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INTRODUÇÃO.
Inicialmente, antes de ingressarmos efetivamente no estudo dos crimes
tributários é interessante traçamos a distinção entre direito tributário penal e
direito penal tributário.
COMPETÊNCIA CRIMINAL.
A definição da competência para julgar os crimes tributários é realizada a
partir da competência para a instituição do referido tributo. Assim, pode-se
concluir que Vale dizer, se o tributo sonegado for da competência da União, o crime
será julgado na Justiça Federal. Exemplo: Imposto de renda, contribuição
previdenciária do INSS. Por outro lado, se o tributo sonegado for da competência
dos Estados (ex: IPVA) ou dos municípios (ex: ISS), a competência para julgar será
dos Estados.
Art. 9º (...)
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Extinção da punibilidade pelo pagamento integral de débito mesmo após o trânsito em
julgado. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a4a8a31750a23de2da88ef6a491dfd5c>. Acesso em:
02/05/2022.
Professor Flávio Rolim.
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Ocorre a suspensão da pretensão punitiva com a consequente suspensão do
prazo prescricional. Com o pagamento integral do débito, ocorrerá a extinção da
punibilidade.
Art. 9º (...)
CRIMES COMUNS.
Os crimes comuns estão previstos no âmbito do artigo 1º e 2º da referida
legislação:
• Os crimes previstos no art. 1º da Lei 8137/90 são crimes materiais,
motivo pelo qual para a sua consumação é indispensável a
constituição definitiva do crédito tributário.
CRIMES FUNCIONAIS.
Trata-se dos delitos previstos no âmbito do artigo 3º. Basicamente, são
crimes contra a administração pública, adicionados de elementos especializastes.
Analisaremos os referidos delitos detalhadamente.
SUJEITO PASSIVO.
O sujeito passivo do delito é justamente o sujeito ativo da obrigação
tributária.
SUJEITOS.
SUJEITO ATIVO.
Em regra, estamos diante de um crime próprio, o qual somente poderia ser
praticado pelo sujeito passivo da obrigação tributária.4
SUJEITO PASSIVO.
O sujeito passivo, mas uma vez, configura-se no sujeito ativo da obrigação
tributária.
OBSERVAÇÕES RELEVANTES.
➢ Consumação → Os crimes constantes do artigo 2º, em regra, são crimes
formais, motivo pelo qual não é necessária a constituição definitiva do
crédito tributário para a sua consumação, salvo o crime de apropriação
indébita tributária, previsto no art. 2º, II, da Lei 8137/90.
➢ Os referidos delitos são passíveis de tentativa, sempre que praticados
em modalidade plurissubsistente.
➢ As condutas previstas no art. 2º atuam como verdadeiros soldados de
reserva em relação aos delitos previstos no artigo 1º, os quais se
configuram muitas vezes como tentativa das condutas praticadas no
artigo 1º, essencialmente, quando a conduta praticada não gera, de fato,
a redução ou supressão do tributo.
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Há posicionamento robusto em sentido contrário, ocasião em que se conceitua o referido crime como
comum, pois qualquer agente poderia ser, em tese, sujeito passivo da obrigação tributária.
Professor Flávio Rolim.
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➢ Trata-se de tipo penal especial em relação ao crime de apropriação
indébita previdenciária.
➢ É crime material, motivo pelo qual depende do lançamento definitivo
do crédito tributário para que haja a sua consumação.
Alguns questionamentos são relevantes em relação a esse delito:
O referido tipo penal exige que haja elemento subjetivo especial
para a sua consumação?
Ademais, o crime previsto no art. 2º, II, da Lei 8.137/90 não exige para sua
configuração a existência de ardil, fraude ou falsidade.
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Para a configuração do delito previsto no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90, deve ser
comprovado o elemento subjetivo especial. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0c5534f554a26f7aeb7c780e12bb1525>. Acesso em:
04/05/2022
Professor Flávio Rolim.
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I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer
documento, de que tenha a guarda em razão da função;
sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente,
acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo
ou contribuição social;
Sim, seria possível, desde que o delito fosse cometido em concurso com o
particular. Conforme se observa a condição de funcionário público é elementar do
tipo penal. Dessa forma, seria possível tranquilamente que o funcionário fosse
responsabilizado em concurso com o particular pela prática do crime tributário.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
(contribuinte empresário)
OBSERVAÇÕES:
➢ Não guarda correlação direta com o crime de apropriação
indébita, tendo em vista que o núcleo é deixar de repassar e
naquele é apropriar-se.
➢ Há 03 personagens – Aquele que recolhe, aquele que sofre o
recolhimento e a previdência lesada.
➢ Crime COMISSIVO-OMISSIVO – recolhe e depois deixa de repassar.
➢ A prática de diversas condutas no mesmo contexto, configura-se
como continuidade delitiva.
➢ Continuidade delitiva – apropriação indébita previdenciária e
sonegação fiscal previdenciária. Divergência STJ – posicionamento
mais recente – não admite continuidade delitiva.
➢ Majoritariamente – Não se exige animus rem sibi habendi.