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SUMÁRIO
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:................................................................ 3
2.3. PRESTAÇÃO QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO POR ATO ILÍCITO: ..... 7
1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS:
OBS: Quando se usa o tributo com finalidade extrafiscal, por muitas vezes acontece
de haver prejuízos em determinados setores. Diante disso, muitas vezes o judiciário é
demandado a se pronunciar quanto ao dever do Estado de indenizar o prejuízo pela atuação
estatal. O STF, entretanto, decidiu que não há a responsabilidade do Estado nesses casos,
pois age em conformidade com o seu papel designado pelo próprio poder constituinte.
ATENÇÃO: É possível encontrar aspectos fiscais nos tributos extrafiscais, bem como
também é possível encontrar aspectos extrafiscais nos tributos marcantemente fiscais, a
exemplo claro do imposto de renda (que é claramente arrecadatório, mas também acaba
redistribuindo renda).
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2. CONCEITO DE TRIBUTO:
Meus, caros, devemos nos dedicar ao Art. 3º do CTN (LEIA VÁRIAS VEZES). Vamos
decorar este artigo e ver o detalhamento doutrinário e jurisprudencial.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
CUIDADO: O tributo não se confunde com a sua forma de quitação. Assim, é possível
o pagamento do tributo mediante dação de pagamento de bem imóvel. Assim, na entrega ao
Estado de outra coisa que não seja dinheiro na quitação do tributo, deve haver permissão no
CTN, conforme o Art. 141.
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se
modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída,
nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei,
a sua efetivação ou as respectivas garantias.
Assim, desde a LC 104/2001, é permitida a dação de bens imóveis, conforme a
legislação de cada ente federado.
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e
condições estabelecidas em lei.
Não há, aqui, manifestação de vontade como existe no contrato. Aqui, a obrigação é
ex lege, compulsória.
a) Empréstimo compulsórios;
b) Impostos residuais;
c) Contribuições residuais;
d) Imposto sobre grandes fortunas.
Essa característica diferencia o tributo da multa, pois esta sempre tem por fato
gerador algum comportamento contrário ao Direito. Já o tributo tem como fato gerador um
comportamento lícito (conduta compatível com o Direito).
Todavia, malgrado toda a intepretação do STJ, o STF entendeu que, por ser oriundo
do contrato de trabalho, a prescrição não poderia ser a de 30 anos como na decisão do STJ,
mas de 5 anos tendo com base a própria CF/88.
Mas cuidado! A súmula do STJ continua válida.
Nos demais casos, devemos fazer o teste do Art. 3º do CTN para então determinar se
é ou não tributo. Feito isso, precisamos saber QUAL é o tributo.
3. NATUREZA JURÍDICA:
Assim dispõe o CTN:
Meus caros, tenham cuidado, entretanto, naquelas questões legalistas que repetem
apenas o Art. 4º do CTN sem se referir de forma mais elaborada à teoria da pentapartição
ou ao posicionamento do STF.
4. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS:
Assim, teríamos:
a) Impostos;
b) Taxas;
c) Contribuição de melhoria;
d) Empréstimos compulsórios; e
e) Contribuições Especiais.
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4.1. IMPOSTOS:
Como já dito, eles têm a característica principal ter um fato gerador não vinculado.
Conforme o Art. 16 do CTN:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa
ao contribuinte.
OBS: Além de ser não vinculado quanto ao fato gerador, também não é vinculado
quanto à finalidade (em regra). A própria CF assim estabelece:
Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos
impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de
recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação
de garantias às operações de crédito por antecipação de receita,
previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.
Isso para que o administrador possa ter liberdade quanto a utilização do que foi
arrecado.
União: II, IE, IOF, IPI, IR, ITR e IGF (Art. 153, CF)
Estados: ITCMD, ICMS e IPVA (Art. 155, CF)
Municípios: IPTU, ISS e ITBI (Art. 156, CF).
CUIDADO: Esse rol só exaustivo para os Estados, Municípios e DF. A União detém as
competências residual e extraordinária.
OBS: Por não cumulativo, entende-se a técnica de não tributar cada etapa da cadeia
produtiva.
Deve-se ter cuidado com a exceção prevista neste inciso, pois aqui temos uma
previsão constitucional de uma possibilidade de bitributação (o que seria evitado
pelo rol do Art. 153).
Trata-se claramente de situação excepcional.
4.2. TAXAS:
Lembremos que é um tributo vinculado por excelência. Assim, o Estado presta algo
e o contribuinte recolhe a taxa.
Conforme a CF:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
A) TAXA DE POLÍCIA:
Aqui, extremamente relevante é o conceito estabelecido pelo CTN sobre poder de
polícia:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.
O poder de polícia é aquele que a administração pública dispõe para restringir alguns
direitos individuais de cada particular, tendo em vista os interesses coletivos.
O exercício do poder de polícia consiste numa fiscalização concreta. O Estado
exercendo o poder de polícia, pouco importando alguma providência positiva.
No mesmo sentido:
EMENTA: TAXA DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO.
EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. ART. 145, II, DA CONSTITUIÇÃO.
- Ausência de prequestionamento - fundamento suficiente, que não
restou impugnado pela agravante. - A cobrança da taxa de
localização e funcionamento, pelo Município de São Paulo,
prescinde da efetiva comprovação da atividade fiscalizadora,
diante da notoriedade do exercício do poder de polícia pelo
aparato administrativo dessa municipalidade. Precedentes. -
Agravo regimental a que se nega provimento. (STF, 1ª Turma, RE
222.252-AgR/SP, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgado em 16/04/2001, com
repercussão geral.)
B) TAXA DE SERVIÇO:
São criadas para custear serviços públicos prestados pelo poder público à população
em geral. O contribuinte não poderá fazer opção por não receber determinada prestação de
serviço estatal.
Por outro lado, o Estado pode ou não optar por tributar determinado serviço
(dependendo de uma lei para instituir a respectiva taxa) que se enquadre na definição do
CTN.
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ATENÇÃO: O que deve ser gravado é que a disponibilização do serviço deve ser
efetiva, e o que pode ser potencial ou efetivo é a utilização por parte do contribuinte.
Assim, cuidado: A disponibilização do serviço deve acontecer para que haja a
cobrança. Contudo, segundo o STF (RE 588.322), a prestação pode ser potencial – ou a
utilização, sob a ótica do contribuinte.
Ponto importante é saber que os serviços devem ser específicos e divisíveis. Vejamos
o que isso significa (MUITO IMPORTANTE):
ESPECÍFICOS DIVISÍVEIS
Meus caros, devemos ter em mente que as taxas só podem custear serviços específicos
e divisíveis, que também podem ser chamados de UTI SINGULI (A nomenclatura é muito
difundida e pode aparecer em prova sem o respectivo significado, ou seja, saiba o que é).
Assim, conforme o STF, o serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa. Nesse sentido a súmula vinculante 41:
O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado
mediante taxa.
Outro serviço que não pode ser remunerado por taxa é a segurança pública. Segundo
o STF, (ADI 1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves):
Sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos,
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da Polícia Militar, essa
atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por
taxa.
Ressalte-se que o serviço de limpeza pública também não pode ser remunerado por
taxa. Mas cuidado, pois quando nos referimos à limpeza pública, estamos tratando de
atividades como varrição, lavagem, capinação etc. Repare que a coleta domiciliar de lixo
não está incluída nesse rol.
A coleta domiciliar de lixo, por outro lado, pode ser remunerada por taxa. Vejamos a
súmula vinculante 19:
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação
de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o
artigo 145, II, da Constituição Federal
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De acordo com o STF, tal atividade (coleta domiciliar de lixo) só pode ser custeada
pelas taxas se for completamente dissociada de outros serviços públicos realizados em favor
da coletividade.
Nesse contexto, se o legislador criar um tributo e denominá-lo taxa, mas, em sua base
de cálculo, inserir uma grandeza que não tenha a ver com qualquer atividade estatal relativa
ao contribuinte, estará na verdade criando um “imposto disfarçado”.
É por isso que a nossa Constituição Federal proibiu a IDENTIDADE entre a base de
cálculo de uma taxa e de um imposto (Art. 145, §2º).
Nesse sentido é a súmula 595 do STF:
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Ainda, é importante que se observe que o CTN acrescentou outro detalhe, dizendo que
as taxas não podem ser calculadas em função do CAPITAL SOCIAL DAS EMPRESAS (Art. 77,
§único):
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador
idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em
função do capital das empresas.
Cuidado, entretanto, pois o capital das empresas não pode ser utilizado como base de
cálculo, mas pode ser um fator de referência para calcular um valor fixo de taxa (é o que faz
a Lei 7.940/89).
Meus caros amigos, o STF também tem uma súmula mais antiga que diferencia os
preços públicos das taxas. Acho interessante ter conhecimento dela tendo em vista que
podem aparecer questões objetivas cobrando a sua redação. Trata-se da súmula 545. Veja:
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem,
porque estas, diferentemente daqueles, são
compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia
autorização orçamentária, em relação a lei que as
instituiu.
Cuidado pelo amor de Deus! Atualmente, a cobrança de tributo não está condicionada
a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que o tenha instituído. Ok?
ATENÇÃO: Temos duas normas ditando regras gerais sobre essa espécie tributária:
o CTN e o Decreto-Lei 195/67. Este decreto é posterior ao CTN, mas o STJ não considera
revogados tais dispositivos do CTN, devendo ser interpretados de modo complementar um
ao outro.
Veja que se a obra pública não gerar valorização imobiliária, não há justificativa para
cobrança do tributo. Portanto, devemos gravar que o fato gerador é a valorização
imobiliária, e não a obra pública em si. O decreto 195 dispõe que:
Art. 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal
tem como fato gerador o ACRÉSCIMO DO VALOR DO IMÓVEL
localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras
públicas.
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Quanto aos limites da contribuição, o limite total se refere ao valor máximo que pode
ser arrecadado a título de contribuição de melhoria. O CTN estabeleceu como limite o valor
total gasto com a obra. Como limite individual, foi estabelecido o valor que corresponde à
valorização que a obra pública gerou para cada particular.
Existem obras que são previstas como ensejadoras da cobrança de contribuições de
melhoria. Conforme o Art. 2º do DL 195/67:
Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização
de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das
seguintes obras públicas:
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização,
esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas;
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes,
túneis e viadutos;
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive
tôdas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema;
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos,
instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações
em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e
instalações de comodidade pública;
V - proteção contra sêcas, inundações, erosão, ressacas, e de
saneamento de drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de
barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e
irrigação;
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e
melhoramento de estradas de rodagem;
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos;
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive
desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico.
Por fim, importante destacar ainda que o tributo não pode ser cobrado antes da
realização da obra pública, já que é a consequência dela que justificaria a cobrança
tributária. Contudo, nada impede a instituição do tributo após o término de parte da obra, se
já houver resultado em valorização imobiliária para o contribuinte.
Destaque importante é que devem ser instituídos por lei complementar. Isso implica
também que não podem ser instituídos por medida provisória.
Além disso, somente a UNIÃO pode instituí-los. Portanto, são tributos de competência
exclusiva da União.
Diz a CF:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua
instituição.
Meus caros, cuidado também para não confundir esses pressupostos como sendo os
fatos geradores dos empréstimos compulsórios. Esses pressupostos NÃO SÃO OS FATOS
GERADORES! O fato gerador é deixado a critério do legislador.
ATENÇÃO: NOMENCLATURA:
Alguns autores referem-se a essas contribuições como “contribuições parafiscais”.
tributos parafiscais são aqueles instituídos por uma pessoa política (a União, por exemplo) e
arrecadados e fiscalizados por outra pessoa jurídica. Em alguns casos, tais entidades
parafiscais nem mesmo arrecadam e fiscalizam os tributos, mas ficam apenas com o destino
da arrecadação.
Cuidado, pois encontramos questões de prova utilizando as duas nomenclaturas.
Prossigamos...
Conforme aponta o Art. 149 da CF (UM DOS MAIS COBRADOS):
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS, de INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO
ECONÔMICO e de INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU
ECONÔMICAS, como instrumento de sua atuação nas respectivas
áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições
a que alude o dispositivo.
Meus caros, MUITA ATENÇÃO para o que diz o Art. 149, §2º da CF:
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico de que trata o caput deste artigo:
Atenção ao que diz o inciso II, pois modificado pela EC 103/19. Nesse sentido, o STF
ficou tese em repercussão geral no seguinte sentido: “É constitucional, formal e
materialmente, a contribuição social do segurado especial prevista no art. 25 da
Lei 8.212/1991”
Atente-se ainda para os parágrafos do Art. 195:
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos,
não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência
social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada
área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir
a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o
disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio
total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo SÓ PODERÃO
SER EXIGIDAS APÓS DECORRIDOS NOVENTA DIAS DA DATA
DA PUBLICAÇÃO DA LEI QUE AS HOUVER INSTITUÍDO OU
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Além das contribuições da seguridade, a União pode criar outras, cujas fontes de
financiamento não foram previstas no art. 195 da CF/88. É a chamada competência
residual que só é permitida para a União e deve respeitar os critérios discriminados no art.
154, I, a saber:
a) Devem ser instituídas por Lei Complementar (não precisa para aquelas cuja
base econômica foi prevista na CF);
b) Devem ser NÃO CUMULATIVAS;
c) Não podem ter base de cálculo ou fato gerador próprios de outras contribuições
já existentes.
Relata-se que há forte controvérsia sobre a natureza jurídica das contribuições para
os serviços autônomos, de forma que há decisão do STF enquadrando a contribuição para o
SEBRAE como CIDE e as demais como “gerais” (RE – AgR 404.919).
Não é demais frisar que as contribuições sociais gerais estão sujeitas ao princípio da
anterioridade do exercício financeiro (art. 150, III, “b”), sendo vedada a produção de efeitos,
no mesmo ano de sua publicação, da lei que as institua ou aumente. Elas não se submetem
ao art. 195, § 6º, que estabelece o prazo nonagesimal aplicável exclusivamente às
contribuições de seguridade social. A partir da EC 42/2003, entretanto, as contribuições de
sociais gerais passaram a estar sujeitas à norma de noventena inespecífica prevista na alínea
“c” do inciso III do art. 150, que alcança todos os tributos, ressalvadas, obviamente, as
exceções arroladas no próprio texto constitucional – além de continuarem sujeitas à
anterioridade do exercício financeiro.
Ressalte-se, por fim, a súmula 499 do STJ:
As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às
contribuições ao Sesc e Senac, salvo se integradas noutro
serviço social.
A CF não delineou os fatos geradores sobre os quais o tributo deveria incidir. Por conta
disso, podemos dizer que a União possui certa autonomia para criar novas Contribuições de
Intervenção no Domínio Econômico.
Quando classificamos as contribuições especiais, é possível separar as contribuições
de intervenção no domínio econômico em gerais e nominada.
As gerais são instituídas com base na competência genérica estabelecida pelo artigo
149 da Constituição Federal, que analisamos anteriormente. É o caso, por exemplo, da
contribuição destinada ao SEBRAE, que tem como objetivo estimular as microempresas e as
empresas de pequeno porte. Neste sentido: RE 635.682 – 2013.
A contribuição nominada diz respeito à chamada CIDE-Combustível, cujo suporte
repousa no artigo 177 da Constituição:
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio
econômico relativa às atividades de importação ou
comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e
seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes
requisitos:
I - a ALÍQUOTA da contribuição poderá ser:
a) diferenciada por produto ou uso;
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe
aplicando o disposto no art. 150,III, b ;
II - os recursos arrecadados serão DESTINADOS:
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool
combustível, gás natural e seus derivados e derivados de
petróleo;
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a
indústria do petróleo e do gás;
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.
Vale destacar que a CIDE-Combustível foi instituída por meio da Lei 10.336/01. Aponto
os principais dispositivos:
Art. 1º Fica instituída a Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico
combustível (Cide), a que se refere os arts. 149 e 177 da Constituição
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ATENÇÃO: o STF entende que não se enquadra nessa condição a Ordem dos
Advogados do Brasil, sob o fundamento de que essa entidade não integra a administração
pública indireta e possui finalidade institucional própria.
Assim, o que você precisa saber para concursos públicos é que não há que se falar
em contribuição sindical como tendo natureza tributária a partir da Lei
13.467/2017, pois a compulsoriedade não está mais presente nesta prestação pecuniária,
não mais se adequando à definição de tributo.
SDG
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JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
EMENTA - Agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. Imposto sobre a
Propriedade Territorial Rural (ITR). Lei nº 9.393/96. Progressividade das alíquotas. Grau de
utilização e área do imóvel. Constitucionalidade. 1. Mostra-se alinhada com a redação
originária do § 4º do art. 153 da Constituição Federal a progressividade das alíquotas do ITR
a qual se refere à Lei nº 9.393/96, progressividade essa que leva em conta, de maneira
conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel. 2. Agravo regimental não
provido, com imposição de multa de 2% (art. 1.021, § 4º, do CPC). 3. Não se aplica ao caso
o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25
da Lei nº 12.016/09).” (RE 1038357 AgR, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma,
julgado em 06/02/2018, DJe-036 DIVULG 23-02-2018 PUBLIC 26-02-2018)
EMENTA (...) 2. Não se verifica o dever do Estado de indenizar eventuais prejuízos financeiros
do setor privado decorrentes da alteração de política econômico-tributária, no caso de o ente
público não ter se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado
planejamento específico. 3. Com finalidade extrafiscal, a Portaria MF n. 492, de 14 de
setembro de 1994, ao diminuir para 20% a alíquota do imposto de importação para os
produtos nela relacionados, fê-lo em conformidade com o art. 3º da Lei n. 3.244/1957 e com
o DL n. 2.162/1984, razão pela qual não há falar em quebra do princípio da confiança. 4. O
impacto econômico-financeiro sobre a produção e a comercialização de mercadorias pelas
sociedades empresárias causado pela alteração da alíquota de tributos decorre do risco da
atividade próprio da álea econômica de cada ramo produtivo. 5. Inexistência de direito
subjetivo da recorrente, quanto à manutenção da alíquota do imposto de importação (status
quo ante), apto a ensejar o dever de indenizar (...)” (REsp 1492832/DF, Relator Ministro
GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/09/2018, DJe 01/1018).
mercantil não tem o condão de malferir a ocorrência do fato gerador do ICMS. 3. Inexiste
previsão legal que permita a compensação tributária de ICMS em serviços de telefonia móvel
inadimplidas, ou cujo sinal foi furtado por "clonagem" do aparelho celular. 4. "A exigência
tributária não está vinculada ao êxito dos negócios privados." (REsp 956.842/RS, Rel. Min.
José Delgado, Primeira Turma, julgado em 20.11.2007, DJ 12.12.2007, p. 408.) 5. Não
compete ao Estado zelar pelo cumprimento da obrigação dos consumidores; cabe, no caso,
à prestadora dos serviços buscar, pela via própria, o recebimento de seus créditos. 6.
Precedentes: AgRg no REsp 1.132.852/SP, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma,
julgado em 23.3.2010, DJe 6.4.2010; AgRg no REsp 987.299/RS, Rel. Min. Denise Arruda,
Primeira Turma, julgado em 7.10.2008, DJe 29.10.2008; REsp 953.011/PR, Rel. Min. Castro
Meira, Segunda Turma, julgado em 25.9.2007, DJ 8.10.2007, p. 255. Recurso especial
improvido.
(STJ - REsp: 1189924 MG 2010/0067405-6, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de
Julgamento: 25/05/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 07/06/2010)