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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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RCL 60687 / MG
10/10/2022 e pelo Exmo. Ministro André Mendonça Reclamação
Nº 58.449/MG em 21/03/2023, na qual Cassaram o Acórdão que
excluía os juros de mora na fase pré-judicial, se manifestando a
autoridade reclamada contrária ao item 6 da decisão proferida
por esta Corte no julgamento das ADIs 5867 e 6021 e ADCS 58 E
59, fundamentando que ‘O excelso STF, na decisão exarada nas
ADC 58 e 59, com eficácia erga omnes e efeito vinculante, dispôs
expressamente que a correção monetária dos créditos trabalhistas far-
se-á mediante a aplicação do IPCA-E na fase pré-judicial e da taxa
SELIC (índice composto que engloba atualização monetária e juros) na
fase judicial. E, na esteira da mencionada decisão, não há falar em
incidência de juros de mora na fase pré-judicial. Isso porque, embora
tenha constado da ementa do julgado que, na fase pré-judicial, a
correção far-se-ia por meio da aplicação do IPCA-E acrescido dos juros
legais, na forma do art. 39, caput, da Lei 8.117/91, tal disposição não
constou da parte dispositiva do acórdão, levando à conclusão de que a
hipótese não passou pelo crivo do colegiado.’” (eDOC 1, pags. 2-3 –
ID: 006de086)
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tribunal ou garantir a autoridade das suas decisões, bem como contra ato
administrativo ou decisão judicial que contrarie súmula vinculante.
(CF/88, art. 103-A, § 3º)
No caso, o reclamante sustenta violação ao decidido por esta Corte
no julgamento conjunto das ADC 58, ADC 59, ADI 5.867 e ADI 6.021,
todas de minha relatoria, no qual o Plenário desta Corte, conferindo
interpretação conforme à Constituição ao art. 879, § 7º, e ao art. 899, § 4º,
da CLT, na redação dada pela Lei 13.467 de 2017, determinou, até que
sobrevenha solução legislativa, a aplicação dos mesmos índices de
correção monetária e de juros vigentes para as condenações cíveis em
geral, quais sejam, a incidência do IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir
da citação, a incidência da taxa SELIC. A propósito, transcrevo ementa
desse julgado:
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13.467, DE 2017. MODULAÇÃO DE EFEITOS. 1. A exigência
quanto à configuração de controvérsia judicial ou de
controvérsia jurídica para conhecimento das Ações
Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) associa-se não só à
ameaça ao princípio da presunção de constitucionalidade – esta
independe de um número quantitativamente relevante de
decisões de um e de outro lado –, mas também, e sobretudo, à
invalidação prévia de uma decisão tomada por segmentos
expressivos do modelo representativo. 2. O Supremo Tribunal
Federal declarou a inconstitucionalidade do art. 1º-F da Lei
9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009, decidindo
que a TR seria insuficiente para a atualização monetária das
dívidas do Poder Público, pois sua utilização violaria o direito
de propriedade. Em relação aos débitos de natureza tributária,
a quantificação dos juros moratórios segundo o índice de
remuneração da caderneta de poupança foi reputada ofensiva à
isonomia, pela discriminação em detrimento da parte
processual privada (ADI 4.357, ADI 4.425, ADI 5.348 e RE
870.947-RG – tema 810). 3. A indevida utilização do IPCA-E
pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
tornou-se confusa ao ponto de se imaginar que, diante da
inaplicabilidade da TR, o uso daquele índice seria a única
consequência possível. A solução da Corte Superior Trabalhista,
todavia, lastreia-se em uma indevida equiparação da natureza
do crédito trabalhista com o crédito assumido em face da
Fazenda Pública, o qual está submetido a regime jurídico
próprio da Lei 9.494/1997, com as alterações promovidas pela
Lei 11.960/2009. 4. A aplicação da TR na Justiça do Trabalho
demanda análise específica, a partir das normas em vigor para
a relação trabalhista. A partir da análise das repercussões
econômicas da aplicação da lei, verifica-se que a TR se mostra
inadequada, pelo menos no contexto da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), como índice de atualização dos débitos
trabalhistas. 5. Confere-se interpretação conforme à
Constituição ao art. 879, §7º, e ao art. 899, §4º, da CLT, na
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redação dada pela Lei 13.467, de 2017, definindo-se que, até que
sobrevenha solução legislativa, deverão ser aplicados à
atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à
correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça
do Trabalho os mesmos índices de correção monetária e de
juros vigentes para as hipóteses de condenações cíveis em geral
(art. 406 do Código Civil), à exceção das dívidas da Fazenda
Pública que possui regramento específico (art. 1º-F da Lei
9.494/1997, com a redação dada pela Lei 11.960/2009), com a
exegese conferida por esta Corte na ADI 4.357, ADI 4.425, ADI
5.348 e no RE 870.947-RG (tema 810). 6. Em relação à fase
extrajudicial, ou seja, a que antecede o ajuizamento das ações
trabalhistas, deverá ser utilizado como indexador o IPCA-E
acumulado no período de janeiro a dezembro de 2000. A partir
de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E mensal
(IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como
indexador, nos termos do art. 29, § 3º, da MP 1.973-67/2000.
Além da indexação, serão aplicados os juros legais (art. 39,
caput, da Lei 8.177, de 1991). 7. Em relação à fase judicial, a
atualização dos débitos judiciais deve ser efetuada pela taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia –
SELIC, considerando que ela incide como juros moratórios dos
tributos federais (arts. 13 da Lei 9.065/95; 84 da Lei 8.981/95; 39,
§ 4º, da Lei 9.250/95; 61, § 3º, da Lei 9.430/96; e 30 da Lei
10.522/02). A incidência de juros moratórios com base na
variação da taxa SELIC não pode ser cumulada com a aplicação
de outros índices de atualização monetária, cumulação que
representaria bis in idem. 8. A fim de garantir segurança jurídica
e isonomia na aplicação do novo entendimento, fixam-se os
seguintes marcos para modulação dos efeitos da decisão: (i) são
reputados válidos e não ensejarão qualquer rediscussão, em
ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória,
todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou
qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma
extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros
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de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e
executadas as sentenças transitadas em julgado que
expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no
dispositivo, a TR (ou o IPCA-E) e os juros de mora de 1% ao
mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase
de conhecimento, independentemente de estarem com ou sem
sentença, inclusive na fase recursal, devem ter aplicação, de
forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob
pena de alegação futura de inexigibilidade de título judicial
fundado em interpretação contrária ao posicionamento do STF
(art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5º e 7º, do CPC. 9. Os
parâmetros fixados neste julgamento aplicam-se aos processos,
ainda que transitados em julgado, em que a sentença não tenha
consignado manifestação expressa quanto aos índices de
correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou
simples consideração de seguir os critérios legais). 10. Ação
Declaratória de Constitucionalidade e Ações Diretas de
Inconstitucionalidade julgadas parcialmente procedentes”.
(Tribunal Pleno, DJe 7.4.2021; grifo nosso)
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acumulado no período de janeiro a dezembro de 2000. A partir
de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E mensal
(IPCA-15/IBGE), em razão da extinção da UFIR como
indexador, nos termos do art. 29, § 3º, da MP 1.973-67/2000.
Ainda quanto à fase extrajudicial, salienta-se que, além
da indexação, devem ser aplicados os juros legais definidos
no art. 39, caput, da Lei 8.177, de 1991, ou seja, a TRD
acumulada no período compreendido entre a data de
vencimento da obrigação e o seu efetivo pagamento. Note-se
que a discussão em torno do referido dispositivo dizia respeito
à sua aplicação analógica como disciplinadora da correção
monetária, à míngua de dispositivo legal específico trabalhista
antes do art. 879, § 7º, da CLT. Por outro lado, diante da clareza
vocabular do art. 39, caput, da Lei 8.177/91, não há como afastar
sua aplicação, louvando-se na menção aos juros no art. 883 da
CLT, na medida em que este último dispositivo consolidado
refere-se exclusivamente à fase processual, sem definir índice
ou percentual dos juros, até porque o objeto do comando é a
penhora como fase da execução”. (Grifei)
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mediante a aplicação do IPCA-E na fase pré-judicial e da taxa
SELIC (índice composto que engloba atualização monetária e
juros) na fase judicial.
E, na esteira da mencionada decisão, não há falar em
incidência de juros de mora na fase pré-judicial. Isso porque,
embora tenha constado da ementa do julgado que, na fase pré-
judicial, a correção far-se-ia por meio da aplicação do IPCA-E
acrescido dos juros legais, na forma do art. 39, caput, da Lei
8.117/91, tal disposição não constou da parte dispositiva do
acórdão, levando à conclusão de que a hipótese não passou
pelo crivo do colegiado.
E, vale frisar, a disposição contida no artigo 39, ‘caput’, da
Lei 8.177/91 tampouco sustenta o cômputo de juros em lapso
anterior ao ajuizamento da ação. E assim é, porque tal
dispositivo, embora mencione juros de mora, trata,
verdadeiramente, de correção monetária. Tanto, que determina
a incidência da Taxa de Referência, cuja inconstitucionalidade
foi pronunciada no âmbito das ADC 58 e 59. Logo, inexistindo
termo na obrigação de natureza civil para constituir o devedor
em mora, deve-se, antes, proceder ao ajuizamento da ação (ou,
no mínimo interpelação extrajudicial), consoante dispõe o
parágrafo único do art. 397 do Código Civil Brasileiro. Somente
a partir de então incidem os juros de mora. Nesse sentido,
também, a Súmula 163 do Excelso STF.
(...)
Noutro giro, o reclamante requer a reforma para que seja
aplicada a taxa SELIC composta na fase judicial
Na esteira da decisão do STF (ADC 58 e 59) e do art. 406
do CCB, a taxa SELIC aplicável aos débitos trabalhistas
corresponde àquela vigente para atualização dos débitos
devidos à Fazenda Nacional e que adota como metodologia de
apuração a capitalização de forma simples. Nesse sentido, a
seguinte ementa de julgado deste Regional:
(...)
Saliento, por relevante, que a taxa SELIC simples, que é
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utilizada no sistema do PJe-Calc, a despeito de ser um índice
composto (engloba correção monetária e juros), contém juros
simples, ao passo que a SELIC composta tem aplicação de juros
compostos, ou seja, de juros sobre juros, sendo vedada a
aplicação por caracterizar anatocismo. Nesse sentido, a Súmula
121 do STF.
Diante do exposto, nego provimento ao recurso do autor e
dou provimento ao da reclamada para declarar que na fase pré-
judicial não há aplicação de ‘juros simples TRD’.” (eDOC 5, pp.
3-4 – ID: a38cbf69)
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indexação, serão aplicados os juros legais (art. 39, caput, da
Lei 8.177, de 1991). 2. O ato reclamado determinou que, para a
atualização dos créditos decorrentes da condenação judicial,
devem ser aplicados o IPCA-E na fase pré- judicial, acrescidos
os juros legais, na forma do art. 39, caput, da Lei 8.177/91, e, a
partir do ajuizamento da ação, a taxa Selic (juros e correção
monetária). Conclui-se, portanto, que se encontra em
harmonia com os precedentes desta CORTE. 3. Nessas
circunstâncias, em que o órgão jurisdicional reclamado seguiu
os parâmetros indicados no julgamento da referida ação
declaratória de constitucionalidade, quanto aos consectários
legais aplicáveis à espécie, é inviável a presente reclamação. 4.
Recurso de Agravo a que se nega provimento”. (Rcl 52.842-
AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, DJe
19.5.2022; grifo nosso)
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por cento) sobre o valor atualizado da causa, se unânime a
votação”. (Rcl 52.729 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Primeira
Turma, DJe 20.9.2022; grifo nosso)
Comunique-se. Publique-se.
Brasília, 30 de junho de 2023.
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