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4. DUE – 4 a 8 março 2024 (Prof.

Sofia Pais)

Sumário
I – Princípio da uniformidade na interpretação e aplicação do
DUE (reenvio prejudicial)
I I– Princípio das Competências Atribuídas e Princípio das
Competências Implícitas
Jurisprudência: AETR
III - Princípio do Efeito Directo
Jurisprudência: Van Gend & Loos, Costanzo, Defrenne,
Comissão/Bélgica, Comissão/Alemanha, Van Duyn, Ratti, Inter-
Environnement Wallonie, Marshall, Seda, Delena Wells, Foster
IV- Princípio do Primado
Jurisprudência: Costa/ENEL, Internationale Handelsgeselschaft;
Comissão/França, Simmenthal
Bibliografia: “Princípios…”pp. 15-91; Estudos...pp. 70-73
• 1-Suponha que a Itália não transpôs no prazo a diretiva
europeia que exigia a tradução de certos diluentes e tintas nas
embalagens dos produtos (diferentes dos exigidos pela lei
nacional). O Sr. X seguiu as indicações europeias e foi sujeito a
um processo de infração penal por violar o direito italiano.
Quid juris?
• 2. Suponha que Van Duyn neerlandesa queria trabalhar como
secretária na igreja de cientologia em 1974 e foi impedida de
entrar por razões de ordem pública. Quer invocar a Diretiva
europeia que diz que razões de ordem pública devem fundar-
se ‘em comportamentos pessoais do indivíduo’. Pode fazê-lo?
• 3. O Código de Trabalho Francês diz que o ‘pessoal de um
navio deve ter nacionalidade francesa, violando a livre
circulação de trabalhadores consagrada no TFUE. Quid iuris?
• Princípio do Efeito Direto

• 1- Origem (Ac. Van Gend & Loos) e justificação do princípio: finalidade


específica da CE- criar mercado comum/interno dirigido aos nacionais dos
EM; preâmbulo do Tratado refere governos e povos dos Estados-Membros;
o mecanismo do reenvio prejudicial - referência simbólica aos tribunais
nacionais como tribunais comuns da União; CE/UE nova ordem jurídica de
dto internacional (Tratado como a ‘carta constitucional da União’),
autónoma da dos EM- EM tranferiram poderes soberanos para a União; os
particulares são ‘sujeitos de direito’ da União

• 2- Conceitos de efeito directo e de aplicabilidade directa


• 3 - Condições: norma da União ‘clara, precisa e incondicional’
• 4- Noção de efeito directo - Ac. Costanzo
• 5- Alcance: podem ter efeito directo vertical e/ou horizontal, consoante o
teor da norma em causa, as disposições da União de direito originário e
derivado (regulamentos, decisões e convenções internacionais). Ac.
Defrenne
• 6- O caso específico das diretivas
• -Características da diretiva - acto incompleto
• Obrigação de transposição - art. 112º CRP; Ac.
Comissão/Bélgica e Ac. Comissão/Alemanha
• Efeito directo vertical - Ac. Van Duyn e Ac. Ratti
(requisitos:norma ‘clara e incondicional’: terminou o prazo
de transposição e o Estado não transpôs)
• Justificação - carácter obrigatório da directiva; 267º; e
princípio da cooperação leal - art. 4º nº 3 TFUE
• Ac. Inter-Environnement Wallonie
• Recusa do efeito direto descendente/invertido
• Recusa de efeito directo horizontal - Ac. Marshall
• - Certa doutrina defende o efeito direto horizontal das
directivas
• 7-Flexibilização da jurisprudência Marshall

• 8-Soluções alternativas à jurisprudência


Marshall: conceito alargado de Estado (Ac.
Foster); interpretação conforme;
responsabilidade do Estados
• Princípio do Primado
• 1- Nascimento: Ac. Costa/- visão ‘monista e incondicional’ do primado do TJ,
decorrente do princípio da autonomia
• 2-Justificação do princípio do primado: autonomia da OJ da União (em relação
aos EM e ao direito internacional); transferência de competências por parte
dos EM que aceitaram limitar os seus poderes soberanos; exigência da eficácia
do direito da actual União; normas do Tratado são vinculativas; regulamentos
são directamente aplicáveis; em conclusão é uma ‘exigência existencial’ da
União
• 3- Declaração n.º 17
• 4- Alcance do primado: Ac. Internationale Handelsgeselschaft
• 5- Consequências: Ac. Comissão/França e Ac. Simmenthal
• 6- O primado na ordem jurídica portuguesa - art. 8º n.º 4 da CRP
• Doutrina portuguesa dominante considera que com o artigo 8º nº 4 da CRP foi
reconhecido o primado do DUE sobre todo do direito nacional com ressalva
dos “princípios fundamentais do Estado de Direito democrático” - conflito
improvável com a Carta de DF da UE (e eventual adesão à CEDH)
• Certa doutrina entende que devem ser revistos os artigos relativos à
fiscalização da constitucionalidade para não comprometer o primado
• 7- Objeções dos tribunais nacionais
(constitucionais) ao primado: fundamento do
primado reside nas Constituições dos EM;
reservas ao primado: direitos fundamentais e
competências da União - resolução dos
problemas através da cooperação entre
tribunais nacionais e TJ
• 8-As teorias do pluralismo constitucional

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