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Auditoria Externa:

É a auditoria realizada por uma entidade externa e independente da


entidade auditada, tendo por objetivo, por um lado, emitir um parecer sobre
as contas, a situação econômica e financeira, a legalidade, a regularidade
das operações, a gestão e, por outro, a elaboração dos relatórios
correspondentes.
 O Artigo 84, XXIV da CF, estabelece que é atribuição privada do
Presidente da Republica “prestar anualmente, ao Congresso Nacional,
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
contas referentes ao exercício anterior.”
 A tarefa de apreciar as contas prestadas anualmente pelo Chefe do
Poder Executivo representa uma Função Consultiva do Tribunal de
Contas.
 O Artigo 71, da CF, o controle externo, a cargo do Congresso
Nacional, será exercido com o auxilio do Tribunal de Contas da União.
 Tribunal de Contas a tarefa de exercer o controle externo da
Administração Pública, auxiliando, dessa forma, o Poder Legislativo. É
importante que o auxílio não possa ser confundido com órgão
subordinado ou órgão auxiliar que também pressupõe subordinação.
 O Tribunal de Contas é órgão de controle externo com autonomia
administrativa e financeira e não tem nenhuma subordinação com
outros órgãos ou Poderes da Administração.
 Campo da iniciativa privada é disciplinado em âmbito nacional pelo
Conselho Federal de Contabilidade.
 Estabelece normas e procedimentos para o parecer do auditor
independente no limite da análise das demonstrações contábeis
(Resolução no 820/97, que aprovou a NBC T-11)
 A Auditoria Externa não tem nenhum vínculo com a organização
auditada; é estranha à estrutura administrativa da entidade
contratante.
 Finalidades precípuas a emissão de um parecer final sobre as contas
da instituição (Auditoria Interna – revisão e avaliação dos sistemas
de controle interno tão somente).

Principais Características da Auditoria Externa:


 Agente: Auditor Externo (Contratado);
 Ação: Garantia da fidedignidade das demonstrações contábeis;
 Atividade: Prevenção e percepção de fraude e verificação das
ocorrências para as quais foi contratado;
 Execução dos Trabalhos: Relevância das cifras constantes nas
demonstrações contábeis;
 Grau de Independência: Em princípio, maior em relação à alta
gerência do que a interna; total em relação aos demais níveis;
 Áreas Cobertas pelo Exame: De acordo com a contratação;
 Destinação dos Trabalhos: Acionistas, Credores, Sociedade e
demais interessados.
De acordo com a Constituição Federal, o processo de prestação de
contas ocorre da seguinte forma:
RESPONSÁVEL TAREFA PRAZO
Chefe do Poder
60 Dias após abertura
Executivo (Presidente Prestação de Contas
da sessão legislativa
da República)
60 Dias do
Tribunal de Contas Parecer Prévio
recebimento
Comissão Mista de
Deputados e Parecer Nada Costa
Senadores
Congresso Nacional Julgamento Nada Costa

Aspectos Constitucionais do Controle Externo:


 Os Artigos 70 a 73 da CF de 88, que tratam da fiscalização contábil,
financeira e orçamentária.
 Artigo 70, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração
direta e indireta, quando à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

O parecer prévio emitido pelo Tribunal de Contas deve


compreender:
 Uma abordagem macro da Administração (cumprimento da
legislação);
 Demonstrar o cumprimento dos programas de governo de acordo
com metas previstas no plano plurianual;
 A análise do resultado financeiro e orçamentário da gestão.

Parecer Prévio X Julgamento das prestações de contas dos


ordenados de despesas.
 O parecer prévio sobre as contas do Chefe de Poder Executivo não
vincula o Tribunal ao mesmo resultado quando da análise das
prestações de contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiro publico.
 Função Judicante do Tribunal de Contas que tem natureza técnico-
adminstrativa e não produz efeitos de coisa julgada no âmbito
judicial.
 O Julgamento das Contas deve se ativer as questões de ordem
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
enfocar aspectos quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas.
 Wurnam (2005, p.23) “não é o órgão ou entidade que tem suas
contas julgadas, mas sim aqueles agentes públicos que os
integram e figuram como ‘responsáveis’ no processo de Tomada de
Contas ou Prestação de Contas.”
Aspectos Constitucionais do Controle Externo:
Termologias que devem ser analisadas para entender a profundidade dos
procedimentos da fiscalização. Wurnam (2005, p.14-16)
 Contábil: verificar, por meio de registros e documentos, se os
balanços e demonstrativos contábeis dos órgãos e entidades da
administração pública refletem as variações econimicas-financeiras
do seu patrimônio, bem como o resultado financeiro do exercício, em
conformidade com os princípios da contabilidade pública.
 Financeira: relativa a receita e despesas incorridas, ou seja,
entradas e saídas de recursos públicos.
 Orçamentária: relativo ao controle de execução orçamentária, nos
termos do Artigo 75 da lei N° 4.320/64.
 Operacional: atinente ao atingimento das metas e resultados
(desempenho), em relação aos recursos materiais, humanos e
tecnológicos, bem como às providências tomadas para o
aprimoramento da gestão como um todo.
 Patrimonial: guarda e conservação de bens, bem como demais
acréscimos ou diminuições nos elementos do ativo e passivo da
entidade.

Aspectos da Fiscalização:
 Legalidade: trata-se do princípio basilar da Administração Pública,
pelo qual o administrador, em nome do interesse público, só pode
fazer o que a lei permite (ao contrário do particular, que pode fazer
tudo que a lei não proíbe)
 Legitimidade: trata-se de uma questão de mérito, ou seja, não
basta que o ato praticado seja legal, pois deve ser também legítimo,
moral, no sentido de visar o alcance de finalidade pública prioritária
(caracteriza um desvio de finalidade).
 Economicidade: trata-se de outra questão de mérito, que
transcende a mera legalidade, envolvendo o exame da relação custo-
benefício de determinada despesa.
 Aplicações das Subvenções: nos termos do Artigo 12, §3°da Lei N°
4.330/64, consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as
transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades
beneficiadas.
 Renúncia de Receitas: trata-se do exame das políticas de isenções
tributárias e demais estímulos ou incentivos fiscais concedidos a
determinadas empresas em prol do desenvolvimento socioeconômico
de determinada região.
 Obrigação de Prestar Contas: decorre de uma responsabilidade
que tenha sido delegada, presumindo-se a existência de duas partes:
Uma que delega a responsabilidade e Outra que aceita, com o
atendimento de relatar a forma pela qual tenha sido executada.
Tomada de Contas: É o levantamento preparado pelo servidor de
contabilidade analítica de um órgão da administração direta, segundo
normas e procedimentos preestabelecidos e sob a forma de processo, sobre
os atos e fatos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial sob a
responsabilidade de um ou mais agentes responsáveis, num determinado
exercício ou período de gestão.

Prestação de Contas: é o processo organizado por um agente responsável


por receitas ou despesas públicas ou pelo órgão de contabilidade analítica
de uma entidade da administração indireta, inclusive Fundação instituída
pelo poder público, relativamente aos atos de gestão praticados pelos seus
dirigentes.

Tomada de Contas Especial: será instaurada sempre que constatado que


o agente responsável por atos de gestão ou guarda de bens ou valores
públicos não prestou contas dentro do prazo regulamentar, bem como
quando existirem evidências de desfalque, desvio de bens ou de outra
irregularidade que acarrete prejuízo ao Erário.
Nas três formas de apresentação de contas, o gestor deve observar a
disciplina estabelecida pelo Tribunal de Contas a que esteja jurisdicionado,
inclusive quanto aos prazos de encaminhamentos sob pena de
responsabilidade.
Importante anotar que o prestador de contas, definido pelo inciso II do
Artigo 71 CF/88, como administradores e responsáveis. (é o servidor
público enquadrado na legislação como Ordenador de Despesas)

Ordenador de Despesas: o decreto-lei no 200/67, Artigo 80, o ordenador


de despesas é “toda e qualquer autoridade de cujos atos resultem emissão
do empenho, autorização de pagamento, suprimento ou dispêndio de
recursos.”

Tribunais de Contas: os diversos Tribunais de Contas tem como função


fundamental realizar a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial dos órgãos federativos e federados da
Administração Pública direta e indireta, estando sujeitas a esta fiscalização
as empresas públicas e sociedades de economia mista.
Em suma o Tribunal de Contas é órgão de deliberação colegiada, composto
de Ministros (no âmbito federal) ou de Conselheiros (no âmbito estadual ou
municipal). A organização interna varia de acordo com o Tribunal a quem
compete à elaboração do seu Regimento Interno, diploma no qual fica
definida sua organização interna.
Atribuições Constitucionais do Tribunal de Contas:

FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DE
N° ATRIBUIÇÃO
1988
Julgar as contas dos administradores e demais
1 responsáveis por dinheiro, bens e valores Artigo 33, §2° e Artigo 71, II
públicos
Fiscalizar as aplicações de subvenções e a
2 Artigo 70
renúncia de receitas
Apreciar as contas anuais do presidente da
3 Artigo 71, I
República
Apreciar a legalidade dos atos de admissão de
4 pessoal e de concessão de aposentadorias, Artigo 71, III
reformas e pensões

Realizar inspeções e auditorias por iniciativa


5 própria ou por solicitação do Congresso Artigo 71, IV
Nacional

Os Quatro Tipos Principais de Processos:

FUNÇÃO PROCESSOS
Registro Contratação de Aposentadorias
Parecer Contas do Governo
Julgamento Contas dos Administradores
Fiscalização Atos e Contratos

Principais Diferenças entre Auditoria Interna e a Externa:

 Auditoria Interna: é executada por empregado da organização ou


empresa auditada. Portanto, é realizada por profissionais que
possuem uma independência relativa. É oportuno ressaltar que tem
sido comum a terceirização dos serviços de auditoria interna.
Objetiva atender às necessidades e aos interesses da administração.
Logo a extensão (escopo) dos seus trabalhos será sempre definida
em função dos anseios da alta direção.
O auditor direciona seus exames para a identificação de erros e
fraudes.
O auditor interno possui uma independência relativa, pois na sua
qualidade de empregado da empresa auditada, ele somente deve ser
independente em relação às atividades e às pessoas cujo trabalho
está sob escopo do seu exame, devendo subordinar-se às
necessidades e aos interesses da administração.
As áreas da empresa auditada são continuamente revisadas. A
periodicidade é definida pela administração.

 Auditoria Externa: o profissional que realiza não possui qualquer


vinculo empregatício nem relação com a empresa auditada. Os
Objetivos fundamentais são atender às necessidades de terceiros
interessados pela empresa auditada, notadamente os acionistas que
nela estão investidos capital, no que tange a adequação das
informações contábeis, bem como atender aos objetivos da
administração.
O auditor deve planejar seus trabalhos de modo a identificar erros e
fraudes que ocasionem efeitos relevantes nas demonstrações
contábeis.
O auditor externo deve ser independente em relação a empresa
auditada, não podendo ser influenciado por fatores estranhos, por
preconceitos materiais ou afetivos que resultem em perda, efetiva ou
aparente, de sua independência.
As informações comprobatórias das demonstrações contábeis são
auditadas periodicamente, geralmente em base anual.

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