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TRIBUNAL DE CONTAS
INTRODUÇÃO
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contas (as efectivações) que decorrem da execução dos orçamentos que são afectados
aos serviços sob sua responsabilidade. Para melhor clarificar o que está dito atrás,
veja-se o que dispõe o artigo 72.º, que tem por epígrafe “prestação de contas”: “1. A
prestação de contas é feita por períodos anuais (...). 2. Estão sujeitos à prestação de
contas (...)”. Veja-se ainda o artigo 75.º e 76.º da LOPTC. O primeiro tem por
epígrafe, “processos de verificação de contas” e o segundo, “verificação interna de
contas” (por oposição à “verificação externa de contas”, que é a epígrafe do artigo
77.º).
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verificam as maiores irregularidades e, até mesmo, a prática de actos e factos ilícitos.
Daí que seja muito importante para a gestão financeira pública, que a cada passo se
aponte os erros praticados, levando os gestores, ainda que seja pela via da multa, a
perceberem que existe um modo de controlo da execução que fazem dos orçamentos,
que lhes são afectados e que pode ser extremado ao ponto de terem de devolver, por
força do débito aos responsáveis, de todas as quotas financeiras afectadas, durante a
gerência e também, a devolver por via reintegratória o que tiver sido mal gasto ou que
tenha tido um destino distinto daquele para que tiver sido, inicialmente, afectado.
Deve colocar-se a questão sobre se este processo consiste na avaliação e análise dos
relatórios trimestrais da execução do OGE que são enviados pelo Executivo à
Assembleia Nacional ou na análise a avaliação on line da execução do OGE. Para que
este processo incida ou se apoie numa análise e avaliação on line, o Tribunal de
Contas terá de passar a ter um acesso em tempo real a todos os movimentos que se
realizam, em todo o sector público ou que envolvam recursos públicos. Não havendo
condições para esse acesso, a fiscalização haverá de incidir na análise e avaliação
daqueles relatórios trimestrais.
E por tal ser assim, foi criada uma modalidade de fiscalização, a fiscalização
concomitante, a acrescer à fiscalização preventiva e à fiscalização sucessiva que já se
achavam previstas, desde a entrada em vigor da primeira lei orgânica do Tribunal de
Contas e seu diploma complementar e, como se dirá mais adiante, esta modalidade de
fiscalização reside na fiscalização em tempo real da execução de actos e contratos,
encontrem-se eles inseridos ou não no OGE, como fontes de despesas ou de
arrecadação de receitas, da execução de programas, projectos e outras acções, que
envolvam recursos públicos. Ao alcance do Tribunal de Contas acha-se toda a
actividade financeira que envolva recursos públicos. Entenda-se, por isso, que as
acções em sede de fiscalização concomitante levam o Tribunal a incidir o seu poder
de fiscalização mais adiante do que o que se pretende com a fiscalização da execução
orçamental de recursos provenientes do OGE. A ela ficam sujeitas quer a execução de
despesas próprias, quer a execução de receitas próprias dos entes dotados de
autonomia financeira e até de independência financeira.
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Tribunal de Contas, consiste na análise, averiguação e avaliação das contas de uma
entidade, por via do recurso a técnicas de auditoria de regularidade, a chamada
verificação externa de contas, permitindo a detecção de todos os movimentos
ocorridos durante a gestão, a sua regularidade e legalidade, para a identificação da
prática de infracções financeiras, que conduzam os gestores públicos à devolução ao
Estado de todos os montantes que não tiverem entrado nos cofres públicos, por força
da prática dessas infracções financeiras. Apesar de bem identificada esta espécie
processual, a capacidade de o Tribunal de Contas obrigar os gestores a devolverem ao
Estado o que é irregularmente gerido, tem sido muito ténue, porque a via de
exequibilidade das suas decisões condenatórias está eivada de muita fragilidade.
Como dispõe o artigo 98.º da LOPTC: “Os acórdãos condenatórios constituem título
executivo e devem ser executados, no prazo de 30 dias, após o respectivo trânsito em
julgado, pelos tribunais competentes”. Tem-se interpretado que este prazo de 30 dias é
para a propositura da acção de execução e não para o julgamento da execução, pelos
tribunais competentes, pelo que nestes têm permanecido anos sem conta as referidas
execuções.
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O processo autónomo de multa tem lugar nas seguintes circunstâncias: não
liquidação, cobrança ou entrega aos cofres do Estado, das receitas devidas; violação
das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos, assim como da assunção,
autorização ou pagamento de despesas públicas ou compromissos; falta de efectivação
ou retenção indevida dos descontos legalmente obrigatórios a efectuar ao pessoal;
violação de normas legais ou regulamentares relativas à gestão e controlo orçamental,
de tesouraria e de património; pela realização de adiantamentos por conta de
pagamentos nos casos que não estejam expressamente previstos na lei; utilização de
empréstimos públicos em finalidade diversa da legalmente prevista, bem como a
ultrapassagem dos limites de capacidade de endividamento, legalmente previstos;
utilização indevida de fundos movimentados por operações de tesouraria para
financiar despesas públicas; execução de actos ou contratos que não tenham sido
submetidos a fiscalização prévia, quando a isso estavam legalmente sujeitos ou que
tenham produzido efeitos em violação do disposto sobre os efeitos do visto; utilização
de dinheiros ou outros valores públicos em finalidade diferente da legalmente
prevista; não acatamento reiterado e injustificado das recomendações do Tribunal;
violação de normas legais ou regulamentares relativas à contratação pública, bem
como à admissão de pessoal; não acionamento dos mecanismos legais relativos ao
direito de regresso, à efectivação de penalizações ou a restituições devidas ao erário;
falta injustificada de prestação de contas ao Tribunal, nos prazos legalmente fixados.
5
e com recurso às técnicas de auditoria, inquérito e averiguação, que se apura e
efectiva responsabilidades financeiras, no domínio da fiscalização concomitante.
I. INSTRUÇÃO/FASE ADMINISTRATIVA
1
A fiscalização da execução orçamental é também uma forma de fiscalização concomitante,
principalmente, se ela for desenvolvida pari passu, com a execução que os vários centros de despesa
devidamente cabimentados vão efectivando.
6
Contas, a pedido da Assembleia Nacional, para elucidar e abrir
o caminho à fiscalização política, por parte, deste órgão de
soberania de controlo externo.
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traduz numa obrigação de prestar as contas, designa-se, a essa
forma de apresentação de contas, pelos gestores públicos e/ou
da coisa pública: prestação de contas.
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financeiros. Com base nos dados apurados segundo técnicas de
auditoria, é possível detectar-se irregularidades na gestão (se a
auditoria for de regularidade2), fundadas em violação de
normas legais cuja observância é fundamental e que podem
configurar comportamentos que se integram no conceito de
ilícito financeiro (ou outros, cujo julgamento, quando assim
aconteça, deve ocorrer em foro próprio). Mas essas técnicas
podem ir além do que ficou atrás dito e incidir sobre a
economia (minimização dos custos dos recursos, que devem
estar disponíveis em tempo útil, em quantidade e qualidade
adequadas e ao melhor preço), a eficiência (obtenção do
máximo potencialização dos recursos disponíveis, assente na
relação entre os recursos empregados e os resultados obtidos,
em termos de quantidade, qualidade e tempo) e a eficácia
(escolha dos objectivos definidos e obtenção dos resultados
pretendidos) das acções praticadas na gestão pública (auditoria
de desempenho), conduzindo à emissão de recomendações, sem
prejuízo da responsabilização financeira a que possa haver
lugar.
9
jurisdicional em sede de fiscalização prévia ocorre quando se
julga a concessão ou recusa do visto, sempre que não haja
acordo entre os juízes em sessão diária de visto.
10
(responsabilidade financeira sancionatória e responsabilidade
financeira reintegratória), com a reintegração de dinheiros
públicos simplesmente (responsabilidade financeira
reintegratória).
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A. PROCESSO DE VISTO E SUAS ESPECIALIDADES
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e) Depois, o técnico autua os documentos formando um processo, cujo
número deve ser exclusivo e encaminha-o à Divisão competente;
h) Uma vez emitido tal despacho a documentação deve ser protocolada num
livro de saída de correspondência existente no Gabinete do Juiz
Conselheiro Presidente do Tribunal de Contas. O livro de protocolo
acompanhado da documentação é encaminhado para o Gabinete do
Director dos Serviços Técnicos e este encaminha à Contadoria-Geral, para
os devidos efeitos;
13
campos da Capa, isto é a informação que consta do Livro de Registo 5 deve
ser igual a da Capa do processo, incluir principalmente a data do visto
tácito;
5
Nos termos do n.º 3 do Regulamento da DST nenhum processo ou requerimento papel deve ter
seguimento sem que nele esteja lançado a nota de entrada com o respectivo número de ordem.
6
Atualmente, o programa que faz o sorteio, não faz a distribuição de forma equitativa e imparcial, pois
é uma ferramenta desatualizada não acumulando a informação sendo que é a Contadoria que tem feito
a gestão da Distribuição dos Processos em função das quantidades analisadas por cada Juiz da Câmara.
Nos Termos da Lei Art.º 53.º da LOPTC, na Fiscalização Preventiva não há lugar a Distribuição,
devendo nas sessões de visto o Relator ser o Juiz de Turno que é designado por escalas semanais,
sucedido na ordem de precedência pelo Adjunto. A 1ª Camara por forma a acompanhar melhor os
processos não tem se socorrido da Figura do Juiz de Turno.
14
Economista /ou Engenheiro) conforme a complexidade do processo e o
volume de trabalho destes (Engenheiros e Economistas);
15
v) O Escrivão do processo, uma vez recebido o relatório, por termo de
juntada insere-o no processo, abrindo a conclusão, por emissão do termo
de conclusão e remete-o ao Juiz relator;
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entanto, ser arquivados em pastas anexas, até à decisão final do
processo;
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xv) Os originais da decisão são arquivados na Contadoria;
Acta de Aceitação
Ofício de transcrição do Douto Despacho da Presidente do Tribunal
Ofício que submete o processo de pessoal;
Estatuto Orgânico;
Mapa de Planeamento de Efectividade;
Espelho de Simulação de Vagas/ Dotação Orçamental
Anúncio do Concurso;
Despacho de abertura do concurso;
Despacho que cria a Comissão de Júri;
Lista de candidatos inscritos e excluídos publicada;
Lista dos candidatos admitidos e não admitidos publicada;
Actas e relatório final fundamentada com os motivos de exclusão dos
candidatos homologadas pela entidade competente;
Lista de classificação final publicada;
Dotação Orçamental;
Espelho de Simulação de Vagas ou Quota Financeira (conforme o caso);
Ofício de solicitação de elementos
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Resposta ao ofício de solicitação de elementos, seguido dos elementos
remetidos
Parecer Técnico da Divisão competente
Termo de Recebimento
Termo de Conclusão
Decisão (Acórdão/Resolução/ Despacho
Termo de Recebimento
Termo de Notificação da decisão dirigido ao Ministério Público
Guia (notificação) de Cobrança
Termo de Recebimento
Termo de Vista ao Ministério Público
Comprovativo da Notificação da decisão a Entidade Pública Contratante
Termo de Recebimento
Ofício que submete o comprovativo de pagamento dos emolumentos
devidos, seguido de anexo
Ofício da Área Emolumentos solicitar a confirmação do pagamento
Ofício do cofre que confirma o pagamento
Proposta de Arquivamento
Termo de Conclusão
Despacho de Arquivamento
Termo de Notificação da decisão dirigido ao Ministério Público
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xx) Contratos de Qualquer Natureza7:
1. Acta de Aceitação;
2. Ofício de transcrição do Douto Despacho da Presidente do Tribunal;
3. Ofício que submete o contrato ao Tribunal;
4. Despacho de Abertura do Concurso;
5. Despacho de Subdelegação de Poderes;
6. Despacho de Autorização de Despesa;
7. Despacho cria a Comissão de Avaliação;
8. Anúncio;
9. Programa do Concurso/Convite;
10. Caderno de Encargos;
11. Documentos das habilitações e profissionais;
12. Proposta Técnica e Financeira;
13. Actas do Acto Público;
14. Relatório Preliminar;
15. Relatório Final;
16. Homologação do Relatório;
17. Notificação da adjudicação;
18. Publicidade da adjudicação;
19. Caução definitiva;
20. Procuração para assinar o contrato, quando necessário;
21. Contrato;
22. Despacho de homologação do contrato, quando necessário;
23. Nota de Cabimentação;
24. Ofício de solicitação de elementos;
25. Resposta ao ofício de solicitação de elementos, seguido dos elementos
remetidos;
26. Parecer Técnico da Divisão competente;
27. Termo de Recebimento;
28. Termo de Conclusão;
29. Decisão (Acórdão/Resolução/ Despacho;
7
Os documentos indicados são exemplificativos não foram apresentados os elementos de forma
exaustiva.
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30. Contrato sobre qual incidiu a decisão;
31. Termo de Recebimento;
32. Termo de Notificação da decisão dirigido ao Ministério Público;
33. Guia (notificação) de Cobrança;
34. Termo de Recebimento;
35. Termo de Vista ao Ministério Público;
36. Comprovativo da Notificação da decisão a Entidade Pública
Contratante;
37. Termo de Recebimento;
38. Termo de Notificação dirigido a Área Emolumentos;
39. Ofício que solicita Redução de Emolumentos;
40. Parecer Técnico;
41. Ofício que submete o comprovativo de pagamento dos emolumentos
devidos, seguido de anexo;
42. Ofício da Área Emolumentos solicitar a confirmação do pagamento;
43. Ofício do cofre que confirma o pagamento;
44. Proposta de Arquivamento;
45. Termo de Conclusão;
46. Despacho de Arquivamento;
47. Termo de Notificação da decisão dirigido ao Ministério Público;
Após a elaboração do Relatório Sumário pelo (s) técnico (s) sorteados, e indicados
(Engenheiro e Economista) o processo é novamente remetido à Contadoria Geral para
colocar os Termos processuais.
TERMO DE RECEBIMENTO
Em(dia)__________de (Mês)___________________de(Ano) _______ recebi os
autos _hoje_______________________(nome de quem recebeu).
2. Termo de Conclusão – é usado sempre que o processo deve ser remetido para
o Juiz Relator do Processo para a tomada de decisão ou para conhecimento de
um facto no processo (156, 166/1, 658/2 CPC).
TERMO DE CONCLUSÃO
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Em(dia)__________de (Mês)___________________de(Ano) _______ levei
concluso os autos _hoje ao Venerando Juiz Conselheiro Relator Dr.º
(ª)__________________________fls__
Eu que escrevi e assino__________________________________
NOTIFICAÇÃO
VISTA
Em(dia)__________de (Mês)___________________de (Ano) _______ levei a
vista os autos _hoje ao Exmo
Sr._________________(ª)______________________________fls
Eu que escrevi e assino__________________________________.
22
Em(dia)__________de (Mês)___________________de (Ano) _______ juntei
aos autos _hoje os documentos que se
seguem_____________________________________________fls
Eu que escrevi e assino__________________________________.
8
A Devolução pode ser feita para aperfeiçoamento, Inutilidade do Visto, se remeter o processo para á
Fiscalização Sucessiva para acompanhamento da execução) ou ainda, considerar-se que não está sujeito
a fiscalização preventiva do Tribunal de Contas.
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4. Homologação da Declaração de conformidade9;
5. Recusa do Visto;
6. Declaração de Visto Tácito;
7. Arquivamento do processo10;
9
Os Processos Conclusos com proposta de Declaração de Conformidade, para além do Relatório
Sumário devem ir acompanhados da Declaração de Conformidade assinada pelo Director dos serviços
Técnicos.
10
O Despacho de Arquivamento é Proferido quando o Tribunal solicita Elementos Instrutórios ou
adicionais e a entidade pública não responde no prazo de 4 meses, deixando o processo sem qualquer
impulso por motivos não inerentes ao Tribunal.
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xxiv) Actos e Contratos de pessoal
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condições de proferir uma decisão com certeza e segurança jurídica
pois existem pontos a esclarecer, clarificar, ou que necessitam do
acompanhamento mais minucioso, assim o Juiz Relator ordena que a
Direcção dos Serviços Técnicos vá desmistificar o que está obscuro.
2. A Contadoria Geral Notifica o Director Técnico para que este:
a) Constitua a Equipa;
b) Credencie a Equipa Técnica;
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de qualidade e subsequente remessa à Contadoria Geral para autuar
como processo;
11
O prazo para o exercício do Contraditório não está fixado de forma expressa, mais uma vez que as
decisões da 1ª Câmara, devem ser impugnadas no prazo de quinze dias, cremos nos que de ser este o
prazo, salvo melhor opinião.
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14. Depois da emissão do Relatório Técnico Final, este é enviado,
juntamente com o processo à CG, que no acto da sua recepção, coloca
o termo de recebimento e conclusa o processo, emitindo o termo de
conclusão e de seguida remete o processo ao Gabinete do Juiz Relator;
15. O Juiz Relator analisa o Relatório Técnico Final e se o achar em
conformidade, Decide o Processo se não ordena a correcção necessária
para a decisão;
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II. FASE JURISDICIONAL
29
Não existe como espécie processual. Pretende-se (a 1.ª Câmara) que
venha a ser inserido na LOPTC.
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B. PROCESSO DE VERIFICAÇÃO INTERNA DE CONTAS12
(“PRESTAÇÃO DE CONTAS”) - apreciação e apuramento de contas
enviadas pelas entidades sujeitas à fiscalização do tribunal, apuramento de
responsabilidade financeira reintegratória por alcance culposo e de
responsabilidade financeira sancionatória (fundada em processo autónomo de
multa) ou aplicação de multa directa pelo juiz relator do processo, pela
ocorrência de infracção não financeira:
I. FASE DE INSTRUÇÃO/ADMINISTRATIVA
12
Não deve confundir-se o processo de responsabilidade reintegratória com a responsabilidade
reintegratória que decorre, quer da verificação interna de contas, quer da verificação externa de contas.
O dever de devolver ao erário (que está presente no conceito de responsabilidade financeira
reintegratória), o que lhe haja sido retirado ou que nunca lá tenha entrado, quando devia, por razões
mais graves ou mais leves, decorrentes de actos praticados pelos gestores de recursos públicos e que
constituem infracções financeiras, esse dever existe independentemente de o processo ser de
responsabilidade reintegratória ou de outra qualquer espécie processual que na LOPTC a isso obrigue,
tal é o caso do processo de fixação, por omissão de contas, por débito aos responsáveis. O débito
decorrente da verificação de contas tem de ser reintegrado, caso contrário o responsável pelas contas
nunca obterá a quitação delas. Nem por isso se poderá dizer que se está perante a espécie processual
denominada “processo de responsabilidade reintegratória”. Embora o intuito seja o mesmo, conduzir o
gestor responsável a devolver o que ao erário pertence, o legislador ordinário distinguiu no elenco de
espécies processuais, uma da outra, embora considere todas como conducentes à efectivação de
responsabilidade financeira. Do mesmo modo não deve confundir-se a responsabilidade financeira
sancionatória com o processo de multa, que quando se desencadeia pode ocorrer de forma autónoma –
o processo autónomo de multa – que só o é se não concorrer nenhuma das demais espécies processuais.
Contudo, em sede de mecanismos de verificação de contas, a responsabilidade financeira sancionatória
pode surgir de forma isolada ou conjuntamente com a responsabilidade financeira reintegratória, sem
que se esteja a colocar em causa, qualquer das espécies processuais objeto do presente manual.
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iii) A equipa técnica ou o técnico da Divisão correspondente,
depois de lhe ter sido distribuído o processo, analisa a
documentação, elabora um relatório síntese, conforme o
modelo de relatório síntese, em anexo ao presente manual, que
dele faz parte integrante;
viii) O Juiz relator ordena que seja dada vista ao Ministério Público;
32
Juiz relator, após o que apresenta os autos conclusos ao Juiz
relator, para que tome conhecimento da realização da
diligência;
xii) Por termo de juntada este é junto aos autos, que vão novamente
ao Relator para os despachar para a área emolumentar a fim de
confirmar o pagamento da multa;
xvi) Se ainda assim, o gestor não quiser pagar a multa, o Juiz relator
ordena que a multa seja paga em dobro;
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xviii) Quando a conta estiver “não em termos”, por apresentar
irregularidades que conformem infracções financeiras, o Juiz
relator deve mandar notificar o gestor principal para vir aos
autos exercer o contraditório;
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ii) Elaborado o requerimento inicial, e recebido pelo Escrivão, os
autos são conclusos ao Juiz relator para ordenar a notificação
do Demandado, para contestar, no prazo legal;
35
financeiras, previstas no n.º1 do artigo 29.º. - processo de
responsabilidade financeira reintegratória precedido de
auditoria, seguindo-se os termos da verificação externa de
contas, na fase jurisdicional. Haverá lugar aos dois tipos de
responsabilidade financeira num mesmo processo.
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C. PROCESSO DE RESPONSABILIDADE FINANCEIRA
REINTEGRATÓRIA - Apuramento de responsabilidade
financeira reintegratória (desvio de fundos, pagamentos indevidos,
não arrecadação de receitas e alcance doloso) + responsabilidade
financeira sancionatória.
I. FASE DE INSTRUÇÃO/ADMINISTRATIVA –
VERIFICAÇÃO EXTERNA DE CONTAS
Auditoria13, inquérito14.
13
Operação que permite observar o curso da gestão financeira e apurar a prática de infracções
financeiras de vária ordem, tanto pode incidir sobre actos, contratos e outros actos geradores de
despesas como sobre actividades, programas, projectos e acções. As auditorias podem ser financeiras
que se destinam a efectuar análises independentes para emissão de opiniões sobre o carácter fidedigno
das contas, dos resultados financeiros e da utilização dos recursos das entidades auditadas. Podem ser
de conformidade, procurando-se com elas determinar se são respeitadas as regras e princípios legais,
regulamentares e de conduta. Podem ser, também, de desempenho, consistindo no exame da eficiência,
economia e eficácia da actuação das entidades auditadas. Estas podem conduzir a recomendações, mas
também à efectivação de responsabilidades financeiras, por actos de má gestão, quando a lei assim o
preveja.
14
O inquérito é uma operação de verificação que tem lugar quando, apenas esteja em causa analisar e
perscrutar dados específicos que tenham ocorrido durante a gestão de certa entidade, gerando
procedimento por responsabilidade financeira, sempre que se apure a ocorrência de infracções
financeiras.
15
Deve evitar-se a sobreposição de tarefas. O auditor indicado não pode estar em mais do que uma
auditoria ou inquérito, simultaneamente. Só após terminar a auditoria para que tiver sido indicado
poderá participar noutra acção de auditoria ou inquérito. O plano de auditorias e inquéritos deve ser
elaborado de modo a evitar tal sobreposição.
37
iii) Uma vez realizado o trabalho de campo nas instalações da entidade
sujeita ou mantida a comunicação com esta via zoom, a equipa
recolhe ao Tribunal para proceder à análise de toda a
documentação obtida durante a visita de campo ou na troca de
comunicação via zoom e entrega de informação em pen drive;
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ix) Caso o Auditado não responda ao mandado de notificação ou caso
não se consiga notificar o Auditado por se encontrar em parte
incerta, o Juiz relator ordena que seja notificado por mais duas
vezes;
xiii) A publicação do edital corre durante três dias, após o que terá de
haver uma reacção por parte do Auditado. Caso não haja qualquer
reacção, os autos prosseguem a sua tramitação, em relação aos
demais Auditados;
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xvi) O requerimento e respectivos dados que o acompanhem são
enviados pela secretaria-geral ao gabinete do Presidente do
Tribunal que os manda encaminhar à 2.ª Câmara (procedimento
actual: os documentos são enviados por despacho da Presidente
do Tribunal ao Director dos Serviços Técnicos, que por sua vez os
envia à Contadoria-Geral, para que o Escrivão dos autos remeta
os documentos à autorização do Juiz relator, para que este, ordene
a sua junção aos autos. Uma vez ordenada a junção aos autos, o
Escrivão, sob termo de juntada insere-os nos autos e, sob termo de
conclusão remete-os ao Juiz relator16. Assim, vão os autos
novamente ao Juiz relator, para que este emita um despacho a
remeter à Equipa Técnica, os autos contendo o contraditório, para
efeitos da emissão de parecer técnico) . O Presidente da Câmara
envia ao Relator dos autos para que este emita um despacho
dirigido ao Director dos Serviços Técnicos a fim de que este envie
o requerimento e correspondentes dados endereçados ao Tribunal,
à Equipa Técnica da Direcção dos Serviços Técnicos, para emissão
do competente parecer, no prazo definido pelo Juiz relator.
16
Este procedimento tem-se revelado muito demorado, pelo que se impõe que o circuito seja
modificado, de modo a que os prazos não se alonguem, como tem acontecido, chegando os documentos
a demorar um mês ou mais até chegarem ao conhecimento do Juiz relator do processo.
40
compõem a Equipa, e é sujeito à aprovação ou não por meio de
uma Resolução da Câmara, submetida ao Plenário desta17;
xx) Os autos voltam ao Juiz relator com o Relatório final inserido por
termo de juntada e sob termo de conclusão, ficando no gabinete do
Juiz relator para a elaboração do projecto de resolução.
xxii) Uma vez aprovado o projecto de resolução pela Câmara, este passa
a resolução, devendo conforme a deliberação nela contida
responder ao que dispõe a Lei Orgânica e de Processo do Tribunal
de Contas sobre a sua remessa ao Ministério Público, para o início
do procedimento por responsabilidade financeira, caso a resolução
contenha infracções financeiras.
xxiii) Ademais deve ser dado conhecimento dessa remessa aos Auditados
ou Inquiridos, ao Presidente do Tribunal de Contas e ao Superior
Hierárquico dos Auditados ou Inquiridos;
17
Prevê-se que no novo regulamento da Câmara se acabe com a elaboração do relatório final, passando
a ser, apenas relatório e que este seja preparado e assinado pelo Juiz relator e o seu Adjunto, e por outro
lado, perspectiva-se que deixe de haver a aprovação de uma resolução da Câmara, bastando que o
relatório seja aprovado por aqueles dois Juízes Conselheiros. Apenas o processo irá ao Plenário da
Câmara, caso não haja acordo entre o Juiz relator e o seu Adjunto. A Equipa Técnica que proceda à
auditoria ou inquérito, deve, após o contraditório emitir um parecer que vai orientar a elaboração do
relatório, pelos Juízes. A ser assim, evitar-se-á os vários passos que hoje são dados e que fazem atrasar
o andamento dos autos.
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xxiv) Devem ser emitidos mandados de notificação, assinados pelo
Director dos Serviços Técnicos e as respectivas certidões, que
depois de assinadas pelos seus destinatários e pelo oficial de
diligências do Tribunal, devem ser, por termo de juntada inseridos
nos autos, que depois são remetidos ao Magistrado do Ministério
Público, para a elaboração do requerimento inicial;
FASE DE INSTRUÇÃO/ADMINISTRATIVA
ii) Tendo sido emitido o parecer, pela área técnica, esta vai a controlo
do Director dos Serviços Técnicos que, após validação, procede ao
envio do parecer ao Presidente da 2.ª Câmara para despacho a
ordenar o registo e autuação, pela Contadoria-Geral.
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iii) Depois de registado, autuado e capeado, o processo é enviado ao
Presidente da Câmara para ordenar a distribuição do processo a um
Juiz relator.
43
FASE JURISDICIONAL18
18
Para C e para C1.
44
vii) Os autos devem ir ao Ministério Público, por termo de vista, para
que este tome conhecimento do teor da contestação.
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xiv) Caso haja testemunhas que tenham sido arroladas pelos
Demandados, o procedimento é o que se referiu nas alíneas
anteriores vii), viii);
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D. PROCESSO AUTÓNOMO DE MULTA
iii) uma vez distribuídos, os autos sobem conclusos ao Juiz relator que
emite despacho para que seja notificado o gestor para esclarecer as
razões objectivas, que estiveram na base da prática da infracção,
dentro do prazo legal estabelecido;
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vi) os autos são enviados à Contadoria pelo Ministério Público após
este emitir a promoção, que uma vez inserta nos autos, estes são
remetidos ao Juiz relator, para conhecimento da promoção do
Ministério Público e para despachar no sentido de que sejam
desencadeados os termos, conforme a promoção do Ministério
Público; se esta for no sentido do prosseguimento da acção, os
autos são remetidos ao Ministério Público, para elaborar o
requerimento inicial;
viii) O novo Juiz relator ordena que o r.i. seja notificado ao gestor, para
que este pague voluntariamente o valor da multa e os emolumentos
devidos ao Tribunal de Contas ou conteste;
48
E. PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO
ORÇAMENTAL
49
vii) Recebido o contraditório proveniente do Minfin e dos
gestores que tenham sido notificados, pela Contadoria-geral,
este órgão remete o processo ao Relator, que autoriza a sua
junção aos autos, por termo de juntada aposto pelo Escrivão
do processo;
50
xi) O processo de multa ou o processo de responsabilidade
financeira reintegratória corre por apenso ao processo de
fiscalização de execução orçamental.
51
xvi) São admitidas de forma comum, a prova por inspecção 19, a
prova testemunhal20 e a prova documental21. A prova pericial
tem lugar quando o Tribunal entender que ela é necessária.
52
instâncias necessárias, com vista ao esclarecimento ou
completude das respostas;
53
G. PROCESSO DE FIXAÇÃO, POR OMISSÃO DE CONTAS,
DE DÉBITO AOS RESPONSÁVEIS
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i) Se as irregularidades decorrentes da verificação interna de
contas ou da verificação externa de contas evidenciarem
débito na conta de gestão, desencadeia-se um processo de
fixação por débito ao responsável;
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viii) Comprovados que sejam tais requisitos, e não havendo
qualquer dúvida quanto à existência do débito, o Juiz relator
elabora o correspondente acórdão, que submeterá ao
Plenário da 2.ª Câmara, para aprovação, onde se contenha a
deliberação de rejeição do conteúdo da contestação e a
condenação do responsável, para que no prazo de 15 dias
improrrogáveis proceda à devolução da quantia devida;
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xiv) As contas devem ser julgadas até ao fim do exercício
seguinte àquele em que tiverem de ser apresentadas;
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xix) O Juiz relator na posse do parecer, analisa os autos e ordena
que seja exercido o contraditório pelo gestor responsável da
entidade, pelo prazo máximo de até 20 dias ;
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documentação apresentada prove que as despesas foram
realizadas com a observância das normas legais e
regulamentares e demonstre ter havido boa e regular
aplicação dos recursos, sem prejuízo da multa pelo não
cumprimento do dever de apresentação das contas em
tempo devido;
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responsável, provar que, no prazo de 15 dias realizou o
pagamento correspondente ao débito que lhe tenha sido
imputado ou da multa processual que lhe tenha sido
aplicada;
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financeira, uma vez que a multa por infracção financeira
tem um processo próprio, o processo autónomo de multa;
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H. PROCESSO DE DECLARAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE
JULGAMENTO
iv) O Juiz relator ordena que seja dada vista ao Ministério Público, a fim
de que este órgão emita o seu parecer;
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da conta da entidade e a sua eventual responsabilização financeira, que
vai a vista dos Conselheiros da 2.ª Câmara, para efeitos de aprovação
em Plenário;
vi) Não sendo ordenada a realização de auditoria, o Juiz relator com base
nos dados fornecidos pelo relatório síntese da verificação de contas,
ordena que seja exercido o contraditório, no prazo que estipular;
vii) Uma vez exercido o contraditório, o Juiz relator ordena que seja junto
aos autos e profere despacho para que os autos sigam para o Ministério
Público, para que este órgão emita o competente parecer;
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I. PROCESSO DE RECURSO
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prazo de 20 (vinte) dias, como fazê-lo na altura em que o
recurso haja de subir.
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i) O relator pode reparar o despacho de não admissão e fazer
prosseguir o recurso;
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r) Elaborado o projecto de acórdão deve o relator declarar o
processo preparado para julgamento e, até oito dias antes da
sessão do Plenário do Tribunal de Contas, em que haja de
ser apreciado, ordenar a sua remessa, acompanhado do
respectivo projecto, à Direcção dos Serviços Técnicos, mais
propriamente ao Cartório judicial (Contadoria-Geral);
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z) A Contadoria emite certidão comprovativa de terem sido
notificados para a realização do pagamento e dos termos
para esse efeito;
bb) Uma vez que tenha sido pago o valor na totalidade, e por
juntada, os comprovativos tenham sido inseridos nos autos,
o escrivão “conclusa-os” ao relator, para que este mande dar
vista ao Ministério Público;
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b) Para o recurso ser admitido é preciso que estejam cumpridas determinadas
formalidades que devem ser verificadas pelo técnico da contadoria a quem
está encarregue do processo, nomeadamente:
o Ministério Público,
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d) Verificados todos os pressupostos, e sendo tempestivo, são juntos aos
autos os documentos submetidos para efeitos de impugnação e conclusos
os autos ao Juiz Relator, e este pode:
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j) De seguida os autos são remetidos a Contadoria Geral que extrai uma
cópia do processo das fls da interposição até a admissão ou as alegações
caso já as tenham efectuadas, regista e autua atribuindo um número de
recurso, e submete o processo à Chefe de Secção ou a Contadora Geral
para efectuar o sorteio electrónico, entre os Juízes Conselheiros da 1ª
Câmara que não intervieram como Adjuntos nos autos;
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Cópia do Despacho de deferimento/indeferimento
Cópia da Notificação da Decisão
Cópia do Termo de Recebimento
Cópia da Termo de Juntada
Ofício que remete a alegações
Termo de Conclusão
Acórdão de revisão da decisão
Contrato sobre qual incidiu a decisão
Termo de Notificação da decisão dirigido ao Ministério Público
Guia (notificação de Cobrança) de Cobrança
Termo de Vista ao Ministério Público
Comprovativo da Notificação da decisão a Entidade Pública Contratante
Ofício que submete o comprovativo de pagamento dos emolumentos devidos,
seguido do anexo
Ofício da Área Emolumentos solicitar a confirmação do pagamento
Ofício do Cofre que confirma o pagamento
Proposta de Arquivamento
Termo de Conclusão
Despacho de Arquivamento
Termo de Notificação da decisão dirigido ao Ministério Público.
72
5. FISCALIZAÇÃO CONCOMITANTE - PROCEDIMENTOS
Assim, nas linhas que se seguem alinha-se como deve tramitar-se, em sede de
fiscalização concomitante, tendo em atenção as espécies processuais que se lhe
aplicam: o processo de responsabilidade financeira reintegratória, o processo de
fiscalização da execução orçamental e o processo autónomo de multa.
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Desde logo, este tipo de fiscalização implica que haja acesso directo e em
tempo real aos dados que constituem objecto de análise e verificação. É uma condição
sem a qual falar-se em fiscalização concomitante representa uma falácia. Não estando
o Tribunal de Contas a trabalhar com essas condições de acesso, o que se detalhará
situa-se no plano do que se pretende e não da realidade existente.
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vi) A coordenação da Equipa Técnica é uma competência do Juiz relator,
que na sua escolha atende a critérios relacionados com a natureza e a
complexidade da fiscalização;
23
Por estes dizeres pode aquilatar-se que os procedimentos contidos no regulamento não colocam a
fiscalização concomitante, como um acontecimento em tempo real, pois se assim fosse, não seria
necessário essa comunicação, pois o acesso seria imediato, durante o período de execução do contrato,
acto ou qualquer outro instrumento de despesa, o que permitiria que a entidade antes de ser fiscalizada
já pudesse estar sob a mira do Tribunal, com a informação à vista e disponível.
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xiii) Após essa avaliação, pela Equipa Técnica, o processo é enviado ao
Juiz relator para apreciação;
xiv) O Juiz relator, uma vez que esteja na posse desse relato, ordena que
seja exercido o contraditório, pelos interessados, até ao máximo de 20
(vinte) dias;
xv) Cabe à entidade, que vai formular o contraditório, enviar os dados que
entender com o fim de justificar as irregularidades que lhe são
apontadas no relato;
xvii) Tendo recebido o contraditório, o Juiz relator manda que este seja
junto ao autos e de seguida ordena que sigam os autos à Equipa
Técnica, para que emita o parecer sobre o conteúdo do contraditório;
xviii) Após a emissão do parecer da Equipa Técnica e uma vez este remetido
ao Juiz relator, para ver a conformidade do conteúdos de ambos os
documentos, caso não subsistam quaisquer dúvidas ao Juiz relator
sobre o que está e o que não está justificado, pela entidade, ordena que
a Equipa Técnica emita o competente relatório24;
xix) Cabe à Equipa Técnica elaborar um relatório que espelhe com a maior
veracidade e fiabilidade a situação em que foi encontrada a entidade;
24
Este formato será, certamente alterado, caso se acabe com a aprovação de relatórios, por resolução e
passe a atribuir-se ao Relator e ao Relator adjunto a responsabilidade pela sua elaboração e assinatura.
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xxi) Depois de o relatório ser entranhado nos autos, o Juiz relator ordena
que seja dada vista aos Conselheiros da Câmara, após o que ordena que
seja dada vista dos autos ao Ministério Público junto do Tribunal, para
que emita parecer, no prazo de cinco dias úteis;
xxii) O Ministério Público no seu parecer deve referir se existe matéria para
a suspensão dos actos ou dos contratos, deve ainda mencionar quais os
que estão em observação e finalmente dizer se há lugar ou não ao
apuramento de responsabilidades;
25
Prevê-se na alteração a que for sujeito o regulamento da fiscalização concomitante, por razões de
celeridade, à semelhança do que tenciona fazer-se com o regulamento interno da 2.ª Câmara, deixe de
haver a emissão de resoluções aprovadas pela Câmara correspondente, mas tão somente a elaboração
do relatório pelo Juiz relator e o seu adjunto, apenas devendo ser submetido à Câmara o relatório que
não tenha sido consensual entre estes dois Juízes.
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xxvii) Embora o actual regulamento26 indique que o relatório deve ser dado a
conhecer à entidades mencionadas no artigo 25.º, há que seguir o que
dispõe a Lei n.º13/10, de 9 de Julho, que no seu artigo 84.º determina,
que o Juiz relator deve ordenar a remessa dos autos ao Ministério
Público e dar conhecimento dessa remessa ao Presidente do tribunal de
Contas, ao interessado e ao respectivo superior hierárquico;
xxxiv) Esta decisão transita em julgado nos 15 dias seguintes, após ter sido
proferida e notificada ao Ministério Público e à entidade sujeita;
26
O regulamento por ser norma de hierarquia inferior em relação à lei não pode contrariá-la, nem dizer
mais do que a lei, devendo ser esta sempre a prevalecer. Por isso se atribuiu a designação de
regulamento, porque visa regulamentar aquele diploma de hierarquia superior.
78
valor que corresponda a emolumentos, pelo gestor ou gestores
responsáveis;
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As demais alíneas (de xxii) a xxxv) aplicam-se de forma integral à 2.ª
Câmara. O mesmo se diga em relação à fase jurisdicional, que tramita conforme o que
se deixou dito em 5.1.2.
27
A citação e a notificação (ainda que) avulsa, conforme se dispõe no artigo 229.º do
Código de Processo Civil, não podem efectuar-se sem preceder despacho que as
ordene.
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É efectuado pelo Oficial de Diligências ou por escriturário (em razão
das necessidades de serviço ou se o Juiz relator o determinar) quando disser
respeito a serviço externo, mediante mandado.
A citação pode ser: a) directa (na própria pessoa visada) – art.º233.º do
C. P. Civ., b) em pessoa diversa, da casa ou de vizinho – art.º235.º, n.º3 e
967.º do C.P. Civ., c) indirecta (na pessoa de empregado de pessoa colectiva
ou de sociedade) – art.º234.º do C.P. Civ., d) pessoal – por afixaçãoo de nota –
art.º240.º, n.º3 do C.P. Civ., por carta registada com aviso de recepção –
art.º244.º do C. P. Civ., e) postal (ausentes em parte incerta e herdeiros ou
representantes de pessoa falecida) – art.s 248.º e 251, n.º1 do C. P. Civ., f)
edital (incertos) – art.º251.º do C. P. Civ.
A citação feita em auto ou acta é imediata.
A citação feita ao Ministério Público é feita no prazo de dois dias, a
contar do recebimento do processo – art.º166.º, n.º1 do C. P. Civ.
As restantes de serviço externo são feitas no prazo de cinco dias a
contar da entrega do mandado – art.º167.º, n.º2 do C.P. Civ., mesmo ao
domingo, em dias feriados ou em férias – art.º143.º, n.º1, dias em que o prazo
corre – art.º144.º e 145.º, n.ºs 1 e 2 do C.P. Civ.
A citação não pode efectuar-se: no dia do casamento do citando, do
falecimento do seu cônjuge, pai, mãe ou filho, nem nos oito dias seguintes –
art.º231.º, n.º1 do C.P. Civ. Nem no dia da morte de qualquer outro ascendente
ou descendente, irmão ou afim nos mesmos graus – art.ºs 1578.º e seguintes
do C. Civ., nem nos três dias seguintes – art.º231.º, n.º2 do C.P. Civ.
A certidão de citação é assinada pelo citado salvo se efectuada em auto
ou acta em que intervenha o Juiz, caso em que é dispensável – art.º164.º do C.
P. Civ.
Mas se a pessoa que tiver de assinar a certidão não quiser, não souber
ou não puder assinar e o Juiz não intervier, ou quando o funcionário
encarregado da citação não conheça o citado ou a pessoa em quem se fez a
citação – art.º243.º, n.º do C.P. Civ., e esta não exibir o bilhete de identidade,
devem intervir duas testemunhas que a conheçam, as quais assinarão a
certidão, se souberem e puderem – art.º232.º do C.P. Civ., sendo devidamente
identificadas pelos nomes, estados, profissões e moradas.
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d) Cota – termo habitualmente usado para o registo de uma ocorrência, como
fazer constar do processo a expedição de ofícios ou de avisos, bem como a de
cartas aos mandatários, a confiança do processo, etc.
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k) Guia de cobrança – documento emitido pela área emolumentar do Tribunal
de Contas, dirigida às entidades sujeitas, para que efectuem o pagamento de
custas processuais, multas e outros encargos;
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s) Relatório Síntese – documento que é emitido, em sede de verificação interna
de contas, que espelha o estado da conta da entidade sujeita, relativa a cada
exercício financeiro;
w) Termo de vista – acto de secretaria em que o Escrivão leva aos autos aos
Juízes Conselheiros e/ou ao Ministério Público, para os analisarem e emitirem
o correspondente visto ou, no caso do Ministério Público, a correspondente
promoção; este acto deve ser lavrado independentemente de despacho ou
ordem, sempre que determinado por lei. A promoção é dada em três dias,
salvo se houver outro prazo fixado por lei ou por despacho do Juiz relator.
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