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Aula 4 Filosofia Política 17.11.

2021

John Locke
SOBRE ELE:
 Estudou medicina

 É o primeiro que contrapõ e a ideia de Hobbes

 É filho de um jurista, o pai é advogado

 A sua família era apoiante do Parlamento durante a Guerra Civil

 Tinha uma religiã o muito pró pria, com influências protestantes (passou algum tempo nos
países baixos)

CONTEXTO POLÍTICO-RELIGIOSO:
 Descendente de Charles II é James II – é logo gerador de conflitos por ter simpatias cató licas

 Retomam os conflitos entre o Parlamento e o Rei a que sucede uma crise constitucional e
culminou, em 1688, à Revoluçã o Gloriosa
Destituíram o rei e colocaram no trono William
D’Orange e Mary

 Além da substituiçã o de soberano, também houve uma mudança na constituiçã o porque


William e Mary assinaram a Bill of Rights (1689)

 Esta Bill of Rights veio afirmar ou reafirmar os direitos do povo ingles provenientes da
Magna Carta e vem delimitar os poderes da soberana (e aumenta o poder do parlamento) 
1ª Monarquia limitada.

PESAMENTO DE LOCKE:
 John Locke surgiu como um grande defensor da Bill of Rights. As suas obras também sã o o
prenú ncio que vai estar nas ideias da Revoluçã o americana e na Revoluçã o Francesa.

 Era um pensador contratualista, tal como Hobbes, mas de forma diferente

 Locke vs. Direito divino dos monarcas

 Locke vs. Hobbes (estado de natureza)

 Considera que o estado natureza nã o é o um estado e guerra constante, pois existe uma
sociabilidade natural e um direito natural

 A lei natural significa obrigatoriamente respeitar a propriedade dos outros e de si mesmo


Aula 4 Filosofia Política 17.11.2021

 Deus deu a Terra a todos os seres humanos por igual, mas é através do trabalho que se
torna privado aquilo que é comum  Apenas vale para propriedades pequenas porque tudo
é de todos, temos de deixar sempre suficiente para os ostros. Se eu me estiver a apropriar
de mais do que preciso, estou a tirar aos outros (porque aquilo que se produzia/que a
natureza fornecia, perece).

 Com a invençã o da moeda, que nã o perece, torna-se possível o enriquecimento legítimo do


trabalho

 Ideia menos pessimista sobre a natureza humana  Influencia a maneira como explica o
estado político

 Para Locke, existe alguma sociabilidade natural, ou seja, o estado natureza permite que haja
alguma cooperaçã o no entanto existe um problema de instabilidade

 Ideia central de Locke: O trabalho incorporado na obtençã o daquilo que Deus deu a todos
possibilita as propriedades pequenas

 O direito natural é o direito à propriedade, vida e liberdade

Direito
Natural

Direito à propriedade

Propriedade em
Vida Liberdade sentido restrito
(bens)

Trabalho + moeda

 A lei natural obriga a respeitar o direito natural

 O problema do estado de natureza é que nã o há um juiz

 Nã o há justiça imparcial, apenas parcial (Locke diz que é legitima em estado natural)

 A ú nica forma de ultrapassar esta instabilidade é através de um contrato social


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CONTRATO SOCIAL:
 Sugere que os indivíduos façam pactos uns com os outros em que cada um transfere o seu
direito natural para a pró pria sociedade
O quê? O direito
de executar a lei natural

 Há uma delegaçã o fiduciá ria/trust depositada no soberano

 Quando o poder do soberano cai, nã o se regressa ao estado natureza, mas sim o poder volta
para a comunidade

 Todo o poder soberano está concentrado numa só entidade individual ou coletiva em


Hobbes, no entanto, em Locke o poder soberano é dividido.

Divisã o tripartida dos poderes

Legislativo Executivo Federativo

Poder na esfera
Parlamento Soberano interestatal/internacional (acaba por
ser exercido pelo poder executivo)
↳ distâ ncia teó rica: poder interno vs.
poder externo - os estados entre si
permanecem em estado natureza
Subordinado NÃ O HÁ UM JUIZ - GUERRA

 O poder executivo consegue agir naquilo em que a lei nã o incide (tem uma margem grande
de manobra) – prerrogativa do executivo

 Todos os poderes, no fim, têm um objetivo judicial

 Os juízes atuam de acordo com a lei e o executivo atua em funçã o das decisõ es dos juízes

 O limite do poder soberano é a violaçã o do direito natural à vida, liberdade e propriedade

 Em circunstancias em que o soberano viole os direitos naturais, poderá haver uma


substituiçã o de quem esta em poder -> Direito de resistência

 Carta sobre a tolerâ ncia (1689) -> tolerâ ncia religiosa

 Locke acreditava na recuperaçã o do Estado e da Igreja:


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 O Estado deve preocupar-se com os direitos civis

 A Igreja deve preocupar-se com a duraçã o de Deus e a salvaçã o da alma

 A Igreja nã o pode julgar ninguém com penas civis – a pena eclesiá stica é a
excomungaçã o

 Limites da tolerâ ncia – ateus (nã o eram considerados confiá veis porque nã o temem Deus) e
cató licos (confusã o entre o poder do papa e do Estado)

Jean-Jaques Rosseau
Sobre ele:
 Era orgulhoso de ser cidadã o de Genebra (suiça)

 A mae morre no parto

 Teve uma educaçã o desorganizada e pouco técnica

 É um autodidata – lia muito (musica, filosofia, etc…)

 É colaborador da 1ª Enciclopédia – escreve sobre mú sica

 Passa maior parte do seu tempo em França

 Todos os seus filhos foram postos na roda

 Andava de um lugar para o outro

Obra: “O Contrato Social” (1762)


O pensamento de Rosseau:

 É um pensador do seu tempo (iluminista)  Importâ ncia da razã o humana e do progresso

 Mas, ao mesmo tempo, preocupa-se com as desvantagens do progresso (decadência moral


da humanidade)  Traços româ nticos

 Rosseau pensa que muitos pensavam descrever a natureza humana, mas afinal estavam a
descrever aquilo que se vê à sua volta

 Hobbes nã o fez um esforço de abstraçã o suficiente para descobrir a verdade da


natureza humana
Rosseau pretende fazer uma conjuntura histórica retrospetiva

 O Homem preocupa-se c/ as suas necessidades bá sicas e com a sua autoconservaçã o  é


um animal semelhante aos outros
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 O Homem tem capacidades de perfetibilidade, de adaptabilidade  diferente dos outros


animais

 O homem natural / “homem da natureza”

 É um ser tã o simples que nã o tem amor pró prio – se os outros lhe fazem ofensas,,
ele esquece rapidamente

 Também nã o tem uma noçã o de propriedade

 É bastante isolado (família é apenas para cumprir necessidades bá sicas)

 Os homens sã o naturalmente bons: “piedade natural”


 O homem civilizado/ “o homem do homem”

 Surge da socializaçã o – leva a comunicaçã o (linguagem), razã o e técnica

 Passam a ter amor-pró prio

 E com o crescimento do amor-pró prio, deixam de desejar as coisas porque precisam


delas mas pelo prestigio que lhe dã o

 Alem de ficarem obcecados com o amor-pró prio, ficam preocupados com a


propriedade

 Da vontade de acumulaçã o de propriedade surgem as desigualdades em sentido


estrito, mas que depois se tornam em desigualdades políticas  a divisã o entre
quem tem a quem nã o tem é mais tarde transformada numa divisã o entre quem tem
poder e quem nã o tem

 Perdeu-se a inocência  Amor-pró prio

 Perdeu-se a liberdade  Servidã o

 Progredimos naturalmente a custo da degeneraçã o moral

 Todos os que encontram razõ es para a servidã o estã o corrompidos mentalmente

“O Homem nasceu livre ee no entanto em toda a parte vive aprisionado”

 Rosseau tem consciência que nã o se pode eliminar a evoluçã o humana nem voltar à
pré-historia
 Como recuperar a natureza num estado que já nã o é da natureza?
! Através do exercício da RAZÃ O

 Aquilo que Rousseau propõ e é um novo contrato social


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 Cada um de nos poe em comum a sua pessoa e todo o seu poder sobre a suprema
direçã o da vontade geral e recebemos coletivamente uma parte indivisível do todo.

Aquilo que é entregue é todo o poder


à comunidade
Vontade geral

 Comunidade + vontade geral = povo

 Em que cada membro é parte do Estado e do Soberano

sú bdito cidadã o

submisso à lei autor da lei

 Rosseau era contra a ideia de representaçã o de soberania/de que o povo pode ser
representado

 A soberania é de certa forma absoluta, na medida em que permanece com o povo

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