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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.

213/2003-9

GRUPO II – CLASSE V – Plenário


TC 019.213/2003-9
Natureza: Relatório de Auditoria
Órgão/Entidade: Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região/RN
Recorrentes: Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região -
Amatra 21 (40.986.218/0001-81) e Associação Nacional dos Magistrados
da Justiça do Trabalho – Anamatra (00.536.110/0001-72).
Advogado constituído nos autos: não há.

SUMÁRIO: PEDIDO DE REEXAME EM


PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO.
IRREGULARIDADE NO PAGAMENTO DE
VERBAS DECORRENTES DE AÇÕES
JUDICIAIS. EFEITO SUSPENSIVO EM
APELAÇÕES DA AGU OU TRÂNSITO EM
JULGADO DE DECISÕES FAVORÁVEIS À
UNIÃO. DECISÕES QUE ABRANGEM O
PAGAMENTO DE AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO
A MAGISTRADOS. DIREITO ATUALMENTE
RECONHECIDO. PROVIMENTO PARCIAL.

RELATÓRIO

Adoto como relatório as abaixo transcritas manifestações da Secretaria de Recursos nestes


autos (peças 234/236):
“Cuida-se de pedido de reexame (peça 209) interposto pela Associação dos Magistrados do
Trabalho da 21ª Região - AMATRA 21 - e Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do
Trabalho - ANAMATRA - contra o Acórdão 1759/2013 - TCU - Plenário (peça 186). O Acórdão
efetuou determinações a Tribunais Regionais do Trabalho para sustar o pagamento e efetuar o
desconto em folha de valores relativos a auxílio-alimentação, percebidos indevidamente por
magistrados trabalhistas, mesmo após interposição de apelações pela AGU e posteriormente ao
trânsito em julgado das respectivas demandas judiciais, desfavoráveis aos interessados.
2. Sublinha-se do Acórdão recorrido a seguinte parte dispositiva:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam de Relatório de Auditoria realizada
na área de pessoal do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região - TRT/RN para
verificar a existência de pagamentos desconformes com decisões judiciais,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do
Plenário, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento no arts. 43, I, da Lei
8.443/1992, em:
9.1. acolher integralmente as razões de justificativas apresentadas pelo Sr. Raimundo de
Oliveira;
9.2. acolher parcialmente as razões de justificativas aduzidas por Maria do Perpétuo
Socorro Wanderley de Castro, Norma Cyreno Rolim, Francisco Tadeu Barbosa de
Alencar, Moacir Antonio Machado da Silva, Manoel Batista de Oliveira Junior, Maria de
Lourdes Alves Leite e Carlos Newton de Souza Pinto.
9.3. determinar:
9.3.1. ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região - TRT/RN que:
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9.3.1.1. abstenha-se de realizar pagamentos de benefícios com fundamento nas Ações


Ordinárias 96.009220-6, 97.00.00651-4, 97.00.00576-3 e 2001.84.00.12106-5 e desconto
do Imposto de Renda na forma estabelecida na liminar concedida no âmbito do
Mandado de Segurança 2001.84.00.000129-1, tendo em vista a superveniência de
decisões judiciais transitadas em julgado favoráveis à União;
9.3.1.2. no prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação, adote as medidas
necessárias a promover o desconto dos valores pagos a título precário, e eventualmente
ainda não restituídos, na forma estabelecida nos §§ 1º e 3º do art. 46 da Lei 8.112/1990,
com a redação dada pela MP 2.225-45/2001, nos vencimentos, proventos de
aposentadoria e pensões instituídas por servidores e magistrados daquele Tribunal,
relativos às quantias indevidamente percebidas pelos beneficiários, desde a implantação
até a suspensão definitiva, em decorrência de decisões exaradas nos autos das Ações
Ordinárias nºs 96.009220-6, 97.00.00651-4, 97.00.00576-3, 97.00.001887-3,
2001.84.00.12106-5 e 2000.84.00.012416-4 e Mandados de Segurança nºs
2001.84.00.006954-7 e 2001.84.00.004939-1, tendo em vista a superveniência de decisões
judiciais transitadas em julgado favoráveis à União, assegurando-lhes o contraditório e
a ampla defesa, limitados à discussão de parcelas acessórias da dívida;
9.3.1.3. com relação aos servidores e magistrados que não mais integram os quadros do
TRT/RN, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação, adote as medidas
necessárias a promover a cobrança dos valores percebidos a título precário, e
eventualmente ainda não restituídos., desde a implantação até a suspensão definitiva ou
até o desligamento do órgão, em decorrência de decisões exaradas nos autos das Ações
Ordinárias nºs 96.009220-6, 97.00.00651-4, 97.00.00576-3, 97.00.001887-3,
2001.84.00.12106-5 e 2000.84.00.012416-4 e Mandados de Segurança nºs
2001.84.00.006954-7 e 2001.84.00.004939-1, tendo em vista a superveniência de decisões
judiciais transitadas em julgado favoráveis à União, assegurando-lhes o contraditório e
a ampla defesa, limitada a discussão às parcelas acessórias da dívida;
9.3.1.4. acompanhe o deslinde dos processos MS 2000.84.005349-3 e TST-ED-ED-ED-
AC 1793146-71.2005.5.00.0000 e, ocorrendo trânsito em julgado com perda da causa
pelos autores, efetue o desconto dos valores recebidos a título precário, em conformidade
com o procedimento referido nos subitens 9.3.1.2 e 9.3.1.3.
9.3.1.5. com fulcro no dever de todo agente público de zelar pela coisa pública e no art.
37, caput, da Carta Magna, no prazo de 30 (trinta) dias, adote sistemática de
acompanhamento de processos judiciais de interesse da Administração, nos quais
figurem como parte seus magistrados e servidores; e
9.3.1.6. no prazo de 30 (trinta) dias, informe a esta Corte sobre as medidas adotadas com
relação às determinações constantes dos subitens 9.3.1.1 a 9.3.1.5.
9.3.2. ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região - TRT/CE que:
9.3.2.1. abstenha-se de realizar pagamento de benefício-alimentação, ao Juiz do
Trabalho Sr. Antônio Gonçalves Pereira, com fundamento na Ação Ordinária
97.00.00576-3, tendo em vista a superveniência de decisão judicial transitada em julgado
favorável à União;
9.3.2.2. no prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação, adote as medidas
necessárias a promover o desconto dos valores pagos a título precário, e eventualmente
ainda não restituídos, na forma estabelecida nos §§ 1º e 3º do art. 46 da Lei 8.112/1990,
com a redação dada pela MP 2.225-45/2001, nos vencimentos do Juiz do Trabalho Sr.
Antônio Gonçalves Pereira, relativos às quantias indevidamente percebidas pelo
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beneficiário entre outubro/2000 e agosto/2010, em decorrência de decisões exaradas nos


autos da Ação Ordinária 97.00.00576-3, que foram posteriormente tornadas
insubsistentes, assegurando-lhe o contraditório e a ampla defesa, limitados à discussão
de parcelas acessórias da dívida; e
9.3.2.3. no prazo de 30 (trinta) dias, informe a esta Corte sobre as medidas adotadas com
relação às determinações constantes dos subitens 9.3.2.1 e 9.3.2.2.
9.3.3. ao Advogado Geral da União que expeça ato normativo interno, alcançando todas
unidades da instituição, de forma a estabelecer o procedimento necessário a assegurar a
comunicação imediata ao órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração
Pública Federal Sipec e aos ordenadores de despesa, das decisões favoráveis que
suspendam a execução, revoguem, cassem ou alterem decisão judicial, com vistas à
suspensão do pagamentos correspondentes e, quando for o caso, à desativação das
rubricas ou dos códigos de sentença, em observância aos arts. 8º e 14 do Decreto
2.839/1998, a fim de evitar que voltem a ocorrer pagamentos decorrentes de decisões já
tornadas insubsistentes, em razão de falta da devida comunicação pela Advocacia Geral
da União;
9.3.4. à Secex/RN que monitore o cumprimento das determinações constantes desta
deliberação; e
9.3.5. à Secex/PE que apure as circunstâncias em que foi concedido auxílio alimentação
aos Magistrados do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região - TRT/PE e, em especial,
à Ana Maria Soares Ribeiro, bem como as medidas adotadas para ressarcimento das
importâncias recebidas indevidamente.
9.4. recomendar ao Conselho da Justiça Federal - CJF que oriente os órgãos judiciários
de sua circunscrição para que:
9.4.1. sempre declarem os efeitos em que são recebidas as apelações da União, no intuito
de evitar que o erário seja onerado pela inobservância de efeitos suspensivos que lhe
sejam favoráveis; e
9.4.2. intimem pessoalmente o representante da União acerca de todas as sentenças e
despachos interlocutórios e por ocasião do retorno do processo à instância judicial de
origem, para que peticione o que seja do interesse da União, antes do arquivamento do
feito, tendo em vista o teor do art. 6º da Lei 9.028/1995.
9.5. dar ciência à Delegacia da Receita Federal no Rio Grande do Norte de que o
Tribunal Regional Federal da 5ª Região TRF5 proferiu sentença judicial, transitada em
julgado desde 19/2/2003, em desfavor dos impetrantes do Mandado de Segurança nº
2001.84.00.000129-1, em relação a qual não foram adotadas providências pelo Tribunal
Regional do Trabalho da 21ª Região - TRT/RN para ressarcimento dos valores pagos a
menor, desde a implantação do benefício, em 2001, até a sua efetiva suspensão, em 2009;
9.6. tornar insubsistente a determinações 9.1.4 do Acórdão 1.587/2010 - Plenário, dirigida
ao Presidente do Tribunal Regional Federal da 5ª Região - TRF5, tendo em vista a
informação de que o servidor Sérgio Giordano Sousa de Macedo não teve desconto de
Imposto de Renda realizado na forma estabelecida na liminar concedida no âmbito do
Mandado de Segurança nº 2001.84.00.000129-1; e
9.7. manter a liminar de deferida em relação Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região
- TRT/PE, conforme subitem 9.1.3 do Acórdão 1.587/2010 - Plenário;
9.8. encaminhar cópia deste acórdão, assim como do relatório e voto que o fundamentam,
ao Conselho Nacional de Justiça - CNJ, ao Conselho da Justiça Federal - CJF, ao
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Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região - TRT/PE e ao Presidente do


Tribunal Regional Federal da 5ª Região - TRF5.

HISTÓRICO
3. O presente pedido de reexame foi interposto em sede fiscalização na área de pessoal do
Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (TRT/RN), durante a qual a Secex-RN identificou a
realização de pagamentos de benefícios de auxílio-alimentação a servidores e magistrados daquela
Corte, em cumprimento de sentenças relativas a nove ações judiciais, mesmo após a interposição
de apelações pela Advocacia-Geral da União (AGU).
4. Em cinco dessas ações, o benefício permaneceu sendo pago mesmo após o trânsito em
julgado das lides, com a sucumbência dos autores interessados, e em oito ações, o TRT/RN não
adotou providências para ressarcimento dos valores recebidos precariamente.
5. Em decorrência dos achados, o Plenário do TCU proferiu o Acórdão 1587/2010,
determinando a suspensão cautelar do pagamento dos benefícios, oitivas, audiências e
determinações àquela Corte trabalhista.
6. Após verificar a tomada de uma série de providências por parte do TRT/RN, o Tribunal
não identificou evidências da adoção de medidas que assegurassem o ressarcimento das
importâncias recebidas indevidamente por servidores e magistrados. Ao contrário, identificou-se
uma oposição dos beneficiários à devolução dos valores, sob o argumento de desrespeito à
legislação, à boa-fé dos beneficiários e à segurança jurídica.
7. Refutando as razões dos irresignados responsáveis, com base em vasta jurisprudência
interna, do STJ e do STF, e com fulcro no art. 46 da Lei 8.112/1990, o Tribunal, por intermédio do
Acórdão 1759/2013 -TCU - Plenário (peça 186), determinou ao TRT/RN o desconto em folha dos
valores recebidos por servidores e magistrados daquele Tribunal por força das decisões judiciais
posteriormente tornadas insubsistentes, bem como a suspensão dos pagamentos de benefício com
fundamento nas referidas ações judiciais.
8. O TCU determinou ainda à Corte trabalhista potiguar que efetuasse a cobrança de valores
recebidos a título precário por magistrados que não mais integravam os quadros do TRT/RN. No
mesmo aresto, consignou ordenações semelhantes ao TRT/CE, bem como determinou à Advocacia-
Geral da União o estabelecimento de procedimentos para assegurar a comunicação aos órgãos e
agentes competentes, das decisões judiciais que impliquem em suspensão de pagamentos da espécie
a agentes públicos.

EXAME DE ADMISSIBILIDADE
9. O Exmo Ministro Relator José Jorge, em Despacho à peça 227 conheceu do Pedido de
Reexame interposto pela AMATRA 21 e ANAMATRA (peça 209), suspendendo-se os efeitos dos
itens 9.3.1.1, 9.3.1.2, 9.3.1.3, 9.3.1.4, 9.3.1.6, 9.3.2.1, 9.3.2.2 e 9.3.2.3 do Acórdão 1759/2013 –
Plenário (peça 186), nos termos do exame de admissibilidade realizado pela Serur (peça 225).
EXAME DE MÉRITO
10. A seguir serão apresentados os argumentos dos recorrentes, de maneira sintética,
seguidos da análise de cada um deles.
11. Argumento: Os recorrentes entendem impertinentes as determinações para devolução
dos valores recebidos de forma supostamente irregular, colimando essa convicção à luz da
jurisprudência dos tribunais superiores e do próprio TCU, bem como da necessidade de se

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observar o devido processo legal durante a fase instrutória do processo, de forma individual, em
relação aos servidores e magistrados atingidos pela decisão atacada (peça 209, p. 4).
12. Afirmam imprescindível a instauração de relação processual que assegure o
procedimento contraditório para cada magistrado atacado pela decisão do TCU e por notificações
unilaterais exaradas para devolução de valores, fiando-se em relações jurídicas precedentes. Tais
relações diriam respeito ao direito ao crédito, enquanto que no bojo do presente processo, ter-se-ia
estabelecido relação jurídica em torno do direito à indenidade patrimonial, com as consequentes
dimensões jurídicas dali derivadas, tais como recebimento de boa-fé, compensação de créditos,
prescrição da pretensão de repetição, etc (peça 209, p. 5).
13. Colacionam decisão do STJ para sustentar a tese da observância do devido processo
legal com os consectários da ampla defesa e do contraditório, na cobrança de valores pagos pela
administração (peça 209, p. 5-6).
14. Análise: Com relação à necessidade de se estabelecer o contraditório individualizado
no caso de determinações ao órgão pagador por parte desta Corte, é pacífico o entendimento de
que no presente processo a relação jurídica envolve somente o TCU e os órgãos jurisdicionados,
sendo dispensável o exercício do contraditório pelos interessados no âmbito do TCU, conforme
assentado pelo STF no MS nº 27.539/MC, Relatora Ministra Ellen Gracie, DJe nº 235:
No julgamento de processos de tomada de contas, de prestação de contas ou de
fiscalizações submetidos à apreciação do TCU, a relação se estabelece apenas entre os
órgãos públicos envolvidos, não entre o servidor e o TCU, por se tratar de julgamento das
contas do órgão. Não há que falar, portanto, em participação do impetrante durante a
fiscalização, a análise e o julgamento das contas do órgão público pelo TCU, sendo
razoável o diferimento do exercício do contraditório e da ampla defesa pelo impetrante
para o âmbito do próprio órgão a que se vincula. (grifos não existentes no original)
15. No julgado indicado, a Ministra Relatora do STF externou o entendimento de que, no
julgamento de processos de tomada de contas, de prestação de contas ou de fiscalizações
submetidos à apreciação do TCU, a relação se estabelece apenas entre os órgãos públicos
envolvidos, não entre os servidores e o Tribunal. Não há que falar, portanto, em participação dos
interessados durante a fiscalização empreendida pelo TCU ou em sua fase recursal, sendo
pertinente o exercício do contraditório e da ampla defesa pelos interessados no âmbito dos
próprios tribunais a que se vinculam.
16. No mesmo sentido, o STF se pronunciou ao proferir decisão, nos autos da Reclamação
7.096/MC-RJ – Dje nº 22, de 2/2/2009:
No que concerne às determinações, pelo E. Tribunal de Contas da União, no sentido de que a
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 'torne sem efeito a Resolução nº 2.492/2003' e
'cesse o pagamento do pagamento de 26,05% a todos os servidores e pensionistas' (fls. 64),
observo que a Corte de Contas, ao proferir tal decisão, agiu em estrita observância ao que
prescreve o art. 71, IX, da Constituição.
Com efeito, compete ao E. Tribunal de Contas da União 'assinar prazo para que o órgão ou
entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade'
(CF, art. 71, IX).
Vê-se, assim, que, no processo em que proferido o ato que ora se impugna, não se estabeleceu
relação alguma com os servidores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, mas,
apenas, entre referida Universidade e a Corte de Contas.
17. Outros julgados da Corte Suprema sedimentam essa interpretação a exemplo Reclamação nº
7000/DF, DJe nº 21, divulgado em 30/1/2009.

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18. No âmbito desta Corte de Contas, é firme a jurisprudência no sentido de considerar que, no
exercício de suas funções constitucionais de controle, não há a obrigação de que todos os eventuais
interessados sejam chamados ao processo. No primeiro momento, a relação processual se dá entre esta
Corte de Contas e o órgão fiscalizado. Contudo, em qualquer etapa do feito, há a possibilidade de ingresso
de terceiro, autorizado pelo Relator ou pelo Tribunal, desde que demonstrada razão legítima para intervir
(art. 144, § 2º, do RI/TCU).
19. Esse posicionamento justifica-se pelo diferente impacto da decisão, que atinge de forma mediata o
servidor e imediata o órgão, responsável pela correção do ato ilegal praticado. Caso este Tribunal
chamasse a priori cada um dos afetados por sua decisão, a atividade fiscalizatória tornar-se-ia
inviabilizada, prejudicando, assim, o exercício do controle externo.
20. Nesse sentido, os Acórdãos TCU 868/2008-TCU-Plenário, 0709/2010-Plenário, 0710/2010-
Plenário, 1173/2010-Plenário, 1696/2012-Plenário, 1723/2010-Plenário, 2021/2011-Plenário.
21. Assim, a jurisprudência do TCU e do STF no sentido de que no julgamento de tomada e prestação
de contas e de fiscalizações a cargo deste Tribunal, a relação se estabelece apenas entre os órgãos públicos
envolvidos, não entre o servidor e o TCU, devendo o contraditório e da ampla defesa nesses casos ser
exercido no âmbito interna corporis, entre o órgão pagador e os beneficiários.
22. Desassiste, portanto, razão aos recorrentes neste ponto.
23. Argumento: Salientam os institutos da boa fé objetiva, do caráter alimentar das parcelas
recebidas supostamente de forma irregular, considerando ainda que o TRT 21ª Região não havia sido
comunicado, pela AGU, da posterior decisão do STJ desfavorável aos autores. Nessa linha, colacionam
julgados do STJ que demonstrariam reforçar a tese da irrepetibilidade dos percebimentos de boa fé, em se
tratando de decisões judiciais provisórias (peça 209, p. 6-8).
24. Consignam que os julgados manejados pelos recorrentes foram prolatados posteriormente aos
coligidos pelo TCU para sustentar seu aresto condenatório, e que não teria se configurado, no âmbito do
STJ, a superação jurisprudencial da irrepetibilidade em percebimentos de boa fé, decorrentes de
pagamentos oriundos de decisões judiciais não definitivas, motivos pelos quais a Corte de Contas deveria
aplicar à espécie o teor das Súmulas 106 e 246 (peça 209, p. 8).
25. Aduzem ainda o enunciado 34 da Advocacia-Geral da União, segundo o qual não estão sujeitos à
repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada
interpretação da lei por parte da Administração Pública (peça 209, p. 8).
26. Analisam que, no caso concreto, os magistrados beneficiários não foram responsáveis pela
permanência dos pagamentos, porquanto a medida empreendida pelo TRT 21ª Região não sofreu qualquer
ingerência dos associados, os quais sequer foram cientificados da invalidade ou participaram da ordenação
da despesa mensal. Ademais, a não suspensão dos benefícios após a prolação definitiva das decisões
judiciais teria ocorrido por inércia da própria União, como teria reconhecido o Acórdão atacado, em seu
item 9.3.3 (peça 209, p. 8-9).
27. Análise: O fato de a Corte Trabalhista não ter sido comunicada formalmente pela AGU do
julgamento definitivo das ações em pauta não exime a Corte interessada bem como os beneficiários do
cumprimento das decisões proferidas.
28. Nesse sentido, o Acórdão recorrido determinou ao TRT/RN que adotasse sistemática de
acompanhamento de processos judiciais de interesse da Administração, com fundamento no dever de todo
agente público de zelar pela coisa pública e pelo erário.
29. Em tese, não haveriam de se aplicar ao caso concreto as Súmulas 106 e 249 do TCU, ou mesmo
do art. 2º da Lei 9.784/1999, no tocante à dispensa de ressarcimento dos valores percebidos de boa fé, por
interpretação errônea ou aplicação retroativa de norma legal.
30. Não estão albergados pela segurança jurídica os pagamentos realizados, a título precário, em
decorrência de decisões judiciais desfavoráveis à União, que venham a ser tornadas insubsistentes, em sede
de trânsito em julgado, como nos presentes autos.

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31. Contudo, a análise deste ponto resta prejudicada em virtude da mudança de orientação
jurisprudencial desta Corte em relação ao núcleo meritório da missiva recursal, conforme apontamentos a
seguir.
32. Argumento: Informam os recorrentes que a Constituição Federal, em seu art. 129, §4º, assegurou
simetria de tratamento entre as carreiras do Ministério Público e da Magistratura, ao contrário da anterior
situação, de supremacia destas últimas, não obstante, mesmo após a ulterior modificação do constituinte, os
direitos conferidos aos membros do MP não fossem os mesmos, o que só foi corrigido por meio de decisão
do Conselho Nacional de Justiça - CNJ (peça 209, p. 10).
33. Na referida decisão do CNJ, constaria consignado o reconhecimento da vantagem devida aos
magistrados do auxílio-alimentação, cumulativamente com os subsídios, objeto da controvérsia ora
discutida nestes autos (peça 209, p. 10).
34. Adicionam a esse fato, julgado do STF que ao apreciar a AO 1725 deu interpretação favorável à
magistratura no tocante aos pagamentos concernentes ao auxílio alimentação, benefício esse que não
representaria imoralidade, ilegalidade ou inconstitucionalidade, dado o caráter simétrico entre a
Magistratura e o Ministério Público (peça 209, p. 10).
35. Sustentam que o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, o Conselho da Justiça Federal e o
próprio TCU já teriam reconhecido a legalidade do pagamento retroativo do benefício aos magistrados,
observado o prazo prescricional, e colacionam julgados nesse sentido, em especial o Acórdão 1177/2013-
TCU - Plenário, nos autos da representação TC 044.780/2012-5 (peça 209, p. 10-11).
36. Aduzem, assim, que o Acórdão presentemente atacado instaurou verdadeiro conflito de
prescrições, diante do antagonismo frente à normativa oriunda do CNJ, a ser superado pela prevalência da
orientação do referido Conselho, órgão máximo de controle administrativo do aparato judicial pátrio, o que
já teria sido decidido nos autos do Pedido de Providências 445, do CNJ (peça 209, p. 11-12).
37. Citam ainda situação semelhante onde se verificou conflito entre decisões emanadas do TCU e do
CNJ, e que dizia respeito à alteração de critérios de classificação de candidatos aprovados em concurso
público do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região. No suscitado conflito, o TCU teria reformulado
sua decisão à vista de o CNJ já ter se posicionado com relação à matéria em sentido contrário (peça 209, p.
12).
38. Análise: O entendimento predominante nesta Corte, assim como o nas Cortes judiciais, é o de
que sempre que a administração for obrigada, por força de deliberações judiciais proferidas no âmbito de
ações promovidas por servidores ou magistrados, a pagar quantias que se mostrem, posteriormente,
indevidas, impõe-se aos requerentes a obrigação de recompor o status quo ante, suportando os efeitos da
revogação do benefício, o que abrange, inclusive, a restituição dos valores percebidos durante a vigência da
medida judicial não transitada em julgado.
39. A jurisprudência do TCU consolidou-se nesse sentido, a exemplo dos Acórdãos do Plenário
1909/2003, 1865/2005 e 393/2004, 2237/2006 e 320/2008.
40. Em relação ao pagamento da vantagem do auxílio-alimentação a magistrados, o Supremo
Tribunal Federal e o próprio Tribunal de Contas da União vêm se posicionando pela impossibilidade de
extensão aos magistrados de direitos e vantagens conferidos aos servidores públicos em geral, uma vez que
aqueles são submetidos a regimes jurídicos distintos.
41. Não obstante esse entendimento firmado, decisões mais recentes desta Corte passaram a
reconhecer como adequado o pagamento de auxílio-alimentação aos magistrados.
42. Com efeito, a Resolução 133/2011 do CNJ viabiliza o pagamento do auxílio-alimentação aos
magistrados, fixando o termo a quo do direito ao benefício em 19 de maio de 2004. Reconheceu-se, ali, a
prescrição quinquenal prevista no art. 54 da Lei do art. 4º, parágrafo único, do Decreto nº 20.910/1932,
tendo como marco temporal o dia 19/5/2009, data do pedido administrativo para o pagamento da verba
indenizatória.
43. Já o Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT, no bojo do processo n° CSJT-PCA-6633-
22.2011.5.90.0000, deliberou pelo reconhecimento aos magistrados da Justiça do Trabalho do direito ao

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.213/2003-9

pagamento retroativo do auxílio-alimentação desde 19/5/2004, em função também da aplicação da


prescrição quinquenal, nos termos do art. 4º, parágrafo único, do Decreto nº 20.910/1932.
44. Do mesmo modo, o Conselho da Justiça Federal - CJF - emitiu a Resolução nº 180, de
26/12/2011, que altera a Resolução nº 175, de 16/12/2011, estabelecendo que os efeitos financeiros do
pagamento do auxílio-alimentação aos magistrados seriam retroativos a 19/5/2004.
45. Esta data de 19 de maio de 2004 foi utilizada ainda como paradigma pelo Superior Tribunal de
Justiça, pelo Superior Tribunal Militar, pelo Tribunal Superior do Trabalho, por todos os Tribunais
Regionais Federais e do Trabalho, bem como juízes federais e do trabalho.
46. Citem-se a Resolução 182, de 8 de fevereiro de 2012, do Superior Tribunal Militar, com a
Resolução 175, de 16 de dezembro de 2011, do Conselho da Justiça Federal, bem como com o Despacho
proferido nos autos do processo TST-501.959/2011-3, do Presidente do TST, todos determinando o
pagamento a partir da data base de 19 de maio de 2004.
47. Nessa vertente, e já no âmbito do TCU, o Acórdão 2.408/2012TCU-Plenário (proferido nos autos
do TC 037.721/2011-9) reconheceu aos ministros e aos ministros-substitutos do TCU o direito ao
recebimento do auxílio-alimentação, nos moldes deliberados pelo CNJ, ficando ainda decidido que esse
pagamento seria retroativo a 24/6/2011 (data da publicação da Resolução CNJ nº 133/2011), com base no
entendimento de que se trata de direito legitimamente estendido aos magistrados mediante ato normativo
válido e com plena aplicação aos membros deste Tribunal de Contas, tendo em vista o art. 73, § 3º, da
CF/1988.
48. Ocorre que, ato contínuo, em virtude de questão administrativa suscitada na representação
formulada pela Segedam no âmbito do TC 041.195/2012-4, o TCU, por intermédio do Acórdão 3.250/2012-
TCU-Plenário, decidiu que o pagamento do auxílio-alimentação na folha de pagamento dos membros deste
Tribunal poderia retroagir a 19/5/2004, mesmo termo inicial adotado pelo Poder Judiciário.
49. Cabe ressaltar que, a despeito de o Tribunal adotar, no âmbito do Acórdão 2.408/2012-TCU-
Plenário, o mesmo entendimento do CNJ proferido na Resolução 133/2011, restou consignado, no relatório
integrante daquela deliberação, a ressalva feita pela Consultoria Jurídica do TCU – Conjur – no sentido de
que “o entendimento firmado pelo CNJ não vincula a atuação desta Corte de Contas, conforme inclusive
dispõe o art. 103-B, § 4º, inciso II, parte final da Constituição Federal”. Diante disso, não assiste razão aos
recorrentes ao afirmarem que, em caso de posições antagônicas, prevaleceria a decisão do referido
Conselho.Registre-se que a matéria foi submetida ao exame do Supremo Tribunal Federal – STF, haja vista
que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - ajuizou a Ação Direta de
Inconstitucionalidade – ADI nº 4.822/DF, na qual questiona as Resoluções nos 133/2011 do CNJ e 311/2011
do Tribunal de Justiça de Pernambuco, que instituíram o auxílio-alimentação para magistrados.
50. Referida ADI foi impetrada sob o fundamento de inconstitucionalidade formal, flagrada a partir
do momento em que CNJ teria exercido o poder normativo ultra legem, destoando de sua função de controle
do Poder Judiciário, ao normatizar sobre benefícios alimentares concedidos a magistrados.
51. Em sessão do STF do dia 2/10/2013, no âmbito do referido processo, o Ministro Marco Aurélio
Mello conheceu parcialmente do pedido, julgando procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade
formal da Resolução 133/2001 do CNJ e 311/2011 do Tribunal de Justiça de Pernambuco, e após o voto do
Ministro Teori Zavascki, que julgou improcedente a ação, o julgamento foi suspenso. Em sessão de
20/11/2013, foi colhido o voto-vista do Ministro Luiz Fux, julgando improcedente a ação, pedindo vista dos
autos o Ministro Dias Toffoli.
52. Restam vigentes, portanto, as condições normativas estabelecidas pelo CNJ e aceitas por esta
Corte de Contas, quando da prolação dos Acórdãos 2346/2012, 2408/2012, 3250/2012 e 1177/2013, todos
do Plenário do TCU, e segundo as quais o pagamento de auxílio-alimentação a magistrados tem se
mostrado legal e adequado. Por esse motivo, propõe-se o provimento do presente pedido de reexame, neste
ponto.
53. No item quatorze do voto condutor do Acórdão 1.177/2013-TCU-Plenário, o respectivo Ministro
Relator conclui:

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14. Desse modo, vê-se que não se mostra mais adequado determinar ao TRT da 17ª Região
que providencie a restituição da referida verba [auxílio alimentação], mesmo porque a
questão se refere a ato declaratório de direito, de tal sorte que se mostra necessário
apenas dar ciência de que a determinação originalmente contida no item 1.6.1.6 do
Acórdão 374/2009-TCU-1ª Câmara encontra-se atualmente prejudicada, vez que o
pagamento de auxílio-alimentação a magistrados tem se mostrado adequado segundo o
mais recente posicionamento jurisprudencial.
54. Cabe destacar, também, a manifestação deste Tribunal no âmbito do Acórdão
2.346/2012-TCU-Plenário, proferido em sede de processo de representação (TC 015.427/2005-3),
que tratou de pagamentos de determinadas parcelas remuneratórias a magistrados de Tribunais
Superiores. No que se refere ao auxílio alimentação, a deliberação foi no sentido de considerar
regular sua percepção pelos membros daquelas Cortes.
55. Argumento: Por fim, os recorrentes suscitam questão à guisa de preliminar que diz
respeito à suposta prescrição quinquenal, especialmente em face de precedentes judiciais que
discutem a imprescritibilidade das ações de ressarcimento, com base no art. 37, §5º da CF/88
(peça 209, p. 13-14).
56. Nessa vertente, citam precedentes judiciais do STJ (RE 406545/SSP), bem como
dispositivos do Decreto Lei 20.910/1932, da Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular), da Lei
5.172/1966 (Código Tributário Nacional), e da Lei 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo),
os quais sustentariam a tese aplicável ao presente caso, de prescrição quinquenal consumada
(peça 209, p. 12-14).
57. Análise: Enfrentando a tese albergada pelo recorrente, a fim de reforçar o entendimento
dominante nesta Corte, solidamente embasado na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
tem-se que os institutos da decadência e da prescrição administrativa não se amoldam às hipóteses
de ressarcimento de valores aos cofres públicos determinados por esta Corte de Contas.
58. Isso porque o instituto da prescrição, sempre a depender de prescrição normativa que o
sustente, não se aplica aos processos em que se determine o ressarcimento ou débito pelo Tribunal
de Contas da União. A inocorrência de prescrição deriva mesmo da ausência normativa específica
para a espécie.
59. Tem-se que o caso em apreço amolda-se, perfeitamente, ao disposto no § 5º do art. 37 da
CF, segundo o qual a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízo ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
60. Também o Supremo Tribunal Federal assentou não ser aplicável instituto da decadência
administrativa em face na não incidência do disposto no art. 54 da Lei nº 9.784/1999 aos processos
em que o Tribunal de Contas da União está a exercitar o controle externo que lhe foi atribuído pela
Constituição Federal, em seu art. 71, inciso III.
61. Entende ainda a Corte Maior incabível também falar-se de prescrição administrativa,
uma vez que esta é sempre dependente de lei, inexistente na espécie, não se podendo também
aplicá-la por analogia, seja com o Decreto 20.910/1932, seja com a Lei 4.717/1965, a Lei
5.172/1966 ou a Lei 9.784/1999 conforme pretendem os recorrentes.
62. Nesse sentido, são do Supremo Tribunal Federal as seguintes deliberações:
Preliminarmente, no que concerne à decadência administrativa, frise-se que esta Corte já
decidiu não ser aplicável o contido no art. 54 da Lei nº 9.784/1999 aos processos em que o
Tribunal de Contas da União está a exercitar o controle externo que lhe foi atribuído pela
Constituição Federal, em seu art. 71, inciso III (Mandado de Segurança nº 24.859/DF, rel.
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Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ de 27/8/2004). (STF. MS nº 27.539 MC / DF. Rel. Min.
Ellen Gracie. Julg. 3/12/2008. Public. 11/12/2008).
Não incidência da decadência administrativa em face da inaplicabilidade do art. 54 da Lei
nº 9.784/1999 aos processos por meio dos quais o TCU exerce a sua competência
constitucional de controle externo, consoante asseverado, por unanimidade, pelo Plenário
do STF no MS nº 24.859-DF. 4. Incabível também falar-se, no caso, de prescrição
administrativa, tendo em vista que o direito de invalidar, conforme a doutrina, não é
dotado de pretensão e por isso não é passível de prescrição, mas só de decadência,
inaplicável ao caso. Além disso, a prescrição é sempre dependente de lei, inexistente na
espécie, não se podendo também aplicá-la por analogia, conforme pretende o Impetrante.
Não ocorrência da prescrição e/ou decadência administrativa. Inaplicabilidade do
Decreto nº 20.910/1932’. (STF. MS nº 27.580 MC / DF. Rel. Min. Menezes Direito. Julg.
15/10/2008. Public. 23/10/2008)

63. Ainda nessa vertente, cite-se o MS nº 24.859/DF, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ
de 27/8/2004.
64. Tendo em vista o exposto, não assiste razão aos recorrentes, neste ponto.
65. Argumento: Em sede de pedidos, requerem a proscrição plena e imediata das
notificações unilaterais de juízes do Trabalho associados para ressarcirem valores pagos a título
de auxílio-alimentação, exigindo-se que, no plano regional, todo e qualquer procedimento
administrativo de cobrança observe concreta e individualmente o devido processo legal, para além
da discussão daquilo que os recorrentes nomeiam de “acessórios da dívida” (peça 209, p. 15).
66. Requerem ainda o provimento do recurso, com a aplicação do Enunciado 34 da AGU, e
das súmulas 106 e 246 desta Corte, à luz dos princípios da confiança legítima e da boa fé objetiva,
para que não se determinem quaisquer descontos nos estipêndios dos magistrados trabalhistas
associados, estabilizando-se os efeitos decorrentes dos pagamentos já realizados a título de
auxílio-alimentação (peça 209, p. 15).
67. Caso não acatada a reconsideração do julgado, requerem prevaleça a prescrição
normativa do CNJ, por intermédio da Resolução 133, que entendeu ser o auxílio alimentação
direito inconteste dos magistrados, inclusive com e feitos pecuniários retroativos da parcela. Por
último, alternativamente, requerem seja observado o marco prescricional quinquenal (peça 209, p.
15).
68. Análise: Conforme já exposto, o entendimento assentado nesta Corte no caso de
julgamento de tomada e prestação de contas e de fiscalizações a cargo do TCU é o de que a
relação processual se estabelece apenas entre os órgãos públicos envolvidos, não entre
magistrados e o Tribunal de Contas, devendo o contraditório e da ampla defesa nesses casos ser
exercido no âmbito dos Tribunais trabalhistas.
69. Além disso, não há que se falar da aplicação do Enunciado 34 da AGU, ou das súmulas
106 e 246 desta Corte. Conforme mencionado acima, não estão ao abrigo da segurança jurídica os
pagamentos realizados, a título precário, em decorrência de decisões judiciais desfavoráveis à
União que, posteriormente, venham a ser tornadas insubsistentes.
70. Nada obstante, propõe-se o provimento do recurso no que diz respeito ao pagamento de
auxílio alimentação aos magistrados, tendo em vista a nova jurisprudência do TCU sobre o
assunto, que está em consonância com o disposto na Resolução 133/2011 do CNJ.

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CONCLUSÃO
71. Em virtude das colocações já exaradas, não se mostra mais adequado determinar ao TRT
21ª Região (RN) e ao TRT 7ª Região (CE) que efetuem a suspensão do pagamento das verbas de
auxílio-alimentação, bem como de sua restituição, de sorte que se mostra necessário alterar o
teor das determinações contidas nos subitens 9.3.1.1, 9.3.1.2, 9.3.1.3 do acórdão recorrido,
endereçadas ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região – TRT/RN, com vistas
a excluir as ações ordinárias cujo objeto é o pagamento de benefício alimentação a magistrados,
quais sejam Ações Ordinárias nº 96.009220-6; 97.00.00651-4; 97.0001887-3; 97.00.00576-3, e
tornar sem efeito as determinações constantes dos subitens 9.3.2.1; 9.3.2.2; 9.3.2.3 e 9.3.5,
dirigidas ao Presidente do TRT da 7ª Região.Dessa forma, propõe-se o acolhimento parcial dos
presentes Pedidos de Reexame.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
72. Por todo o exposto, elevamos o assunto à consideração superior, propondo:
a) conhecer dos pedidos de reexame interpostos pela AMATRA 21 – Associação dos
Magistrados do Trabalho da 21ª Região e pela ANAMATRA – Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho contra o Acórdão 1759/2013 - TCU - Plenário, com
fundamento no art. 48 da Lei nº 8.443/92, e, no mérito, dar-lhes provimento parcial, para:
a.1) em substituição às determinações contidas nos subitens 9.3.1.1, 9.3.1.2, 9.3.1.3 do
acórdão recorrido, determinar ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região –
TRT/RN que:
9.3.1.1. abstenha-se de realizar pagamentos de benefícios com fundamento na Ação
Ordinária 2001.84.00.12106-5 e desconto do Imposto de Renada na forma estabelecida na
liminar concedida no âmbito do Mandado de Segurança 2001.84.00.000129-1, tendo em
vista a superveniência de decisão judicial transitada em julgado favorável à União;
9.3.1.2. no prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação, adote as medidas
necessárias a promover o desconto dos valores pagos a título precário, e eventualmente
ainda não restituídos, na forma estabelecida nos §§ 1º e 3º do art. 46 da Lei 8.112/1990,
com a redação dada pela MP 2.225-45/2001, nos vencimentos, proventos de
aposentadoria e pensões instituídas por servidores e magistrados daquele Tribunal,
relativos às quantias indevidamente percebidas pelos beneficiários, desde a implantação
até a suspensão definitiva, em decorrência de decisões exaradas nos autos das Ações
Ordinárias 2001.84.00.12106-5 e 2000.84.00.012416-4 e Mandados de Segurança nºs
2001.84.00.006954-7 e 2001.84.00.004939-1, tendo em vista a superveniência de decisões
judiciais transitadas em julgado favoráveis à União, assegurando-lhes o contraditório e a
ampla defesa, limitados à discussão de parcelas acessórias da dívida;
9.3.1.3. com relação aos servidores e magistrados que não mais integram os quadros do
TRT/RN, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da notificação, adote as medidas
necessárias a promover a cobrança dos valores percebidos a título precário, e
eventualmente ainda não restituídos., desde a implantação até a suspensão definitiva ou
até o desligamento do órgão, em decorrência de decisões exaradas nos autos das Ações
Ordinárias nºs 2001.84.00.12106-5 e 2000.84.00.012416-4 e Mandados de Segurança nºs
2001.84.00.006954-7 e 2001.84.00.004939-1, tendo em vista a superveniência de decisões
judiciais transitadas em julgado favoráveis à União, assegurando-lhes o contraditório e a
ampla defesa, limitada a discussão às parcelas acessórias da dívida;

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a.2) tornar sem efeito as determinações constantes dos subitens 9.3.2.1; 9.3.2.2; 9.3.2.3 e
9.3.5;
b) dar ciência às partes e aos órgãos/entidades interessados.”

2. Referido pronunciamento não contou com a anuência do secretário da Serur, que


acompanhou a proposta de encaminhamento divergente formulado pela titular da 4ª Diretoria daquela
unidade especializada, a seguir transcrito:
“Em análise pedido de reexame interposto pela Associação dos Magistrados do Trabalho da
21ª Região – AMATRA 21 – e pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho –
ANAMATRA – contra o Acórdão 1.759/2013-TCU-Plenário, por meio do qual este Tribunal
apreciou relatório de auditoria realizada na área de pessoal do Tribunal Regional do Trabalho da
21ª Região – TRT/RN – para verificar a existência de pagamentos desconformes com decisões
judiciais.
2. O auditor federal, em face da nova jurisprudência do TCU, propõe o provimento do
recurso no tocante à matéria referente ao pagamento de auxílio-alimentação aos magistrados, com
consequente ajuste na redação dos itens do acórdão recorrido, por meio dos quais foram dirigidas
determinações ao TRT/RN e ao TRT/CE no sentido de fazer cessar os pagamentos de tal benefício e
de promover o desconto nos contracheques dos valores pagos indevidamente.
3. Pela razão exposta abaixo, deixo de acompanhar a proposta supramencionada e
proponho o conhecimento do recurso, para, no mérito, negar-lhe provimento.
4. Cabe esclarecer que não houve discussão no acórdão recorrido a respeito do mérito da
questão concernente ao pagamento de auxílio-alimentação aos magistrados. A questão tratada nos
autos cingiu-se à seguinte ocorrência: pagamento dos benefícios durante os períodos de efeito
suspensivo das apelações ou após sentenças desfavoráveis aos autores transitadas em julgado.
5. Quanto a essa questão – descumprimento de decisões judiciais, as recorrentes não
aduziram argumentos capazes de reverter o entendimento sustentado no acórdão recorrido, motivo
pelo qual não vislumbro motivo para tornar sem efeito as determinações impugnadas.
6. Quanto à alegação de que seria imprescindível instauração de relação processual que
assegurasse o contraditório para cada magistrado atacado pela decisão do TCU, esclareço que tal
procedimento deverá ser observado quando do cumprimento das determinações, conforme disposto
na parte dispositiva do acórdão, mas somente no tocante à discussão de parcelas acessórias da
dívida, como correção monetária e juros, uma vez que o mérito quanto à parcela principal da
dívida já foi apreciado judicialmente e não foi objeto de discussão nestes autos. Nesses termos já
tinha se manifestado o relator a quo: “Devem ser assegurados aos beneficiários o contraditório e a
ampla defesa, limitados à discussão de parcelas acessórias da dívida, tais como correção
monetária e juros, uma vez que o mérito quanto à parcela principal da dívida já foi apreciado
judicialmente”.
7. Em relação aos julgados do STJ apresentados pelas recorrentes acerca da
impossibilidade de se buscar o ressarcimento junto aos servidores nos casos de erro escusável da
administração e da irrepetibilidade dos percebimentos de boa-fé, cumpre esclarecer que a hipótese
dos autos não se amolda aos referidos precedentes tampouco à disposição da alegada Súmula TCU
249, visto que não se trata de interpretação equivocada e escusável de lei, mas, sim, de
descumprimento de decisão judicial transitada em julgado e de autorização de pagamentos
enquanto vigoravam decisões judiciais precárias. Nesse sentido foi o entendimento do relator a
quo, conforme trechos do voto transcritos a seguir:

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.213/2003-9

Não há de se aplicar ao caso concreto as Súmulas 106 e 249 do TCU ou mesmo o art. 2º,
XIII, da Lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal), quanto à dispensa dos
valores recebidos de boa-fé por escusável exegese ou por aplicação retroativa de norma
legal. Não estão ao abrigo da segurança jurídica os pagamentos realizados, a título
precário, em decorrência de decisões judiciais desfavoráveis à União que, posteriormente,
venham a ser tornadas insubsistentes, como no caso destes autos.
Sempre que a Administração é obrigada, por força de deliberações judiciais proferidas no
âmbito de ações promovidas por servidores, a pagar quantias que, posteriormente,
mostraram-se indevidas, impõe-se aos requerentes a obrigação de recompor o status que
ante, suportando os efeitos da revogação do benefício.
A dispensa de restituição, nesse contexto, corresponde a permitir que a Administração
Pública seja onerada por ato de terceiro e configura enriquecimento sem causa do
servidor, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico. Nesse sentido, são irrelevantes
considerações a respeito de boa-fé, errônea interpretação ou má aplicação da lei e
aplicação retroativa de nova interpretação.
8. Saliento que não se faz necessária a análise dos argumentos recursais referentes ao
direito dos magistrados ao auxílio-alimentação, uma vez que tal questão não foi objeto de
discussão no acórdão recorrido, conforme dito anteriormente, motivo pelo qual eventual
procedência nessas alegações, consoante entendeu o auditor instrutor, não tem o condão de
modificar o decidido por este Tribunal.
9. Por fim, as alegações atinentes à suposta prescrição quinquenal deveriam ter sido
arguidas em juízo e não no âmbito deste processo de auditoria.
À vista dessas considerações, remeto os autos à consideração superior com a proposta de
negativa de provimento ao presente pedido de reexame.”

É o relatório.

VOTO

Por atender aos requisitos de admissibilidade, foi conhecido o pedido de reexame


interposto pela Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região - AMATRA 21 e Associação
Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho – ANAMATRA, contra o acórdão 1759/2013 -
Plenário, por meio do qual este Tribunal determinou a Tribunais Regionais do Trabalho a sustação do
pagamento e o desconto em folha de benefícios percebidos indevidamente por magistrados
trabalhistas.
2. As irregularidades, identificadas em auditoria realizada na área de pessoal do Tribunal
Regional do Trabalho da 21ª Região, estão consubstanciadas na continuidade dos pagamentos de
benefícios concedidos a servidores e a magistrados daquela Corte, em cumprimento a ações judiciais,
mesmo durante o efeito suspensivo de apelações interpostas pela AGU ou após o trânsito em julgado
das decisões judiciais denegatórias dos pedidos dos autores.
3. Considerando a obrigação da administração pública em obter o ressarcimento de valores
indevidamente pagos por força de decisão judicial posteriormente tornada insubsistente, o acórdão
recorrido determinou aos Presidentes do Tribunal Regional do Trabalho das 7ª e 21ª Regiões que se
abstivessem de realizar os pagamentos decorrentes das aludidas ações e adotassem medidas
necessárias à promoção do desconto dos valores pagos a título precário.
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4. Os recorrentes, em petição conjunta, argumentam, em síntese, que (i) haveria necessidade


de instauração de relação processual durante a fase instrutória do processo em relação a cada um dos
servidores e magistrados atingidos pela decisão atacada, assegurando-lhes o direito ao contraditório e
ampla defesa; (ii) os institutos da boa-fé objetiva e do caráter alimentar das parcelas recebidas
irregularmente justificariam a dispensa do ressarcimento determinado; (iii) deve ser reconhecida a
prescrição quinquenal consumada no caso concreto; (iv) atualmente o Conselho Superior da Justiça do
Trabalho, o Conselho da Justiça Federal e o próprio TCU já reconhecem a legalidade do pagamento
retroativo do benefício aos magistrados.
5. Em que pese concordarem as manifestações proferidas no âmbito da Secretaria de
Recursos quanto à improcedência dos primeiros três argumentos apresentados, as propostas de
encaminhamento sugeridas foram divergentes.
6. O auditor que instruiu o feito no âmbito daquela unidade especializada posicionou-se pelo
provimento parcial do recurso, considerando que as decisões mais recentes deste Tribunal, de fato,
passaram a reconhecer como adequado o pagamento de auxílio-alimentação aos magistrados.
7. Dessa forma, concluiu o auditor não se mostrarem mais adequadas as determinações
proferidas por este Tribunal para a suspensão do pagamento e a restituição das verbas de auxílio-
alimentação antes sustentadas por deliberações judiciais contrárias a magistrados.
8. A titular da 4ª Diretoria da Serur, acompanhada pelo secretário daquela unidade, diverge
dessa proposta.
9. Entende que a discussão de mérito quanto ao direito ou não do pagamento da vantagem em
questão não tem o condão de modificar o acórdão recorrido, posto que a questão tratada nos autos
cingiu-se ao pagamento de benefícios durante períodos de efeito suspensivo das apelações ou após
sentenças desfavoráveis aos autores transitadas em julgado, irregularidade não afastada pelos
argumentos apresentados em sede recursal.
10. Feito esse breve histórico, passo a decidir.
11. De fato, o acórdão 1759/2013 – Plenário não tratou da pertinência ou não do pagamento de
vantagens a magistrados. Identificou, tão só, irregularidade atinente à falta de acompanhamento das
ações judiciais, ocasionando o indevido pagamento de provimentos jurisdicionais a servidores e
magistrados.
12. Concordo com a unidade técnica que a peça recursal em exame não logrou afastar tal
irregularidade. Entretanto, julgo que questão de ordem prática é ora posta à análise deste Tribunal.
13. Conquanto o pagamento do auxílio-alimentação a magistrados fosse antes questão
tormentosa, motivando a interposição de ações judiciais para sua implementação, hoje se mostra
amparado por normativos e jurisprudência, inclusive desta Corte de Contas.
14. Assim, entendo que essa nova realidade deve balizar o exame deste recurso, já que as
determinações recorridas impõem a restituição de valores que hoje são considerados devidos aos
magistrados.
15. Diante disso, alinho-me à proposta apresentada pelo auditor da Serur, no sentido de não se
mostrarem mais adequadas as determinações recorridas quanto às deliberações judiciais que tratam
especificamente do pagamento de auxílio-alimentação, ainda que contrárias aos magistrados/autores.
16. Acompanho as conclusões da unidade técnica quanto à improcedência dos demais
argumentos apresentados pelas recorrentes, incorporando sua análise às minhas razões de decidir.

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Diante do exposto, com as vênias por discordar em parte da unidade técnica, manifesto-me
pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação deste Colegiado.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 27 de agosto de
2014.

JOSÉ JORGE
Relator

ACÓRDÃO Nº 2248/2014 – TCU – Plenário

1. Processo nº TC 019.213/2003-9.
2. Grupo II – Classe I – Assunto: Pedido de reexame (Relatório de Auditoria)
3. Recorrentes: Anamatra - Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho
(00.536.110/0001-72) e Amatra 21 - Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região
(40.986.218/0001-81).
4. Órgão: Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região/RN.
5. Relator: Ministro José Jorge
5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro Walton Alencar Rodrigues.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Recursos (Serur).
8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pedido de reexame interposto pela
Associação dos Magistrados do Trabalho da 21ª Região - Amatra 21 e Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho – Anamatra, contra o acórdão 1759/2013 - Plenário;
ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão plenária,
diante das razões expostas pelo relator, com fundamento nos arts. 32, 33 e 48 da Lei 8.443/1992, em:
9.1. conhecer do pedido de reexame para dar-lhe provimento parcial, para excluir dos
subitens 9.3.1.1, 9.3.1.2 e 9.3.1.3 a menção às ações ordinárias 96.009220-6, 97.00.00651-4,
97.00.00576-3 e 97.00.001887-3 e tornar sem efeito as determinações constantes dos subitens 9.3.2.1,
9.3.2.2, 9.3.2.3 e 9.3.5, todos do acórdão 1759/2013 – Plenário;
9.2. dar ciência dessa deliberação às recorrentes, ao Presidente do Tribunal Regional do
Trabalho da 21ª Região – TRT/RN, ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região –
TRT/CE e ao Presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região – TRT/PE.

10. Ata n° 33/2014 – Plenário.


11. Data da Sessão: 27/8/2014 – Ordinária.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.213/2003-9

12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2248-33/14-P.


13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Augusto Nardes (Presidente), Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler,
Aroldo Cedraz, Raimundo Carreiro, José Jorge (Relator) e Bruno Dantas.
13.2. Ministros-Substitutos presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Weder de Oliveira.

(Assinado Eletronicamente) (Assinado Eletronicamente)


JOÃO AUGUSTO RIBEIRO NARDES JOSÉ JORGE
Presidente Relator

Fui presente:

(Assinado Eletronicamente)
PAULO SOARES BUGARIN
Procurador-Geral

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