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Projeto de Implantação
do Sistema de Controle
Interno na Unesp
SÃO PAULO
2020
1. Introdução
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Neste sentido, com vistas a contemplar as sugestões apresentadas pelas Unidades
Universitárias e pelo Fórum de Diretores, bem como buscando garantir a consistência das
ações do controle interno ao referencial teórico e aos princípios de governança pública, o
Grupo de Trabalho apresentou à PROPEG, em junho de 2019, uma proposta para
regionalização do Controle Interno.
Tal proposta pretendia possibilitar a efetiva implantação das atividades de controle
interno, levando em conta a complexidade e responsabilidade das atividades a ele
atribuídas, sem, contudo, desprezar o fato de que a carência de pessoal e a necessidade de
compartilhar serviços e rever processos se impõem como uma realidade necessária à
adequação da instituição ao novo contexto na qual está inserida de permanente mudança e
restrição de recursos.
Dessa forma, a proposta de atuação regionalizada, ainda que aprovada, atende
parcialmente o objetivo proposto a este Grupo de Trabalho, na medida em que dá início às
atividades de controle interno e, em certa medida, atende à exigência legal de instituição do
controle interno no âmbito da Universidade. Contudo, a proposta representa apenas uma
parte do projeto, já que a efetiva implantação do Sistema de Controle Interno pressupõe que
não só as atividades de controle interno estejam implantadas, mas que as quatro
macrofunções que o compõem (Ouvidoria, Corregedoria, Controladoria e Auditoria Interna)
estejam atuando de forma sistematizada, harmônica e articulada.
Neste sentido, este projeto pretende apresentar o modelo completo do Sistema de
Controle Interno que deve ser perseguido por esta instituição, sem desprezar que a
construção deste modelo deve ser realizada de acordo com as condições vigentes na
universidade. Portanto, após apresentar o modelo completo do Sistema este projeto
descreverá um plano de implantação dividido em etapas, as quais poderão ser implantadas
separada ou concomitantemente, dependendo das possibilidades, grau de interesse e
maturidade institucionais.
Em outras palavras, o objetivo geral deste projeto é a implantação do Sistema de
Controle Interno na Unesp, nas 3 linhas de defesa, com enfoque no gerenciamento de riscos
e como instrumento de melhoria no desempenho organizacional; e o objetivo específico é
propor o Plano de Implantação.
Para isso, este projeto está dividido em seis seções: após esta introdução, serão
apresentadas as justificativas e benefícios da implantação do Sistema de Controle Interno;
em seguida são descritos o referencial teórico e os modelos de referência para
gerenciamento de riscos e controles internos, que são a base conceitual para o desenho do
modelo completo do Sistema de Controle Interno da Unesp, o qual é apresentado na quarta
seção; na sequência é proposto o plano de implantação deste modelo; e por fim, a sexta
seção indica algumas premissas e restrições do projeto.
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2. Justificativa
Nos diversos treinamentos realizados pelo TCESP junto aos órgãos jurisdicionados
são apresentados os itens relativos ao Controle Interno que são avaliados pelos auditores
do tribunal quando das fiscalizações, são eles:
• O Controle Interno foi instituído?
• Houve designação ou provimento por concurso público? Há exigência de
qualificação (tempo de experiência, formação superior nas áreas afins de
atuação) ?
• O controlador interno está ligado hierarquicamente ao dirigente máximo do
órgão? De fato, o reporte é feito ao dirigente máximo ou a alguma secretaria ou
chefia de gabinete?
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• As competências e atribuições do controle interno estão normatizadas?
• O fornecimento de informações ao controle interno está previsto em ato
normativo?
• O planejamento das atividades de controle interno em forma de plano operativo
(anual ou plurianual) está previsto em ato normativo?
• Houve a elaboração do plano operativo?
• O plano operativo foi submetido ao dirigente para conhecimento? Foi aprovado?
• O plano está sendo executado?
• As recomendações propostas pelo controle interno são submetidas ao Dirigente
Máximo ou à respectiva unidade administrativa para providências?
• Há prazo definido para atendimento às recomendações propostas pelo controle
interno?
• As recomendações são atendidas?
• Os relatórios de atividades do controle interno são elaborados? Qual a
periodicidade?
Outro aspecto a ser destacado como justificativa para a efetiva implantação do
Sistema de Controle Interno diz respeito ao seu potencial para melhoria da gestão e do
desempenho organizacional, na medida em que promove garantia razoável de atingimento
dos objetivos institucionais.
É fato que um Sistema de Controle Interno robusto auxilia a organização a cumprir
suas metas de performance, inclusive as de longo prazo, em termos de rentabilidade, bem
como aumenta a confiabilidade dos relatórios financeiros e gerenciais, além de garantir a
aderência da instituição às leis, normas e procedimentos, diminuindo o risco de perdas
inesperadas ou de danos à reputação.
Neste sentido, os mecanismos de controle interno devem ser balizados pelo princípio
da eficiência e, portanto, superar o entendimento tradicional de “controle pelo controle”,
baseado apenas nos processos, para acrescentar o foco em resultados.
Por esta perspectiva, leva-se em conta não apenas a relação custo/benefício da
implantação de um controle, mas sobretudo seu custo de oportunidade, com vistas à
mitigação de riscos que impactam no alcance dos objetivos da organização. E, neste
sentido, pode-se dizer que os mecanismos de controle são indissociados da gestão de
riscos.
Por sua vez, o gerenciamento de riscos corporativos apresenta os seguintes
benefícios à instituição (ENAP, 2018):
• aumentar a probabilidade de atingir os objetivos;
• encorajar uma gestão proativa;
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• aumentar a transparência da instituição;
• melhorar a identificação de oportunidades e ameaças;
• atender às normas internacionais e requisitos legais e regulatórios pertinentes;
• melhorar o reporte das informações financeiras;
• melhorar a governança;
• melhorar a confiança das partes interessadas (reguladores e parceiros externos),
pois promove aumento da credibilidade da instituição;
• estabelecer uma base confiável para a tomada de decisão e o planejamento;
• melhorar os controles;
• alocar e utilizar eficazmente os recursos para o tratamento de riscos;
• melhorar a eficácia e a eficiência operacional;
• melhorar o desempenho em saúde e segurança, bem como a proteção do meio
ambiente;
• melhorar a prevenção de perdas e a gestão de incidentes;
• minimizar perdas;
• melhorar a aprendizagem organizacional;
• aumentar a probabilidade de iniciativas de mudanças terem sucesso; e
• aumentar a resiliência da organização.
3. Referencial Teórico
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acompanhamento e avaliação do adequado funcionamento dos controles internos,
alterando-os quando necessário, com vistas a um contínuo aperfeiçoamento.
Segundo Guerra (2005) quando a Constituição Federal de 1988 dispôs sobre a
obrigatoriedade de criação de um sistema integrado de controle interno buscou que se fosse
implementado um sistema que englobasse o conjunto integrado de controles de uma
instituição, ou seja, não apenas o sistema financeiro e orçamentário, mas também os
gerenciais, administrativos e operacionais.
Neste sentido, o Tribunal de Contas da União define Sistema de Controle Interno
como o conjunto de ações desencadeadas pelas unidades de controle interno, cujo órgão
central é a Controladoria, a qual agregaria as mais diversas atividades de controle da
administração pública como a Auditoria, a Ouvidoria, a Corregedoria e o Controle Interno da
Gestão.
A Figura abaixo apresenta sistematicamente o Sistema de Controle Interno conforme
entendimento do TCU.
Fonte: TCU
Percebe-se, dessa forma, que o controle interno da gestão não se confunde com o
Sistema de Controle interno, mas é dele parte integrante.
A Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União, na
Instrução Normativa nº 01/2001, define controle interno da gestão como sendo:
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o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos
interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os objetivos das
unidades e entidades da administração pública sejam alcançados de forma
confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão,
até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público. (p. 68)
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entre as funções de autorização/aprovação de operações, execução, controle e
contabilização, de tal forma que nenhuma pessoa detenha competências e atribuições
em desacordo com este princípio;
5) Instruções devidamente formalizadas - para atingir um grau de segurança adequado é
indispensável que as ações, procedimentos e instruções sejam disciplinados e
formalizados por meio de instrumentos eficazes e específicos, ou seja, claros e objetivos
e emitidos por autoridade competente;
6) Controles sobre as transações - é imprescindível estabelecer o acompanhamento dos
fatos contábeis, financeiros e operacionais, objetivando que sejam efetuados mediante
atos legítimos, relacionados com a finalidade da unidade/entidade e autorizados por
quem de direito;
7) Aderência a diretrizes e normas legais – o controle interno da gestão deve assegurar
observância às diretrizes, aos planos, às normas, às leis, aos regulamentos e aos
procedimentos administrativos, e que os atos e fatos de gestão sejam efetuados
mediante atos legítimos, relacionados com a finalidade da unidade/entidade. Tais
atividades são também conhecidas como gestão de compliance. O termo compliance
tem origem no verbo inglês to comply, que significa agir em sintonia com as regras.
Segundo a Instrução Normativa nº 01/2001 da Secretaria Federal de Controle
Interno, o controle interno da gestão implementado em uma instituição deve:
1) ter, prioritariamente, caráter preventivo;
2) estar voltado, permanentemente, para a correção de eventuais desvios em relação aos
parâmetros estabelecidos;
3) prevalecer como instrumento auxiliar de gestão;
4) estar direcionado para o atendimento a todos os níveis hierárquicos da administração.
Dessa forma, quanto maior for o grau de adequação dos controles internos
administrativos, menor será a vulnerabilidade dos riscos inerentes à gestão propriamente
dita.
Diante do exposto, percebe-se que para o Sistema de Controle Interno de um órgão
público funcionar adequadamente é necessário que se estabeleça e se mantenha uma
estrutura eficaz, com regras bem definidas de controle e um quadro de pessoal
comprometido e imparcial. Dessa forma, a atividade de controle será um instrumento
gerencial usado para proporcionar razoável segurança de que os objetivos da administração
superior estão sendo atingidos.
Neste sentido, o Sistema de Controle tem uma função de extrema relevância na
gestão da coisa pública e na garantia da realização do interesse público pretendido pela
Administração (Castro, 2007).
Por esse motivo, e conforme aponta o Tribunal de Contas da União: a função de
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controle na Administração Pública deve estar localizada no nível máximo de direção da
organização, assessorando o gestor máximo e emitindo recomendações aos demais
escalões da estrutura organizacional. Segundo TCU (2009), o Sistema de Controle Interno
proposto pela Constituição Federal é "um sistema orgânico, constituído pelas várias
unidades técnicas que atuam de forma integrada e sob a orientação normativa e supervisão
técnica de um órgão central, sem prejuízo da subordinação ao órgão ou à entidade em cuja
estrutura administrativa a unidade esteja integrada".
Cabe destacar que dentro dessa estrutura também é possível (e recomendável) que
exista na organização uma unidade de controle interno, que é parte da gestão e do Sistema
de Controle Interno da entidade, tendo o papel de assessorar os gestores, com seu
conhecimento especializado, na definição de estratégias para gerenciamento de riscos, na
identificação e avaliação destes e na definição, implantação e no monitoramento de
controles internos adequados para mitigá-los (TCU, 2009).
Ademais, é imprescindível que exista uma coordenação cuidadosa e eficiente para
garantir que os processos de controle sejam conduzidos conforme esperado. Tal
coordenação deve garantir que não haja "lacunas" em controles, nem tampouco duplicações
desnecessárias na cobertura. Isso implica na definição clara das responsabilidades para que
cada grupo de profissionais compreenda o alcance e limites de sua atuação, bem como
entendam como seus cargos e atribuições se encaixam no Sistema de Controle Interno
como um todo.
Sob esta perspectiva, o The Institute of Internal Auditors (IIA) apresentou uma
Declaração de Posicionamento apontando o Modelo de Três Linhas de Defesa como um
instrumento simples e eficaz para o gerenciamento de riscos e controles.
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Figura 2- Modelo de três linhas de defesa
Segundo esse modelo, existem controles que são implementados por cada servidor
e avaliados por seus supervisores, na execução cotidiana de suas atividades, e se
constituem na primeira linha de defesa. A partir da identificação dos principais riscos aos
objetivos da instituição, são propostas medidas de controle específicas para mitigá-los, que
são monitoradas e relatadas pelas áreas de gerenciamento de riscos e conformidade
(Ouvidoria, Corregedoria, Unidade de Controle Interno), as quais compõe a segunda linha
de defesa. Tanto a primeira quanto a segunda linha de defesa ocorrem concomitantemente
com a própria gestão, estando subordinadas à esta, e tem caráter prioritariamente
preventivo e de assessoria.
Já a terceira linha de defesa é composta pela Auditoria Interna que, de forma
independente, avalia a posteriori a eficácia dos controles implementados, reportando-se aos
Conselhos.
Portanto, o Sistema de Controle Interno é composto pelo conjunto de funções e
áreas que, coordenadas por um órgão central, atuam de maneira harmoniosa e articulada
nas três linhas de defesa.
Fica claro, portanto, que as áreas que compõem o Sistema de Controle Interno não
precisam (e nem devem) estar hierarquicamente subordinadas ao órgão central de controle
(Controladoria), na medida em que todas as áreas da instituição desempenham algum papel
no Sistema de Controle, seja na primeira, na segunda ou na terceira linha de defesa.
Ademais, existe na literatura modelos de referência reconhecidos mundialmente
como padrões, estruturas conceituais ou frameworks para implantação do controle interno.
Tais modelos são dinâmicos e passam frequentemente por revisões a fim de agregar
evoluções na maneira como o controle interno é entendido e aplicado. Neste sentido,
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segundo Carvalho Neto & Silva (2009), os modelos mais recentes tem apresentado o
gerenciamento de riscos como o norteador para o desenvolvimento dos controles internos,
uma vez que a razão de ser dos controles é justamente mitigar os riscos em relação aos
objetivos organizacionais.
Dessa forma, ainda segundo os autores, a atenção do controle interno volta-se
primeiramente para a identificação dos riscos que possam impactar os objetivos da
organização e para a avaliação da forma como os gestores atuam para minimizar esses
riscos. Em termos práticos, isso significa que houve uma evolução “da gestão centrada em
controles funcionais para o desenvolvimento de uma cultura de risco, na qual todos os
funcionários tornam-se responsáveis pela gestão de risco e adquirem consciência dos
objetivos do controle.” (CARVALHO NETO & SILVA, 2009, p. 8).
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i) uniformizar definições de controle interno;
ii) definir componentes, objetivos e objetos do controle interno em um modelo
integrado;
iii) delinear papéis e responsabilidades da administração;
iv) estabelecer padrões para implementação e validação;
v) criar um meio para monitorar, avaliar e reportar controles internos.
De fato, segundo o COSO (2013), controle interno é definido como um “processo
conduzido pela estrutura de governança, administração e outros profissionais da entidade, e
desenvolvido para proporcionar segurança razoável com respeito à realização dos objetivos
relacionados a operações, divulgação e conformidade.”
A definição apresenta intencionalmente conceitos abrangentes, de forma a refletir
apenas o que é essencial para que as instituições desenvolvam, implementem e conduzam
o controle interno. Isso permite que o modelo seja utilizado como base conceitual para todas
as organizações, independente de sua estrutura, tamanho, finalidade ou região geográfica.
Tal característica possibilita que essa mesma modelagem conceitual seja utilizada inclusive
pelo setor público.
Neste sentido, cabe destacar que o BID, o Banco Mundial e a INTOSAI –
International Organization of Supreme Audit Institutions também reconhecem e adotam o
COSO como referencial. Em 2004, a INTOSAI editou o Guidelines for Internal Control
Standards for the Public Sector utilizando como base as diretrizes do Controle Interno –
Estrutura Integrada. Também a Corregedoria Geral da União e diversos órgãos do governo
federal brasileiro utilizam o COSO como modelo de referência.
A estrutura integrada do controle interno, segundo o COSO I, apresenta três
categorias de objetivos:
1. Operacional: relacionados à promoção da eficiência e eficácia operacional da
entidade, incluindo sua atuação ética;
2. Divulgação: relacionados à confiabilidade, oportunidade e transparência das
divulgações financeiras e não financeiras da entidade, no caso das
instituições públicas este processo também é conhecido como accountability,
ou seja, refere-se à prestação de contas do setor público à sociedade;
3. Conformidade: relacionados ao cumprimento das leis e regulamentações a
que a entidade está sujeita. Este objetivo é particularmente importante para o
setor público, em virtude de um dos princípios que rege a administração
pública: o princípio da legalidade, segundo o qual a administração pública só
pode agir quando há previsão legal para tanto.
Vale destacar que o documento da INTOSAI acrescenta ainda um quarto objetivo
para o setor público: salvaguarda de recursos contra perda, uso indevido e danos. Embora
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este possa ser entendido como uma subcategoria do objetivo operacional, a entidade
considera que em virtude dos recursos públicos envolverem dinheiro público sua utilização
interessa para toda a sociedade e, portanto, esse objetivo deve ser destacado.
Segundo o COSO I, o controle interno consiste em cinco componentes integrados:
1. Ambiente de Controle;
2. Avaliação de Riscos;
3. Atividades de Controle;
4. Informação e Comunicação; e
5. Monitoramento.
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Valores da empresa; Código de Ética; filosofia e estilo de atuação da gerência;
comprometimento com a competência; práticas e políticas de recursos humanos; políticas e
procedimentos documentados, tais como: manuais de licitação, políticas de
desenvolvimento e retenção de talentos, entre outros.
O ambiente de controle é efetivo quando as pessoas da entidade sabem quais são
suas responsabilidades e limites, além de terem a consciência de fazerem o que é correto
da maneira correta.
A avaliação de risco é o processo de identificar e gerenciar os riscos relevantes que
podem impedir a organização de atingir seus objetivos. O COSO (2013) define risco como “a
possibilidade de que um evento ocorra e afete adversamente a realização dos objetivos” da
empresa. Os riscos e a definição da apropriada resposta a eles devem ser considerados
com vistas ao apetite de risco da instituição.
O processo de análise geral de riscos é dinâmico, interativo e frequentemente
integrado ao processo de planejamento estratégico da organização, neste sentido, é
necessário que a administração defina objetivos (operacional, de divulgação e de
conformidade) com clareza suficiente para que seja possível a identificação e avaliação dos
riscos relacionados à realização desses objetivos.
A avaliação de risco implica em ações como: definição dos objetivos do nível de
entidade; práticas para a identificação de riscos; avaliação de riscos dos relacionamentos;
mecanismos para antecipar, identificar e reagir a mudanças; avaliação e mitigação dos
riscos; aplicação dos princípios contábeis na preparação das demonstrações financeiras,
entre outros.
As atividades de controle são as políticas e procedimentos estabelecidos para
mitigar riscos e atingir os objetivos da instituição. Devem ocorrer em toda a organização, em
todos os níveis hierárquicos e ser desempenhadas por todas as funções. Podem ter
natureza preventiva ou detectiva. A atividade de controle é preventiva quando executada no
início do processo e, portanto, previne o acontecimento de erros ou irregularidades e
minimizam os riscos na fonte. Quando realizada ao longo do processo a atividade de
controle é de natureza detectiva e, portanto, detecta erros que são difíceis de definir ou
prever.
São exemplos de atividade de controle:
• Revisões Estratégicas: incluem análise comparativa dos resultados realizados
com orçamentos, previsões, dados históricos e concorrência;
• Revisões Operacionais: análise de relatórios verificando consolidações
realizadas, tendências e conformidade de relatórios para órgãos reguladores,
entre outros;
• Procedimentos para autorização e aprovação: controlar se as operações e
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eventos estão sendo aprovados pela autoridade competente de acordo com sua
relevância e risco;
• Processamento de Informações: controles que asseguram os dados dos
sistemas informatizados quanto à exatidão, integridade, totalidade e autorização
das transações realizadas;
• Controles Físicos: contagens periódicas e comparações com os registros de
controle de inventários, ativos fixos, valores em espécie e outros ativos;
• Reconciliações: registros estão de acordo com o documento apropriado;
• Indicadores de Performance: dados utilizados para direcionar ações operacionais
e estratégicas, podem ser utilizados na identificação de falhas de processos e
controles;
• Segregação de Funções: divisão ou segregação das atividades entre diferentes
colaboradores criando pontos de checagem e evitando a propagação de erros no
processo.
O componente informação e comunicação é essencial para a realização de todos
os objetivos do controle interno, pois garante que informações pertinentes sejam
tempestivamente capturadas e comunicadas para a organização em formato e prazo
adequados para o atingimento dos objetivos da instituição. O fluxo de informações deve fluir
em todos os níveis e deve garantir que os funcionários compreendam a importância do
controle interno para a organização.
São aspectos relacionados à informação e comunicação: confiabilidade dos relatórios
financeiros, aplicações relacionadas e sistemas de informação; obtenção de informações
apropriadas; obtenção e disseminação das informações; identificação e reação à mudança
de informações e comunicados; comunicação das responsabilidades dos empregados;
estabelecimento de um “mecanismo de denúncias”; comunicação da alta administração à
toda a companhia; entre outros.
As práticas de controle sobre os sistemas de informação devem garantir três
aspectos principais: a relevância (ou seja, a garantia de que o conteúdo da informação é
apropriado e relevante a quem dela se utiliza); disponibilidade de acesso (a informação deve
estar disponível quando necessária e somente ser acessada por quem tem autorização para
recebê-la); e exatidão (garantir que a informação é a mais atual e correta possível).
Por fim, o monitoramento é o componente que irá verificar se os controles internos
são adequados e efetivos. A organização pode utilizar avaliações contínuas, avaliações
independentes ou uma combinação das duas.
As avaliações contínuas são as que estão inseridas nos processos corporativos e,
portanto, são produzidas oportunamente pelos próprios participantes do processo. Já as
avaliações independentes são conduzidas, periodicamente, por analistas de fora do
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processo e com escopo e frequências diferentes, dependendo da avaliação de riscos e da
eficácia das avaliações contínuas.
As principais atividades de monitoramento são:
• Conciliações: comparações entre os valores registrados nos relatórios das áreas
operacionais e os valores apresentados pelos demonstrativos contábeis
fornecem mecanismos de verificação de erros e exceções que podem identificar
falhas na estrutura de controles internos da organização;
• Agentes Externos: comunicações de agentes externos (clientes, fornecedores,
órgãos reguladores e instituições financeiras, entre outros) comparados com os
relatórios internos podem identificar inconsistências e falhas na estrutura de
controles internos;
• Inventário Periódico: dados dos sistemas de informação da instituição são
comparados com contagens físicas periódicas e a análise das divergências
fornece base para identificação de falhas na estrutura de controles internos;
• Auditores Internos e Externos: revisões realizadas pelos auditores identificam
oportunidades de melhoria nos controles internos da organização;
• Self-assessments: auto-avaliações das áreas operacionais realizadas pelos
funcionários que executam as atividades de controle podem identificar pontos de
melhoria e atualização da estrutura de controles internos.
Por fim, cabe destaque os termos do Decreto nº 9.203/2017, que dispõe sobre a
política de governança da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, que
seguindo as diretrizes do COSO estabelece:
Art 17. A alta administração das organizações da administração pública
federal direta, autárquica e fundacional deverá estabelecer, manter,
monitorar e aprimorar sistema de gestão de riscos e controles internos com
vistas à identificação, à avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à
análise crítica de riscos que possam impactar a implementação da
estratégia e a consecução dos objetivos no cumprimento da sua missão
institucional, observados os seguintes princípios:
I - implementação e aplicação de forma sistemática, estruturada, oportuna e
documentada, subordinada ao interesse público;
II - integração da gestão de riscos ao processo de planejamento estratégico
e aos seus desdobramentos, às atividades, aos processos de trabalho e as
projetos em todos os níveis da organização, relevantes para a execução da
estratégia e o alcance dos objetivos institucionais;
III - estabelecimento de controles internos proporcionais aos riscos, de
maneira a considerar suas causas, fontes, consequências e impactos,
observada a relação custo-benefício; e
IV - utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à melhoria
contínua do desempenho e dos processos de gerenciamento de risco,
controle e governança.
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para a construção efetiva do Sistema de Controle Interno, capaz de atuar harmoniosa e
sistematicamente nas três linhas de defesa.
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São instrumentos do modelo:
1) As instâncias de supervisão: definição das responsabilidades de cada função e área
dentro das 3 linhas de defesa;
2) A Política de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos: definição das diretrizes que
serão observadas por toda a instituição quanto ao gerenciamento de riscos e controles
internos;
3) A Metodologia de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos: definição de uma
metodologia de trabalho a ser seguida por todas as áreas (dentro das suas
competências) quanto ao gerenciamento de riscos e controles internos; e
4) As normas regulamentadoras: edição do arcabouço legal do Sistema de Controle
Interno.
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gerenciamento de riscos por parte da gerência operacional (1ª linha de defesa);
monitorar a adequação e a eficácia do controle interno, a precisão e a integridade do
reporte, a conformidade com leis e regulamentos e a resolução oportuna de deficiências.
Na Universidade, quem desempenha parte dessa função hoje é a Ouvidoria e as
Comissões Processantes de Sindicância. Essa é, portanto, a instância que precisa ser
ampliada e fortalecida na instituição, por meio da criação de novas áreas. Algumas com
atuação estratégica no gerenciamento de riscos, como a Controladoria Geral da
Universidade e os Cômites de Governança e Integridade; e outras com atuação tática,
como a Corregedoria e a área de Gestão de Riscos e Controles Internos;
(3) Na 3ª linha de defesa/supervisão estão as funções que fornecem avaliações
independentes e objetivas sobre a eficácia da governança, do gerenciamento de riscos
e controle, inclusive sobre como a 1ª e a 2ª linha de defesa alcançam os objetivos de
gerenciamento de riscos e controles. A área habilitada para realizar essa atividade é a
Auditoria Interna, a qual precisa ser criada na Universidade.
Dessa forma, o Sistema de Controle Interno abrangerá toda a instituição, atuando de
forma integrada no gerenciamento, supervisão e avaliação dos riscos e controles internos.
No entanto, para que as 3 linhas de defesa atuem de forma efetiva, com eficiência e
eficácia, cada instância de supervisão deve desempenhar plenamente suas atribuições e
responsabilidades. Isso significa que é imprescindível a criação das áreas de 2ª e 3ª linha de
defesa ainda inexistentes na Universidade. Com tal criação, não apenas as instâncias de
supervisão estarão completas, como também as 4 macrofunções do Sistema de Controle
serão contempladas, a saber:
(1) Ouvidoria: que fomentará o controle social e a participação popular, por meio do
recebimento, registro e tratamento de denúncias e manifestações da comunidade interna e
externa sobre os serviços prestados e sobre a adequada aplicação dos recursos públicos;
(2) Controladoria: que fará a coordenação, assessoramento e monitoramento das áreas
quanto aos riscos e controles internos, subsidiando a tomada de decisão dos gestores e
propiciando melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados, a partir da modelagem,
sistematização, geração, comparação e análise de informações relativas a custos,
eficiência, desempenho e cumprimento dos objetivos institucionais;
(3) Correição: que cuidará da apuração de ilícitos e responsabilização dos envolvidos, por
meio de processos administrativos, podendo inclusive obter o ressarcimento de eventuais
danos causados ao erário;
(4) Auditoria Interna: que oferecerá avaliações objetivas e independentes sobre a atuação e
desempenho de toda a instituição.
Aqui cabe uma distinção importante entre auditoria interna e controle interno.
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Conforme aponta o Tribunal de Contas da União:
A auditoria interna, que não deve ser confundida com controle interno ou
com unidade de ou do controle interno, é um controle da própria gestão que
tem por atribuição medir e avaliar a eficiência e eficácia de outros controles.
Importa destacar que não cabe à auditoria interna estabelecer estratégias
para gerenciamento de riscos ou controles internos para mitigá-los, pois
estas são atividades próprias dos gestores. Cabe-lhe avaliar a qualidade
desses processos. A auditoria interna de um órgão ou entidade do Poder
Executivo Federal integra, por força do que dispõe o decreto 3.591/2000, o
sistema de controle interno desse Poder, mas não se confunde, ressalte-se
mais uma vez, com o controle interno da própria entidade.
Embora as habilidades dessas duas áreas sejam próximas, suas funções
fazem parte de elementos distintos do sistema de controle interno da
entidade. Comparando responsabilidades: a auditoria interna não implanta
controles, mas a unidade de controle interno pode implantar; a auditoria
interna faz trabalhos periódicos com metodologia específica, a unidade de
controle interno atua no dia-a-dia, no monitoramento contínuo e na
autoavaliação de controles internos; auditoria interna é uma atividade de
avaliação independente, voltada para o exame e avaliação da adequação,
eficiência e eficácia do sistema de controle interno, é parte desse sistema,
mas não integra a estrutura de linha da organização e sim o seu staff; a
unidade de controle interno também é parte do sistema de controle interno,
mas é um elemento da gestão, faz parte da estrutura de linha da
organização, com atribuições ligadas ao gerenciamento de riscos e
controles. (TCU, 2009)
Há ainda outra importante distinção que deve ser feita entre a unidade central do
Sistema de Controle Interno e a unidade de gerenciamento de riscos e controles internos
(ou unidade de controle interno). A unidade central do Sistema de Controle Interno
(usualmente chamada de Controladoria Geral) é um órgão de atuação estratégica, sendo
responsável pela coordenação e articulação de todo o Sistema de Controle. Já a unidade de
gerenciamento de riscos e controles internos é uma área de atuação tática, ficando
responsável pelo monitoramento contínuo dos riscos e controles internos, bem como pelo
assessoramento e treinamento das demais áreas da instituição. Tanto a Controladoria Geral
quanto a unidade de controle interno realizam atribuições da macrofunção "Controladoria".
A 2ª linha de defesa pode ainda ser fortalecida, por meio da criação de outros
instrumentos institucionais, como por exemplo os Comitês. Sugere-se que, à principio, seja
constituído um Comitê de Governança e Integridade, que poderá fomentar a cultura de
governança e integridade, buscando alinhamento com o planejamento estratégico da
Universidade.
Em resumo, as instâncias de supervisão são definidas pela forma como atuam na
gestão de riscos e controles internos, exercendo funções de gerenciamento, supervisão ou
avaliação. Na Universidade, a 1ª linha de defesa (gerenciamento) é realizada por todos os
servidores em todas as áreas na execução cotidiana de suas atividades, necessitando
apenas que seja desenvolvida e aplicada uma metodologia para a gestão de riscos e
controles internos de forma sistemática, organizada e integrada. Já a 2ª linha de defesa
(supervisão) é muito incipiente, sendo observada apenas na atuação da Ouvidoria e das
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Comissões Processantes de Sindicância. Portanto, sugere-se que essa instância seja
fortalecida por meio da criação dos seguintes instrumentos institucionais: (1) Controladoria
Geral da Universidade; (2) Comitê de Governança e Integridade; (3) Corregedoria; e (4) área
de Gestão de Riscos e Controles Internos. A função de avaliação independente, que
constitui a 3º linha de defesa, também precisará ser criada na universidade, por meio da
área de Auditoria Interna.
A figura abaixo apresenta esquematicamente as instâncias de supervisão ou
linhas de defesa.
Alta Administração
Áreas de:
• Controladoria Geral;
Todas as áreas • Comitê de Ética e
e funções na Integridade;
Auditoria
execução cotidiana • Ouvidoria e SIC;
Interna
das rotinas • Corregedoria;
de trabalho • Gestão de Riscos
e Controles
Internos;
Finalmente, cabe destacar que cada instância de supervisão deve ser apoiada por
políticas e pela clara definição de papéis. Ademais, todas as instâncias devem compartilhar
conhecimento e informações de forma apropriada, a fim de auxiliar todas as funções a
desempenhar melhor suas atribuições de maneira eficiente.
21
4.2. Política de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos
22
primeira etapa se constitui no conhecimento detalhado dos processos de trabalho em todas
as suas fases (objetivo, atividades, processamentos, entradas e saídas). Tal etapa tem uma
metodologia própria definida pela Portaria Unesp nº 451/2019, que aprovou o Programa de
Modelagem de Fluxo de Processos da Unesp, utilizando como referencial o Business
Process Management - BPM.
Uma vez conhecidos todos os fluxos de trabalho, devem ser identificados, por meio
do método de priorização de processos, aqueles que são críticos, ou seja, os processos de
maior relevância para o cumprimentos dos objetivos institucionais.
Na sequência, é realizada a Análise de Risco dos processos críticos (etapa 3), para
que sejam estabelecidas Medidas de Controle (etapa 4) com vistas a mitigar os riscos, de
acordo com o apetite de risco da instituição.
A etapa de monitoramento (etapa 5) permite identificar se as medidas de controle
estão desenhadas adequadamente e atuando de forma efetiva. O monitoramento deve ser
feito com base em indicadores que subsidiarão a elaboração dos Relatórios (Etapa 6 -
Reporte), os quais serão Avaliados (etapa 7) pelas instâncias de supervisão e permitirão
que sejam feitas recomendações para aperfeiçoamento dos instrumentos de gestão de risco
e integridade, com vistas a sanar possíveis deficiências ou vulnerabilidades.
A Metodologia de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos deverá,
oportunamente, ser detalhada em um Manual de Gerenciamento de Riscos e Controles
Internos.
23
Controles Internos, as quais por sua vez devem estar alinhados ao Planejamento
Estratégico da Instituição. Como exemplo temos: Código de Ética, Manuais de
Procedimentos, Políticas de Recursos Humanos em geral (Recrutamento e Seleção,
Remuneração, Designação para funções em confiança, Carreira), entre outras.
As normas regulamentadoras, portanto, serão construídas à medida que o Sistema
de Controle seja desenvolvido e aperfeiçoado na Universidade.
5. Plano de Implantação
24
4. Aplicação da metodologia de gestão de riscos e controles internos em um projeto
piloto;
5. Aprovação do Manual de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos;
6. Criação do Grupo Técnico de Gestão de Riscos e Controles Internos;
7. Criação do Comitê de Governança e Integridade;
8. Criação da Controladoria Geral da Unesp;
9. Criação da Corregedoria Geral da Unesp;
10. Criação da Auditoria Interna da Unesp.
Como visto, a Política de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos - PGRCI é o
instrumento institucional que formará a base da cultura de controle na Universidade, na
medida em que estabelecerá os princípios, diretrizes, responsabilidades e limites que
deverão ser observados e seguidos por cada instância de supervisão de riscos e controles
internos. É também a norma que norteará os demais instrumentos institucionais do Sistema
de Controle Interno. Por esse motivo, entendemos que a aprovação da Política é um pré-
requisito para o início das atividades de controle.
Uma vez aprovada a Política, pode-se realizar uma avaliação diagnóstica para
identificar em qual medida as Unidades Universitárias já trabalham com o gerenciamento de
riscos e controles internos nos termos propostos pela PGRCI.
Tal diagnóstico, além de ampliar o conhecimento e a sensibilização da comunidade
unespiana no tema, também possibilitará uma escolha mais assertiva de uma atividade para
servir como projeto piloto.
A utilização de um projeto piloto é fundamental para a consolidação da metodologia
de gerenciamento de riscos e controles internos na universidade, na medida em que
permitirá uma validação do método proposto, possibilitando a realização de ajustes antes da
formalização do Manual de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos.
Ações de sensibilização e treinamentos também poderão ser realizadas em todas as
áreas e funções para a disseminação da cultura de controle e da PGRCI.
Quando as etapas de 1 a 5 estiverem realizadas já será possível afirmar que a
Universidade adota medidas de gestão de riscos e controles internos, no entanto, a
efetivação do Sistema de Controle Interno somente se dará após a realização das etapas de
6 a 10, que dizem respeito à criação das áreas responsáveis pelas 2ª e 3ª linhas de defesa.
Inicialmente, mantemos a sugestão de criação de um Grupo Técnico de Gestão de
Riscos e Controles Internos - GTGRCI, por meio da separação do Grupo Técnico de
Contabilidade e Controle Interno - GTCCI da Coordenadoria de Orçamento, Finanças e
Contabilidade, conforme sugerimos na Proposta de Regionalização do Controle Interno.
Ressaltando mais uma vez que, pelo princípio da segregação de funções, o Controle Interno
não pode ser desempenhado pela mesma pessoa responsável por assinar os balanços da
25
Universidade.
O GTGRCI seria, portanto, o responsável pelo assessoramento e monitoramento das
demais áreas da Universidade quanto à aplicação da PGRCI.
Sugerimos que as atividades de gestão de riscos e controles internos sejam iniciadas
em 8 regionais, por meio da atribuição de responsabilidades e gratificação de representação
a um servidor de cada regional, conforme divisão proposta no Anexo II deste projeto.
Reforçamos, conforme apontou a Informação nº 306/2019 da Assessoria Jurídica,
que a gratificação de representação desses servidores deve ser compatível com o grau de
complexidade e responsabilidade das atividades desenvolvidas, motivo pelo qual sugerimos
que a GR seja correspondente à função de Assessor Técnico Administrativo I, cujo perfil
ocupacional prevê: "Assessorar o superior imediato nos assuntos relativos à área de
atuação, elaborando e propondo programas de trabalho, desenvolvendo atividades de
planejamento, organização, avaliação, controle e orientação. Planejar, desenvolver e
acompanhar treinamentos, palestras e eventos. Prestar assessoria, orientação e supervisão
à outros profissionais em assuntos de sua área de atuação. Realizar atividades de
consultoria interna, emitir pareceres, informações e outros documentos relativos à sua
competência. Manter intercâmbio com outros profissionais, áreas e órgãos. Propor definição
de diretrizes, bem como de coordenação e supervisão de ações monitorando resultados e
fomentando políticas de interesse da Instituição."
Quando a unidade de controle interno (no caso o GTGRCI) estiver criada e atuante a
Universidade terá cumprido a determinação constitucional de instituição do Controle Interno.
No entanto, para que o Sistema de Controle Interno esteja completo e atuando nas quatro
macrofunções que o compõem, será necessária a criação das demais áreas: Corregedoria
Geral da Unesp, Controladoria Geral da Unesp e Auditoria Interna.
Deve se ressaltar, contudo, que para criação de cada uma dessas áreas será
necessário um estudo pormenorizado para a proposição das normas e estruturas
adequadas a cada uma delas, considerando que cada uma demanda política e metodologia
própria.
Finalmente, sugerimos que seja criado um Comitê de Governança e Integridade,
formado pela alta gestão da Universidade (tais como: Pró-Reitores, Coordenadores e
Assessores Chefes) para pensar em ações estratégicas para gerenciamento de riscos e
controles internos, buscando o contínuo alinhamento com os objetivos estratégicos da
instituição.
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Sistema
de Controle Interno
Etapas de Implantação
5 Demais Instâncias de Supervisão
2ª e 3ª linhas de defesa
4
Comitê de Governança e Integridade
Alinhamento estratégico
2 Projeto Piloto
Metodologia de Gerenciamento de Riscos e Controles Internos
O projeto proposto pretendeu servir como suporte à tomada de decisão por parte da
administração superior quanto à implantação e aperfeiçoamento do Sistema de Controle
Interno na Unesp, procurando indicar possíveis caminhos para a consolidação gradual de
todo o Sistema.
Como apontamos anteriormente, o processo de adoção das medidas de
gerenciamento de riscos e controles internos, por se tratar de uma mudança cultural,
demandará tempo e maturidade institucional para ser desenvolvido. Apesar disso,
entendemos ser primordial o início de sua implantação, pois é obrigação constitucional, e,
principalmente, por seu potencial em melhorar a gestão, ampliando a transparência, o
controle social, a credibilidade institucional e a governança. Elementos cada vez mais
demandados pelos órgãos reguladores, pela sociedade e pelos parceiros externos na
celebração de parcerias e convênios nacionais e internacionais.
Por fim, reforçamos que este projeto limitou-se a sugerir formas de implantação das
medidas de gestão de risco e controles internos, sendo necessário que se amplie os
estudos para as demais áreas: Corregedoria Geral da Unesp, Controladoria Geral da Unesp
e Auditoria Interna, de forma a contemplar todas as macrofunções do Sistema de Controle
Interno.
27
Referências Bibliográficas
Davis, M. D., & Blaschek, J. R. S. (2005). Deficiências dos Sistemas de Controle Interno
governamentais atuais em função da evolução da economia. II Simpósio de Excelência em
gestão e Tecnologia - SEGeT'2005. Recuperado de:
www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/3268049/DLFE-259741.pdf/0.2..pdf
Di Pietro, M. S. Z. (1998). Direito Administrativo. 10ª ed. São Paulo: Editora Atlas.
Di Pietro, M. S. Z. (2005). Direito Administrativo. 18ª Ed. São Paulo: Editora Atlas.
28
Instrução nº 02, de 01 de dezembro de 2017. (2016). Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo. Recuperado de
https://www.tce.sp.gov.br/legislacao/instrucao/instrucoes-no-022016
INTOSAI (2004). Guidelines for Internal Control Standards for the Public Sector. Recuperado
de: issai-executive-summaries/detail/detail/News/intosai-gov-9100-guidelines-for-internal-
control-standards-for-the-public-sector.html
The Institute of Internal Auditors - IIA (2013). Declaração de posicionamento do IIA: as três
linhas de defesa no gerenciamento eficaz de riscos e controles. Recuperado de
https://na.theiia.org/standards-
guidance/Public%20Documents/PP%20The%20Three%20Lines%20of%20Defense%20in%
20Effective%20Risk%20Management%20and%20Control%20Portuguese.pdf
29
ANEXO I
34. São princípios da boa governança, devendo ser seguidos por toda Universidade:
I. liderança: deve ser desenvolvida em todos os níveis da administração. As
competências e responsabilidades devem estar identificadas para todos os que
gerem recursos públicos, de forma a se obter resultados adequados;
II. integridade: tem como base a honestidade e objetividade, elevando os padrões de
decência e probidade na gestão dos recursos públicos e das atividades da
organização, com reflexo tanto nos processos de tomada de decisão, quanto na
qualidade de seus relatórios financeiros e de desempenho;
III. responsabilidade: diz respeito ao zelo que se espera dos agentes de governança
na definição de estratégias e na execução de ações para a aplicação de recursos
públicos, com vistas ao melhor atendimento dos interesses da sociedade;
IV. compromisso: dever de todo o agente público de se vincular, assumir, agir ou
decidir pautado em valores éticos que norteiam a relação com os envolvidos na
prestação de serviços à sociedade, prática indispensável à implementação da
governança;
V. transparência: caracterizada pela possibilidade de acesso a todas as informações
relativas à organização pública, sendo um dos requisitos de controle do Estado
pela sociedade civil. As informações devem ser completas, precisas e claras para
a adequada tomada de decisão das partes interessadas na gestão das atividades;
VI. Accountability: obrigação dos agentes ou organizações que gerenciam recursos
públicos de assumir responsabilidades por suas decisões e pela prestação de
contas de sua atuação de forma voluntária, assumindo integralmente a
consequência de seus atos e omissões; e
VII. Compliance: a instituição deve estar integralmente em conformidade com as leis,
normas e regulamentos internos e externos a ela aplicáveis;
35. Para uma efetiva governança, os princípios devem ser aplicados de forma integrada,
como um processo, e não apenas individualmente, sendo compreendidos por todos
na organização.
36. Os agentes da governança institucional, por subsunção a tais princípios, devem
contribuir para aumentar a confiança na forma como são geridos os recursos
colocados à sua disposição, reduzindo a incerteza dos membros da sociedade sobre
a forma como são geridos os recursos e as organizações públicas.
37. Cabe à Reitoria da UNESP assegurar as condições para que as Unidades da UNESP
implantem essa Política.
ANEXO II
Proposta de divisão para o Controle Interno regionalizado, considerando como critério principal o Montante de recursos de
Custeio (Orçamento de 2019) e como critérios secundários: Localização geográfica; Área construída (m²), quantidade de servidores
e alunos (Fonte: ANUÁRIO ESTATÍSTICO 2018 - DADOS DE 2017).
Projeção de uma Unidade de Controle Interno, o GTGRCI - Grupo Técnico de Gestão de Riscos e Controles Internos, ligado
à COFC - Coordenadoria de Orçamento, Finanças e Contabilidade e de sete (7) regionais.
m² Km
Orç.2019 Área Docentes Téc Adm Alunos Alunos Distância para
Regional 1 Custeio Construída Ativos Ativos Graduação Pós cidade sede
Rio Claro IB 3.606.758,00 28.657,27 95 150 1072 757 0
IGCE 3.488.056,00 43.051,80 112 181 1352 518 0
Unid.Auxiliar-Rio Claro CEAPLA 6 180
Unid.Auxiliar-Rio Claro CEIS 2 180
Araraquara FO 3.195.205,00 23.006,38 93 141 388 305 117
FCF 3.280.423,00 21.568,93 67 140 801 316 117
FCL 3.863.553,00 28.711,20 149 155 2652 757 117
IQ 3.131.903,00 19.727,11 83 132 597 464 117
20.565.898,00 164.722,69 599 907 6862 3117 180
m² Km
Orç.2019 Área Docentes Téc Adm Alunos Alunos Distância para
Regional 2 Custeio Construída Ativos Ativos Graduação Pós cidade sede
Jaboticabal FCAV 8.375.802,00 122.963,00 186 435 1665 1199 0
Franca FHDSS 2.977.263,00 17.976,92 82 128 1878 375 0
Bauru AG 2.350.890,00 17.491,80 154 211
FAAC 1.954.528,00 12.565,61 112 88 1702 361 211
FC 3.114.670,00 21.434,89 186 115 2462 590 211
FE 2.107.100,00 15.397,46 90 89 1356 311 211
Unid.Auxiliar-Bauru IPMet 34 325
20.880.253,00 207.830 656 1.043 9.063 2.836 325
m² Km
Orç.2019 Área Docentes Téc Adm Alunos Alunos Distância para
Regional 3 Custeio Construída Ativos Ativos Graduação Pós cidade sede
Botucatu AG 5.796.209,00 12.530,57 120 0
FCA 3.748.003,00 83.441,80 90 247 905 697 0
FM 4.936.737,00 41.972,00 218 893 699 934 0
FMVZ 3.313.098,00 42.302,74 71 192 631 386 0
IB 3.308.649,00 31.866,85 147 154 978 552 0
Unid.Auxiliar-Botucatu CEATOX 1 7 236
Unid.Auxiliar-Botucatu CIE 3 236
Unid.Auxiliar-Botucatu CME 5 236
Unid.Auxiliar-Botucatu CSE 16 236
21.102.696,00 212.114 527 1.637 3.213 2.569 236
m² Km
Orç.2019 Área Docentes Téc Adm Alunos Alunos Distância para
Regional 4 Custeio Construída Ativos Ativos Graduação Pós cidade sede
São Vicente IB 1.189.078,00 6.578,55 29 41 384 73 0
Registro CE 1.294.154,00 7.138,11 37 47 390 0 180
Sorocaba ICT 1.608.150,00 6.465,93 37 42 569 114 185
São José dos Campos ICT 2.703.094,00 14.799,67 89 144 572 231 185
Guaratinguetá FE 3.687.381,00 35.882,24 137 174 1937 375 263
São Paulo IA 3.240.653,00 12.317,60 50 84 866 272 85
13.722.510,00 83.182,10 379 532 4718 1065 263
m² Km
Orç.2019 Área Docentes Téc Adm Alunos Alunos Distância para
Regional 5 Custeio Construída Ativos Ativos Graduação Pós cidade sede
Assis FFC 3.480.055,00 24.796,36 129 166 1785 478 0
Presidente Prudente FCT 5.015.688,00 38.508,02 214 184 2625 592 131
Tupã FCE 1.230.138,00 5.381,23 41 47 575 58 95
Marília FFC 3.595.866,00 23.853,72 157 166 2248 734 98
Itapeva CE 1.076.409,00 5.236,25 35 35 384 0 383
Ourinhos CE 1.154.450,00 3.734,10 14 28 281 0 74
15.552.606,00 101.509,68 590 626 7898 1862 383
1
m² Km
Orç.2019 Área Docentes Téc Adm Alunos Alunos Distância para
Reginal 6 Custeio Construída Ativos Ativos Graduação Pós cidade sede
Araçatuba FO 3.113.270,00 26.058,41 88 159 604 237 354
FMV 1.507.141,00 16.944,80 46 89 264 123 354
Unid.Auxiliar-Araçatuba CAOE 30 354
Unid.Auxiliar-Araçatuba COB 10 354
Ilha Solteira FE 6.331.153,00 85.373,39 184 311 2456 795 449
São José do Rio Preto IBILCE 4.135.936,00 37.261,70 201 195 1950 1042 221
Dracena FCAT 1.481.691,00 5.131,24 37 47 430 15 227
Rosana CE 1.207.023,00 5.937,06 27 37 296 0 319
17.776.214,00 176.707 583 878 6.000 2.212 449
m² Km
Orç.2019 Área Docentes Téc Adm Alunos Alunos Distância para
Regional 7 Custeio Construída Ativos Ativos Graduação Pós cidade sede
REITORIA SP 17.565.000,00 13.345,00 3 258 0
Unid.Compl-Botucatu CERAT 2 4 236
Unid.Compl-Botucatu CEVAP 2 7 236
Unid.Compl-Jaboticabal CAUNESP 4 17 139 352
Unid.Compl-Rio Claro CEA 2 7 180
Unid.Compl-São Paulo IFT 18 14 117 0
Inst.Especial-Bauru CRTVCE 22 325
Inst.Especial-Botucatu IBTEC 5 236
Inst.Especial-Rio Claro IPBEN 2 4 16 180
Inst.Especial-São Paulo IPPRI 4 65 0
Inst.Especial-São Vicente IEAMar 1 97
São João da Boa Vista CE 2.680,81 22 12 243 0 284
17.565.000,00 16.025,81 55 355 243 337 352