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Direito Administrativo
Direito Administrativo
Prof.ª Franciele Kühl
Prof. Matheus Carvalho
Prof.ª Maria Valentina de Moraes
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade.
Com carinho,
Equipe Ceisc. ♥
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Direito Administrativo
Direito Administrativo
Prof.ª Franciele Kühl
Prof. Matheus Carvalho
Prof.ª Maria Valentina de Moraes
Sumário
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco-
menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
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1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
2 CRETELLA JÚNIOR, J. Curso de direito administrativo. Edição revisada e atualizada de acordo com a constitui-
ção vigente. Rio de Janeiro: Forense, 1995, José. 1995. p. 17.
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3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 61.
4 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2019,
p. 73.
5 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2019,
p. 69
6 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p.
37.
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c) Para José dos Santos Carvalho Filho:7 é o conjunto de normas e princípios que,
visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas
e órgãos do Estado e entre estes e as coletividades a que devem servir.
d) Para Hely Lopes Meirelles:8 é o conjunto harmônico dos princípios jurídicos que
regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta,
direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
Poder Legislativo
* Função típica: produção Poder Executivo
Poder Judiciário
de regras gerais e abstratas * Função típica: satisfação
* Função típica: solução de
(as leis) e fiscalização do das necessidades coletivas
Poder Executivo. conflitos e aplicação da lei.
medianteatos concretos, a
* Função atípica: funções
* Função atípica: funções função administrativa.
administrativas, como gestão
administrativas, como * Função atípica: função
de bens, pessoal e serviços;
gestão de bens, pessoal e legislativa, quando expede
ou legislativa, na elaboração
serviços; ou jurisidcional, medida provisória, dá início
de regimentos internos.
como o julgamento de a projeto de lei.
crimes de responsabilidade.
7 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas-Gen, 2019, p.
8.
8 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 1997, p. 40.
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Os entes federados são pessoas jurídicas de direito público, nos moldes do art. 41 do CC,
assim como outras entidades administrativas que vamos estudar na sequência (autarquias, fun-
dações públicas de direito público e os consórcios públicos de direito público, também denomi-
nados de associações públicas), que igualmente executam atividade de Estado, mas de forma
indireta. Há, ainda, outras entidades administrativas, mas de personalidade de direito privado,
que também podem executar atividades administrativas do Estado (atividade em que o direito
administrativo se preocupa em regular), são as empresas públicas, sociedade de economia
mista, fundações públicas de direito privado e consórcios públicos de direito privado.
Assim, vejamos o esquema a seguir que trata da administração pública indireta, entidades
que executam atividade administrativa por descentralização:
Pessoas/entidades
políticas
Administração
Entes Federados
Direta
Pessoa Jurídica de
Direito Público
Autarquias
Pessoas jurídicas
da Administração
Pública Pessoas Fundações
Jurídicas de Públicas de Direito
Direito Público Público
Associações
Públicas
Administração
Indireta Fundações
Públicas de Direito
Privado
Sociedade de
Economia Mista
Pessoas
Jurídicas de
Direito Privado
Empresa Pública
Consórcios
Públicos de Direito
Privado
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São quatro as fontes que podemos encontrar nesse ramo do direito: a norma (Constituição
Federal e legislação infraconstitucional), a jurisprudência, a doutrina e os costumes.
Primárias Lei
Fontes Jurisprudência
Secundárias Doutrina
Costume
9 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 32. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2019,
p. 57.
10 DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 295.
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e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
2.3. Autarquias
A autarquia desempenha atividade típica de Estado, por tal razão possui as mesmas prer-
rogativas que o Estado. São, portanto, pessoa jurídica de direito público, com autoadministração,
patrimônio e receita próprios, criada por lei para executar atividades típicas da Administração
Pública, para seu melhor funcionamento (princípio da especialidade), tem gestão administrativa
e financeira descentralizada.
Mesmo não estando expresso na legislação, a doutrina e a jurisprudência apresentam
espécies de autarquia:
a) Comuns ou ordinárias: são as autarquias administrativas ou de serviço, como o INSS
e o Ibama.
b) Especiais: possuem peculiaridades no regime jurídico (quando comparado ao geral,
do Decreto-lei n° 200/1967), como mais autonomia dos que as autarquias comuns.
Agências Reguladoras são exemplos de autarquias especiais: Anatel e Anvisa.
c) Corporativas: Conselhos Profissionais. Por não receberam orçamento da União, não
estão submetidas às regras constitucionais de finanças públicas (arts. 163 a 169 da
CF/1988), ou seja, regras de precatório não são aplicadas às autarquias corporativas,
segundo o RE nº 938.837, de 2017, julgado pelo Supremo Tribunal Federal. Ex.: Con-
selho Regional de Medicina (CRM).
d) Fundacionais: chamadas pela jurisprudência de Fundações Autárquicas ou Autar-
quias Fundacionais, são, na verdade, Fundações Públicas, mas criadas por lei sob re-
gime do Direito Público. A diferença entre a Autarquia e a Fundação Pública de Direito
Público é apenas conceitual, “autarquias são definidas como um serviço público perso-
nificado, em regra, típico de Estado, enquanto fundações públicas de direito público
são, por definição, um patrimônio personalizado destinado a uma finalidade
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Atenção!
O STF retirou da Ordem dos Advogados do Brasil o status de autarquia (ADI n° 3.026/06),
referindo-se a ela como entidade sui generis. Para a doutrina clássica, a OAB nunca deixou de
ser Conselho de Classe, logo uma autarquia.
A OAB não está vinculada a nenhum órgão administrativo. Não está sujeita ao controle da
Administração. Seu regime de pessoal é o celetista (não exige concurso público).
11 ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 25. ed. São Paulo: Método,
2017, p. 45.
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Agências reguladoras não são a mesma coisa que a agência executiva. As agências exe-
cutivas são autarquias ou fundações que receberam denominação, são entidades preexistentes
que recebem a qualificação de agência executiva. Prevista na Constituição Federal, no art. 37,
§ 8°, Agência Executiva é apenas um título dado pelo governo federal para uma autarquia, fun-
dação pública ou órgão que celebre contrato de desempenho, buscando a ampliação de autono-
mia e fixando metas de desempenho. A previsão das agências executivas está na Lei no
9.649/1998 (art. 51 e 52), na Lei nº 13.934/2019 (que regulamenta o contrato de desempenho) e
na Lei nº 12.715/2012 (o artigo 73 outorgou benefícios para agências executivas, trazendo um
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percentual maior para dispensa de licitação). O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Nor-
matização e Qualidade Industrial) realizou contrato de gestão com o governo federal e tornou-se
Agência Executiva através do Decreto nº 23, em 1998.
12CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas-Gen, 2019, p.
562.
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Criação e extinção Criada e extinta por lei específica. videnciar a sua criação no
registro público (art. 45 do
CC e art. 5º, § 3º, do De-
creto-lei nº 200/1967).
Patrimônio Bens públicos (art. 98 do CC). Bens privados.
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Imunidade tributá- Gozam de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a, e § 2º, da CF/1988).
ria
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13 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 388.
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Art. 12. A extinção de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela
assembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados.
§ 1º Revogado
§ 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis por cada obrigação, os entes consorcia-
dos responderão solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o direito de re-
gresso em face dos entes beneficiados ou dos que deram causa à obrigação.
Art. 12-A. A alteração de contrato de consórcio público dependerá de instrumento aprovado pela
assembleia geral, ratificado mediante lei pela maioria dos entes consorciados.
São criados e extintos por lei. Art. 61, § 1º, II, e, e 84, VI, a, da
Órgãos públicos
CF/1988
Entidade administrativa da
Agências reguladoras. Lei nº 9.986/2000 e Lei nº
Administração indireta
13.848/2019
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2.7. Paraestatais
São definidas como paraestatais, além dos serviços sociais autônomos (inicialmente abor-
dado por Hely Lopes Meirelles), as Entidades de Apoio; as chamadas Organizações Sociais, as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e as Organizações da Sociedade Civil
também são entidades paraestatais. Suas principais características e observações são:
SSA (Serviços Lei específica para Lei específica para Entidade como:
Sociais cada entidade. cada entidade. Sesi, Senai, Senac,
Autônomos) Sesc, etc.
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Princípio da Supremacia
do Interesse Público
Pública
Princípio da
Indisponibilidade do
Interesse Público
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Princípio da Legalidade
Princípio da Moralidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Eficiência
14 MEIRELES, Ivson Antonio de Souza. Poder Judiciário e Administração Pública: Reconstrução de parâmetros
para a concretização dos direitos fundamentais por meio de políticas públicas. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.
p. 97.
15 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2021.
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quais a Administração, sob pena de responder por sua omissão, não pode deixar de exercê-
los.16 É vedada, assim, a renúncia aos poderes legalmente conferidos aos agentes públicos.
Princípio da legalidade: indica que a vontade da Administração será aquilo que a lei
determinar. Ou seja, os agentes públicos devem, no cumprimento de seus deveres, observar a
lei, não podendo agir senão em virtude da lei. A Administração Pública, portanto, só pode atuar
(criando obrigações, definindo impostos, realizando pagamentos...) quando existe lei que permita
sua atuação. Em resumo, só pode fazer aquilo que a lei determine ou autorize.
Princípio da impessoalidade: também expresso no art. 37, caput, da CF/1988, o princí-
pio da impessoalidade apresenta-se a partir de duas perspectivas: configura-se como a finali-
dade de toda atuação administrativa e garante a vedação de obtenção de benefícios ou promo-
ção pessoal aos agentes públicos.
Como finalidade da atuação administrativa, não permite a criação de benefícios ou preju-
ízos para pessoas determinadas, devendo a atuação administrativa visar o interesse público. A
vedação de obtenção de benefícios preceitua que todo ato é da Administração Pública, e por tal
razão é vedada a utilização de nomes, símbolos, imagens ou cores que afastem a característica
de impessoalidade que deve reger a atuação pública.
Princípio da moralidade: o princípio da moralidade sustenta a busca por uma boa admi-
nistração, devendo ser observado de forma obrigatória, preceituando, nas palavras de Saddy, 17
que, “ao realizar atividade discricional ou apreciativa, além de observar a norma jurídica, o admi-
nistrador não pode se distanciar de valores éticos não protegidos diretamente pela norma jurí-
dica, mas suscetíveis de proteção porque são subjacentes em determinada sociedade”.
Relaciona-se com: ética, boa-fé e probidade, licitude e honestidade. Exemplos são as
Leis n° 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa) e n° 14.230/2021 (alteração). Ato con-
trário a moral é nulo, não apenas inconveniente ou inoportuno.
Princípio da publicidade: do princípio da publicidade é possível extrair duas perspecti-
vas: de exigência de publicações no Diário Oficial e de transparência da atuação administrativa.
O princípio da publicidade relaciona-se, assim, com a noção de visibilidade, transparência,
das opções eleitas pelos agentes públicos, com a prestação de informações por parte da Admi-
nistração Pública, que permitam o seu controle. 18 Ex.: incisos XIV, XXXIII e LX do art. 5° da
16
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
17
SADDY, André. Limites à tomada de decisão e controle judicial da Administração Pública. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2018. p. 121.
18
SADDY, André. Limites à tomada de decisão e controle judicial da Administração Pública. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2018.
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Direito Administrativo
Constituição Federal
Art. 5° (...)
(...)
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; [Lei
n° 9.784/1999 – Processo Administrativo Federal]
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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
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Direito Administrativo
Lei n° 8.987/1995
Art. 6° (...)
§ 1° Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, efici-
ência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das
tarifas.
(...)
§ 3° Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação
de emergência ou após prévio aviso, quando:
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
§ 4° A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3° deste artigo não
poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia an-
terior a feriado.
Atenção!
O Superior Tribunal de Justiça proíbe a interrupção de serviço essencial:
• Mesmo quando há falta de pagamento, mas é necessário para a sobrevivência da
pessoa;
• Quando a Administração Pública não pagar a conta de serviço essencial prestado.
20
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
21
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 34. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
p. 123.
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SADDY, André. Limites à tomada de decisão e controle judicial da Administração Pública. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2018.
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Direito Administrativo
Hierárquico
Vinculado Discricionário
Administração
Pública
Polícia Regulamentar
Disciplinar
23 SADDY, André. Limites à tomada de decisão e controle judicial da Administração Pública. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2018.
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Direito Administrativo
24 MAFINNI, Rafael. Direito Administrativo. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
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Direito Administrativo
25 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 35. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
26 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
27 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
materiais:
Normatizar e sancionar (não cabe) X Consentir (licença, alvará, autorização) e fiscalizar
(cabe).
Tese de repercussão geral STF:
5. Agentes Públicos
5.1. Conceito
Diferentes são as classificações doutrinárias sobre o conceito de agente público,
28 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
29 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
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Direito Administrativo
caracterizando-se, de forma ampla, como todo aquele particular que desempenha alguma ativi-
dade estatal e possui um vínculo jurídico (estável ou não, a depender do caso, como será anali-
sado) com a Administração Pública.
Quatro categorias de agentes públicos desdobram-se das classificações constitucionais e
legais, sendo elas:
• Agentes políticos;
• Agentes militares;
• Particulares em colaboração;
• Agentes administrativos.
Mandato eletivo +
Agentes secretários/
políticos ministros + alto escalão PJ.
MP.
Não é possível
Cargo em
Servidores adquirir
Comissão estabilidade
públicos
Agentes (Estatutários)
administrativos Lei nº 8.112/90 Prazo concurso:
É possível até 2 anos,
Cargo Público adquir prorrogáveis por
estabilidade igual período
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Direito Administrativo
30 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
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Direito Administrativo
hipótese. Os empregados públicos também não a adquirem, possuindo apenas garantias con-
tratuais.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Servidores públicos
Apenas para servidor
efetivo (Estatutários) - Lei n.º
8.112/90
Cargo
Cargo em Comissão
Público Efetivo
Função de confiança
Chefia, direção e
assessoramento
Atenção!
Para além das hipóteses previstas no art. 37, XVI, da CF/1988, é possível a cumulação
do mandato de vereador, com outro cargo, emprego ou função pública, desde que existente
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
compatibilidade de horários, como indica o art. 38, III, da CF/1988: “III – investido no mandato de
Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será
aplicada a norma do inciso anterior”.
Súm. n° 266 do STJ: o diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser
exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.
Súm. n° 686 do STF: só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de
candidato a cargo público.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
fundações públicas federais), é vedada a abertura de novo concurso público enquanto ainda
existirem candidatos aprovados em concurso com prazo não expirado. Em se tratando de agen-
tes públicos não submetidos a essa lei (os agentes militares, p. ex.), válido é o dispositivo
constitucional, cabendo a abertura de novo concurso.
Importante o destaque a outros artigos aplicáveis aos concursos públicos: o art. 5°, § 2°,
da Lei n° 8.112/1990 e a Lei n° 12.990/2014 dispõem sobre as reservas de vagas em concursos
públicos, disciplinando as porcentagens de vagas destinadas a pessoas com deficiência (até
20%), em atribuições compatíveis, e a pessoas negras (20%).
Súm. n° 377 do STJ: o portador de visão monocular tem direito de concorrer, em con-
curso público, às vagas reservadas aos deficientes. -> regulamentado também pela Lei n.º
14.126/2021.
Súm. n° 552 do STJ: o portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com
deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos.
5.2.2. Formas
São formas de provimento: nomeação, readaptação, reversão, reintegração, recondução,
promoção, aproveitamento.
Obs.: ascenção e transferência não existem mais.
5.2.2.1. Nomeação
A nomeação é a forma originária de provimento, podendo ser em comissão (cargo em
comissão) ou em caráter efetivo (com aprovação em concurso público).
A Súm. n° 15 do STF garante a nomeação quando não observada a classificação no con-
curso público: “Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito à
nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação”.
31 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Outra forma de perda do cargo de servidor estável está indicada no § 4° do art. 169 da
CF/1988, que, por força da Lei Complementar n° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal),
disciplina a perda do cargo por despesa de pessoal acima dos limites legais, atingindo também
os servidores estáveis, se necessário.
Vacância do cargo: “O fato administrativo-funcional que indica que determinado cargo
público não está provido, ou, em outras palavras, está sem titular” 32 decorrerá de exoneração,
demissão, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo inacumulável ou falecimento.
Exoneração: a exoneração, disciplinada nos arts. 34 e 35 da Lei n° 8.112/1990, pode
ocorrer a pedido do servidor ou de ofício. De ofício: em decorrência da não satisfação das con-
dições do estágio probatório ou quando, já tomada a posse, não é iniciado o exercício por parte
do servidor.
Atenção: exoneração e demissão são diferentes, uma vez que a demissão é penalidade
e a exoneração não.
32 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas-Gen, 2019. p.
671.
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Direito Administrativo
Atenção!
Lei n° 8.112/1990
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de
idade.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Súm. n° 39 do STF: À falta de lei, funcionário em disponibilidade não pode exigir, judici-
almente, o seu aproveitamento, que fica subordinado ao critério de conveniência da ad-
ministração.
5.2.2.7. Promoção
É o progresso do servidor, dentro da mesma carreira. Só poderá ocorrer em cargos com
plano de carreira, apresentando o art. 39, § 2° da CF/1988 como requisito para promoção a par-
ticipação em cursos de formação e aperfeiçoamento. Os critérios para a promoção são mereci-
mento e antiguidade.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
O teto é válido: (1) a agentes sob regime remuneratório ou subsídio; (2) a servidores da
Administração direta, autárquica e fundacional; (3) a agentes públicos vinculados às sociedades
de economia mista e empresas públicas que recebam recursos da Fazenda Pública (art. 37,
§ 9°, da CF/1988); (4) a parlamentares de estados e municípios (leitura conjunta dos arts. 27,
§ 2°, e 29, VI, da CF/1988); (5) a proventos dos aposentados e pensões dos dependentes do
servidor falecido.
Atenção!
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 3854 (rel. Min. Gilmar Mendes – Plenário – j.
7-12-2020), foi dada interpretação conforme ao art. 37, XI, da CF/1988, sendo considerado que
os magistrados estaduais se limitam ao teto dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e não
90,25% do teto, como indicado no artigo.
A tese firmada no RE n° 663696 (rel. Min. Luiz Fux – Plenário – j. 28-2-2019) foi no sentido
de que a expressão procuradores se refere também aos procuradores municipais e, assim, os
procuradores do Município submetem-se ao teto remuneratório dos Ministros do STF e não ao
subteto do prefeito.
Súm. Vinc. no 37 do STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
Súm. Vinc. no 15 do STF: O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor
público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.
Súm. Vinc. no 42 do STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
Súm. Vinc. no 16 do STF: Os artigos 7°, IV, e 39, § 3° (redação da EC 19/98), da Cons-
tituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Outros dispositivos importantes: arts. 37, XII, XIII, XIV, XV e 169 da CF/1988.
O teto remuneratório, por entendimento do Supremo Tribunal Federal, vale para cada
cargo de forma isolada e não em relação ao montante final das duas remunerações. É válido
também para agentes públicos vinculados a sociedades de economia mista e empresas públicas
que recebam recursos da Fazenda Pública.
5.5. Penalidades
Os agentes administrativos, em razão do conjunto de atribuições e responsabilidades que
possuem, estão sujeitos, pelo Poder Disciplinar, a sofrer a aplicação de penalidades disciplinares
quando cometidos ilícitos administrativos, que serão apurados por meio de sindicância ou pro-
cesso administrativo disciplinar. Estão elencadas no art. 127 da Lei n° 8.112/1990 e podem ser:
I – advertência; II – suspensão; III – demissão; IV – cassação de aposentadoria ou disponibili-
dade; V – destituição de cargo em comissão; VI – destituição de função comissionada.
O cancelamento dos registros das penalidades ocorrerá em 3 (três) anos, quando se tratar
de advertência, e em 5 (cinco) anos, quando for o caso de suspensão, desde que o servidor não
tenha praticado outras infrações neste período, como disciplina o art. 131 da Lei n° 8.112/1990.
O art. 141 da Lei indica as competências específicas para a aplicação das penalidades
determinadas.
Prescrição das penalidades impostas:
Lei n° 8.112/1990
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de apo-
sentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
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Direito Administrativo
Súm. n° 635 do STJ: Os prazos prescricionais previstos no art. 142 da Lei n. 8.112/1990
iniciam-se na data em que a autoridade competente para a abertura do procedimento ad-
ministrativo toma conhecimento do fato, interrompem-se com o primeiro ato de instauração
válido – sindicância de caráter punitivo ou processo disciplinar – e voltam a fluir por inteiro,
após decorridos 140 dias desde a interrupção.
5.6. Demissão
A demissão configura-se como um ato administrativo que finaliza o vínculo do agente pú-
blico com a Administração Pública em razão da prática de uma infração funcional de natureza
grave, ou seja, trata-se de um ato com caráter punitivo.
As condutas que acarretam a demissão do servidor, como penalidades a ele impostas,
estão disciplinadas no art. 132 da Lei n° 8.112/1990. São três as modalidades de penalidades,
havendo penalidades leves, que não acarretam a impossibilidade de retorno ao serviço público;
moderadas, que impedem o provimento em cargo público pelo período de 5 (cinco) anos;
e aquelas gravosas, que impedem em definitivo novo provimento, como indica o art. 137, e
seu parágrafo único, da Lei n° 8.112/1990.
O Supremo Tribunal Federal, na ADI n° 2975, pronunciou-se sobre a vedação de retorno
ao serviço público disciplinada no parágrafo único do art. 137 da Lei n° 8.112/1990, entendendo
que há uma inconstitucionalidade material em razão da proibição de penas perpétuas no Brasil.
Assim, o dispositivo não é válido.
Não há discricionariedade na atuação da autoridade que tiver ciência de alguma irregula-
ridade em relação à apuração ou não das condutas, devendo esta promover sua apuração ime-
diata, consoante o art. 143 da Lei n° 8.112/1990 – o que é reforçado também pela Súm. n° 650
do STJ.
Súm. n° 650 do STJ: A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para
aplicar ao servidor pena diversa de demissão quando caracterizadas as hipóteses previs-
tas no art. 132 da Lei n° 8.112/1990.
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Direito Administrativo
Lei n° 8.112/1990
Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
I – arquivamento do processo;
II – aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30
(trinta) dias;
III – instauração de processo disciplinar.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30
(trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autori-
dade superior.
Pode haver Processo Administrativo Disciplinar (PAD) sem sindicância prévia? Sim. A
sindicância não é um requisito obrigatório para a instauração de um processo administrativo dis-
ciplinar.
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Direito Administrativo
Outros pontos importantes: arts. 167, 171, 174, 175, 176, 181 e 182 da Lei n°
8.112/1990.
Art. 133, Lei 8.112/1990 – PAD sumaríssimo para acumulação ilegal de cargos, inassidui-
dade habitual e abandono de cargo (art. 140 da Lei n.º 8.112/1990).
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Direito Administrativo
Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que, em razão da omissão legislativa exis-
tente, aplicam-se aos servidores da Administração Pública as disposições da Lei n° 7.783/1989,
que é a lei de greves aplicada aos trabalhadores em geral. A competência para análise da abu-
sividade das greves de servidores será da justiça comum, federal ou estadual e não da justiça
do trabalho.
6. Improbidade Administrativa
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Direito Administrativo
O enquadramento NÃO poderá ser cumulativo: “Para cada ato de improbidade adminis-
trativa, deverá necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles previstos nos arts.
9°, 10 e 11 desta Lei” (art. 17, § 10-D).
Quando um ato de improbidade administrativa é praticado e o agente venha a falecer, os
sucessores ou herdeiros deste estarão sujeitos à obrigação de reparar até o limite do valor da
herança ou do patrimônio transferido (art. 8o). Essa previsão já existia, embora tenha recebido
nova redação. O que é total novidade é o art. 8o-A, que estende a responsabilidade sucessória
também na hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de
cisão societária.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
do ato de improbidade.
Outro ponto que se deve ter cuidado é que o artigo 12, inciso III não traz as sanções de
perda da função pública ou suspensão dos direitos públicos para ato de improbidade administra-
tiva que viole princípios da administração, ou seja, essas duas penas não são possíveis para
condenações no artigo 11 da LIA.
Em um breve resumo dos pontos principais desses artigos, temos:
(catorze) anos.
políticos até 12 (doze)
anos, pagamento de multa
Ação ou omissão que enseje efetiva civil equivalente ao valor
Art. 10 – causam e comprovadamente perda do dano e proibição de
prejuízo ao erário. patrimonial, desvio, apropriação, contratar com o poder
malbaratamento ou dilapidação. público ou de receber
benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda
que por intermédio de
Pagamento de multa civil de até 24 (vinte pessoa jurídica da qual
e quatro) vezes o valor da remuneração seja sócio majoritário, pelo
percebida pelo agente e proibição de
Art. 11 – atos prazo não superior a 12
contratar com o poder público ou de (doze) anos.
que atentem
receber benefícios ou incentivos fiscais
contra princípios
ou creditícios, direta ou indiretamente,
da administração
pública. ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo não superior a 4 (quatro)
anos.
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Direito Administrativo
Outra atenção que devemos ter é que, segundo a redação do legislador, a partir das mu-
danças ocorridas com a Lei 14.230/2021, o Ministério Público seria o único responsável pelo
ajuizamento da ação (art. 17), todavia, o Supremo Tribunal Federal decidiu, em Ação Direita de
Inconstitucionalidade, que é inconstitucional a exclusividade do Ministério Público para propor
ações de improbidade administrativa (ADI n° 7043), podendo também a pessoa jurídica prejudi-
cada demandar. Assim, tanto o Ministério Público, quanto a pessoa jurídica prejudicada (nos
moldes do artigo 1º, da LIA) podem ajuizar a ação de improbidade administrativa.
A propositura da ação a que se refere o caput do art. 17 da LIA prevenirá a competência
do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir
ou o mesmo objeto. A competência é do local do fato ou do local da pessoa jurídica prejudicada
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(art. 17, §4-A). Se a inicial preencher os requisitos estabelecidos na lei de improbidade (a qual
segue o procedimento comum do CPC com as adaptações elencadas na LIA), o juiz mandará
notificar o requerido para oferecer contestação no prazo de 30 dias. Cabe no processo de im-
probidade administrativa pedido de tutela provisória, nos moldes do Código de Processo Civil.
É nula a decisão de mérito, total ou parcial, da ação de improbidade que (art. 17, § 10-F):
• condenar por tipo diverso daquele definido na petição inicial.
• condenar sem produção das provas por ele tempestivamente especificadas.
Cuidado!
Em que pese seja aplicado o procedimento comum do Código de Processo Civil, há regras
do Código que não são aplicadas na ação de improbidade por vedação expressa no art. 17, § 19:
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fosse mais necessária, pois o art. 12 e seu novo § 9° refere que todas as sanções previstas no
dispositivo somente podem ser executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória
de improbidade. Agora, os §§ 1° e 2° deram nova redação ao antigo parágrafo único, atribuindo
prazo para afastamento cautelar em 90 dias, prorrogáveis uma única vez. Prazo diferente do
estudado na Lei n° 8.112/1990.
Chamamos a atenção do estudante ao § 3° do art. 22, no mesmo sentido do estudado no
tópico de agentes públicos: a sentença absolutória especificamente por inexistência da conduta
ou pela negativa da autoria (art. 386, I e IV, do CPP) produz efeito na ação de improbidade,
levando à improcedência da ação. Veja que não é qualquer sentença penal que absolve o réu.
Ademais, as sanções aplicadas, pelos mesmos fatos, em outras esferas (como em ação
pela lei anticorrupção) deverão ser compensadas com as sanções previstas no art. 12 da Lei de
Improbidade Administrativa. Necessariamente, estamos aqui diante da observação do princípio
constitucional do nom bis in idem.
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Direito Administrativo
Quadro resumo
Previsão no art. 37, caput e § 4º, da CF/1988, bem como na Lei nº 8.429/1992 (cha-
mada LIA).
Improbidade adminis- Não se confunde com crime de responsabilidade.
trativa
Agentes políticos podem ser responsabilizados pela LIA, como também pela lei de
crimes de responsabilidade, exceto o Presidente da República, que, de acordo com
a jurisprudência, não responde pela LIA.
Uma conduta ilícita praticada pelo agente público pode levar à responsabilização em
Responsabilidade em
três esferas diferentes: civil, administrativa e penal. Embora as sanções em outras
três esferas
ações possam ser compensadas com as sanções da LIA.
Administração Pública direta ou indireta, de
qualquer dos poderes e entes federados,
bem como sujeitos que recebam subven-
Elementos necessários Sujeito prejudicado
para configuração da ção, benefício ou incentivo fiscal ou credití-
LIA
cio, ou, então, pessoas cujo erário concorra
para a criação ou custeio.
Elementos necessários Agente público em sentido amplo e o ter-
para configuração da Sujeito que cometeu o ato
ceiro beneficiado.
LIA
Elementos necessários Não há mais a possibilidade de conduta cul-
para configuração da Ato doloso
posa, somente ação ou omissão dolosa.
LIA
Podem responder no limite do valor da herança ou do patrimônio transferido nos
Sucessores casos de improbidade por danos ao erário ou enriquecimento ilícito. Essa responsa-
bilidade atinge também alterações contratuais.
Art. 9º – que importam enriquecimento Perda dos bens ou valores acrescidos ilici-
ilícito em razão do exercício de cargo, tamente ao patrimônio, perda da função pú-
mandato, função, emprego ou ativi- blica, suspensão dos direitos políticos até
dade pública. 14 anos, pagamento de multa civil equiva-
Condutas e sanções
lente ao valor do acréscimo patrimonial e
proibição de contratar com o poder público
ou de receber benefícios ou incentivos fis-
cais ou creditícios, direta ou indiretamente,
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7. Atos Administrativos
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C• ompetência
O• bjeto
M• otivo
F • inalidade
F • orma
7.3.1. Competência
Nos atos administrativos a competência é muito similar a questão de capacidade estudada
no direito privado, todavia no direito público há algumas peculiaridades, é a lei que atribui para
alguém a titularidade de determinados atos administrativos, ou seja, não há presunção de capa-
cidade, ela deve originar do texto expresso. Portanto a lei é a fonte formal da competência.
Atenção!
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Direito Administrativo
Atenção!
A função de fato/agente putativo, é ato ilegal, mas pode ser validado perante terceiro de
boa-fé. Já no caso de usurpação de função não, nesse caso o ato é inexistente, não produzindo
efeito, inclusive sendo considerado crime (art. 328, CP). Portanto na usurpação não se aplica a
teoria da aparência.
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Direito Administrativo
7.3.2. Objeto
Chamado também de conteúdo, é a alteração no mundo jurídico que o ato realizará, ou
seja, o efeito jurídico imediato que o ato irá produzir. O objeto deve ser lícito e possível (art.
104, inciso II, do CC). Para identificar o objeto do ato administrativo deve se verificar o que o ato
administrativo quer consistir, resguardar, transferir, modificar, extinguir ou declarar.
O objeto do ato pode ser discricionário ou vinculado. Significa dizer que a vontade do
agente público, que é a vontade da Administração Pública, será a própria vontade do legislador
(vinculado). Em algumas situações a lei permitirá “ao agente que faça o delineamento do que
pretende com a sua manifestação de vontade” (CARVALHO FILHO, p. 114)33. Exemplo de objeto
discricionário: uma autorização para o circo se instalar e funcionar na praça pública, o agente vai
delimitar o tempo, o horário, o espaço, as condições e o modo.
7.3.3. Motivo
É a necessidade, as razões de fato e de direito que serve de fundamento para o ato ad-
ministrativo. É a causa que leva ao ato. Exemplos: o motivo da licença paternidade é o nasci-
mento do filho; o motivo da aplicação da sanção administrativa é a transgressão cometida; o
motivo da ordem de demolição do prédio é o perigo de desabamento que ele apresenta.
a) Motivo de direito: a norma elenca a vontade administrativa (ato vinculado), exem-
plo: licença paternidade.
b) Motivo de fato: a situação ocorrida enseja a necessidade do ato, não há a descri-
ção na norma legal, mas a lei autoriza a prática do ato administrativo, portanto é
ato discricionário. Exemplo: licença para interesses pessoais.
Mas atenção: não confunda motivo com motivação! Motivo não é a mesma coisa que
motivação no direito administrativo.
A motivação é a fundamentação do ato administrativo, constituindo parte do elemento
forma. Ela é a descrição do motivo, mas não se confunde com este. A motivação, quando
obrigatória, é a exteriorização formal do elemento motivo, de modo que sua ausência nesse caso
representa vício formal.
Veja o esquema na página a seguir...
33
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 30. ed. São Paulo: Atlas-Gen, 2019.
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Direito Administrativo
Motivo
Motivação
•Situação de
fato •Justificativa
•Causa do fato •Exprimir de
forma
•Razões de fato
expressa e
•Circunstância textual
de fato
7.3.4. Finalidade
A finalidade é o resultado que a Administração deseja alcançar, a finalidade de todo ato
administrativo é o interesse público. Quando a finalidade não é o interesse público temos abuso
de poder, na modalidade desvio de finalidade, além de incorrer em abuso de poder a conduta do
agente que viola a finalidade também viola os princípios da impessoalidade e da moralidade
administrativa. Por exemplo, situações de desapropriação por perseguição política, concessão
de vantagens para alguns servidores da mesma classe/carreira, sem justificativa para não con-
cessão aos demais da mesma classe/carreira.
7.3.5. Forma
A forma é o meio pelo qual a vontade se exterioriza, como o ato se materializa, segundo
a Lei nº 4.717/1965, artigo 2º, vício na forma consiste na omissão ou na observância incompleta
ou irregular de formalidade indispensáveis à existência ou seriedade do ato. Assim, para um ato
ter validade ele precisa estar adequado ao que expressamente dispõe a lei ou ao ato com força
jurídica que determina como deve ser a forma. Por exemplo: a desapropriação depende de ato
declaratório do chefe do executivo, declarando a utilidade pública, interesse público ou necessi-
dade pública, nesse caso, se o chefe do executivo utilizar outro meio, como uma resolução ou
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Direito Administrativo
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Direito Administrativo
2) Quanto às prerrogativas:
a) Ato de império: se caracterizam pelo poder de coerção que exerce a Administra-
ção Pública, como, por exemplo, os atos de polícia (apreensão de bens, embargo
de obra, etc.).
b) Ato de gestão: quando o Estado atua no mesmo plano que o particular, não tendo
coercibilidade nos atos, hipóteses como contratos para aquisição de bens ou
alienação de bens.
c) Ato de expediente: são atos internos da Administração Pública que visam unica-
mente o andamento aos serviços internos da entidade, órgão ou repartição. Por
exemplo: nomear, exonerar servidores públicos, encaminhar documentos, etc.
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Direito Administrativo
6) Quanto a retratabilidade:
a) Revogáveis: são aqueles em que a administração está livre para fazer cessar
seus efeitos, são atos que não conferem direito subjetivo ao destinatário, por
exemplo, autorização para estacionar veículo no pátio de um prédio público.
b) Irrevogáveis: aqueles que uma vez praticados, não poderiam mais ser retirados
do mundo jurídico, como uma licença, salvo se a parte deixar de preencher os
requisitos legais.
34
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003.
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Quando está em
Ato nulo desconformidade com a lei.
Exemplo: servidor empossado no
Efeito ex-tunc, salvo 3º de boa-fé. cargo privativo para bacharel em
direito, mas não é graduado.
Quando há usurpação de função.
35
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.
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Direito Administrativo
NÃO podem ser revogados: atos consumados; atos vinculados; atos c/ direitos
adquiridos; atos preclusos no proc. adm;
b) Invalidação (ou anulação): por razões de ilegalidade. É controle de legalidade,
pela administração ou judiciário. Sejam atos nulos (vícios insanáveis) ou anulá-
veis (vícios sanáveis). Se tiver efeitos favoráveis ao administrado deve ser dado
contraditório.
c) Cassação: o destinatário ou beneficiado deixa de cumprir requisitos ou condi-
ções. Ex.: licença de funcionamento para hotel, mas o estabelecimento vira mo-
tel.
d) Caducidade: extinção por lei superveniente que impede a manutenção do ato.
Ex.: autorização de uso de praça pública, nova lei altera o plano diretor e torna
área residencial, não será mais possível manter a autorização.
e) Contraposição (derrubada): impossível manter o ato por colidir com teor do
novo ato. Ex.: nomeação e exoneração de servidor em cargo em comissão.
4) Renúncia: extinção de ato porque o próprio beneficiário abriu mão de uma vanta-
gem de que desfrutava.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
8.1. Conceito
A Administração Pública tem o dever-poder de controle de seus atos, podendo exercer
ela mesma o controle (princípio da autotutela), chamado controle interno, quando exercido pelo
próprio Poder que praticou o ato, assim como também está sujeita ao controle externo, quando
um poder realiza controle do outro. Esse controle não recai apenas sobre os órgãos do Poder
Executivo, mas também a qualquer entidade administrativa da administração indireta, qualquer
órgão, de qualquer dos Poderes, da administração direta no exercício da função administrativa.
O controle pode ser exercido de forma popular também, como traz a Constituição Federal,
em seu art. 37, § 3°:
O inciso II foi parcialmente disciplinado pela Lei n° 12.527/2011, regulamentada pelo De-
creto n° 7.724/2012, chamada Lei de Acesso à Informação (LAI).
O controle da Administração Pública também é uma tarefa do Ministério Público (art. 129
da CF), e a principal ferramenta de controle judicial do órgão é a Ação Civil Pública.
Quanto ao âmbito de atuação do controle de atos podemos vislumbrar duas formas: su-
bordinação e vinculação. O controle por subordinação ocorre dentro de uma mesma pessoa
jurídica, realizado por autoridade hierarquicamente superior, por exemplo, o secretário de edu-
cação efetua controle de ato do diretor da escola pública, essa é uma espécie de controle interno.
Já o controle por vinculação é externo, pois se refere ao controle que exerce a administração
direta sobre as entidades descentralizadas (autarquias, fundações, empresas públicas e socie-
dades de economia mista), trata-se do controle finalístico.
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Direito Administrativo
36 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022,
p. 938.
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A prescrição administrativa deve ser vista sob três aspectos: a possibilidade de a Admi-
nistração Pública rever seus atos; a perda do prazo para que possa aplicar penalidades admi-
nistrativas; e a prescrição do administrado de recorrer de decisão administrativa.
Caso a lei específica não preveja o prazo para a Administração Pública rever seus atos,
será aplicada de forma subsidiária, na esfera federal, a Lei n° 9.784/1999, que disciplina o pro-
cesso administrativo no âmbito federal. O art. 54 da Lei estabelece o prazo decadencial de 5
(cinco) anos para a Administração anular atos administrativos de que decorram efeitos favorá-
veis aos destinatários, salvo situação de má-fé, ocasião em que não será aplicado prazo deca-
dencial.
Outro dispositivo importante sobre prescrição é o art. 142 da Lei n° 8.112/1990, estatuto
dos servidores federais, que traz a prescrição de 5 (cinco) anos para a administração pública
aplicar a demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em
comissão; a prescrição de 180 (cento e oitenta) dias para a pena de advertência; e 2 (dois) anos
a prescrição para aplicação da pena de suspensão.
No que tange ao Poder Polícia, a prescrição para punição é de 5 (cinco) anos para ação
punitiva da Administração Pública Federal, Direta ou Indireta, contados da data da prática do ato
ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado, de acordo com
o art. 1° da Lei n° 9.873/1999.
A prescrição administrativa também pode ser referente ao ajuizamento da ação, no caso
a perda do direito de ação. Ela ocorre em cinco anos como regra, de acordo com o artigo 1º do
Decreto-Lei 20.910/32 e artigo 1º-C do Decreto-Lei 9.494/1997.
37 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022,
p. 942.
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Direito Administrativo
De acordo com o art. 74, §§ 1° e §2°, da CF/1988, os responsáveis pelo controle interno,
ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, darão ciência ao Tribunal
de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. Inclusive, qualquer cidadão, partido
político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Cabe ao Tribunal de Contas da União sustar a execução do ato impugnado, se não aten-
dido, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Essa atribuição
também cabe ao Congresso Nacional, de acordo com o art. 49, V, da CF/1988, que trata da
competência do Congresso: “sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”.
Sobre o Tribunal de Contas, ainda cumpre ressaltar o teor da Súm. Vinc. n° 3 do STF:
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Ações de controle ação popular, mandado de injunção, habeas data, ação de im-
probidade administrativa.
Prazo decadencial para administração anular – regra é de 5
Prescrição anos (art. 54 da Lei n° 9.784/1999); Prazo prescricional de 5
anos para ajuizar a ação.
Hierárquico pró- Hierárquico impró- Obs.: No Brasil, não é
prio: para a autori- prio: para outra autori- exigido esgotamento
dade superior dade não superior da via administrativa
àquela que prati- àquela que praticou o para acesso ao Poder
Recurso cou o ato recorrido. ato recorrido. Exige Judiciário (art. 5º,
previsão legal. XXXV, da CF/1988). A
exceção se encontra
no artigo 217, §1º, da
CF, no que tange ao
desporto.
Artigos importantes Arts. 31, 49, V, 70, 71 e 74 da CF/1988.
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Direito Administrativo
O Processo Administrativo Federal é disciplinado pela Lei n.º 9.784/99 e constitui-se como
uma série de atos em cadeia que tem como finalidade a “proteção dos direitos dos administrados
e ao melhor cumprimento dos fins da Administração”. É importante ressaltar que tal lei constitui-
se como a definição geral do processo administrativo, existindo diferentes regulamentações so-
bre cada procedimento em leis específicas, como é o caso do processo administrativo disciplinar
– regido pela Lei nº 8.112/90.
De forma geral o processo administrativo federal, cujas normativas se utilizam também
subsidiariamente nos procedimentos específicos, constitui-se a partir da instauração, passando
pela fase de instrução, com uma decisão final, da qual cabe recurso, como ilustra o esquema a
seguir:
Instauração
Instrução
Decisão
Recurso
Princípios:
O Processo Administrativo Federal é regido por uma série de princípios administrativos,
os quais são elencados já no início da Lei nº 9.784, em seu artigo 2º. São eles:
• Legalidade;
• Finalidade;
• Motivação;
• Razoabilidade;
• Proporcionalidade;
• Moralidade;
• Ampla defesa;
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Direito Administrativo
• Contraditório;
• Segurança jurídica;
• Interesse público;
• Eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os crité-
rios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou
competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de
agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas
na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e san-
ções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,
segurança e respeito aos direitos dos administrados; Princípio do Informalismo
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção
de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e
nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos
interessados; Princípio da Oficialidade
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento
do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício
de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
as decisões proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto
de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a repre-
sentação, por força de lei.
Instauração:
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
A instauração do processo administrativo federal é marcada por seu início, podendo este
iniciar de ofício ou a pedido dos interessados (por meio de um requerimento).
Art. 6° O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação
oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de do-
cumentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais
falhas.
São legilitados como interessados para iniciar um processo administrativo federal – e tam-
bém para apresentar recursos, como se verá – os seguintes:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses indi-
viduais ou no exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam
ser afetados pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses co-
letivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses
difusos.
No tocante à competência, é importante lembrar que embora ela seja irrenunciável, cabe
delegação e avocação, devendo ser exercida pelos órgãos administrativos a que foi atribuída
como própria (art. 11). No caso de inexistência de competência legal específica, o processo ad-
ministrativo deve ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir no
caso concreto. Assim, poderá a competência ser delegada:
• Em parte, quando for conveniente por razões técnicas, jurídicas, econômicas, so-
ciais ou territoriais;
• Para órgãos ou titulares não subordinados hierarquicamente;
o O mesmo se aplica à delegação dos órgãos colegiados aos respectivos presi-
dentes.
• O ato de delegação e sua revogação devem ser publicados no meio oficial.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das res-
pectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de
interesse especial.
Impedimento e suspeição:
Atos do processo:
Em razão do Princípio do Informalismo, os atos do processo administrativo não dependem
de uma forma determinada – salva quando a lei expressamente a exigir – e devem ser produzidos
por escrito, “em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade
responsável” (art. 22, §§), realizados em dias úteis, no horario de funcionamento da repartição e
praticados no prazo de 5 dias – prazo que, mediante jusitifcação comprovada, pode ser dilatado
até o dobro –, salvo disposição específica. Ainda, dispõem os demais parágrafos do artigo 22
que:
§ 2° Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando hou-
ver dúvida de autenticidade.
§ 3° A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão admi-
nistrativo.
§ 4° O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
Instrução:
Os elementos que a intimação deve conter estão elencados no artigo 26 da lei,
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar
documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
referentes à matéria objeto do processo.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá
ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada neces-
sidade de maior prazo.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o pro-
cesso não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der
causa ao atraso.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Decisão:
Deve a Administração Pública emitir, explicitamente, decisão nos processos administrati-
vos e sobre solicitações ou reclamações em matérias que forem de sua competência e, quando
conluída a instrução, terá prazo de até trinta dias para decidir – cabendo prorrogação por igual
período, que seja expressamente motivada. Quando exaurida a finalidade do processo adminis-
trativo ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente,
cabe ao órgão competente declarar extinto o processo.
Art. 49-A: “No âmbito da Administração Pública federal, as decisões administrativas que
exijam a participação de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas
mediante decisão coordenada.”
Relembrando: Os atos administrativos devem ser motivados!
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1° A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou pro-
postas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
Desistência:
Mediante uma manifestação escrita, aquele intressado que iniciou o processo administra-
tivo pode desistir total ou parcialmente daquele pedido, podendo, também, renunciar a direitos
disponíveis. Tal desistência ou renúncia atingirá apenas aquele que formulou a manifestação.
O prosseguimento do processo não será prejudiciado, pois, pelo Princípio da Oficialidade,
cabe a administração movimentar o processo considerando o interesse público, se assim houver.
Recurso:
Concluído o processo administrativo com a decisão, frente a razões de legalidade e de
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
mérito, cabe recurso administrativo, como disciplina o art. 56 da Lei n.º 9.875, o qual será dirigido
à autoridade que proferiu a decisão. Esta autoridade, se não reconsiderar a decisão no prazo de
cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. O prazo para interposição de recurso adminis-
trativo será de 10 dias, contados a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida
(art. 59). Interposto o recurso, deve o órgão competente intimar os demais interessados para
apresentarem alegações no prazo de 5 dias (art. 62).
O recurso tramitará, em, no máximo 3 instâncias (art. 57), sendo legitimados para
interpor o recurso:
Dispositivos importantes:
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decor-
rente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício
ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão
competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplica-
bilidade da súmula, conforme o caso.
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de
enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão com-
petente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões adminis-
trativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível,
administrativa e penal.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Administração Administração
Indireta Direta Paticulares
38 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 319.
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Direito Administrativo
10.2. Competências
A Constituição Federal tratou de regular competências específicas para cada ente da fe-
deração e não é diferente quando falamos de serviço público. Os arts. 21 e 22 tratam das com-
petências – administrativas e legislativas, respectivamente –, da União, enquanto o art. 23 trata
das competências comuns (administrativas) e o art. 24, das concorrentes (legislativas), à União,
estados e Distrito Federal. O art. 25 define as competências estatais; o art. 30, as municipais e,
por fim, o art. 32, as distritais.
Competências de serviços públicos:
União: art. 21, X, XI, XII, da CF/1988.
Estados: art. 25, § 2°, da CF/1988.
Distrito Federal: art. 32, § 1°, da CF/1988.
Municípios: art. 30, V, VI, VII, da CF/1988.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
quanto a dos não usuários, os quais não devem ser expostos a riscos. Ex.: a adequada prestação
do serviço de transporte, com motoristas habilitados e veículos adequados; o serviço de educa-
ção básica prestado em locais estruturados e seguros etc.
Princípio da contemporaneidade/atualidade: a Lei n° 8.987/1995, no § 2° do art. 6°,
tratou de definir o princípio da atualidade. Indica que “A atualidade compreende a modernidade
das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e
expansão do serviço”. O serviço público, desta maneira, deve ser prestado visando sempre a
melhoria e a expansão do serviço.
Princípio da generalidade/universalidade: o princípio da generalidade ou universali-
dade, assim como o princípio da igualdade (isonomia), preconiza o tratamento igualitário, sem
distinções dos usuários, bem como o atendimento ao maior número possível de usuários, garan-
tindo a universalidade dos serviços públicos.
Princípio da cortesia: o atendimento destinado aos usuários dos serviços públicos, por
tal princípio, deve se dar de forma cortês, garantindo-se, ainda, de forma indireta, a existência
de centrais de atendimento aos usuários nos casos de serviços de massa, como energia elétrica
e telefonia, por exemplo.39
Princípio da modicidade das tarifas: este princípio preconiza que as tarifas dos serviços
públicos, quando existentes, possuam um valor adequado e não visem lucro desmedido. Assim,
é possível, quando autorizadas no edital da licitação, nos casos definidos em lei, a utilização de
outras receitas alternativas que favoreçam a modicidade das tarifas, como disciplinam os arts.
11 e 17 da Lei n° 8.987/1995.
Princípio da transparência e participação do usuário: a classificação da transparência
e participação dos usuários como princípio não é pacífica na doutrina. Destaca Carvalho Filho 40
a proteção constitucional destinada à participação do usuário e a necessidade de lei para regu-
lamentar as reclamações dos usuários, acesso a registros e informações, bem como o regime
de representação contra atuações abusivas dos agentes públicos. A Lei n° 13.460, editada em
2017, tratou dessa tarefa.
Princípio da mutabilidade do regime jurídico: visando a estar sempre em consonância
com o interesse público, o princípio da mutabilidade do regime jurídico autoriza que ocorram
mudanças no regime de execução de serviços públicos, não havendo, assim, um direito adqui-
rido à manutenção de um regime jurídico específico quando envolvida a prestação de serviços
39 MAFINNI, Rafael. Direito Administrativo. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
40 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 35. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
públicos.41
10.4.1. Destinatários
Gerais/coletivos/uti universi: cobrados por impostos ou contribuições. São aqueles “in-
quantificáveis e que têm usuários inqualificáveis (...), aqueles em que não se pode mensurar a
quantidade de serviço prestado, bem como seu próprio usuário (ex.: segurança pública)”.42
Individuais/uti singuli: cobrados por taxa, tarifa ou preço público. Ao contrário dos gerais,
são serviços públicos em que é possível identificar a utilização pelo usuário, como o serviço de
energia elétrica residencial, sendo possível a cobrança de um valor determinado pelo consumo.
10.4.2. Titularidade
A titularidade relaciona-se com a competência para a prestação. Assim, basta questionar:
Quem é o ente titular dessa prestação?
Podem ser: federais (União); estaduais (estados); distritais (Distrito Federal); munici-
pais (município); comuns (todos os entes podem ser titulares).
10.4.3. Objeto
Administrativos: atividades que atendam a necessidades internas. São aqueles executa-
dos pela Administração Pública para o atendimento de necessidades internas desta, ou, ainda,
que se refiram à preparação de outros serviços prestados ao público, como o de imprensa ofi-
cial.43
Industriais/comerciais: dão lucro/renda. Podem ser delegados a particulares.
Sociais: visam atender a prestação de direitos fundamentais sociais. Podem ser delega-
dos a particulares. São aqueles que o Estado, diretamente ou por delegação, executa para aten-
der a demandas básicas e relevantes, bem como serviços assistenciais, tendo por finalidade a
concretização de direitos fundamentais sociais previstos constitucionalmente.
41 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 35. ed. rev. atual e apl. Rio de Janeiro: Forense, 2022.
42 MAFINNI, Rafael. Direito Administrativo. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
43 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
10.4.4. Essencialidade
Essenciais: indispensáveis à necessidade pública. Execução privativa da Administração
Pública (exceção: art. 30, V, da CF/1988). Os serviços essenciais caracterizam-se como aqueles
que atendem a interesses essenciais e possuem como sujeitos da prestação apenas as entida-
des públicas. Prestados, portanto, exclusivamente pelo Estado.
Exceção: art. 30, V, da CF/1988 – possibilidade de concessão ou permissão para execu-
ção do serviço público de transporte coletivo nos municípios.
Não essenciais: de utilidade pública. Podem ser prestados por particulares (ex.: serviço
funerário). Atendem a interesses não essenciais da coletividade, mas possuem utilidade pública,
podendo ser prestados pelo Estado ou por entidades de direito privado.
10.4.6. Criação
Opção legislativa: serviços públicos elencados pelo Legislador, ou seja, descritos em lei
ou na Constituição Federal.
Inerente: aqueles serviços que, mesmo sem estar expressos em lei, são serviços públicos
por suas características, ainda que não estejam assim identificados.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Comum Especial
Lei n.º 8.987 Lei n.º 11.079
Parceria Público
Apenas tarifa do Privada
usuário
Administrativa Patrocinada
Contraprestação
Contraprestação pública + tarifa
apenas usuário
pública
Por contrato +
Permissão exigência de Lei n.º 8.987/1995
licitação
Por ato
administrativo
Autorização Art. 21, XI e XII/CF
Sem exigência de
licitação
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
respectivamente: “concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco e por prazo determinado” e “concessão de serviço público precedida da execução
de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhora-
mento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que
o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do ser-
viço ou da obra por prazo determinado”.
Em resumo, são características da concessão comum:
• Por contrato, com tarifa fixada no contrato.
• Executada em nome próprio.
• Poder concedente fiscaliza (cabe ocupação temporária) e pode aplicar penalidades
(previstas no contrato – poder disciplinar).
• Cabe intervenção: quando a Administração Pública se utiliza de bens e recursos
humanos da concessionária para a realização da finalidade pública de prestação
do serviço (art. 32 e ss. da Lei n° 8.987/1995).
• Poder concedente segue como titular (transfere apenas a execução).
• Possível a subconcessão (art. 26 da Lei n° 8.987/1995, com prévia licitação e au-
torização do concedente).
• Responsabilidade objetiva e direta (poder concedente responde apenas de forma
subsidiária).
• Terceirização da atividade meio (art. 25, §§ 1° e 2°, da Lei n° 8.987/1995).
• Administração Pública não responde por débitos trabalhistas da concessionária.
• Art. 16 da Lei n° 8.987/1995: “A outorga de concessão ou permissão não terá ca-
ráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justifi-
cada no ato a que se refere o art. 5° desta Lei”.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Lei n° 11.079/2004
Art. 2° (...)
§ 4° É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:
I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e insta-
lação de equipamentos ou a execução de obra pública.
(...)
Art. 6° A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-
privada poderá ser feita por:
I – ordem bancária;
II – cessão de créditos não tributários;
III – outorga de direitos em face da Administração Pública;
IV – outorga de direitos sobre bens públicos dominicais;
V – outros meios admitidos em lei.
Art. 7° A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da
disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público-privada.
§ 1° É facultado à administração pública, nos termos do contrato, efetuar o pagamento da
contraprestação relativa a parcela fruível do serviço objeto do contrato de parceria público-
privada.
§ 2° O aporte de recursos de que trata o § 2° do art. 6°, quando realizado durante a fase
dos investimentos a cargo do parceiro privado, deverá guardar proporcionalidade com as
etapas efetivamente executadas.
(...)
Art. 9° Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito
específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
Art. 10. (...)
(...)
§ 3° As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da remunera-
ção do parceiro privado for paga pela Administração Pública dependerão de autorização
legislativa específica.
10.5.3. Permissão
Em sua origem, a permissão constitui-se como uma forma de delegação efetivada por ato
administrativo unilateral, precário e passível de revogação unilateral, atribuindo-se ao instituto,
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
A título não pre- Licitação ape- Concessão ocorre Prazo pode variar Pode envol-
cário – mais se- nas nas modali- apenas para pes- de acordo com o ver obra pú-
CONCESSÃO gura dades concor- soa jurídica ou serviço, sendo ve- blica
rência ou diá- consórcio de em- dada a renovação
logo competitivo presas automática
A título precário Licitação em Permissão ocorre Sem prazo (dou- Não pode en-
qualquer modali- para pessoa física trina aceita), caso volver obra
CONCESSÃO
dade ou jurídica (autori- haja e tenha resci- pública
zação também) são anterior, cabe
indenização
10.5.4. Autorização
O reconhecimento da autorização como uma forma de delegação não é unânime na dou-
trina, embora conste nos incisos XI e XII do art. 21 da CF/1988. Tem como características: ato
unilateral da Administração Pública; discricionário; precário; sem exigência de licitação; formali-
zada por decreto ou portarias.
44 MAFINNI, Rafael. Direito Administrativo. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
45 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 35. ed. São Paulo: Atlas, 2021. p. 443.
46 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 35. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
empresa ou, ainda, falecimento ou incapacidade do titular, ocorre, como pontua Carvalho Filho, 47
“pela singela razão de que fica inviável a execução do serviço público objeto do ajuste”, retor-
nando a prestação do serviço público ao concedente, até nova concessão.
11. Licitações
11.1. Introdução
Como conceito de licitação a definição do ilustre jurista Marçal Justen Filho, que assim
afirma:
A licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administra-
tivo prévio, que determina critérios objetivos de seleção de proposta da contratação mais
vantajosa, com observância do princípio da Isonomia, conduzido por um órgão dotado de
competência específica.
O art. 37, XXI, da CRFB determina que os contratos administrativos sejam precedidos de
licitação pública, bem como o art. 175 da Carta Magna, ao tratar das outorgas de Concessões e
Permissões, também faz referência à obrigatoriedade de licitar, imposta ao ente estatal.
Quanto à competência para legislar, de acordo com o art. 22, da Constituição Federal,
compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXVII – normas gerais de licitação e contra-
tação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e funda-
cionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III.
Atenção! Os entes federativos poderão expedir normas específicas para regulamentação
de seus procedimentos licitatórios, desde que observadas as normas genéricas trazidas na le-
gislação federal.
47 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 35. ed. São Paulo: Atlas, 2021. p. 447.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
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Sigilo das propostas - as propostas apresentadas pelos licitantes são sigilosas até a
data da abertura dos envelopes, a ser feita em conjunto por todos os concorrentes, em sessão
pública. Até este momento, previamente determinado pelo edital, um licitante não pode saber da
proposta do outro, pois a violação do sigilo da proposta representa Improbidade Administrativa e
crime definido na própria Lei de Licitações.
Atenção! Não contradiz o princípio da publicidade que deve ser observado na realização
de licitações públicas.
Competitividade - a licitação nada mais é senão um processo por meio do qual todos
poderão participar em igualdade de condições, para a escolha da proposta que esteja em con-
sonância com os interesses da coletividade.
Economicidade - a atividade administrativa gera custos e, como os recursos públicos são
escassos, é necessário que a sua utilização produza os melhores resultados econômicos possí-
veis à Administração Pública, tanto quantitativa quanto qualitativamente. O agente público tem o
dever de gerenciar os recursos públicos onerando o menos possível à Administração.
Isonomia - em seu aspecto material, isto significa tratar igualmente os iguais e oferecer
tratamento desigual aos desiguais na medida de suas desigualdades. Neste sentido, o princípio
visa a igualar juridicamente aqueles que são desiguais faticamente, formando o que se conven-
cionou chamar de isonomia material.
Está em conformidade com esse princípio o tratamento diferenciado dispensado a mi-
croempresas e empresas de pequeno porte pela Lei Complementar 123/06, bem como a possi-
bilidade de criação de preferências para aquisição de produtos manufaturados ou serviços naci-
onais que obedeçam às normas técnicas brasileiras, nos moldes da própria lei 14.133/21, con-
forme disposto em seu art. 26.
Segregação de funções – no âmbito de procedimentos licitatórios, deve-se observar que
cada etapa desse procedimento deve ser desempenhada por um agente público diverso.
O princípio de segregação de funções é princípio que tem como finalidade evitar a ocor-
rência de equívocos, fraudes e utilização irregular de recursos públicos.
Segurança jurídica - as modificações supervenientes de normas jurídicas não devem
retroagir para atingir situações pretéritas, sob pena de se tornar instável o sistema de regras
imposto pelo Poder Público, causando transtorno social.
Planejamento - o planejamento das contratações pública é indispensável para uma exe-
cução segura do orçamento de compras e aquisições sem que haja fracionamento de objeto e
erros no que tange à escolha dos contratos a serem firmados.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
execução do contrato.
Definido o critério de escolha do vencedor a ser utilizado no procedimento licitatório, que
deve estar estipulado no instrumento convocatório do certame, a Administração Pública não
pode se valer de nenhum outro critério para selecionar a proposta mais vantajosa.
Caso nenhum desses critérios seja idôneo a desempatar a licitação, a lei determina
que o desempate se dará com base em critérios de preferência, a seguir expostos:
1) Empresas estabelecidas no território do órgão ou entidade da Administração Pú-
blica estadual licitante ou no Estado em que se localiza o órgão ou entidade da
Administração Pública municipal licitante.
2) Empresas brasileiras.
3) Empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
4) Empresas que comprovem a prática de mitigação, por meio da utilização de tecno-
logia que reduza a produção de gases poluentes, nos termos da Lei nº 12.187/09.
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Direito Administrativo
empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior
àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o
objeto licitado”.
Ademais, em igualdade de condições, caso a microempresa apresente uma proposta até
10% superior à proposta vencedora, a lei considera ter havido empate na licitação. O art. 44, §
1º, da LC 123/06 dispõe: “Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apre-
sentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por
cento) superiores à proposta mais bem classificada”.
Por fim, o art. 44, § 2º, da LC 123/06, dispõe “na modalidade de pregão, o intervalo per-
centual estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor
preço”.
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Direito Administrativo
integralidade, devendo ser respeitado o art. 37, XXI, da Constituição Federal, independente da
finalidade da empresa estatal.
O TCU entende que, de fato, as empresas estatais precisam licitar, mas deve-se admitir
exceção. Quando a empresa estatal exploradora de atividade econômica licita para contratações
referentes à sua atividade-fim, está sendo impedida de concorrer com igualdade no mercado.
Isso porque a rapidez do mercado não se coaduna com a burocracia da licitação e a realização
de procedimento licitatório. Nestes casos, iria de encontro ao interesse público. Assim, o Tribunal
entende que não precisam realizar procedimento licitatório, por motivo de inexigibilidade, uma
vez que não há interesse público na licitação.
Os Conselhos de Classe, por atuarem no exercício do Poder de Polícia, ostentam quali-
dade de autarquias, compondo, desta forma, a Administração Indireta da União e, por isso, de-
vem licitar para contratar. Encontra-se ressalvada deste entendimento a Ordem dos Advogados
do Brasil que, por entendimento do Supremo Tribunal Federal, estampado na ADI n. 3.026, con-
figura-se um caso à parte e não tem natureza jurídica de autarquia. Dessa forma, a OAB é uma
entidade privada, não sujeita ao controle da Administração Pública, configurando-se um serviço
independente.
Já os Convênios, a princípio, não dependem de prévia licitação, uma vez que os interes-
ses dos conveniados são convergentes, diferentemente dos contratos, em que as vontades são
divergentes, haja vista o particular contratar com o Poder Público na busca pelo lucro, discre-
pando da finalidade pública inerente à atuação administrativa.
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valores mais altos, todavia, o novo regramento das licitações não faz distinção entre as modali-
dades licitatórias em razão do valor.
Em razão da natureza do objeto, a concorrência se faz obrigatória na celebração de de-
terminados contratos, em razão da importância conferida a essas avenças. Nesses casos, a lei
limita a modalidade licitatória à concorrência ou ao diálogo competitivo.
A modalidade licitatória concurso demonstra o interesse da Administração Pública em
selecionar trabalhos técnicos, científicos ou artísticos com certas capacidades personalíssimas
para incentivar o desenvolvimento cultural. Nesta modalidade, há instituição de prêmios ou re-
muneração aos vencedores, nos moldes definidos pelo art. 30, da lei 14.133/21.
A licitação na modalidade concurso observará as regras e condições previstas em edital,
que indicará a qualificação exigida dos participantes, as diretrizes e formas de apresentação do
trabalho e as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor.
Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à Administração
Pública todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua execução conforme
juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes.
O leilão, por sua vez, é a modalidade licitatória destinada para alienação de bens pelo
poder público àquele que ofertar o maior preço, seja ele igual ou superior ao valor da avaliação.
Nesse sentido, o art. 6º, XL da lei 14.133/21 dispõe que o leilão é “modalidade de licitação para
alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem
oferecer o maior lance”.
O leilão é realizado pelo leiloeiro, que pode ser o leiloeiro oficial ou um servidor designado
pela Administração Pública para cumprir a função de leiloeiro. Se optar pela realização de leilão
por intermédio de leiloeiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credenciamento
ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento de maior desconto para as
comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os percentuais definidos na lei
que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a serem leiloados.
Ademais, conforme disposição legal, o leilão será sempre do tipo MAIOR LANCE, sendo
que a administração somente pode alienar o bem para lance vencedor que seja igual ou superior
ao valor da avaliação.
Pregão é a modalidade licitatória utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns,
cujos padrões mínimos de qualidade serão previamente estipulados no instrumento convocató-
rio. A licitação, nesta modalidade, será sempre do tipo menor preço ou maior desconto.
Não há designação de comissão licitante, sendo o pregoeiro o responsável pela realização
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implicará compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a Admi-
nistração a contratar, facultada a realização de licitação específica para a aquisição pretendida,
desde que devidamente motivada”.
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ou serviço nas metas estipuladas na lei do Plano Plurianual (no art. 165 da Constituição Federal
e no art. 165, da Lei 14.133/21).
Em casos de contratação para execução de obras, a lei exige ainda a realização de um
projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para que os interessados em
participar da licitação tenham amplo conhecimento (art. 6º, XXV, da Lei 14.133/21).
A lei prevê pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, salvo vedação
expressa e justificada no próprio edital. Nesses casos, para que seja lícita a participação em
consórcio, devem ser observados os requisitos previstos na legislação.
O art. 21, da Lei 14.133/21 prevê a possibilidade de convocação de audiência pública,
com antecedência mínima de 8 (oito) dias úteis, que poderá ser realizada presencialmente ou a
distância – por meio eletrônico - com disponibilização prévia de informações pertinentes, inclu-
sive de estudo técnico preliminar, elementos do edital de licitação e outros, permitindo a mani-
festação de todos os interessados.
Também, é possível que a Administração submeta a licitação a consulta pública. Neste
caso, não haverá uma audiência com a participação dos interessados, mas serão disponibiliza-
dos a eles o acesso aos elementos da futura contratação, permitindo que enviem sugestões em
prazo fixado.
O edital ainda poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre o contratante e o
contratado, estabelecendo as responsabilidades de cada uma das partes do acordo, assim como
buscando encontrar e estipular medidas que reduzam as possibilidades de desequilíbrio finan-
ceiro ao longo da relação contratual.
Orçamento da Administração Pública - o poder público deverá, na fase interna, apre-
sentar o valor estimado da contratação, compatível com os valores praticados pelo mercado,
considerados os preços constantes de bancos de dados públicos e as quantidades a serem con-
tratadas, observadas a potencial economia de escala e as peculiaridades do local de execução
do objeto.
Além disso, ainda nesta fase interna, o Poder Público elabora a minuta do edital de licita-
ção que será encaminhado ao órgão de consultoria jurídica para aprovação.
O edital é o instrumento convocatório das licitações na modalidade concorrência e confi-
gura uma convocação a todos os interessados em contratar com a Administração Pública, desde
que atendam às exigências nele contidas.
O edital pode prever margem de preferência para aquisição de:
a) bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas
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brasileiras;
b) bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento.
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dias úteis, contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não caiba recurso hierár-
quico.
H) Encerramento:
Concluídas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os recursos administrativos,
está encerrado o trabalho do agente de contratação, que encaminhará o procedimento à autori-
dade do órgão para verificação e encerramento do feito. Assim, o processo será enviado à auto-
ridade superior, a quem compete verificar os atos anteriores praticados pelo agente de contrata-
ção ou comissão de contratação, analisando sua adequação às normas legais e princípios cons-
titucionais pertinentes.
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Ademais, a LC 123/06 define que a Administração Pública deverá realizar processo licita-
tório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte
nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00.
Em casos de licitações para celebração de contratos para aquisição de bens de natureza
divisível acima de R$80.000,00, o ente público deverá estabelecer, cota de até 25% do objeto
para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte.
Atenção! As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte poderão participar de ambos
os itens da licitação, sendo classificadas dentro da ampla concorrência para a contratação de
75% do objeto e se submetendo a outra classificação, somente com empresas de mesmo porte,
em relação aos 25% (vinte e cinco por cento) restantes.
A Administração Pública poderá, nas licitações destinadas à aquisição de obras e servi-
ços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte.
O art. 4º, da Lei 14.133/21, manteve as regras de benefícios de microempresas e empre-
sas de pequeno porte de forma expressa.
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Direito Administrativo
12.1. Introdução
Inicialmente devemos ter em mente que a legislação, por diversas vezes, confunde con-
tratos administrativos com contratos da Administração, onde este é gênero do qual aquele é
espécie, pois a expressão “contratos da administração” (sentido amplo) engloba os contratos
administrativos e os contratos de direito privado celebrados pelo Poder Público.
Saliente-se que, mesmo nos contratos administrativos, a aplicação subsidiária do direito
privado se faz necessária, pois é na teoria geral dos contratos que os contratos administrativos
vão buscar seus elementos essenciais, aos quais vão agregar suas prerrogativas.
Em resumo: a Administração Pública pode celebrar contratos regidos pelo Direito Público
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
(ex: concessão de uso de bens públicos, permissão de serviços públicos) bem como pelo Direito
Privado (ex: contratos de locação, de compra e venda).
Atenção! Os contratos da administração, ainda que privados, estão sujeitos ao controle
do Tribunal de Contas, por se tratar de avenças travadas com o dinheiro público, além de de-
penderem da realização de procedimento licitatório regular e obediência a todas as restrições
impostas à Administração, como o prazo determinado e a previsão orçamentária.
A primeira grande característica, utilizada para definição dos contratos administrativos é o
fato de que estas avenças, regidas pelo direito público, apresentam-se com uma característica
singular, qual seja, a possibilidade de haver tratamento desigual entre a Administração (que atua
com prerrogativas públicas) e o contratado, a exemplo de haver a possibilidade de a Administra-
ção extinguir o contrato unilateralmente.
Com efeito, os contratos administrativos são as manifestações de vontade entre duas ou
mais pessoas visando à celebração de negócio jurídico, havendo a participação do Poder Pú-
blico, atuando com todas as prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público, vi-
sando sempre à persecução de um fim coletivo. Este contrato é regido pelo direito público, sendo
inerentes a ele todas as prerrogativas e limitações de Estado.
Essas prerrogativas ensejam a existência das chamadas cláusulas exorbitantes, previs-
tas no art. 104, da lei 14.133/21, e presentes, implicitamente, em todos os contratos administra-
tivos. Estas cláusulas só excepcionalmente se aplicam aos contratos privados celebrados pelo
Poder Público, devendo estar expressamente definidas no instrumento do acordo.
Sendo assim, pode-se apontar a verticalidade como característica inerente aos contratos
administrativos, haja vista a atuação do Poder Público com supremacia em face do particular
contratado.
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As cláusulas são impostas por uma das partes (poder público) e à outra parte (particular)
De Adesão
cabe apenas aderir ou não à avença.
Oneroso Como regra, não são admitidos contratos gratuitos firmados com o poder público.
As obrigações das partes são recíprocas, ou seja, a execução da atividade de uma das
Sinalagmático
partes enseja o adimplemento contratual pela outra.
Todo contrato administrativo tem uma forma definida na lei, indispensável à sua regulari-
dade.
Formal
A Lei 14.133/21, em seu artigo 92, prevê todas as cláusulas necessárias à validade do
contrato administrativo e a sua ausência gera o vício de forma.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Com efeito, a lei diz que o instrumento de contrato será dispensado, quando se tratar de
contratos cujo valor enseje dispensa de licitação. Assim, o instrumento de contrato não se faz
necessário para obras e serviços de engenharia de até R$ 100.000,00 (cem mil reais) e para
aquisição de bens e outros serviços no valor de até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Atenção! A legislação estabelece como regra que NÃO é possível contrato verbal cele-
brado pela administração, dispondo ser nulo e de nenhum efeito qualquer contrato verbal reali-
zado pelo ente estatal.
Contudo, excepcionalmente, admite-se contrato verbal, nas compras e serviços que não
ultrapassam R$ 10.000,00 (dez mil reais) – desde que se trate de compra de pronta entrega e
pronto pagamento. Isso significa que este contrato não gera nenhuma espécie de obrigação fu-
tura (art. 95, §, 2º da Lei 14.133/21).
Nestas hipóteses, também não há necessidade de realização de procedimento licitatório,
em conformidade com as regras de dispensa previstas na lei.
Não obstante a ausência de previsão legal, a doutrina admite a celebração de contratos
verbalmente, para posterior formalização por escrito, em casos emergenciais. Neste caso, a for-
malização poderá ser realizada posteriormente à existência de contrato e início da prestação do
serviço pelo contratado.
A administração pública deve providenciar a publicação do contrato até o quinto dia útil do
mês seguinte ao da sua celebração, sendo que essa publicação deve acontecer, após as provi-
dências, no prazo máximo de vinte dias corridos. Ou seja, o prazo de vinte dias só terá início
após o quinto dia útil do mês seguinte ao que o contrato foi celebrado.
Além da formalização, a divulgação é requisito indispensável à eficácia do contrato
administrativo, decorrente do princípio da publicidade, o qual garante o conhecimento acerca do
contrato a toda a sociedade. A divulgação deve ser feita no Portal Nacional de Contratações
Públicas (PNCP). A divulgação deve abranger o inteiro teor do contrato, bem como todos os
aditamentos que forem feitos posteriormente, que ficarão disponíveis para quaisquer interessa-
dos.
A lei dispõe que essa divulgação deve se dar nos seguintes prazos, contados da sua
assinatura pelas partes:
• 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
• 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
Caso a administração deixe de publicar o contrato, ele é válido e perfeito, somente, não
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sendo eficaz. Não produz efeito, uma vez que a eficácia fica dependendo da publicidade do
contrato administrativo celebrado. Todavia, cabe ressaltar que os contratos firmados em caso de
urgência produzem efeitos desde a data da sua assinatura, devendo ser publicado nos prazos
apresentados acima, sob pena de nulidade.
12.4. Garantia
A exigência de garantia é uma cláusula necessária dos contratos administrativos (art. 96
da Lei 14.133/21).
A Lei prevê a caução que poderá ser prestada em dinheiro, títulos da dívida pública, a
fiança bancária ou seguro garantia, a critério do contratado privado.
O valor dessa garantia é definido, no bojo do contrato, e determinado pela administração
pública. A lei estabelece o limite máximo de 5% do valor do contrato, sendo que, em observân-
cia a este limite, o poder público deve, discricionariamente, dispor acerca do valor a ser cobrado
em cada contratação específica.
Ocorre que, nos contratos que envolvam alta complexidade técnica ou riscos financeiros
consideráveis, definido por meio de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente,
a garantia pode chegar a 10% do valor inicial do contrato, sempre mantida a regra que o ente
estatal é quem define o valor da caução.
Lembre-se, ainda, que, quando o contrato for de fornecimento contínuo com vigência su-
perior a 1 (um) ano, assim como nas subsequentes prorrogações, será utilizado o valor anual do
contrato para definição e aplicação dos percentuais da garantia.
Em relação ao valor da garantia contratual, a legislação ainda dispõe que, em caso de
contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
Em caso de cumprimento do contrato e adimplemento de todos os seus termos pelo par-
ticular, a garantia deverá ser devolvida e, se foi prestada em dinheiro, deve haver a correção do
valor, no momento da devolução.
Em caso de descumprimento contratual, a garantia pode ser utilizada pelo Estado como
mínimo indenizatório, ou seja, o ente público pode executar a garantia e cobrar indenização ex-
cedente em caso de o prejuízo ultrapassar o valor da caução.
Cláusula de retomada - na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital po-
derá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia do tipo “performance bond”,
com clausula de retomada, assim considerado o contrato no qual a seguradora se torna
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responsável pelo cumprimento do contrato na forma como foi concebido. Assim, essa empresa
seguradora ficará responsável e apta por fiscalizar a execução do contrato – independentemente
da fiscalização do poder público – como forma de evitar inadimplemento contratual.
Nesses casos, o contrato de seguro poderá determinar a obrigação de seguradora, em
caso de inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto do contrato,
hipótese em que a emissão de empenho se dará em nome da seguradora, ou a quem ela indicar
para a conclusão do contrato, será autorizada desde que demonstrada sua regularidade fiscal,
sendo possível que essa empresa subcontrate a conclusão do contrato, total ou parcialmente.
Assim, temos a seguinte situação, na hipótese de inadimplemento do contratado:
• caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, estará isenta da obriga-
ção de pagar a importância segurada indicada na apólice, ficando quite com suas
obrigações;
• caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará a integralidade da
importância segurada indicada na apólice.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
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Correção
Atualização da margem de lucro inicialmente acordada, mantendo o valor real do contrato.
monetária
Reajustamento Reajuste em face do aumento ordinário e regular do custo dos insumos necessários ao cum-
de preços primento do acordo.
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Direito Administrativo
com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual o orça-
mento esteja vinculado, para os custos decorrentes da mão de obra.
Quando o reajustamento de preços não consegue fazer face ao real aumento do preço dos
Recomposição
insumos, em virtude de uma situação excepcional (não prevista no contrato), a Administração
de preços
Pública, como forma de reequilibrar o contrato, precisa fazer a recomposição de preços. Isso
ou revisão de
ocorre porque a previsão contratual de reajuste não foi suficiente para suprir a efetiva modi-
preços
ficação nos custos do contrato celebrado.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Atenção! Para que seja configurado o fato do príncipe relevante que o agente que pratica
a conduta onerosa seja da mesma esfera de governo daquele que celebrou o contrato adminis-
trativo atingido. Ente federativo diverso caracteriza caso fortuito.
Atenção! Em algumas situações, a teoria da imprevisão gera a impossibilidade de manter
o contrato. Nestes casos, a situação imprevista enseja a rescisão contratual (rescisão de pleno
direito), ocorrida por situação alheia à vontade das partes.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Nesses casos, o particular que pretender subcontratar parte de suas atividades deve apre-
sentar à Administração documentação que comprove a capacidade técnica do subcontratado,
que será avaliada e juntada aos autos do processo correspondente.
12.11. Duração
A duração dos contratos regidos pela Lei 14.133/21 ficará adstrita à vigência dos respecti-
vos créditos orçamentários que, no direito brasileiro, são definidos pela lei orçamentária anual, à
qual cabe prever todas as despesas e receitas da entidade no período de um exercício. Desse
modo, os contratos administrativos devem ter duração máxima de um ano, para atender à previ-
são orçamentária.
Com efeito, a lei orçamentária define as despesas que podem ser contraídas pelo ente
público naquele exercício, limitando toda atuação ou ajuste firmado pelo Estado durante a vigên-
cia dos respectivos créditos.
A Lei 14.133/21 define algumas situações excepcionais, nas quais se admite a contratação
além do prazo de um exercício. Vejamos no quadro abaixo as exceções à vigência máxima de
um ano.
Projetos contemplados na A avença terá duração de até quatro anos, para cumprimento das metas e
lei do Plano Plurianual execução de seu objeto.
Além do prazo original de 5 (cinco) anos, a lei permite que sejam feitas prorro-
gações posteriores no referido contrato, desde que, ao final, ele não ultrapasse
Prestação de serviços a se- o prazo de 10 (dez) anos. Nesses casos, a possibilidade de prorrogação deve
rem executados de forma ter previsão em edital e a autoridade competente deve atestar que as condi-
contínua ções e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a
negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para qualquer
das partes.
Aluguel de equipamentos e Segue as mesmas regras dos contratos de prestação de serviços contínuos,
utilização de programas de podendo ser firmado por até 5 (cinco) anos, cumpridas as exigências previstas
informática em lei.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
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Atenção! Contratos que não geram despesas à Administração Pública não precisam
estar previstos na lei orçamentária, logo, não precisam respeitar o limite de vigência definido, no
art. 105, da Lei 14.133/21.
Além disso, no que tange à possibilidade de prorrogação, a legislação determina que o
contrato administrativo pode ser prorrogado, desde que seja feito dentro do prazo de vigência do
contrato e decorra, cumulativamente, de previsão no edital e no contrato e autorização do poder
público, mantidas as demais disposições contratuais.
Por fim, vale esclarecer que toda prorrogação de prazo contratual deverá ser justificada
por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato. Im-
portante salientar, ainda, que, para que haja prorrogação, é indispensável que haja previsão
orçamentária e que a empresa mantenha todas as condições necessárias à sua habilitação para
contratar com o poder público, além do respeito ao disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição
Federal.
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Assim, o referido portal ficará responsável por dar publicidade aos procedimentos licitató-
rios e ainda pode realizar os contratos firmados pelos entes públicos.
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12.19. Convênios
Ajustes firmados entre a Administração Pública e entidades que possuam vontades con-
vergentes, mediante a celebração de acordo para melhor execução das atividades de interesse
comum dos conveniados.
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A legislação exige prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela or-
ganização interessada, o qual deverá conter, ao menos, algumas informações definidas na lei,
quais sejam: identificação e definição do objeto a ser executado, de interesse comum entre os
entes conveniados; metas a serem atingidas; etapas ou fases de execução; plano de aplicação
dos recursos financeiros; cronograma de desembolso de valores pela entidade conveniada, com
definição de prazos e metas; previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da
conclusão das etapas ou fases programadas; comprovação de que os recursos próprios para
complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, caso o convênio compre-
enda execução de obra ou serviço de engenharia, salvo se o custo total do empreendimento
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
Por fim, a doutrina e jurisprudência entendem que celebração de convênios, em decorrên-
cia da convergência de vontades não devem ser precedidos de procedimento licitatório.
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Pré-qualificação permanente:
A Pré-qualificação permanente configura uma decisão administrativa que informa que in-
teressados cumprem requisitos genéricos para participação de licitações no órgão público que a
está realizando. O procedimento para a pré-qualificação é público, permanente e aberto para
quaisquer interessados (art. 64, da Lei 13.303/16).
Cadastramento:
A lei ainda prevê a possibilidade de cadastramento de licitantes, sendo que os registros
cadastrais poderão ser mantidos para efeito de habilitação dos inscritos em procedimentos licita-
tórios e serão válidos por 1 (um) ano, no máximo, também sendo admitida a atualização a qual-
quer tempo. Da mesma forma que acontece na pré-qualificação, o art. 65, § 1º, dispõe que “Os
registros cadastrais serão amplamente divulgados e ficarão permanentemente abertos para a
inscrição de interessados.”
Não se confunde com a pré-qualificação, uma vez que o cadastro se apresenta como um
conjunto de informações armazenadas no órgão público, ou seja, não há qualquer provimento de
caráter decisório proferido pelo órgão.
Prazos de implementação:
A Lei 13.303 entrou em vigor na data de sua publicação, ou seja, no dia 01 de julho de 2016,
no entanto, algumas exigências definidas na legislação tiveram previsão de prazo para implemen-
tação.
Contratos firmados com as empresas estatais:
Inicialmente, é importante salientar que, haja vista a natureza jurídica inerente às empresas
estatais, os seus contratos não ostentam a qualidade de contratos administrativos, razão pela
qual a lei não prevê cláusulas exorbitantes como a possibilidade de alteração unilateral da avença
por determinação do contratante.
Inclusive, nesse sentido, o art. 173, II, da Constituição da República dispõe que essas en-
tidades devem se sujeitar ao regime jurídico próprio das empresas privadas, quanto aos direitos
e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
Todavia, a lei estabelece algumas peculiaridades em relação aos contratos a serem fir-
mados por essas empresas com particulares, inclusive a possibilidade de aplicação de multa e
exigência de garantia.
Sanções:
A lei prevê que o descumprimento do contrato pelo particular, seja ele total ou parcial,
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: a) advertência; b)
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lucrativos que não comprovem ter desenvolvido, durante os últimos três anos, atividades referen-
tes à matéria objeto do convênio ou contrato de repasse ou com entidades privadas sem fins
lucrativos que tenham, em suas relações anteriores com a União, cometido algumas das infrações
reguladas no Decreto.
Por fim, é vedada a celebração de convênios cuja vigência se encerre no último ou no pri-
meiro trimestre de mandato dos Chefes do Poder Executivo dos entes federativos.
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Significa que bens públicos não podem ser vendidos livremente, essa regra não é absoluta
(arts. 100 e 101 do CC). Os bens de uso especial e os bens de uso comum são inalienáveis
(bens fora do comércio), já os bens dominicais podem ser alienados, se atendidos os requisitos
estampados na lei (art. 76 da Lei n° 14.133/2021).
13.3.2. Impenhorabilidade
Os bens públicos não podem ser objeto de uma constrição judicial, de uma execução
contra a Fazenda Pública, por exemplo. A característica justifica-se pelo fato de que as dívidas
da Fazenda Pública são pagas em forma de precatórios e Requerimento de Pequeno Valor
(RPV), segundo o art. 100 da CF/1988.
Atenção!
De acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal (Ag. Reg. nos Emb. Decl. de RE
n° 851.711 – rel. Min. Marco Aurélio – j. 12-12-2017), os bens das empresas públicas, sociedade
de economia mista e concessionárias que estejam afetados à prestação de serviço público tam-
bém são impenhoráveis.
13.3.3. Imprescritibilidade
Trata-se da prescrição aquisitiva, ou seja, não possibilidade de usucapião (arts. 183, § 3°,
e 191, par. ún., da CF/1988, art. 102 do CC e Súm. n° 340 do STF). Importante salientar que a
imprescritibilidade atinge inclusive os bens não afetados. Conforme a Súm. n° 619 do STJ: “A
ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível
de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias”.
136
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
possui uma finalidade pública específica; do contrário, quando o bem foi desafetado (desconsa-
gração), é porque ele não está sendo utilizado para determinado fim público.
Bens públicos podem ser alienados, desde que atendidos os requisitos estampados no
art. 17 da Lei n° 8.666/1993 ou art. 76 da Lei n° 14.133/2021:
a) a demonstração do interesse público na alienação;
b) a avaliação prévia;
c) a realização de regular procedimento licitatório, prévio à alienação (exceto quando
a lei trouxer a desnecessidade expressa);
d) autorização legislativa nos casos de bem imóveis.
137
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Art. 98 do CC
Conceito Bens das pessoas jurídicas de
direito público
Art. 99, I, do CC
Espécies Uso comum
Art. 100 do CC
Alienabilidade Impossibilidade para bens de uso
comum e uso especial
Art. 101 do CC
Possibilidade para bens
desafetados (dominicais)
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Não onerabilidade
139
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
14.1. Requisitos
Inicialmente, cabe entendermos o que é a Responsabilidade Civil do Estado. Trata-se de
uma obrigação imposta ao Poder Público de ressarcir danos causados aos terceiros em razão
da função administrativa, sejam usuários ou não do serviço público, ainda que não se possa
identificar o agente responsável.
Os requisitos para buscar reparação de um prejuízo causado pelo Poder Público são:
configuração de dano causado por agentes públicos nessa qualidade.
Atenção!
Agente de fato (decorre do princípio da segurança jurídica), se o agente está aparente-
mente investido da função/cargo, seus atos praticados geram dever de indenização, ainda que
haja vícios na sua investidura.
Assim, por exemplo, se um policial atira em alguém enquanto estava na praia, o Estado
terá que demonstrar que, mesmo estando de folga, o agente identificou-se como policial, por-
tanto, agiu na condição de agente público ou no uso da arma da corporação, ensejando, assim,
responsabilidade direta do Estado, no mínimo pela má escolha do agente público, chamada culpa
in vigilando.
140
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
142
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
caso de omissão específica, por exemplo: dano ambiental em rompimento de barragem, dever
de custódia, manutenção de rodovia, erro médico.
143
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
144
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
236 da CF/1988), e não terem personalidade jurídica própria, não respondem diretamente pelos
danos casados. A Jurisprudência já divergiu sobre o tema, mas, atualmente, o entendimento do
Supremo Tribunal Federal é de que o Estado responde objetivamente pelos danos causados por
tabeliões ou registradores, admitindo o direito de regresso contra o notário nos casos de dolo ou
culpa (RE n° 175.739/SP – rel. Min. Marco Aurélio – Segunda Turma – j. 26-2-1998; RE n°
209.354/PR – rel. Min. Ellen Gracie – Segunda Turma – j. 10-3-2009; e RE n° 842.846/SC – rel.
Min. Luiz Fux – j. 27-2-2019 – este com tese de repercussão geral).
14.10. Prescrição
O Decreto n° 20.910/1932 traz, em seu art. 1°, a prescrição quinquenal aplicada para
qualquer direito ou ação em face da Fazenda Pública. Essa redação é reafirmada no Decreto-lei
n° 4.597/1942, que também trouxe, em seu art. 2°, a mesma prescrição quinquenal para autar-
quias, entidades e órgãos paraestatais criados por lei e mantidos por impostos, taxas ou outras
contribuições. Não diferente, a Lei n° 9.494/1997 ratificou o prazo de 5 (cinco) anos, no art. 1°-
C, para obter indenização por danos causados pelos agentes públicos de pessoas jurídicas de
direito público e pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviço público.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
1027633 a ação por danos causados por agente público deve ser
ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito pri-
vado prestadora de serviço público, sendo parte ilegítima
para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
1055 RE É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a 10/06/2021
1209429 profissional da imprensa ferido por agentes policiais du-
rante cobertura jornalística, em manifestações em que haja
tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a
excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da ví-
tima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa des-
cumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas
delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade fí-
sica.
512 RE O Estado responde subsidiariamente por danos materi- 29/06/2020
662405 ais causados a candidatos em concurso público organizado
por pessoa jurídica de direito privado (art. 37, § 6º, da
CRFB/88), quando os exames são cancelados por indí-
cios de fraude.
362 RE Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não 08/09/2020
608880 se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado
por danos decorrentes de crime praticado por pessoa fora-
gida do sistema prisional, quando não demonstrado o
nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta
praticada.
366 RE Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Es- 11/03/2020
136861 tado por danos decorrentes do comércio de fogos de arti-
fício, é necessário que exista a violação de um dever jurí-
dico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida
a licença para funcionamento sem as cautelas legais ou
quando for de conhecimento do poder público eventuais ir-
regularidades praticadas pelo particular.
146
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Precedente do STJ
O hospital que deixa de fornecer o mínimo serviço de segurança, contribuindo de forma deter-
minante e específica para homicídio praticado em suas dependências, responde objetivamente
pela conduta omissiva. (REsp 1.708.325-RS, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 24/05/2022).
Teoria do risco
integral
Queda de Lei nº 10.744/2003
aeronaves por
atentado
terrorista ou
guerra
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Prescrição
Direito privado – 3 anos Art. 206, §3º, V, do CC
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
15.4. Desapropriação
A desapropriação ocorre quando determinado ente público determina a retirada de bem
privado do seu proprietário, para que esse faça parte do patrimônio público, sempre embasado
nas necessidades coletivas, mediante o pagamento de indenização, previamente definida, de
forma justa ao proprietário.
Trata-se, esta modalidade de intervenção do Estado na propriedade privada, de uma si-
tuação excepcional que, é também uma forma originária de aquisição de propriedade.
No que concerne, ao caso do pagamento da indenização a particular não proprietário, este
fato não enseja em nulidade, podendo o proprietário requerer o pagamento da mesma, sem o
retorno do bem ao seu domínio. Ademais, qualquer direito real, que recaía sobre o bem, fica sub-
rogado no valor da indenização.
150
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
151
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Desapropriação comum:
A desapropriação comum depende da existência de uma situação de utilidade ou neces-
sidade pública, ou, ainda, da demonstração de uma hipótese de interesse social, em consonân-
cia com o inciso XXIV, do art. 5°, CF/88 e deve ser precedida de pagamento de valor indenizatório
prévio, justo e em dinheiro.
Importante frisar que pagamento justo é aquele que compreende valor de mercado, danos
emergentes e lucros cessantes com correção monetária.
Ademais, se a desapropriação se der através da via judicial, a este pagamento indeniza-
tório serão acrescidos os honorários advocatícios e, quando couber, juros moratórios e compen-
satórios.
Sobre esta indenização justa, ainda, é importante informar que somente serão indeniza-
das as melhorias feitas até a data da declaração de utilidade pública ou interesse social, com
exceção das benfeitorias úteis e necessárias, pagas ainda que executadas após esta data.
De outro giro, o Superior Tribunal de Justiça já se posicionou no sentindo de que, em caso
de divergência entre a área registrada e a área real do imóvel, a indenização será calculada
somente sobre o espaço constante no registro.
Os danos extraordinários, causados em decorrência da desapropriação, também poderão
ser indenizados no curso do mesmo processo em decorrência da responsabilidade civil do Es-
tado.
Desapropriação especial urbana:
Inicialmente, cumpre ressaltar que a propriedade urbana deverá atender as exigências de-
finidas no Plano Diretor da Cidade, de forma a atender à sua função social. Nesse sentido, o
atendimento da função social deve-se dar, assegurando o atendimento das necessidades dos
cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades eco-
nômicas. O art. 182, da Constituição Federal, neste sentido, dispõe que “A política de desenvol-
vimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes”.
O Plano Diretor que deve conter o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orça-
mento anual tem de ser aprovado por lei municipal, com revisão, ao menos, a cada dez anos,
sendo que em seu processo de elaboração deve ter garantido a promoção de audiências públi-
cas e debates, bem como o respeito a publicidade e o acesso de qualquer interessado aos do-
cumentos e informações produzidas.
152
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Este Plano Diretor é obrigatório para todas as cidades que possuam mais de vinte mil
habitantes, bem como nas cidades que sejam integrantes de regiões metropolitanas ou aglome-
rações urbanas, da mesma forma que nas áreas de especial interesse turístico e nos municípios
inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto am-
biental de âmbito regional ou nacional e nas cidades incluídas no cadastro nacional de Municí-
pios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações brus-
cas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos.
A desapropriação especial urbana ocorrerá nos casos em que não for cumprida a função
social da propriedade prevista no citado Plano Diretor da cidade, após a imposição gradativa e
sucessivas de determinadas restrições. São elas:
1) Parcelamento ou edificação compulsória, sendo que a notificação deverá ser averbada
no Cartório de Registro de Imóveis e realizada por funcionário do órgão competente do Poder
Público Municipal, ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha
poderes de gerência geral ou administração, ou, por edital, somente quando for frustrada, por três
vezes, a tentativa de notificação pessoal.
Nestes casos, o proprietário deverá efetivar o parcelamento, a edificação ou a utilização
compulsória do terreno. Notificado, o proprietário terá 1 (um) ano para apresentar o projeto, pro-
tocolando-o no órgão competente, e, contados da apresentação do projeto, terá 2 (dois) anos
para começar as obras do empreendimento com vistas a conferir função social à propriedade (§4º
do art. 5º da Lei 10.257/01). Estes prazos não serão interrompidos em caso de transmissão do
imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, sendo que o novo proprietário se sub-roga em todas
as obrigações definidas no ato administrativo.
2) Não sendo suficiente a medida anterior para garantir a função social da propriedade, o
poder público municipal poderá determinar a aplicação de imposto sobre a propriedade predial
e territorial urbana progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota, pelo prazo de
cinco anos consecutivos, limitada a 15%. Trata-se de coação e sanção impostas pelo poder pú-
blico em razão da inércia em face da notificação.
A maioria da doutrina entende, que o limite aqui é temporal para a progressividade do
tributo, conforme art. 7º, §2º, da Lei 10.257/01 e que de um ano para o outro só se pode acres-
centar na alíquota o máximo de 100% do valor anterior.
Ademais, trata-se de medida coercitiva e sancionatória que neste tipo de desapropriação
reveste o tributo com uma roupagem extrafiscal.
3) Escoado o prazo de cinco anos sem que o particular tenha tomado qualquer providência
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
no sentido que conferir função social ao bem, o ente municipal poderá decretar a desapropria-
ção especial urbana, com pagamento de indenização mediante a entrega de títulos da dívida
pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10
(dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e
os juros legais. Trata-se de desapropriação com função sancionatória.
Neste caso, a indenização justa refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado
o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde se
localiza e não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.
Por fim, após ocorrida a desapropriação, o Município deverá aproveitar o imóvel no prazo
máximo de cinco anos, diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão
a terceiros.
Desapropriação especial rural:
A propriedade rural tem seus critérios de utilização definidos no Estatuto da Terra (Lei
4.504/64), o qual regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os
fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola.
Inclusive, a supracitada legislação informa que caso o proprietário não cumpra a função
social do imóvel rural, compete à União desapropriar através de um decreto que declare o inte-
resse social, para fins de Reforma Agrária, o referido imóvel, mediante prévia e justa indenização
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando simultane-
amente favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim
como de suas famílias, mantém níveis satisfatórios de produtividade, assegura a conservação
dos recursos naturais e observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho
entre os que a possuem e a cultivem em consonância com o art. 186, da CF/88.
Em relação a sua indenização, cumpre ressaltar que as benfeitorias úteis e necessárias
anteriores à declaração expropriatória, serão indenizadas em dinheiro e que o orçamento fixará
anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para
atender ao programa de reforma agrária.
Ademais, bem como que a Lei Complementar 76/93 estabelece o procedimento contradi-
tório especial e que estarão isentas de impostos federais, estaduais e municipais, as operações
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
154
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Frise-se que, conforme dicção no art. 185 da CF/88, não podem ser desapropriados: a)
terrenos produtivos, mesmo sem função social; e b) a pequena e média propriedade rural, desde
que o proprietário não possua outra.
Desapropriação confisco:
Trata-se de desapropriação específica, cujo rito encontra-se regulado na Lei 8.257/91 e
deve ser proposta pela União, que não prevê o pagamento de qualquer espécie de indenização.
Com efeito, esta desapropriação não é indenizável e, por isso, parte da doutrina designa esta
retirada da propriedade do particular de expropriação, diferenciando das desapropriações propri-
amente ditas que seriam sempre mediante indenização.
A norma constitucional estabelece duas situações diversas, tratando a expropriação de
bens móveis e de bens imóveis, que em qualquer hipótese não podem ser incorporados ao patri-
mônio público. Nestes termos, serão expropriados os bens móveis utilizados para o tráfico de
drogas, cuja destinação será a de reversão a fundos especiais de natureza específica, e os bens
imóveis utilizados para plantação de psicotrópicos ilícitos e para a exploração de trabalho escravo,
cuja destinação será à reforma agrária e a programas de habitação popular.
Frise-se que, as plantas psicotrópicas são elencadas no rol emitido pelo órgão sanitário
competente do Ministério da Saúde e que o STF tem entendimento de que todo o terreno será
desapropriado, ainda que a plantação se restrinja a uma parcela da propriedade.
Após a propositura da ação pela União, o Juiz determinará a citação dos expropriados, no
prazo de cinco dias, nomeando, neste ato, o perito que terá oito dias de prazo para entregar o
laudo em cartório.
No que tange ao prazo para contestação e indicação de assistentes técnicos, este é de
dez dias, a contar da data da juntada do mandado de citação aos autos.
A audiência de instrução e julgamento será determinada pelo Juiz em data não superior a
quinze dias, a contar da data da contestação e nesta assentada cada parte poderá indicar até
cinco testemunhas.
Excepcionalmente, a audiência poderá ser postergada em virtude da impossibilidade de
produção de toda a prova oral no mesmo dia, sendo que, em relação a imissão de posse, o juiz
poderá determiná-la garantindo um contraditório postergado, durante a audiência de justificação.
A sentença será prolatada em cinco dias, sendo a mesma passível de apelação, no prazo
de quinze dias.
Por fim, incomumente, se após o trânsito em julgado da sentença, não puder ocorrer em
cento e vinte dias a destinação prevista na CF/88, a gleba será incorporada ao patrimônio da
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Importante frisar que esta declaração tem natureza de ato discricionário e está sujeita ao
controle judicial e administrativo.
Ressalte-se, ainda, que o cidadão não pode ficar, por prazo indeterminado, sujeito à força
expropriatória do Estado, razão pela qual a legislação prevê um prazo de caducidade do ato
declaratório. Ultrapassado o referido prazo, ocorre a perda dos efeitos do ato declaratório em
razão do decurso do tempo sem que seja efetivada a desapropriação, não se admitindo que o
poder público promova a execução desse.
A caducidade é contada a partir da data da expedição do decreto, conforme art. 10 do
Decreto Lei 3.365/41 e o seu prazo varia de acordo com a natureza da declaração expropriatória
sendo de cinco anos na declaração de utilidade ou necessidade pública e de dois anos na decla-
ração de interesse social.
Já a fase executória ocorre quando o Estado paga o valor da indenização, previamente
fixado, efetivando a imissão do poder público na posse do bem. Pode ocorrer administrativamente
(quando ocorre acordo entre o Poder Público o proprietário) não necessitando de homologação
judicial. Ademais, pode ocorrer judicialmente (quando não há acordo em relação ao quantum in-
denizatório ou se o ente expropriante não souber quem ostenta a qualidade de proprietário do
bem) através da Ação de Desapropriação.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Na hipótese de perdido o prazo de 120 dias, a declaração de urgência não pode ser reno-
vada e se após a imissão, o Poder Público desistir da desapropriação, pagará por qualquer dano
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
no imóvel.
Ademais, a imissão deverá ser registrada no registro de imóveis competente e o proprietá-
rio do bem tem direito de levantar parte do valor depositado pelo Estado visto que já não pode
mais usufruir da sua propriedade, bem como se vê livre da obrigação de efetuar pagamentos de
tributos referentes ao bem, a exemplo do IPTU.
O levantamento pelo proprietário, do valor depositado, ocorrerá mediante alvará judicial,
no equivalente a até 80% do depósito sendo que os outros 20% só poderá ser levantado após a
sentença como forma de garantia do juízo. No caso do proprietário levantar integralmente o valor
depositado, presume-se-ar um acordo entre as partes que será homologado pelo juiz.
Ainda, para efetuar este levantamento, o proprietário deverá provar a propriedade, bem
como a quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e deverá aguardar a
publicação de editais, com o prazo de 10 dias, para conhecimento de terceiros.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
O STJ firmou o entendimento de que os juros compensatórios não devem ser pagos
mesmo em se tratando de propriedades improdutivas.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Ademais, esta ação tem caráter preferencial e prejudicial em relação a outras ações refe-
rentes ao imóvel expropriando, independe do pagamento de preparo ou de emolumentos e tem a
prevenção do juízo para análise de qualquer ação que tenha por objeto o bem expropriando,
distribuída, por dependência, à Vara Federal onde tiver em curso a ação de desapropriação.
Na hipótese de intentada a desapropriação parcial, o proprietário pode requer na contes-
tação, a desapropriação de todo imóvel, se a área remanescente ficar reduzida a superfície infe-
rior à da pequena propriedade rural ou se a propriedade restar prejudicada substancialmente em
suas condições de exploração econômica.
A petição inicial deverá preencher os requisitos previstos no art. 319 do CPC, contendo a
oferta do preço e sendo instruída com o texto do decreto declaratório de interesse social para fins
de reforma agrária, o laudo de vistoria e avaliação administrativa, as certidões atualizadas de
domínio e de ônus real do imóvel, o documento cadastral do imóvel, o comprovante de lança-
mento dos Títulos da Dívida Agrária correspondente ao valor ofertado para pagamento de terra
nua e comprovante de depósito em banco oficial, ou outro estabelecimento no caso de inexistên-
cia de agência na localidade, à disposição do juízo, correspondente ao valor ofertado para paga-
mento das benfeitorias úteis e necessárias, haja vista a determinação constitucional que a inde-
nização desta benfeitorias deverá ser feita em dinheiro.
O juiz pode despachar a inicial ou imitir o expropriante na posse do bem, em 48 horas,
determinando a citação do expropriado, na sua pessoa, salvo em falecimento, para contestar e
indicar assistente técnico, se tiver interesse e expedir mandado ordenando a averbação do ajui-
zamento da ação no registro do imóvel expropriando, para conhecimento de terceiros.
A audiência de conciliação deverá ser realizada nos dez primeiros dias a contar da citação,
e nela estarão presentes o Autor, o Réu e o Ministério Público que neste rito atua como fiscal da
lei.
Ademais, esta audiência não suspende ou interrompe o curso do processo e a ciência da
sua realização para as partes ou seus representantes se dará através da via postal.
Na hipótese de acordo, será lavrado, em audiência, o termo assinado pelas partes e pelo
representante do parquet, sendo que, uma vez integralizado o valor acordado, nos dez dias úteis
subsequentes ao pactuado, o Juiz expedirá mandado ao registro imobiliário, determinando a ma-
trícula do bem expropriado em nome do expropriante. No entanto, em não havendo acordo, a
contestação deverá ser apresentada no prazo máximo de quinze dias.
Simultaneamente, o juiz designará o perito do juízo, formulando os quesitos que julgar ne-
cessários, intimando o perito e os assistentes para prestar compromisso, no prazo de cinco dias,
161
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
assim como realizando a intimação das partes para apresentar quesitos, no prazo de dez dias.
O prazo máximo para a produção da prova pericial é 60 dias, do compromisso do perito e
esta é adstrita a pontos impugnados do laudo de vistoria administrativa.
Concluída a perícia, será determinada a audiência de instrução e julgamento no prazo má-
ximo de quinze dias, devendo, na mesma, ser proferida a sentença judicial ou, nos trinta dias
subsequentes. Na decisão final, o juiz individualizará o valor do imóvel, de suas benfeitorias e dos
demais componentes do valor da indenização, admitindo-se a interposição de recurso de apela-
ção com efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado e, em ambos os
efeitos, quando interposta pelo expropriante. Ademais, a sentença que condenar o expropriante,
em quantia superior a cinquenta por cento sobre o valor oferecido na inicial, fica sujeita a duplo
grau de jurisdição.
162
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
pública deste bem; e c) A impossibilidade de se reverter a situação sem ensejar prejuízos aos
interesses da coletividade.
Desta forma, a reintegração de posse e o interdito só não serão cabíveis se o bem já tiver
destinação pública, dada pelo Estado. Ademais, com sua incorporação ao patrimônio público o
bem, as ações possessórias previstas no CC/02 serão convertidas em ação de indenização por
desapropriação indireta ou por apossamento administrativo.
No que tange a competência para julgamento do feito é a do local da situação do imóvel
conforme art. 95 do CC/02 sendo que a indenização ao final do processo será paga através de
precatório.
Quanto aos juros compensatórios, estes começam a incidir a partir do esbulho perpetrado
e incidem sobre todo o valor do bem, pois a indenização é posterior. Por outro lado, os juros
moratórios serão no percentual de 6% ao ano nos moldes do art. 15-B do Decreto-lei 3.365/41.
Por fim, o prazo de prescrição para a propositura da ação de desapropriação indireta en-
seja algumas discussões doutrinárias e jurisprudenciais. Com efeito, dispõe o art. 10, parágrafo
único do Decreto-Lei 3.365/41 define que “Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação
que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público”.
De maneira diversa, o Código Civil vigente, em seu art. 1238, cumulado com a Súmula
119 do STJ afirmava que o prazo de prescrição da ação de desapropriação indireta seria de 15
anos, uma vez que este é o prazo para usucapião extraordinária do Código Civil atual.
No entanto, o STJ no REsp 1.300.442/SC mudou o entendimento e passou a entender
que o parâmetro utilizado deve ser o prazo da usucapião ordinária, ou seja, prazo prescricional
de 10 anos.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
administrativo como outro qualquer. Dessa forma, assim como toda conduta estatal, deve ser
composto por cinco elementos, quais sejam, o sujeito competente, a forma previamente estipu-
lada na lei, o motivo, o objeto, lícito possível e determinado ou, ao menos, determinável e a fina-
lidade definida na legislação que prevê a prática do ato.
Visto isto, a tredestinação pode ser conceituada como a alteração de finalidade do objeto
expropriado, após a realização do procedimento expropriatório e efetiva transferência do bem
para a composição do patrimônio público enquanto que a retrocessão é a retomada do bem
somente, porque o ente estatal desapropriou o bem privado e não conferiu a ele qualquer finali-
dade pública.
Na tredestinação nas hipóteses em que há a mudança de destinação específica, somente,
mantendo-se a finalidade genérica, qual seja a busca do interesse público, a tredestinação será
lícita.
Por seu turno, em outras situações, o ente estatal deixa de utilizar o bem no interesse
social, não dando a ele a finalidade específica para o qual havia sido desapropriado. Nestes ca-
sos, em que a expropriação é efetivada e o ente público não dá o aproveitamento adequado à
propriedade, ocorre a tredestinação ilícita, também designada pela doutrina como adestinação.
Sendo assim, nos casos em que o ente público desapropria o bem, transferindo a proprie-
dade ao patrimônio público, contudo, não garante a sua utilização na busca do interesse público,
deixando o bem inaproveitado ou subaproveitado, ocorre desvio de finalidade ilícito, ensejando o
surgimento do direito à retrocessão do proprietário.
Importante frisar que, conforme a doutrina majoritária, a retrocessão trata-se de uma facul-
dade do direito real de propriedade que se traduz na prerrogativa de reaver o bem que foi possu-
ído injustamente por terceiros.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Ocorre que, parte da doutrina considera que a desapropriação por zona com a intenção
de alienar os bens após a sua valorização se configura especulação imobiliária, contrária ao texto
constitucional.
No entanto, este entendimento não é aceito pela jurisprudência do Supremo Tribunal Fe-
deral que determina ser viável a desapropriação por zona em casos nos quais a obra pública
enseje uma valorização extraordinária dos bens vizinhos.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
confere ao Poder Público Municipal, preferência para aquisição de imóvel urbano, objeto de alie-
nação onerosa entre particulares, ou seja, todos os proprietários de bens localizados nesta área,
ao alienarem seus terrenos, deverão oferecer primeiramente ao Poder Público.
Frise-se que a lei poderá determinar a incidência do direito por, no máximo cinco anos e
após este, apenas depois de um ano de carência será admitida nova lei acerca deste direito na
mesma área.
Seu funcionamento se dá da seguinte forma: o poder público será notificado pelo particu-
lar, sendo-lhe concedido o prazo de trinta dias para definir se possui, ou não, interesse na aqui-
sição do bem, nos termos da proposta formulada pelo particular.
Se não houver manifestação do Estado, no prazo, o particular poderá vendê-lo, nos mes-
mos termos da proposta apresentada ao Estado, a qualquer pessoa interessada sendo que após
a venda, o proprietário deverá apresentar ao Município, em trinta dias, cópia do instrumento pú-
blico de alienação do imóvel.
Na hipótese do não respeito ao direito de preempção, a alienação indevida será nula,
podendo o Estado adquirir o bem pelo valor da transação ou pelo valor venal do bem, o que for
mais baixo.
Em regra, por não gerar danos específicos, não enseja o dever de indenização do propri-
etário do bem.
Ademais, o entendimento do STJ é de sobre a viabilidade deste direito de preempção,
mormente nos casos em que a aquisição do bem pelo particular se dê antes da existência da
restrição sendo que, no entanto, este direito está sujeito a aplicação da prescrição quinquenal
próprias das ações contra a fazenda pública.
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Direito Administrativo
De outro firo, a Súmula 415 do STF dispõe que: “Servidão de trânsito não titulada, mas
tomada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, con-
ferindo direito à proteção possessória”.
A extinção da servidão ocorrerá quando não houver mais interesse público, quando o bem
houver desaparecido ou tiver sido demolido, quando o bem dominante perder sua afetação, ou
quando ocorrer a aquisição do mesmo pelo Poder Público.
Com exceção da servidão legal (de que não há registro), todos os casos de extinção de-
vem ocorrer através do registro desta extinção nos respectivos registros do imóvel.
Servidão administrativa X servidão civil:
Ambos os institutos decorrem de uma relação de dominação entre propriedade, configu-
rando-se em direito real na coisa alheia e se tratam de direito perpétuo, não havendo a prescrição
pelo decurso do tempo.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
15.7. Do tombamento
O tombamento se configura como intervenção do Estado na propriedade como forma de
proteção ao meio ambiente, no que tange aos aspectos do patrimônio histórico, artístico e cultural.
Com efeito, mediante este instituto, o poder público visa à proteção ao meio ambiente, no que
tange à conservação dos aspectos da história, arte e cultura de um povo.
A intervenção atinge o caráter absoluto da propriedade, definindo algumas limitações ao
exercício do direito de propriedade, definindo regras de forma a evitar que a destruição deste bem
resulte na perda de informações relevantes à história do país ou cause prejuízos a obras artísticas
de valor cultural inestimável para a identidade de um povo.
A competência para praticar os atos necessários ao tombamento de bens públicos ou
privados é concorrente entre os entes federativos. De fato, todos os entes federativos podem
praticar o ato constritivo e o mesmo bem pode sofrer mais de um tombamento, simultaneamente,
sem que um interfira nos demais.
Desta forma, bens de interesse local serão tombados pelo município, enquanto que bens
de interesse regional serão tombados pelo Estado e os bens de interesse nacional serão tomba-
dos pela União.
No que tange a competência legislativa, a União expede normas gerais; os estados e o
distrito federal expedem normas específicas; não havendo competência legislativa atribuída aos
entes municipais nos moldes do inciso IX, art. 30, CF/88.
Ademais, o tombamento pode ser voluntário ou compulsório.
O tombamento voluntário ocorre sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir
dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico naci-
onal, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou
sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição
da coisa em qualquer dos Livros do Tombo. Nestes casos, ou o particular tem a iniciativa de
requerer o tombamento ou concorda plenamente com o tombamento iniciado por iniciativa do
poder público, não havendo controvérsia a ser dirimida.
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Direito Administrativo
Além do proprietário do bem, o vizinho também tem a obrigação de não impedir a visuali-
zação e nem o acesso ao bem tombado pois trata-se de forma de servidão instituída por lei.
Em relação a indenização, em regra, o tombamento é intervenção na propriedade que não
gera direito à indenização, pois não configura um efetivo prejuízo ao proprietário. No entanto,
170
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Direito Administrativo
esta será cabível quando ensejar esvaziamento do valor econômico do bem, configurando uma
verdadeira desapropriação indireta.
Ademais, também será devida a indenização quando o tombamento ensejar gastos des-
proporcionais para a manutenção do bem.
O procedimento do tombamento é efetivado administrativamente, respeitando o contradi-
tório e a ampla defesa, ressalvados os casos de tombamento voluntário, sendo que a etapa final
é o registro no livro do tombo onde estão registrados todos os bens de interesse histórico ou
cultural e, no caso de imóveis, no respectivo Cartório de Registro de Imóveis.
Ademais, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional avalia se o bem deve ser
tombado e, concluindo pelo interesse na propriedade, notificará o proprietário para anuir ao tom-
bamento, dentro do prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, ou para, se o
quiser impugnar, oferecer dentro do mesmo prazo as razões de sua impugnação.
No caso do proprietário impugnar a notificação, abrir-se-á vistas dentro de 15 dias ao ór-
gão com iniciativa do tombamento sendo que após este prazo o processo será remetido ao Con-
selho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que proferirá decisão,
em sessenta dias, a contar do seu recebimento. Desta decisão cabe recurso ao Presidente da
República, conforme Decreto-Lei 3.866/41.
Na hipótese de não haver impugnação, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional mandará por simples despacho que se proceda à inscrição da coisa no com-
petente Livro do Tombo.
Importante frisar que é cabível o tombamento provisório para evitar uma possível destrui-
ção do bem.
Quanto a sua extinção, ela pode ocorrer nas seguintes situações:
• Se não houver mais interesse público na conservação do bem, por qualquer ato de-
vidamente justificado, pode o poder público revogá-lo;
• Se houver algum vício no procedimento de tombamento;
• Por desparecimento do bem tombado;
• Através do cancelamento do ato de tombamento, consoante disposição do Decreto-
Lei 25/37.
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Direito Administrativo
que tombamento é uma espécie autônoma de intervenção na propriedade privada, com a inten-
ção específica de proteção ao patrimônio histórico, artístico e cultural, não se confundindo com
a servidão ou a limitação administrativa.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Importante frisar que não é o instituto adequado para os casos nos quais a utilização do
bem se dê em razão de situação de iminente perigo e que, a priori, não é indenizável, somente
nos casos em que a utilização do bem pelo poder público causar prejuízos ao proprietário.
Por fim, alguns doutrinadores estabelecem o gênero ocupação provisória para tratar de
requisição e ocupação temporária. Neste sentido, ocupação provisória seria gênero, dividido em
duas espécies: requisição administrativa (situações em que há perigo iminente) e ocupação tem-
porária (sem a ocorrência da situação de perigo).
A Responsabilidade das Pessoas Jurídicas pela prática de atos danosos contra a Admi-
nistração Pública é definida na Lei n.º 12.846, conhecida como Lei Anticorrupção. A lei não
possui natureza penal, tratando da responsabilidade administrativa e civil dessas pessoas jurí-
dicas.
Art. 1º da Lei n.º 12.846. Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administra-
tiva e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, na-
cional ou estrangeira.
Art. 3º. A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual
de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coau-
tora ou partícipe do ato ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização
individual das pessoas naturais referidas no caput.
173
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
• Individual, dos dirigentes, administradores ou qualquer pessoa que atue como au-
tora, coautora ou partícipe.
No caso das pessoas jurídicas, assim, não há necessidade de comprovar dolo ou culpa.
Para caracterização da responsabilidade objetiva basta:
• Prática da conduta ou omissão;
• Nexo de causalidade;
• Resultado.
Cuidado: em relação aos dirigentes e administradores o artigo 3º, §2º da Lei n.º 12.846,
indica a responsabilidade subjetiva.
Pessoas naturais
Responsabilidade subjetiva
(dirigentes, administradores...)
Art. 3º, § 2º, da Lei n.º 12.846. Os dirigentes ou administradores somente serão respon-
sabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
1) Sujeitos ativos
Quem pode praticar as condutas definidas na lei?
• Pessoas jurídicas nacionais ou estrangeiras, como preceitua o artigo 1º da Lei
Anticorrupção;
174
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
2) Atos lesivos
A lei tratou de elencar os atos lesivos que podem ser praticados e considerados como da-
nos à Administração Pública nacional ou estrangeira, definindo-os no artigo 5º.
175
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Sanções:
Podem ser aplicadas sanções de natureza administrativa (art. 6º) e judicial (art. 19), de
forma isolada ou cumulativa. Dessa forma, é possível a aplicação de mais de uma sanção de
natureza administrativa e de mais de uma sanção de natureza judicial, como reforçam os §§ 1º
e 3º do artigo 6º da Lei n.º 12.846.
De todo modo, a obrigação de reparar o dano causado é mantida.
O artigo 7º elenca também elementos que devem ser levados em consideração na aplica-
ção das sanções: I - gravidade da infração; II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração; IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; V - o efeito
negativo produzido pela infração; VI - a situação econômica do infrator; VII - a cooperação da
pessoa jurídica para a apuração das infrações; VIII - a existência de mecanismos e procedimen-
tos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação
efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; IX - o valor dos contratos
mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (art. 8º); o processo administrativo
para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada
pela autoridade instauradora, composta por 2 ou mais servidores estáveis.
A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instauradora que suspenda os
efeitos do ato ou processo objeto da investigação. Deve a comissão concluir o procedimento
em 180 dias contados da publicação do ato que a instituir, podendo o prazo pode ser prorrogado,
mediante ato fundamentado;
Ao final devem ser apresentados relatórios sobre os fatos e responsabilidades, com a
indicação de forma motivada das sanções a serem aplicadas. A Comissão, ao final, dará ciência
ao MP, para eventuais apurações de delitos (art. 15).
Poderá a autoridade agir de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e
a ampla defesa, assim como poderá delegar a competência, vedada a subdelegação;
Haverá manifestação prévia à aplicação das sanções por parte da Advocacia Pública (art.
6º, §2º) e será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 dias para defesa, contados a partir da
intimação (art. 11).
Por fim, o processo administrativo, com o relatório da comissão, será remetido à autori-
dade instauradora, na forma do art. 10, para julgamento (art. 12). Será cabível recurso e tam-
bém pedido de reconsideração – Lei 9.784 (processo administrativo federal).
A instauração do procedimento não impede a aplicação das sanções definidas na lei, ha-
vendo, ainda, a possibilidade de inscrição do crédito em dívida ativa:
Art. 13, Lei n.º 12.846. A instauração de processo administrativo específico de reparação
integral do dano não prejudica a aplicação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o crédito apurado
será inscrito em dívida ativa da fazenda pública.
Acordo de leniência:
A autoridade máxima de cada órgão pode celebrar acordo de leniência com aqueles que
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo quando resultar (art.
16):
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
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Direito Administrativo
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Direito Administrativo
Além desses órgãos ligados à autarquia do Cade, também está ligada ao seu trabalho a
Procuradoria Federal Especializada, com função de prestar assessoramento jurídico ao Cade,
representá-la judicial e extrajudicialmente, promover a execução judicial, entre outras atribuições
elencadas no art. 15 da Lei n° 12.529/2011.
O Ministério Público Federal também atua perante o Cade, mas com atribuição para emitir
parecer, nos processos administrativos de imposição de sanções administrativas por infrações
contra a ordem econômica. A atuação do Ministério Público Federal poderá ser de ofício ou por
requerimento do Conselheiro Relator do Tribunal Administrativo de Defesa Econômica (art. 20).
As sanções podem ser aplicadas, independentemente da culpa, aos atos cometidos que
tenham por objeto ou que possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados
(art. 36, é bem importante a leitura completa deste artigo):
Lei n° 12.529/2011
Art. 36. (...)
I – limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a
livre iniciativa;
II – dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV – exercer de forma abusiva posição dominante.
As penas que podem ser aplicadas estão previstas a partir dos arts. 37 e 38 da Lei n°
12.529/2011, que levam em consideração a gravidade da infração; a boa-fé do infrator; a vanta-
gem auferida ou pretendida pelo infrator; a consumação ou não da infração; o grau de lesão, ou
perigo de lesão, à livre concorrência, à economia nacional, aos consumidores, ou a terceiros; os
efeitos econômicos negativos produzidos no mercado; a situação econômica do infrator e a rein-
cidência.
A sanção mais comum é a multa (sanção pecuniária), mas outras também estão previstas:
as obrigações de fazer ou não fazer, como a publicação da condenação (em meia página e a
expensas do infrator, em jornal indicado na decisão), a proibição de contratar e participar de
licitação com entidades oficiais (por prazo não inferior a cinco anos), a cisão da sociedade, trans-
ferência de controle acionário, a cessação parcial da atividade, a proibição de exercer o comércio
pelo prazo de 5 (cinco) anos e inscrição no Cadastro Nacional de Defesa do Consumidor.
180
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
O rol de penalidade não é taxativo, tanto é que no art. 38, VII, o legislador deixou aberta
a possibilidade de aplicação de qualquer outro ato ou providência que seja necessário para a
eliminação dos efeitos nocivos à ordem econômica. Quando a penalidade for multa, será inscrita
em Dívida Ativa e cobrada por execução fiscal pelo Cade, nos moldes da Lei n° 6.830/1980 (Lei
de Execução Fiscal), admitindo-se a inclusão do dever no Cadastro Informativo de créditos não
quitados do setor público federal (CADIN).
Para compelir o infrator a cessar com a infração, o Tribunal Administrativo pode aplicar
multa diária a fim de impedir a continuidade de atos ou situações que configurem infração da
ordem econômica. Caso o infrator não siga as determinações, ainda que em medida preventiva
ou pelo termo de compromisso, será sujeitado a multa diária fixada no valor de R$ 5.000,00,
podendo ser aumentada em até 50 vezes, se assim recomendar a situação econômica do infrator
e a gravidade da infração (art. 39).
A decisão condenatória do Cade, seja ela cominando multa ou impondo obrigação de
fazer ou não fazer, constitui título executivo extrajudicial (art. 93). A decisão do Tribunal Admi-
nistrativo de Defesa Econômica tem caráter definitivo no âmbito administrativo, não podendo ser
revista pelo Poder Executivo por meio de recurso hierárquico impróprio, vedação imposta pelo
art. 9º, § 2º, da Lei nº 12.529/2011.
17.5. Prescrição
A prescrição das ações punitivas ocorrerá em 5 (cinco) anos, prazo contado da data da
prática do ato ilícito ou do dia em que tiver cessado o ato, se for o caso de infração permanente
ou continuada (art. 46). O prazo prescricional poderá ser interrompido caso haja a instauração
da apuração da infração, tanto no âmbito judicial quanto administrativo, segundo o art. 46, § 1º,
da Lei. E suspende o prazo prescricional enquanto houver a vigência do compromisso de cessa-
ção ou acordo em controle de concentrações. Ainda, prescreve em 3 (três) anos, se pendente
de julgamento ou despacho e o procedimento administrativo fica paralisado, é a chamada pres-
crição intercorrente. Contudo, se a ação corresponder a crime, aplica-se o prazo prescricional da
lei penal (art. 46) e não da Lei nº 12.529/2011.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
investigatório de natureza inquisitorial e instaurado pela Superintendência Geral (art. 66). Se for
necessário, poderá solicitar o concurso da autoridade policial ou do Ministério Público nas inves-
tigações.
Encerrado o inquérito administrativo, a Superintendência Geral tem o prazo de 10 (dez)
dias para decidir sobre a instauração do processo administrativo ou, então, pelo arquivamento
do inquérito (art. 67). Observe que apenas durante o processo administrativo é que será garan-
tido o direito de ampla defesa e contraditório. Assim, da decisão que instaura o processo admi-
nistrativo será determinada a notificação do representado para, no prazo de 30 (trinta) dias (po-
dendo prorrogar por mais dez dias, mediante requisição), apresentar a defesa, podendo indicar
até três testemunhas (art. 70). Caso não apresente a defesa, será considerado revel, incorrendo
em confissão quanto à matéria de fato, correndo os demais prazos, independentemente de noti-
ficação (art. 71), podendo, todavia, interver a qualquer momento no processo, mesmo sendo
revel, mas, neste caso, sem direito à repetição de atos já praticados.
Após o prazo de defesa, em 30 (trinta) dias a Superintendência Geral deverá, em despa-
cho fundamentado, determinar a produção de provas (art. 72); notificará o representado a apre-
sentar novas alegações (art. 73); apresentadas as alegações, a Superintendência Geral reme-
terá os autos do processo ao Presidente do Tribunal, opinando pelo arquivamento do processo
administrativo ou pela configuração da infração. Recebido o processo, o Presidente do Tribunal
distribuirá, por sorteio, ao Conselheiro Relator, que poderá determinar diligências à Superinten-
dência Geral. Após as diligências que eventualmente solicite, deverá abrir prazo de 15 (quinze)
dias para o representado apresentar alegações finais. Recebida as alegações finais, o Conse-
lheiro Relator solicitará a inclusão do processo em pauta para julgamento pelo colegiado do Tri-
bunal (art. 77).
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Lei n° 12.529/2011
Art. 86. (...)
§ 1° (...)
I – a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob
investigação;
II – a empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada ou sob inves-
tigação a partir da data de propositura do acordo;
III – a Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para assegurar a con-
denação da empresa ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo; e
IV – a empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente
com as investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas,
sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
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1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
Responsabilidades:
As condutas a serem responsabilizadas estão descritas no art. 32, sendo importante
destacar o §1º do mesmo artigo e o artigo 33, ambos da LAI:
185
1ª Fase | 41° Exame da OAB
Direito Administrativo
A Lei Geral de Proteção de Dados, n.º 13.709, de 2018 é recente em termos de legisla-
ção. Destina uma parte importante para a regulamentação da proteção de dados por parte da
Administração Pública. No artigo 4º a lei disciplina as hipóteses nas quais não tem aplicabilidade,
trazendo conceitos importantes no artigo 5º.
É o artigo 23 que trata, no entanto, do tratamento de dados pelo Poder Público, dispondo
que o tratamento a ser realizado pelas pessoas jurídicas de direito público referidas no parágrafo
único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação),
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, na persecução do interesse
público, indicando como exigência que sejam informadas as hipóteses de realização do trata-
mento, com o fornecimento adequado e claro sobre a previsão legal, a finalidade, os procedi-
mentos e as práticas utilizadas para a execução dessas atividades, assim como que seja indi-
cado um encarregado para as operações de tratamento.
No que se refere às Empresas Públicas, evidencia a lei que quando uma Empresa Pú-
blica ou uma Sociedade de Economia Mista atuarem em regime de concorrência será dado o
mesmo tratamento legal a elas que em relação as pessoas jurídicas de direito privado, ao passo
que quando estiverem operacionalizando políticas públicas serão válidas as normativas aplica-
das aos órgãos e entidades do Poder Público.
Importante destacar também os artigos 26 e 27, que tratam sobre o uso compartilhado
de dados pessoais pelo Poder Público, sobretudo em relação ao que dispõe o §1º no tocando a
ser vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas dados pessoais constantes de
bases de dados a que tenha acesso, elencando exceções par tanto. Assim, o uso compartilhado
de dados do Poder Público com pessoas jurídicas de direitos privado será informado a autoridade
nacional, salvo nas hipóteses previstas nos incisos do artigo 27.
A responsabilidade será solidária entre Operador (pessoas natural ou jurídica que realiza
o tratamento de dados) e o Controlador (pessoal natural ou jurídica a quem competem as deci-
sões referentes ao tratamento de dados pessoais). As exceções à responsabilização estão pre-
vistas no artigo 43 e vale a pena conferir!
Traz a lei, ainda, a previsão de sanções administrativas para os agentes de tratamentos
de dados que pratiquem as infrações, sendo elas aplicadas após procedimento administrativo
com ampla defesa e de forma gradativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades
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