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Direito Administrativo

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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof. Franciele Kühl

Sumário

1. Introdução ao Direito Administrativo ........................................................................................ 5


1.1 Conceito e origem do direito administrativo ........................................................................... 5
1.2 Características do Direito Administrativo ............................................................................... 7
1.3 Estado e a atividade administrativa........................................................................................ 8
1.4 Conceito de Administração Pública...................................................................................... 11
1.4.1 Objeto do Direito Administrativo ........................................................................................ 13
1.5 Sistema adotado .................................................................................................................. 15
1.6 Fontes do direito administrativo ........................................................................................... 16
1.7 Princípios do direito administrativo....................................................................................... 18
1.7.1 Supremacia do interesse público ...................................................................................... 18
1.7.2 Indisponibilidade do interesse público............................................................................... 18
1.7.3 Princípios da Administração: art. 37, caput da CF/88 ....................................................... 19
1.7.3.1 Princípio da legalidade ................................................................................................... 19
1.7.3.2 Princípio da impessoalidade .......................................................................................... 19
1.7.3.3 Princípio da moralidade ................................................................................................. 20
1.7.3.4 Princípio da publicidade ................................................................................................. 20
1.7.3.5 Princípio da eficiência .................................................................................................... 20
1.7.4 Princípio da autotutela ...................................................................................................... 20
1.7.5 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade ................................................................ 21
1.7.6 Princípio da ampla defesa e do contraditório .................................................................... 21
1.7.7 Princípio da continuidade da prestação do serviço público............................................... 21
1.7.8 Princípio da motivação ...................................................................................................... 21
1.7.9 Princípio da sindicabilidade ............................................................................................... 21

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1.8 Quadro resumo .................................................................................................................... 22


Referências: ............................................................................................................................... 25

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em Abril de 2023.

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1. Introdução ao Direito Administrativo

Prof. Franciele L. Kühl


@prof.frankuhl

1.1 Conceito e origem do direito administrativo


Como um ramo autônomo, o direito administrativo nasceu no final do século XVIII e
início do século XIX, isso não significa que ele não existia antes, pois já fazia parte do jus civile
(direito romano). O direito administrativo nasceu juntamente com o direito constitucional e outros
ramos do direito público a partir do momento que começou a ser desenvolvido o conceito de
Estado de Direito, na fase do Estado Moderno, estruturado sobre o princípio da legalidade e
sobre o princípio da separação dos poderes (DI PIETRO, 2019, p. 01-02), Princípio da Tripartição
dos Poderes de Montesquieu. Direito Administrativo nasceu das Revoluções que acabaram com
o velho regime absolutista da Idade Média (DI PIETRO, 2022, p. 33).
Os Estados eram governados por soberanos, os quais ditavam as regras e também jul-
gavam a partir das suas próprias regras. A partir do século XVI e XVII, pensamentos de limitação
de poder advindos de John Locke e Montesquieu, surgem novas ideias de limitação àqueles que
exercem o poder.

Atenção!

No Brasil, no período imperial já havia divisão de funções entre os Poderes Legislativo,


Judiciário, Executivo e Moderador, já existia, também, uma Administração Pública organizada,
mas o direito administrativo começou a se desenvolver a partir da criação da cadeira de Direito
Administrativo nos cursos jurídicos, instalada, em 1856, na Faculdade de Direito de São Paulo e
regida por José Antonio Joaquim Ribas (DI PIETRO, 2022).

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O direito administrativo é um ramo recente, pertence ao direito público. O direito é divi-


dido em dois grandes ramos, direito público e privado. A natureza jurídica do direito público é
regular os interesses da sociedade como todo, disciplinando as relações entre sociedade e o
Estado e a relação entre entidades e órgãos estatais. Uma característica marcante do direito
público é a desigualdade de relações, prevalecendo o interesse público sobre os interesses pri-
vado, o que veremos claramente no decorrer das aulas. Já o direito privado tem a função de
regular os interesses particulares.
São de direito público os seguintes ramos: direito administrativo, direito constitucional,
direito tributário, processo penal, direito penal, direito eleitoral, direito ambiental, direito econô-
mico, direito financeiro, direito internacional, processo civil e processo do trabalho. Veja, o direito
civil, direito empresarial e direito do trabalho são ramos do direito privado!
Conceito de Direito Administrativo: Há vários autores que trabalham com os elementos
e critérios que definem o que é direito administrativo (critério legalista, escola do serviço público,
critério das relações jurídicas, critérios teleológico ou finalístico, negativo ou residual), mas aqui
vamos trabalhar os conceitos dos doutrinadores mais conhecidos e cobrados:

a) Para Di Pietro (2019, p. 69): ramo do direito público que tem


por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que
integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa
que exerce e os bens e meios de que se utiliza para a consecução de
seus fins, de natureza pública.

b) Para Celso Antônio Bandeira de Mello (2009, p. 37): é o ramo do


direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos
que a exercem.

c) Para José dos Santos Carvalho Filho (2019, p. 8): é o con-


junto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público,
regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre
estes e as coletividades a que devem servir.

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d) Para Hely Lopes Meirelles (1997, p. 40): no conjunto harmônico


dos princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públi-
cas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo
Estado.

Sintetizando com expressões chaves para você identificar e marcar corretamente na sua
prova:

*Para todos verem: esquema.

Maria Sylvia Zanella Atividade jurídica não


Di Pietro contenciosa

Bandeira de Mello Função administrativa

Direito administrativo
José dos Santos
Relações jurídicas
Carvalho Filho

Hely Lopes Meirelles Elemento finalístico

1.2 Características do Direito Administrativo


De acordo com Jean Rivero, três características podem ser identificadas no ramo do
direito administrativo francês:
1) Direito administrativo é um ramo recente: desenvolveu-se a partir do século XIX.
2) Direito administrativo não codificado: na França, assim como no Brasil, direito admi-
nistrativo não está unificado em um código próprio, está disciplinado em leis esparsas.
3) Direito administrativo é largamente jurisprudencial: de acordo com o sistema francês
do contencioso administrativo, diferente do modelo adotado pelo Brasil. Na França as causas
que envolvem a Administração Pública não são julgadas pelo Poder Judiciário, mas sim por um
complexo autônomo de órgãos administrativos (contencioso administrativo ou jurisdição admi-
nistrativa), instituindo, assim, o sistema da dualidade de jurisdição. No Brasil não existe este
contencioso administrativo, já que as causas são decididas pelo Poder Judiciário, seguindo, as-
sim o modelo inglês da jurisdição única.

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No Brasil as características são um pouco diferentes:


1) Direito administrativo é um ramo recente;
2) Direito administrativo não codificado;
3) Direito administrativo adota o modelo inglês de jurisdição como forma de controle da
Administração, assim, a influência da jurisprudência é parcial, eis que trata-se, como regra, de
fonte secundária, sua influência é indicativa. Diferente do sistema norte-americano do stare de-
cisis, onde as decisões judiciais criam precedentes com força vinculantes para caso futuros (com-
mon law), no Brasil, a regra é que a jurisprudência é indicativa, apenas súmula vinculante (art.
103-A, da CF) seria, de fato, vinculante.

Atenção!

No Brasil o direito administrativo não é jurisprudencial, nem contencioso administrativo,


como no sistema Francês; No Brasil não se aplica o princípio do stare decisis, isto é, decisões
judiciais são indicativas, não precedentes vinculantes, como no sistema norte-americano.

Curiosidade: a autonomia do direito administrativo começou a ser conquistas a partir do


famoso caso BLANCO, ocorrido em 1873, que envolveu a menina (Agnès Blanco) que, ao atra-
vessas uma rua francesa de Bordeaux, foi colhida por uma vagonete da Companhia Nacional de
Manufatura de Fumo (CRETELA JUNIOR, 1970). A doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro
dedica em sua obra a retratação de cases e contribuições do direito administrativo francês para
construção do direito administrativo brasileiro.
O direito administrativo brasileiro sofreu várias grandes influências do direito alienígena,
em especial do francês e italianos, posteriormente do alemão, todos com base romanística, mas
também adotou institutos originários do sistema common law (DI PIETRO, 2022, p. 52).

1.3 Estado e a atividade administrativa


O Estado é a pessoa jurídica soberana, formada pelos elementos povo, território e go-
verno soberano. O Estado (com letra maiúscula) é um ente personalizado, ou seja, é uma pessoa
jurídica capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. De acordo com a Cons-
tituição Federal, a República Federativa do Brasil compreende a União, estados-membros, Dis-
trito Federal e municípios, cada ente federado dotado de personalidade jurídica e autonomia
política (art. 18, da Constituição Federal).

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O Estado, embora uno, indivisível e indelegável, ele desdobra-se em três funções: legis-
lativa, executiva e jurisdicional. Essa separação de três Poderes, concebidas por Montesquieu,
é adotada pela Constituição Federal, mas de forma flexível, isto é, cada um dos Poderes não
está limitado a exercer as funções que lhe sejam típicas (normais ou ordinárias), exercendo tam-
bém atividades atípicas (anormais ou extraordinárias). No quadro a seguir podemos compreen-
der melhor essas funções:

* Para todos verem: esquema demonstrando as atividades típicas e atípicas dos três poderes (legislativo,
judiciário e executivo).

Poder Legislativo
•Função típica: produção de regras gerais e abstratas (as leis) e de fiscalizar
o Poder Executivo.
•Função atípica: funções administrativas como gestão de bens, pessoal e
serviços; ou jurisdicional como o julgamento de crimes de responsabilidade.

Poder Judiciário
•Função típica: solução de conflitos e aplicação da lei.
•Função atípica: funções administrativas como gestão de bens, pessoal e
serviços; legislativa na elaboração de regimentos internos.

Poder Executivo
•Fução típica: satisfação das necessidades coletivas mediante atos concretos,
a função administrativa.
•Função atípica: função legislativa quando expede medida provisória, dá início
a projeto de lei;

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Os entes federados são pessoas jurídicas de direito público, nos moldes do artigo 41 do
Código Civil, assim como outras entidades administrativa (autarquias, fundações públicas de di-
reito público e os consórcios públicos de direito público, também denominados de associações
públicas), que também executam atividade de Estado, mas de forma indireta. Há, ainda, outras
entidades administrativas, mas de personalidade de direito privado, que também podem executar
atividades administrativas do Estado (atividade em que o direito administrativo preocupa-se em
regular), são as empresas públicas, sociedade de economia mista, fundações públicas de direito
privado e consórcios públicos de direito privado.

Assim, vejamos o esquema a seguir que trata sobre a administração pública indireta,
entidades que executam atividade administrativa por descentralização:

* Para todos verem: esquema diferenciando a administração direta e indireta.

Pessoas/entidades políticas; ou

Administração Direta Entes federados


Pessoa Jurídicas de Direito
Público

Autarquias
Pessoas jurídicas da
Administração
Pública Pessoas Jurídica de Fundações Públicas de Direito
Direito Público Público

Associações Públicas
Administração Indireta
Fundações Públicas de Direito
Privado

Sociedade de Economia Mista


Pessoas Jurídicas de
Direito Privado
Empresa Pública

Consórcios Públicos de Direito


Privado

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1.4 Conceito de Administração Pública


O conceito de Administração Pública pode variar para cada autor administrativa. Aqui
adotaremos a posição da doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2022, p. 95-96). Para a
doutrinadora dois são os sentidos em se utilizar a expressão Administração Pública
1) em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a ati-
vidade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de
exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa;

2) em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade


exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função admi-
nistrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

*Para todos verem: esquema.

Quem?

Sentido subjetivo,
formal ou orgânico
Órgãos, entidades e agentes
públicos
Administração
Pública
O que é?

Sentido objetivo,
material ou
funcional Atividade administrativa: de
fomento, polícia administrativa,
serviço público e intervenção.

Embora a doutrinadora reconheça que autores podem trazer diferentes conceitos a partir
da ideia de que administrar compreende planejar e executar:
1) em sentido amplo, a Administração Pública, subjetivamente considerada, compre-
ende tanto os órgãos governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos quais incumbe
traçar os planos de ação, dirigir, comandar, como também os órgãos administrativos, subordina-
dos, dependentes (Administração Pública, em sentido estrito), aos quais incumbe executar os
planos governamentais; ainda em sentido amplo, porém objetivamente considerada, a Adminis-
tração Pública compreende a função política, que traça as diretrizes governamentais e a função
administrativa, que as executa;

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2) em sentido estrito, a Administração Pública compreende, sob o aspecto subjetivo,


apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa,
excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política.

*Para todos verem: esquema.

Atividade de elaboração e
execução de políticas públicas
Sentindo amplo
Agentes políticos e agentes
administrativos
Administração
Pública
Apenas a atividade de
execução de políticas públicas
Sentido estrito
Apenas agentes
administrativos

Para José Cretella Júnior (1995, p. 17):


• Residual: tudo que não for atividade típica do Poder Legislativo e do Poder Judiciário,
é Administração Pública.
• Subjetivo ou formal: é o complexo orgânico que responde às funções administrativas.
• Material ou objetivo: consiste na atividade concreta do Estado para suprir as necessi-
dades coletivas.

Para Hely Lopes Meirelles (1997, p. 61):


• Sentindo formal: é o conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos
do governo.
• Material: é o conjunto de funções necessárias aos serviços públicos em geral;
• Operacional: é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços pró-
prios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade.
• Visão global: a administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado
à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas.

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1.4.1 Objeto do Direito Administrativo


O Brasil não adotou o sistema francês de controle, mas foi muito influenciado pelas de-
cisões do contencioso da França. Pois como a França possui um conjunto independente de ór-
gãos administrativos que decidem os assuntos de interesse da Administração Pública, na França
foi fundamental identificar um critério capaz de estabelecer os assuntos que seriam de compe-
tência do Poder Judiciário e o que seria julgado do contencioso administrativo (jurisdição admi-
nistrativa). Assim, no direito Francês houve grandes esforços para conceituar o direito adminis-
trativo e identificar o seu objeto. O que influenciou o nosso direito administrativo.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho (2022, p. 51) “Na França, prevaleceu a ideia
de que o objeto desse Direito consistia nas leis reguladoras da Administração. No direito italiano,
a corrente dominante o limitava aos atos do Poder Executivo. Outros critérios foram ainda apon-
tados como foco do Direito Administrativo, como o critério de regulação dos órgãos inferiores do
Estado e o dos serviços públicos. À medida, porém, que esse ramo jurídico se desenvolvia, ve-
rificou-se que sua abrangência se irradiava para um âmbito maior, de forma a alcançar o Estado
internamente e a coletividade a que se destina”.
Segundo Diogenes Gasparini (2011, p. 18-), seis são os critérios para definição do objeto
Direito Administrativo:
1) Corrente legalista, empírica, exegética ou caótica: defendida por De Gérando e
Macarel, entre outros, define o Direito Administrativo como o conjunto de leis administrativas
(leis, decretos, regulamentos) vigente num dado momento. Segundo Di Pietro, “Os doutrinadores
limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base principalmente na jurispru-
dência dos Tribunais administrativos, formando a chamada Escola Exegética, Legalista, Empírica
ou Caótica”. O conceito não satisfaz, pois o direito administrativo não é apenas textos jurídicos.
2) Critério do Poder Executivo: como defende Meucci, o Direito Administrativo é o con-
junto de regras jurídicas que disciplinam os atos do Poder Executivo. O conceito, por levar em
conta somente os atos desse Poder, é inaceitável, pois atos administrativos também são prati-
cados por órgãos de outros poderes.
3) Critério de relações jurídicas: cujos defensores são, entre outros, Laferrière e Otto
Mayer, o Direito Administrativo é o conjunto de regras jurídicas que disciplinam o relacionamento
da Administração Pública com os administrados. Não é conceito de grande valia. De fato, idên-
ticas relações existem no Direito Constitucional e no Direito Processual. Pouco circunscreve ou
explica.

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4) Critério do serviço público: utilizado por Gaston Jèze e Duguit, entre outros, para
definir o Direito Administrativo como sendo a disciplina jurídica que regula a instituição, a orga-
nização e o funcionamento dos serviços públicos e o seu oferecimento aos administrados, tam-
bém é insatisfatório, pois a locução serviço público integra o conceito sem estar definida.
5) Critério teleológico ou finalístico: defendido por Orlando, conceitua o Direito Admi-
nistrativo como o sistema de princípios que regulam a atividade do Estado para o cumprimento
de seus fins. Tal conceito é criticável por oferecer expressões não definidas (atividade do Estado)
e por trazer à baila a discussão dos fins do Estado.
6) Critério negativista ou residual: O critério negativista, preconizado por Fleiner e Ve-
lasco, define o Direito Administrativo como o ramo do Direito que regula toda a atividade estatal
que não seja legislativa e jurisdicional.

Não há um consenso do critério para definição do objeto do direito administrativo. A cor-


rente majoritária administrativista brasileira adota da tendência alemã, chama-se critério téc-
nico-científico: sua construção doutrinária passou a ser feita de forma muito mais sistemática e
científica com a preocupação de definir os seus institutos específicos e princípios informativos.
Na França, sem abandonar-se o apego à análise da jurisprudência do Conselho de Estado, os
autores passaram a sistematizar a matéria de Direito Administrativo, como se observa pelas
obras de Georges Vedel, Jean Rivero, André de Laubadère, dentre outros. No direito brasileiro,
esse tem sido o método preferido pelos doutrinadores do Direito Administrativo, como se verifica
pelas obras de Mário Masagão, Themístocles Brandão Cavalcanti, José Cretella Júnior, Oswaldo
Aranha Bandeira de Mello, Celso Antônio Bandeira de Mello, dentre outros (DI PIETRO, 2022,
P. 74).
Para Hely Lopes Meirelles, de acordo critério da Administração Pública, seria o conjunto
de princípios e normas que regem a Administração Pública e a relação destas com os adminis-
trados. Ele apresenta a seguinte definição: “O direito administrativo brasileiro sintetiza-se no con-
junto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas
tendentes a realizar concreta, direito e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Tal critério
é muito utilizado pela doutrina contemporânea.

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Corrente legalista, empírica, Conjunto de leis de determinado ordenamento jurídico.


exegética ou caótica
Critério do Poder Executivo Conjunto de leis e demais normas para regulamentar o Poder Executivo.
Critério de relações jurídicas Relações travadas entre a Administração Pública e os particulares.
Critério do serviço público Conjunto de atividades classificadas como serviço público.
Critério teleológico ou fina- Sistema de princípios que regulam a atividade do Estado para cumprimento dos
lístico seus fins.
Critério negativista O objeto é obtido por meio de exclusão, após a retirada das atividades legisla-
ou residual tiva e judicial.
A doutrina preocupou-se com a definição dos institutos específicos e princípios
Critério técnico-científico
informativos do direito administrativo.
Critério da Administração Conjunto de princípios e normas que regem a Administração Pública e relação
Pública desta com os administrados.

1.5 Sistema adotado


Sistema, conforme ensina Hely Lopes Meireles, “entende-se o regime adotado pelo
Estado para correção dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público
em qualquer dos seus departamentos de governo”, ou seja, é a forma adotada pelo Estado para
solucionar litígios. Dentre o sistema francês e inglês de controle, embora com suas diferenças, o
sistema brasileiro segue o sistema inglês, de jurisdição una, ou seja, controle judicial:
1) Sistema francês: dualidade de jurisdição, justiça administrativa, formada por tribunais
administrativos, e jurisdição comum, formada pelos órgãos do Poder Judiciário, para resolver os
demais litígios.
2) Sistema inglês: litígios de natureza administrativa podem ser levados para o Poder
Judiciário. Sistema adotado pelo Brasil, com base no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal,
“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Todavia, no
Brasil, o sistema não afasta por absoluto a capacidade da Administração de resolver ou controlar
seus próprios atos.

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*Para todos verem: esquema.

Sistema francês ou Tribunal de índole administrativa, isto é, não ocorre


contencioso apreciação judicial dos atos da Administração.
administrativo ou
dualidade de
jurisdição
Não adotado pelo Brasil

Sistema/regime O controle é judicial; Criação de precedentes.


Sistema inglês ou
jurisdição una/única
(common law)
Adotado pelo Brasil

O controle pode ser judicial, que é o único que pode


Sistema Brasileiro:
finalizar conflitos através da coisa julgada.

Lembre-se, embora o Brasil adote o sistema inglês, é possível que um ato seja contro-
lado, fiscalizados, anulado/revogado pela própria Administração, no seu poder de autotutela. O
que não impede, também, de apreciação judicial, eis que na esfera administrativa não se faz
coisa julgada, possibilitando, assim, a apreciação judiciária a qualquer momento, sem esgota-
mento das vias administrativas.

1.6 Fontes do direito administrativo


Quanto as fontes do direito administrativo, nem sempre é na lei que vamos encontrar
uma regra do direito administrativo. Isto é, as fontes do direito administrativo não são unicamente
oriundas da legislação. Alguns administrativistas definem como quatro as fontes, outros referem-
se a cinco fontes. Podemos encontrar nesse ramo do direito: a norma ou lei (Constituição Federal
e legislação infraconstitucional), a jurisprudência, a doutrina, os costumes, e, por fim, a práxis
administrativa.

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* Para todos verem: esquema diferenciando as fontes primárias (lei, princípios, decisões com efeitos vin-
culante) e as fontes secundárias (jurisprudência, doutrina, costume e práxis administrativa).

Constituição Federal

Primárias Lei Leis infraconstitucionais


Fontes

Jurisprudência Atos administrativos

Secundárias Doutrina

Costume

Lembre-se que a lei deve ser interpreta no sentido amplo, ou seja, em sentido lato, en-
globando a Constituição Federal, leis delegadas, leis complementares, emendas constitucionais,
todas leis infraconstitucionais de todos os níveis federativos. Inclusive, deve abranger os atos do
Poder Público, como regulamentos administrativos, estatutos funcionais, regimentos internos,
instruções, tratados internacionais, etc. Quando se fala em lei em sentido estrito, refere-se ape-
nas as leis capazes de inovar no ordenamento jurídico, dotadas de generalidade e abstração.
Não há dúvida de que a jurisprudência foi crescendo de importância no direito brasileiro,
não só para o Direito Administrativo, mas para todos os ramos do direito. Nos livros de doutrina,
nos trabalhos da advocacia, pública e privada, e mesmo nas decisões judiciais, nota-se preocu-
pação em mencionar precedentes judiciais, especialmente decisões emanadas do Superior Tri-
bunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ainda que estes não tenham caráter vinculante.
Já começam a surgir exemplos de decisões judiciais de observância obrigatória, não só
para o caso concreto analisado (quebrando o princípio de que a sentença faz lei apenas entre
as partes), mas para todos os casos futuros iguais; são as hipóteses de sentenças com efeito
erga omnes, como ocorre nas ações coletivas, na ação popular, na ação civil pública, no man-
dado de segurança coletivo (DI PIETRO, 2019, p. 57).

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Segundo Maria Helena Diniz, jurisprudência é “o conjunto de decisões e constantes dos


tribunais, resultantes da aplicação de normas a casos semelhantes, constituindo uma norma ge-
ral aplicável a todas as hipóteses similares ou idênticas” (p. 295). A regra é que a jurisprudência
não vincula, todavia, a Súmula Vinculante, conforme o artigo 103-A, da Constituição Federal,
vinculará. Neste caso, se uma decisão (ainda que administrativa) contrariar súmula vinculante,
caberá Reclamação. A própria lei de processo administrativo introduziu em seus artigos 56, §3º
e 64-B, da Lei de Processo Administrativo (Lei n. 9.784/99). A súmula vinculante só não vincula
o próprio Supremo, nem o Poder Legislativo.

Observações!

Pelo fato da súmula vinculante inovarem no ordenamento jurídico são consideradas fontes
primárias do Direito Administrativo. Assim, a jurisprudência (por não inovar no ordenamento jurí-
dico) é considerada fonte secundária, todavia, a súmula vinculante é considerada fonte primária.

1.7 Princípios do direito administrativo


1.7.1 Supremacia do interesse público
A partir desse princípio presume-se que toda atuação do Estado deve ser pautada pela
vontade da sociedade, o bem-estar coletivo e não subordinada aos interesses pessoais ou pri-
vados. Esse princípio deve ser observado desde a elaboração da lei, quanto ao momento de sua
execução.

1.7.2 Indisponibilidade do interesse público


Celso Antônio Bandeira de Mello1, conceitua como: Significa que sendo interesses qua-
lificados como próprios da coletividade – internos ao setor público – não se encontram à livre
disposição de quem quer que seja, por inapropriáveis. O próprio órgão administrativo que os
representa não tem disponibilidade sobre eles, no sentido de que lhe incumbe apenas curá-los
– o que é também um dever – na estrita conformidade do que dispuser a intentio legis.

1
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

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1.7.3 Princípios da Administração: art. 37, caput da CF/88


O artigo 37, caput, da Constituição Federal traz os principais
L EGALIDADE
princípios norteadores do direito administrativo: legalidade, impesso-
I MPESSOALIDADE alidade, moralidade, publicidade e eficiência (este último acrescen-
M ORALIDADE tado pela Emenda Constitucional n. 19/1998). Note que estes princí-
P UBLICIDADE pios estão no Capítulo VII da Constituição Federal, capítulo que trata

E FICIÊNCIA “Da Administração Pública”, ou seja, sua previsão neste capítulo é um


indicativo da obrigatoriedade de serem observados por todos os po-
deres em suas atividades administrativas.

1.7.3.1 Princípio da legalidade


A lei impõe deveres aos homens e, também, limita a atuação do Estado. Assim, quando
não houver previsão legal, não há possibilidade de atuação da Administração Pública. Atos que
violam a lei podem ser invalidados ou anulados pela Administração Pública, diante do seu poder
de autotutela ou, então, pelo Poder Judiciário (desde que provocado). Ainda que por vezes en-
contraremos possibilidades de uma atuação discricionária do administrador, essa discricionarie-
dade ocorrerá no limite da lei.

1.7.3.2 Princípio da impessoalidade


Corresponde à atuação da Administração Pública com critérios objetivos e não pessoais,
não pode ser relevante para a pessoa, mas para o interesse coletivo. Exemplos: Vedada a pro-
paganda do governo em obras (Art. 2º, III, da Lei 9.784/1999 e art. 37, §1º, da Constituição
Federal); Vedada a remoção por punição; Está ligado também com o princípio da isonomia, onde
o próprio artigo 37, II, da CF, impõe o dever da realização de concurso público como condição
para ingresso em cargo efetivo ou emprego público; O artigo 37, inciso XXI, que exige a licitação
para assegurar igualdade entre todos os concorrentes; Vedação ao nepotismo: Súmula vincu-
lante nº 13; Regras de impedimentos e suspeição no Processo Administrativo, dispostas no artigo
18 a 21, da Lei n. 9.784/99; Dever de observar as regras de precatórios estabelecidas no artigo
100 da Constituição Federal.

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1.7.3.3 Princípio da moralidade


A atuação da Administração Pública deve pautar na honestidade, boa-fé, probidade e
não corrupção. A moralidade administrativa não se trata de um exame de oportunidade e conve-
niência, mas uma análise de legitimidade, ou seja, um ato praticado em desacordo com a moral
é nulo e não meramente inoportuno ou inconveniente.

1.7.3.4 Princípio da publicidade


Corresponde ao dever de promover o acesso à informação como condição necessária
para exercer a democracia, afinal, é através da publicidade dos atos que a sociedade pode con-
trolar o Poder Público. A publicidade também é condição para eficácia dos atos administrativos,
pois é com a publicidade que atos passam a ter efeitos externos. A publicidade também diz
respeito a exigência de transparência. Neste ponto importantíssimo salientar a Lei de Acesso à
Informação (LAI), Lei n. 12.527/2011.

1.7.3.5 Princípio da eficiência


Segundo a doutrina, ele pode ser descrito sob duas perspectivas:
1) Da atuação do servidor público espera-se o melhor desempenho possível de suas
atribuições, a fim de obter melhores resultados.
2) Quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a adm. pub., deve ser o mais
racional possível, com intuito de alcançar melhores resultados.
Bem, até aqui vimos os principais dos princípios, os mais cobrados pelas bancas de
concurso. Agora passamos a estudar outros, que também são importantes.

1.7.4 Princípio da autotutela


Possibilita a Administração Pública controlar seus próprios atos, apreciando tanto o mé-
rito, quanto a legalidade. Assim, atos inoportunos e/ou inconvenientes podem ser revogados, já
os atos ilegais poderão ser anulados.

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1.7.5 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade


Não estão expressos na Constituição Federal, são princípios implícitos, contudo expres-
sos na legislação infraconstitucional. Razoabilidade e proporcionalidade correspondem a neces-
sidade e adequação, a Administração Pública deve ter uma atuação equilibrada, sensata, sem
incorrer em abusividade.

1.7.6 Princípio da ampla defesa e do contraditório


Corresponde ao direito de saber e poder se manifestar sobre as alegações. Art. 5º, LV,
da Constituição Federal, trata sobre o princípio: “aos litigantes, em processo judicial ou adminis-
trativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
e recursos a ela inerentes”.

1.7.7 Princípio da continuidade da prestação do serviço público


Tal princípio estabelece que os serviços públicos, prestados pela Administração Direta,
Indireta ou Particulares em colaboração (que prestam serviço público através da delegação),
devem ser ininterruptos, essa é a regra. Todavia, o artigo 6º, §3º, da Lei n. 8.987/95 traz hipóte-
ses em que a continuidade da prestação do serviço pode ser interrompida: “§ 3º Não se carac-
teriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após
prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações;
e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade”.

1.7.8 Princípio da motivação


A Administração Pública age alterando o mundo jurídico através de atos administrativos,
esses atos administrativos devem ter a indicação dos fundamentos de fato e direito das suas
decisões. A sua obrigatoriedade existe tanto em atos vinculados, quanto nos atos discricionários.

1.7.9 Princípio da sindicabilidade


Ele possibilita que, frente a qualquer lesão ou ameaça à direito, seja o ato levado à apre-
ciação, para sofrer controle.

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1.8 Quadro resumo

Direito Administrativo é um ramo autônomo que nasceu no final do século


Origem
XVIII e início do século XIX.
Direito administrativo pertence ao ramo do direito público
→ direito administrativo
→ direito constitucional
→ direito tributário
→ processo penal
→ direito penal
→ direito eleitoral
Direito público:
Ramo autô- → direito ambiental
nomo → direito econômico
→ direito financeiro
→ direito internacional
→ processo civil
→ processo do trabalho.
→ direito civil
Direito privado → direito empresarial
→ direito do trabalho.
Ramo do direito público que tem por objeto os órgãos,
agentes e pessoas jurídicas administrativas que inte-
gram a Administração Pública, a atividade jurídica não
Di Pietro
contenciosa que exerce e os bens e meios de que se
Conceito de
utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pú-
direito admi-
blica.
nistrativo
Celso Antônio Ramo do direito público que disciplina a função admi-
Bandeira de Mello nistrativa, bem como pessoas e órgãos que a exercem
José dos Santos Direito Administrativo: é o conjunto de normas e princí-
Carvalho Filho pios que, visando sempre ao interesse público, regem

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as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Es-


tado e entre estes e as coletividades a que devem ser-
vir.
Direito Administrativo: no conjunto harmônico dos prin-
Hely Lopes Meirel- cípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as
les atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta
e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
1) Direito administrativo é um ramo recente;

Característi-
2) Direito administrativo não codificado;
cas do direito
administrativo
3) Direito administrativo adota o modelo inglês de jurisdição como forma de
brasileiro
controle da Administração, assim, a influência da jurisprudência é parcial, eis
que trata-se, como regra, de fonte secundária, sua influência é indicativa.
Defendida por De Gérando e Macarel, entre outros, de-
Corrente legalista,
fine o Direito Administrativo como o conjunto de leis ad-
empírica, exegé-
ministrativas (leis, decretos, regulamentos) vigente num
tica ou caótica
dado momento.
Como defende Meucci, o Direito Administrativo é o con-
Critério do Poder
junto de regras jurídicas que disciplinam os atos do Po-
Executivo
der Executivo.
Objeto do di-
Cujos defensores são, entre outros, Laferrière e Otto
reito adminis-
Critério de rela- Mayer, o Direito Administrativo é o conjunto de regras
trativo
ções jurídicas jurídicas que disciplinam o relacionamento da Adminis-
tração Pública com os administrados.
Utilizado por Gaston Jèze e Duguit, entre outros, para
definir o Direito Administrativo como sendo a disciplina
Critério do serviço
jurídica que regula a instituição, a organização e o fun-
público
cionamento dos serviços públicos e o seu oferecimento
aos administrados.

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Defendido por Orlando, conceitua o Direito Administra-


Critério teleológico
tivo como o sistema de princípios que regulam a ativi-
ou finalístico
dade do Estado para o cumprimento de seus fins.
O critério negativista, preconizado por Fleiner e Ve-
Critério negativista lasco, define o Direito Administrativo como o ramo do
ou residual Direito que regula toda a atividade estatal que não seja
legislativa e jurisdicional.
A corrente majoritária administrativista brasileira adota
da tendência alemã, chama-se critério técnico-cientí-
Critério técnico-ci- fico: sua construção doutrinária passou a ser feita de
entífico forma muito mais sistemática e científica com a preocu-
pação de definir os seus institutos específicos e princí-
pios informativos.
Critério da Admi- Conjunto de princípios e normas que regem a Adminis-
nistração Pública tração Pública e relação desta com os administrados.
1) Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exer-
cem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e
agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se triparte
Administração
a atividade estatal: a função administrativa;
Pública – Di
2) Em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da ati-
Pietro
vidade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pú-
blica é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao
Poder Executivo.
Contencioso administrativo, dualidade de jurisdição: tri-
Francês
bunal administrativo e justiça comum.
Sistema Inglês Jurisdição única: controle judicial.
Adota o sistema inglês, pois o Judiciário pode realizar
Brasil
controle dos atos da Administração Pública.
Lei (Constituição Federal, normas infraconstitucionais e
Primárias
atos administrativos)
Fontes
Jurisprudência
Secundária
Doutrina

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Costumes
Princípios ba- Supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público.
silares
L Legalidade
Princípios I Impessoalidade
constitucio- M Moralidade
nais P Publicidade
E Eficiência
Autotutela
Razoabilidade e proporcionalidade
Outros princí-
Ampla defesa e contraditório
pios estuda-
Continuidade do serviço público
dos
Motivação
Sindicabilidade

Referências:
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 26. ed. São
Paulo: Malheiros, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 30. ed. São
Paulo: Atlas-Gen, 2019.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 30. ed. rev. atual e apl. Rio de
Janeiro: Forense, 2017.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 33. ed. rev. atual e apl. Rio de
Janeiro: Forense, 2020.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 22. ed. São Paulo: Malheiros,
1997.MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 24. ed. São Paulo: Malheiros,
1999, p. 610.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003.

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