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Administração Pública

- Direito Administrativo -

Prof. Italo Paolucci


Aula 02

Conceito de Direito;
Conceito de Direito Administrativo;
Características da Administração Pública
Relação entre o Direito e a Administração Pública;
Relação entre o Direito Administrativo e os cursos de Adm/Contábeis
- Conceituando DIREITO

- Necessidade de regramento; normas de conduta social.?


- Relações inter-subjetivas;
- Finalidade do direito?
- Interesse individual ou coletivo?
- Normas facultativas ?
- Emanado por quem?
- Sanção?
- Teoria Tridimensional do Direito.
- - “Jus est realis ac personalis hominis ad hominem proportio,
quae servata servat societatem; corrupta, corrumpit.”
 ESTADO

- O Estado é um ente soberano reconhecido, organizado


politicamente, juridicamente e detentor de personalidade
jurídica própria de direito público, mantendo tanto relações
internas (plano nacional) quanto externas (plano internacional).
O Estado necessita, para ser reconhecido, de pelo menos 03
requisitos mínimos originários e indissociáveis: Povo, Território
e Governo soberano.
- Dois primeiros grandes ramos do DIREITO

- Direito Público
- Relações;
- Caráter da Norma;
- Exemplos.

- Direito Privado
- Relações;
- Caráter da Norma.
- Exemplos.
- Direito Administrativo:

O Direito Administrativo, enquanto ramo


do Direito Público, é considerado como o conjunto de
princípios e regras que disciplinam a
função administrativa, bem como as pessoas e os
órgãos que a exercem, estando voltado para a busca da
satisfação dos interesses públicos.
CARACTERÍSTICAS do Direito Administrativo:

- Ramo recente;
- “Espírito das Leis 1748” “Revolução Francesa”

- Ramo Autônomo;
- “Regras e princípios”

- Ramo Não-codificado;
-

- Adoção do modelo de jurisdição una;


- “Decisões definitivas pelo jud.”
O julgamento administrativo não faz coisa julgada material, ou seja, ainda que se percorra todas as
instâncias, a decisão administrativa não será definitiva, pois, de acordo com o princípio da
inafastabilidade da jurisdição, o interessado sempre poderá rediscutir a matéria no Poder Judiciário.

Art. 5.º, XXXV, CF/1988 – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito.

Resumindo, pelo sistema de jurisdição una, todos os conflitos, administrativos ou não, poderão ser
decididos pelo Poder Judiciário, pois somente a este cabe a decisão com caráter de definitividade.
Aula 03

Fontes do Direito
1 - Conceito de Fontes do Direito;
2 – Finalidade maior das fontes do Direito;
3 - Sistemas do Direito e suas principais Fontes;
4 - Fontes Materiais do Direito;
5 - Fontes Formais do Direito;
1 - Conceito de Fontes do Direito

O que é FONTE ?

Qual a relação de “Fonte” com o Direito em si ?

Qual o Objetivo de se estudar as Fontes do Direito ?


O que é FONTE ?
Fonte é onde se busca algo, a origem de algo ou de onde se provém
alguma coisa.

Qual a relação de “Fonte” com o Direito em si ?


Quando falamos em fontes do direito estamos relacionando a origem e
forma de aplicação do próprio direito frente a cada situação ou conflito
existente, e também “como aplicar” o direito na ausência de uma norma
legal.
Qual o Objetivo de se estudar as Fontes do Direito ?

Conhecer a razão e a origem das normas e fazer a correta


aplicação do direito ao caso concreto.

Também realizar corretas Interpretações da Norma Jurídica,


Ex: Interpretação Teleológica: Almeja descobrir a razão
finalística que motivou a produção normativa, fazendo uma interpretação
mais eficiente. Leva em consideração valores como a exigência do bem
comum, o ideal de justiça,...
2 – Finalidade maior das Fontes do Direito;

Qual seria uma das grandes finalidades das fontes do direito, para a
Sociedade ?
Qual seria uma das grandes finalidades das fontes do direito, para a
Sociedade ?

 1 – O Art. 126 do CPC dispõe que:


“O juiz não se exime de decidir sob a
alegação de lacuna ou obscuridade
do ordenamento jurídico.”

 2 – Impedir que o Juiz decida utilizando-se de critérios pessoais.


3 - Sistemas do Direito e suas principais Fontes;

Principais sistemas:

Características:
Principais sistemas:
 Common Law
 Civil Law - Romano Germânico

Características:
Common Law: Países de língua inglesa; base precedentes
judiciais “Jurisprudência” e os Costumes; Ideal de rejeição da
distinção entre o direito público e privado;
Civil Law: Nossos sistema que se fundamenta basicamente na
positivação e aplicação das normas vigentes (leis, códigos,
regulamentos, etc.) para solução das controvérsias.
4 - Fontes Materiais do Direito;

O que são ?

Para que servem ?

Exemplos
4 - Fontes Materiais do Direito;

O que são ? São questões de cunho filosófico e sociológico.


São fenômenos sociais, religiosos, econômicos, políticos...,
que servem de meios de produção das fontes formais.

Para que servem ? Servem para ajudar o legislador a criar


noras jurídicas.

Ex:
4 - Fontes Materiais do Direito;

Ex: União homoafetiva;


União estável;
Leis trabalhistas “Covid”;
Leis e projetos econômicos ”Covid”;
Leis como LGPS, Segurança Digital, Carolina Dikman;
Lei Maria da Penha;
Lei do Defeso;
Aula 04

1 – Continuidade da aula de Fontes.;


2 – Administração Pública e Governo;
3 – Formas de Governo;
4 – Sistemas de Governo;
5 – Discussão Complementar;
Resuminho:

Quem faz as leis?


E de onde o Legislador retirar seus subsídio para construir
nosso ordenamento?

Dos fatores sociais, morais, políticos, econômicos..., estes


são exemplos de fonte Material.
5 - Fontes Formais do Direito;

Conceito: Meio através dos quais o Direito Objetivo se


manifesta.

Divisão: Formais Estatais e Formais não-estatais


Fontes Formais Estatais; “Leis e Jurisprudência”
Leis: “Características”
 Erga omnes
 Regra abstrata – regula uma situação jurídica abstrata, o Legislador não
tem condição de prever todas as condutas sociais futuras.
 Permanente – o sentido comum da lei é reger os casos indefinidamente,
até sua revogação, ou ate não ser mais obrigatória.
 Emanar de um poder competente – sob pena de nulidade e ineficácia, em
acordo com a tripartição dos poderes e suas competências.
 Sanção como elemento constrangedor, fazendo a lei consequentemente
ser obrigatória.
 Formula escrita da lei, imperativa e categórica, formal, o que diferencia
nosso sistema de outros.
 Formal e Sistemática: Leis, capítulos, ....
Fontes Formais Estatais; “Leis e Jurisprudência”

Jurisprudência: Conceito:

Objetivo: Com o objetivo de mostrar as


inclinações de decisões de tribunais a respeito de
temas específicos
Fontes Formais Não-Estatais;

Segundo a LINDB, Art. 4º, temos que:

“Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz


decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios
gerais de direito.”
Fontes Formais Não-Estatais; - Fontes Subsisdiárias !

Costumes: Fonte mais antiga do direito; O costume é a forma de expressão do direito


decorrente da prática reiterada e constante de certo ato, com a convicção de sua necessidade
jurídica. Serve em verdade para preenchimento de Lacunas, conforme Art. 4º Lindb

Analogia: Alguns doutrinadores entendem que a analogia não seria uma fonte do direito
mas apenas uma forma de integração da norma

Princípios Gerais do Direito: São alicerces, são o fundamento de uma


norma jurídica. São “Verdades Fundantes de um sistema de conhecimento”

Doutrina: fonte decorrente da atividade científico-jurídica


Administração Pública x Governo

O Governo possui natureza política, com atribuição de formular as


políticas públicas. É considerado o exercício do poder do Estado. É o
Poder Executivo de uma sociedade.

Já a Administração Pública tem a responsabilidade de execução


vontades advindas do Governo.

Pode-se dizer que o Governo tem caráter Político, tendo sido encarado
como “arquiteto do bem-estar social”, ao passo que a Administração
Pública possui caráter instrumental, servindo assim como ferramenta à
disposição do Governo para executar as políticas públicas visadas.
Formas de GOVERNO (divisão clássica):

Monarquia: Investidura da chefia do Estado por um


monarca e à partir dai a transmissão do governo se faz
pela forma hereditária e vitalícia, não havendo dever de
prestar contas.

República: Se caracteriza pela elegibilidade dos


representantes do povo, pela temporariedade dos
mandatos e pelo dever em prestar contas. Forma adotada
no Brasil.
Formas de GOVERNO (divisão clássica):

Ditadura Do latim dictare = Impor. Forma de Gov conduzida por uma


pessoa ou grupo de pessoas que de modo ABUSIVO assumem e
tentam se manter no poder.

Democracia :( Demo + cratos) poder do povo Tido como “regime de


governo” que significa que o poder emana do povo, o qual confere a
determinados indivíduos a responsabilidade de gerir o Estado.
Sistemas de GOVERNO: Presidencialismo e Parlamentarismo

Presidencialismo: Chefia do Governo exercida pelo Presidente,


que acumula a função de Chefe do Governo e Chefe do Estado.
Separação dos Poderes – sistema de freios e contrapesos –
Presidente eleito por um mandato determinado – liberdade de
escolha dos ministérios – Política externa do Presidente. Ex:
Brasil, Bolívia, Argentina, Chile, Equador, EUA.
Sistemas de GOVERNO:

Parlamentarismo (Monarquia Parlamentar): Chefe do Estado


(Monarca) é distinto do Chefe de Governo (1º Ministro) -
Executivo tem função dividida. A Chefia do Estado é exercida
pelo Monarca e a Chefia do Governo pelo Primeiro Ministro. Ex:
Inglaterra, Canadá, Austrália, Dinamarca, Belgica, ...
Presidencialismo Parlamentarismo
Eleito pelo povo
Escolhe Ministros Chefe de Governo Chefe de Estado
Chefe de Estado e Chefe de Governo “1º Ministro” Rei Monarca
Mandado Fixo (possibilidade de reeleição) Pode ser indicado pelo rei;
Destituição p/ Impeachment Mandado indeterminado;
Presidente não depende da confiança do Dependência do Parlamento;
Parlamento ou Congresso para manutenção no Parlamento (membros eleitos pelo povo).
cargo Função: Chefiar o Executivo
Funções do Presidente da República do Brasil nomeará um gabinete e
Art 84 CF/ 88 ditar as políticas públicas
PARA DISCUSSÃO COMPLEMENTAR .

LIBERALISMO OU INTERVENCIONISMO ?

Material complementar no Blackboard


PRINCÍPIOS DA ADMIMINSTRAÇÃO PÚBLICA
Para refletir:

Frase de Martin Luther King, (um ativista norte-americano, lutou contra a discriminação
racial e tornou-se um dos mais importantes líderes dos movimentos pelos direitos civis dos
negros nos Estados Unidos...inspirou-se em Ghandi e Nelson Mandela...vindo a receber o
Prêmio Nobel da Paz).

“Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a
conviver como irmãos.”
Martin Luther King
Princípios

“Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais,


típicas que condicionam todas as estruturações subseqüentes
Princípios, neste sentido, são os alicerces da ciência”

A Constituição de 1988 inovou ao fazer expressa menção a alguns


princípios a que se submete a Administração Pública Direta, Indireta
ou Fundacional, vide Art. 37 caput !

Podem ser divididos em explícitos e implícitos.


Princípios Explícitos

São aqueles taxativamente previstos em uma norma jurídica


de caráter geral obrigatória para todas as entidades políticas
(“MEDU” e seus respectivos órgãos públicos) bem como para as
entidades administrativas (autarquias, fundações públicas, empresas
públicas e sociedades de economia mista).
Princípios Implícitos

Este princípios são aqueles que não estão previstos


expressamente em uma norma jurídica de caráter geral, pois
são consequência dos estudos doutrinários e jurisprudenciais
Princípios Explícitos CF

LIMPE
Existe hierarquia (preponderância) entre princípios ?
- Princípios Explícitos CF

Legalidade: Atividade adm. deve obrigatoriamente encontrar


fundamento na lei.
Dois panoramas:
1. Com relação ao particular. “Tudo que a lei não proíbe” “Lei limita ação do particular”
Vide Art. 5º, II, CF/88

1. Com relação à administração Pública. “Contrário do particular”


 Adm. pode fazer tudo que a lei ordena ou autoriza (atos
vinculados ou discricionários respectivamente)
- Principal função é de proteção ao cidadão, evitando
ilegalidades e abusos.
- Princípios Explícitos CF

Legalidade:

Assim, a adm Pública se encontra impedida de agir contra


(cotra-legem) ou mesmo além da lei (extra-legem), somente
podendo atuar nos termos que a lei prevê, ou seja
conforme a lei (secundum legem)
- Princípios Explícitos CF

Impessoalidade: O Administrador ao praticar seus atos deve


agir de forma impessoal.
Panoramas:
Isonomia
1 – Adm. Pública Administrados
( Administrador não pode ter distinção ou preferência quanto aos administrados)

2 – Relacionados à própria Adm. Pública


Promoção Pessoal
- Princípios Explícitos CF

cont. Impessoalidade:

3 - Finalidade: Impedir práticas administrativas que beneficiem


interesses particulares ou que sirvam de instrumento de
vingança do agente público.
Via limitar as ações do administrador, objetivando o interesse
da coletividade. Este sim deve ser predominante !

Ex: Atendimento órgão público;


Asfaltamento de determinada rua;
Transferência de funcionário;
Realização de obra com vinculação a figura política(outdoor)
- Princípios Explícitos CF

cont. Impessoalidade:

Pode haver tratamento diferenciado em certas situações?

- Sistema de cotas;
- Atendimentos prioritários;
- Aposentadoria da mulher (tempo);
- Férias dos magistrados ???
- ...
- Princípios Explícitos CF

Moralidade Administrativa: “Nem tudo que é legal é moral”.

A moralidade administrativa está ligada ao conhecimento das


normas legais, e o princípio da legalidade, baseando-se nos
limites do lícito, do justo e os efeitos de cada ato.

Ex: Impessoalidade (nome de 3º em rua) x Moralidade (nome


da 1ª dama em hospital)

Objetivo: Complementar a interpretação das leis sempre


observando a moralidade, boa-fé, ética, honestidade, justiça...
- Princípios Explícitos CF

Publicidade:

A administração pública necessita tornar todos os seus atos


públicos, para que haja conhecimento, controle e fiscalização
dos atos públicos.
Divisão:
1 – Exigência de publicação;
 Requisito de eficácia, validade do ato.
Sempre em órgãos oficiais
Acessíveis à população.
2 – Iniciar contagem de prazos
- Princípios Explícitos CF

Publicidade:

- Exceções: Casos de segurança pública (operações e forças


tarefas; inquéritos policiais; situações necessárias a defesa
nacional; a fim de assegurar a defesa da intimidade e
privacidade dos administrados, etc.)
- Princípios Explícitos CF

Publicidade:

OBS: Portal da transparência

O portal da transparência é um site que menciona o nome do servidor, seu cargo e seu vencimento.
Isso ocorre para que se possam observar o princípio da publicidade e o direito fundamental ao
acesso à informação.

Daí surge uma dúvida: será que o mencionado site violaria o direito à privacidade dos servidores?

Não existe violação!

O Supremo Tribunal Federal considerou legítima a publicação do nome do servidor, de seu respectivo
vencimento e das vantagens pecuniárias, prelecionando que não existe afronta ao direito à
intimidade, pois deve prevalecer, nesse caso, o princípio da supremacia do interesse público sobre os
interesses privados.
- Princípios Explícitos CF
- Princípios Explícitos CF

Eficiência:
O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa
seja exercida com presteza e rendimento funcional Atende aos
modernos preceitos da administração pública gerencial.
Assim, não basta desempenhar as funções públicas de acordo
com a lei, sendo preciso realizá-la da melhor forma possível,
sem desperdícios, buscando a melhor relação custo-benefício.
 Presteza;
 Rapidez possibilidade de exoneração !

 Rendimento funcional
 (avaliações periódicas de desempenho) e (Estágio probatório)
- Princípios Implícitos
Razoabilidade e Proporcionalidade:

Razoabilidade – Valores do homem médio “teoria do


homem médio” Fazer o que a maioria
d das pessoas na mesma situação faria
Proporcionalidade – Força x a falta do administrado

Ex: Fiscal sanitário com função expressa na lei, produtos estragados


Ações: Multar, destruir mercadorias estragadas. Suspender atividades 1
a 90 dias).
*** Ato pode ser ilegal se não for razoável e proporcional, mesmo
observando o LIMPE !
Atuação dentro de uma situação discricionária do administrador !
- Princípios Implícitos

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE:

Abrange dois aspectos:

Presunção de veracidade “verdade”: Diz respeito à certeza dos fatos

Presunção da legalidade: Diz respeito ao direito.

A Administração Pública se submete à lei, presume se, até prova em


contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com
observância das normas legais pertinentes.

Presunção juris tantum = admite prova em contrário


- Princípios Implícitos

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO:

Por esse princípio entende-se que sendo o serviço público a forma pela
qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à
coletividade, este serviço como regra não pode parar !

OBS1: A proibição de greve nos serviços públicos; essa vedação, que


antes se entendia absoluta, está consideravelmente abrandada, pois a
atual Constituição, no artigo 37, inciso VII, determina que o direito de
greve será exercido “nos termos e nos limites definidos em lei
complementar.
- Princípios Implícitos

CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO:

OBS.2 - A impossibilidade, para quem contrata com a Administração, de


invocar a “exceptio non adimpleti contractus” nos contratos que tenham
por objeto a execução de serviço público

*Exceção quando o atraso do pagamento pela Administração for


superior a 90 dias, injustificadamente, conforme dispõe o art 78 XV da
lei 8666 93 podendo o contratado, ainda, rescindir o contrato por culpa
da Administração, com indenização por parte desta.
- Princípios Implícitos

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO:

A prevalência dos interesses da coletividade sobre os interesses dos


particulares é pressuposto lógico de qualquer ordem social estável e
justifica a existência de diversas prerrogativas em favor da
Administração Pública, tais como a presunção de legitimidade e a
imperatividade dos atos administrativos, os prazos processuais e
prescricionais diferenciados,...
O interesse coletivo, quando conflitante com o interesse do indivíduo,
deve prevalecer.
*** OBS: não se confundir interesse público com interesse do Estado,
com interesse do aparato administrativo e muito menos com interesse
dos agentes públicos !
Apesar de não específicos do direito administrativo
vamos abordar também os princípios do Contraditório e
Ampla defesa.
- Princípios Implícitos

CONTRADITÓRIO:

Quando uma das partes alega alguma coisa, há de ser ouvida também
a outra, dando se lhe oportunidade de resposta. Ele supõe o
conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito de
resposta ou de reação.

Previsto pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal,


garante que o indivíduo só será privado de sua liberdade ou
terá seus direitos restringidos mediante um processo legal,
exercido pelo Poder Judiciário, por meio de um juiz natural,
assegurados o contraditório e a ampla defesa.
- Princípios Implícitos

AMPLA DEFESA:

Na vigência da Constituição torna se indiscutível a exigência de


observância desses princípios, com os meios e recursos a ele inerentes,
e também do princípio do contraditório, em qualquer tipo de processo
administrativo em que haja litígio.

Também previsto pelo artigo 5º, inciso LIV, da Constituição


Federal, garante que o indivíduo só será privado de sua
liberdade ou terá seus direitos restringidos mediante um
processo legal, exercido pelo Poder Judiciário, por meio de um
juiz natural, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
É necessário destacar, desde já, que não existe hierarquia
entre os princípios administrativos Independentemente de
estarem previstos no texto constitucional ou na legislação
infraconstitucional (todos os princípios estão no mesmo
patamar hierárquico) .
Caso ocorra uma colisão entre princípios, o juiz deverá
ponderar, em cada caso, conforme as circunstâncias, qual
princípio deve prevalecer
O que ocorre caso um ato realizado
pela Adm. Pública seja contrário a um Princípio
Constitucional?
Atos editados pela Administração Pública, que venham a
violar princípios administrativos, especialmente
constitucionais, deverão ser anulados pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário , já que estão em
desconformidade com o Direito.
Administração Pública Direta e Indireta

Estudar a organização da Administração Pública significa entender a


estrutura interna da Administração Pública, os órgãos e as pessoas
jurídicas que a compõem.
As Atividades da Administração Pública
podem ser prestadas de duas formas:

DIRETA INDIRETA
Verifica-se na CF/88 previsão das entidades que compõem a
organização administrativa, vejamos:
“Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (...)
E também:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia
mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação; (...)”
OBS: Na organização nacional, o Município se destaca por possuir
uma composição de bipartição de poderes, sendo previstos apenas a
ele os poderes executivo e legislativo.
Administração Pública Direta:

Execução das atividades e funções do Estado diretamente por órgãos


do próprio Estado.

Segundo Decreto-lei nº 200/1967, temos que:

“Art. 4º A Administração Federal compreende:


I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços
integrados na estrutura administrativa da Presidência da
República e dos Ministérios.
Exemplos:
- Órgãos públicos municipais: Secretarias Municipais; Procuradoria Geral do
Município, controladorias..
-Órgãos Públicos Estaduais: Ministério Público, Secretaria de Educação, Tribunal
de Justiça, Presidência da República, Ministério da Fazenda.
-Órgãos Públicos Federais: Ministério da Defesa. Ministério da Educação.
Ministério da Saúde. Controladoria-Geral da União. Gabinete de Segurança
Institucional. Advocacia-Geral da União.
Apesar de toda essa “desconexão” com a personalização tradicional, vale
destacar que os órgãos públicos devem ter CNPJ próprio, diretamente ligado ao
CNPJ da pessoa jurídica que integra.
Instrução Normativa RFB nº 1.863/2018
Art. 4º São também obrigados a se inscrever no CNPJ:
I – órgãos públicos de qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios, desde que se constituam em unidades gestoras de
orçamento; (...)
Características da Administração Pública Direta:
1. O Estado executa suas tarefas diretamente, através de seus órgãos e
agentes;
2. Composta por entes Políticos (União; Estados; DF; Municípios), nas Figuras
dos Presidente, Governadores e Prefeitos, contando com os Ministérios,
Secretarias (Estaduais e Municipais) Departamentos , Procuradorias e
Prefeituras;
3. São pessoas jurídicas de Direito Público;
4. Possuem competência para Legislar e Administrar, ou seja, possuem
capacidade política;
5. Exige Concurso Público para o ingresso de seus agentes (art. 37, II CF/88);
6. Obrigatoriedade de Licitação para Aquisição de bens, serviços e compras (art.
37, XXI da CF/88);
7. Quadro de pessoal composto por servidores públicos;
Administração Pública Indireta:

Resultante da necessidade de especialização dos serviços, a Administração Pública Indireta é


composta por entes que recebem a transferência da responsabilidade do exercício das atividades
pertinentes ao Estado. Tal ação é conhecida como descentralização ou descentralização
administrativa.
Segundo Decreto-lei nº 200/1967, temos que:

“Art. 4º A Administração Federal compreende:


II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes
categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de
Economia Mista; d) fundações públicas.
Características da Administração Pública Indireta:

1. O Estado transfere a execução de suas atividades a outras Pessoas Jurídicas


(seja de Direito Público ou Direito Provado) e a Particulares;
2. Não há relação de Hierarquia entre quem transfere e quem recebe as
atribuições;
3. Estão vinculadas a órgão da Administração Pública Direta do respectivo ente
político instituidor (mas não são subordinadas);
4. Possuem Personalidade Jurídica própria;
5. Seu regime pode ser de Direito Público ou Privado, conforme a espécie de
entidade;
6. Possuem capacidade de Autoadministração, mas sem autonomia para legislar,
e patrimônio próprio.
ESPÉCIES DE ENTIDADES DA ADMINISTRÇÃO PÚBLICA
INDIRETA

Nos termos do art. 4º, II, do Dec-Lei 200/67, a Adm. Indireta


compreende apenas as autarquias, fundações públicas, empresas
públicas e sociedades de economia mista.

Existe entendimento, porém que os consórcios públicos também a


compõe em decorrência
da Lei 11.107/05.
MATERIAL COMPLEMENTAR

Dentre as entidades que compõem a Adm. Pub. INDIRETA, algumas sempre se constituirão como P.J. de Direito Público e
outras sempre como P.J. de Direito Privado,
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber,
quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros,
ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V - os partidos políticos.
(Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
Lembrando:
Pessoa Jurídica:
De Direito Público x Direito Privadoart. 44 CC

 Interno Art. 41 CC Associações


União, Estados, DF, Municípios Sociedades
Autarquias e associações públicas Fundações
 Externo Art. 42 Organizações Religiosas
Estados estrangeiros e pessoas Partidos Políticos
regidas pelo DIP
Fenômenos da: Centralização
Desconcentração
Descentralização
Fenômeno da Centralização:
Ocorre quando existe um órgão público + um agente público
trabalhando para a administração pública direta.
Exemplo:
O DPF trabalhando para a União (temos um órgão vinculado
ao Ministério da Justiça e Segurança Pública). Se temos um
órgão exercendo atividade diretamente para União através da
força policial federal, temos uma CENTRALIZAÇÃO
administrativa.
Fenômeno da Desconcentração:
Ocorre quando há a divisão de órgãos diante de uma repartição
interna de competências da administração pública direta.

A própria Adm. Pública cria órgãos auxiliares, dentro da mesma


pessoa jurídica.
Exemplo:
O DPF que possui sede em Brasília, se subdivide e coloca uma
delegacia em SP, RJ, MG,...Tenho assim uma desconcentração
dentro da concertação.
Fenômeno da Descentralização:
Ocorre quando os entes federativos possuem interesse na realização
de Obras Públicas e Serviços Públicos e não podem realiza-las,
procede-se à descentralização, passando os serviços para terceiros.

Pode socorrer por Outorga Legal ou por Permissão


.

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