica força hierárquica das leis comuns, elaborada e
editada pelo Chefe do Poder Executivo, em delegação do Poder Legislativo, que
especificará o conteúdo e os termos do exercício da delegação.

Procedimento
O Presidente da República deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional (art.
68, caput).
A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso
Nacional (art. 68, § 2º).
Em regra, elaborado o projeto de lei delegada, o Presidente da República poderá
promulgá-lo de imediato, sem necessidade de aprovação do Congresso. Contudo,
desejando, o Congresso poderá determinar, na resolução, que o projeto seja apreciado por
este, fazendo-o em votação única, vedada qualquer emenda (art. 68, § 3º).

28
A justificativa para a existência das leis delegadas está na falta de tempo dos
Parlamentares, não raro sobrecarregados de tarefas. (Vandi Lammêgo Burlos. 2001,
p.736).

Exorbitando o Presidente da República o poder regulamentar ou os limites de


delegação legislativa, o Congresso poderá sustar os atos normativos do Poder Executivo
através de decreto-legislativo. (CF, art. 49, V)
A delegação é exceção, segundo o princípio da indelegabilidade de atribuições.
Assim, conforme dispõe o texto constitucional, não serão objeto de delegação.

• Os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da CF);


• Os atos de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal (art. 51 e 52 da CF);

• Matéria reservada à lei complementar;

• Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus membros;

• Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

• Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

A Professora Denise Vargas apresenta as seguintes apontamentos em relação à Lei


delegada:

• A delegação tem de ser de matéria específica;


• A delegação não obrigada o Presidente a criar a lei;

• A delegação não pode ser sem prazo;

• O prazo para atuação não pode ultrapassar uma legislatura;

• A delegação não implica em renuncia ou impedimento.

19.MEDIDAS PROVISÓRIAS

Conceito
Segundo o que a própria Constituição Federal estabelece, as Medidas Provisórias são
atos normativos com força de lei, editados exclusivamente pelo Presidente da Republica,
em caso de relevância e urgência, sendo posteriormente aprovados pelo Congresso
Nacional, que os converterá em lei ou não.

29
Pressupostos constitucionais
Casos de relevância e urgência
A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais (Art. 62, § 5º).

NATUREZA AMBIVALENTE (MANOEL G. FERREIRA FILHO): ato normativo


provisório e projeto de lei.
Editadas as medidas provisórias, deverão ser submetidas de imediato à apreciação
do plenário de cada uma das casas do Congresso Nacional (Art. 62, caput).
Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,
pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional (Art. 62, § 9º)
As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados (Art.
62, § 8º)
O Congresso Nacional terá um prazo de sessenta dias, prorrogável uma vez por
igual período, se não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional,
para apreciação da MP. (Art. 62, § 3º e § 7º).
O prazo para a apreciação da MP é contado da data da publicação, suspendendo-
se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional (Art. 62, § 4º).
Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida
provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o
projeto (Art. 62, § 12).

Regime de urgência
Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das
Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando (Art. 62, § 6º).

Perda da eficácia
Em regra, as medidas provisórias perderão sua eficácia, desde a edição, se não
forem convertidas em lei pelo Congresso Nacional (Art. 62, § 3º).
Perdendo a eficácia, as relações jurídicas decorrentes da edição da MP serão
reguladas por decreto legislativo.
Não editado o decreto legislativo até sessenta dias após a rejeição ou perda de
eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Art. 62, § 3º).

Limitações materiais
Limitações matérias representam as matérias que não poderão ser objeto de Medida
Provisória. Estão contidas no artigo 62, § 1º da CF.

30
Novo projeto
É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo (Art. 62, § 10).

20.DECRETO-LEGISLATIVO

Decreto legislativo é aquele ato normativo que possui essência hierárquica de lei
ordinária, embora não seja submetido à sanção presidencial, sendo usado para o exercício
da competência exclusiva do Congresso Nacional, previsto no artigo 49 e § 3º do artigo 62
da Constituição Federal, cujo procedimento não está explanado na Constituição Federal,
cabendo ao próprio Congresso discipliná-lo.
Alexandre de Morais, (2001, p.550) apresenta o procedimento legislativo especial
para a elaboração do decreto legislativo:
Os decretos legislativos serão, obrigatoriamente, instruídos, discutidos e votados
em ambas às casas legislativas, no sistema bicameral; e se aprovados, serão
promulgados pelo Presidente do Senado Federal, na qualidade de Presidente do
Congresso Nacional, que determinará sua publicação.

. Não haverá participação do Presidente da República no processo legislativo de


elaboração de resoluções, e, consequentemente, inexistirá veto ou sanção, por tratar-se de
matérias de competência do Poder Legislativo.

21.RESOLUÇÃO

Resolução são atos normativos de competência do Congresso Nacional ou de


qualquer de suas casas, destinado a regular as matérias pertinentes a essas casas.
São objeto de resolução:
a) As matérias de competência privativa da Câmara dos Deputados (art. 51);
b) As matérias de competência privativa do Senado Federal (art. 52);
c) A delegação do Congresso Nacional ao Presidente da República, para a
elaboração de lei delegada (art. 68, § 2º).

Sua promulgação é feita pela Mesa da Casa Legislativa que a expedir, sendo,
contudo, promulgada pela Mesa do Senado Federal, quando tratar de resolução do
Congresso.

22.DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA (ARTIGO 70 A


75)

Sistemas de controle:

A) Congresso Nacional, mediante controle externo

31
B) Sistema de controle interno de cada Poder.

Auxiliar do controle externo

A) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do


Tribunal de Contas da União.
B) Não é permitido criação de tribunal de contas municipais

PODER EXECUTIVO (Artigo 76 e 91 da Constituição Federal)

A maior para da doutrina o denomina órgão ou poder do Estada encarregado dos atos chefia
de Estado e de chefia de governo.

Da eleição do presidente e do vice-presidente da república e dos seus substitutos (art.


76 a 83)

Da Responsabilidade do Presidente da República (art. 85 a 86)

Dos Ministros de Estado (art. 87 e 88)

Do Conselho da República (art. 89 a 90)

Do Conselho da Defesa Nacional (art. 91)

DO PODER JUDICIÁRIO

Conceito: Órgão ou poder incumbido de exercer a função jurisdicional do Estado, qual seja,
interpretar as normas para a composição dos conflitos de interesse.

Estatuto da Magistratura (art. 92 a 99).

Garantias dos Poder Judiciário

32
As garantias representam um conjunto de prerrogativas destinadas a assegurar a
independência do Poder Judiciário em relação às pressões dos demais Poderes e da
sociedade. Dividem-se em garantias institucionais e garantias funcionais.

Garantias institucionais
Representam aquelas relacionadas à própria instituição, ao Poder Judiciário num
todo, as quais sejam:
a) Garantias de autonomia administrativa (art. 96);

b) Garantias de autonomia financeira (art. 99).

Garantias funcionais
Representam aquelas relacionadas à função de magistrado, aos membros do Poder
Judiciário individualmente, dividindo-se em garantias de independência e garantias de
imparcialidade.

Garantias de independência (art. 95, I ao III)


Representam prerrogativas destinadas a manutenção da independência do
magistrado no exercício da função jurisdicional.

a)Vitaliciedade: representa a garantia de estabilidade funcional.


No primeiro grau a vitaliciedade será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado.
Em relação aos membros dos tribunais, a garantia da vitaliciedade é obtida no
momento da posse.

b) Inamovibilidade: representa a proteção contra remoção do magistrado sem o seu


consentimento, salvo por motivo de interesse público, em decisão por voto da maioria
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada
ampla defesa.

c)Irredutibilidade de subsídio: Subsídio representa remuneração do magistrado,


deste modo, a irredutibilidade de subsídio garante que o subsídio dos magistrados não
poderão ser reduzidos, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I.

33
Garantias de imparcialidade (art. 95, parágrafo único, I ao V)
Representam vedações destinadas a manutenção da imparcialidade do magistrado
no exercício da função jurisdicional.
Assim, aos juízes é vedado:
a) Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
b) Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
c) Dedicar-se à atividade político-partidária;
d) Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
e) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos
três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (quarentena)

ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO


Supremo Tribunal Federal (art. 101 e parágrafo único)

Conselho nacional de justiça (Art. 103-B)

Superior tribunal de justiça (Art. 104)

Justiça federal (art. 106 a 110)

Justiça do trabalho (art. 111 a0 116)

Justiça eleitoral (Art. 118 ao 121)

Justiça militar (art. 122 ao 126)

Juizados especiais (art. 98, I e § 1º)

Justiça de paz (art. 98, II)

34
Quinto-Constitucional (art. 94)

Súmula vinculante (art. 103-A)

23.MINISTÉRIO PÚBLICO

Conceito (art. 127)

Princípios institucionais (art. 127, § 1º)

a) Unidade: “significa que os membros do Ministério Público integram um só órgão sob


a direção única de um só Procurador-Geral” (Moraes, Alexandre. Curso de Direito
Constitucional, 9ª Edição. 2001, p. 480).

b) Indivisibilidade: “O Ministério Público é uno porque seus membros não se vinculam


aos processos nos quais atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros conforme
as normas legais.” (Moraes, Alexandre. Curso de Direito Constitucional, 9ª Edição.
2001, p. 480).

c) Independência funcional: “O órgão do Ministério Público é independente no


exercício de suas funções, não ficando sujeito às ordens de quem quer que seja,
somente devendo prestar contas de seus atos à Constituição, às leis e a sua
consciência.” (Moraes, Alexandre. Curso de Direito Constitucional, 9ª Edição. 2001, p.
480).

Autonomia

a) Funcional e administrativa (art. 127, § 2º)


b) Financeira (art. 127, § 3º ao § 6º)

Princípio do promotor natural

Organização do ministério público (Art. 128)

35
Ministérios Públicos dos Estados

Ministério Público Eleitoral

Procurador-Geral da República (art. 128, § 1º)

Procurador-Geral de Justiça (art. 128, § 3º)

Destituição dos chefes do Ministério Público (art. 128, § 2º e § 4º)

Garantias do Ministério Público (art. 128, § 5º, I, “a” ao “c”).

Vedações (art. 128, § 5º, II, “a” ao “f” e § 6º)

Ingresso na carreira (Art. 129, § 3º)

Conselho nacional do Ministério Público (art. 130-A)

Ouvidorias do Ministério Público (Art. 130-A, § 5º)

24.DA ADVOCACIA PÚBLICA (art. 131 a 132 da CF).

Capacidade postulatória

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“Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige a apresentação de instrumento
de mandato para representá-la em juízo.” (Súmula 644)

25. DA ADVOCACIA (art. 133 da CF)

Indispensabilidade do advogado

Imunidade do advogado

26. DA DEFENSORIA PÚBLICA (art. 134 a 135)

27. DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO (Art. 136 a 141)

28. DAS FORÇAS ARMADAS (Art. 142 da CF)

29.DA SEGURANÇA PÚBLICA (ART. 144 DA CF)

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