1. Tipos de Orçamentos
O orçamento da gerência é aquele em que se prevêem as receitas que o Estado irá cobrar e as
despesas que irá pagar durante o período financeiro. É uma previsão de receitas e despesas na sua
fase terminal das cobranças e de pagamentos.
O orçamento do exercício é aquele em que se prevêem as receitas que o Estado irá cobrar e as
despesas que irá pagar em virtude dos créditos e das dívidas que irão surgir a seu favor e contra si
durante o período financeiro. É uma previsão das receitas e de despesas na sua fase inicial de
créditos e de dívidas.
Exemplos:
1) Podemos prever que em 2012 irá surgir a favor do Estado um crédito de impostos de 100,00 mil
de MT, mas que alguns contribuintes, por várias razões, não paguem impostos nesse ano, que
haja nas cobranças uma falha de 5,00 mil de MT. Sendo assim, inscrever-se-á no orçamento de
exercício de 2012 a receita de 100,00 mil de MT, que é a receita resultante de crédito a surgir
para o Estado nesse ano; e inscrever-se-á no orçamento de gerência de 2012 a receita de 95,00
mil de MT, que e a receita a cobrar nesse ano pelo Estado.
2) De igual modo, podemos prever que em 2012 irá nascer contra o Estado uma dívida de 150,00
mil de MT, devido ao contrato de empreitada para construção de uma infra-estrutura (ponte ou
estrada) mas que o Estado só tenha a pagar 75,00 mil de MT em 2012, por que a construção da
ponte ou da estrada demora dois anos.
O empreiteiro receberá metade do preço em cada um dos anos. Nessa altura, inscrever-se-á num
orçamento de exercício de 2012 a despesa de 150,00 mil de MT que e a despesas resultante da
Vantagem - O orçamento do exercício tem a vantagem de nos elucidar sobre a situação financeira
do Estado.
Desvantagem - Como nem todos os créditos serão cobrados, nem todas as dívidas serão pagas até
ao fim do ano, o orçamento do exercício não nos diz qual virá a ser durante o período a situação da
caixa do Estado, ou seja, a situação do Tesouro Público.
Vantagem - o orçamento da gerência oferece a previsão do montante das receitas a cobrar e das
despesas a pagar em cada ano.
O Processo Orçamental vem evoluindo a muitos anos e esta evolução deve-se, entre outros factores,
às mudanças operadas nos sistemas políticos, nas teorias económicas, as abordagens de gestão
orçamental, os princípios contabilísticos e na conduta da administração pública. O processo
orçamental compreende um conjunto complexo de fazes, que não tem necessariamente um carácter
sequencial.
O PO deve ainda ser visto como um processo contínuo, não se limitando a cada ano económico. Por
outras palavras, não é um processo que se esgota no próprio ano económico, mas que tem
continuidade ao longo do tempo.
a) Um PO mais amplo, com uma dimensão temporal mais vasta, que inclui não só a
orçamentação anual de recursos e a sua execução, mas também o estabelecimento de
b) Um PO mais estrito, que tem apenas a ver com a orçamentação e execução anual das receitas
e das despesas, e que se repete todos anos. (Ex: PES, OE ect)
Estes dois processos não são independentes entre si, o 1º engloba e determina o 2º, mas também,
por sua vez, influenciado por este.
Estes programas implicam, necessariamente, uma priorização de sectores e áreas, de acordo com as
politicas seleccionadas e as metas e os objectivos.
Os programas terão então, que ter uma expressão anual. A orçamentação anual dos recursos – de
acordo com as metas, os objectivos e os programas – e sua execução constitui a terceira fase do PO
(em sentido lato).
Por último, segue-se a quarta fase de monitoria e avaliação do orçamento executado, dos programas
financeiros e das metas, de forma a garantir a necessária transparência, eficácia e eficiência de todo
o processo.
Esta avaliação servirá, de base para a revisão dos objectivos, metas, politicas e programas do
governo. O acompanhamento e avaliação dos programas e do orçamento, por ex., deverão ser
realizados de forma permanente, e não apenas a posteriori, de forma a permitir a introdução de
correcções a medida que vão sendo implementados.
Monitoria e Desenvolvimento de
Avaliação (PES, Programas de curto,
Balanços, etc.) medio e longo prazo
(CFMP, PQG, PARPA)
Execução do Elaboração do
Orçamento Orçamento
Este processo orçamental que tem apenas a ver com a orçamentação e execução anual das receitas
e das despesas, e que se repete todos os anos. Este, engloba cinco fases, sendo a primeira a da
elaboração da proposta de lei orçamental, a segunda a apresentação e aprovação pela Assembleia
da República. Depois de aprovada segue a terceira fase que a de execução e no fim do ano
económico procede-se ao encerramento das contas e que depois são fiscalizadas, compreendendo
assim, a quarta e quinta fase.
Direcção Nacional da
EXECUÇÃO E ALTERAÇÃO DO Contabilidade Pública;
Direcções Provinciais do Plano e
ORÇAMENTO
Finanças e;
Autoridade Tributária.
Direcção Nacional da
ENCERRAMENTO DAS CONTAS
Contabilidade Pública
Direcções Provinciais do Plano e
Finanças
Autoridade Tributária
Tribunal Administrativo
CONTROLO E FISCALIZAÇÃO Inspecção-geral das Finanças
Inspecções Gerais Sectoriais
Do artigo acima exposto podemos perceber que no nosso país a elaboração do orçamento é da
competência exclusiva do Governo, ou seja, a proposta do orçamento vem do Governo, órgão este
que submete a Assembleia da República em forma de proposta de orçamento, para a posterior
aprovação.
Isto quer significar que, o montante e tipo de receitas e despesas a inscrever no orçamento deverão
estar de acordo a política do governo e o momento económico, político e social que se vive no país.
2 – Uma vez aprovadas pelo órgão competente da instituição proponente, as diferentes propostas
de orçamento são enviadas à Direcção Nacional do Plano e Orçamento (DNPO);
Como pode-se observar, o orçamento influencia e é influenciado pela economia. A principal fonte
de financiamento do orçamento – as receitas fiscais – dependentes largamente da actividade
económica e do rendimento dos agentes económicos (famílias e empresas).
Objectivos e Quadro
Prioridades Politicas Macroeconómico
Plurianual
Fixação dos Saldos Orçamentais e
Limite das Despesa Total
APRESENTAÇÃO À ASSEMBLEIA
DA REPÚBLICA
O Governo deve submeter anualmente para apreciação e votação do Parlamento a sua proposta de
Orçamento do Estado sob a forma de proposta de Lei.
Para além dos itens acima, também o Governo apresenta a Assembleia da República a proposta do
OE com todos elementos necessários a justificação da política orçamental, nomeadamente:
A AR delibera sobre a proposta do OE até o dia 15 de Dez de cada ano.(Art. 25, Lei 9/2002)
Pode haver atraso na aprovação do orçamento, por necessidade de reformulação do orçamento por
este ter sido rejeitado na Assembleia da República, caso em que o Governo deverá voltar a
apresentar, no prazo de 90 dias, uma nova proposta de orçamento para respectivo ano económico.
4. Despesas Públicas
Abordadas como o emprego de uma soma em dinheiro, gasto de conta do Estado por agente do
sector público administrativo e tendente à promoção de bens de interesse público, ou seja, para
satisfação de necessidades públicas colectivas.
A natureza da despesa pública num Estado moderno é, assim, crucial para compreensão do conteúdo
das actividades financeiras e a sua importância na concretização das políticas financeiras do Estado.
Assim sendo, distingue-se três elementos dentro da noção de despesa (o tipo de operação, o sujeito
e o fim da operação):
Um nível reduzido de despesa pública significa que serão necessárias menos receitas públicas para
obter o equilíbrio das contas públicas, o que significa também menos impostos e uma maior
contribuição para estimular o crescimento e o emprego.
A despesa publica também é naturalmente uma variável chave no que diz respeito à sustentabilidade
das finanças púbicas.
São todas as saídas de recursos, desembolsos, dispêndios que ficam a cargo de uma entidade
pública, seja para ocorrer aos compromissos da dívida pública, seja para atender às necessidades
dos serviços públicos criados no interesse e beneficio da colectividade, seja para acrescer bens ao
domínio público ou patrimonial;
É todo o dispêndio de recursos financeiros, seja qual for a sua proveniência ou natureza, gastos pelo
Estado, com ressalva daqueles em que o beneficiário se encontra obrigado à reposição dos mesmos
(art.: 15, nr. 1, Lei nr. 09/02, de 12 de Fevereiro).
Económico;
Orgânico;
Funcional;
Territorial.
Nesta categoria inclui-se os gastos com obras de conservação e adaptação de imóveis bem como
gastos de manutenção de equipamentos diversos.
Nesta rubrica inclui-se a aquisição de instalações para realização de actividades públicas, aumento
do capital de empresas que não sejam de carácter comercial ou financeiro. Inclui-se, também
despesas em medicamentos.
Este assume um papel central na classificação das despesas, já que permite ou facilita:
O classificador funcional, por sua vez, identifica as despesas de acordo com a natureza das funções
exercidas pelo Estado (defesa, saúde, educação, segurança, etc.), obedecendo aos critérios das
Nações Unidas.
Este classificador, permite julgar a orientação que o governo da aos recursos de que dispõe para
satisfazer necessidades colectivas, avaliar as opções tomadas em momentos diferentes e efectuar
comparações internacionais.
Evidencia a afectação de recursos segundo a divisão territorial do Pais. Ele assume uma especial
importância na avaliação das metas do governo e do esforço financeiro por este realizar ao nível do
desenvolvimento das diferentes regiões do país.
Despesas Extra-orçamentais – são aquelas que não integram o orçamento do Estado e que não
dependem da autorização legislativa.
7. Receita Pública
Constituem receita pública todos os recursos monetários, seja qual for a sua fonte ou natureza,
postos à disposição do Estado, com ressalva daquelas em que o Estado seja mero depositário
temporário.
Nenhuma receita pode ser estabelecida, inscrita no Orçamento do Estado ou cobrada senão em
virtude de lei e, ainda que estabelecidas por lei, as receitas só podem ser cobradas se estiverem
previstas no Orçamento do Estado aprovado.
Económico;
Classe “4” que inclui as contas representativas dos recursos auferidos na gestão a serem
consideradas no apuramento do resultado do exercício, tendo características de contas de resultado,
desdobradas nas categorias económicas de Receitas Correntes e de Receitas de Capital:
Os códigos das contas de receitas iniciam-se com o número 4, sendo que os demais dígitos
correspondem à Classificação Económica da Receita. Exemplo:
Classe - Receita
Sub-elemento - ---
Permite o registo das receitas segundo a divisão territorial do país (Central, Provincial, Distrital).
Tem como objectivo identificar a origem dos recursos financeiros, permitindo a sua gestão a nível
de programação e execução do Orçamento do Estado, e está estruturado em três níveis.
Grupo das Fontes de Recursos que identifica o trânsito dos recursos pelo Tesouro Nacional.
Sub-grupo das Fontes de Recursos que identifica o detalhe do Grupo por tipo de origem de recursos.
01 – Recurso Fiscal
02 – Recurso Não Fiscal
03 – Recurso Consignado
04 – Recurso Oriundo de Reembolso de Acordo de Retrocessão
05 – Recurso Oriundo de Alívio da Dívida — HIPC
11 – Recurso Próprio
2x – Donativos Internos
3x – Donativos Externos
4x – Créditos Internos
5x – Créditos Externos
6x – Acordos
Identifica a Fonte de Financiamento, sendo que 000000000 identifica a fonte de financiamento “Não
Detalhada”.
As Receitas Patrimoniais – podem derivar do Património do Estado, do seu domínio Rural, das
explorações industriais e comerciais de utilidade pública.
a) Património Mobiliário
O Estado tem quase sempre um património mobiliário, uma certeira de títulos constituída por acções
e obrigações de bancos e companhias.
ii) O Estado também adquire acções para participar na gestão das empresas privadas,
constituindo o que se chama Sociedades de economia mista. Isto porque nelas se combina
interesses públicos e privados. Com acções em mão, o Estado penetrar às assembleias Gerais
e consegue fazer-se eleger para o Conselho de Administração, a par dos outros accionistas
privados.
As Sociedades de economia mista, desempenham um papel de relevo nas economias em
desenvolvimento, onde os mercados são pequenos, por isso maior o risco das empresas:
b) Domínio Rural
O Estado, não só possui património mobiliário, mas também tem um património de domínio rural
(Resultante das Nacionalizações após a Independência, explorações florestais tais como os Parques,
Reservas, etc.)
Em qualquer caso, porem, as receitas patrimoniais resultam de preços lucrativos, isto e, de preços
superiores ao custo de produção.
Temos taxas sempre que os preços são inferiores ou iguais aos custos;
As taxas são cobradas pela utilização bens semipúblicos, isto é, de bens públicos que satisfazem
necessidades individuais.
Assim, cobram-se taxas nas escolas secundárias e superiores, nos tribunais, nos cartórios, nas
conservatórias, etc.
A cobrança de taxas, pode ter em vista, a repartição do custo pelos utentes e a limitação da procura
do serviço.
Se a procura é inelástica, ou não é superior à oferta ao preço zero (0), a finalidade das taxas só
pode ser a repartição do custo;
Se a procura é elástica e superior à oferta ao preço zero (0), as taxas podem ter qualquer finalidade:
ou a limitação da procura, ou a repartição do custo.
Dado que as taxas, sendo preço, limitam sempre a procura, quando esta é elástica: e sendo receitas,
cobrem sempre uma parte ou totalidade do custo do serviço.
O montante das taxas vai depender, portanto, da finalidade que o Estado deseja alcançar:
Ex: Serviços da administração da Justiça – interessa que os Tribunais só sejam utilizados quando
haja razões serias para eles intervirem na definição do direito; isto e, interessa evitar que se vá aos
tribunais, como autor ou como réu, por qualquer motivo fútil.
a) Elementos do imposto
Noção do imposto
O imposto define-se como sendo uma prestação pecuniária, coactiva e unilateral, sem carácter de
sanção, exigida pelos Estado com vista à realização de fins públicos.
Sem o carácter de sanção- o imposto não tem natureza de penalidade, como a multa.
Logo podemos distinguir as principais diferenças entre imposto e taxa (a taxa também é prestação
pecuniária, é prestação coactiva, mas já não é prestação unilateral), uma vez que ao seu pagamento
corresponde a contraprestação de um serviço por parte do Estado.
Encontramos impostos que o Estado cobra apenas para obter receitas: são os impostos fiscais;
Encontramos impostos que o Estado cobra para simultaneamente obter receitas e atingir outras
finalidades, ou só para atingir essas finalidades: são os impostos extrafiscais.
Assim, quando o Estado exige direitos alfandegários com vista a proteger determinada industria, a
sua finalidade não é conseguir recursos, mas satisfazer as necessidades colectivas de que aquela
industria seja preservada da concorrência estrangeira. Aqui temos a finalidade extrafiscal da
tributação.
As receitas não efectivas - queremos nos referir as receitas proveniente dos empréstimos e
donativos. Visto quase todas receitas não efectivas serem derivadas do recurso ao crédito.
O Recurso ao Crédito:
a) Défice da Tesouraria;
b) Défice Orçamental;
c) Esterilização de poder de compra.
Haverá dias em que afluam para os cofres públicos receitas superiores, outros em que afluam
receitas inferiores, aos pagamentos que nesses dias se tem de efectuar.
Dai que o tesouro passa encontrar-se, em determinada altura, com fundos insuficientes para ocorrer
aos pagamentos. Quando tal acontece, há que encontrar receitas e isso só poderá ser feito através
do crédito de prazo muito reduzido, dado que trata-se de um défice passageiro, transitório,
proveniente da falta de sincronização entre a entrada de receitas e saída de despesas.
2) Cobertura do défice orçamental- isto é, do excesso das despesas efectivas sobre as receitas
efectivas. Quando o orçamento apresenta um défice, é por meio de receitas não efectivas, e
geralmente por meio de empréstimos, que se terá de preencher a diferença.
Nesta situação, como o défice foi previsto, tem de presumir-se que os empréstimos contraídos para
lhe fazer face não poderão ser reembolsados dentro do período financeiro. Só poderão ser nos
períodos financeiros subsequentes.
Quando o Estado contrai empréstimos para cobrir o défice orçamental, recorre ao crédito de médio
e longo prazo.
Visando este empréstimo a redução do poder de compra, o Estado se encontra inibido de utilizar o
seu produto na cobertura de despesas. Tem de o manter em saldo, até que as circunstâncias se
modifiquem a ponto de ser aconselhada a política contraria – a política do fomento do poder de
compra
Anulação da Receita
Em função da adopção do regime de caixa utilizado para o registo da receita pública, a restituição
da receita arrecadada indevidamente, quando ocorra no respectivo exercício da sua arrecadação,
deve ser efectuada nesse exercício, mediante anulação do valor na rubrica orçamental respectiva.
Dívida activa
Constituem dívida activa - os valores relativos a contribuições e impostos e demais créditos fiscais
do Estado liquidados e não cobrados dentro do exercício financeiro de origem, sendo incorporados
pela contabilidade pública, em conta própria, findo o exercício.
Ajuda Externa – são os fluxos de poupança de não-residentes de um determinado Pais para o outro.
(Castelo Branco N: 1994:23-24).
Estes fluxos incluem normalmente empréstimos com condições de reembolso concessionais (baixas
taxas de juros e períodos de graça e de reembolso prolongado), donativos em espécie ou monetários.
A Ajuda Externa é normalmente canalizada por pais (bilaterais), por agências multilaterais
especializadas tais como:
- Banco Mundial;
Ela pode ser destinada ao apoio da balança de pagamentos ou ligada a empreendimentos específicos.
De acordo com Todaro (1997, citado por Mreira S. 2005:45) classifica a ajuda ligada por fonte ou
por projecto:
Ajuda ligada por fonte – significa que os donativos e os empréstimos devem ser gastos na
compra de bens e servicos do país doador;
Ajuda ligada por projecto – traduz a obrigatoriedade de os fundos serem aplicados em
projectos específicos do país doador.
A 1ª - pode implicar a oferta de bens e serviços mais dispendiosos, enquanto a 2ª pode implicar um
projecto menos prioritário. Assim sendo, a ajuda externa não ligada seria aquela que não impõe
estas condições ao receptor.
A ideia subjacente a ajuda externa - é que esta tem influencia positiva estimulando o
desenvolvimento económico e social dos países receptores, financiando investimentos não cobertos
9.3 Donativos
O argumento humanitário sugere que os Países de alto rendimento consideram que o bem-estar deve
ser extensivo aos restantes Países, por isso, contribuem com ajuda externa para a redistribuição
internacional da renda.
Sabe-se porem que as motivações da ajuda externa se estendem para além deste argumento,
podendo estar incorporado a defesa de interesses económicos, políticos e militares dos doadores.
Assim sendo a ideia de que a ajuda externa exerce um impacto positivo no crescimento económico
dos países receptores é aceite mas, em certos círculos, com algumas reservas.
a) Quanto ao Lugar
Interno – Os contraídos dentro do próprio Pais; (subscritos quase na sua totalidade por
habitantes do próprio Estado e com capitais nele existentes);
Externo – Os contraídos fora do Pais; (subscritos quase na sua totalidade por habitantes e
capitais de outros Estados).
1. Perpétuos – Aqueles que o Estado contrai obrigando-se a pagar um certo juro anual, mas não
a proceder o reembolso.
Umas vezes, e até quase sempre, o Estado fica com a faculdade de efectuar o reembolso quando
quiser (temos os empréstimos perpétuos remíveis); Outras vezes, o Estado não goza da faculdade
de realizar o reembolso (temos os empréstimos perpétuos irremíveis).
Os empréstimos perpétuos são sempre titulados, isto é, representados em títulos de crédito; ora estes
são negociáveis, podem transacionar-se todos os dias na Bolsa.
São títulos que incorporam a promessa de pagar um determinado juro, e que, portanto, têm valor
venal. Ora, vendendo, negociando os títulos, os possuidores realizam os seus créditos.
2. Empréstimos Temporários
Durante o exercício financeiro, o poder executivo pode solicitar ao legislativo o acréscimo das
dotações orçamentárias. Esses acréscimos, quando autorizados pelo legislativo, serão, então,
adicionados ao orçamento corrente. Por isso, tais adições chamam-se de créditos adicionais.
Por se tratar de aumento de despesa do orçamento corrente, cada solicitação de crédito adicional
deve ser acompanhada da fonte de recursos. A lei orçamental anual pode incluir autorização para
abertura de créditos adicionais até determinado montante, a fim de tornar mais rápido a gestão
orçamental e financeira.
Créditos suplementares;
Créditos especiais;
Créditos extraordinários.
Créditos suplementares - destinam-se a reforçar uma dotação já existente no orçamento do
exercício financeiro corrente. A sua vigência acompanha a do orçamento em vigor. São abertos por
decreto, mas autorizados por lei. A lei que autoriza determinado crédito suplementar é uma única,
porém vários decretos podem abrir, por parcelas, o crédito autorizado.
Os créditos especiais se destinam a financiar programas novos, que não possuem dotação
específica no orçamento em vigor. A sua vigência acompanha a do orçamento em vigor, excepto se
abertos nos últimos quatro meses do ano, caso em que serão reabertos no orçamento do próximo
ano no limite dos seus saldos remanescentes.
Igualmente aos créditos suplementares, são autorizados por lei e abertos por decreto. A autorização,
em geral, pode constar na própria lei que criou o programa a ser financiado pelo crédito especial.
Quando aberto este tipo de crédito adicional, o governo tem a obrigação de informar imediatamente
a Assembleia da Republica, justificando as causas de tal procedimento.
A vigência dos créditos extraordinários cessa em 31 de dezembro do ano de sua abertura, salvo se
abertos nos últimos quatro meses do ano, caso em que sua vigência se estende até o término do
exercício subsequente ou até quando cessarem as causas que justificaram o crédito extraordinário.