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Aula 04

Câmara de Belo Horizonte-MG -


Conhecimentos de Direito Público I
(Parte de Administração Pública) - 2023
(Pós-Edital)

Autor:
Antonio Daud

06 de Janeiro de 2024

13603023609 - Laira Viana Meireles


Antonio Daud
Aula 04

Índice
1) Consórcios Públicos - Lei nº 11.107/2005
..............................................................................................................................................................................................3

2) Questões Comentadas - Consórcios Públicos - Lei nº 11.107/2005 - Bancas Selecionadas


..............................................................................................................................................................................................
17

3) Lista de Questões - Consórcios Públicos - Lei nº 11.107/2005 - Bancas Selecionadas


..............................................................................................................................................................................................
65

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Antonio Daud
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INTRODUÇÃO
Olá amigos!

Nesta aula, daremos atenção especial aos consórcios públicos, criados a partir da Lei 11.107/2005.

O tema não é comum em provas, como vocês perceberão pela reduzida quantidade de questões
comentadas, mas considero importante ficarmos atentos às principais regras aplicáveis.

O assunto pode ser exigido tanto dentro de “contratos administrativos”, na medida em que o consórcio
possui natureza contratual, mas também dentro de “organização administrativa”, uma vez que o consórcio
possui personalidade jurídica própria.

Avante!

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CONSÓRCIOS PÚBLICOS
Os consórcios públicos surgiram do raciocínio de que, em algumas situações, os entes federativos deveriam
estabelecer relações de cooperação entre si para conseguirem prestar melhores serviços.

Exemplos: Dois municípios vizinhos, por exemplo, poderiam se consorciar para


otimizarem a prestação de serviços de limpeza urbana. O Distrito Federal poderia se
consorciar com o Estado de Goiás, por exemplo, para prestar melhores serviços públicos
na região do “entorno do DF”. A União, o estado do Rio de Janeiro e o município do Rio
de janeiro se consorciaram para viabilizar a realização das Olimpíadas de 2016.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro1 define os consórcios públicos como sendo

Associações formadas por pessoas jurídicas políticas (União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios), com personalidade de direito público ou de direito privado, criadas mediante
autorização legislativa, para (..)

Os consórcios públicos foram criados com o advento da Lei 11.107/2005, que dispõe sobre normas gerais
de “contratação” de consórcios públicos. Por serem normas gerais, são de observância por todos os entes
políticos (U, E/DF, M), podendo dizermos que é norma de âmbito nacional.

A Lei 11.107/2005 foi editada com fundamento no disposto no art. 241 da Constituição2 e, posteriormente,
foi regulamentada pelo Decreto 6.017/2007, que irá nos trazer uma série de detalhes importantes para fins
de prova.

Mas você havia dito que “consórcios públicos” é tópico que pode estar dentro do tema
Organização Administrativa?

Sim, e a razão é simples: a lei de consórcios públicos previu que, caso o consórcio seja de direito público, a
pessoa jurídica do consórcio “integra a administração indireta de todos os entes da Federação
consorciados”. Na verdade, veremos que parte da doutrina 3 entende que os consórcios públicos de direito
privado também devem integrar a Administração Pública, o que reforça a importância do tema dentro de
“organização administrativa”.

1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 16471
2
CF, art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços,
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
3
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 16430

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Feita esta breve contextualização vamos estudar exatamente o que seriam estes consórcios e suas principais
características, assim como fizemos com as demais entidades da Administração.

Natureza Jurídica
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

O Decreto 6.107/2007, que regulamenta a Lei 11.107/2005, definiu consórcios públicos como sendo a (art.
2º, I):

pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei no


11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a
realização de objetivos de interesse comum (..);

A partir deste trecho da definição, já podemos extrair importantes características dos consórcios públicos:

personalidade jurídica própria

Consórcio formada exclusivamente por entes


Público da federação

relações de cooperação federativa

É importante reforçar que uma das principais características do consórcio público é a participação exclusiva
de entes federados. Somente pessoas políticas fazem parte do consórcio público!

No consórcio público não se admitem pessoas administrativas (como autarquias ou fundações), muito
menos entes privados.

Prosseguindo no mesmo dispositivo do Decreto 6.107/2007 (art. 2º, I), temos que o consórcio público poderá
ser constituído

(..) como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza
autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos

Em resumo:

de direito PÚBLICO associação pública


Consórcio Público
associação civil
de direito PRIVADO
(sem fins econômicos)

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Apesar de ter personalidade jurídica própria, a Lei 11.107/2005 conferiu aos consórcios públicos natureza
de contrato:

Lei 11.107/2005, art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração
dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções.

Apesar desta natureza contratual, a Lei exigiu uma série de procedimentos para a constituição dos
consórcios, estudados no próximo tópico.

Criação e Extinção do consórcio


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

A partir da leitura dos arts. 3º a 6º da Lei 11.107/2005, chegamos à seguinte sequência de procedimentos:

Ratificação Caso seja


(total ou consórcio com
Publicação do parcial) do
PJ de direito
Subscrição do protocolo de protocolo de Celebração do privado:
protocolo de intenções na intenções por contrato atendimento
intenções imprensa meio de lei das disposições
oficial (editada por
da legislação
cada um dos
consorciados) civil

Reparem que tudo se inicia com o protocolo de intenções4 a ser assinado (subscrito) pelos entes
interessados em se consorciarem.

Na sequência, o protocolo de intenções que acabou de ser subscrito deve ser publicado na imprensa oficial,
para que seja dado conhecimento público a respeito.

Além de subscrito pelo Poder Executivo de cada ente federativo, é necessário que também o Poder
Legislativo de cada ente aprove a celebração do contrato. Esta ratificação se dá por meio de lei, que pode
aprovar integralmente o protocolo de intenções ou, até mesmo, parcialmente (chamada de aprovação com
reserva).

4
Decreto 6.017/2007, art. 2º, III - protocolo de intenções: contrato preliminar que, ratificado pelos
entes da Federação interessados, converte-se em contrato de consórcio público;

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Percebam que, se tivermos um consórcio a ser formado por cinco municípios, por exemplo, cada uma das
respectivas Câmaras de Vereadores terá que editar uma lei nesse sentido. Isto é, serão necessárias leis dos
5 municípios, cada uma ratificando a atuação do seu Executivo.

Esta ratificação legislativa fica dispensada, quando houver prévia autorização legal para a participação no
consórcio.

Mas reparem que, prévia ou posteriormente, é indispensável a autorização legislativa.

Após o Poder Executivo ter celebrado o protocolo de intenções, ter sido publicado na imprensa oficial, o
Legislativo ter ratificado, finalmente será celebrado o contrato que dará origem ao consórcio público.

Notem que o “nascimento” do consórcio público poderá se dar de duas formas, a depender da sua
personalidade jurídica:

Lei 11.107/2005, art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:

I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis
de ratificação do protocolo de intenções;

II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.

Portanto, tratando-se de consórcio público de direito privado, a personalidade jurídica não é adquirida com
o simples início da vigência das leis de ratificação. São necessárias providências adicionais, no sentido de
promover o registro civil daquela associação, nos termos do art. 45 do Código Civil 5.

Portanto:

Personalidade Jurídica Constituição Início da personalidade


de direito público Associação Pública Com a vigência da lei de ratificação
Com a inscrição de seus atos constitutivos
de direito privado Associação Civil
no respectivo registro

Quanto à extinção do consórcio, esta não poderá ocorrer de forma tácita, pois depende da aprovação pela
assembleia-geral do consórcio (enquanto instância máxima do consórcio público) e, ainda, da aprovação
mediante lei, editada por cada um dos entes consorciados (art. 12).

5
CCB, art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do
ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

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Para finalizar este tópico, ressalto que a Lei 11.107/2005 determinou a aplicação subsidiária das normas que
regem as associações civis aos consórcios públicos:

Lei 11.107/2005, art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e funcionamento
dos consórcios públicos serão disciplinados pela legislação que rege as associações civis.

Regime Jurídico
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Como já havíamos adiantado, poderemos ter consórcios públicos de direito público ou de direito privado.

Sendo de direito público, os consórcios assumirão a forma de associação pública e seguirão o mesmo regime
==2d1902==

das autarquias. Na verdade, tal espécie é chamada de autarquia consorcial:

Código Civil, art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: (..)

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

Sendo de direito privado, o consórcio tem a natureza de associação civil e, portanto, segue regime de direito
privado, exceto naquilo que este for derrogado pelas normas de direito público. Portanto, estaremos diante
de regime jurídico híbrido.

A Lei 11.107/2005, com redação dada pela Lei 13.822/2019, lista os assuntos nos quais o direito público
derrogou as normas de direito privado aplicáveis aos consórcios públicos de direito privado:

Lei 11.107/2005, art. 6º, § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito
público ou privado, observará as normas de direito público no que concerne à realização
de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943

Além disso, a Lei 11.107 conferiu vários privilégios ao consórcio público, estudados mais adiante.

----

A Lei 11.107 prevê, ainda, de modo expresso, os consórcios com personalidade de direito público integrarão
a administração indireta de todos os entes da federação:

Lei 11.107/2005, art. 6º, § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito
público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

No entanto, como já havíamos adiantado, a lei nada mencionou a este respeito quanto aos consórcios com
personalidade jurídica de direito privado.

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Apesar do silêncio legal, boa parte da doutrina entende que os consórcios públicos de direito privado
pertencem sim à Administração Pública. Nesse sentido, é lapidar a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro6

Embora o artigo 6º só faça essa previsão com relação aos consórcios constituídos como
pessoas jurídicas de direito público, é evidente que o mesmo ocorrerá com os que tenham
personalidade de direito privado.

Não há como uma pessoa jurídica política (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
instituir pessoa jurídica administrativa para desempenhar atividades próprias do ente
instituidor e deixá-la fora do âmbito de atuação do Estado (..)

Todos os entes criados pelo Poder Público para o desempenho de funções administrativas
do Estado têm que integrar a Administração Pública (..)

Participantes do consórcio
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Os consórcios públicos são celebrados apenas entre entes federados, sejam Municípios, Estados/DF e a
União.

Agora, não poderá existir consórcio público constituído unicamente pela União e municípios:

Lei 11.107/2005, art. 1º, § 2º A União somente participará de consórcios públicos em que
também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios
consorciados.

Também não pode haver consórcio público celebrado entre um estado e município de outro estado.

Por outro lado, como o Distrito Federal acumula competências de Estado e de Município, ele poderá celebrar
consórcios públicos com municípios:

Lei 11.107/2005, art. 4º, §1º, I – dos Municípios, quando o consórcio público for constituído
somente por Municípios ou por um Estado e Municípios com territórios nele contidos;

II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, quando o consórcio público for,
respectivamente, constituído por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o
Distrito Federal;

III – (VETADO)

6
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 16431

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IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito
Federal e os Municípios; e

Em síntese:

Entes consorciados Observação


Apenas Municípios -
Município(s) + DF -
Município não pode celebrar consórcio com Estado
Município(s) + Estado
diferente daquele no qual seu território se encontra
União + Estado + No consórcio celebrado entre a União e Município(s), é
Município obrigatória a participação do Estado respectivo

Estas regras foram cobradas na questão abaixo:

FCC/ TCE-CE – Técnico de Controle Externo (adaptada)


É possível, nos termos da lei, a criação de consórcio público entre Estado e Municípios de outros Estados,
sem a participação destes últimos.
Gabarito (errada)

Representante legal
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

O representante legal do consórcio público obrigatoriamente deverá ser eleito entre os Chefes do Poder
Executivo dos entes da Federação consorciados:

Lei 11.107/2005, art. 4º, VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante
legal do consórcio público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de
ente da Federação consorciado;

Adiante veremos que é a figura do representante legal do consórcio (Prefeito, Governador ou Presidente da
República) que irá determinar a sujeição do consórcio ao controle exercido pelo Tribunal de Contas.

Controle
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Enquanto entidade da Administração Pública, o consórcio está sujeito à fiscalização exercida pelo tribunal
de contas.

Mas aí surge uma dúvida.

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Se tivermos um consórcio público formado pelo Estado de Goiás e pelo Distrito Federal, por
exemplo, qual Tribunal de Contas será competente para fiscalizar o consórcio?

A resposta está no seguinte dispositivo:

Lei 11.107/2005, art. 9º, parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização
contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas competente para apreciar as
contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à
legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de
receitas, sem prejuízo do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos
contratos de rateio.

Portanto, se o representante legal do consórcio for o Governador do DF, o Tribunal de Contas do DF é quem
será competente para fiscalizar a atuação do consórcio. Se o representante legal deste Consórcio for o
Presidente da República, será o TCU a Corte de Contas competente para fiscalizar o consórcio.

Pessoal
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Após a alteração promovida na Lei 11.107 em maio de 2019, passamos a ter aqui uma importante exceção.

Agora, seja consórcio público com personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, o pessoal
será regido pela CLT:

Lei 11.107/2005, art. 6º, § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito
público ou privado, observará as normas de direito público no que concerne à realização
de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943

Reparem, portanto, que mesmo o consórcio sob regime de direito público não terá seu pessoal regido por
estatuto – mas pela CLT.

Em ambos os casos, a legislação deixa clara a obrigatoriedade de realização de concurso público para
admissão.

Além do pessoal próprio do consórcio, os entes consorciados poderão ceder servidores ao consórcio:

Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe


servidores, na forma e condições da legislação de cada um.

Tal cessão independe de previsão em contrato de rateio.

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Contratação do consórcio
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Seja de direito público ou privado, o consórcio público pode ser contratado diretamente pela Administração
Direta ou Indireta dos entes federativos consorciados, isto é, dispensada a licitação:

Lei 11.107/2005, art. 2º, III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes
da Federação consorciados, dispensada a licitação.

Vejam a questão abaixo a este respeito:

FCC/ TCE-CE – Técnico de Controle Externo (adaptada)


Todo consórcio, de direito público ou de direito privado, pode ser contratado diretamente, com dispensa de
licitação, pela Administração direta ou indireta dos entes consorciados.
Gabarito (correta)

Atos e Contratos
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA

Seja de direito público ou de direito privado, os consórcios públicos são obrigados a realizar licitações e seus
contratos são regidos pelo regime de direito público (contratos administrativos).

Aproveito para destacar que, em relação aos consórcios de direito privado, esta conclusão decorre da
seguinte disposição legal:

Lei 11.107/2005, art. 6º, § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito
público ou privado, observará as normas de direito público no que concerne à realização
de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943

A necessidade de realização de licitação e a natureza dos contratos foram características cobradas na


questão abaixo:

FGV/ PGM – Niterói- Procurador do Município (adaptada)


Os consórcios públicos de direito privado devem observar as normas de direito público no que concerne à
realização de licitações, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regida
pela CLT.
Gabarito (correto)

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Em relação às licitações promovidas pelo consórcio público, é importante destacar um benefício que a
legislação confere a elas, possibilitando a duplicação ou triplicação dos limites de valor para as modalidades
licitatórias de Concorrência, Tomada de Preços e Convite:

Lei 8.666/1993, art. 23, § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos
valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da
Federação, e o triplo, quando formado por maior número.

Contrato de rateio
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

O contrato de rateio consiste no único instrumento pelo qual cada ente público aporta recursos financeiros
ao consórcio:

Decreto 6.014/2007, art. 2º, VII - contrato de rateio: contrato por meio do qual os entes
consorciados comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a realização das
despesas do consórcio público;

Art. 13. Os entes consorciados somente entregarão recursos financeiros ao consórcio


público mediante contrato de rateio.

Segundo Di Pietro o contrato de rateio constitui

Instrumento mediante o qual os entes consorciados entregarão recursos ao consórcio


público. Esses recursos devem ser devidamente previstos na lei orçamentária de cada
consorciado, sob pena de exclusão do consórcio, após prévia suspensão (§5º do art. 8º), e
sob pena de improbidade administrativa

A este respeito, veja a questão abaixo:

FCC/ PGE-MT – Procurador do Estado (adaptada)


É denominado contrato de rateio o ajuste celebrado, em cada exercício financeiro, entre entes participantes
de consórcio público, para fins de alocação de recursos necessários ao desempenho das atividades do
consórcio.
Gabarito (correta)

É importante frisar que é apenas por meio do contrato de rateio que os entes públicos poderão destinar
recursos ao consórcio.

O contrato de rateio é anual, devendo ser formalizado a cada exercício financeiro e os recursos provenientes
deverão estar previstos no orçamento:

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Decreto 6.014/2007, art. 13, § 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício
financeiro, com observância da legislação orçamentária e financeira do ente consorciado
contratante e depende da previsão de recursos orçamentários que suportem o pagamento
das obrigações contratadas.

Duas importantes observações quanto aos recursos destinados ao contrato de rateio.

1) Fiscalização

Estudamos, acima, que a fiscalização do consórcio público é realizada pelo Tribunal de Contas a que se
submete seu representante legal. Portanto, um único Tribunal de Contas irá fiscalizar as contas do consórcio.

No entanto, em relação ao contrato de rateio (que aporta recursos ao consórcio) a situação será diferente.
Cada Tribunal de Contas detém competência para fiscalizar o contrato de rateio do respectivo ente político7.

Tome o seguinte exemplo: um consórcio público entre a União, o município de Goiânia e


o Estado de Goiás. Considerando que o representante deste Consórcio é o governador de
Goiás, as contas do consórcio serão fiscalizadas pelo Tribunal de Contas do Estado de
Goiás.
Neste caso, o Tribunal de Contas da União e o Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás
não terão competência para fiscalizar a aplicação dos recursos pelo consórcio.
No entanto, cada um destes Tribunais de Contas poderá fiscalizar o contrato de rateio de
cada ente, quando ao aporte de recursos para o consórcio.

2) Ato de Improbidade Administrativa

A Lei de improbidade administrativa afirma que é ato de improbidade administrativa celebrar contrato de
rateio sem a existência de recursos orçamentários para tanto:

Lei 8.429/1992, art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário (..)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação


orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

7
Lei 11.107/2005, art. 9º, parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil,
operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder
Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à legalidade, legitimidade e economicidade
das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle externo a ser
exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.

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No mesmo sentido o Decreto 6.017, que regulamentou a lei dos consórcios públicos:

Decreto 6.017/2007, art. 13, § 2º Constitui ato de improbidade administrativa, nos termos
do disposto no art. 10, inciso XV, da Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, celebrar contrato
de rateio sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades
previstas em Lei.

Para finalizar este tópico, destaco uma importante regra quanto à vigência do contrato de rateio.

O artigo 8º da Lei 11.107/2005 prevê que, em regra, o prazo de vigência do contrato de rateio não será
superior ao de vigência das dotações que o suportam, exceto em duas situações:

Contratos de rateio que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em


programas e ações contemplados em plano plurianual.

Gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros preços públicos

Aproveito para destacar a alteração promovida em maio de 2019 na Lei 11.107, acrescendo o parágrafo
único a este art. 14:

Art. 14, parágrafo único. Para a celebração dos convênios de que trata o caput deste artigo,
as exigências legais de regularidade aplicar-se-ão ao próprio consórcio público envolvido,
e não aos entes federativos nele consorciados.

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RESUMO

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QUESTÕES COMENTADAS
1. CEBRASPE/ PGM - Manaus - AM - Procurador do Município – 2018

Acerca dos instrumentos jurídicos que podem ser celebrados pela administração pública para a
realização de serviços públicos, julgue o item a seguir.

A União poderá celebrar convênio com consórcio público constituído por municípios para viabilizar
a descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas na área da educação
fundamental.

Comentários:

Trata-se da cobrança de regra específica da Lei 11.107, que autoriza a União a celebrar convênio
com consórcios públicos:

Lei 11.107/2005, art. 14. A União poderá celebrar convênios com os consórcios públicos,
com o objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de políticas públicas em
escalas adequadas.

Assim, teríamos a constituição de consórcio público entre dois entes federados e, posteriormente,
a celebração de convênio entre a União e o consórcio, com vistas a ampliar a escala de
determinada política pública.

Aproveito para destacar a alteração promovida em maio de 2019 na Lei 11.107, acrescendo o
parágrafo único a este art. 14:

Art. 14, parágrafo único. Para a celebração dos convênios de que trata o caput deste artigo,
as exigências legais de regularidade aplicar-se-ão ao próprio consórcio público envolvido,
e não aos entes federativos nele consorciados.

Gabarito (C)

2. CEBRASPE/ CGM de João Pessoa – PB – 2018

No tocante às organizações da sociedade civil de interesse público e aos consórcios públicos,


julgue o item subsequente.

O consórcio formado por entes públicos pode assumir a forma de pessoa jurídica de direito
privado.

Comentários:

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Questão sem dificuldades, que cobrou a possibilidade de termos consórcios de direito público ou
de direito privado. Em resumo:

de direito PÚBLICO associação pública


Consórcio Público
associação civil
de direito PRIVADO
(sem fins econômicos)

Gabarito (C)

3. CEBRASPE/ TCE-SC – Auditor Fiscal de Controle Externo – Direito – 2016

Em relação aos consórcios públicos, aos princípios do direito administrativo e à organização da


administração pública, julgue o item a seguir.

Os consorciados de consórcio público respondem solidariamente pelas obrigações contraídas


pelo consórcio, mas os agentes públicos incumbidos da gestão do consórcio respondem
pessoalmente pelas obrigações contraídas pelo consórcio público.

Comentários:

Segundo dispõe o parágrafo único do art. 10 da Lei 11.107/2005, “os agentes públicos
incumbidos da gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obrigações
contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos atos praticados em
desconformidade com a lei ou com as disposições dos respectivos estatutos”.

Gabarito (E)

4. CEBRASPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – 2014

No que diz respeito a convênio, a consórcio público e a parceria público-privada (PPP), julgue o
item que se segue.

Duas entidades federativas podem instituir uma pessoa jurídica autônoma, que materializará a
criação de um consórcio.

Comentários:

Questão que cobrou a essência dos consórcios públicos: a parceria entre dois entes federativos
(União, Estados/DF e Municípios).

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Gabarito (C)

5. IBFC – Pref. Santo Agostinho – Procurador - 2019

Os consórcios públicos têm as normas gerais estabelecidas pela Lei n° 11.107/2005. Sobre o
assunto, assinale a alternativa incorreta.

a) O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado

b) O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções

c) O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração direta
de todos os entes da Federação consorciados

d) Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato


de rateio

Comentários:

A letra (A) está correta. Sendo constituído sob a forma de direito público, o consórcio assumirá a
forma de associação pública. No entanto, poderá também assumir personalidade de direito
privado:

Art. 1º, § 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito
privado.

A letra (B) está correta. A celebração do contrato depende da subscrição do protocolo de


intenções pelos entes consorciados:

Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da
prévia subscrição de protocolo de intenções.

Aproveito para destacar a sequência completa de ações para a criação do consórcio:

Ratificação (total Caso seja


ou parcial) do consórcio com
Publicação do protocolo de PJ de direito
Subscrição do
protocolo de intenções por Celebração do privado:
protocolo de
intenções na meio de lei contrato atendimento
intenções
imprensa oficial (editada por cada das disposições
um dos da legislação
consorciados) civil

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A letra (C) está incorreta, visto que integrará a administração indireta:

Art. 6º, § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a
administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

A letra (D) está correta. O contrato de rateio consiste no único instrumento pelo qual cada ente
público aporta recursos financeiros ao consórcio:

Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante


contrato de rateio.

Gabarito (C)

6. IBFC/TJ-PE – Analista Judiciário – Função Judiciária/2017

Os consórcios públicos podem ser contratados pela administração para a realização de objetivos
de interesse comum. A constituição do consórcio se dá por meio de contrato cuja celebração
dependerá de prévia subscrição de protocolo de intenções. Assinale abaixo a alternativa que não
apresenta conteúdo que deverá constar de cláusula no protocolo de intenções.

a) Autorização para gestão associada de serviços públicos, explicitando a área que o serviço será
prestado, sem a necessidade de critérios técnicos para o cálculo do valor de tarifas

b) Previsão de que a assembleia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de


votos para as suas deliberações

c) O número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os


casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público

d) Previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado
sem fins econômicos

e) Condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria

Comentário

O protocolo de intenções consiste no documento que inicia o processo de criação de um


consórcio público. O protocolo deverá ser ratificado, por meio de lei, e, após a celebração de um
contrato, aí sim surge o consórcio público previsto na Lei 11.107/2005.

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Dada a importância do protocolo de intenções, a Lei chega a definir seu conteúdo mínimo em seu
art. 4º. A partir da transcrição abaixo, percebam que estão corretas as letras (D), (B), (C) e (E),
respectivamente:

Lei 11.107/2005, art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que


estabeleçam:

IV – a previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de


direito privado sem fins econômicos; (..)

VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância máxima do consórcio público e o


número de votos para as suas deliberações; (..)

IX – o número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem


como os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;

X – as condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de


parceria;

Por fim, a letra (A) está incorreta. A “gestão associada de serviços públicos” consiste na
cooperação entre dois entes federativos com objetivo de se unirem para a prestação (ou gestão)
de serviços públicos conjuntamente.

Esta “gestão associada” pode ser operacionalizada por meio de (i) consórcio público ou (ii) outros
acordos de vontade, como convênio de cooperação. Quando se utiliza a primeira modalidade,
deve-se atentar também para o que diz o inciso XI do art. 4º da Lei 11.107/2005, exigindo-se do
protocolo de intenções do convênio que se defina a área em que os serviços serão prestados e os
critérios para cálculo das tarifas, entre outros elementos:

Lei 11.107/2005, art. 4º , XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos,


explicitando:

a) as competências cujo exercício se transferiu ao consórcio público;

b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a área em que serão prestados;

c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação


dos serviços;

d) as condições a que deve obedecer o contrato de programa, no caso de a gestão associada


envolver também a prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes da
Federação consorciados;

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e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas e de outros preços públicos, bem
como para seu reajuste ou revisão; e

Gabarito (A)

7. VUNESP – PGM Rio Preto/2019

É forma lícita de prestação de serviço público, dentre outras:

a) a prestação descentralizada, por meio de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

b) a prestação indireta, por meio de concessão administrativa, de concessão patrocinada e de concessão de


uso privativo de bem público.

c) a gestão associada de serviços públicos, por meio de consórcios privados e convênios.

d) a prestação indireta, por meio de autorização, concessão de serviço público e de concessão de direito real
de uso.

e) a prestação direta e centralizada, por meio dos órgãos e sociedades integrantes da Administração Pública.

Comentários:

A letra (a) está correta. Primeiramente, destaco que é sim possível a prestação de serviços por meio de
autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Nestes casos, como a prestação ocorrerá
por meio de entidade da Administração indireta, trata-se realmente de prestação descentralizada.

A letra (b) está incorreta, uma vez que a "concessão de uso privativo de bem público" não é forma de
prestação de serviços. Trata-se de do consentimento da Administração para quem um particular utilize
determinado bem público (por exemplo, a instalação de boxes em um mercado municipal), e não para que
ele preste serviço público.

A letra (c) está incorreta. A gestão associada de serviços públicos consiste na cooperação entre entes
federados e pode resultar na prestação de serviços públicos. No entanto, tal gestão associada é materializada
em um consórcio público ou em um convênio de cooperação, de onde percebemos o equívoco do item.

A letra (d) está incorreta, visto que a concessão de direito real de uso também não se relaciona com a
prestação de serviços públicos, na medida em que é instrumento que faculta ao particular a utilização
privativa de bem público.

A letra (e) está incorreta, visto que a prestação de serviços públicos por meio da Administração Indireta é
exemplo de prestação descentralizada.

Gabarito (A)

8. VUNESP – PGM São José dos Campos/2019

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Os Municípios A, B, C e D localizados em um mesmo estado da federação brasileira desejam instituir um


consórcio público. Nesse caso, de acordo com o Decreto Federal no 6.017/07, é correto afirmar que

a) no protocolo de intenções não é necessário haver prévia definição do número de votos que cada ente da
Federação consorciado possui na assembleia geral.

b) o contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções
e a demora na ratificação não poderá ser penalizada.

c) se o consórcio público se revestir de personalidade jurídica de direito privado, dispensa-se a observação


das normas de direito público no que concerne à admissão de pessoal.

d) os municípios A, B, C e D consorciados respondem solidariamente pelas obrigações do consórcio público.

e) os entes consorciados, isolados, não são partes legítimas para exigir o cumprimento das obrigações
previstas no contrato de rateio.

Comentários:

Questão capciosa, que exigiu detalhes da regulamentação aplicável aos consórcios públicos.

A letra (a) está incorreta. De acordo com o disposto no §2º do art. 4º da Lei 11.107/2005, é necessário se
prever o número de votos para cada ente:

Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam:

§ 2º O protocolo de intenções deve definir o número de votos que cada ente da Federação
consorciado possui na assembléia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente
consorciado.

A letra (b) está de acordo com os termos do §1º e art. 6º do Decreto 6.017/2007:

Art. 6o O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do
protocolo de intenções. (..)

§ 1o A recusa ou demora na ratificação não poderá ser penalizada.

A letra (c) está incorreta. Os consórcios com personalidade jurídica de direito público ou de direito privado
observarão as normas da CLT para admissão de pessoal, conforme a atual redação do §2º do art. 6º da lei
11.107/2005:

Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:

§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado,


observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, à
celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que será regido

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pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943.

A letra (d) está incorreta, porquanto os entes da federação respondem subsidiariamente, de acordo com o
art. 9º do Decreto 6.017/2007:

Art. 9o Os entes da Federação consorciados respondem subsidiariamente pelas obrigações


do consórcio público.

A letra (e) está incorreta, pois os entes consorciados, mesmo de forma isolada, são partes legítimas para
exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio, no termos do §3º do art. 8º da lei
11.107/2005:

Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante


contrato de rateio.

§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são


partes legítimas para exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.

Gabarito (B)
9. VUNESP – ESEF Jundiaí/2019

A Lei Federal nº 11.107/05, ao disciplinar a contratação de consórcios públicos, prevê a figura do contrato
de programa.

A propósito do referido instrumento, assinale a alternativa correta.

a) No caso de a gestão associada originar a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o contrato de programa, a critério do gestor, poderá
conter cláusulas que estabeleçam os encargos transferidos e a responsabilidade solidária da entidade que
os transferiu.

b) É anulável a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de
planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.

c) Cessa a vigência do contrato de programa quando extinto o consórcio público ou o convênio de


cooperação que autorizou a gestão associada de serviços públicos.

d) Os entes consorciados, sempre em conjunto, são partes legítimas para exigir o cumprimento das
obrigações previstas no contrato de programa.

e) Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o contrato de


programa poderá ser celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração
indireta de qualquer dos entes da Federação consorciados ou conveniados.

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Comentários:

Questão que exigiu conhecimento detalhado quanto às regras aplicáveis do contrato de programa, que
consiste em instrumento obrigatório quando estivermos diante das situações em que um ente federativo
(ou suas entidades) se incumbir da prestação de serviços da titularidade de outro ente federativo. Assim,
no contrato de programa serão previstas, essencialmente, as obrigações que um ente da Federação, inclusive
sua administração indireta, tenha para com outro ente da Federação, ou para com consórcio público, no
âmbito da prestação de serviços públicos por meio de cooperação federativa.

O assunto encontra-se regulamentado, principalmente, a partir do art. 13 da Lei dos Consórcios Públicos.

A letra (a) está incorreta. No caso de a gestão associada de serviços públicos resultar na transferência de
encargos a outros entes, deverá ser prevista responsabilidade subsidiária - e não solidária:

Lei 11.107/2005, art. 13, § 2º No caso de a gestão associada originar a transferência total
ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços
transferidos, o contrato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusulas que
estabeleçam:

I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsidiária da entidade que os transferiu;

A letra (b) está incorreta, visto que tal cláusula não é meramente "anulável" e sim "nula", conforme disposto
no §3º do art. 13 da Lei 11.107/2005:

§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos


poderes de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.

A letra (c) está incorreta, visto que o contrato de programa continuará vigente mesmo após a extinção do
consórcio, nos termos do §4º do art. 13 da lei 11.107/2005:

§ 4º O contrato de programa continuará vigente mesmo quando extinto o consórcio


público ou o convênio de cooperação que autorizou a gestão associada de serviços
públicos.

A letra (d) está incorreta, uma vez que os entes consorciados são legitimados também isoladamente para
exigir o cumprimento das obrigações, de acordo com o §3º do art. 8º da lei 11.107/2005:

Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante


contrato de rateio. (..)

§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são


partes legítimas para exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.

A letra (e) está correta, nos termos do §5º do art. 13 da lei 11.107/2005:

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Art. 13, § 5º Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de


cooperação, o contrato de programa poderá ser celebrado por entidades de direito público
ou privado que integrem a administração indireta de qualquer dos entes da Federação
consorciados ou conveniados.

Reparem que teremos "contrato de programa" nas situações em que um ente federativo (ou suas entidades)
assuma serviços públicos da titularidade de outro e, nos termos do dispositivo acima, isto poderá ocorrer
tanto em consórcios públicos ou em convênios de cooperação. Além disso, tal contrato poderá ser firmado
também com entidades da administração indireta dos entes federativos que fizerem parte do consórcio ou
do convênio.

Gabarito (E)

10. FGV - TSE (DPE RJ) /DPE RJ/Administração de Empresas/2019

“Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou 491 consórcios


públicos em todo o Brasil. De acordo com o mapeamento inédito, do total de 5.568 municípios,
mais de 4 mil participam de pelo menos um consórcio público, pessoa jurídica que executa a
gestão de serviços públicos”.

A notícia, retirada do site da Agência Brasil, faz referência à personalidade jurídica conhecida por
consórcio público, disciplinada pela Lei nº 11.107/05.

Quanto ao consórcio público, é correto afirmar que:

a) é equivalente aos órgãos públicos, representando parte da Administração Direta de todos os


entes participantes;

b) necessita do firmamento de convênios especiais entre os partícipes para o repasse de recursos


públicos;

c) seus cargos podem ser preenchidos sem a necessidade de realização de concurso público,
desde que respeite regulamento próprio;

d) poderá ser constituído tanto como pessoa jurídica de direito público quanto de direito privado;

e) pode exonerar os funcionários sem motivação, desde que extinta a atividade geradora da
formação do consórcio.

Comentários:

A letra (a) está incorreta. Os consórcios, sobretudo quando assumirem personalidade jurídica de
direito privado, farão parte da administração indireta dos respectivos entes consorciados:

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Lei 11.107/2005, art. 6º, § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito
público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

A letra (b) está incorreta. O repasse de recursos dos entes públicos ao consórcio depende de
contrato de rateio – e não “convênios especiais”:

Lei 11.107/2005, art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio


público mediante contrato de rateio.

A letra (c) está incorreta. O consórcio público, enquanto ente da administração pública, também
deverá observar a disposição do inciso II do art. 37 da Constituição Federal para provimento de
seus empregos:

CF, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

A letra (d) está correta, nos termos do §1º do art. 1º da lei 11.107/2005:

Art. 1º, § 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.

A letra (e) foi dada como incorreta. Primeiramente, registro que, a rigor, ao consórcio não se aplica
o instituto da “exoneração”, uma vez que o pessoal do consórcio é regido pela CLT, de acordo
com o §2º do art. 5º da lei 11.107/2005 (redação dada pela Lei 13.822, de maio de 2019):

§ 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado, observará as normas de
direito público no que concerne à realização de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à
admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

Além disso, quanto à necessidade de motivação, o STF já entendeu, em algumas ocasiões1, que o
desligamento do empregado público, ainda que não seja detentor de estabilidade, deve ser
motivado.

Gabarito (D)

11. FGV/ MPE-AL – Analista do Ministério Público – Área Jurídica – 2018

Considere a seguinte narrativa, dividida em seis partes:

1
RE 589.998-RG/PI, com repercussão geral, 21/3/2013

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(1) a União, o Estado Alfa e cinco Municípios localizados em seu território decidiram formar um
consórcio público, (2) sob a forma de associação privada, (3) para a organização de um evento
esportivo de grandes proporções. Para tanto, (4) esses entes federados celebraram protocolo de
intenções, (5) o qual foi ratificado por cada Chefe do Poder Executivo, sendo considerado como
celebrado o contrato de consórcio público. Ainda foi previsto que (6) a assembleia geral é a
instância máxima do consórcio público.

À luz da narrativa acima e do disposto na Lei nº 11.107/05, que dispõe sobre as normas gerais de
contratação de consórcios públicos, é correto afirmar que estão juridicamente corretas as partes

a) 1, 2, 3, 5 e 6, somente.

b) 1, 2, 3, 4 e 5, somente.

c) 1, 2, 3, 4 e 6, somente.

d) 2, 3, 4, 5 e 6, somente.

e) 1, 4, 5 e 6, somente.

Comentários:

O item (1) está correto. Os cinco Municípios estão localizados no território do Estado Alfa e, como
o Estado é participante do Consórcio, a União também poderá participar como ente consorciado,
conforme artigo 1º, § 2º, da Lei 11.107/05:

A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os
Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.

O item (2) está correto. O consórcio público pode ser constituído como associação pública
(personalidade jurídica de direito público) ou como associação civil (pessoa de direito privado).
Relembrando:

de direito
associação pública
PÚBLICO
Consórcio
Público de direito associação civil
PRIVADO (sem fins econômicos)

O item (3) está correto. A organização de um evento esportivo de grandes proporções é exemplo
de objetivo de interesse comum entre os entes envolvidos, o que justifica a existência de um
consórcio público, nos termos do artigo 1º, caput, da Lei 11.107/05:

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Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse
comum e dá outras providências.

O item (4) está correto e o item (5) está incorreto. O protocolo de intenções precede o contrato
do consórcio público, no entanto ele requer a ratificação por parte do Poder Legislativo:

Ratificação (total Caso seja


ou parcial) do consórcio com
Publicação do protocolo de PJ de direito
Subscrição do
protocolo de intenções por Celebração do privado:
protocolo de
intenções na meio de lei contrato atendimento
intenções
imprensa oficial (editada por cada das disposições
um dos da legislação
consorciados) civil

Além disso, o contrato de consórcio será celebrado posteriormente à ratificação legislativa.

Por fim, o item (6) está correto. Uma das cláusulas necessárias do protocolo de intenções é
justamente a previsão de que a assembleia geral é a instância máxima, nos termos do artigo 4º,
VII, da Lei 11.107/05:

Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam: (...)

VII – a previsão de que a assembleia geral é a instância máxima do consórcio público e o


número de votos para as suas deliberações.

Gabarito (C)

12. FGV/ Prefeitura de Niterói – RJ – Auditor Municipal de Controle Interno – Controladoria – 2018

Com relação aos consórcios públicos, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira
e (F) para a falsa.

( ) O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito público.

( ) Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança, porém não podem arrecadar
tarifas por prestação de serviços.

( ) O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções.

Assinale a opção que indica a sequência correta, segundo a ordem apresentada.

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a) V – V – F.

b) F – F – V.

c) F – V – F.

d) V – F – V.

e) F – V – V.

Comentários:

Vamos analisar cada uma das três assertivas!

1. (F) O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado,
conforme artigo 1º, § 1º, da Lei 11.107/05:

O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.

2. (F) Além de emitir documentos de cobrança, os consórcios públicos poderão, sim, arrecadar
tarifas por prestação de serviços. Este é um dos privilégios conferidos ao consórcio por meio do
artigo 2º, § 2º, da Lei 11.107/05:

Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de


arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou
outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização
específica, pelo ente da Federação consorciado.

3. (V) A assertiva reproduz a literalidade do artigo 3º da Lei 11.107/05:

O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções.

Gabarito (B)

13. FGV/ SEFIN-RO – Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – 2018

Os Municípios “X”, “P”, “T” e “O” resolveram constituir um consórcio público para a coordenação
da defesa civil dos quatro Municípios e para o planejamento conjunto do desenvolvimento
regional, incluindo a mobilidade urbana.

Sobre a constituição desse consórcio, assinale a afirmativa correta.

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a) A constituição de uma associação pública, com personalidade jurídica de direito público, é


obrigatória, considerando o objeto do consórcio.

b) A transferência de servidores do Município “X” para o consórcio deve ser efetivada por meio
de contrato de rateio.

c) O representante legal do consórcio poderá ser o Prefeito de qualquer dos Municípios


consorciados ou o Governador do Estado do qual façam parte aqueles Municípios.

d) O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil pelo Tribunal de Contas competente
para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo, representante legal do consórcio.

e) O consórcio público formado pelos Municípios “X”, “P”, “T” e “O” será constituído sem a
necessidade de intervenção legislativa.

Comentários:

A letra (A) está incorreta, pois o consórcio pode ser constituído como associação pública
(personalidade jurídica de direito público) ou pessoa jurídica de direito privado (associação civil
sem fins econômicos), conforme artigo 1º, § 1º, da Lei 11.107/05.

A letra (B) está incorreta. Somente por meio do contrato de rateio os entes consorciados
fornecerão recursos financeiros ao consórcio público para a realização de suas despesas (artigo 8º
da Lei 11.107/05).

No entanto, a cessão de servidores independe de contrato de rateio, na forma da legislação


pertinente, conforme artigo 4º, § 4º, da Lei 11.107/05:

Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe


servidores, na forma e condições da legislação de cada um.

A letra (C) está incorreta. O representante legal do consórcio público deverá ser Chefe do Poder
Executivo de um dos entes consorciados. Como o Estado não é consorciado, seu governador não
poderá ser representante legal do consórcio:

Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que estabeleçam: (...)

VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do representante legal do consórcio


público que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação
consorciado.

A letra (D) está correta. A assertiva reproduz a literalidade do artigo 9º, parágrafo único, da Lei
11.107/05:

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O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo


Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo
representante legal do consórcio, inclusive quanto à legalidade, legitimidade e
economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do
controle externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.

A letra (E) está incorreta. Haverá intervenção legislativa, pois o protocolo de intenções será
ratificado mediante lei, conforme artigo 5º da Lei 11.107/05:

O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do


protocolo de intenções.

Gabarito (D)

14. FGV/ IBGE – Analista censitário – Gestão e Infraestrutura – 2017

A Constituição da República Federativa do Brasil dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados:

a) regulamentando a gestão compartilhada de serviços públicos essenciais de interesse


concorrente, vedada a instituição de consórcios públicos nas áreas fundamentais da saúde e da
educação;

b) autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial
de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos;

c) constituindo-se como uma associação pública, cujo contrato terá duração de no máximo vinte
e quatro meses, com prerrogativas de direito público, e não como uma pessoa jurídica de direito
privado, diante do interesse público envolvido;

d) formando uma nova pessoa jurídica, que não poderá firmar convênios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras
entidades e órgãos do governo;

e) atuando nos limites dos serviços públicos objeto do contrato de consórcio, vedada a emissão
de documentos de cobrança e o exercício de atividades de arrecadação de tarifas e outros preços
públicos.

Comentários:

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A letra (A) está incorreta em razão de vários motivos. Primeiramente, os serviços são de interesse
comum, e não “concorrente”. Além disso, a gestão de serviços, a rigor, não é “compartilhada”,
mas sim “associada”.

Por fim, é sim possível a instituição de consórcios públicos nas áreas fundamentais da saúde e da
educação, pois são áreas de interesse comum. Aliás, o artigo 1º, § 3º, da Lei 11.107/05, faz
referência expressa aos serviços de saúde:

Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão obedecer aos princípios, diretrizes e


normas que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS.

A letra (B) está correta, pois reproduz a literalidade do artigo 241 da CF:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os


consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

A letra (C) está incorreta. Apesar do interesse público envolvido, a personalidade jurídica de direito
público não é obrigatória, pois o consórcio público pode ser constituído como associação pública
(personalidade jurídica de direito público e integrará a administração indireta de todos os entes
da Federação consorciados) ou pessoa jurídica de direito privado (associação civil sem fins
econômicos).

Além disso, os entes consorciados deverão prever, no protocolo de intenções, sua duração
máxima. Mas é importante destacar que a legislação não impõe previamente um limite temporal.

A letra (D) está incorreta. O consórcio poderá, com o fito de atingir seus objetivos, realizar todas
as atividades mencionadas na alternativa, conforme artigo 2º, § 1º, I, da Lei 11.107/05:

Art. 2º, § 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:

I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios,


contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do
governo.

Por fim, a letra (E) está incorreta. Os consórcios públicos poderão, sim, emitir documentos,
arrecadar tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços, conforme artigo 2º, § 2º, da
Lei 11.107/05:

Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança e exercer atividades de


arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou

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outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização
específica, pelo ente da Federação consorciado.

Gabarito (B)

15. FGV/ Prefeitura de Paulínia – SP – Procurador – 2016

Visando à prestação de serviço público de grande relevância, o Município de Paulínia constituiu


consórcio público com o Estado de São Paulo e com a União Federal, instituindo, assim, associação
pública.

Com relação à sua disciplina legal, assinale a afirmativa incorreta.

a) O consórcio público poderá outorgar a concessão do serviço público mediante autorização


prevista no seu contrato.

b) Por possuir personalidade distinta da dos entes federativos que o formaram, a execução das
receitas e despesas do consórcio público não obedecerá às normas de direito financeiro aplicáveis
às entidades públicas.

c) A associação pública constituída integra a administração indireta de todos os entes da


Federação consorciados.

d) Os entes da Federação consorciados poderão ceder servidores à associação pública formada,


na forma que a lei de cada ente disciplinar.

e) O representante legal do consórcio público deverá, obrigatoriamente, ser chefe do Poder


Executivo de algum dos entes da Federação formadores do consórcio.

Comentários:

Primeiramente, note que o enunciado requer a alternativa INCORRETA.

A letra (A) está em consonância com o artigo 2º, § 3º, da Lei 11.107/05:

Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou


serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que
deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as
condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.

A letra (B) está incorreta, pois devem ser obedecidas as normas de direito financeiro aplicáveis às
entidades públicas:

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Lei 11.107/05, art. 9º. A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá
obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis às entidades públicas.

A letra (C) está em consonância com o artigo 6º, § 1º, da Lei 11.107/05:

O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração


indireta de todos os entes da Federação consorciados.

A letra (D) está de acordo com o artigo 4º, § 4º, da Lei 11.107/05:

Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe


servidores, na forma e condições da legislação de cada um.

Por fim, a letra (E) está em consonância com o artigo 4º, VIII, da Lei 11.107/05, que prevê a eleição
do representante legal do consórcio entre os Chefes do Poder Executivo dos entes consorciados.

Gabarito (B)

16. FGV/ CODEBA – Analista Portuário – Advogado – 2016

Considerando a disciplina legal acerca dos consórcios públicos, analise as afirmativas a seguir.

I. A União não pode participar de consórcio do qual faça parte algum dos Estados da Federação.

II. Os entes da Federação consorciados poderão ceder servidores ao consórcio do qual façam
parte.

III. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração
indireta de todos os entes da Federação consorciados.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa III estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários:

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A Lei 11.107/05 prevê o contrário do afirmado no Item I, incorreto, conforme seu artigo 1º, § 2º:

A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os
Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.

O Item II está em consonância com o artigo 4º, § 4º, da Lei 11.107/05:

Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe


servidores, na forma e condições da legislação de cada um.

O Item III está de acordo com o artigo 6º, § 1º, da Lei 11.107/05:
==2d1902==

“O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração


indireta de todos os entes da Federação consorciados”.

Gabarito (D)

17. FCC/Pref. S.J. Rio Preto – Auditor Fiscal - 2019

No que concerne à natureza e regime jurídico dos consórcios públicos regidos pela Lei federal nº 11.107, de
06 de abril de 2005, tem-se que

(A) constituem uma modalidade contratual de delegação de serviços públicos de titularidade comum de
diferentes entes federativos a parceiros privados, que podem consorciar-se para exploração econômica de
tais serviços remunerando-se mediante contrato de rateio.

(B) podem ser constituídos sob a forma de associação pública ou pessoa jurídica de direito privado, e, em
ambos os casos, submetem-se às normas de direito público quanto à realização de licitação, à celebração de
contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal.

(C) não possuem personalidade jurídica, razão pela qual não podem assumir obrigações em seu próprio
nome, formando apenas uma comunhão de recursos e conjugação de esforços entre os entes consorciados
para realização de objetivos comuns.

(D) possuem natureza pública, sendo constituídos obrigatoriamente sob a forma de associação, mediante
contrato de gestão celebrado entre os entes federativos consorciados.

(E) possuem necessariamente natureza privada, constituídos sob a forma de empresa pública ou fundação,
conforme tenham por objeto, respectivamente, exploração de atividade econômica ou execução de serviço
público de interesse comum.

Comentários:

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A letra (A) está incorreta ao tentar confundir as características do “consórcio público” com as da “parceria
público-privada”. Na PPP, de fato, há presença de parceiros privados. Por outro lado, no consórcio público,
regidos pela Lei 11.107/2005, apenas entes federativos se consorciam.

A letra (B) está correta. Independentemente da personalidade jurídica assumida, quanto às licitações,
contratos, prestação de contas e admissão de pessoal os consórcios seguirão as normas de direito público:

Art. 6º, § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito público ou privado,
observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, à
celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que será regido
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943.

A letra (C) está incorreta, visto que o consórcio assumirá uma personalidade jurídica própria, diversa dos
entes que o criaram:

Lei 11.107/2005, art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: (..)

As letras (D) e (E) estão incorretas, pois os consórcios podem ser constituídos sob a forma de direito público
(associações) ou direito privado:

Lei 11.107/2005, art. 1º, § 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa
jurídica de direito privado. (..)

Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:

I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis
de ratificação do protocolo de intenções;

II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.

Gabarito (B)

18. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Procurador Legislativo – 2018

Suponha que diferentes municípios integrantes de uma mesma região pretendam se associar para
a gestão integrada de serviços públicos, com mútua colaboração e objetivando o rateio das tarifas
cobradas pelos serviços disponibilizados de forma a viabilizar os investimentos correspondentes.
Aventaram, então, a instituição de um Consórcio Público. Entre os instrumentos/institutos jurídicos
que podem ser manejados, com base na legislação e normatização de regência, para o
atingimento das finalidades colimadas no contexto do que idealizaram, se insere o

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a) contrato de gestão, cuja ratificação, por lei de cada um dos entes públicos consorciados, enseja
a celebração do correspondente contrato de consórcio, nos termos do qual este último adquire
personalidade jurídica própria.

b) protocolo de intenções, cuja celebração depende de prévia aprovação legislativa e nos termos
do qual são estabelecidas as finalidades e área de atuação do consórcio, bem como a participação
de cada consorciado no que concerne ao montante da receita global auferida.

c) contrato de rateio, que constitui o único instrumento que viabiliza a transferência de recursos
dos consorciados para o consórcio, este que, independentemente de sua natureza pública ou
privada, configura pessoa jurídica distinta de seus membros.

d) convênio de cooperação, que somente pode ser firmado com a participação de concessionária
privada e a partir do qual é instituído consórcio com personalidade jurídica de direito público, que
passa a ser integrante da Administração indireta dos consorciados.

e) contrato de programa, celebrado subsequentemente à constituição do consórcio público e que


disciplina a relação entre os consorciados, que podem ser entes públicos ou privados, fixando os
objetos e metas para a mútua cooperação e a correspondente participação de cada qual nas
receitas e despesas.

Comentários:

A letra (a) está incorreta. O contrato de gestão é celebrado (i) para ampliar a autonomia de entes
públicos ou (ii) com organizações sociais. No caso dos consórcios públicos, seu surgimento
depende de vários procedimentos, em especial da celebração do “contrato de consórcio público”,
nos termos do art. 5º da Lei 11.107/2005.

A letra (b) está incorreta ao confundir etapas do processo de celebração do consórcio público:

Ratificação (total Caso seja


ou parcial) do consórcio com
Publicação do protocolo de PJ de direito
Subscrição do
protocolo de intenções por Celebração do privado:
protocolo de
intenções na meio de lei contrato atendimento
intenções
imprensa oficial (editada por cada das disposições
um dos da legislação
consorciados) civil

Ao contrário do que afirma o examinador, a subscrição do protocolo de intenções não depende


de aprovação legislativa. Primeiramente o Executivo de cada ente adere ao protocolo de intenções
e, posteriormente, o Legislativo o aprova, por meio da ratificação.

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A letra (c) está correta ao mencionar que o contrato de rateio é o único meio para viabilizar o
aporte de recursos ao consórcio e ao deixar claro que o consórcio público constitui pessoa jurídica
diversa dos entes consorciados.

A letra (d) está incorreta. Nos termos do Decreto 6.017/2007, convênio de cooperação entre entes
federados consiste no:

pacto firmado exclusivamente por entes da Federação, com o objetivo de autorizar a


gestão associada de serviços públicos, desde que ratificado ou previamente disciplinado
por lei editada por cada um deles;

Assim, o convênio de cooperação admite, como consorciados, apenas entes federativos.

A letra (e) está incorreta. Os entes consorciados somente podem ser públicos, mais
especificamente, pessoas políticas (entes federados).

Gabarito (C)

19. FCC/ TST – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Um consórcio público foi criado entre vários municípios integrantes de determinada região de um
Estado da federação e com este ente, com a finalidade de gestão associada do serviço de
transporte de passageiros. Durante a primeira fase da execução contratual, identificou-se que o
consórcio, ainda que melhor gerindo o serviço público que seus titulares, não conseguiu
implementar uma série de novos investimentos necessários no setor, para otimizar e ampliar a
oferta. Dessa forma,

a) os entes deverão dissolver o consórcio em razão do não atingimento das diretrizes postas no
protocolo de intenções subscrito pelos entes participantes.

b) o consórcio poderá requerer aos entes participantes que promovam aporte de capital direto
para os investimentos necessários à realização dos serviços públicos ajustados no protocolo de
intenções, sucedido de dedução no futuro contrato de rateio a ser firmado.

c) resta ao consórcio desonerar-se dos investimentos necessários por meio da contratação de uma
parceria público-privada, sob a modalidade de concessão administrativa, que permite a cobrança
de tarifa do usuário e o recebimento da contraprestação somente quando da disponibilização dos
serviços.

d) os entes integrantes do consórcio podem retomar a prestação do serviço público em questão,


ensejando a extinção tácita daquela pessoa jurídica, independentemente de sua natureza jurídica
ser de direito público ou privado.

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e) o consórcio poderá, se assim estiver autorizado no protocolo de intenções ratificado por lei dos
entes que o integram, licitar a concessão dos serviços públicos à iniciativa privada para fins de lhe
transferir a obrigação de investimentos necessários e capturar a expertise do setor privado.

Comentários:

A letra (a) está incorreta, pois inexiste na legislação a possibilidade expressa de extinção do
consórcio na hipótese de não serem alcançadas suas diretrizes. De toda forma, se reputarem que
o consórcio não mais atende ao interesse público, os entes federativos poderão se retirar do
consórcio ou, até mesmo, extingui-lo, seguindo o procedimento previsto na Lei 11.107/2005.

A letra (b) está incorreta, pois não existe este “aporte direto” de recursos ao consórcio, nem
mesmo para posterior dedução em futuro contrato de rateio. Apenas por meio do contrato de
rateio é que os entes consorciados poderão entregar recursos ao consórcio:

Lei 11.107/2005, art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio


público mediante contrato de rateio.

A letra (c) está incorreta. Consoante estudaremos mais à frente neste curso, é na modalidade de
concessão patrocinada (e não modalidade administrativa) de uma parceria público-privada (PPP)
que se permite a cobrança de tarifa do usuário e o recebimento de contraprestação do ente
público que firmou a parceria:

Lei n° 11.079/2004, art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de


concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.

§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de


que trata a Lei n° 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à
tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado.

§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a


Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de
obra ou fornecimento e instalação de bens.

A letra (d) está incorreta. A extinção do consórcio não pode ocorrer de forma tácita, exigindo (i)
deliberação da assembleia-geral e (ii) lei de cada ente consorciado:

Lei 11.107/2005, art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de consórcio público


dependerá de instrumento aprovado pela assembléia geral, ratificado mediante lei por
todos os entes consorciados.

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A letra (e) está correta. Caso previsto no protocolo de intenções, o consórcio público poderá licitar
ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação dos serviços por ele geridos a
particulares:

Lei 11.107/2005, art. 4º. São cláusulas necessárias do protocolo de intenções as que
estabeleçam:

XI – a autorização para a gestão associada de serviços públicos, explicitando: (..)

c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, permissão ou autorização da prestação


dos serviços;

Gabarito (E)

20. FCC/ DPE-RS – Analista – Administração – 2017

Considere que os municípios de uma região metropolitana pretendam uniformizar e alinhar os


serviços de abastecimento de água em seus territórios, de forma a possibilitar que eventuais
deficiências estruturais em uma localidade sejam compensadas pelas facilidades existentes em
outra, garantindo assim a qualidade e continuidade da prestação do serviço, pelo menor custo
possível para a população atendida. Como forma de implementação da política desses municípios,
está a

a) celebração de um convênio administrativo, por meio do qual os entes estabelecerão direitos e


obrigações recíprocos, com desenho dos custos, desembolsos e remunerações a que farão jus,
assim como a divisão de área em que cada ente prestará o serviço, desconsiderando-se os limites
territoriais originais.

b) constituição de um consórcio público, acordo de vontades firmado entre os entes públicos, por
meio do qual se estabelecem as obrigações e contrapartidas para cada um dos entes públicos que
o integra e as atribuições que cada qual deve desempenhar na execução da prestação dos serviços
comuns.

c) constituição de um consórcio público para prestação dos serviços públicos, sob a forma de
associação pública, com personalidade jurídica própria, de direito público, que passará a integrar
a Administração indireta de cada um dos entes que o instituíram, devidamente autorizados por
lei.

d) formação de uma empresa pública, constituída sob personalidade jurídica de direito público,
da qual participarão como acionistas, em igual proporção, todos os entes públicos interessados
na outorga da titularidade e da execução dos serviços públicos na região metropolitana.

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e) instituição de uma autarquia por todos os entes interessados na unificação dos serviços,
mediante autorizações legislativas próprias, para a qual poderá ser delegada a titularidade e a
execução do serviço público em questão, sem prejuízo daquela pessoa jurídica poder ser
contratada por outros municípios para a mesma finalidade.

Comentários:

A letra (a) está incorreta. Quando entes políticos se unem para a prestação conjunta de serviços
públicos, tem lugar o consórcio público (não um convênio).

A letra (b) está incorreta. O consórcio público dá origem a uma nova pessoa jurídica, não sendo
possível reduzi-lo a um mero “acordo de vontades”.

A letra (c) está correta, ao mencionar corretamente as características do consórcio público.

A letra (d) está incorreta, já que empresas públicas possuem personalidade de direito privado.
Além disso, a situação narrada no enunciado melhor se amolda à constituição de um consórcio
público (não de empresa pública).

A letra (e) está incorreta. Não é possível a criação de uma autarquia formada por vários entes
federados. No consórcio de direito público, o que se tem é o nascimento de uma entidade de
natureza autárquica, a qual comporá a administração pública de cada um dos entes consorciados.

Gabarito (C)

21. FCC/ AL-MS – Consultor de Processo Legislativo – 2016

Considere:

I. Poder de promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade


ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público.

II. Possibilidade de ser contratado pela Administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, com dispensa de licitação.

III. Limites mais elevados para fins de escolha da modalidade de licitação.

IV. Poder de dispensar a licitação na celebração de contrato de programa com ente da Federação
ou com entidade de sua Administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação.

São privilégios dos consórcios públicos o que se afirma em:

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a) I e III, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) II e IV, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I e IV, apenas.

Comentários:

O Item I está correto, pois menciona atribuições conferidas ao consórcio público por meio da Lei
11.107/2005:

Lei 11.107/2005, art. 2º, II – nos termos do contrato de consórcio de direito público,
promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou
necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e

O Item II está correto. Seja de direito público ou privado, o consórcio público pode ser contratado
diretamente pela Administração Direta ou Indireta dos entes federativos consorciados:

Lei 11.107/2005, art. 2º, III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes
da Federação consorciados, dispensada a licitação.

O Item III está correto. Para o consórcio os limites de valor das modalidades concorrência, tomada
de preços e convite poderão ser duplicados ou triplicados. Para consórcios de até três entes, os
limites são duplicados. Acima de três, os limites são triplicados (Lei 8.666/1993, art. 23, § 8º).

O Item IV está correto, nos termos da Lei 8.666/1993:

Lei 8.666/1993, art. 24. É dispensável a licitação: (..)

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de


sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos
termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

Gabarito (B)

22. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI – Técnico de Nível Superior – Analista em Gestão Pública – 2016

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Três Municípios do Estado do Piauí celebraram entre si importante consórcio público e,


posteriormente, entregaram recursos ao mencionado consórcio mediante contrato de rateio. Nos
termos da Lei no 11.107/2005,

a) celebrar contrato de rateio de consórcio público sem prévia dotação orçamentária caracteriza
ato de improbidade administrativa na modalidade “ato que importa enriquecimento ilícito”.

b) os entes consorciados, apenas isoladamente, podem exigir o cumprimento das obrigações


previstas no contrato de rateio.

c) é vedada a aplicação de recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento
de despesas genéricas, exceto para operações de crédito.

d) os entes consorciados poderão entregar recursos ao consórcio público mediante outros meios,
distintos do contrato de rateio, como, por exemplo, o denominado protocolo de intenções.

e) os recursos destinados ao consórcio público devem ser devidamente previstos na lei


orçamentária de cada consorciado ou em seus créditos adicionais, sob pena de exclusão do
consórcio, após prévia suspensão.

Comentários:

A questão cobrou detalhes quanto ao contrato de rateio, previstos em grande parte no art. 8º da
Lei 11.107/2005.

A letra (a) está incorreta, pois este é ato de improbidade administrativa na modalidade que
importa “prejuízo ao erário”:

Lei 8.429/1992, art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário (..)

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação


orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

A letra (b) está incorreta, pois o cumprimento das obrigações do contrato de rateio pode ser
exigido de forma isolada ou conjunta pelos entes consorciados:

Lei 11.107/2005, art. 8º, § 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como
o consórcio público, são partes legítimas para exigir o cumprimento das obrigações
previstas no contrato de rateio.

A letra (c) está incorreta, pois as operações de crédito estão incluídas na vedação mencionada:

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Lei 11.107/2005, art. 8º, § 2o É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de
contrato de rateio para o atendimento de despesas genéricas, inclusive transferências ou
operações de crédito.

A letra (d) está incorreta. O contrato de rateio consiste no único instrumento pelo qual cada ente
público aporta recursos financeiros ao consórcio (Lei 11.107/2005, art. 8º, caput).

A letra (e) está correta. Caso não sejam destinadas dotações suficientes ao consórcio público, o
ente consorciado pode chegar a ser excluído do consórcio, após prévia suspensão:

Lei 11.107/2005, art. 8º, § 5o Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia
suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei orçamentária ou em créditos
adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de
contrato de rateio.

Gabarito (E)

23. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI – Auditor Fiscal da Receita Municipal – 2016

Município da capital de determinado Estado-membro da federação e outros dois Municípios que


lhe são limítrofes pretendem promover a destinação final ambientalmente adequada de resíduos
sólidos urbanos produzidos em seus territórios. Para tanto, cogitam contratar a construção e
operação de um único aterro sanitário, que sirva, simultaneamente, à destinação final de resíduos
produzidos em cada uma das três localidades, pelo prazo estimado de até vinte anos. Solução
juridicamente possível para que realizem tal pretensão, de mútuo interesse, envolve a

a) realização de licitação pública pelo Município da capital, para contratação da construção e


operação do aterro sanitário intermunicipal, impondo-se aos dois últimos, no instrumento
convocatório do certame, a obrigação de também destinarem os resíduos sólidos produzidos em
seus territórios ao aterro sanitário licitado, para fins de promoção de economia de escala.

b) constituição de associação pública entre os Municípios, na forma da Lei no 11.107, de 6 de abril


de 2005, mediante protocolo de intenções ratificado por lei de cada um dos Municípios
consorciados, seguida da celebração de contrato de rateio de despesas entre os Municípios
consorciados e, ainda, da celebração de contrato de programa entre a associação pública e a
empresa estatal municipal de saneamento básico de um dos Municípios consorciados, ficando esta
empresa responsável pela construção e operação do aterro sanitário.

c) celebração de contratos de programa entre cada um dos Municípios e empresa do setor


privado, não estatal, de saneamento básico, necessariamente precedidos de licitação pública,
pelos quais seja delegada a esta empresa a construção e operação do aterro sanitário
intermunicipal.

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d) constituição de associação pública entre os Municípios, na forma da Lei no 11.107, de 06 de


abril de 2005, convidando-se a integrar tal associação, também, empresa do setor privado, não
estatal, de notória especialização no setor de saneamento básico, ficando esta empresa
responsável pela construção e operação do aterro sanitário intermunicipal.

e) realização de licitação pública pelo Município da capital, pela qual seja selecionada empresa do
setor privado, não estatal, para a construção e operação do aterro sanitário intermunicipal, de tal
modo que a esse resultado manifestem sua adesão os outros dois Municípios, gerando a
celebração de distintos contratos de concessão entre cada Município e a empresa.

Comentários:

O enunciado versa sobre a reunião de entes federados com o fito, em síntese, de unificar o
depósito lixo. O instrumento adequado para tanto é a celebração de um consórcio público, o qual
exige, na forma da Lei no 11.107, protocolo de intenções e ratificação legislativa. O consórcio é
constituído sob a forma de associação, de sorte que a letra (b) está correta.

A letra (a) está incorreta. O edital de uma licitação não é o instrumento adequado para a formação
de tal parceria entre os entes públicos. Além disso, ele não permitiria que um município impusesse
uma obrigação aos outros dois.

A letra (c) está incorreta. O contrato de programa é celebrado apenas entre entes federados (entes
públicos). Por meio deste instrumento, um ente público se incumbe da prestação de serviços
originariamente sob a responsabilidade de outro.

A letra (d) está incorreta, pois consórcios são formados apenas entre entes públicos federados.

A letra (e) está incorreta. A alternativa pressupõe que um ente público realize uma licitação para
delegar a uma empresa tal serviço público e que os outros dois municípios, sem terem promovido
licitação, “adiram” àquela que foi realizada, celebrando contratos com a mesma empresa. Tal
situação é inviável juridicamente. Além disso, o enunciado prevê uma única “solução juridicamente
possível”, na qual terá lugar a constituição de consórcio público.

Gabarito (B)

24. FCC/ TCE-AM - Auditor – 2015

Os entes federados relacionam-se entre si de variadas maneiras. É comum a instrumentalização


de Protocolos de Intenção, convênios, contratos, convênios de cooperação e de consórcios
públicos. A disciplina deste último, por meio da Lei n° 11.107/2005, permitiu avanços nesse
modelo de atuação integrada, pois os consórcios públicos

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a) tal como os convênios de cooperação, têm personalidade jurídica, mas passaram a lhes serem
outorgadas competências dos entes federativos, além de serem dotados de poderes mais amplos,
como para desapropriação de bens.

b) substituíram os protocolos de intenção e os convênios, na medida em que passaram a ser


instrumentos mais dinâmicos e eficazes para a viabilização de repasses de recursos entre os entes
federativos, porque não se submetem a prévias dotações orçamentárias ou suplementares,
possuindo controle autônomo dos contratos de rateio.

c) são constituídos sob a forma de associação, com personalidade jurídica própria, a qual,
portanto, é permitida a delegação de competências dos entes federativos que o compõem, com
outorga de poderes para prestação de serviços públicos, inclusive expropriatórios e para cobrança
de tarifas, além de celebrar contratos e ser contratado com dispensa de licitação.

d) concentram as atividades de prestação, gestão, fiscalização e regulação de serviços públicos


numa só figura jurídica, devidamente autorizado pelos entes consorciados, possibilitando ganho
de eficiência e agilidade, porque, especialmente, foi afastado o controle externo de sua atuação,
embora remanesça a competência do Judiciário para apreciação de seus atos.

e) substituíram os contratos de gestão firmados com organizações sociais e organizações da


sociedade civil de interesse público, porque, assim como essas pessoas jurídicas, possuem
natureza jurídica de direito público, não estão sujeitos a lei de licitações e não integram a
Administração pública indireta, mas podem receber poderes e competências dos entes
federativos.

Comentários:

A letra (a) está incorreta. Diferentemente dos consórcios públicos, convênios não possuem
personalidade jurídica. São apenas um instrumento de celebração de parcerias.

A letra (b) está incorreta. Não houve tal substituição. Além disso, a constituição dos consórcios
depende da subscrição e ratificação do protocolo de intenções. Por fim, o contrato de rateio diz
respeito justamente às dotações orçamentárias que os entes federativos destinam ao consórcio
público.

A letra (c) menciona corretamente quatro privilégios dos consórcios públicos: promover
desapropriações (art. 2º, § 1º, inciso II), cobrar tarifas (art. 2º, § 2º), ser contratado com dispensa
de licitação (art. 2º, § 1º, inciso III) e contratar sem licitação em algumas situações (art. 24, XXVI,
da Lei 8.666/1993).

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A letra (d) está incorreta. Os consórcios públicos sujeitam-se ao Controle Externo efetuado com o
auxílio do Tribunal de Contas. Lembro que o Tribunal de Contas responsável pelo consórcio será
aquele competente para apreciar a atuação do representante legal do consórcio público.

A letra (e) possui vários erros. Os consórcios públicos não substituíram OS ou Oscip, estas
continuam a existir quando tem lugar a cooperação com particulares. Além disso, consórcios
integram a administração pública dos entes consorciados e estão sujeitos à lei de licitações. Por
fim, OS e Oscip sempre possuem natureza de direito privado, ao passo que consórcios podem
assumir natureza de direito público ou privado.

Gabarito (C)

25. FCC/ TJ-SC – Juiz Substituto – 2015

Um consórcio público de direito público poderá expedir declaração de utilidade ou necessidade


pública para fim de desapropriação

PORQUE

a pessoa jurídica em que consiste o consórcio público de direito público integra a administração
indireta dos entes federativos consorciados.

Analisando as duas asserções acima, é correto afirmar que

a) a primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda asserção é uma proposição falsa.

b) a primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda é uma proposição verdadeira.

c) as duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da


primeira.

d) as duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.

e) as duas asserções são proposições falsas.

Comentários:

Em relação à primeira asserção, é importante destacar que os consórcios podem promover


desapropriações:

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Lei 11.107/2005, art. 2º, II – nos termos do contrato de consórcio de direito público,
promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou
necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e

No entanto, para que possam promover a desapropriação (entrar em contato com o particular,
proceder às tratativas e cálculo da indenização etc), o bem deve ter sido previamente declarado
como de utilidade pública ou interesse social.

A declaração é ato de império, o qual somente pode ser realizado pelos entes federativos.

Já no que se refere à segunda asserção, é importante destacar, quanto aos consórcios de direito
público, que:

Lei 11.107/2005, art. 6º, § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito
público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

No entanto, apesar do silêncio legal quanto aos consórcios com personalidade de direito privado,
boa parte da doutrina, a exemplo de Maria Sylvia Zanella Di Pietro2, entende que os consórcios
públicos de direito privado pertencem sim à Administração Pública.

Gabarito (B)

2
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 16431

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS


1. CEBRASPE/ PGM - Manaus - AM - Procurador do Município – 2018

Acerca dos instrumentos jurídicos que podem ser celebrados pela administração pública para a
realização de serviços públicos, julgue o item a seguir.

A União poderá celebrar convênio com consórcio público constituído por municípios para viabilizar
a descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas na área da educação
fundamental.

2. CEBRASPE/ CGM de João Pessoa – PB – 2018

No tocante às organizações da sociedade civil de interesse público e aos consórcios públicos,


julgue o item subsequente.

O consórcio formado por entes públicos pode assumir a forma de pessoa jurídica de direito
privado.

3. CEBRASPE/ TCE-SC – Auditor Fiscal de Controle Externo – Direito – 2016

Em relação aos consórcios públicos, aos princípios do direito administrativo e à organização da


administração pública, julgue o item a seguir.

Os consorciados de consórcio público respondem solidariamente pelas obrigações contraídas


pelo consórcio, mas os agentes públicos incumbidos da gestão do consórcio respondem
pessoalmente pelas obrigações contraídas pelo consórcio público.

4. CEBRASPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – 2014

No que diz respeito a convênio, a consórcio público e a parceria público-privada (PPP), julgue o
item que se segue.

Duas entidades federativas podem instituir uma pessoa jurídica autônoma, que materializará a
criação de um consórcio.

5. IBFC – Pref. Santo Agostinho – Procurador - 2019

Os consórcios públicos têm as normas gerais estabelecidas pela Lei n° 11.107/2005. Sobre o
assunto, assinale a alternativa incorreta.

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a) O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado

b) O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções

c) O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração direta
de todos os entes da Federação consorciados

d) Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato


de rateio

6. IBFC/TJ-PE – Analista Judiciário – Função Judiciária/2017

Os consórcios públicos podem ser contratados pela administração para a realização de objetivos
de interesse comum. A constituição do consórcio se dá por meio de contrato cuja celebração
dependerá de prévia subscrição de protocolo de intenções. Assinale abaixo a alternativa que não
apresenta conteúdo que deverá constar de cláusula no protocolo de intenções.

a) Autorização para gestão associada de serviços públicos, explicitando a área que o serviço será
prestado, sem a necessidade de critérios técnicos para o cálculo do valor de tarifas

b) Previsão de que a assembleia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de


votos para as suas deliberações

c) O número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os


casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público

d) Previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado
sem fins econômicos

e) Condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria

7. VUNESP – PGM Rio Preto/2019

É forma lícita de prestação de serviço público, dentre outras:

a) a prestação descentralizada, por meio de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

b) a prestação indireta, por meio de concessão administrativa, de concessão patrocinada e de concessão de


uso privativo de bem público.

c) a gestão associada de serviços públicos, por meio de consórcios privados e convênios.

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d) a prestação indireta, por meio de autorização, concessão de serviço público e de concessão de direito real
de uso.

e) a prestação direta e centralizada, por meio dos órgãos e sociedades integrantes da Administração Pública.

8. VUNESP – PGM São José dos Campos/2019

Os Municípios A, B, C e D localizados em um mesmo estado da federação brasileira desejam instituir um


consórcio público. Nesse caso, de acordo com o Decreto Federal no 6.017/07, é correto afirmar que

a) no protocolo de intenções não é necessário haver prévia definição do número de votos que cada ente da
Federação consorciado possui na assembleia geral.

b) o contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções
e a demora na ratificação não poderá ser penalizada.

c) se o consórcio público se revestir de personalidade jurídica de direito privado, dispensa-se a observação


das normas de direito público no que concerne à admissão de pessoal.

d) os municípios A, B, C e D consorciados respondem solidariamente pelas obrigações do consórcio público.

e) os entes consorciados, isolados, não são partes legítimas para exigir o cumprimento das obrigações
previstas no contrato de rateio.

9. VUNESP – ESEF Jundiaí/2019

A Lei Federal nº 11.107/05, ao disciplinar a contratação de consórcios públicos, prevê a figura do contrato
de programa.

A propósito do referido instrumento, assinale a alternativa correta.

a) No caso de a gestão associada originar a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o contrato de programa, a critério do gestor, poderá
conter cláusulas que estabeleçam os encargos transferidos e a responsabilidade solidária da entidade que
os transferiu.

b) É anulável a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de
planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.

c) Cessa a vigência do contrato de programa quando extinto o consórcio público ou o convênio de


cooperação que autorizou a gestão associada de serviços públicos.

d) Os entes consorciados, sempre em conjunto, são partes legítimas para exigir o cumprimento das
obrigações previstas no contrato de programa.

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e) Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o contrato de


programa poderá ser celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração
indireta de qualquer dos entes da Federação consorciados ou conveniados.

10. FGV - TSE (DPE RJ) /DPE RJ/Administração de Empresas/2019

“Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou 491 consórcios


públicos em todo o Brasil. De acordo com o mapeamento inédito, do total de 5.568 municípios,
mais de 4 mil participam de pelo menos um consórcio público, pessoa jurídica que executa a
gestão de serviços públicos”.

A notícia, retirada do site da Agência Brasil, faz referência à personalidade jurídica conhecida por
consórcio público, disciplinada pela Lei nº 11.107/05.

Quanto ao consórcio público, é correto afirmar que:

a) é equivalente aos órgãos públicos, representando parte da Administração Direta de todos os


entes participantes;

b) necessita do firmamento de convênios especiais entre os partícipes para o repasse de recursos


públicos;

c) seus cargos podem ser preenchidos sem a necessidade de realização de concurso público,
desde que respeite regulamento próprio;

d) poderá ser constituído tanto como pessoa jurídica de direito público quanto de direito privado;

e) pode exonerar os funcionários sem motivação, desde que extinta a atividade geradora da
formação do consórcio.

11. FGV/ MPE-AL – Analista do Ministério Público – Área Jurídica – 2018

Considere a seguinte narrativa, dividida em seis partes:

(1) a União, o Estado Alfa e cinco Municípios localizados em seu território decidiram formar um
consórcio público, (2) sob a forma de associação privada, (3) para a organização de um evento
esportivo de grandes proporções. Para tanto, (4) esses entes federados celebraram protocolo de
intenções, (5) o qual foi ratificado por cada Chefe do Poder Executivo, sendo considerado como
celebrado o contrato de consórcio público. Ainda foi previsto que (6) a assembleia geral é a
instância máxima do consórcio público.

À luz da narrativa acima e do disposto na Lei nº 11.107/05, que dispõe sobre as normas gerais de
contratação de consórcios públicos, é correto afirmar que estão juridicamente corretas as partes

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a) 1, 2, 3, 5 e 6, somente.

b) 1, 2, 3, 4 e 5, somente.

c) 1, 2, 3, 4 e 6, somente.

d) 2, 3, 4, 5 e 6, somente.

e) 1, 4, 5 e 6, somente.

12. FGV/ Prefeitura de Niterói – RJ – Auditor Municipal de Controle Interno – Controladoria – 2018

Com relação aos consórcios públicos, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira
e (F) para a falsa.

( ) O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito público.

( ) Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança, porém não podem arrecadar
tarifas por prestação de serviços.

( ) O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções.

Assinale a opção que indica a sequência correta, segundo a ordem apresentada.

a) V – V – F.

b) F – F – V.

c) F – V – F.

d) V – F – V.

e) F – V – V.

13. FGV/ SEFIN-RO – Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – 2018

Os Municípios “X”, “P”, “T” e “O” resolveram constituir um consórcio público para a coordenação
da defesa civil dos quatro Municípios e para o planejamento conjunto do desenvolvimento
regional, incluindo a mobilidade urbana.

Sobre a constituição desse consórcio, assinale a afirmativa correta.

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a) A constituição de uma associação pública, com personalidade jurídica de direito público, é


obrigatória, considerando o objeto do consórcio.

b) A transferência de servidores do Município “X” para o consórcio deve ser efetivada por meio
de contrato de rateio.

c) O representante legal do consórcio poderá ser o Prefeito de qualquer dos Municípios


consorciados ou o Governador do Estado do qual façam parte aqueles Municípios.

d) O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil pelo Tribunal de Contas competente
para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo, representante legal do consórcio.

e) O consórcio público formado pelos Municípios “X”, “P”, “T” e “O” será constituído sem a
necessidade de intervenção legislativa.

14. FGV/ IBGE – Analista censitário – Gestão e Infraestrutura – 2017

A Constituição da República Federativa do Brasil dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados:

a) regulamentando a gestão compartilhada de serviços públicos essenciais de interesse


concorrente, vedada a instituição de consórcios públicos nas áreas fundamentais da saúde e da
educação;

b) autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial
de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos;

c) constituindo-se como uma associação pública, cujo contrato terá duração de no máximo vinte
e quatro meses, com prerrogativas de direito público, e não como uma pessoa jurídica de direito
privado, diante do interesse público envolvido;

d) formando uma nova pessoa jurídica, que não poderá firmar convênios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras
entidades e órgãos do governo;

e) atuando nos limites dos serviços públicos objeto do contrato de consórcio, vedada a emissão
de documentos de cobrança e o exercício de atividades de arrecadação de tarifas e outros preços
públicos.

15. FGV/ Prefeitura de Paulínia – SP – Procurador – 2016

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Visando à prestação de serviço público de grande relevância, o Município de Paulínia constituiu


consórcio público com o Estado de São Paulo e com a União Federal, instituindo, assim, associação
pública.

Com relação à sua disciplina legal, assinale a afirmativa incorreta.

a) O consórcio público poderá outorgar a concessão do serviço público mediante autorização


prevista no seu contrato.

b) Por possuir personalidade distinta da dos entes federativos que o formaram, a execução das
receitas e despesas do consórcio público não obedecerá às normas de direito financeiro aplicáveis
às entidades públicas.

c) A associação pública constituída integra a administração indireta de todos os entes da


Federação consorciados.

d) Os entes da Federação consorciados poderão ceder servidores à associação pública formada,


na forma que a lei de cada ente disciplinar.

e) O representante legal do consórcio público deverá, obrigatoriamente, ser chefe do Poder


Executivo de algum dos entes da Federação formadores do consórcio.

16. FGV/ CODEBA – Analista Portuário – Advogado – 2016

Considerando a disciplina legal acerca dos consórcios públicos, analise as afirmativas a seguir.

I. A União não pode participar de consórcio do qual faça parte algum dos Estados da Federação.

II. Os entes da Federação consorciados poderão ceder servidores ao consórcio do qual façam
parte.

III. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração
indireta de todos os entes da Federação consorciados.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa III estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

17. FCC/Pref. S.J. Rio Preto – Auditor Fiscal - 2019

No que concerne à natureza e regime jurídico dos consórcios públicos regidos pela Lei federal nº 11.107, de
06 de abril de 2005, tem-se que

(A) constituem uma modalidade contratual de delegação de serviços públicos de titularidade comum de
diferentes entes federativos a parceiros privados, que podem consorciar-se para exploração econômica de
tais serviços remunerando-se mediante contrato de rateio.

(B) podem ser constituídos sob a forma de associação pública ou pessoa jurídica de direito privado, e, em
ambos os casos, submetem-se às normas de direito público quanto à realização de licitação, à celebração de
contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal.

(C) não possuem personalidade jurídica, razão pela qual não podem assumir obrigações em seu próprio
nome, formando apenas uma comunhão de recursos e conjugação de esforços entre os entes consorciados
para realização de objetivos comuns.

(D) possuem natureza pública, sendo constituídos obrigatoriamente sob a forma de associação, mediante
contrato de gestão celebrado entre os entes federativos consorciados.

(E) possuem necessariamente natureza privada, constituídos sob a forma de empresa pública ou fundação,
conforme tenham por objeto, respectivamente, exploração de atividade econômica ou execução de serviço
público de interesse comum.

18. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Procurador Legislativo – 2018

Suponha que diferentes municípios integrantes de uma mesma região pretendam se associar para
a gestão integrada de serviços públicos, com mútua colaboração e objetivando o rateio das tarifas
cobradas pelos serviços disponibilizados de forma a viabilizar os investimentos correspondentes.
Aventaram, então, a instituição de um Consórcio Público. Entre os instrumentos/institutos jurídicos
que podem ser manejados, com base na legislação e normatização de regência, para o
atingimento das finalidades colimadas no contexto do que idealizaram, se insere o

a) contrato de gestão, cuja ratificação, por lei de cada um dos entes públicos consorciados, enseja
a celebração do correspondente contrato de consórcio, nos termos do qual este último adquire
personalidade jurídica própria.

b) protocolo de intenções, cuja celebração depende de prévia aprovação legislativa e nos termos
do qual são estabelecidas as finalidades e área de atuação do consórcio, bem como a participação
de cada consorciado no que concerne ao montante da receita global auferida.

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c) contrato de rateio, que constitui o único instrumento que viabiliza a transferência de recursos
dos consorciados para o consórcio, este que, independentemente de sua natureza pública ou
privada, configura pessoa jurídica distinta de seus membros.

d) convênio de cooperação, que somente pode ser firmado com a participação de concessionária
privada e a partir do qual é instituído consórcio com personalidade jurídica de direito público, que
passa a ser integrante da Administração indireta dos consorciados.

e) contrato de programa, celebrado subsequentemente à constituição do consórcio público e que


disciplina a relação entre os consorciados, que podem ser entes públicos ou privados, fixando os
objetos e metas para a mútua cooperação e a correspondente participação de cada qual nas
receitas e despesas.

19. FCC/ TST – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Um consórcio público foi criado entre vários municípios integrantes de determinada região de um
Estado da federação e com este ente, com a finalidade de gestão associada do serviço de
transporte de passageiros. Durante a primeira fase da execução contratual, identificou-se que o
consórcio, ainda que melhor gerindo o serviço público que seus titulares, não conseguiu
implementar uma série de novos investimentos necessários no setor, para otimizar e ampliar a
oferta. Dessa forma,

a) os entes deverão dissolver o consórcio em razão do não atingimento das diretrizes postas no
protocolo de intenções subscrito pelos entes participantes.

b) o consórcio poderá requerer aos entes participantes que promovam aporte de capital direto
para os investimentos necessários à realização dos serviços públicos ajustados no protocolo de
intenções, sucedido de dedução no futuro contrato de rateio a ser firmado.

c) resta ao consórcio desonerar-se dos investimentos necessários por meio da contratação de uma
parceria público-privada, sob a modalidade de concessão administrativa, que permite a cobrança
de tarifa do usuário e o recebimento da contraprestação somente quando da disponibilização dos
serviços.

d) os entes integrantes do consórcio podem retomar a prestação do serviço público em questão,


ensejando a extinção tácita daquela pessoa jurídica, independentemente de sua natureza jurídica
ser de direito público ou privado.

e) o consórcio poderá, se assim estiver autorizado no protocolo de intenções ratificado por lei dos
entes que o integram, licitar a concessão dos serviços públicos à iniciativa privada para fins de lhe
transferir a obrigação de investimentos necessários e capturar a expertise do setor privado.

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20. FCC/ DPE-RS – Analista – Administração – 2017

Considere que os municípios de uma região metropolitana pretendam uniformizar e alinhar os


serviços de abastecimento de água em seus territórios, de forma a possibilitar que eventuais
deficiências estruturais em uma localidade sejam compensadas pelas facilidades existentes em
outra, garantindo assim a qualidade e continuidade da prestação do serviço, pelo menor custo
possível para a população atendida. Como forma de implementação da política desses municípios,
está a

a) celebração de um convênio administrativo, por meio do qual os entes estabelecerão direitos e


obrigações recíprocos, com desenho dos custos, desembolsos e remunerações a que farão jus,
assim como a divisão de área em que cada ente prestará o serviço, desconsiderando-se os limites
territoriais originais.

b) constituição de um consórcio público, acordo de vontades firmado entre os entes públicos, por
meio do qual se estabelecem as obrigações e contrapartidas para cada um dos entes públicos que
o integra e as atribuições que cada qual deve desempenhar na execução da prestação dos serviços
comuns.

c) constituição de um consórcio público para prestação dos serviços públicos, sob a forma de
associação pública, com personalidade jurídica própria, de direito público, que passará a integrar
a Administração indireta de cada um dos entes que o instituíram, devidamente autorizados por
lei.

d) formação de uma empresa pública, constituída sob personalidade jurídica de direito público,
da qual participarão como acionistas, em igual proporção, todos os entes públicos interessados
na outorga da titularidade e da execução dos serviços públicos na região metropolitana.

e) instituição de uma autarquia por todos os entes interessados na unificação dos serviços,
mediante autorizações legislativas próprias, para a qual poderá ser delegada a titularidade e a
execução do serviço público em questão, sem prejuízo daquela pessoa jurídica poder ser
contratada por outros municípios para a mesma finalidade.

21. FCC/ AL-MS – Consultor de Processo Legislativo – 2016

Considere:

I. Poder de promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade


ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público.

II. Possibilidade de ser contratado pela Administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, com dispensa de licitação.

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III. Limites mais elevados para fins de escolha da modalidade de licitação.

IV. Poder de dispensar a licitação na celebração de contrato de programa com ente da Federação
ou com entidade de sua Administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação.

São privilégios dos consórcios públicos o que se afirma em:

a) I e III, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) II e IV, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I e IV, apenas.

22. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI – Técnico de Nível Superior – Analista em Gestão Pública – 2016

Três Municípios do Estado do Piauí celebraram entre si importante consórcio público e,


posteriormente, entregaram recursos ao mencionado consórcio mediante contrato de rateio. Nos
termos da Lei no 11.107/2005,

a) celebrar contrato de rateio de consórcio público sem prévia dotação orçamentária caracteriza
ato de improbidade administrativa na modalidade “ato que importa enriquecimento ilícito”.

b) os entes consorciados, apenas isoladamente, podem exigir o cumprimento das obrigações


previstas no contrato de rateio.

c) é vedada a aplicação de recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento
de despesas genéricas, exceto para operações de crédito.

d) os entes consorciados poderão entregar recursos ao consórcio público mediante outros meios,
distintos do contrato de rateio, como, por exemplo, o denominado protocolo de intenções.

e) os recursos destinados ao consórcio público devem ser devidamente previstos na lei


orçamentária de cada consorciado ou em seus créditos adicionais, sob pena de exclusão do
consórcio, após prévia suspensão.

23. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI – Auditor Fiscal da Receita Municipal – 2016

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Município da capital de determinado Estado-membro da federação e outros dois Municípios que


lhe são limítrofes pretendem promover a destinação final ambientalmente adequada de resíduos
sólidos urbanos produzidos em seus territórios. Para tanto, cogitam contratar a construção e
operação de um único aterro sanitário, que sirva, simultaneamente, à destinação final de resíduos
produzidos em cada uma das três localidades, pelo prazo estimado de até vinte anos. Solução
juridicamente possível para que realizem tal pretensão, de mútuo interesse, envolve a

a) realização de licitação pública pelo Município da capital, para contratação da construção e


operação do aterro sanitário intermunicipal, impondo-se aos dois últimos, no instrumento
convocatório do certame, a obrigação de também destinarem os resíduos sólidos produzidos em
seus territórios ao aterro sanitário licitado, para fins de promoção de economia de escala.

b) constituição de associação pública entre os Municípios, na forma da Lei no 11.107, de 6 de abril


de 2005, mediante protocolo de intenções ratificado por lei de cada um dos Municípios
consorciados, seguida da celebração de contrato de rateio de despesas entre os Municípios
consorciados e, ainda, da celebração de contrato de programa entre a associação pública e a
empresa estatal municipal de saneamento básico de um dos Municípios consorciados, ficando esta
empresa responsável pela construção e operação do aterro sanitário.

c) celebração de contratos de programa entre cada um dos Municípios e empresa do setor


privado, não estatal, de saneamento básico, necessariamente precedidos de licitação pública,
pelos quais seja delegada a esta empresa a construção e operação do aterro sanitário
intermunicipal.

d) constituição de associação pública entre os Municípios, na forma da Lei no 11.107, de 06 de


abril de 2005, convidando-se a integrar tal associação, também, empresa do setor privado, não
estatal, de notória especialização no setor de saneamento básico, ficando esta empresa
responsável pela construção e operação do aterro sanitário intermunicipal.

e) realização de licitação pública pelo Município da capital, pela qual seja selecionada empresa do
setor privado, não estatal, para a construção e operação do aterro sanitário intermunicipal, de tal
modo que a esse resultado manifestem sua adesão os outros dois Municípios, gerando a
celebração de distintos contratos de concessão entre cada Município e a empresa.

24. FCC/ TCE-AM - Auditor – 2015

Os entes federados relacionam-se entre si de variadas maneiras. É comum a instrumentalização


de Protocolos de Intenção, convênios, contratos, convênios de cooperação e de consórcios
públicos. A disciplina deste último, por meio da Lei n° 11.107/2005, permitiu avanços nesse
modelo de atuação integrada, pois os consórcios públicos

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a) tal como os convênios de cooperação, têm personalidade jurídica, mas passaram a lhes serem
outorgadas competências dos entes federativos, além de serem dotados de poderes mais amplos,
como para desapropriação de bens.

b) substituíram os protocolos de intenção e os convênios, na medida em que passaram a ser


instrumentos mais dinâmicos e eficazes para a viabilização de repasses de recursos entre os entes
federativos, porque não se submetem a prévias dotações orçamentárias ou suplementares,
possuindo controle autônomo dos contratos de rateio.

c) são constituídos sob a forma de associação, com personalidade jurídica própria, a qual,
portanto, é permitida a delegação de competências dos entes federativos que o compõem, com
outorga de poderes para prestação de serviços públicos, inclusive expropriatórios e para cobrança
de tarifas, além de celebrar contratos e ser contratado com dispensa de licitação.

d) concentram as atividades de prestação, gestão, fiscalização e regulação de serviços públicos


numa só figura jurídica, devidamente autorizado pelos entes consorciados, possibilitando ganho
de eficiência e agilidade, porque, especialmente, foi afastado o controle externo de sua atuação,
embora remanesça a competência do Judiciário para apreciação de seus atos.

e) substituíram os contratos de gestão firmados com organizações sociais e organizações da


sociedade civil de interesse público, porque, assim como essas pessoas jurídicas, possuem
natureza jurídica de direito público, não estão sujeitos a lei de licitações e não integram a
Administração pública indireta, mas podem receber poderes e competências dos entes
federativos.

25. FCC/ TJ-SC – Juiz Substituto – 2015

Um consórcio público de direito público poderá expedir declaração de utilidade ou necessidade


pública para fim de desapropriação

PORQUE

a pessoa jurídica em que consiste o consórcio público de direito público integra a administração
indireta dos entes federativos consorciados.

Analisando as duas asserções acima, é correto afirmar que

a) a primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda asserção é uma proposição falsa.

b) a primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda é uma proposição verdadeira.

c) as duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da


primeira.

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d) as duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.

e) as duas asserções são proposições falsas.

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GABARITOS
1. C 10. D 19. E
2. C 11. C 20. C
3. E 12. B 21. B
4. C 13. D 22. E
5. C 14. B 23. B
6. A 15. B 24. C
7. A 16. D 25. B
8. B 17. B
9. E 18. C

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS


1. CEBRASPE/ PGM - Manaus - AM - Procurador do Município – 2018

Acerca dos instrumentos jurídicos que podem ser celebrados pela administração pública para a
realização de serviços públicos, julgue o item a seguir.

A União poderá celebrar convênio com consórcio público constituído por municípios para viabilizar
a descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas na área da educação
fundamental.

2. CEBRASPE/ CGM de João Pessoa – PB – 2018

No tocante às organizações da sociedade civil de interesse público e aos consórcios públicos,


julgue o item subsequente.

O consórcio formado por entes públicos pode assumir a forma de pessoa jurídica de direito
privado.

3. CEBRASPE/ TCE-SC – Auditor Fiscal de Controle Externo – Direito – 2016

Em relação aos consórcios públicos, aos princípios do direito administrativo e à organização da


administração pública, julgue o item a seguir.

Os consorciados de consórcio público respondem solidariamente pelas obrigações contraídas


pelo consórcio, mas os agentes públicos incumbidos da gestão do consórcio respondem
pessoalmente pelas obrigações contraídas pelo consórcio público.

4. CEBRASPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – 2014

No que diz respeito a convênio, a consórcio público e a parceria público-privada (PPP), julgue o
item que se segue.

Duas entidades federativas podem instituir uma pessoa jurídica autônoma, que materializará a
criação de um consórcio.

5. IBFC – Pref. Santo Agostinho – Procurador - 2019

Os consórcios públicos têm as normas gerais estabelecidas pela Lei n° 11.107/2005. Sobre o
assunto, assinale a alternativa incorreta.

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a) O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado

b) O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções

c) O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração direta
de todos os entes da Federação consorciados

d) Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato


de rateio

6. IBFC/TJ-PE – Analista Judiciário – Função Judiciária/2017

Os consórcios públicos podem ser contratados pela administração para a realização de objetivos
de interesse comum. A constituição do consórcio se dá por meio de contrato cuja celebração
dependerá de prévia subscrição de protocolo de intenções. Assinale abaixo a alternativa que não
apresenta conteúdo que deverá constar de cláusula no protocolo de intenções.

a) Autorização para gestão associada de serviços públicos, explicitando a área que o serviço será
prestado, sem a necessidade de critérios técnicos para o cálculo do valor de tarifas

b) Previsão de que a assembleia geral é a instância máxima do consórcio público e o número de


votos para as suas deliberações

c) O número, as formas de provimento e a remuneração dos empregados públicos, bem como os


casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público

d) Previsão de que o consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado
sem fins econômicos

e) Condições para que o consórcio público celebre contrato de gestão ou termo de parceria

7. VUNESP – PGM Rio Preto/2019

É forma lícita de prestação de serviço público, dentre outras:

a) a prestação descentralizada, por meio de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

b) a prestação indireta, por meio de concessão administrativa, de concessão patrocinada e de concessão de


uso privativo de bem público.

c) a gestão associada de serviços públicos, por meio de consórcios privados e convênios.

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d) a prestação indireta, por meio de autorização, concessão de serviço público e de concessão de direito real
de uso.

e) a prestação direta e centralizada, por meio dos órgãos e sociedades integrantes da Administração Pública.

8. VUNESP – PGM São José dos Campos/2019

Os Municípios A, B, C e D localizados em um mesmo estado da federação brasileira desejam instituir um


consórcio público. Nesse caso, de acordo com o Decreto Federal no 6.017/07, é correto afirmar que

a) no protocolo de intenções não é necessário haver prévia definição do número de votos que cada ente da
Federação consorciado possui na assembleia geral.

b) o contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções
e a demora na ratificação não poderá ser penalizada.

c) se o consórcio público se revestir de personalidade jurídica de direito privado, dispensa-se a observação


das normas de direito público no que concerne à admissão de pessoal.

d) os municípios A, B, C e D consorciados respondem solidariamente pelas obrigações do consórcio público.

e) os entes consorciados, isolados, não são partes legítimas para exigir o cumprimento das obrigações
previstas no contrato de rateio.

9. VUNESP – ESEF Jundiaí/2019

A Lei Federal nº 11.107/05, ao disciplinar a contratação de consórcios públicos, prevê a figura do contrato
de programa.

A propósito do referido instrumento, assinale a alternativa correta.

a) No caso de a gestão associada originar a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e
bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o contrato de programa, a critério do gestor, poderá
conter cláusulas que estabeleçam os encargos transferidos e a responsabilidade solidária da entidade que
os transferiu.

b) É anulável a cláusula de contrato de programa que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de
planejamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.

c) Cessa a vigência do contrato de programa quando extinto o consórcio público ou o convênio de


cooperação que autorizou a gestão associada de serviços públicos.

d) Os entes consorciados, sempre em conjunto, são partes legítimas para exigir o cumprimento das
obrigações previstas no contrato de programa.

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e) Mediante previsão do contrato de consórcio público, ou de convênio de cooperação, o contrato de


programa poderá ser celebrado por entidades de direito público ou privado que integrem a administração
indireta de qualquer dos entes da Federação consorciados ou conveniados.

10. FGV - TSE (DPE RJ) /DPE RJ/Administração de Empresas/2019

“Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) identificou 491 consórcios


públicos em todo o Brasil. De acordo com o mapeamento inédito, do total de 5.568 municípios,
mais de 4 mil participam de pelo menos um consórcio público, pessoa jurídica que executa a
gestão de serviços públicos”.

A notícia, retirada do site da Agência Brasil, faz referência à personalidade jurídica conhecida por
consórcio público, disciplinada pela Lei nº 11.107/05.

Quanto ao consórcio público, é correto afirmar que:

a) é equivalente aos órgãos públicos, representando parte da Administração Direta de todos os


entes participantes;

b) necessita do firmamento de convênios especiais entre os partícipes para o repasse de recursos


públicos;

c) seus cargos podem ser preenchidos sem a necessidade de realização de concurso público,
desde que respeite regulamento próprio;

d) poderá ser constituído tanto como pessoa jurídica de direito público quanto de direito privado;

e) pode exonerar os funcionários sem motivação, desde que extinta a atividade geradora da
formação do consórcio.

11. FGV/ MPE-AL – Analista do Ministério Público – Área Jurídica – 2018

Considere a seguinte narrativa, dividida em seis partes:

(1) a União, o Estado Alfa e cinco Municípios localizados em seu território decidiram formar um
consórcio público, (2) sob a forma de associação privada, (3) para a organização de um evento
esportivo de grandes proporções. Para tanto, (4) esses entes federados celebraram protocolo de
intenções, (5) o qual foi ratificado por cada Chefe do Poder Executivo, sendo considerado como
celebrado o contrato de consórcio público. Ainda foi previsto que (6) a assembleia geral é a
instância máxima do consórcio público.

À luz da narrativa acima e do disposto na Lei nº 11.107/05, que dispõe sobre as normas gerais de
contratação de consórcios públicos, é correto afirmar que estão juridicamente corretas as partes

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a) 1, 2, 3, 5 e 6, somente.

b) 1, 2, 3, 4 e 5, somente.

c) 1, 2, 3, 4 e 6, somente.

d) 2, 3, 4, 5 e 6, somente.

e) 1, 4, 5 e 6, somente.

12. FGV/ Prefeitura de Niterói – RJ – Auditor Municipal de Controle Interno – Controladoria – 2018

Com relação aos consórcios públicos, analise as afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira
e (F) para a falsa.

( ) O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito público.

( ) Os consórcios públicos poderão emitir documentos de cobrança, porém não podem arrecadar
tarifas por prestação de serviços.

( ) O consórcio público será constituído por contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções.

Assinale a opção que indica a sequência correta, segundo a ordem apresentada.

a) V – V – F.

b) F – F – V.

c) F – V – F.

d) V – F – V.

e) F – V – V.

13. FGV/ SEFIN-RO – Auditor Fiscal de Tributos Estaduais – 2018

Os Municípios “X”, “P”, “T” e “O” resolveram constituir um consórcio público para a coordenação
da defesa civil dos quatro Municípios e para o planejamento conjunto do desenvolvimento
regional, incluindo a mobilidade urbana.

Sobre a constituição desse consórcio, assinale a afirmativa correta.

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a) A constituição de uma associação pública, com personalidade jurídica de direito público, é


obrigatória, considerando o objeto do consórcio.

b) A transferência de servidores do Município “X” para o consórcio deve ser efetivada por meio
de contrato de rateio.

c) O representante legal do consórcio poderá ser o Prefeito de qualquer dos Municípios


consorciados ou o Governador do Estado do qual façam parte aqueles Municípios.

d) O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil pelo Tribunal de Contas competente
para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo, representante legal do consórcio.

e) O consórcio público formado pelos Municípios “X”, “P”, “T” e “O” será constituído sem a
necessidade de intervenção legislativa.

14. FGV/ IBGE – Analista censitário – Gestão e Infraestrutura – 2017

A Constituição da República Federativa do Brasil dispõe que a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios disciplinarão, por meio de lei, os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados:

a) regulamentando a gestão compartilhada de serviços públicos essenciais de interesse


concorrente, vedada a instituição de consórcios públicos nas áreas fundamentais da saúde e da
educação;

b) autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial
de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos;

c) constituindo-se como uma associação pública, cujo contrato terá duração de no máximo vinte
e quatro meses, com prerrogativas de direito público, e não como uma pessoa jurídica de direito
privado, diante do interesse público envolvido;

d) formando uma nova pessoa jurídica, que não poderá firmar convênios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras
entidades e órgãos do governo;

e) atuando nos limites dos serviços públicos objeto do contrato de consórcio, vedada a emissão
de documentos de cobrança e o exercício de atividades de arrecadação de tarifas e outros preços
públicos.

15. FGV/ Prefeitura de Paulínia – SP – Procurador – 2016

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Visando à prestação de serviço público de grande relevância, o Município de Paulínia constituiu


consórcio público com o Estado de São Paulo e com a União Federal, instituindo, assim, associação
pública.

Com relação à sua disciplina legal, assinale a afirmativa incorreta.

a) O consórcio público poderá outorgar a concessão do serviço público mediante autorização


prevista no seu contrato.

b) Por possuir personalidade distinta da dos entes federativos que o formaram, a execução das
receitas e despesas do consórcio público não obedecerá às normas de direito financeiro aplicáveis
às entidades públicas.

c) A associação pública constituída integra a administração indireta de todos os entes da


Federação consorciados.

d) Os entes da Federação consorciados poderão ceder servidores à associação pública formada,


na forma que a lei de cada ente disciplinar.

e) O representante legal do consórcio público deverá, obrigatoriamente, ser chefe do Poder


Executivo de algum dos entes da Federação formadores do consórcio.

16. FGV/ CODEBA – Analista Portuário – Advogado – 2016

Considerando a disciplina legal acerca dos consórcios públicos, analise as afirmativas a seguir.

I. A União não pode participar de consórcio do qual faça parte algum dos Estados da Federação.

II. Os entes da Federação consorciados poderão ceder servidores ao consórcio do qual façam
parte.

III. O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração
indireta de todos os entes da Federação consorciados.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa III estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

17. FCC/Pref. S.J. Rio Preto – Auditor Fiscal - 2019

No que concerne à natureza e regime jurídico dos consórcios públicos regidos pela Lei federal nº 11.107, de
06 de abril de 2005, tem-se que

(A) constituem uma modalidade contratual de delegação de serviços públicos de titularidade comum de
diferentes entes federativos a parceiros privados, que podem consorciar-se para exploração econômica de
tais serviços remunerando-se mediante contrato de rateio.

(B) podem ser constituídos sob a forma de associação pública ou pessoa jurídica de direito privado, e, em
ambos os casos, submetem-se às normas de direito público quanto à realização de licitação, à celebração de
contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal.

(C) não possuem personalidade jurídica, razão pela qual não podem assumir obrigações em seu próprio
nome, formando apenas uma comunhão de recursos e conjugação de esforços entre os entes consorciados
para realização de objetivos comuns.

(D) possuem natureza pública, sendo constituídos obrigatoriamente sob a forma de associação, mediante
contrato de gestão celebrado entre os entes federativos consorciados.

(E) possuem necessariamente natureza privada, constituídos sob a forma de empresa pública ou fundação,
conforme tenham por objeto, respectivamente, exploração de atividade econômica ou execução de serviço
público de interesse comum.

18. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Procurador Legislativo – 2018

Suponha que diferentes municípios integrantes de uma mesma região pretendam se associar para
a gestão integrada de serviços públicos, com mútua colaboração e objetivando o rateio das tarifas
cobradas pelos serviços disponibilizados de forma a viabilizar os investimentos correspondentes.
Aventaram, então, a instituição de um Consórcio Público. Entre os instrumentos/institutos jurídicos
que podem ser manejados, com base na legislação e normatização de regência, para o
atingimento das finalidades colimadas no contexto do que idealizaram, se insere o

a) contrato de gestão, cuja ratificação, por lei de cada um dos entes públicos consorciados, enseja
a celebração do correspondente contrato de consórcio, nos termos do qual este último adquire
personalidade jurídica própria.

b) protocolo de intenções, cuja celebração depende de prévia aprovação legislativa e nos termos
do qual são estabelecidas as finalidades e área de atuação do consórcio, bem como a participação
de cada consorciado no que concerne ao montante da receita global auferida.

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c) contrato de rateio, que constitui o único instrumento que viabiliza a transferência de recursos
dos consorciados para o consórcio, este que, independentemente de sua natureza pública ou
privada, configura pessoa jurídica distinta de seus membros.

d) convênio de cooperação, que somente pode ser firmado com a participação de concessionária
privada e a partir do qual é instituído consórcio com personalidade jurídica de direito público, que
passa a ser integrante da Administração indireta dos consorciados.

e) contrato de programa, celebrado subsequentemente à constituição do consórcio público e que


disciplina a relação entre os consorciados, que podem ser entes públicos ou privados, fixando os
objetos e metas para a mútua cooperação e a correspondente participação de cada qual nas
receitas e despesas.

19. FCC/ TST – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Um consórcio público foi criado entre vários municípios integrantes de determinada região de um
Estado da federação e com este ente, com a finalidade de gestão associada do serviço de
transporte de passageiros. Durante a primeira fase da execução contratual, identificou-se que o
consórcio, ainda que melhor gerindo o serviço público que seus titulares, não conseguiu
implementar uma série de novos investimentos necessários no setor, para otimizar e ampliar a
oferta. Dessa forma,

a) os entes deverão dissolver o consórcio em razão do não atingimento das diretrizes postas no
protocolo de intenções subscrito pelos entes participantes.

b) o consórcio poderá requerer aos entes participantes que promovam aporte de capital direto
para os investimentos necessários à realização dos serviços públicos ajustados no protocolo de
intenções, sucedido de dedução no futuro contrato de rateio a ser firmado.

c) resta ao consórcio desonerar-se dos investimentos necessários por meio da contratação de uma
parceria público-privada, sob a modalidade de concessão administrativa, que permite a cobrança
de tarifa do usuário e o recebimento da contraprestação somente quando da disponibilização dos
serviços.

d) os entes integrantes do consórcio podem retomar a prestação do serviço público em questão,


ensejando a extinção tácita daquela pessoa jurídica, independentemente de sua natureza jurídica
ser de direito público ou privado.

e) o consórcio poderá, se assim estiver autorizado no protocolo de intenções ratificado por lei dos
entes que o integram, licitar a concessão dos serviços públicos à iniciativa privada para fins de lhe
transferir a obrigação de investimentos necessários e capturar a expertise do setor privado.

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20. FCC/ DPE-RS – Analista – Administração – 2017

Considere que os municípios de uma região metropolitana pretendam uniformizar e alinhar os


serviços de abastecimento de água em seus territórios, de forma a possibilitar que eventuais
deficiências estruturais em uma localidade sejam compensadas pelas facilidades existentes em
outra, garantindo assim a qualidade e continuidade da prestação do serviço, pelo menor custo
possível para a população atendida. Como forma de implementação da política desses municípios,
está a

a) celebração de um convênio administrativo, por meio do qual os entes estabelecerão direitos e


obrigações recíprocos, com desenho dos custos, desembolsos e remunerações a que farão jus,
assim como a divisão de área em que cada ente prestará o serviço, desconsiderando-se os limites
territoriais originais.

b) constituição de um consórcio público, acordo de vontades firmado entre os entes públicos, por
meio do qual se estabelecem as obrigações e contrapartidas para cada um dos entes públicos que
o integra e as atribuições que cada qual deve desempenhar na execução da prestação dos serviços
comuns.

c) constituição de um consórcio público para prestação dos serviços públicos, sob a forma de
associação pública, com personalidade jurídica própria, de direito público, que passará a integrar
a Administração indireta de cada um dos entes que o instituíram, devidamente autorizados por
lei.

d) formação de uma empresa pública, constituída sob personalidade jurídica de direito público,
da qual participarão como acionistas, em igual proporção, todos os entes públicos interessados
na outorga da titularidade e da execução dos serviços públicos na região metropolitana.

e) instituição de uma autarquia por todos os entes interessados na unificação dos serviços,
mediante autorizações legislativas próprias, para a qual poderá ser delegada a titularidade e a
execução do serviço público em questão, sem prejuízo daquela pessoa jurídica poder ser
contratada por outros municípios para a mesma finalidade.

21. FCC/ AL-MS – Consultor de Processo Legislativo – 2016

Considere:

I. Poder de promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade


ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público.

II. Possibilidade de ser contratado pela Administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, com dispensa de licitação.

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III. Limites mais elevados para fins de escolha da modalidade de licitação.

IV. Poder de dispensar a licitação na celebração de contrato de programa com ente da Federação
ou com entidade de sua Administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma
associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação.

São privilégios dos consórcios públicos o que se afirma em:

a) I e III, apenas.

b) I, II, III e IV.

c) II e IV, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I e IV, apenas.

22. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI – Técnico de Nível Superior – Analista em Gestão Pública – 2016

Três Municípios do Estado do Piauí celebraram entre si importante consórcio público e,


posteriormente, entregaram recursos ao mencionado consórcio mediante contrato de rateio. Nos
termos da Lei no 11.107/2005,

a) celebrar contrato de rateio de consórcio público sem prévia dotação orçamentária caracteriza
ato de improbidade administrativa na modalidade “ato que importa enriquecimento ilícito”.

b) os entes consorciados, apenas isoladamente, podem exigir o cumprimento das obrigações


previstas no contrato de rateio.

c) é vedada a aplicação de recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento
de despesas genéricas, exceto para operações de crédito.

d) os entes consorciados poderão entregar recursos ao consórcio público mediante outros meios,
distintos do contrato de rateio, como, por exemplo, o denominado protocolo de intenções.

e) os recursos destinados ao consórcio público devem ser devidamente previstos na lei


orçamentária de cada consorciado ou em seus créditos adicionais, sob pena de exclusão do
consórcio, após prévia suspensão.

23. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI – Auditor Fiscal da Receita Municipal – 2016

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Município da capital de determinado Estado-membro da federação e outros dois Municípios que


lhe são limítrofes pretendem promover a destinação final ambientalmente adequada de resíduos
sólidos urbanos produzidos em seus territórios. Para tanto, cogitam contratar a construção e
operação de um único aterro sanitário, que sirva, simultaneamente, à destinação final de resíduos
produzidos em cada uma das três localidades, pelo prazo estimado de até vinte anos. Solução
juridicamente possível para que realizem tal pretensão, de mútuo interesse, envolve a

a) realização de licitação pública pelo Município da capital, para contratação da construção e


operação do aterro sanitário intermunicipal, impondo-se aos dois últimos, no instrumento
convocatório do certame, a obrigação de também destinarem os resíduos sólidos produzidos em
seus territórios ao aterro sanitário licitado, para fins de promoção de economia de escala.

b) constituição de associação pública entre os Municípios, na forma da Lei no 11.107, de 6 de abril


de 2005, mediante protocolo de intenções ratificado por lei de cada um dos Municípios
consorciados, seguida da celebração de contrato de rateio de despesas entre os Municípios
consorciados e, ainda, da celebração de contrato de programa entre a associação pública e a
empresa estatal municipal de saneamento básico de um dos Municípios consorciados, ficando esta
empresa responsável pela construção e operação do aterro sanitário.

c) celebração de contratos de programa entre cada um dos Municípios e empresa do setor


privado, não estatal, de saneamento básico, necessariamente precedidos de licitação pública,
pelos quais seja delegada a esta empresa a construção e operação do aterro sanitário
intermunicipal.

d) constituição de associação pública entre os Municípios, na forma da Lei no 11.107, de 06 de


abril de 2005, convidando-se a integrar tal associação, também, empresa do setor privado, não
estatal, de notória especialização no setor de saneamento básico, ficando esta empresa
responsável pela construção e operação do aterro sanitário intermunicipal.

e) realização de licitação pública pelo Município da capital, pela qual seja selecionada empresa do
setor privado, não estatal, para a construção e operação do aterro sanitário intermunicipal, de tal
modo que a esse resultado manifestem sua adesão os outros dois Municípios, gerando a
celebração de distintos contratos de concessão entre cada Município e a empresa.

24. FCC/ TCE-AM - Auditor – 2015

Os entes federados relacionam-se entre si de variadas maneiras. É comum a instrumentalização


de Protocolos de Intenção, convênios, contratos, convênios de cooperação e de consórcios
públicos. A disciplina deste último, por meio da Lei n° 11.107/2005, permitiu avanços nesse
modelo de atuação integrada, pois os consórcios públicos

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a) tal como os convênios de cooperação, têm personalidade jurídica, mas passaram a lhes serem
outorgadas competências dos entes federativos, além de serem dotados de poderes mais amplos,
como para desapropriação de bens.

b) substituíram os protocolos de intenção e os convênios, na medida em que passaram a ser


instrumentos mais dinâmicos e eficazes para a viabilização de repasses de recursos entre os entes
federativos, porque não se submetem a prévias dotações orçamentárias ou suplementares,
possuindo controle autônomo dos contratos de rateio.

c) são constituídos sob a forma de associação, com personalidade jurídica própria, a qual,
portanto, é permitida a delegação de competências dos entes federativos que o compõem, com
outorga de poderes para prestação de serviços públicos, inclusive expropriatórios e para cobrança
==2d1902==

de tarifas, além de celebrar contratos e ser contratado com dispensa de licitação.

d) concentram as atividades de prestação, gestão, fiscalização e regulação de serviços públicos


numa só figura jurídica, devidamente autorizado pelos entes consorciados, possibilitando ganho
de eficiência e agilidade, porque, especialmente, foi afastado o controle externo de sua atuação,
embora remanesça a competência do Judiciário para apreciação de seus atos.

e) substituíram os contratos de gestão firmados com organizações sociais e organizações da


sociedade civil de interesse público, porque, assim como essas pessoas jurídicas, possuem
natureza jurídica de direito público, não estão sujeitos a lei de licitações e não integram a
Administração pública indireta, mas podem receber poderes e competências dos entes
federativos.

25. FCC/ TJ-SC – Juiz Substituto – 2015

Um consórcio público de direito público poderá expedir declaração de utilidade ou necessidade


pública para fim de desapropriação

PORQUE

a pessoa jurídica em que consiste o consórcio público de direito público integra a administração
indireta dos entes federativos consorciados.

Analisando as duas asserções acima, é correto afirmar que

a) a primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda asserção é uma proposição falsa.

b) a primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda é uma proposição verdadeira.

c) as duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda é uma justificativa correta da


primeira.

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d) as duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.

e) as duas asserções são proposições falsas.

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GABARITOS
1. C 10. D 19. E
2. C 11. C 20. C
3. E 12. B 21. B
4. C 13. D 22. E
5. C 14. B 23. B
6. A 15. B 24. C
7. A 16. D 25. B
8. B 17. B
9. E 18. C

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