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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

II Actividades de Campo

Assima Catissa Taquidir Abdula Código: 708184661

Curso: Administração Pública


Disciplina: Direito Empresarial
Ano de frequência: 3º Ano

Beira, Junho, 2020


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Folha para Recomendações de Melhoria: A Ser Preenchida Pelo Tutor
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Índice
Introdução.........................................................................................................................................1

Actividades da II Sessão...................................................................................................................2

Conclusão.........................................................................................................................................8

Referencias Bibliográficas................................................................................................................9

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Introdução

Neste presente trabalho da cadeira de Direito Empresarial, faremos uma abordagem minuciosa,
referentes a vários tópicos como empresário comercial, sociedade por cotas unipessoal,
estabelecimento comercial, por cheque e os possíveis intervenientes na sua tramitação e os efeitos
de contrato de compra e venda. De salientar que também durante a esta foi abordada também
sobre vários tipos de sociedade e assim como os procedimentos de venda de um bem móvel.

De referir que para a elaboração deste trabalho, foi o fruto de uma pesquisa bibliográfica, que
consistiu na leitura de obras e alguns decretos relacionados aos temas em estudo.

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Actividades da II Sessão

1. João, proprietário da loja de produtos alimentares; exerce a sua actividade com auxílio
de alguns trabalhões bem como de sua mulher, com quem casou em regime de comunhão de
adquiridos.
a) João é empresário comercial?
Sim. É um empresário comercial. De acordo com Artigo 2 de código comercial são
empresários comerciais: “as pessoas singulares ou colectivas que, em seu nome, por si ou por
intermédio de terceiros, exercem uma empresa comercial”.

b) Admite que João e sua mulher deixam de trabalhar na loja e nomeiam gerente a
quem conferiram plenos poderes de gestão. João deixa de ser comerciante?
Não. Porque as pessoas singulares ou colectivas que, em seu nome, por si ou por intermédio
de terceiros, exercem uma empresa comercial, são comerciantes.

2. Catija é proprietária de dois camiões pesados, desenvolve a actividade de transporte de


mercadorias, com auxílio de cinco empregados. Poderá Catija criar uma sociedade por
cotas unipessoal para sua actividade?
Sim pode criar uma sociedade por cotas unipessoal para sua actividade, desde que a firma das
sociedades por quotas unipessoais conter o aditamento “Sociedade Unipessoal Limitada” ou,
abreviadamente, “Sociedade Unipessoal Lda.”. Como estabelecido no artigo 33 de código
comercial.

3. Joana tem uma barraca no bairro da manga, será esta barraca no estabelecimento
comercial? Fundamente a sua resposta com base nos conhecimentos apreendidos no directo
comercial (legislação empresarial).
Sim, é um estabelecimento comercial. O Artigo 69 (Protecção ao estabelecimento comercial)
estabelece a lei comercial protege “o estabelecimento comercial como unidade dos elementos
constitutivos da actividade comercial representados pelo capital e trabalho, valorizados pela
organização, a fim de que o empresário comercial possa exercer, com eficiência, a sua
actividade”.

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Conceitua-se como barraca: “estabelecimento comercial de construção provisória, de dimensão
maior que 5 m² onde se vende a retalho diversa gama de produtos, excluindo armas e munições,
maquinaria industrial e agrícola, tractores, reboques, aeronaves e veículos automóveis e seus
respectivos pneus e câmara-de-ar”.
(https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Empresas/Licenciamentos/Actividade-Comercial/
Entidade-Responsavel).

4. A sociedade “ Gamboa-artigos domésticos, limitada” pertencente, em cotas iguais, aos


sócios Bernardo e Jordão, tem vários estabelecimentos da venda ao público nas principais
cidades do país. A sociedade, em Março de 2008, vendeu a Zunguza o estabelecimento
situado na Beira. Em Dezembro de 2008, Jordão abre, a escassos metros de distância um
estabelecimento destinado ao comércio de artigos domésticos. Zunguza, incomodado com a
situação, interpela Jordão para este mudar de ramo de negócio, ao que Jordão respondeu
negativamente, afirmando não ter sido ele o trespassante do estabelecimento, mas sim s
sociedade Gamboa- Artigos Domésticos, limitada. Qual é a solução de direito?
A solução de direito, segundo o artigo 324 (Proibição da Concorrência), estabelece que “ os
administradores não podem, sem o consentimento expresso dos sócios, exercer, por conta própria
ou alheia, actividade abrangida no objecto social da sociedade, desde que esteja a ser exercida por
ela ou o seu exercício tenha sido objecto de deliberação dos sócios”.
Nestes termos, os administradores não podem, sem consentimento dos sócios, exercer por conta
própria ou alheia actividade concorrente com a da empresa. Entende-se como concorrente com a
da empresa qualquer actividade abrangida no objecto desta, desde que esteja a ser exercida por
ela ou o seu exercício tenha sido deliberado pelos sócios.
O consentimento presume-se no caso do exercício da actividade ser anterior à nomeação do
gerente e conhecido de sócios que disponham da maioria do capital, e bem assim quando,
existindo tal conhecimento da actividade do gerente, este continuar a exercer as suas funções
decorridos mais de 90 dias depois de ter sido deliberada nova actividade da empresa com a qual
concorre a que vinha sendo exercida por ele. Ao desrespeitar estes imperativos legais o
administrador pode ser destituído por justa causa e ser obrigado a indemnizar a empresa pelos
prejuízos que tiver causado, sendo que estes direitos da empresa prescrevem no prazo de 90 dias

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a contar do momento em que todos os sócios tenham conhecimento da actividade exercida pelo
administrador ou, em qualquer caso, no prazo de cinco anos contados do início dessa actividade.

5. O que entende por cheque? Na sua tramitação para o aceite quem são os possíveis
intervenientes?
Os cheques são um instrumento de pagamento que permite movimentar fundos que se encontram
à disposição dos titulares em contas de depósito à ordem.
Os intervenientes no pagamento por cheque são:
 O sacador - a pessoa, singular ou colectiva, que emite o cheque;
 O beneficiário - a pessoa, singular ou colectiva, a favor de quem o cheque é
emitido;
 O sacado - o banco onde o sacador tem a conta de depósito à ordem, sobre a qual
emite o cheque;
 O tomador - o banco que paga o cheque ao beneficiário.

6. A sociedade panificadora usa, limitada, tem objecto social à produção e comercialização


de pão e bolos. A dado passo, achando que o negócio de bolos era pouco rentável, a
panificadora iniciou outro negócio de tecnologia de informação, adquirindo um site na
internet dedicado a compra e venda de roupas usados. É válido este negócio?
Não. Inicialmente, é necessário mudar o ramo de actividade no contrato social da empresa,
principalmente na cláusula relativa ao objecto social. Após esta mudança, é obrigatório
comunicar a Junta Comercial para que ela proceda a averbação da alteração no contrato social.
Nas sociedades limitadas, para que se altere o objecto social também é necessária a alteração do
contrato social, e para isto deve haver a aprovação de quotistas que possuam pelo menos ¾ (três
quartos) do capital social, em reunião ou assembleia de sócios, por previsão expressa da lei. O
contrato social pode estabelecer um quórum maior para aprovação da mudança do objecto, e
neste caso os requisitos previstos contratualmente deverão ser observados.

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7. Pateguane pretende criar uma sociedade com a designação GR, sociedade unipessoal SA.
Pode faze-lo?
Não. Primeiro a expressão “SA” designa Sociedade Anónima, e é exigido que a sociedade seja
constituída por um mínimo de três sócios. Segundo o artigo 331 do Código comercial, estabelece
que “as sociedades anónimas são os tipos característicos da empresa de maior dimensão, e
deverão ter pelo menos, três accionistas”.
Nessa vertente, a sociedade anónima não pode ser constituída por um número de sócios inferior a
três, salvo quando a lei o dispense, exceptuam-se as sociedades em que o Estado, directamente ou
por intermédio de empresas públicas, empresas estatais ou de outras entidades equiparadas por lei
para este efeito, fique como accionista, as quais podem constituir-se com um único sócio.

8. Quais são os efeitos de contrato de compra e venda. Justifique a sua resposta com base os
conhecimentos adquiridos?
A partir da definição do artigo 874º CC, é possível identificar com clareza os seguintes efeitos
essenciais da compra e venda enumerados no artigo 879º CC:
 Um efeito real – a transferência da titularidade de um direito;
 Dois efeitos obrigacionais:
a) A obrigação recai sobre o vendedor de entregar a coisa vendida;
b) A obrigação para o comprador de pagar o correlativo preço.

9. Jeremias, pai de dois filhos, procedeu a venda de móvel da família sem conhecimento dos
filhos. É legal está venda? Justifique a sua resposta.
Esta venda não é legal. Se o Pai vender um bem móvel comum cuja administração caiba à
família, tem de obter o consentimento da família, neste caso dos dois filhos.
Quando isso não suceder, o Pai que não consentiu poderá requerer a anulação do contrato no
prazo de seis meses a contar da data em que dele tomou conhecimento, mas nunca passados mais
de três anos desde a sua celebração. Nos casos em que o Pai vendeu um bem móvel comum sem
o consentimento do dos filhos, a anulação do negócio só produzirá efeitos relativamente ao
comprador se este tiver agido de má-fé.

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10. Imagine que Simango, Sitoe, Isaura e Matilde, em Outubro de 2018, constituíram uma
sociedade por cotas, cujo capital foi de 200.000,00 mts, divido em quatro cotas iguais. A
quando da constituição da sociedade, cada um dos sócios realizou 25% da sua conta
mediante a entrega a sociedade de diversos bens nos termos da lei. Ficando acordado que o
capital em falta seria realizado em dinheiro, em duas profissões, a vencerem em três anos,
após a constituição da sociedade. Sitoe e Simango realizaram as suas prestações, mas Isaura
e Matilde não a fizeram. Qual é a solução legal?

O sócio que não cumpre, no prazo, sua obrigação, em integralizar sua quota, é chamado de sócio
remisso. A solução legal deste caso, esta estabelecida no artigo 293 (Sócio remisso e
responsabilidade dos outros sócios pela integração das quotas):
1. Se o sócio não realizar pontualmente a sua quota, efectuando, no prazo fixado, a
prestação a que está obrigado, os outros sócios são obrigados, proporcionalmente às suas
quotas mas solidariamente para com a sociedade, a realizar a parte em mora.
2. A administração da sociedade deve interpelar o sócio em mora concedendo-lhe um
prazo de trinta dias para realizar a quota.
3. O sócio em mora responde, para além do capital vencido, pelos respectivos juros
moratórios e ainda pelos demais prejuízos que do seu incumprimento resultarem para a
sociedade e para os demais sócios.
4. O sócio que não realizar pontualmente a sua quota poderá ser privado, nos termos do
contrato de sociedade, de exercer os direitos sociais correspondentes à sua quota,
nomeadamente, o direito ao voto e aos lucros, enquanto se verificar o seu incumprimento.
5. Se o sócio em mora não realizar a quota no prazo fixado nos termos do n o. 2, a
sociedade interpela os outros sócios para que realizem a parte em mora.
6. A quota, na sua totalidade, passa a pertencer aos sócios que realizem a parte em falta, na
proporção em que o façam, sendo, para o efeito, dividida e acrescida às respectivas quotas.
7. O sócio, que perder a sua quota nos termos do número anterior, não tem direito de
reaver as quantias já pagas por conta da realização da quota.
8. Destes efeitos deve também o sócio em mora ser avisado.
O Sitoe e Simango são obrigados, proporcionalmente às suas quotas mas solidariamente para
com a sociedade, a realizar a parte em mora. Sendo assim a administração da sociedade deve
interpelar o sócio em mora concedendo-lhe um prazo de trinta dias para realizar a quota, neste
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caso a Isaura e Matilde. E elas vão responder, para além do capital vencido, pelos respectivos
juros moratórios e ainda pelos demais prejuízos que do seu incumprimento resultarem para a
sociedade e para os demais sócios. E também poderão ser privados, nos termos do contrato de
sociedade, de exercer os direitos sociais correspondentes à sua quota, nomeadamente, o direito ao
voto e aos lucros, enquanto se verificar o seu incumprimento. A Isaura e Matilde, perde a sua
cota não tendo o direito de reaver as quantias já pagas por conta da realização da quota, e destes
efeitos serão avisadas.
A quota, na sua totalidade, passa a pertencer a Sitoe e Simango que realizaram a parte em falta,
na proporção em que o façam, sendo, para o efeito, dividida e acrescida às respectivas quotas.

11. Em Abril de 2009, Salvador, Binda e Mateus, celebraram a escritura da constituição da


TOMA-TOMA, limitada, tendo desde logo Salvador e Binda sido designados como
Administradores. No dia seguinte requereram a inscrição no registo comercial da
constituição da sociedade, a qual veio a ser recusado dois meses depois. No decurso desse
período de dois meses, Salvador e Binda celebraram diversos contratos na sua qualidade de
administrador, com varias entidades. Qual é a situação legal desses contratos?

A situação legal desses contratos, segundo o artigo 101 do código comercial, estabelece que “ se
a sociedade já estiver registada ou já tiver iniciado a actividade, o efeito da declaração de
nulidade ou da anulação do acto constitutivo é a entrada da sociedade em liquidação, não sendo
prejudicados os actos celebrados com terceiros de boa-fé”.
Nestes termos a eficácia dos negócios concluídos anteriormente em nome da sociedade não é
afectada pela declaração de nulidade ou anulação do contrato social, nem a “invalidade do
contrato de sociedade exime os sócios do dever de realizar ou completar as suas entradas nem
tão-pouco os exonera da responsabilidade as suas entradas perante terceiros quem, segundo a
lei, eventualmente lhe incumba”.

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Conclusão

Findo o trabalho da cadeira de Direito Empresarial, foi o fruto de grande aquisição de


conhecimento científico, onde chegamos a conclusão que, empresários comerciais são as pessoas
singulares ou colectivas que, em seu nome, por si ou por intermédio de terceiros, exercem uma
empresa comercial. Conceitua-se como barraca como estabelecimento comercial de construção
provisória, de dimensão maior que 5 m² onde se vende a retalho diversa gama de produtos,
excluindo armas e munições, maquinaria industrial e agrícola, tractores, reboques, aeronaves e
veículos automóveis e seus respectivos pneus e câmara-de-ar.

Os cheques são um instrumento de pagamento que permite movimentar fundos que se encontram
à disposição dos titulares em contas de depósito à ordem.
Os intervenientes no pagamento por cheque são: sacador - a pessoa, singular ou colectiva, que
emite o cheque; beneficiário - a pessoa, singular ou colectiva, a favor de quem o cheque é
emitido; sacado - o banco onde o sacador tem a conta de depósito à ordem, sobre a qual emite o
cheque e o tomador - o banco que paga o cheque ao beneficiário.
A partir da definição do artigo 874º CC, é possível identificar com clareza os seguintes efeitos
essenciais da compra e venda enumerados no artigo 879º CC: um efeito real – a transferência da
titularidade de um direito e dois efeitos obrigacionais: a obrigação recai sobre o vendedor de
entregar a coisa vendida e a obrigação para o comprador de pagar o correlativo preço.

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Referencias Bibliográficas

1. ABUDO, José Ibraimo. (2000). Direito Comercial. (1ª Edição). Maputo.


2. CUNHA, Paulo Olavo. (2010). Lições de Direito Comercial. Vol. I, Almeida, Lisboa.
3. Código Comercial-Moçambique. 5.ª Edição. Editora: Plural Editores Moçambique.
Maputo.
4. https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Empresas/Licenciamentos/Actividade-
Comercial/Entidade-Responsavel. Acesso em 24 de Maio de 2020.

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