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Direito Financeiro

Aula 17
CONTROLE E A FISCALIZAÇÃO DA ATIVIDADE
ORÇAMENTÁRIA. AS MODALIDADES DE
CONTROLE.

Prof. Dr. Patryck de Araújo Ayala 1


Plano de Aula
• Exposição sobre a última fase do ciclo orçamentário: o controle da atividade
orçamentária;

• As modalidades de controle na ordem jurídica brasileira;

• O objeto do controle;

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Reflexão sobre exemplos

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Reflexão sobre exemplos
Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, 10 de novembro de 2014, p. 24.
EXTRATO DO TERMO DE CONVÊNIO N° 116/2014, referente ao processo n° 368759/2014
– SEC/MT
PARTES: Secretaria de Estado de Cultura/SEC - MT– CNPJ n° 03.507.415/0026-00 e a
Associação Casa de Guimarães - CNPJ n° 08.783.898/0001-23.
OBJETO: O presente Termo de Convênio tem por objeto, o provimento dos recursos
financeiros para atender as despesas com a realização do projeto “I Encontro
Nacional de Violeiros em Cuiabá.” nos termos do Plano de Trabalho.
VALOR TOTAL: R$ 880.000,00 (Oitocentos e Oitenta Mil Reais), sendo R$ 800.000,00
(Oitocentos Mil Reais) repasse da Concedente e R$ 80.000,00 (Oitenta Mil Reais)
como contrapartida não financeira da Convenente.
VIGÊNCIA: 05/11/2014 a 30/11/2014.
ASSINAM: Fabiano Prates - Secretário de Estado de Cultura e Associação Casa de
Guimarães
– Presidente da Associação Casa de Guimarães.

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O QUE CADA UM DESSES EXEMPLOS
É CAPAZ DE REPRESENTAR NO
PLANO DA DESPESA PÚBLICA?

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O CICLO ORÇAMENTÁRIO
Proposição da
LOA

Controle sobre
Votação e
o cumprimento
aprovação
de metas da
da LOA
LOA

Execução da
LOA aprovada

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QUAL É A PRINCIPAL FUNÇÃO
RESERVADA À AÇÃO DE
CONTROLE?

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Avaliar se os planos propostos e aprovados pelo parlamento foram
cumpridos pelo Poder Executivo, e por todos os Poderes, e porque razão
não foi possível cumpri-los.

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PORTANTO

A fase de maior aproximação com as ações de controle é a da execução


orçamentária, especificamente aquela destinada à realização da despesa.

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O regime constitucional do controle
da atividade orçamentária.
Organização das funções de controle e
fiscalização

artigo 70 usque 75 da CRFB

✓ O alcance da atividade de controle e fiscalização


✓ Os modelos de controle
✓ Os responsáveis pelo exercício de tais funções
✓ Os destinatários das atividades de controle

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O alcance da ação de controle.
Contábil

Financeiro
A CRFB prevê que
o controle se dá
nos âmbitos
Orçamentário

Operacional e Patrimonial

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O alcance da ação de controle.
Financeira e
Contábil Operacional Patrimonial
orçamentária

A técnica disponível para


o exercício das funções é
a contabilidade. É
O objeto é a própria
através desta que se fará
execução dos planos, de
a organização e a Compreende por objeto,
O controle e a modo que qualquer
sistematização de os atos de ingresso e de
fiscalização devem alteração patrimonial,
receitas e despesas, destinação dos recursos
alcançar a regularidade positiva ou negativa deve
visando analisar se os programados nos planos
do procedimento estar ao alcance das
planos foram cumpridos e sua compatibilidade
destinado a obter receita funções de fiscalização e
pelos responsáveis em com os objetivos
e realizar a despesa. controle, objetivando
cada Poder. A ênfase traçados na LOA.
assegurar o equilíbrio
aqui é sobre o controle
orçamentário.
numérico do
planejamento realizado
pelo gestor.

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Os modelos de controle na
ordem constitucional
brasileira
O texto do artigo 70, da CRFB prevê um modelo misto de
controle, compreendendo os controles

INTERNO EXTERNO

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O controle interno das contas
públicas.
Avaliar o cumprimento das metas previstas no PPA, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos do
ente federado

Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à


eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração, bem
Incumbe a cada um como da aplicação de recursos públicos por entidades de
dos poderes (art. 74 direito privado
caput e inciso I a IV)
Exercer o controle das operações de crédito, avais e
garantias, bem como dos direitos e haveres dos entes
federados

Apoiar o controle externo no exercício de sua missão


institucional

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IMPORTANTE

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O controle interno alcança todo o iter de realização da despesa de
modo que cada Poder, através de seus órgãos de controle, deverão
assegurar a correção dos atos necessários à realização da despesa,
que a despesa está sendo realizada corretamente e, posteriormente,
avaliar se a despesa efetivamente foi realizada adequadamente
(artigo 77, da Lei n. 4.320/64)

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Os momentos do controle
interno

“Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária


será prévia, concomitante e subseqüente.”

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PORTANTO

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O controle é prévio, concomitante e posterior, alcançando o
momento que antecede a realização da despesa, o processo de sua
realização, e o momento em que já foi realizada, para o fim de
confirmar a regularidade ou identificar eventuais vícios.

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O controle interno das contas
públicas. Efeitos.
Na hipótese da identificação de
Na hipótese de omissões
vícios

O responsável responderá de
Os órgãos de controle interno
forma solidária pela ilegalidade
estão obrigados a comunicar o
apontada e não comunicada
Tribunal de Contas (artigo 74, §
oportunamente (artigo 74, §
1º, CRFB)
1º, CRFB)

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O controle externo das contas
públicas
Controle externo

Sua responsabilidade é compartilhada entre os


parlamentos e os Tribunais de Contas, da União, Estaduais
e municipais, estes últimos, quando existentes, e os
antecedentes, em relação à titularidade do ônus sobre os
recursos públicos utilizados (União ou Estados)

Trata-se de regime de controle onde a tarefa está


atribuída ao parlamento, que será auxiliado pelos
Tribunais de Contas, conforme orienta o artigo 71, caput,
da CRFB

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O controle externo das contas
públicas
O controle é realizado após e durante a
realização das despesas, sendo possível que
realize inspeções, auditorias e correições
O momento do controle
realizado pelos Tribunais de
Contas

Propõe que um terço seja escolhido pelo


chefe do Executivo, aprovado pelo
Parlamento, alternadamente entre membros
do Ministério Público especial de Contas, e
A composição dos Tribunais de auditores integrantes do quadro de carreira
Conta do Tribunal, que devem ser indicados em lista
tríplice pelo próprio Tribunal, pelos critérios
de antigüidade e merecimento,
alternadamente. Os dois terços
remanescentes são escolhidos entre os
membros do Parlamento (artigo 73, §º,
incisos I e II, CRFB).

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As atribuições reservadas aos
Tribunais de Contas
União

o TCU (Tribunal de Contas da ✓ A CF faz referência à apreciação das


União), incumbe-lhe apreciar as contas, mas não menciona
contas [do exercício anterior] que julgamento das mesmas, atividade
devem ser apresentadas pelo que se encontra reservada ao
chefe do poder executivo, Parlamento, in casu, ao Congresso
devendo fazê-lo no prazo de 60 Nacional
dias após aberta a sessão
legislativa, que tem seu início em
15 de fevereiro. O TCU as
apreciará e emitirá parecer prévio
no prazo de 60 dias após seu
recebimento

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As atribuições reservadas aos
Tribunais de Contas
implica em violação da lei orçamentária,
O não encaminhamento das causa capaz de justificar a apuração do
contas, no prazo comportamento, na condição de crime
de responsabilidade

O parecer prévio que tenha sido emitido pelo


Tribunal de Contas no sentido de reprovar as
Contas municipais contas municipais, somente deixa de
prevalecer, em relação às suas conclusões, se
o parlamento municipal rejeitá-lo por voto de
dois terços de seus membros

Os gestores, vinculados à Administração Direta, terão suas contas julgadas


pelo Tribunal de Contas;

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As contas municipais e o RE n. 848.826
(rel. Min. Roberto Barroso, d.j.
17.08.2016).

Tese de repercussão geral n. 835:


“Para os fins do art. 1º, inciso I, alínea ;g;, da Lei Complementar 64,
de 18 de maio de 1990, alterado pela Lei Complementar 135, de 4
de junho de 2010, a apreciação das contas de prefeitos, tanto as de
governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras
Municipais, com o auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo
parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de 2/3
dos vereadores.”

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As atribuições reservadas aos
Tribunais de Contas
A legalidade de todos os atos de pessoal, para o fim de
registro, na Administração direta e indireta devem ser
submetidos à intervenção do Tribunal de Contas (artigo 71,
inciso III, CRFB)

Fiscalização das contas nacionais de empresas


supranacionais de cujo capital social participe a União
Outras atribuições (artigo 71, inciso V, CRFB)
reservadas aos
Tribunais de Contas
Fiscalizar a aplicação de recursos transferidos por
convênios, acordos ou qualquer espécie de ajuste, a outros
entes federados (artigo 71, inciso VI, CRFB)

Prestar informações sobre o resultado do exercício de suas


funções (artigo 71, inciso VII, CRFB)

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Os poderes dos Tribunais de
Contas

• O controle das contas realizado pelos Tribunais alcança a legalidade, a


economicidade e a legitimidade das despesas;

• O desvio das diretrizes de ordenação da atividade do gestor sujeita-o à


aplicação de sanções pecuniárias que vinculam pessoalmente o gestor,
sanções que terão de ser proporcionais ao dano produzido ao erário público;

• Em relação a atos administrativos ilegais, ilegítimos e anti-econômicos, na


função de controle concomitante, o órgão de contas poderá fixar ao gestor,
prazo para a correção da ilegalidade.

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Os poderes dos Tribunais de
Contas

• Na hipótese em que não seja possível a correção do ato, ou que não tenha
sido atendida a providência inicialmente ordenada pelo Tribunal, este está
autorizado a determinar a suspensão de sua execução, por sua própria
iniciativa, devendo comunicar da suspensão, o parlamento, no caso da
União, ambas as casas legislativas.

• Contratos administrativos:
O Tribunal não detém poder para determinar, por sua própria iniciativa, a
suspensão da relação contratual. Este poder está reservado, com
exclusividade ao Parlamento.

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As medidas cautelares e os
Tribunais de Contas

• STF, MS n. 33.092, 2. T., d.j. 24.05.2015 (Caso Pasadena).

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Os poderes dos Tribunais de
Contas
• Quem controla as contas dos Tribunais de Contas?

O Congresso Nacional (o TCU lhe deve


União prestar contas, trimestralmente e
anualmente)

Todos os que lidem com recursos públicos


estão obrigados a prestar contas de seu uso,
perante os órgãos de controle interno e de
Destinatários das funções controle externo, estando sujeitos, portanto,
à responsabilidade pelo uso irregular de tais
recursos e à aplicação das sanções pelos
Tribunais de Contas, na hipótese de
julgamento das contas do gestor.

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Os poderes dos Tribunais de
Contas
• O particular também tem a responsabilidade pela apresentação e exposição
de suas contas sempre que fizer o uso de recursos públicos, mas o
julgamento de contas pelos Tribunais de Contas alcança apenas o gestor
público;

• Todos têm e devem ter direito de saber e de ter acesso ao destino de cada
centavo alocado na programação orçamentária de um gestor público, direito
de saber e ter acesso ao comportamento financeiro de cada gestor e, por
fim, o direito de saber se cada centavo alocado na programação
orçamentária vai cumprir, está cumprindo ou cumpriu seu objetivo, se cada
centavo converteu-se em conseqüências materiais no plano fático.

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Os poderes dos Tribunais de
Contas

TEMA PARA DISCUSSÃO

• A eficácia do controle externo

• O controle dos atos de nomeação de


conselheiros pelos tribunais de Contas.

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Atividade dirigida

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Atividade dirigida

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Atividade dirigida
“5.5.3.2: da inserção de fotos não relacionadas à obra nos processos de
pagamentos: muito mais grave do que a ausência da assinatura do engenheiro
fiscal nos documentos, encaminhando as planilhas de medições ao
Superintendente de Obras e Transportes, bem como, nas próprias planilhas de
medições, foi o fato que, para comprovar serviços não executados pela empresa
contratada, foram inseridas fotos que não correspondem à veracidade dos
fatos. Esse fato ocorreu por ocasião do pagamento 8ª planilha de medições,
quando anexaram junto à planilha de medição, fotos de bueiros celulares que
não foram executados no trecho da MT 208.” (TC, Relatório Técnico no processo
n. 193984-2014).

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