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CAPÍTULO 1

ADMINISTRAÇÃO
ECLESIÁSTICA
O que é a Administração Eclesiástica?
1. INTRODUÇÃO
Para fins de facilitar a compreensão e construir um material que possa contribuir
com todas as entidades usaremos algumas convenções no texto deste livro,
embasadas tecnicamente ou de acordo com o uso comum do termo no meio
religioso:

Organizações • Referir à igreja de um modo geral pelo fato de assim ser estabelecido pelo
Novo Código Civil Brasileiro a forma de alusão às Organizações Religiosas em
Religiosas geral.

• Termo comum que será usado para referir-se à liderança da igreja em geral.
Clero • Apesar das convenções acima, sempre que necessário usaremos os termos
comuns e conhecidos no âmbito da Igreja do Evangelho Quadrangular.

Administração • Ao acrescentar o termo "Eclesiástica" na disciplina Administração, apenas quer-


se trazer o foco do estudo para as atividades da igreja.

Eclesiástica • As particularidades das Organizações Religiosas podem ser comparadas às


particularidades que cada empresa possui.
2. DEFININDO
2.1 A ADMINISTRAÇÃO
Administração, como ciência é um ramo das ciências humanas. Do ponto de vista
histórico, ao longo do tempo, é uma especialização do direito, como também da
economia.

Desde tempos primitivos os homens, reunidos em tribos com o fito de defenderem-se,


desenvolvem as relações que obedecem às regras do Direito. Estas relações quando
puderem ser mensuradas quantitativamente seguem princípios da Economia.

Instituições de Direito Público ou Instituições de Direito Privado criadas para fins


lucrativos ou para finalidades sociais, dependem da ciência da administração para
funcionarem, assim como o veículo precisa do piloto para o conduzir.

"Administrar é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos para atingir
objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação de recursos, a principal
razão para o estudo da administração é seu impacto sobre o desempenho das organizações. É a
forma como são administradas que torna as organizações mais ou menos capazes de utilizar
corretamente seus recursos para atingir os objetivos corretos."
2.2 ORGANISMO: A IGREJA DO PONTO DE VISTA ESPIRITUAL
A Igreja, enquanto Corpo de Cristo, é um organismo vivo e que produz vida,
dinâmico e que se auto multiplica. Raymond Ortlund propõe três prioridades deste
organismo: compromisso com Cristo, compromisso com o Corpo de Cristo e
compromisso com o mundo, prioridades estas que podem ainda ser definidas assim:
• fé, comunhão e serviço. A vida da igreja advém do seu mantenedor, Jesus Cristo,
que lhe confere a graça de Deus. "É a comunidade de todos os cristãos, de todos
os tempos, fundada por Jesus, invisível aos homens e visível somente a Deus."

2.3. A ORGANIZAÇÃO: A IGREJA DO PONTO DE VISTA


ADMINISTRATIVO
Existem muitos, mesmo líderes e pastores, que não entendem a necessidade da
organização na igreja, não entendendo que esta instituição, ainda que divina, tem
como palco de atuação este mundo secular e não pode existir à parte dele.

A verdade é que as Organizações Religiosas obrigatoriamente devem ser


juridicamente constituídas, não podem ser informais. Uma vez constituída, a entidade
religiosa passa a ter direitos e deveres junto aos órgãos públicos, sejam eles
municipais, estaduais ou federais.
As igrejas, portanto, do ponto de vista administrativo, perante o governo, devem ser
geridas como empresas e ao longo do nosso estudo notaremos que as mesmas
obrigações impostas às empresas ordinárias, cabem às igrejas.

O Novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor em 2003, logo após a publicação, sofreu
uma alteração quanto às Organizações Religiosas. Veja abaixo trecho do artigo 5 do Dr.
Gilberto Garcia, professor do SBTSB e autor do livro "O Novo Código Civil e as Igrejas":

• "Nosso ordenamento legislativo classifica a Igreja, no sentido associativo, desde


1891, como Pessoa Jurídica, necessitando, por consequência, de um Estatuto
Social que normatize sua constituição organizacional,
• o que é regulamentado pela Lei de Registros Públicos, à qual estabelece
regras gerais para a obtenção da personalidade jurídica junto ao Registro
Civil das Pessoas Jurídicas,
• e aí poder proceder à inscrição no órgão competente para receber o CNPJ -
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
• A Lei 10.825, publicada no DOU de 23.12.03... que alterou a classificação
jurídica da Igreja de Associação, acrescentou uma nova categoria de Pessoa
Jurídica de Direito Privado, que é a de "Organização Religiosa", estabelece no
modificado artigo 44,"... V - as Organizações Religiosas (...)
...Entretanto, permanecem as Igrejas, como demais Instituições Religiosas, com a
obrigatoriedade de adaptar seu Estatuto Social aos princípios gerais de
eticidade, socialidade, e, sobretudo boa-fé, que regem o novo Código Civil,
• especialmente porque estas permaneceram na condição de Pessoa Jurídica
de Direito Privado, submetendo- se, por analogia, a legislação vigente
aplicável às entidades associativas,
• inclusive, porque no Brasil não temos, como em outros países, uma legislação
especifica que regulamente o funcionamento organizacional das
Organizações Religiosas.

... Por outro lado, um preceito constitucional que já se aplicava as Igrejas, na


condição de Associações, agora passou, de forma mais elástica, a constar do
texto do Código Civil de 2002, que
• as classificou como "Organizações Religiosas" no artigo 44."(...) § 1o. São
livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
Organizações Religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento...",
• o qual deve ser aplicado em consonância aos princípios gerais que regem o
novo Código Civil, bem como sujeitos ao atendimento dos preceitos contidos
na Lei de Registros Públicos..
É, em nossa ótica, mais seguro, inclusive, juridicamente que as Igrejas mantenham
a estrutura geral de Associação, agora, como já exposto, sem as obrigações
especificas destas, sobretudo porque nossa Constituição Federal estabeleceu, no
artigo 5°., tratamento legislativo diferenciado para as mesmas, sendo estas
resguardadas por cláusulas pétreas, ou seja, que só podem ser alteradas por
uma Assembleia Nacional Constituinte.

Como é sabido dentro do regime das liberdades democráticas não existem


direitos absolutos, prevalecendo, geralmente, o prisma social-coletivo sobre o
individual- particular, o que deve nos levar perceber a instrumentalidade das
autoridades constituídas, conforme nos orienta inclusive o apóstolo Paulo, na
Carta aos Romanos 13.3."

Em relação a este artigo quero destacar os grifos nos quais fica clara a
necessidade de as Organizações Religiosas obterem a sua personalidade
jurídica, por meio do registro oficial no CNPJ e que o Estado não pode negar-
lhes este direito, que também é um dever uma vez que, como já afirmei, tais
entidades não podem funcionar legalmente sem os devidos registros.
2.4 O PASTOR E A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA

Igrejas e departamentos demandam atenção tanto na área espiritual, como na


área administrativa.
• Outras denominações adotam sistemas unificados de gestão financeira, o que
não acontece na Igreja Quadrangular, onde a igreja local tem autonomia para
gerir 87% dos recursos obtidos por meio dos dízimos, ofertas e doações dos
fiéis.
• Esta autonomia, porém, coloca sobre os ombros do pastor grande
responsabilidade uma vez que cabe a ele aplicar corretamente estes recursos,
tanto na expansão do Evangelho como na estruturação da igreja local.
• Logo, o pastor deve preparar-se para a gestão financeira, aquisição de
bens, construção de templos e outras atividades.
• Atividades estas que obrigatoriamente devem ser realizadas de acordo com
a Legislação Brasileira.
A estrutura administrativa da Igreja do Evangelho Quadrangular possui um
desenho que favorece a gestão compartilhada.
• Em todos os níveis administrativos estão previstas diretórias que podem e devem
participar da gestão administrativa.
• Este fator é importantíssimo visto que alivia a carga da responsabilidade
que pesa sobre pastores e líderes.
• Esta divisão de tarefas aparece nas Escrituras desde os primórdios da Igreja
Cristã (At 6.1-5). Isto pode ser observado mesmo entre os doze apóstolos afinal
sabem que as finanças ficavam a cargo de Judas (Jo 13.29).
• Além disso, pastores e líderes dispõem do Estatuto e Regimento Interno, onde
estão diretrizes gerais da Administração e diversas ferramentas elaboradas
pela Secretaria Geral de Administração e Finanças, que dá todo o suporte
administrativo para o Ministério Quadrangular.
2.5 PRINCÍPIOS PARA UM BOM ADMINISTRADOR

Saber utilizar princípios, técnicas e ferramentas administrativas;

Saber decidir e solucionar problemas;

Saber lidar com pessoas: comunicar eficientemente, negociar, conduzir mudanças, obter
cooperação e solucionar conflitos;

Ter uma visão sistémica e global da estrutura da organização;

Ser proativo, ousado e criativo;

Ser um bom líder;

Gerir com responsabilidade e profissionalismo.


2.6 PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
A Administração Eclesiástica segue princípios semelhantes à administração secular.
Dessa forma, deve se basear em leis ou em princípios. Henri Fayol foi um dos
principais contribuintes para o desenvolvimento do conhecimento administrativo
moderno. Suas contribuições foram as seguintes:

1. Desenvolvimento da abordagem conhecida como Gestão Administrativa ou Processo


Administrativo, onde pela primeira vez falou-se em administração como disciplina e profissão.

2. A identificação das atuais cinco funções da administração que são: planejar, organizar,
liderar, coordenar e controlar.

Henri Fayol tentou definir quais seriam os princípios gerais de Administração


• Ele adota a denominação princípio, afastando dela a ideia de rigidez,
porquanto nada existe de rígido ou de absoluto em matéria administrativa.
• Tudo em Administração é questão de medida, de ponderação e bom senso.
Essses princípios, são maleáveis e adaptam-se a qualquer circunstância,
tempo ou lugar.
OS PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO, SEGUNDO FAYOL
Autoridade e
Divisão do trabalho: responsabilidade: Disciplina:

• Consiste na especialização • Autoridade é o direito de • depende da obediência.


das tarefas e das pessoas dar ordens e o de esperar Corresponde ao
para aumentar a obediência; a cumprimento dos
eficiência. responsabilidade é uma acordosestabelecidosedas
• A igreja é composta por consequência natural da determinaçõesvigentes. As
diversos setores e autoridade: é a obrigação igrejas naturalmente são
departamentos, que de cumprir as atribuições locais de disciplina, tanto
desempenham atividades do cargo e responder em função das cadeias de
espirituais e pelas consequências dos comando, quanto da
administrativas. (marcas próprios atos e decisões. obediência devida por
das Organizações • Ambas devem estar todos às Escrituras (Rm
Religiosas => amadorismo equilibradas entre si. As 13.1 -7; Hb 13.7,18).
na execução de suas lideranças precisam
tarefas. atentar para este princípio.
• Existem tarefas cuja Posições e cargos, sejam no
capacitação não vem dos mundo secular, sejam no
homens ou de seminários, mundo religioso, geram
porém (Ec 9.10; Êx 5.30- responsabilidades muitos
35; 2 Tm 2.1,2). mais que privilégios.
Liderar é servir (Lc 22.24-
27).
Unidade de comando:
• cada empregado deve • Nesta forma de governo eclesiástico, a igreja
é aquela "comunidade local, formada de
receber ordens de apenas crentes unidos para a adoração e obediência
um superior. É o princípio a Deus, no testemunho público e privado do
da autoridade única. Que Evangelho, constitui-se em uma igreja completa
não se entenda por e autónoma, não sujeita em termos de igreja a
autoridade única, ordens qualquer outra entidade senão à sua própria

CONGREGACIONAL
emanadas de uma única assembleia, e assim formada é representação
pessoa. e sinal visível e localizado da realidade
• As Organizações Religiosas espiritual da Igreja de Cristo em toda a terra.
diferem entre si na forma • O sistema de governo congregacional é
de comando. Temos três aquele em que a igreja se reúne em
tipos de governo assembleias, para tratar de questões surgidas
eclesiástico, a saber: no seu dia a dia e tomar decisões relacionadas
ao desenvolvimento de seus trabalhos. O
poder de mando de uma igreja
congregacional reside em suas assembleias.
"As igrejas que adotam o governo
congregacional: Batistas e os
Congregacionais."
• Caracteriza pelo governo de uma assembleia de presbíteros, ou anciãos.
• Foi desenvolvida como rejeição ao domínio por hierarquias de bispos individuais.
• Está fortemente associada aos movimentos da Reforma Prcestante na Suíça e na Escócia.
PLESBITERIAL • O governo presbiteriano serviu e serve de inspirações a vários regimes democráticos ao
redor do mundo.
• A forma de governo consiste numa ordem crescente de conselhos. O menor de todos os
conselhos é o Conselho da Igreja Local, formado pelos ministros docentes (pastores) e
pelos ministros leigos (presbíteros).
• Acima dos conselhos locais se encontram os Presbitérios, formados por presbíteros
representantes de cada igreja de sua área de abrangência.
• Como estância máxima de apelação e decisões sobre a igreja está a Assembleia Geral
ou Supremo Concílio.

• Neste sistema mais antigo pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa, os ministros principais
da igreja são os bispos.
EPISCOPAL

• Outros ministros são presbíteros e diáconos. Todos estes são mencionados no Novo Testamento.
O Governo é centralizado na figura de um dirigente, responsável pelas decisões e destinos
da igreja, mas que possui um grupo de subalternos, o Colégio Episcopal, responsáveis pela
administração da gestão do sistema.
• Este é o modelo de governo da Igreja do Evangelho Quadrangular.
Unidade de Subordinação do Remuneração do
direção: particular ao geral: pessoal: Centralização:

• Uma cabeça e um • Os interesses • Uma entidade • Refere-se ao grau


plano para cada setoriais devem religiosa, grande de concentração
grupo de subordinar-se aos parte de suas da autoridade na
atividades que interesses maiores, atividades são hierarquia
tenham o mesmo como o interesse realizadas por organizacional.
objetivo. Nos pessoal deve voluntários. • Seu inverso é a
capítulos seguintes subordinar-se ao • Porém, igrejas delegação. Tanto
estudaremos o interesse grupai. maiores e mais uma (Ne 2.11- 16)
organograma da As Igrejas Locais, organizadas quanto outra
Igreja do as Regiões e demandam a situação (Ne 3)
Evangelho Campos, os necessidade de acontecem
Quadrangular, Conselhos e profissionais regularmente nas
obtendo assim uma Supervisões contratados junto igrejas,
visão geral da Estaduais, devem ao mercado de dependendo da
cadeia de atuar sempre no trabalho, visão do seu gestor
comando. âmbito das pertencentes ou - o pastor titular -
diretrizes não à membresia e das dimensões
organizacionais e local. da mesma.
do Conselho
Nacional de
Diretores (Fl 2.3,4).
Estabilidade e
Cadeia escalar: Ordem: Equidade: duração (num cargo)
do pessoal
• é a linha de • É o princípio da • amabilidade e • Quanto mais
autoridade que vai ordem material, justiça para tempo uma pessoa
do escalão mais temporal e alcançar lealdade permanecer num
alto ao mais baixo. funcional. do pessoal. cargo, tanto
É também • A Igreja do Equidade é uma melhor.
denominado Evangelho palavra que • Evidentemente se
princípio do Quadrangular tem aparece algumas estiver
comando. uma das melhores vezes nas desenvolvendo um
estruturas Escrituras. Este bom trabalho e
administrativas do princípio nos demonstrar
país, realidade lembra de alguns crescimento
está comprovada textos bíblicos contínuo.
pelo testemunho como: Ef 6.5-9; 1
de diversos Pe 5.1-3.
personagens
alheios à
organização (1 Co
12.28-39; 14.26-
40).
Iniciativa: Espírito de equipe:
• A capacidade de visualizar a necessidade • Harmonia e união das pessoas em torno de
de uma ação e executá-la sem precisar propósitos comuns, que asseguram o sucesso
aguardar ordens superiores. Isto tende a da organização. Este princípio não pode ser
acontecer na medida em que cresce o novidade para a organização que se
relacionamento entre liderança e liderados. intitula o Corpo de Cristo (1 Co 12. 12-31;
Líderes que não delegam e exercem grande Ef 4.10-16). Podemos obser.ar claramente
pressão sobre os liderados não se podem que estes princípios propostos por Fayol têm
esperar, dos tais, a iniciativa. eco nas Escrituras e nos princípios divinos
para a igreja.

Os Direitos e Deveres das Organizações Religiosas e do Clero


1. INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos os direitos e obrigações que as Organizações Religiosas
possuem no âmbito constitucional e tributário.
2. AS ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A Constituição é um conjunto de leis que regem um país, um governo, um estado.
Pode ser conhecida como Carta Magna, Lei Suprema, Lei das leis, Carta-Mãe.
É um conjunto de prescrições em que se discriminam os órgãos do poder,
definindo as suas competências, estabelecendo a forma de governo,
proclamando os direitos individuais e sociais, assegurando esses direitos num
sistema definido, determinado, com clareza e precisão. Entre essas várias
definições destaca-se a de Themistocles Brandão Cavalcanti, ex-ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF): Constituição é a lei de todas as leis.
A atual Constituição que rege nosso país foi promulgada em 1988. É conhecida
como a "Constituição Cidadã".
Sobre a liberdade de crença e das orgarnizaçõess religiosas, a Constituição
Brasileira traz alguns dispositivos que devemos aprender.

No inciso VI do artigo 5o, estipula-se ser inviolável a berdade de consciência e de


crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
O inciso VII do mesmo artigo 5o afirma ser assegurado, nos termos da lei, a prestação
de assistência religiosa, nas entidades civis e militares de internação coletiva.
O inciso VIII estipula, também, que ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir- se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em
lei.
O artigo 19, I, veda aos Estados, Municípios, à União e ao Distrito Federal o
estabelecimento de cultos religiosos ou igrejas, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter
com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público.
O artigo 150, VI, "b", veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a
instituição de impostos sobre templos de qualquer culto, salientando, no parágrafo 4o do
mesmo artigo, que as vedações expressas no inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente
o património, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.
O artigo 120 assevera que serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de
maneira a assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos,
nacionais e regionais, salientando no parágrafo 1o que o ensino religioso, de matéria
facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental.
O artigo 226, parágrafo 3o, assevera que o casamento religioso tem efeito civil, nos termos
da lei.
2. AS ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS E O SEU TRATAMENTO NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
A liberdade religiosa, estabelecida na Constituição Brasileira de 1988, foi
regulamentada através da promulgação do Código Civil de 2002 (Lei n°
10.406/02) no que concerne à possibilidade de criação de pessoa jurídica de
direito privado.
0 artigo 44 do Código Civil e parágrafos apresentam o rol de pessoas
jurídicas de direito privado, bem como estabelece a forma de criação e
reconhecimento, senão, vejamos:

Artigo 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


1 - As associações;
II - As sociedades;
III - As fundações.
IV As organizações religiosas; (Acrescentado pelo artigo 2o, da Lei 10.825/03)
V - Os partidos políticos. (Acrescentado pelo artigo 2.°, da Lei 10.825/03) § 1o São
livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento
ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Nova redação
dada pelo artigo 2.°, da Lei 10.825/03) § 2o.
A legislação pátria não traz uma definição legal para as Organizações
Religiosas e regras próprias para sua estruturação. Entretanto, em razão destas
organizações possuírem a característica de união de pessoas, que se reúnem
para fins religiosos e não lucrativos, devem observar as normas relativas às
associações para a sua constituição.

E O QUE É UMA ASSOCIAÇÃO?


• A associação é uma pessoa jurídica de direito privado tendo por objetivo a
realização de atividades culturais, sociais, religiosas, recreativas etc., sem fins
lucrativos
• Ou seja, não visam lucros e dotadas de personalidade distinta de seus
componentes.

Com a aquisição da personalidade jurídica, a associação passará a ser sujeito de direitos e


obrigações. Em decorrência, cada um dos associados constituirá uma individualidade, e a
associação uma outra, tendo cada uma seus bens, direitos e obrigações, sendo que há, entre
os associados, direitos e obrigações recíprocas.
Por determinação do artigo 53 ao 51 do Código Civil, as associações e, por consequência,
as Organizações Religiosas, devem obedecer a determinadas regras, impostas para o seu
perfeito funcionamento.
Os membros da Organização Religiosa, há o objetivo comum de professar a fé, sem buscar ou
visar vantagens pessoais e pecuniárias, pois contrariando esta finalidade, a Organização
Religiosa perderia o seu verdadeiro propósito.
Por força do artigo 54 do Código Civil, as Organizações Religiosas devem ser regidas por um
estatuto, o qual deverá conter sob pena de nulidade os seguintes dispositivos:
I - A denominação, os fins e a sede da associação;
II - Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
lli - Os direitos e deveres dos associados;
IV - As fontes de recursos para sua manutenção;
V - O modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
VI - As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;
VII - A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
A Igreja do Evangelho Quadrangular possui um dos melhores estatutos dentre as Organizações
Religiosas.

4. DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
A imunidade tributária está prevista na Constituição Brasileira, conforme já
citado acima, no capítulo Das Limitações do Poder de Tributar, especificamente
no artigo 150.
A definição de Imunidade Tributária será tomada do doutrinador Ricardo
Alexandre:

"As imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar


consistentes de limitação da competência tributária na
constitucionalmente conferida aos entes políticos". (ALEXANDRE,
Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 4ª ed. São Paulo: Método:
2010. p.170.)

A definição de Imunidade Tributária será tomada do doutrinador Ricardo


Alexandre:

O artigo 150, VI, alínea b da CF, assegura a imunidade tributária aos templos de qualquer
culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - Instituir impostos sobre:
b) Templos de qualquer culto.
Entende-se por templo religioso o espaço físico onde se realizam as cerimónias
religiosas. Templo propriamente dito é a edificação dedicada a realização dos
cultos, onde contempla as instalações adequadas a sua finalidade religiosa.

• Contudo, verifica-se que a interpretação da norma constitucional não se


limitou apenas ao sentido stricto da palavra templo, como sendo meramente
uma estrutura, mas alcançou o espírito da norma, de forma a visualizar o
todo, o conjunto que integra a instituição religiosa.
• Deste modo, está caracterizada a chamada imunidade tributária subjetiva,
sendo aquela que compreende as pessoas beneficiadas pela ressalva,
diferentemente das imunidades objetivas, em que prevalecem imunes os
objetos, cuja tributação também é impedida

Neste contexto, não se tributa apenas os prédios que os cultos religiosos


se realizam, mas sim toda a estrutura envolvida, desde o imóvel e
utilizado na realização do culto, bem como veículos, imóveis alugados a
terceiros, renda auferida etc. Por fim, a imunidade protege de forma
ampla todo o património, a renda e os serviços vinculados com as
atividades essenciais da instituição religiosa.
Assim, podemos concluir:
• A imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributar, vez que está contida
de forma expressa pela Constituição Brasileira de 1988. Logo, a pessoa ou a instituição
contemplada não podem sofrer tributação.
• A imunidade conferida aos templos de qualquer culto, também denominados de
organizações religiosas, faz se necessária, haja vista a relevância das atividades que as
mesmas atuam em face do interesse coletivo, merecendo, assim, a proteção e o incentivo
por parte do Estado que a Constituição Brasileira de 1988 lhes conferiu
• A imunidade tributária que se encontra no artigo 150, IV, "b" da Constituição,
abrange apenas os impostos, não alcançando as taxas, contribuições de melhoria e
contribuições sociais ou para-fiscais. Esta tal imunidade adstrita ao património, renda e
serviços ligados à atividade fim das entidades, perdendo a imunidade sempre que houver
desvirtuamento da atividade fim.
• É importante ressaltar que o Supremo Tribunal Federal mudou seu posicionamento ao
longo das décadas passadas e vem dando uma interpretação mais ampla ao instituto da
imunidade• Percebe-se, que tal instituto surgiu com o objetivo de proteger valores maiores
contidos em princípios constitucionais, como o da livre divulgação de ideias, de
conhecimentos, da proteção da cultura e da propagação da religião.
OS MINISTROS DE CONFISSÃO RELIGIOSA E OS TRIBUTOS
Durante muito tempo predominou entre os líderes e administradores de Organizações
Religiosas, o pensamento que estes também eram isentos de impostos perante a União.
Ledo engano.
• A imunidade tributária atinge tão somente a pessoa jurídica. As pessoas físicas
vinculadas a estas organizações são cidadãos comuns perante o fisco e perante a Lei,
possuindo os mesmos direitos e deveres de todo brasileiro.
• Este entendimento incorreto somado a outros fatores gerou e tem gerado diversos
problemas para os líderes eclesiásticos, principalmente no que diz respeito à sua
aposentaria quando chegam ao final de sua carreira ministerial e muitos se veem
desamparados.

História da Administração Eclesiástica na IEO


1. INTRODUÇÃO
E a Igreja do Evangelho Quadrangular, organização religiosa pertencente ao grupo
das pessoas jurídicas de direito privado, uma instituição sem fins lucrativos, como
tem sido administrada ao longo de sua existência?
• A IEQ foi fundada no Brasil em 15/11/1951 e foi registrada no Cadastro Nacional
de Pessoas Jurídicas em 15/11/1951, sob o n°. 62.955.505/0001-67. Portanto, a
Igreja Quadrangular é uma entidade legalmente constituída no país, tendo ainda
registrado o seu Estatuto e Regimento Interno no Primeiro Cartório Oficial de
Registro de Títulos e Documentos Civil de Pessoa Jurídica, na cidade de São Paulo,
1951 a 2000

local de sua matriz.


• Os primeiros cinquenta anos de administração da Igreja Quadrangular, apesar de
revestidos de formalidade e legalidade, estavam pautados muito mais nas normas
internas da instituição do que em princípios contábeis e administrativos gerais. A
movimentação financeira nacional era contabilizada pelo Conselho Nacional de
Diretores por meio de documentos enviados pelas filiais de todo o país. Isto gerava
um volume enorme de atividades para o quadro de funcionários lotados na matriz
em São Paulo e evidentemente, dadas às condições tecnológicas até então
existentes, certa morosidade na obtenção de resultados
• O processo de informatização do Conselho Nacional foi desenvolvido em etapas
diversas antes do ano 2000. A partir de 1997, melhorias realizadas no sistema
nacional permitiram a digitação das informações de forma muito mais rápida e as
informações da movimentação financeira já podiam ser vistas num prazo de 30
dias, sendo possíveis relatórios parciais da situação nacional. Mas o volume de
informações a ser processado ainda era enorme.
27
• Uma mudança significativa ocorre no ano 2.000 no gerenciamento do Conselho Nacional
Administração Eclesiástica da IE0 de Diretores - assume a Gerência Administrativa o Rev. Carlos Andreotti, para dar
continuidade à administração da Pastora Marli de Jesus. Mas o evento que começaria a
mudar a história da Administração Quadrangular ainda estava por vir e veio em 2001.
2001, Um Marco na

• A IEQ precisava reformular a sua administração em alguns pontos específicos para


ajustar-se à legislação nacional.
• O desafio era grande e o tempo para implementar as mudanças escasso. Somado a isto,
ainda havia a questão de pessoas especializadas que precisavam ser reunidas ao grupo
de trabalho.
• 0 Conselho Nacional de Diretores, sob o comando do Rev. Mario de Oliveira, tendo como
Secretário Geral de Administração e Finanças o Rev. Onésimo Rodrigues de Barros
determinaram que fossem realizadas as mudanças necessárias.

• E COMO FOI ELABORADO O PROJETO DA REFORMA ADMINISTRATIVA DA IEQ?


• Primeiramente foram reunidos os elementos que compuseram a equipe básica de
trabalho: Rev. Carlos Andreotti, Gerente Administrativo do CND; Rev. Sinesio Carlos
dos Santos, Informática;JairAlvaradoVenegase Antonio Lopes de Lima, contadores.
Depois vieram as etapas das reuniões. Foram convidados para o planejamento
advogados, contadores, superintendentes, pastores e pessoas ligadas à administração
28

secular.
• Todos os procedimentos foram redesenhados, um modelo administrativo foi elaborado e
uma adequação contábil foi estruturada visando atingir todas as entidades e departamentos
da IEQ.
• A operacionalização da Reforma Administrativa foi centralizada nas Regiões e Campos
Missionários como forma de facilitar o acesso às informações pelos pastores e
administradores locais.
• A criação de um sistema contábil acessado por meio da internet - além da facilidade de
acesso em qualquer lugar do Brasil, agora era possível ter relatórios das movimentações
financeiras e outros dados importantes em tempo real.
• A contabilização foi totalmente descentralizada e o volume de trabalho que pesava sobre o
Conselho Nacional de Diretores agora estava diluído Brasil afora.
• Regiões e Campos Missionários obrigatoriamente contrataram contadores para realizar
a Contabilidade.
• Este é apenas um resumo de tudo o que ocorreu entre 2001 e 2002, anos de intensa
atividade no Conselho Nacional de Diretores.

29
4. NORMAS INTERNAS X NORMAS LEGAIS
A ênfase às normas internas, durante muitos anos, e a falta de uma legislação
específica para as Organizações Religiosas causava um DESEQUILÍBRIO entre a
Administração Eclesiástica Quadrangular e a Legislação Contábil e Tributária.
• O confronto com a legislação vigente por ocasião da fiscalização da Receita
Federal expôs uma profunda necessidade de adequação das Normas
Internas. As normas internas passaram a ser definidas com base e no intuito
de adequarem-se às normas legais.

5. A LEI NA MIRA DA IEQ

A Administração da Igreja do Evangelho Quadrangular, portanto, está


totalmente regulamentada e adequada à legislação brasileira. Saímos da mira
da Lei e invertemos a situação colocando a Lei na mira dos procedimentos
administrativos e contábeis.
Visão Geral da Igreja do Evangelho Quadrangular
1. INTRODUÇÃO
Os líderes das Organizações Religiosas precisam ter uma visão global da
organização. Esta é uma das características de um bom administrador. No caso da
Igreja Quadrangular, este conhecimento ganha importância capital pelo fato de ser
uma pessoa jurídica una em todo o país. Temos um CNPJ principal e filiais;
portanto, atos cometidos na Administração ou na Contabilidade na menor das filiais
atingem a Igreja Quadrangular no seu todo.

2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
A administração da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil está estruturada
em três níveis hierárquicos: Administração Superior e Geral, Administração
Intermediária e Administração de Base que, exercendo as suas atividades de forma
integrada e harmónica, se expressa nos trabalhos de planejamento, coordenação,
execução e controle, de forma subordinada.
2.1 CONSELHO NACIONAL DE DIRETORES
O Conselho Nacional de Diretores é órgão superior de unidade da Igreja
Quadrangular, com funções legislativas, deliberativas e administrativas, nos
limites do Estatuto e sua conduta se estriba nos princípios da legalidade,
moralidade e impessoalidade, sendo constituído por 13 membros: Presidente; 1
°. Vice-Presidente; 2o. Vice-Presidente; 3o. Vice-Presidente; 4o. Vice-Presidente
1 °. Secretário; 2o. Secretário; 3o. Secretário; 4o. Secretário; 10 Tesoureiro; 2o.
Tesoureiro, 3o. Tesoureiro e 4o. Tesoureiro.

• COMO SÃO ESCOLHIDOS OS MEMBROS DO CONSELHO NACIONAL?


• Os membros do Conselho Nacional de Diretores são eleitos pela Convenção Nacional
por maioria absoluta dos convencionais presentes com direito a voto. através de
escrutínio secreto, para mandato de 4 anos, com direito a reeleições sucessivas.
Podem candidatar-se a cargos no Conselho Nacional de Diretores membros do
ministério que atendam aos requisitos abaixo, sendo vedada a participação de
parentes consanguíneos e afins, até o terceiro grau.
2.1 CONSELHO NACIONAL DE DIRETORES
O Conselho Nacional de Diretores é órgão superior de unidade da Igreja
Quadrangular, com funções legislativas, deliberativas e administrativas, nos
limites do Estatuto e sua conduta se estriba nos princípios da legalidade,
moralidade e impessoalidade, sendo constituído por 13 membros: Presidente; 1
°. Vice-Presidente; 2o. Vice-Presidente; 3o. Vice-Presidente; 4o. Vice-Presidente
1 °. Secretário; 2o. Secretário; 3o. Secretário; 4o. Secretário; 10 Tesoureiro; 2o.
Tesoureiro, 3o. Tesoureiro e 4o. Tesoureiro.

• COMO SÃO ESCOLHIDOS OS MEMBROS DO CONSELHO NACIONAL?


• Os membros do Conselho Nacional de Diretores são eleitos pela Convenção Nacional
por maioria absoluta dos convencionais presentes com direito a voto. através de
escrutínio secreto, para mandato de 4 anos, com direito a reeleições sucessivas.
Podem candidatar-se a cargos no Conselho Nacional de Diretores membros do
ministério que atendam aos requisitos abaixo, sendo vedada a participação de
parentes consanguíneos e afins, até o terceiro grau.
3. ADMINISTRAÇÃO INTERMEDIÁRIA
3.1 CONSELHOS ESTADUAIS
As Secretarias Estaduais funcionam cooperativamente com as Secretarias da Administração
Superior e Geral, especialmente em relação ao cumprimento das metas, diretrizes e
programações traçadas pela Igreja, em âmbito nacional. São elas:
• Secretaria Estadual de Administração e Finanças;
• Secretaria Estadual de Ação Social;
• Secretaria Estadual de Educação e Cultura;
• Secretaria Estadual de Missões;
• Secretaria Estadual de Comunicação;
• Secretaria Estadual de Disciplina Eclesiástica;
• Secretaria Estadual de Coordenadorias e Diaconato;
• Secretaria Estadual de Cidadania.

3.2 SUPERVISÕES ESTADUAIS


Os estados cujo número de igrejas não atinge os níveis estabelecidos pelo Estatuto, funcionam
sob o regime de Supervisão Estadual. O Supervisor Estadual é nomeado pelo Conselho
Nacional de Diretores de acordo com os preceitos estatutários. Abaixo dos Conselhos e
Supervisões Estaduais estão as Regiões e Campos Missionários. • Secretaria Estadual de
Administração e Finanças;
4. REGIÕES E CAMPOS MISSIONÁRIOS
O Superintendente Regional e o Diretor de Campo, nomeados pelo Conselho Nacional de
Diretores, são representantes, nas regiões designadas, dos Conselhos Estaduais de Diretores para
assuntos da Administração Estadual e de representantes do Conselho Nacional de Diretores para
assuntos da Administração Superior e Geral. As Regiões e Campos são compostos pelas seguintes
entidades: Igreja Sede, igrejas e Obras Novas, sendo que o número delas define o status de
Região Eclesiástica ou Campo Missionário.

5. IGREJAS LOCAIS - ADMINISTRAÇÃO DE BASE


A Administração de Base é exercida pelo Conselho Diretor Local, que dirige os interesses e os
negócios da Igreja local com fundamento no Estatuto e neste Regimento. A Igreja local elegerá o
Conselho Diretor Local, da forma preconizada pelos artigos 145 e 146, do Estatuto, organizará os
Grupos Missionários, o Departamento de Educação Bíblica Quadrangular e as Comissões Especiais
e demais departamentos da Igreja.
Os Presidentes de Grupos Missionários, Departamento de Educação Bíblica Quadrangular e outros
departamentos da Igreja Local apresentarão relatórios mensais de suas atividades e das finanças
ao Conselho Diretor Local, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela SGAF e orientações do
contador da Região.
Compete ao Conselho Diretor Local a fiscalização do registro dos bens da Igreja, providenciando a
sua regularização e registro em nome da Corporação.
CAPÍTULO 2
APROFUNDANDO A
VISÃO DA
ESTRUTURA
ADMINISTRATIVA
DA IEQ
Igreja Local
1. INTRODUÇÃO
Iniciaremos análise da igreja local pelo seu organograma ideal, digo ideal porque ele
é um elemento que ganha consistência à medida que a igreja local cresce.

2. CONHECENDO A IGREJA LOCAL


A igreja local forma-se sob jurisdição da Igreja do Evangelho Quadrangular desde que haja um
grupo de cristãos convertidos, batizados nas águas por imersão, em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, adotando a Declaração de Fé da instituição.
• A igreja local é base do sistema estrutural da corporação e parte do Corpo de Cristo que vive
e prega o Evangelho Quadrangular através das seguintes práticas:
• Adoração a Deus, testemunho cristão, pregação da Palavra Sagrada, apoio, amor e
serviço ao próximo;
• Exercício dos dons e Ministérios do Espírito;
• Evangelização do mundo dentro da realidade em que vive, e crescimento em frutos, graça
e conhecimento do Reino de Deus.
2.1 CONSELHO DIRETOR LOCAL
Independentemente do tipo da igreja local, esta obrigatoriamente precisa possuio seu
Conselho Diretor Local, principalmente a partir de 2010 quando o Conselho Nacional
implantou sistema de gestão que exige o cadastramento do CDL
O Conselho Diretor Local é formado por pessoas escolhidas dentre os membros da igreja,
maiores de idade e se constitui dos seguintes membros:
• Presidente;
• Vice-Presidente;
• Secretário;
• Tesoureiro;
• Diretor dos Diáconos e
• Diretor de Património.

2.2 GRUPOS MISSIONÁRIOS


Os Grupos Missionários são órgãos auxiliares da igreja local e seu programa de atividades
molda-se às normas gerais da Igreja no Brasil e ficam sujeitos à aprovação do Conselho
Diretor Local de cada igreja. É vedado, nas igrejas, a qualquer grupo missionário ou
departamento se constituir em pessoas jurídicas. As atividades eclesiásticas e administrativas
dos Grupos Missionários são regulamentadas pelo Estatuto e Regimento Interno, por meio da
Secretaria Geral de Coordenadorias dos Grupos.
2.3 DEPARTAMENTOS
Além dos Grupos Missionários existem outros departamentos regulamentados pela Secretaria
Geral de Coordenadorias de Grupos, que são: Diaconato, CHOMNEQ - Coordenadoria de
Homens e Mulheres de Negócio da IEQ, CONFIPIEQ - Coordenadoria dos Filhos de Pastores
da IEQ.
Outros departamentos são comuns às igrejas locais, ainda que não regulamentados
explicitamente no Estatuto e no Regimento Interno. Quando necessários, tais departamentos
tendem a se tornar oficiais, sendo inclusos no Estatuto e Regimento Interno da IEQ.

2.4. AGÊNCIAS DE EVANGELIZAÇÃO


As agências de evangelização são todos os trabalhos da igreja local voltados seu crescimento
e expansão do Evangelho na região onde está localizada. Os sege movimentos são
considerados como tais:
• Congregações;
• Pontos de Pregação sem importar a designação local;
• Células;
• Grupos de estudos e outros.
3. ASPECTOS LEGAIS INTERNOS E EXTERNOS
3.1 TIPOS DE IGREJA LOCAL
• Estas igrejas locais são aquelas nas quais se centraliza a Administração Regional,
Igreja Sede geralmente têm como seu Pastor Titular o Superintendente Regional ou Diretor de Campo,
Regional podendo haver exceções, uma vez que isto não é uma obrigatoriedade.
• Existem na Igreja Quadrangular tantas Igrejas Sedes, quantas forem as Regiões e Campos
Missionários no Brasil. Nenhuma Região ou Campo pode existir sem uma igreja Sede e mais,
esta igreja deve ser uma igreja que já possua o seu CNPj. As demais igrejas estão
divididas em dois grupos quanto à natureza jurídica.
Inscritas no
(CNPJ)

• Estas igrejas locais são personalidades jurídicas vinculadas diretamente à matriz e que devem
cumprir todos os preceitos legais, tributários e administrativos cabíveis.

• São igrejas locais em fase de implantação diferindo das demais somente no quesito CNPJ.
Durante esta fase de existência, estas igrejas locais estão vinculadas administrativamente à
Obras
Novas

Igreja Sede, sem a qual não teriam como realizar atos administrativos, contábeis e
financeiros. Tecnicamente, as Obras Novas são congregações, ainda que possuam um status
mais elevado que estas e tenham as mesmas obrigações das Igrejas com CNPJ.
As Obras Novas deixam de sê-lo quando reconhecidas, oficializadas e registradas pelo Conselho
Nacional de Diretores. Isto acontece quando uma Obra Nova ou mesmo uma Congregação atende
aos seguintes requisitos:
 Estar em funcionamento há pelo menos l(um) ano prestando seus relatórios regularmente; exceto Congregações;
 Dispor de um cadastro de, no mínimo, 50 (cinquenta) pessoas batizadas nas águas, por imersão, em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo;
 Dispor de uma relação de, no mínimo, 10 (dez) pessoas batizadas com o Espírito Santo;
 Dispor de Departamento de Educação Bíblica Quadrangular organizado; Dispor de Grupos Missionários
organizados;
 Dispor de terreno próprio, em nome da Igreja do Evangelho Quadrangular, mesmo que adquirido através de
financiamento e esteja sendo pago, já com o projeto arquitetônico definido para a construção do templo e,
ainda, que este seja do local onde a igreja esteja funcionando ou nas suas proximidades;
 Aprovação do Conselho Diretor Local da igreja onde estava ligada como congregação, devidamente assinado
pelo Pastor titular da igreja mãe;
 Assinatura dos membros em uma relação devidamente numerada;
 Solicitação de Reconhecimento, Registro e Oficialização assinada pelo Pastor Titular ou responsável pela Obra
Nova/Congregação. Comprovados estes requisitos, monta-se um processo contendo todos os documentos e
informações acima, o qual deve tramitar da seguinte forma:
 Encaminhar ao Superintendente ou Diretor de Campo Missionário;
 A Superintendência ou Direção de Campo junta ao processo sua solicitação e encaminha ao Conselho Estadual
de Diretores. Não havendo Conselho no Estado, encaminha-se à Supervisão Estadual;
 O Conselho Estadual de Diretores ou Supervisão Estadual encaminha o pedido ao Conselho Nacional de
Diretores.
4. DIREITOS E DEVERES ADMINISTRATIVOS DAS IGREJAS LOCAIS
4.1 DIREITOS
• Seus direitos são os mesmos garantidos por Lei à Organização. O Conselho Nacional de
Diretores e os Conselhos Estaduais ou Supervisões, são assistidos por advogados que
podem, quando solicitados, atender as filiais em situações que exijam a presença destes
profissionais.
• As igrejas locais na Igreja Quadrangular têm o direito de administrar 87% dos recursos
obtidos, repassando os outros 13% na forma de taxas para a Região ou Campo
Missionário, Conselhos ou Supervisões Estaduais e Conselho Nacional. Este direito é
garantido pelo Estatuto podendo sofrer alguma interferência em casos de improbidade
administrativa comprovada por parte do Pastor Titular.

4.2 DEVERES
Recursos Financeiros
• As Igrejas locais têm sob sua responsabilidade o dever de prover seus próprios meios de
manutenção através dos dízimos e das ofertas, proporcionando aos seus pastores,
nomeados pelo Conselho Nacional de Diretores, o sustento pastoral em forma de
prebendas, casa pastoral, viagens e correspondências a serviço da igreja.
• Evidentemente, esta responsabilidade deve ser compatível com a arrecadação da igreja
local, cabendo ao CDL, elaborar o orçamento financeiro para evitar que a igreja local
assuma dívidas fora de sua realidade, sejam elas com quem for.

Património
• Todo o património da igreja local deve ser adquirido em nome da mesma, caso esta
possua o CNPJ ou no CNPJ da Igreja Sede Regional caso se trate de uma Obra Nova.
Neste caso, estes bens serão transferidos para Obra Nova quando esta tornar- se uma
Igreja Oficializada e Registrada.

Regiões Eclesiásticas e Campos Missionários


1. INTRODUÇÃO
2. CONHECENDO A ADMINISTRAÇÃO REGIONAL
As Regiões/Campos são administradas pelos Superintendentes Regionais/ Diretores de
Campos Missionários, os quais nomeados pelo CND, como representantes, nas regiões
designadas, dos CED para assuntos da Administração Estadual e de representantes do CND
para assuntos da Administração Superior e Geral.
• Campos Missionários são constituídos de 1 a 10 Igrejas ou Obras Novas, sendo
administrado por um Diretor de Campo
• e as Regiões Eclesiásticas são constituídas por mais de 10 Igrejas ou Obras Novas.
• Ao ultrapassar o número de 10 Igrejas organizadas, o Campo Missionário, por meio de seu
Diretor, requererá ao Conselho Estadual e este, ato contínuo, ao Conselho Nacional, a
elevação do Campo Missionário à categoria de Região Eclesiástica

2.1 COORDENADORIAS E DIRETÓRIAS REGIONAIS


São departamentos que têm a função de organizar e implementar a visão da Coordenadoria
Nacional em sua Região/ Campo Missionário. São lideradas por Coordenadores ou Diretores
Regionais, os quais são representantes diretos do Coordenador Nacional e estão subordinados
ao Coordenador Estadual.

2.2 IGREJAS LOCAIS


Subordinadas às Regiões e Campos estão as Igrejas Locais. As igrejas locais têm diversos
deveres em relação às Regiões e Campos, os quais serão estudados nos tópicos seguintes.
3. ASPECTOS LEGAIS INTERNOS E EXTERNOS
As Regiões e Campos Missionários são órgãos internos da IEQ, não
possuindo personalidade jurídica como é o caso das igrejas locais que
possuem CNPJ. Seus atos administrativos são centralizados nas Igrejas
Sedes Regionais, daí, a importância destas Igrejas possuírem sempre o
CNPJ.

As Superintendências Regionais e Direção de Campos têm as seguintes atribuições


perante o Conselho Nacional e Conselho/Supervisão Estadual:
• Representar o Conselho Nacional de Diretores e o Conselho Estadual de Diretores
seguindo suas diretrizes e instruções;
• Visitar as igrejas e obras de sua jurisdição superintendendo os interesses materiais e
espirituais da Igreja;
• Receber doações e legados, bens móveis e imóveis em nome da Igreja do Evangelho
Quadrangular;
• Tomar parte nas reuniões do Conselho Nacional de Diretores e do Conselho Estadual
de Diretores, com direito à palavra quando o assunto for lhe pertinente;
• Orientar os Pastores das Igrejas, fiscalizando periodicamente os registros das
finanças e dos livros em geral, diretamente ou através de Comissão Especial, por
meio de interventor ou auditoria administrativa e aplicar o planejamento do
departamento de atualização ministerial (DAM) da SGEC;
• Dar posse aos pastores nomeados pelo Conselho Nacional de Diretores;
• Preencher, em caráter de urgência, o pastorado vago de igrejas
• Assinar as credenciais dos Obreiros Credenciados juntamente com o Presidente do
Conselho Estadual de Diretores;
• Transferir Pastores dentro de sua jurisdição e comunicar ao Conselho Estadual de
Diretores ou ao Supervisor de Estado, solicitando imediatamente ao Conselho
Nacional a nomeação do Pastor que ocupou o seu lugar;
• Encaminhar pedido, denúncia, representação, documento ou informações sobre as
igrejas, dando o devido destino conforme a classificação do assunto, a quem
pertinente;
• Indicar igrejas e obras da sua região para formar novas Regiões ou Campos
Missionários,
• Solicitar oficialmente ao Conselho Estadual de Diretores ou ao Supervisor Estadual
a organização e criação das igrejas que preencherem os requisitos regimentais;
• Organizar e manter atualizado o cadastro da Regiõo/Campo, cadastro geral das
igrejas e cadastro do Ministério por meio das ferramentas disponibilizadas pela
Secretaria Geral de Administração e Finanças;
• Indicar os Coordenadores Regionais de Grupos Missionários e Diaconato,
Diretores Regionais do Departamento de Educação Bíblica Quadrangular à
Secretaria Estadual de Educação e Cultura, e Diretores das Unidades de Ensino
Teológico Pastoral à Secretaria Geral de Educação e Cultura;
• Manter em dia a contabilidade da região de acordo com disposições
estabelecidas pela Secretaria Geral de Administração e Finanças, procedendo da
seguinte forma:
• Receber os documentos financeiros de entrada e saída das igrejas e obras novas
da região até o quinto dia útil de cada mês;
• Uma vez que o simples fato de uma igreja não entregar a documentação
financeira prejudica toda a instituição, o superintendente deve exigir a entrega
dos mesmos no prazo devido;
• Juntar aos mesmos a documentação financeira da região;
• Entregar a documentação ao contador da região para processamento no sistema
geral de administração e finanças;
• Receber os relatórios emitidos e assinados pelo contador após a contabilização
da região;
• Entregar os mesmos aos pastores para assinatura na reunião mensal;
• Fazer cópias para remessa aos órgãos devidos anexando a cada uma os
comprovantes de pagamento das taxas referentes ao mês, de acordo com as
diretrizes estabelecidas e regulamentadas no Regimento Interno;
• • Convocar em suas respectivas jurisdições, reuniões mensais, bimestrais ou
trimestrais dos seguintes setores do Ministério:

• Reunião mensal de pastores, tendo em vista o cumprimento da programação e


atualização da execução dos planos estabelecidos, quando o Superintendente ou o
Diretor de Campo prestará contas da aplicação das taxas arrecadadas na região;
• Reunião trimestral de liderança, com objetivo de manter a unidade da Igreja, a
uniformidade de seus atos, transmitir instruções e informações e fomentar o
crescimento da Igreja através da liderança, e
• Reunião dos Coordenadores Regionais e Diretores de Departamentos e Instituições,
para controlar as atividades leigas e educacionais da Igreja, na região.

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