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ADMINISTRAÇÃO
ECLESIÁSTICA
O que é a Administração Eclesiástica?
1. INTRODUÇÃO
Para fins de facilitar a compreensão e construir um material que possa contribuir
com todas as entidades usaremos algumas convenções no texto deste livro,
embasadas tecnicamente ou de acordo com o uso comum do termo no meio
religioso:
Organizações • Referir à igreja de um modo geral pelo fato de assim ser estabelecido pelo
Novo Código Civil Brasileiro a forma de alusão às Organizações Religiosas em
Religiosas geral.
• Termo comum que será usado para referir-se à liderança da igreja em geral.
Clero • Apesar das convenções acima, sempre que necessário usaremos os termos
comuns e conhecidos no âmbito da Igreja do Evangelho Quadrangular.
"Administrar é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos para atingir
objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação de recursos, a principal
razão para o estudo da administração é seu impacto sobre o desempenho das organizações. É a
forma como são administradas que torna as organizações mais ou menos capazes de utilizar
corretamente seus recursos para atingir os objetivos corretos."
2.2 ORGANISMO: A IGREJA DO PONTO DE VISTA ESPIRITUAL
A Igreja, enquanto Corpo de Cristo, é um organismo vivo e que produz vida,
dinâmico e que se auto multiplica. Raymond Ortlund propõe três prioridades deste
organismo: compromisso com Cristo, compromisso com o Corpo de Cristo e
compromisso com o mundo, prioridades estas que podem ainda ser definidas assim:
• fé, comunhão e serviço. A vida da igreja advém do seu mantenedor, Jesus Cristo,
que lhe confere a graça de Deus. "É a comunidade de todos os cristãos, de todos
os tempos, fundada por Jesus, invisível aos homens e visível somente a Deus."
O Novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor em 2003, logo após a publicação, sofreu
uma alteração quanto às Organizações Religiosas. Veja abaixo trecho do artigo 5 do Dr.
Gilberto Garcia, professor do SBTSB e autor do livro "O Novo Código Civil e as Igrejas":
Em relação a este artigo quero destacar os grifos nos quais fica clara a
necessidade de as Organizações Religiosas obterem a sua personalidade
jurídica, por meio do registro oficial no CNPJ e que o Estado não pode negar-
lhes este direito, que também é um dever uma vez que, como já afirmei, tais
entidades não podem funcionar legalmente sem os devidos registros.
2.4 O PASTOR E A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA
Saber lidar com pessoas: comunicar eficientemente, negociar, conduzir mudanças, obter
cooperação e solucionar conflitos;
2. A identificação das atuais cinco funções da administração que são: planejar, organizar,
liderar, coordenar e controlar.
CONGREGACIONAL
emanadas de uma única assembleia, e assim formada é representação
pessoa. e sinal visível e localizado da realidade
• As Organizações Religiosas espiritual da Igreja de Cristo em toda a terra.
diferem entre si na forma • O sistema de governo congregacional é
de comando. Temos três aquele em que a igreja se reúne em
tipos de governo assembleias, para tratar de questões surgidas
eclesiástico, a saber: no seu dia a dia e tomar decisões relacionadas
ao desenvolvimento de seus trabalhos. O
poder de mando de uma igreja
congregacional reside em suas assembleias.
"As igrejas que adotam o governo
congregacional: Batistas e os
Congregacionais."
• Caracteriza pelo governo de uma assembleia de presbíteros, ou anciãos.
• Foi desenvolvida como rejeição ao domínio por hierarquias de bispos individuais.
• Está fortemente associada aos movimentos da Reforma Prcestante na Suíça e na Escócia.
PLESBITERIAL • O governo presbiteriano serviu e serve de inspirações a vários regimes democráticos ao
redor do mundo.
• A forma de governo consiste numa ordem crescente de conselhos. O menor de todos os
conselhos é o Conselho da Igreja Local, formado pelos ministros docentes (pastores) e
pelos ministros leigos (presbíteros).
• Acima dos conselhos locais se encontram os Presbitérios, formados por presbíteros
representantes de cada igreja de sua área de abrangência.
• Como estância máxima de apelação e decisões sobre a igreja está a Assembleia Geral
ou Supremo Concílio.
• Neste sistema mais antigo pela Igreja Católica e pela Igreja Ortodoxa, os ministros principais
da igreja são os bispos.
EPISCOPAL
• Outros ministros são presbíteros e diáconos. Todos estes são mencionados no Novo Testamento.
O Governo é centralizado na figura de um dirigente, responsável pelas decisões e destinos
da igreja, mas que possui um grupo de subalternos, o Colégio Episcopal, responsáveis pela
administração da gestão do sistema.
• Este é o modelo de governo da Igreja do Evangelho Quadrangular.
Unidade de Subordinação do Remuneração do
direção: particular ao geral: pessoal: Centralização:
4. DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
A imunidade tributária está prevista na Constituição Brasileira, conforme já
citado acima, no capítulo Das Limitações do Poder de Tributar, especificamente
no artigo 150.
A definição de Imunidade Tributária será tomada do doutrinador Ricardo
Alexandre:
O artigo 150, VI, alínea b da CF, assegura a imunidade tributária aos templos de qualquer
culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - Instituir impostos sobre:
b) Templos de qualquer culto.
Entende-se por templo religioso o espaço físico onde se realizam as cerimónias
religiosas. Templo propriamente dito é a edificação dedicada a realização dos
cultos, onde contempla as instalações adequadas a sua finalidade religiosa.
secular.
• Todos os procedimentos foram redesenhados, um modelo administrativo foi elaborado e
uma adequação contábil foi estruturada visando atingir todas as entidades e departamentos
da IEQ.
• A operacionalização da Reforma Administrativa foi centralizada nas Regiões e Campos
Missionários como forma de facilitar o acesso às informações pelos pastores e
administradores locais.
• A criação de um sistema contábil acessado por meio da internet - além da facilidade de
acesso em qualquer lugar do Brasil, agora era possível ter relatórios das movimentações
financeiras e outros dados importantes em tempo real.
• A contabilização foi totalmente descentralizada e o volume de trabalho que pesava sobre o
Conselho Nacional de Diretores agora estava diluído Brasil afora.
• Regiões e Campos Missionários obrigatoriamente contrataram contadores para realizar
a Contabilidade.
• Este é apenas um resumo de tudo o que ocorreu entre 2001 e 2002, anos de intensa
atividade no Conselho Nacional de Diretores.
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4. NORMAS INTERNAS X NORMAS LEGAIS
A ênfase às normas internas, durante muitos anos, e a falta de uma legislação
específica para as Organizações Religiosas causava um DESEQUILÍBRIO entre a
Administração Eclesiástica Quadrangular e a Legislação Contábil e Tributária.
• O confronto com a legislação vigente por ocasião da fiscalização da Receita
Federal expôs uma profunda necessidade de adequação das Normas
Internas. As normas internas passaram a ser definidas com base e no intuito
de adequarem-se às normas legais.
2. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
A administração da Igreja do Evangelho Quadrangular no Brasil está estruturada
em três níveis hierárquicos: Administração Superior e Geral, Administração
Intermediária e Administração de Base que, exercendo as suas atividades de forma
integrada e harmónica, se expressa nos trabalhos de planejamento, coordenação,
execução e controle, de forma subordinada.
2.1 CONSELHO NACIONAL DE DIRETORES
O Conselho Nacional de Diretores é órgão superior de unidade da Igreja
Quadrangular, com funções legislativas, deliberativas e administrativas, nos
limites do Estatuto e sua conduta se estriba nos princípios da legalidade,
moralidade e impessoalidade, sendo constituído por 13 membros: Presidente; 1
°. Vice-Presidente; 2o. Vice-Presidente; 3o. Vice-Presidente; 4o. Vice-Presidente
1 °. Secretário; 2o. Secretário; 3o. Secretário; 4o. Secretário; 10 Tesoureiro; 2o.
Tesoureiro, 3o. Tesoureiro e 4o. Tesoureiro.
• Estas igrejas locais são personalidades jurídicas vinculadas diretamente à matriz e que devem
cumprir todos os preceitos legais, tributários e administrativos cabíveis.
• São igrejas locais em fase de implantação diferindo das demais somente no quesito CNPJ.
Durante esta fase de existência, estas igrejas locais estão vinculadas administrativamente à
Obras
Novas
Igreja Sede, sem a qual não teriam como realizar atos administrativos, contábeis e
financeiros. Tecnicamente, as Obras Novas são congregações, ainda que possuam um status
mais elevado que estas e tenham as mesmas obrigações das Igrejas com CNPJ.
As Obras Novas deixam de sê-lo quando reconhecidas, oficializadas e registradas pelo Conselho
Nacional de Diretores. Isto acontece quando uma Obra Nova ou mesmo uma Congregação atende
aos seguintes requisitos:
Estar em funcionamento há pelo menos l(um) ano prestando seus relatórios regularmente; exceto Congregações;
Dispor de um cadastro de, no mínimo, 50 (cinquenta) pessoas batizadas nas águas, por imersão, em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo;
Dispor de uma relação de, no mínimo, 10 (dez) pessoas batizadas com o Espírito Santo;
Dispor de Departamento de Educação Bíblica Quadrangular organizado; Dispor de Grupos Missionários
organizados;
Dispor de terreno próprio, em nome da Igreja do Evangelho Quadrangular, mesmo que adquirido através de
financiamento e esteja sendo pago, já com o projeto arquitetônico definido para a construção do templo e,
ainda, que este seja do local onde a igreja esteja funcionando ou nas suas proximidades;
Aprovação do Conselho Diretor Local da igreja onde estava ligada como congregação, devidamente assinado
pelo Pastor titular da igreja mãe;
Assinatura dos membros em uma relação devidamente numerada;
Solicitação de Reconhecimento, Registro e Oficialização assinada pelo Pastor Titular ou responsável pela Obra
Nova/Congregação. Comprovados estes requisitos, monta-se um processo contendo todos os documentos e
informações acima, o qual deve tramitar da seguinte forma:
Encaminhar ao Superintendente ou Diretor de Campo Missionário;
A Superintendência ou Direção de Campo junta ao processo sua solicitação e encaminha ao Conselho Estadual
de Diretores. Não havendo Conselho no Estado, encaminha-se à Supervisão Estadual;
O Conselho Estadual de Diretores ou Supervisão Estadual encaminha o pedido ao Conselho Nacional de
Diretores.
4. DIREITOS E DEVERES ADMINISTRATIVOS DAS IGREJAS LOCAIS
4.1 DIREITOS
• Seus direitos são os mesmos garantidos por Lei à Organização. O Conselho Nacional de
Diretores e os Conselhos Estaduais ou Supervisões, são assistidos por advogados que
podem, quando solicitados, atender as filiais em situações que exijam a presença destes
profissionais.
• As igrejas locais na Igreja Quadrangular têm o direito de administrar 87% dos recursos
obtidos, repassando os outros 13% na forma de taxas para a Região ou Campo
Missionário, Conselhos ou Supervisões Estaduais e Conselho Nacional. Este direito é
garantido pelo Estatuto podendo sofrer alguma interferência em casos de improbidade
administrativa comprovada por parte do Pastor Titular.
4.2 DEVERES
Recursos Financeiros
• As Igrejas locais têm sob sua responsabilidade o dever de prover seus próprios meios de
manutenção através dos dízimos e das ofertas, proporcionando aos seus pastores,
nomeados pelo Conselho Nacional de Diretores, o sustento pastoral em forma de
prebendas, casa pastoral, viagens e correspondências a serviço da igreja.
• Evidentemente, esta responsabilidade deve ser compatível com a arrecadação da igreja
local, cabendo ao CDL, elaborar o orçamento financeiro para evitar que a igreja local
assuma dívidas fora de sua realidade, sejam elas com quem for.
Património
• Todo o património da igreja local deve ser adquirido em nome da mesma, caso esta
possua o CNPJ ou no CNPJ da Igreja Sede Regional caso se trate de uma Obra Nova.
Neste caso, estes bens serão transferidos para Obra Nova quando esta tornar- se uma
Igreja Oficializada e Registrada.