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A presente lei 13/05 de 23 de 30 de Setembro é uma lei de carácter especial,e regula o

processo de estabelecimento, o exercício de actividade, a supervisão e o saneamento das


instituições financeiras.

As instituições financeiras são empresas de direito publico ou privado, que exerçam


actividade como instituições financeiras bancárias e não bancárias, de acordo com o
previsto no Artigo 2 ( n.10).

As Instituições Financeiras classificam-se em:

1- Instituições Financeiras Bancárias


2- Instituições Financeiras Não Bancárias

Instituições Financeiras Bancárias, são os bancos, empresas cuja actividade principal


consiste em receber do publico depósitos ou outros fundos reembolsáveis, a fim de os
aplicar por conta própria, mediante a concessão de crédito, sendo que para a sua
constituição, depende de autorização do Banco Nacional de Angola e deve conter os
requisitos previstos no Artigo 17, não podendo estas iniciar a sua actividade se não
estiverem inscritas em Registo especial no Banco Nacional de Angola, Artigos 16 e 49,
respectivamente. De realçar que a autorização deve ser feita de forma expressa, pois o
contrário dará lugar ao indeferimento tácito, nos termos do n.2 do Artigo 17, podendo
esta ainda ser recusada, sempre que estiverem previstas as condições estabelecidas no
n.1,al.A) do Artigo 20, por fim está sujeita também a caducidade, de acordo com o
previsto no Artigo 21.

As Instituições Financeiras Bancárias, podem efectuar as seguintes operações:

A) Receber do Público depósitos ou outros fundos reembolsáveis

B)Exercer a função de intermediário de liquidação de operações de pagamento

C)Realizar operações sobre metais preciosos, nos termos estabelecidos pela legislação
cambial

D) Operar a comercialização de contratos de serviço.

As instituições com sede em Angola devem obedecer os seguintes requisitos previstos


no Artigo 13:

A) Adoptar a forma de Sociedade Anónima

B)Ter o capital social não inferior ao mínimo legal.

D)Ter o capital social representado por acções nominativas.

A actividade de Supervisão da Instituição Financeira Bancária é exercida pelo BNA,


podendo, de acordo com o Art.18 ser desempenhada por outros organismos, sendo que
o BNA antes de proferir a decisão sobre o pedido de autorização, deve pedir
informações à respectiva entidade supervisora, sobre a idoneidade dos detentores de
participações qualificadas.

As Instituições Financeiras Bancárias, podem estabelecer Sucursais no estrangeiro,


devendo notificar o BNA e especificar os elementos previstos nas alíneas A),B) e C.

As Instituições Financeiras Bancárias respondem pelas obrigações assumidas pela sua


sucursal em Angola, nos termos do Artigo 44.

Instituições Financeiras não Bancárias

Empresas que não sejam Instituições Financeiras Bancárias e cuja actividade principal
consiste em exercer uma ou mais das actividades referidas nas alíneas d), f),j),l),m),n),o)
e q) do n.1 do Art.4 da presente lei.

As Instituições Financeiras não Bancárias, podem ser:

a) Casas de Câmbio

b) Sociedades Cooperativas de Crédito

c) Sociedades de Cessão Financeira

d)Sociedades de Micro -Crédito

e)Sociedades prestadoras de serviços de Pagamentos

e)Sociedades de Locação Financeiras e outras previstas no Art.5 da presente lei.

As Instituições Financeiras não Bancárias com sede em Angola devem obedecer os


requisitos previstos no Art.91 da presente lei.

A constituição das Instituições Financeiras não Bancárias tal como a das Instituições
Financeiras Bancárias, deve ser autorizada pelo BNA, nos termos do Art.16,não
podendo estas iniciar a sua actividade se não se encontrarem inscritas em regime
especial, nos respectivos Organismos de Supervisão, podendo ser também recusada a
autorização, sempre que estivermos diante das situações previstas no Art.94., podendo a
Autorização Caducar (Art.95) e passível de ser Revogada (Art.96).

Relativamente as Sucursais das Instituições Financeiras não Bancárias com sede ou não
em Angola, aplicam-se os regimes previstos nos artigos 35 à 45 da presente lei.

É importante realçar que em caso de Infracções (Crimes e Contravenções), serão


responsabilizadas, conjuntamente ou não, pessoas singulares ou colectivas, ainda que
irregularmente constituídas, nos termos do Art.123 da presente lei, sendo que para os
entes Colectivos, a responsabilidade vêm prevista no Art.124 e para os entes
Individuais, vem prevista no Art.125, sendo que a tentativa e a negligência são
igualmente puníveis (Art.126).
As Instituições Financeiras Bancárias e as Instituições Financeiras Não Bancárias são
caracterizadas por alguns princípios tais como:

Princípio da Legalidade (Art.99,n.2 da CRA),uma vez que a organização, o


funcionamento e a fiscalização das Instituições Financeiras são reguladas por lei.

Princípio da Exclusividade, que é inerente apenas as Instituições Financeiras Bancárias


e consiste na actividade de receber do público depósitos e outros fundos reembolsáveis,
para utilização por conta própria e exercer a função de intermediário de liquidação de
operações de pagamento, de acordo com o previsto no Art.7 da lei em questão.

Dever de Informação.

Dever de não concorrência, de acordo com o previsto no Art.68 do presente diploma


legal.

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