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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE MOÇAMBIQUE

Curso: C&A, Fin e CP&A 2º Ano/ 2º Semestre


Disciplina: Finanças Públicas 2° TESTE Data: 8 de Novembro de 2023
Duração: 90
Minutos

Parte – I Perguntas de desenvolvimento (10 Valores)

1. Estabeleça a diferença entre receitas públicas e despesas públicas e descreva igualmente as fases de
realização, tanto das despesas, assim como das receitas. (4.0 Valores)

R:A diferença entre as receitas públicas e despesas públicas reside no facto de as despesas públicas fazer
menção a todas as saídas de recursos, desembolsos, dispêndios que ficam a cargo de uma entidade pública,
seja para ocorrer aos compromissos da dívida pública, seja para atender às necessidades dos serviços
públicos criados no interesse e beneficio da colectividade, seja para acrescer bens ao domínio público ou
patrimonial, enquanto que as receitas públicas são todos os recursos monetários, seja qual for a sua fonte
ou natureza, postos à disposição do Estado, com ressalva daquelas em que o Estado seja mero depositário
temporário. Segue-se no quadro abaixo a descrição detalhada e separada das despesas e receitas públicas:

Fases da realização da despesa pública Fases da execução da receita pública


Fixação: representa a 1ª fase e consiste no processo de Previsão: corresponde a 1ª fase e consiste no
registo dos limites da despesa aprovadas pela Lei que processo de estimativa de quanto se espera
aprova o Plano Económico e Social e Orçamento do arrecadar durante o exercício económico;
Estado (PESOE);
Cabimento: representa a 2ª fase e consiste no acto Lançamento: corresponde a 2ª fase e
administrativo de verificação, registo e cativo do valor consiste na verificação da ocorrência do facto
do encargo a assumir pelo Estado de forma parcial ou gerador da obrigação correspondente;
total;
Liquidação – A Liquidação da Despesa representa a 3ª Liquidação: corresponde a 3ª fase
fase da despesa pública e consiste no acto de verificação compreende o cálculo do montante da receita
do direito adquirido pelo credor e apuramento do valor devida e identificação do respectivo sujeito
que efectivamente há a pagar, tendo como base os passivo;
documentos comprovativos do respectivo crédito.
Pagamento – O Pagamento da Despesa representa a 4ª Cobrança corresponde a 4ª fase e consiste na
fase da despesa pública e significa a entrega de uma acção de cobrar, ou tomar posse da receita
importância em dinheiro ao titular do documento de
despesa.
Recolha corresponde a 5ª fase consiste na
entrega ao Tesouro Público do montante da
receita cobrada.

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2. Explique a essência do controlo/fiscalização orçamental e descreva os fiscalizadores do orçamento em
Moçambique e o tipo de fiscalização que cada um realiza. (2.0 Valores)
R: A essência do controlo/fiscalização orçamental é de assegurar que a execução do orçamento
não sofra desvios, facto que permite o cumprimento dos objectivos e estratégias definidas no
orçamento, bem como evitar o desperdício, assim como a má utilização dos dinheiros públicos.
3. A classificação orçamental da despesa compreende 6 critérios. Apresente-os e explique dois à sua
escolha. (4.0 Valores)
R:A classificação orçamental da despesa pública compreende os seguintes critérios:

 Económico: classifica a despesa em correntes e de investimentos, pelo seu carácter


económico e segundo os conceitos da contabilidade Nacional;

 Orgânica: classifica as despesas por órgão da Administração Publica com responsabilidades


na execução orçamental;

 Territorial: evidencia a afectação de recursos segundo a divisão territorial do país;

 Programática: evidencia o conjunto de subprogramas que configuram um determinado


programa e que se subdividem em projectos e actividades, de carácter plurianual, que
concorrem, de forma articulada e complementar, para a concretização dos objectivos da
Estratégia Nacional

 Funcional: identifica as despesas de acordo com a natureza das funções exercidas pelo
Estado, como é o caso da defesa, saúde, educação, segurança e por ai em diante, obedecendo
os critérios das Nações Unidas.

Parte – II
Assinale nas opções abaixo com “V” as verdadeiras e “F” as falsas (10 Valores)
1. Sobre as alterações orçamentais é correcto afirmar que compete a Assembleia da República
aprovar as alterações orçamentais, decorrente das alterações dos limites globais fixados no
orçamento, assim como as alterações orçamentais que não afectam os limites acima
mencionados. F
2. A execução orçamental consiste no conjunto de actos e operações praticados com vista à
cobrança das receitas e realização das despesas, sendo que no âmbito desta execução o governo
deverá obedecer o princípio da utilização mais racional possível das dotações orçamentais
aprovadas e o da melhor gestão da tesouraria.V
3. Sobre a regra da publicidade é correcto afirmar que a publicação do orçamento permite a
concretização política das receitas e despesas e por outro lado, da o conhecimento formal à
administração pública do conteúdo da autorização, para além de que é com o publicidade do
orçamento que os cidadãos tomam o conhecimento do mesmo, O que lhes permite controlar e
criticar a natureza e execução do mesmo.
4. Sobre os dois tipos de orçamentos abordados é correcto afirmar que o de gerência faz a previsão
das receitas que o estado irá cobrar e as despesas à pagar dentro de um período financeiro.
Trata-se em verdade da previsão de receitas e despesas na sua fase inicial de créditos e dívidas.
5. Em termos de vantagens, o orçamento de exercício é aplaudido por oferecer a previsão do
montante das receitas à cobrar e das despesas à realizar em cada ano, sendo que em termos de
funções, este tipo de orçamento faz a previsão das receitas à cobrar e das despesas a realizar em
virtude dos créditos e das dívidas que irão surgir ao seu favor durante o período financeiro.
6. O plano quinquenal do governo, o CFMP, assim como a orçamentação anual de recursos e a sua
execução são alguns elementos que configuram o processo orçamental mais amplo.

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7. O tribunal administrativo é um dos órgãos do Estado que intervém na fase de encerramento das
contas em Moçambique, sendo que esse processo insere-se no processo orçamental mais estrito
que tem haver com a orçamentação e execução anul das despesas.
8. Em qualquer pais do mundo, o processo orçamental e da respectiva execução envolve sempre
três dimensões, nomeadamente, política, económica e técnico-administrativo, sendo que a
preparação da proposta de lei é da dimensão política.
9. Quanto à afectação do orçamento público as despesas classificam-se em orcanmentais e extra-
orçamentais sendo que as últimas (extra-orçamentais) não integram o orçamento do Estado, mas
que a captação das mesmas dependem da autorização legislativa para que haja um melhor
controlo das receitas capitadas.
10. As despesas que se traduzem numa diminuição do património monetário estadual, quer se trate
em despesas de consumo, assim como em bens duradouro que sempre implicam uma saída
definitiva de recursos de tesouro são denominadas despesas não-efectivas.
11. Quanto à classificação económica da receita os donativos não consignados à projectos, taxas de
portagens, recursos recebidos, IRPS, assim como as rendas de casas são exemplos de receitas
correntes.
12. Ainda sobre a classificação da receita é correcto afirmar que as receitas provenientes da
alienação de bens, receitas de donativos, assim como de fundos de empréstimos ou receitas
recebidas de pessoas do direito público ou privado para atender despesas classificais em
despesas de capitais sob forma de recursos financeiros provenientes de dívidas, recursos
recebidos, alienação de bens constituem receitas de capitais.
13. Os donativos consignados à projectos, alienação do património estadual, fundos de empréstimos
externos, assim como internos, são ambos exemplos de despesas de capitais.
14. As taxas, impostos, salários não reclamados, cauções, operações de créditos, assim como as
transferências correntes e de capitais, são ambos receitas orçamentais, que são aquelas que
foram previstas na lei e que a captação das mesmas depende da autorização legislativa através
da aprovação da lei orçamental.
15. As receitas extra-orçamentarias são as que não integram o orçamento público, sendo por isso
que a execução das mesmas também não se vincula a execução do orçamento público e
tampouco constitui renda do Estado. As cauções, finanças, salários não reclamados, assim como
depósitos de terceiros são exemplos destes tipos de receitas.
16. É correcto afirmar que a classificação orçamental segundo o critério de fontes de recursos
permite o registo das receitas segundo à divisão territorial.
17. A regra de anualidade diz que o orçamento tem a duração anual, o que implica a aprovação
anual do orçamento pelo parlamento e uma execução também anual do orçamento pela
administração pública.
18. A regra de anualidade também pode ser visto na perspectiva político e económico, sendo que na
primeira, a anualidade assegura que o controlo exercido pelo parlamento sobre a gestão dos
dinheiros públicos seja feita com uma certa regularidade, sendo na económica, o ano apresenta-
se como um óptimo período para a realização dos cálculos económicos de gestão corrente dos
fundos públicos.
19. A regra de universalidade impõe que todas as receitas e todas as despesas devem ser inscrito no
orçamento. O da unidade por sua vez, impõe que o orçamento deverá constituir um único
documento. Estas duas regras visam essencialmente evitar que escape a autorização política das
receitas e despesas na fase da previsão, assim como o controlo político e administrativo na fase
de execução, assim como a responsabilização judicial e/ou parlamentar na fase de prestação de
contas.
20. As duas regras anteriormente referidas conferem igualmente uma maior abrangência,
racionalidade e transparência ao orçamento, o que permite maior controlo político.

Bom trabalho

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