Você está na página 1de 28

Aula de 2/11/2022

Faltei

QUAIS SÃO AS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE DETERMINADA PETIÇÃO É


ADMITIDA NUM TRIBUNAL DOS DIREITOS DO HOMEM?

- Quando já se esgotaram os restantes meios de reação, os diversos recursos


anteriores e possíveis

- Não pode ser anónima

MAS A RESPOSTA É:

- QUANDO NÃO ESTAMOS PERANTE UM CASO DE LITISPENDÊNCIA, TODA


AQUELA RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA.
CONVENÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM

Pg. 249 – Livro amarelo

CONSELHO DA EUROPA:

Organização Internacional, de âmbito Regional, não se pode confundir com a


U.E embora rigorosamente o hino (Hino da Alegria) e a bandeira sejam os
mesmos.

No âmbito do Conselho da Europa, os Estados Membros não são apenas os da


U.E, há mais Estados Membros.

TEMOS DUAS COISAS:

I- A criação da CONVENÇÃO EUROPEIA DOS DIREITOS DO HOMEM, o


novo formal é ligeiramente mais complexo

I - A CONVENÇÃO PARA A PROTEÇÃO DOS DIREITOS DO


HOMEM E DAS LIBERDADES FUNDAMENTAIS –
INTERNACIONALMENTE CONHECIDA COMO CEDH OU
Convenção Europeia dos Direitos do Homem EUPOREAN
HUMAN RIGTHS CONVENTION- -EHCR
A Convenção Europeia dos Direitos Humanos foi
adotada pelo Conselho da Europa, em 4 de
novembro de 1950, e entrou em vigor em 1953. O nome
oficial da Convenção é « Convenção para a proteção dos
Direitos do Homem e das liberdades fundamentais» e tem
por objetivo proteger os Direitos Humanos e as liberdades
fundamentais, permitindo um controle judiciário do respeito
desses direitos individuais. A Convenção faz referência
à Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada
pelas Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

A fim de permitir o controle do respeito efetivo dos direitos


humanos, a Convenção instituiu o Tribunal Europeu dos Direitos
Humanos (ou Corte Europeia dos Direitos Humanos), efetivo
em 1954, e o Comitê de Ministros do Conselho da Europa.

A Convenção evoluiu com o passar do tempo e compreende diversos


protocolos. Por exemplo, o protocolo n° 6 proíbe a pena de morte, com
exceção de caso de guerra.

Nota : O Conselho da Europa não deve ser confundido com o Conselho


Europeu, que não é parte envolvida na Convenção (apesar de ter
aderido à Convenção pelo Tratado de Roma (2004)) e não tem nenhum
papel na administração do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. No
entanto, a Convenção exerce uma certa influência sobre o Direito na
União: por exemplo, a carta dos direitos fundamentais da União, no seu
preâmbulo, « reafirma...os direitos que resultam notadamente...da
jurisprudência...do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem ».

- AS NORMAS que estão na CEDH têm um meio garantistíco próprio por


força de um tribunal, que é o TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO
HOMEM ou EUROPEAN HUMAN RIGHTS COURT –

ATENÇÃO:
ISTO É MATÉRIA CONVENCIONAL, É DIREITO CONVENCIONAL ,OU SEJA É

DIREITO INTERNACIONAL . este Direito Convencional advém de


formas Internacionais

CONVENÇÃO EUROPEIA DOS DIREITOS DO HOMEM:

O seu ÂMBITO DE APLICAÇÃO É REGIONAL:

Vamos ver o Art.º 1.º:

ARTIGO 1° Obrigação de respeitar os direitos do homem

As Altas Partes Contratantes reconhecem a qualquer pessoa


dependente da sua jurisdição os direitos e liberdades definidos no título
I da presente Convenção.

ARTICLE 1- Obligation to respect Human Rights

The High Contracting Parties shall secure to everyone within their


jurisdiction the rights and freedoms defined in Section I of this
Convention.

IMPORTANTE: Não se aplica só aos Europeus

Assim os nosso Direitos de Cidadania, podem nos criar Direitos e


Obrigações que podem ser exercidos e aos quais podemos estar
adstritos, mesmo fora do Território do Estado.

Existe oura forma de se criar um vínculo perante a JURISDIÇÃO DE UM


ESTADO que é a EXISTÊNCIA FISICA NO TERRITÓRIO DE OUTRO ESTADO

Ex:
-Se vou a Espanha comprar caramelos na fronteira, já no
território espanhol fico sujeito à JURISDIÇÃO ESPANHOLA.

-Qualquer crime que eu cometa, qualquer contrato que eu


celebre, ser-lhes-á aplicada a LEI ESPANHOLA.

- Qualquer litigioso que advenha dessas Relações Contratuais que


seja por exemplo a prática de um crime, será julgado pela
jurisdição espanhola

- A existência física no terreno espanhol faz com que fiquemos


vinculados à jurisdição do respetivo território.

Assim:

Qualquer caso prático que fale em JURISDIÇÃO, falamos das pessoas que
estão em determinado território.

já sabemos que terremos que analisar o território onde se desenrola a


situação e assim esta CONVENÇÃO NÃO SE PALICA APENAS AOS EUROPEUS,
MAS TAMBÉM A QUEM ESTÁ FISICAMENTE NESSES ESTADOS.
DEPOIS TEMOS O INICIO DO CATÁLOGO

QUE VAI DO Art.º 2.º AO 18.º

- Art.º 2.º - DIREITO À VIDA

– Art.º 3.º - PROIBIÇÃO DE TORTURA

-DIZ RESPEITO À INTEGRIDADE FÍSICA

TEMOS DOIS ARTIGOS PARA A LIBERDADE:

– Art.º 4.º: PROIBIÇÃO DA ESCRAVATURA E DO TRABALHO FORÇADO

– Art.º 5.º: DIREITO Á LIBERDADE E SEGURANÇA

– Art.º 6.º DIREITO A UM PROCESSO EQUITATIVO

– Art.º 7.º PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

- Art.º 8.º -DIREITO AO RESPEITO PELA VIDA PRIVADA E FAMILIAR

Aqui falamos quanto às intromissões – RESERVA DE DIREITO PRIVADO

- Art.º 9.º LIBERDADE DE PENSAMENTO, CONSCIÊNCIA E RELIGIÃO

- PENSAMENTO, CONSCIÊNCIA E RELIGIÃO, estão no Art.º 9.º

Um OBJETOR DE CONSCIÊNCIA, ou RAZÕES RELIGIOSAS estão sempre


aqui e não no Art.º 10.º
– Art.º 10.º LIBERDADE DE EXPRESSÃO

ESTÁ FORA, portanto:

- DELITOS DE OPINIÃO, ESTÃO SEMPRE NESTE Art.º 10.º

- Pensamento, Consciência e Religião, estão no Art.º 9.º

– Art.º 11.º LIBERDADE DE REUNIÃO E ASSOCIAÇÃO

– Art.º 12.º DIREITO AO CASAMENTO

– Art.º 13.º DIREITO A UM RECURSO EFETIVO

- TUTELA JURISDICIONAL EFETIVA

– Art.º 14.º PROIBIÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO

Aqui entram as questões das ETNIAS, MINORIAS, RIQUEZA, NASCIMENTO, ou


qualquer outra situação, portanto, é UM ARTIGO ABERTO- NUMURUS
ABERTUS

– Art.º 15.º DERROGAÇÃO EM CASO DE ESTADO DE NECESSIDADE

Vamos ver que aqui este ESTADO DE NECESSIDADE é OUTRA QUESTÃO.

Lê-se aqui:

ESTADO DE EXCEÇÃO CONSTITUCIONAL – NÃO É um estado de


necessidade desculpante do direito penal

“ARTIGO 15° - Derrogação em caso de estado de necessidade


1. Em caso de guerra ou de outro perigo público que ameace a vida da
nação...”
Nós aqui temos efetivamente três estados de necessidades que são :

- CALAMIDADE
- PERTURBAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA CONSTITUCIONAL
- AMEAÇA MILITAR

Portanto, falamos aqui das EXCEÇÕES DE ORDEM PÚBLICA


CONSTITUCIONAL.
FAZER REMISSÃO DESTE ARTIGO 15.º DA CEDH PARA O Art.º 19.º/2
DA CRP

– Art.º 16.º- RESTRIÇÕES À ATIVIDADE POLÍTICA DOS ESTRANGEIROS

PROIBIÇÃO ÀS RESTRIÇÕES À ATIVIDADE POLÍTICA DOS

ESTRANGEIROS

Aplica-se aos casos dos artigos 10.º, 11.º ou 14.º

– Art.º 17.º - PROIBIÇÃO DO ABUSO DE DIREITO

– Art.º 18.º LIMITAÇÃO DA APLICAÇÃO DE RESTRIÇÕES AOS DIREITOS

RESTRIÇÃO

Na nossa CRP a PROIBIÇÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS está também


no Art.º 18.º
FINALMENTE ENTRAMOS NAS DISPOSIÇÕES DO TEDH
IMPORTANTES SÃO OS SEGUINTES ARTIGOS, QUE SÃO OS QUE
NOS INTERESSAM VERDADEIRAMENTE PARA A CADEIRA:

32.º, 33.º, 34.º, 35.º 41.º, 45.º e 46.º

TRIBUNAL EUROPEU DOS DIREITOS DO HOMEM- TEDH

Os Estados convencionam os seus DIREITOS HUMANOS, mas também


convencionam um mecanismo de garantia para os proteger, ou seja, este
TRIBUNAL

Art.º 32.º COMPETÊNCIA

ARTIGO 32°

Competência do Tribunal

1. A competência do Tribunal abrange todas as questões relativas à


interpretação e à aplicação da Convenção e dos respectivos protocolos
que lhe sejam submetidas nas condições previstas pelos artigos 33°,
34°,46° e 47°.

ARTIGO 33° ASSUNTOS INTERESTADUAIS

Qualquer Alta Parte Contratante (qualquer ESTADO) pode submeter ao


Tribunal qualquer violação das disposições da Convenção e dos seus
protocolos que creia poder ser imputada a outra Alta Parte Contratante.
CRIA SEMPRE UM PODER IMPUTÁVEL, O QUE SIGNIFICA QUE OS ESTADOS
PODEM FAZER QUEIXA UNS DOS OUTROS

ARTIGO 34° PETIÇÕES INDIVIDUAIS

– é este que nos interessa mais para os CASOS PRÁTICOS

O Tribunal pode receber petições de qualquer pessoa singular (Petições feitas


por indivíduos, por pessoas), organização não governamental ou grupo de
particulares que se considere vítima de violação por qualquer Alta Parte
Contratante dos direitos reconhecidos na Convenção ou nos seus protocolos.
As Altas Partes Contratantes comprometem - se a não criar qualquer entrave
ao exercício efectivo desse direito.

Atenção a esta segunda parte pois aqui temos um:

PRINCÍPIO QUASE DE EQUIVALÊNCIA das soluções consagradas na


convenção

IMPORTANTE AQUI É QUE:

ESTAS PETIÇÕES SÓ PODEM SER FEITAS NOS TERMOS DO Art.º 35.º

Art.º 35.º CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE

Quais são esses termos?

O mais importante de todos:

QUE ESTEJAM ESGOTADAS TODAS AS VIAS INTERNAS DE RECURSO, EM


CONFORMIDADE COM OS PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONALMENTE
RECONHECIDOS E :
- NUM PRAZO DE 4 MESES (ANTES ERAM 6) A CONTAR DO TRÂNSITO EM
JULGADO DA DECISÃO INTERNA DEFINITIVA

Estes dois pressupostos são um MEIO DE CONTROLO DE RECURSOS, ou seja, é


um CONTROLO PROCESSUAL, para evitar que o tribunal fique cheios de
processos

Prosseguindo:

O TRIBUNAL NÃO RECONHECE SE:

- Esta for ANÓNIMA – Art.º 35/2/a)

- Em caso de LITISPENDÊNCIA – Art.º 35/1/b)

Não é a Litispendência do nosso Direito Nacional, é:

A LITISPENDÊNCIA DE PROCEDENTE, que é idêntica a uma


questão que foi anteriormente examinada pelo tribunal.

O que significa que para todos os efeitos há aqui, aquela


IGUALDADE NA RELAÇÃO TRIPARTIDA

DAS PESSOAS

PEDIDO

CAUSAS DE PEDIR

TODOS OS PROCESSO TÊM:

AS PARTES

O PEDIDO

O FUNDAMENTO QUE É A CAUSA DE PEDIR


Sendo que, se essas PARTES FOREM TODAS IGUAIS, O TRIBUNAL NÃO
CONHECE, claro que se as PARTES FOREM DIFERENTES, NÃO VAI REMETER
PARA A JURISPRUDÊNCIA CONSTANTE

Vamos imaginar que as PARTES SÃO AS MESMAS, O PEDIDO É O MESMO, MAS


O FUNDAMENTO É DIFERENTE, AQUI O TRIBUNAL VOLTA A CONHECER.

NO ARTIGO DIZ: “ …E NÃO CONTIVER FACTOS NOVOS .”

Assim quando se refere a “ UMA PETIÇÃO ANTERIORMENTE EXAMINADA “


está a remeter para estes TRÊS ELEMENTOS DA RELAÇÃO JUDICIÁRIA.

CUIDADO , quando refere que

“PODE JÁ TER SIDO SUBMETIDO A OUTRA INSTÂNCIA INTERNACIONAL DE

INQUÉRITO OU DE DECISÃO”, OU SEJA DO – ETPI.

NÃO ENTRA AQUI O:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA U.E, não é considerado uma instância


internacional de decisão, É APENAS UMA INSTÂNCIA SUPRA NACIONAL
relativamente aos ESTADOS,

O DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA NÃO É CONSIDERADO DIREITO


INTERNACIONAL, apesar de muitos o alegarem.
O DIREITO DA U.E tem a sua GÉNESE no DIREITO
INTERNACIONAL,

A CONSTITUIÇÃO DA U.E SÃO TRATADOS e essa é a única ligação


que tem com O DIREITO INTERNACIONAL e portanto, É
ABSOLUTAMENTE AUTÓNOMO, CRIA O SEU PRÓPRIO
ORDENAMENTO JURÍDICO.

Também NÃO podemos dizer que o DIREITO DA U.E é um Direito


Nacional, é sim SUPRANACIONAL, SÓ PARA OS SEUS ESTADOS
MEMBROS, claro.

VOLTANDO:

O TEDH não conhece nestes casos suprarreferidos, mas nos restantes casos,

ELE DECLARA:

No n.º 3 do mesmo artigo:

“INADMISSÍVEL”

se considerar que é mesmo incompatível com o disposto na constituição


e também se a mesma for manifestamente MAL FUNDADA

MAL FUNDADA: porque é que isto acontece?

Porque é possível no nosso direito ADERIRMOS a petições, isto é um


LITISCONSÓRCIO e é possível haver LITISCONSÓRCIO DE PRIMEIRA
ADESÃO E uma PESSOA APROVEITA OS FUNDAMENTOS

Mas,
ATENÇÃO AOS FUNDAMENTOS

porque se NÃO ESTIVER ADEQUADAMENTE FUNDADA A PETIÇÃO, se eu


aderir a uma ação que já estava a correr no TRIBUNAL EUROPEU DOS
DIREITOS DO HOMEM, com toda a matéria de facto e do direito alegado
pelos autores, ESTÁ CLARAMENTE MAL FUNDADA, volta para trás

FINALMENTE

O CARATER ABUSIVO

IMPORTANTE, SAI EM CASOS PRÁTICOS:

A NÃO EXISTÊNCIA DE UM PREJUÍZO SIGNIFICATIVO , salvo se “

a) O autor da petição não sofreu qualquer prejuízo significativo, salvo se o


respeito pelos direitos do homem garantidos na Convenção e nos
respectivos Protocolos exigir uma apreciação da petição quanto ao
fundo.

EX:
Caso prático vai ser de uns senhores afegãos que fugiram do
Afeganistão e que se voltarem para lá MORREM .
SOFRERAM O PREJUÍZO?
AINDA NÃO, MAS SE O SOFREREM O PREJUÍZO TAMBÉM É O ÚLTIMO
QUE SOFREM
ASSIM AQUI FUNDAMENTA-SE, que possam PEDIR A
APRECIAÇÃO.
n.º 4:

Sendo DECLARADO INADMISSÍVEL, REJEITA-SE

Art.º 45.º FUNDAMENTAÇÃO DAS SENTENÇAS E DECISÕES

ARTIGO 45° Fundamentação das sentenças e das decisões

1. As sentenças, bem como as decisões que declarem a admissibilidade ou a


inadmissibilidade das petições, serão fundamentadas.

2. Se a sentença não expressar, no todo ou em parte, a opinião unânime dos


juízes, qualquer juiz terá o direito de lhe juntar uma exposição da sua opinião
divergente.

ARTIGO 46°- FORÇA VINCULATIVA E EXECUÇÃO DAS SENTENÇAS

ARTIGO 46°- Força vinculativa e execução das sentenças

1. As Altas Partes Contratantes obrigam-se a respeitar as sentenças definitivas


do Tribunal nos litígios em que forem partes.

2. A sentença definitiva do Tribunal será transmitida ao Comité de Ministros, o


qual velará pela sua execução.

3. Sempre que o Comité de Ministros considerar que a supervisão da execução


de uma sentença definitiva está a ser entravada por uma dificuldade de
interpretação dessa sentença, poderá dar conhecimento ao Tribunal a fim que
o mesmo se pronuncie sobre essa questão de interpretação. A decisão de
submeter a questão à apreciação do tribunal será tomada por maioria de dois
terços dos seus membros titulares.

4. Sempre que o Comité de Ministros considerar que uma Alta Parte


Contratante se recusa a respeitar uma sentença definitiva num litígio em que
esta seja parte, poderá, após notificação dessa Parte e por decisão tomada por
maioria de dois terços dos seus membros titulares, submeter à apreciação do
Tribunal a questão sobre o cumprimento, por essa Parte, da sua obrigação em
conformidade com o n° 1. 5. Se o Tribunal constatar que houve violação do n°
1, devolverá o assunto ao Comité de Ministros para fins de apreciação das
medidas a tomar. Se o Tribunal constatar que não houve violação do n° 1,
devolverá o assunto ao Comité de Ministros, o qual decidir-se-á pela
conclusão da sua apreciação.

ARTIGO 41° REPARAÇÃO RAZOÁVEL

ARTIGO 41° REPARAÇÃO RAZOÁVEL

Se o Tribunal declarar que houve violação da Convenção ou dos seus


protocolos e se o direito interno da Alta Parte Contratante não permitir senão
imperfeitamente obviar às consequências de tal violação, o Tribunal atribuirá
à parte lesada uma reparação razoável, se necessário.

Isto é efetivamente o PRINCÍPIO DA INDEMNIZAÇÃO em caso da REPARAÇÃO


NÃO SER POSSÍVEL.
Se a reparação for possível, que é a reparação do direito, ou seja, a reposição
da situação, como se a violação não tivesse existido.

Isto é muito casos não é possível:

Ex: do Art.º 3.º, Art.º 4.º , como situações do DIREITO Á


INTEGRIDADE, que será difícil de reparar, sendo que só através
de alguma indemnização se poderá compensar a violação do
direito, sofrida

ARTIGO 47° Pareceres

1. A pedido do Comité de Ministros, o Tribunal pode emitir pareceres sobre


questões jurídicas relativas à interpretação da Convenção e dos seus
protocolos.

2. Tais pareceres não podem incidir sobre questões relativas ao conteúdo ou à


extensão dos direitos e liberdades definidos no título I da Convenção e nos
protocolos, nem sobre outras questões que, em virtude do recurso previsto
pela Convenção, possam ser submetidas ao Tribunal ou ao Comité de
Ministros.

3. A decisão do Comité de Ministros de solicitar um parecer ao Tribunal será


tomada por voto maioritário dos seus membros titulares
RESTRIÇÕES NOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CRP
Agora que aprendemos a distinção entre DF e DH

E dentro do DF aprendemos a distinção entre DLG e DESC

No âmbito do REGIME DE DLG FUNDAMENTAIS, EXISTEM 3 COMPONENTES:

- COMPONENTE ORGÂNICA:

- COMPONENTE DE REVISÃO

- COMPONENTE MATERIAL

ESTA - COMPONENTE MATERIAL, É A QUE ME INTERESSA, É ESTA QUE


VAMOS ESTUDAR ATÉ AO FIM DO ANO.

Dentro desta componente existem dois artigos que me interessam:

-Art.º 17.º e 18.º CRP

Art.º 17.º CRP:


Temos aqui o REGIME DOS DLG , a indicação de que DETERMINADOS DIREITOS
TÊM TRATAMENTO DIFERENTE.

QUAIS SÃO ?

São os do TÍTULO II mais os DIREITOS FUNDAMENTAIS DE NATUREZA


ANÁLOGA

Art.º 18.º CRP:

Os DLG , bem como os DIREITOS FUNDAMENTAIS DE NATUREZA ANÁLOGA

Vamos apenas tratar dos DLG por enquanto, ASSIM:

- Os DLG:

São direitos que TÊM TANTA FORÇA, QUE TÊM ESTA LÓGICA DE SEREM:

- DIRETAMENTE APLICÁVEIS (Art.º 18.º /1 CRP) A TODAS AS ENTIDADES


PÚBLICAS E PRIVADAS – Vinculam ambas estas entidades

- Não necessitam que o legislador ordinário (AR OU GOVERNO) venha


criar algum tipo de norma legislativa de valor ordinário, LEI OU DL, que
possa ou que deva cumprir a função de aplicar estes direitos, eles
aplicam-se diretamente na constituição, relativamente a todas as
entidades públicas e privadas, VINCULAM TANTO O ESTADO COMO AS
ENTIDADES PRIVADAS

Temos um problema apesar de toda esta força:

Que é o problema da RESTRIÇÃO:


Estes direitos são DIREITOS DE NATUREZA ABSOLUTA E
Consequentemente devido a essa natureza, há um problema que se
levanta, um problema no seu exercício:

- Por um lado os direitos NÃO PODEM SER EXERCIDOS DE FORMA


ABSOLUTA, porque se o forem ELES ENTRAM EM CONFLITO

- Por outro lado, a GOVERNAÇÃO DO ESTADO E A VIDA EM


SOCIEDADE requerem que se CONDICIONEM O ACESSO E O
EXERCÍCIO DE ALGUNS DESTES DIREITOS

PORTANTO:

“EVITAR CONFLITOS” e “CONDICIONAR” são as PALAVRAS CHAVES NO


ÂMBITO DAS RESTRIÇÕES.

- O que quer dizer que os DLG e os DIREITOS FUNDAMENTAIS DE NATUREZA


ANÁLOGA PODEM SER RESTRITOS PELA LEI ORDINÁRIA

Assim pode aparecer a LEI ORDINÁRIA A CONDICIONAR O SEU EXERCÍCIO, por

exemplo:

- O EXERCÍCIO EM FUNÇÕES PÚBLICAS CONDICIONA O ACESSO A


DETERMINADAS PROFISSÕES

- DURANTE O COVID, A LEI DA PROTEÇÃO CIVIL, CONDICIONAVA O EXERCÍCIO


DE ALGUNS DIREITOS.
REQUISITOS

ART.º 18.º CRP

REQUISITOS COMEÇAM NO N.º 2 E VÃO PARA O N.º 3.

N.º 2 (Art.º 18.º CRP):

“…LIMITAR-SE AO NECESSÁRIO PARA SALVAGUARDAR OUTROS DIREITOS OU


INTERESSES CONSTITUCIONALMENTE PROTEGIDOS”

Este é o PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE, que tem de verificar três


requisitos:

1.º Princípio da ADEQUAÇÃO:

Para quê restringimos Direitos?

Os DIREITOS RESTRINGEM-SE sempre PARA SALVAGUARDAR OUTROS


DIREITOS , quer seja o EXERCÍCIO , quer seja a própria EXISTÊNCIA .

Depois há as questões formais da vida corrente: ser necessário aprovar


e promulgar uma LEI RESTRITIVA DOS DLG para FAZER FACE A
QUALQUER COISA ( CALAMIDADE, INVASÕES VIOLENTAS)

ADEQUAÇÃO A QUÊ?

Se é adequado, é à PROTEÇÃO DE OUTROS DIREITOS

Mas ela pode não ser adequada:

Ex:
Para proteger a LIBERDADE DE ENSINAR E APRENDER, O ESTADO
através da AR aprovou uma LEI RESTRITIVA DOS DLG para ser aplicada
apenas à UNIVERSIDADE LUSÍADA, em que, quem não conseguir
comprovar que sabe o mínimo sobre DLG , sai da sala de aula e leva
imediatamente uma chapada pelo Sr. Aleixo.

PARECE ADEQUADO? CLARO QUE NÃO

AGORA SE:

Para proteger o DIREITO DE APRENDER E ENSINAR, foi aprovada uma


LEI RESTRITIVA DOS DLG através da qual o ESTADO irá contatar todas as
famílias portuguesas, de forma as SENSIBILIZAR PARA A IMPORTÂNCIA
DE OS FILHOS IREM À ESCOLA.

É RESTRITIVO? SIM

Para já de algumas partes do Art.º 26.º CRP , nomeadamente da parte


final do n.º 2 desse Art.º 26.º :

“… de informações relativas às pessoas e famílias”

Só que é adequado á PROTEÇÃO DE OUTRO DIREITO.

Tal como OS CENSOS que também são RESTRITIVOS por este mesmo
número, apesar de neste caso se verificar a possibilidade de responder
ou não a determinadas perguntas colocadas no questionário.

Neste caso dos CENSOS, estaremos mais na parte final do n.º 3 do Art.º
18.º
2.º Princípio da NECESSIDADE (princípio dos critérios)

Aqui temos de fazer a seguinte pergunta:

EXISTIRÁ ALGUMA MEDIDA ALTERNATIVA QUE PODERÁ ALI SER


APLICADA?

SIM- não é necessária a restrição

NÃO- é necessária a restrição

Quando se fala em MEDIDA ALTERNATIVA, falamos de OUTRA MEDIDA


QUE NÃO RESTINGA O DIREITO QUE ESTÁ A SER RESTRITO.

3.º Princípio da PROPORCIONALIDADE EM SENTIDO


ESTRITO

- Há quem lhe chame: “Juízo CUSTO/ BENEFÍCIO)

Os BENEFÍCIOS que se retiram da restrição SÃO SUPERIORES AOS


CUSTOS?

OS BENEFÍCIOS, PARA O DIREITO QUE SE VISA ACAUTELAR, SÃO


SUPERIORES AO CUSTO DO DIREITO QUE SE VISA RESTRINGIR?

SE SIM- CORRETO

SE NÃO – ERRADO, não se deve RESTRINGIR os direitos em causa.

EX:

Temos o DIREITO À SAÚDE com a RESTRIÇÃO DE ALGUMAS


LIBERDADES PESSOAIS, durante o COVID. Os BENEFÍCIOS que se
retiraram com a RESTRIÇÃO ERAM SUPERIORES ao custo dos DIREITOS
QUE SE RESTRINGIRAM.

PORTANTE CUMPRE OS TRÊS CRITÉRIOS

ATENÇÃO:

HÁ MAIS RESTRIÇÕES.

NO N.º 3 ESTES SÃO CRITÉRIOS DE NATUREZA SUBSTANTIVA

A LEI TEM QUE SER GERAL E ABSTRATA:

EX:

Quando no caso supra foi dito que a norma iria ser aplicada APENAS À
UNIVERSIDADE LUSÍADA, já não cumpria o critério de GERAL tinha que
ser aplicada a TODO O ENSINO SUPERIOR

Também NÃO PODE SER RETROATIVA:

Chamamos a isto: PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA

Ex:

Tentou o Governo diminuir em certa medida algumas das pensões com


carater definitivo, ERA CLARAMENTE UMA RESTRIÇÃO AOS DLG .

Esta medida foi reprovada pelo TC com o fundamento de violar o


PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA.

Porque efetivamente estava a retroagir um DLG, porque a pessoa


perdia o direito a parte da sua pensão , que já estava acautelada pela lei
,
Uma coisa é dizer “ vou decrescer as pensões neste prazo, este ano
recebem menos , mas para o ano vou ter que vos compensar.”

Outra coisa que era o previsto é:

“As pensões vão sofrer um corte de 10% e isso será para se manter
definitivamente “, há aqui uma clara violação ao PRINCÍPIO DA
PROTEÇÃO DA CONFIANÇA

FINALMENTE:

CRITÉRIO DO NÚCLEO ESSENCIAL DOS DLG

EX:

“ STAY AWAY COVID”

Temos a LIBERDADE DE EXPRESSÃO, se eu a quisesse exercer poderia chegar


junto de alguém e começar a fazer graffitis na cara dessa pessoa, eu poderia ,
mas claro que iria contra outra qualquer liberdade dessa pessoa, POR ISSO É
QUE SE RESTRINGEM , mais MUITAS VEZES ESTÃO RESTRITOS POR DIREITOS
IMANENTES AO DIREITO :

O EXERCÍCIO DESTE DIREITO está expresso naquilo que é a minha


faculdade de desenhar, mas TEM DE SER CORTADO

AFINAL o meu DIREITO NÃO É TÃO ABSOLUTO COMO EU PENSAVA


Posso me exprimir, desde que peça licença para o fazer, por diversas
razões

Eu posso pintar nas paredes das pessoas desde que elas me autorizem

EX:

MANIFESTAÇÕES: Têm de ser informadas

MAS há, nos termos do N.º 3 DO Art.º 18.º, um direito que não pode ser
restrito senão morre, e o direito não pode morrer no âmbito da
restrição, - não disse qual era ……

Portanto, a regra é:

“A RESTRIÇÃO NO ÂMBITO DO ART.º 18/2/ DA CRP, É SEMPRE


PARCIAL, NUNCA PODE SER TOTAL, NÃO HÁ RESTRIÇÕES TOTAIS DO
DIREITO.”

Não se deve confundir com:

A SUSPENSÃO DO Art.º 19.º, QUE PODE SER TOTAL, MAS É A


SUSPENSÃO DO EXERCÍCIO, NÃO SE ESTÁ A RESTRINGIR O CONTEÚDO
DO DIREITO NO Art.º 19.º

LIBERDADE DE EXPRESSÃO: não se pode exprimir

APLICAÇÃO DO COVID: Houve uma altura em que se tornou obrigatório


o uso da aplicação do COVID- iria totalmente contra o Art.º 6.º da CRP,
o legislador teve medo de ir por aí
Mas por outro lado podemos pensar:

Ou a Aplicação controlava onde é que as pessoas estavam em todos os


momentos, ou não controlava.

Chegou-se à conclusão que afinal ela não controlava, apenas a


possibilidade de seros informados através dela, que estivemos perto de
uma outra pessoa que também a usava e que estava contaminado.

A Aplicação não tinha acesso ao GPS.

Se ao contrário ela tivesse acesso ao GPS e se saberia onde as pessoas


estavam a cada segundo, aí sim não poderia ser utilizada, por violar
todo o Art.º 6.º da CRP

Embora que nos obrigasse a usar a aplicação, ELA NÃO COLIDIA COM O
CONTEÚDO ESSENCIAL DO DIREITO DAS PESSOAS, uma vez que não
eram identificadas nem pessoas nem havia localização das mesmas via
GPS

Apenas nunca foi implementada pois não havia forma de se fazer a


fiscalização da mesma, ninguém conseguia saber se o telemóvel de cada
pessoa era compatível com a mesma.

Podia aceder a autoridade ao telemóvel? Tinha que essa Autoridade ter


acesso ao telemóvel. Como ficava O DIREITO À VIDA PRIVADA? Aqui
obviamente que seria violado o Art.º 26.º CRP
ATENÇÃO:

Sempre que nos casos práticos, apareça que FOI IMPOSTO ISTO OU
AQUILO, temos que isso POR TODO O Art.º 18/2/3 DA CRP

PARA A PRÓXIMA AULA É QUE SE VAI DEFINIR COMO SE DETERMINA O


NÚCLEO ESSENCIAL DE CADA DIREITO?

Alguns destes NÚCLEOS ESSENCIAIS SÓ SE DESCOBREM NO MOMENTO


DA RESTRIÇÃO COM BASE NO DIREITO QUE SE VAI RESTRINGIR E NO
MÉTODO DA RESTRIÇÃO QUE SE VAI USAR

O NÚCLEO ESSENCIAL ESTÁ PRÉ DETERMINADO

O Professor defende que o núcleo essencial se determina no momento


da restrição, pela simples razão do direito não ser estático e que o
núcleo essencial de determinado direito pode mudar.

E também que para as pessoas os direitos hoje significam uma coisa e


amanhã já podem significar algo de muito diferente

OUTRA QUESTÃO É O Art.º 19.º,

Você também pode gostar