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Federação brasileira

UniCesumar
Direito Constitucional
3º Semestre – Direito (noturno)
Prof.ª Mariana Marques Gutierres
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Federação
A União, Estados, DF e Municípios são autônomos (Autonomia FAP –
financeira, administrativa e política).
Os territórios não possuem autonomia, pois constituem descentralização
administrativa da União.
Até 1988, o Brasil adotava o chamado federalismo de segundo grau (repartição
de competência entre a União e os Estados). A Constituição atual também
conferiu aos municípios a tríplice autonomia (financeira, administrativa e
política).
- Federação de terceiro grau.

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União
Possui dupla personalidade, tendo em vista que assume um papel interno e outro
internacional.
- Internamente, a União é uma pessoa jurídica de direito público interno,
compondo a RFB juntamente com os Estados, o DF e os Municípios. Nesse
“papel”, ela tem autonomia financeira, administrativa e política.
- No plano internacional, é a União quem representa a República Federativa do
Brasil. Assim, ela age em nome de toda a Federação.

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Bens da União
Art. 20 da CF: bens da União.
- Art. 20, I – rol exemplificativo, ou seja, podem ser ampliados.
- Art. 20, II – terras devolutas – em regra, as terras devolutas pertencem aos
estados. Somente as indispensáveis “à defesa do Estado” são da União.
Obs.: terra devoluta: é aquela sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum
momento integraram o patrimônio de um particular, , ainda que estejam
irregularmente sob sua posse. O fato de não haver registro da terra não caracteriza
que sejam devolutas, devendo o poder público comprovar a existência e o domínio
delas. Ex.: no ES, quase todas as terras devolutas estão ocupadas por terceiros.
Ex.: Art. 183, § 3º e art. 191, parág. Único, CF.
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Estados
São regidos e organizados por Constituição Estadual, que deverá observar os
princípios da Constituição Federal, que são de três espécies:
- Princípios Constitucionais Sensíveis: são aqueles revistos no artigo 34, inciso
VII, da CF. Uma vez desrespeitados, autorizam a decretação de intervenção
federal.
- Princípios Constitucionais Extensíveis: são aqueles que integram a estrutura
da federação brasileira, relacionando-se, por exemplo, com a forma de investidura
em cargos eletivos (artigo 77), o processo legislativo (arts. 59 e ss), os orçamentos
(arts. 165 e ss), os preceitos ligados à Administração Pública (arts. 37 e ss).

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Estados
- Princípios Constitucionais Estabelecidos (Organizatórios): são aqueles que
limitam, vedam ou proíbem a ação indiscriminada do Poder Constituinte
Decorrente. Por isso mesmo, funcionam como balizas reguladoras da capacidade
de auto-organização dos Estados. Dividem-se em:
x Limites explícitos vedatórios ou mandatórios: proíbem os estados de
praticar atos ou procedimentos contrários ao fixado pelo PCO (ex.: art. 19) ou
impõem restrições à liberdade de organização (ex.: art. 18, § 4º).
x Limites inerentes: implícitos ou tácitos, vedariam qualquer possibilidade
de invasão de competência por parte dos estados-membros;

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Estados
x Limites decorrentes: assim chamados por decorrerem das disposições
expressas (ex.: necessidade de se respeitar a dignidade da pessoa humana, os
princípios republicano e da legalidade).

Bens dos Estados: art. 26 da CF.

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Municípios
Art. 29 da CF.
São regidos por Lei Orgânica, com status de lei, votada em 2 turnos, com o
interstício (intervalo) mínimo de 10 dias, aprovada por dois terços dos membros
da Câmara Municipal.
- Não serve como parâmetro do controle de constitucionalidade.
Vereadores – art. 29, VIII, CF – gozam apenas de imunidade material
geograficamente limitada; não gozam de imunidade formal nem quanto à
prisão, nem quanto ao processo e a constituição estadual não pode trazer essa
imunidade. A constituição estadual pode estabelecer a prerrogativa de foro
funcional para julgamento dos vereadores, salvo para crimes de competência do
tribunal do júri – Súmula 45, STF).
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Fiscalização dos Municípios

É feita pelo Poder Legislativo Municipal (Câmara Municipal);


A Câmara Municipal é auxiliada pelo Tribunal de Contas dos Estados ou dos
Municípios (onde houver TCM).
- Obs.: Em relação ao plano federal (art. 71, I, CF), que se estende nas esferas
estadual e distrital, o parecer do Tribunal de Contas sobre as contas do Chefe do
Poder Executivo, como regra, não vincula o Poder Legislativo, responsável pelo
Controle Externo. Então, ainda que se recomende a desaprovação das contas,
poderá o Legislativo decidir de forma contrária.

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Fiscalização dos Municípios
Na esfera municipal, a regra é diversa.
Em relação às contas do Chefe do Executivo municipal (prefeito), a regra é
diversa. Isso porque, de acordo com o disposto no art. 31, § 2º, da CF, o parecer
prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de 2/3 dos membros da
Câmara Municipal.
Obs.: É proibida a criação de Tribunais, Conselhos ou Órgãos de Contas dos
Municípios. Os que já existem (TCM/RJ e TCM/SP) continuam funcionando.
Só não se podem criar outros.
Obs.: Prefeitos são julgados pelo Tribunal de Justiça (foro privilegiado ou por
prerrogativa de função – art. 29 da CF).
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Fiscalização

Esfera Chefe do Executivo Responsável pelo Quem Parecer do TC vincula?


controle externo auxilia
Federal Presidente da República Congresso Nacional TCU Não
Estadual Governador Assembleia TCE Não
Legislativa
Distrital Governador Câmara Legislativa TCDF Não
Municipal Prefeito Câmara Municipal TCE Em regra, sim, só pode
ser contrariado por 2/3
da CM

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Distrito Federal
Regido por Lei Orgânica, votada em 2 turnos, com interstício (intervalo)
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa.
- Equipara-se a uma constituição estadual, sendo parâmetro do controle
concentrado.
São reservadas as competências legislativas dos estados e dos municípios.
- Porém, o DF não exerce todas as competências dos estados e dos municípios.
Ex.: art. 22, XVII, CF.
Deputados distritais – art. 27, CF.
Vedada sua divisão em Municípios.

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Territórios
São pessoas jurídicas de direito público, dotadas de capacidade administrativa,
que integram a estrutura da União
Hoje não existem territórios, mas é possível criá-los novamente por Lei
Complementar (art. 18, § 2 e 3º, CF).
- Ex.: incorporação de nova área à RFB ou transformação de estado em
território.
- Obs.: art. 14 e art. 15 do ADCT (Roraima, Amapá e Fernando de Noronha).
Não é ente federativo.
Não goza de autonomia.
- Governador é nomeado pelo Presidente da República, após aprovação do
Senado Federal.
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Territórios
É uma descentralização político administrativa da União (para alguns autores
são considerados Autarquias)
Podem ser divididos em Municípios.
- Esses municípios de território terão a autonomia que o território não possui –
art. 33, CF.
Quem fiscaliza as contas é o Congresso Nacional, com prévio parecer do TCU.
Se tiver mais de cem mil habitantes, terá Poder Judiciário de 1ª e 2ª instâncias,
MP e Defensoria Pública Federal.
Terão quatro deputados federais (metade do mínimo para estados) e não terão
senadores.
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Alteração da divisão interna
A Constituição lista quatro possibilidades de alteração na divisão interna do território
brasileiro. São elas:
- Incorporação (ou fusão): ocorre quando dois ou mais estados se unem com outro
nome. Nesse caso, os Estados perdem sua personalidade e integram um novo Estado. Pode
abranger dois ou mais Estados.
- Anexação: uma parte do Estado-membro se anexa a outro Estado-membro, não
havendo a criação de novo ente federativo. A mudança se restringe aos limites territoriais.
- Subdivisão: um estado divide-se em vários novos Estados-membros, todos com
personalidades diferentes.
- Desmembramento: uma ou mais parcelas de determinado Estado-membro se separa.
A parcela desmembrada, no entanto, é utilizada para a formação de novo Estado ou de
Território Federal.
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Incorporação, subdivisão e desmembramento dos
Estados
Art. 18, § 3º, CF: Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
- Incorporação: representa a união geográfica e populacional de dois ou mais
Estados já existentes. Nesse procedimento, os Estados envolvidos perdem a sua
capacidade jurídica, ganhando uma nova com a formação do novo Estado-membro.
Neste caso há aumento populacional e geográfico. Ex.: Estado A + Estado B =
Estado C.

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Incorporação, subdivisão e desmembramento dos
Estados

- Subdivisão: haverá a criação de dois ou mais Estados-membros através de um


Estado já existente. O Estado de origem perderá sua autonomia e capacidade
jurídica pois deixará de existir em razão da criação de dois ou mais novos.
Nesse caso, como acontecerá uma divisão, haverá uma diminuição geográfica e
populacional. Ex.: Estado A = Estado B + Estado C.

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Incorporação, subdivisão e desmembramento dos
Estados
- Desmembramento: um Estado já existente cede parte de seu território para
formação de um novo Estado ou para acrescer um outro Estado, também já
existente. São duas, então, as hipóteses cabíveis para esse processo. O Estado de
origem não perde sua capacidade jurídica em nenhum dos casos, perde apenas em
termos de população e espaço geográfico. Assim, como não há perda da
capacidade jurídica para a hipótese de anexação, somente há um acréscimo
populacional e de espaço geográfico. Exemplo de desmembramento para formação
de um novo Estado: Estado A = Estado A + Estado B (novo Estado); Ex.: de
desmembramento para acrescer um outro Estado: Estado A = Estado A (com
diminuição geográfica) + Estado B (Estado já existente, com território acrescido)

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Procedimento
Plebiscito da população diretamente interessada: população de toda a unidade
federativa daquela que vai sofrer a redução e das demais áreas. Faz-se consulta à
população interessada para saber se há interesse. Se resposta da população for
negativa, vincula e não passa para outras fases.
Se a população aprovar, há a proposta de projeto de Lei Complementar, devendo
haver a audiência das Assembleias Legislativas interessadas (art. 48, VI, CF). A
oitiva é obrigatória, mas o parecer da assembleia não é vinculante.
Aprovação pelo Congresso Nacional – quórum de maioria absoluta (art. 69,
CF). Congresso só aprova se quiser.
- Não há uma obrigação para o Congresso Nacional editar a lei, ainda que o
plebiscito tenha sido favorável.
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Criação, incorporação, fusão e desmembramento
de Municípios
Art. 18, § 4º, CF: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito,
às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
Lei Complementar Federal determina período em que pode fazer os
procedimentos.
Até hoje o Congresso Nacional não editou a LC federal.
Por enquanto, não é possível a criação, incorporação, fusão, subdivisão ou
desmembramento de municípios.

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Criação, incorporação, fusão e desmembramento
de Municípios

A Emenda n. 57/08 supriu a necessidade de lei complementar para a criação de


certos municípios brasileiros, ao acrescentar o art. 96 ao ADCT.
- Assim, todos os municípios brasileiros criados a partir de 01/01/2007 estão
em situação irregular.

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Procedimento

LC federal, determinando o período para a criação, até o momento, inexistente;


Divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
forma da lei. Se o parecer for positivo, passa para a próxima fase.
Realização de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos
Municípios envolvidos;
Propositura de lei estadual para a criação do município, que não precisará ser,
necessariamente, aprovada (pois não há como obrigar o legislativo a legislar).

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Federação
O Estado Federal fundamenta-se no princípio da autonomia política das
entidades que o compõem. Portanto, numa Federação, a regra é o exercício da
autonomia pelos entes estatais (União, estados, Distrito Federal e municípios),
com a existência de governo próprio e posse de competências constitucionais
exclusivas, como bem preceitua o art. 18 da CF.
A CF admite o excepcional afastamento dessa autonomia política, por meio da
intervenção de uma entidade política sobre outra, diante do interesse maior de
preservação da própria unidade da Federação.
- Supressão da autonomia, que visa à unidade e preservação da soberania do
Estado federado.

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Intervenção
Intervenção: restringe temporariamente a autonomia do ente federativo. Não é
o ente em si que sofre a intervenção, mas sim uma das manifestações da sua
autonomia.
A CF não fixou um prazo máximo, mas deve sempre haver prazo determinado.
A intervenção somente poderá se efetivar nas hipóteses taxativamente descritas
na CF.
- Exceção ao princípio da não intervenção.
É um ato político, executado, exclusivamente, pelo chefe do Poder Executivo.
A intervenção funciona como meio de controle de constitucionalidade, uma vez
que consubstancia medida coercitiva última para o restabelecimento da
obediência à CF por parte dos entes federativos.
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Intervenção
Princípios:
- Não intervenção: a intervenção é uma exceção
- Necessidade: os fatos devem corresponder a uma das hipóteses previstas na
CF. Inclusive as hipóteses de intervenção não podem ser ampliadas por lei
infraconstitucional.
- Temporariedade: não há prazo específico, mas sabe-se que a intervenção deve
ser temporária.
- Proporcionalidade: que as medidas tomadas sejam proporcionais aos fatos.

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Intervenção
União pode intervir nos Estados e no DF ou nos Municípios de Territórios
- Não há intervenção federal em município de Estado.
Estado pode intervir em seus Municípios.
A intervenção é formalizada por meio de Decreto do Presidente da República
(art. 84, X, CF) e por Decreto do Governador (por simetria).
Consulta – a oitiva dos conselhos é obrigatória, mas o parecer não é vinculante:
- Conselho da República (art. 90, I, CF),
- Conselho de Defesa Nacional (art. 91, § 1º, II, CF).

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Intervenção Federal
Espontânea: o Presidente não precisa receber solicitação ou ordem, ele age de
ofício, por iniciativa própria – art. 34, I a III e V, CF
- Art. 34, I e II – defesa da unidade nacional; III – defesa da ordem pública; V –
defesa das finanças públicas.
- A atuação do Poder Legislativo (controle político) é posterior: art. 49, IV, art.
36, § 1º a 4º, CF.

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Intervenção Federal
Provocada (art. 34, IV, VI e VII, CF): o Presidente precisa receber uma
solicitação (pode negar) ou uma requisição (não pode negar, não tem
discricionariedade) de autoridades de órgãos específicos.
- Requisição: art. 34, IV (requisição do STF); art. 34, VI (requisição do STF,
STJ ou TSE), e art. 34, VII (requisição do STF).
- Solicitação: art. 34, IV, na defesa dos Poderes Executivo (Governador do
Estado ou DF) ou Legislativo (Assembleia Legislativa Estadual ou Câmara
Legislativa do DF).
Nesses casos, a intervenção depende da manifestação de vontade do órgão que
recebeu a incumbência constitucional.

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Intervenção Federal
Art. 34, IV, CF: deve ser combinado com o art. 36, I, CF.
- Poder Legislativo e Executivo local solicitarão ao Presidente da República a
intervenção.
- Poder Judiciário local: TJ solicita ao STF que, se entender cabível, realiza
requisição ao Presidente da República, que é obrigado a decretá-la.
Art. 34, VI: por requisição do STF (STF, Justiça Militar ou do Trabalho), STJ
(Justiça Federal ou Estadual) ou TSE (Eleitoral).
- Obs.: Se for caso de matéria exclusivamente constitucional, cabe solicitação
ao STF inclusive para Justiça Federal ou Estadual.

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Intervenção Federal
As requisições serão encaminhadas diretamente ao Presidente da República.
A lei que a requisição de intervenção federal prevista no inciso II do art. 36 da
Constituição Federal será promovida:
- De oficio, ou mediante pedido, feito ao STJ, por presidente de Tribunal de
Justiça do estado, ou presidente de tribunal federal, quando se tratar de prover a
execução de ordem ou decisão judicial, com ressalva, conforme a matéria, da
competência do STF ou TSE;
- De oficio, ou mediante pedido da parte interessada, quando se tratar de
prover a execução de ordem ou decisão do STJ.

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Intervenção Federal
Art. 34, VI e VII CF: intervenção depende de representação interventiva do
Procurador-Geral da República perante o STF – art. 36, III, CF.
- Recusa à execução de lei federal: tem-se a ação de executoriedade de lei
federal – não visa à declaração de inconstitucionalidade do ato, mas sim obrigar o
ente ao cumprimento da lei.
- Ofensa aos princípios sensíveis: tem-se a representação interventiva ou ação
direta de inconstitucionalidade interventiva, pois a provocação do Poder Judiciário
tem por fim a declaração da inconstitucionalidade do ato ilegítimo praticado pelo
ente federado.

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Intervenção Federal
Obs.: nas hipóteses de representação do PGR, o STF não decreta intervenção. É
competência privativa do chefe do Executivo.
Cabe ao Poder Judiciário, tão somente, realizar o controle de
constitucionalidade da pretendida medida de afastamento da autonomia do ente
federado.
- caso seja negado provimento à representação, o STF determinará o
arquivamento do processo, encerrando-se o intento de decretação de intervenção
pelo Presidente da República, sem que ela ocorra.
- se for dado provimento à representação, o Presidente do STF dará
conhecimento da decisão ao Presidente da República para expedir o decreto
interventivo no prazo improrrogável de 15 dias (art. 11 da Lei n. 12562/11).
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Intervenção Federal
- Obs.: não é necessário informar ao CN, já que a questão já foi apreciada pelo
STF.
- Obs.: a decisão do Supremo Tribunal Federal que julgar procedente ou
improcedente o pedido da representação interventiva formulado pelo Procurador-
Geral da República é irrecorrível, não podendo, sequer, ser desconstituída por
ação rescisória – art. 12, Lei n. 12.562/11.

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Decreto interventivo
A intervenção federal será implementada mediante decreto expedido pelo
Presidente da República, que, uma vez publicado, terá eficácia imediata,
legitimando os demais atos do chefe do Executivo na execução da medida.
O decreto interventivo especificará a amplitude, o prazo e as condições de
execução da intervenção e, se for o caso, nomeará temporariamente o
interventor, com o consequente afastamento das autoridades locais de suas
funções.
Nas hipóteses ele intervenção não vinculada (espontâneas e provocadas
mediante solicitação), o Presidente da República ouvirá os Conselhos da
República (art. 90, 1) e ele Defesa Nacional (art. 91, § 1º, II), que opinarão a
respeito – Presidente tem discricionariedade.
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Controle político
O decreto presidencial de intervenção deverá ser submetido à apreciação do
Congresso Nacional no prazo de vinte e quatro horas.
Se o Congresso estiver em recesso, será convocado extraordinariamente, no
mesmo prazo de vinte e quatro horas.
Importante destacar que o chefe do Executivo não solicita autorização ao
Congresso Nacional para decretar a intervenção. Ele decreta a intervenção e as
medidas interventivas já começam a ser praticadas desde a decretação. Em
seguida, ele submete a medida adotada à apreciação do Congresso Nacional,
que a aprovará, por decreto legislativo ou determinará a sua suspensão – art. 49
da CF.

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Controle político
A aprovação é efetivada mediante a expedição de um decreto legislativo pelo
Congresso Nacional.
Caso o Congresso Nacional não aprove a decretação da intervenção, esta
passará a ser ato inconstitucional, e deverá cessar imediatamente, porque, se for
mantida, constituirá atentado contra a autonomia do ente federado,
caracterizando crime de responsabilidade do Presidente da República.
Nem todo decreto interventivo será apreciado pelo Poder Legislativo. Não há
controle político do Congresso Nacional naquelas hipóteses de intervenção
decididas pelo Poder Judiciário, em que o Presidente da República é provocado
mediante requisição, cabendo-lhe meramente adotar a medida interventiva
(atividade vinculada) – art. 34, VI e VII.
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Intervenção Estadual
Espontânea: art. 35, I a III, CF.
Provocada: art. 35, IV, CF.
- A decretação da intervenção dependerá de provimento pelo Tribunal de
Justiça de representação interventiva do Procurador-Geral de Justiça (Chefe do
Ministério Público do estado), e, nos termos do art. 36, § 3º, será dispensada a
apreciação pela assembleia legislativa.
Aplicam-se a essa intervenção as mesmas regras atinentes à intervenção federal
(decreto do Chefe do Executivo, controle político pelo Legislativo,
temporalidade etc.).
Obs.: A decisão do Tribunal de Justiça, proferida na representação
interventiva, não cabe recurso extraordinário perante o Supremo Tribunal
Federal – Súmula 637 do STF.
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